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Os bons ventos
da inovação
Articulação estratégica de empresas,
universidade e governo identifica novas
vocações para a economia regional
XX
VISÃO ACIJ
                                          A PALAVRA DA ENTIDADE




                                          O caminho sem
Revista 21
Publicação bimestral da Associação
Empresarial de Joinville (Acij)
                                          volta da inovação
                                          Há quase 18 milhões de referências no Google à palavra inova-
Conselho editorial
                                          ção, perto de 5 milhões se conjugada à indústria. São inúmeros
ANDRÉ DAHER                               livros, artigos e pesquisas, entre outras tantas fontes, debatendo
ADVOGADO
(PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS)
                                          a necessidade de “fazer diferente” para se sobressair, seja na vida
                                          pessoal, seja no meio corporativo. Está escrito ali, por exemplo,
DINORÁ NASS ALLAGE
CAJADINA
                                          que inovação vem do latim (innovatio) e designa uma ideia, método
(VICE-PRESIDENTE)                         ou objeto que pouco se parece com padrões anteriores. Inovação
DIOGO HARON
                                          tecnológica, em outro verbete, seria “tudo que acontece na fron-
ACIJ                                      teira do conhecimento”. A boa notícia que a Revista 21 traz em
(DIRETOR EXECUTIVO)
                                          sua reportagem de capa é que, nesse terreno, Joinville caminha a
MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVES       passos largos: foi o primeiro município catarinense a aprovar a Lei
LEPPER
(VICE-PRESIDENTE DA ACIJ)
                                          da Inovação e investe na criação de parques tecnológicos que as-
                                          sumem o desafio de levar o conceito para o campo prático. São es-
SANDRA TRAPP
SOCIESC
                                          forços que vão tornando cada vez mais sólida a economia regional.
(INTEGRANTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS
DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL)

SIMONE GEHRKE
EDM LOGOS
(ASSOCIADA)
                                          TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

Jornalista responsável
JÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS)
                                          ABRE ASPAS
                                          	   4	 A perda de competitividade da indústria
Produção
MERCADO DE COMUNICAÇÃO
                                          	
                                          BRIEFING
Editor
GUILHERME DIEFENTHAELER
                                          	   14	 Sobram vagas para pessoas com deficiência
(REG. PROF. 6207/RS)                      	
Reportagem
                                          CONJUNTURA
FERNANDA LANGE                            	 22	 Em busca da “economia criativa”
LETÍCIA CAROLINE
ANA RIBAS DIEFENTHAELER
LAÍS MEZZARI                              PERFORMANCE
Diagramação, ilustrações e infográficos
                                          	 30	 Rede privada de saúde em franca expansão
FÁBIO ABREU

Fotografia
                                          CASE
PENINHA MACHADO, ELTON COSTA, BANCO DE    	 32	 Uso racional da água e o sucesso da Docol
IMAGENS E ASSESSORIAS DE IMPRENSA

Impressão                                 ENTRE NÓS
IMPRESSORA MAYER
                                          	 38	 O que é notícia na Acij
Tiragem
4 MIL EXEMPLARES
                                          PONTO E CONTRAPONTO
Contato                                   	 48	 O impacto da indústria automotiva
REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR

Publicidade                               HAPPY-HOUR
CÉSAR BUENO
(47) 9967-2587 E 3801-4897
                                          	 50	 Nos palcos da vida
Endereço para correspondência
AV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550
                                          3 PERGUNTAS
SAGUAÇU, JOINVILLE/SC                     	 54	 César Souza fala sobre sonhos e pesadelos


REVISTA      21                                                                                             3
ABRE ASPAS
UMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER




“Medidas
 estruturais
 para retomar a
 competitividade”
Presidente da Fiesc afirma que a indústria
catarinense sentiu o peso do Custo
Brasil e o impacto da crise internacional

É duro o páreo da empresa nacional perante a concorrência ex-       Como se comportou a economia
terna – e esse panorama tornou-se ainda mais ácido em 2012,         estadual no ano passado e o que
com fatores como o retrocesso da economia internacional e o         se pode esperar de 2013?
consequente desembarque ostensivo de importados para dis-           Não foi um bom ano. O Estado,
putar as atenções do consumidor brasileiro. São algumas das         como o país, sentiu a retração na
explicações apresentadas pelo presidente da Federação das           economia internacional e a indústria
Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, para o     local teve dificuldades de competir
desempenho acanhado do setor de manufatura no ano que               com os importados, que absorve-
passou, com a produção industrial do Estado encolhendo 2,6%         ram parte relevante do consumo
sobre o exercício anterior (dados de novembro). Nesta entre-        interno. O desempenho da indústria
vista, ele reconhece que a perda de competitividade tem raras       catarinense foi muito abaixo do po-
exceções – fabricantes de madeira e móveis, por exemplo, re-        tencial – o que naturalmente se re-
gistraram crescimento – e atribui o problema a um punhado de        fletiu na economia. Outro fator foi o
fatores estruturais. As causas, segundo o dirigente, vão da baixa   agravamento do Custo Brasil. Com
qualificação média do trabalhador ao ambiente pouco propício        padrões internacionais de custo,
a investimentos, ao lado da falta de regras claras por parte do     tivemos dificuldades para compe-
setor público e do eterno peso dos impostos sobre a produção.       tir com países emergentes, como
                                                                    os asiáticos, sobretudo, que não


4
FERNANDO WILLADINO/FIESC



pagam os mesmos custos e tribu-         e móveis, que iniciaram um pro-     Qual foi o resultado final do ano,
tos. Daí que nos tornamos menos         cesso de recuperação exemplar,      na média da produção industrial
competitivos. Em Santa Catarina,        depois da crise de alguns anos,     catarinense?
houve problemas com os segmen-          e de máquinas e equipamentos.       Até novembro, último dado dis-
tos de máquinas, aparelhos e ma-        Ambos projetam para 2013 uma        ponível, a produção industrial caiu
teriais elétricos – que sofreu uma      continuidade nesse desempenho.      2,6%, em linha com o que ocorreu
queda bastante grande na produ-         Tivemos um crescimento impor-       no Brasil. No ano anterior, a redu-
ção –, plástico, vestuário, alimentos   tante das vendas de compresso-      ção havia sido de 4,5%. Mesmo
(atingido também pela crise nos in-     res, o que influenciou muito. A     com um resultado negativo, vale
sumos), têxtil, de metalurgia básica,   indústria moveleira vendeu quase    frisar que a queda foi menor que
entre outros que, em suma, ou pro-      5% a mais do que no ano anterior,   a do ano anterior. A surpresa ficou
duziram menos ou apresentaram           devido ao aumento do consumo        com as vendas, que cresceram
baixo crescimento.                      das famílias em 2012. Resultado     8% no setor. Isso porque parte
                                        mais modesto, mas bastante po-      do portifólio do setor industrial diz
                                        sitivo, baseado no mercado inter-   respeito à participa­ ão dos impor-
                                                                                                ç
Alguma surpresa positiva neste          no. Já em madeiras, o incremento    tados (de 22%). Também houve
quadro?                                 foi nas exportações, com avanço     desova de produtos no primeiro
Os casos dos setores de madeira         de quase 10%.                       semestre, já que muitas empre-


REVISTA   21                                                                                                         5
CÂMARA DOS DEPUTADOS




sas haviam entrado o ano com            do setor público, que possam dar       Presidente da Fiesc espera atenção
estoques elevados, na expectati-        segurança ao investidor em relação     da classe política a fatores que
va de um crescimento econômico          à participação em projetos do setor    emperram a economia e afirma
expressivo.                             público. O governo se esforçou em      que o avanço da reforma tributária
                                        medidas para desonerar a folha de      é “questão de sobrevivência”
                                        pagamento, mas essas não muda-
Qual foi o grande vilão da econo-       ram a operação industrial. São me-
mia brasileira em 2012?                 didas pontuais que não trazem a re-
A falta de competitividade. Há um       percussão necessária na economia       condições das rodovias são ruins,
fator estrutural relevante: a baixa     como um todo. O que se espera          o que ocasiona custos de frete ele-
escolaridade do trabalhador brasilei-   para 2013 é que se tomem essas         vados – e isso nos distingue dos vi-
ro e catarinense. Isso não era muito    medidas estruturais.                   zinhos do Sul e da região Sudeste.
visível quando a competição não se                                             Somos o Estado que apresenta as
mostrava tão acirrada quanto agora.                                            piores condições de infraestrutura
Precisamos investir em tec­ o­ogias
                             n l        Quais as mais emergentes?              nas duas regiões. Observa-se que o
e estamos encontrando dificulda-        A primeira é a redução da carga tri-   governo do Estado tem anunciado
des em função desse problema,           butária, que se encontra acima da      projetos importantes nessa área,
que representa um enorme desafio        de países emergentes e dos mais        que trarão resultados significativos.
para a indústria. Outro aspecto: o      desenvolvidos. Esperamos a simpli-     Precisamos de investimentos em
baixo nível de investimento. O país     ficação dos custos dos setores eco-    ferrovias que aliviarão a pressão
tem investido pouco, sobretudo          nômicos. O segundo ponto, em re-       sobre as rodovias.
em infraestrutura de transportes,       lação a Santa Catarina, são obras de
cujo custo é elevado. Teríamos que      infraestrutura. Temos um complexo
reduzir o custo de logística para me-   portuário muito bom, poucos Esta-      O sr. acredita que, finalmente, as
lhorar a competitividade. Cabe lem-     dos dispõem dessa condição, mas        ferrovias receberão investimentos
brar ainda a falta de regras claras     o acesso aos portos é precário, as     como um modal alternativo rele-


6
REVISTA   21   7
vante para os transportes?               outros obstáculos a indústria           pela vocação evidente. Em Santa
Temos expectativa positiva em re-        brasileira enfrenta hoje e que ca-      Catarina, a participação é próxima
lação à consciência que o governo        minhos devem ser trilhados para         de um terço do PIB, o que é bas-
federal tomou de que é necessário        superá-los?                             tante relevante. Em casos como
investir em ferrovias. Estamos espe-     Primeiro, a carga tributária. Depois,   esse, quando a indústria não vai
rançosos, assim, de que se retome        a infraestrutura. Simplificação da      bem, a tendência é de que isso se
o investimento em ferrovias. Preci-                                              reflita negativamente na economia
samos ter olhar para o longo prazo                                               do Estado. Por isso, nestes últimos
e investir em alternativas. Toda a es-                                           anos, houve estagnação. A redu-
trutura exigirá uma revisão.                                                     ção da participação do setor deve
                                         “Não há país que                        continuar ocorrendo, mas espera-
                                         tenha conseguido                        mos que não de forma abrupta. A
O sr. afirmou, em artigo recente,                                                indústria tende a se especializar, a
que a reforma tributária virou
                                         se desenvolver sem                      se automatizar, a buscar melhoria de
questão de sobrevivência para as         uma indústria forte.                    produtividade e competitividade. O
empresas e que, se esta não vier,                                                cenário para Santa Catarina é bom
a indústria brasileira corre sérios
                                         Quando o setor não                      para os próximos anos. Se conse-
riscos. Que riscos são esses?            vai bem, a tendência                    guirmos melhorar o investimento
Da desindustrialização. O setor tem                                              em infraestrutura de transportes,
capacidade de investir muito mais
                                         é de que isso se                        Santa Catarina tenderá a ter um
do que está investindo, mas há in-       reflita na economia”                    crescimento acima da média nacio-
segurança em relação ao futuro pró-                                              nal. Contribuem nesse contexto as
ximo do país e descompasso entre                                                 indústrias automotivas que estão
nossos custos e os dos concorren-        legislação trabalhista em seguida,      chegando e que estimularão novos
tes. Não é só responsabilidade do        com a questão da burocracia – es-       investimentos no Estado.
governo. O setor privado tem que         tamos sentindo as dificuldades para
investir mais, também, em qualifica-     iniciar novos empreendimentos.
ção do trabalhador, entre outros as-     Finalmente, precisamos melhorar         Como o sr. avalia a performance
pectos. A modernização da legisla-       os marcos regulatórios para que o       da indústria catarinense, em seus
ção trabalhista conduziria a um am-      setor privado se sinta seguro em        principais polos de desenvolvi-
biente melhor para investimentos.        fazer investimentos. Especialmente      mento? Quais são, hoje, os carros-
                                         no caso da infraestrutura – portos,     -chefes, em termos de inovação
                                         aeroportos, o transporte nos seus       tecnológica e excelência? E que
O sr. vê perspectivas de que a           diferentes modais.                      ramos poderão emergir?
reforma ocorrerá em breve?                                                       Essa é uma questão vital. Santa
Mesmo que não seja do agrado do                                                  Catarina precisa fazer um esforço
setor público, teremos que discutir      A indústria ainda preenche uma          no sentido de buscar investimen-
um novo modelo tributário para que       fatia relevante da economia             tos em setores com vantagens
o país não se transforme em um           catarinense, maior até do que a         comparativas e uso de tecnologia
mercado em que as importações            proporção média em âmbito na-           intensiva, como a indústria au-
sejam mais importantes que a pro-        cional. Isso é bom ou ruim? E que       tomotiva. É o que está se vendo,
dução local. Existe esse risco. Não      tendências há de, nos próximos          também, na formação de um polo
defendemos fechar o país, adotar         cinco anos, essa participação de-       de saúde, já que a indústria de re-
políticas de proteção. Temos que         crescer – talvez com o incremento       médios tem um componente tec-
manter concorrência para que as          do setor de serviços?                   nológico avançado. Por fim, esta-
indústrias sejam competitivas, mas       Isso é bom. Não há país que tenha       mos em vias de consolidar o início
precisamos de condições isonômi-         conseguido se desenvolver sem           de um polo aeronáutico. Dos
cas com nossos competidores.             uma indústria forte. Mas o setor        setores tradicionais, a indústria
                                         vem perdendo representatividade         têxtil tem se sobressaído, como
                                         no PIB. No caso dos três Estados        também a agroindústria. Igual-
Além do peso dos impostos, que           do Sul, isso é menos ostensivo,         mente, os segmentos de papel


8
DIVULGAÇÃO FIESC
e celulose e plástico se situam
nesse contexto de investimentos
que priorizam a qualidade do pro-
duto em relação ao aumento da
capacidade de produção.


Olhando para o mercado externo,
a aparente estabilização do dólar,
na faixa dos R$ 2, já permite a
retomada efetiva de exportações
para as maiores indústrias do
Estado?
O dólar vai ajudar neste processo
de recuperação do setor exporta-
dor. As exportações se tornaram
muito mais difíceis por causa da
crise nos países da Europa e Es-
tados Unidos e o acirramento da
competição. Na hora em que os
mercados desses países enco-
lhem, a competição fica muito
mais intensa. O Brasil tem condi-
ções de recuperar o seu espaço e        Mesmo com um crescimento de 8% nas vendas, balanço da indústria
manter uma boa posição no mer-          foi tímido em 2012; setor de linha branca (foto) exibiu resultado positivo
cado internacional. Mas o governo
precisa estar atento às questões
que dificultam as exportações, es-      a produção local. E a complexidade       E como o sr. tem visto os esforços
pecialmente a tributária.               que sempre envolve o cumprimento         pela maior eficiência dos gastos
                                        das obrigações impostas ao setor         públicos, tanto no nível federal
                                        produtivo, com um custo acessório        quanto no estadual? Que nota
Qual sua posição sobre a Resolu-        bastante elevado.                        dá para o governo Dilma e para o
ção 13 e a chamada “Guerra dos                                                   governo Colombo?
Portos”?                                                                         Prefiro não dar notas. Vejo que há
A decisão foi tomada, temos que         Outra queixa sistemática do              um grande esforço no sentido de
nos ajustar. Esse é um dos aspectos     empresariado diz respeito à quali-       tornar as contas mais transparen-
do que chamamos de insegurança          dade dos serviços oferecidos pelo        tes. Mas, no final do ano, o gover-
jurídica. Até o momento, as em-         Estado, na contrapartida dos im-         no fez uma certa engenharia para
presas não sabem como as coisas         postos pagos. Nesse departamen-          fechar suas contas e, nisso, que-
vão ficar. Espera-se que tudo seja      to, há melhorias à vista, concluída      brou algumas regras. O problema
convalidado, mas a verdade é que        metade da gestão Dilma Rousseff?         do setor público é controlar a má-
ainda não foi. Há inúmeras dúvidas      Avançamos quase nada em relação          quina pública, incluindo as do Judi-
com relação aos procedimentos es-       a isso. O Brasil não está conseguin-     ciário e do Legislativo. O gasto para
tabelecidos pelo Conselho Nacional      do se soltar das amarras da burocra-     manter toda essa estrutura é des-
de Política Fazendária (Confaz). Isso   cia que tornam todas as questões         proporcional à qualidade dos ser-
está na ordem do dia e mostra que       que envolvem o setor público muito       viços prestados. Se os propósitos
a burocracia é mais preponderante       demoradas – e a indústria não pode       são sempre positivos, percebe-se
do que a racionalidade. É preciso       se sujeitar a isso, pois está com-       a dificuldade de avançar para a me-
que o empresário saiba como pro-        petindo com países que não têm a         lhoria efetiva do quadro. A questão
ceder. Em certos casos, a situação      mesma estrutura burocrática que          política é um dos componentes,
estimula mais a importação do que       enfrentamos aqui.                        mas cabe aos gestores cumprir a


REVISTA   21                                                                                                           9
sua missão, isso não pode servir                 sultados modestos alcançados com                  comprometido com o Programa Na-
de explicação para justificar a baixa            as medidas do governo no ano pas-                 cional de Acesso ao Ensino Técnico
eficiência do setor.                             sado: boa parte dos segmentos que                 e Emprego (Pronatec). Pela primeira
                                                 receberam essas isenções não fez                  vez, o governo adotou, de fato, uma
                                                 novos investimentos. Simplesmen-                  política de valorização do ensino
O Custo Brasil vai subir em 2013?                te houve movimentos para recupe-                  profissional. Em 2012, a Fiesc pro-
Espera-se que não. Com a diminui-                ração de margens que já estavam                   moveu o evento intitulado “A Indús-
ção das tarifas de energia, a tendên-            bastante reduzidas.                               tria pela Educação”, que passou
cia é de haver até uma redução no                                                                  por oito regiões do Estado. Fomos
Custo Brasil. Isso, somado à deso-                                                                 surpreendidos pela boa adesão do
neração da folha e à redução das                 Um desafio relevante para a in-                   setor empresarial. Em 2013, isso
taxas de juros, deve resultar em um              dústria está na qualificação profis-              terá consequências práticas positi-
quadro mais favorável.                           sional. Que respostas o industrial                vas, com o início de uma verdadeira
                                                 pode dar a essa questão?                          revolução no setor.
                                                 A qualificação tem que estar incor-
Qual a posição da Fiesc sobre as                 porada à estratégia da empresa.
isenções de tributos a determi-                  A melhoria do nível de escolarida-                Como o sr. avalia a ação social das
nados setores industriais, como                  de é a chave da solução de grande                 empresas catarinenses?
ocorreu em 2012?                                 parte dos nossos problemas. Não                   Santa Catarina se destaca por essa
O que produz efeito são medidas                  exige nem tempo nem investimen-                   preocupação do empresário de su­
horizontais, não verticais. Redução              tos desproporcionais. Em dois ou                  prir parte do encargo que seria do
de tributos não deveria privilegiar              três anos, é possível qualificar o                setor público. Faz parte de um pro-
somente determinados segmentos.                  trabalhador com custos reduzidos.                 grama de retribuição à sociedade
Essa tese encontra respaldo nos re-              O “Sistema S” está profundamente                  pelas oportunidades usufruídas.



O TERMÔMETRO DA CONFIANÇA NA ECONOMIA BRASILEIRA
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é uma pesquisa mensal baseada na opinião sobre as condições econômicas atuais e
expectativas. O índice varia de 0 a 100. Acima de 50, indica confiança. Abaixo, falta de confiança. O último levantamento foi feito pela Fiesc e
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 7 e 17 de janeiro, com 148 indústrias de SC, da transformação e construção civil.

Comparação com o industrial brasileiro                                        Presente e futuro
Na avaliação das condições gerais da economia, o industrial                   Duas opiniões são coletadas para a elaboração do ICEI:
catarinense estava mais cético em meados de 2012. Agora,                      sobre o momento atual e sobre as perspectivas para os
além da elevação do índice, demonstra mais otimismo que o                     meses seguintes. O industrial de SC tem estado cético com o
industrial nacional, apesar da queda em janeiro.                              presente, mas acredita o futuro próximo será melhor.

100                                                                          100
                                               SC         BRASIL                                                   PRESENTE             FUTURO
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 70                                                                           70

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      JAN/12                    JUL/12                       JAN/13                JAN/12                      JUL/12                       JAN/13




10
6 2 ,0
   6 1 ,0



60,0
   6 0 ,0
   5 9 ,0
   5 8 ,0
   5 7 ,0
                                                                                        Sé r ie 1
   5 6 ,0
   5 5 ,0
   5 4 ,0
   5 3 ,0




50,0
   5 2 ,0
            1   2   3   4   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17




40,0


30,0
                                                                                          Série1

20,0
            REVISTA         21                                                                      11
10,0


 0,0
PAINEL
ESPAÇO PARA O BOM HUMOR E A INTERAÇÃO COM O LEITOR




                                                                                            CURSOS & EVENTOS


                                                                                            25 E 26 DE FEVEREIRO
                                                                                            Curso ”Importação e
                                                                                            Benefício Fiscal”
                                                                                            Acij, Joinville
                                                                                            	www.acij.com.br


                                                                                            4 DE MARÇO
                                                                                            Reunião do Conselho Acij,
                                                                                            com presença do prefeito
                                                                                            Udo Döhler
                                                                                            Auditório Acij


                                                                                            5 A 7 DE MARÇO
                                                                                            Programa “Excelência no
                                                                                            Atendimento ao Cliente”
                                                                                            Acij, Joinville
O JOINVILENSE Diogo Cesar É ILUSTRADOR RADICADO EM CURITIBA, JÁ TEVE SEU TRABALHO
PUBLICADO EM REVISTAS COMO ÉPOCA E MAD. TAMBÉM É AUTOR DA WEBCOMIC “PEDRO”, PUBLICADA       	www.acij.com.br
NO SITE WWW.POCOTOMICS.COM



                                                                                            19 DE MARÇO
                                                                                            8º Prêmio Fiesp de
                                                                                            Conservação e Reúso
A Revista 21 demonstra alinhamento             Parabéns à equipe de comunica-               de Água
com as melhores práticas de comu-              ção e aos gestores da Acij. Recebi           	www.fiesp.com.br/
nicação. É uma honra saber que nos-            a última edição da revista e fiquei          	premioagua
sa associação produz um material               impressionado com a qualidade
com este nível técnico e estético. Já          do material. Viajo pelo país minis-
se tornou uma referência para enten-           trando aulas e palestras e posso             19 A 21 DE MARÇO
der melhor a economia de Joinville e           citar poucas entidades com uma               Evento Brazil Road Expo
do país. Parabéns.                             revista desta qualidade. Ganha               Transamérica Expo Center,
                                               Joinville, mas, sobretudo, ganham            São Paulo
                             Wilmar Cidral     os leitores com mais esse canal de           	www.transamericaexpo.
     GESTOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS   comunicação empresarial.                     	com.br

                                                          Ricardo Della Santina Torres
Ficamos contentes com a nota                   PROFESSOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS   26 DE MARÇO
publicada sobre o setor de eventos                                                          Palestra “Sonhos e Pesadelos
e gastronomia em Joinville. Nossa                                                           dos Líderes Empresariais”,
cidade é um polo industrial muito              Erramos. Ao contrário do que registra        César Souza
forte, e esse destaque aquece o                título de nota publicada na edição           Hotel Bourbon
mercado de eventos, que neces-                 de novembro/dezembro da Revista              	www.acij.com.br
sita cada vez mais de estrutura e              21, a empresa Brunswick, recém-
profissionais capacitados, à altura            -instalada no Perini Business Park, é
das feiras e congressos que rece-              de origem norte-americana.                   5 A 14 DE ABRIL
bemos.                                                                                      10ª Feira do Livro de Joinvile
                                               Críticas ou sugestões para a Revista         Centreventos Cau Hansen
                            Janara Ziliotto    21 são bem-vindas. Os meios de               	www.institutofeiradolivro.
                          GERENTE DA BOKITOS   contato estão na página 3.                   	com.br

12
REVISTA   21   13
BRIEFING
INFORMAÇÃO BREVE E SOBRE TUDO



                                                                                                                DIVULGAÇÃO

CAPACITAÇÃO


Tem vaga sobrando
para pessoas com
deficiência
Já tem mais de 20 anos a lei que
exige a contratação de portadores
de deficiência em empresas com
mais de 100 funcionários, de acor-
do com cotas mínimas. Mas não é
nada fácil cumprir a determinação,
tamanha a falta de profissionais
qualificados com esse perfil. A saí­
da tem sido multiplicar cursos. É o
que faz o Programa de Desenvol-
vimento Profissional para Pessoas
com Deficiência do Senai. “Apenas
cumprir a cota, sem dar a produtivi-
dade e qualidade de trabalho que se     Senai dispõe de estrutura adaptada para cursos
espera, leva esses colaboradores a      especiais; na foto, aluno de tecnologia da informação
querer sair da empresa”, explica Ra-
phael da Silveira Geremias, diretor
adjunto da escola do Senai Joinville.   Inserção no mercado
    Criado em 2010, o programa
busca atender às demandas da in-        Todos os cursos do Senai preveem estágio obrigatório – o primeiro pas-
dústria na formação técnica com         so para inserção dos estudantes no mercado de trabalho. De acordo
cursos adaptados. A própria es-         com Sergio Luiz Celestino da Silva, presidente do Conselho Municipal do
trutura do curso é adequada para        Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde), para aumentar a inclusão
o público, com equipe pedagógi-         social deste público, ainda é necessária uma maior fiscalização do gover-
ca capacitada em Libras (lingua-        no e a “própria mudança de paradigmas da pessoa com deficiência, que
gem de sinais) e técnicas de en-        muitas vezes tem medo de perder o Benefício de Prestação Continuada
sino, acessibilidade por meio de        (BPC) caso o trabalho não dê certo”. Hoje, se isso ocorre, a pessoa au-
rampas, elevadores e sanitários,        tomaticamente volta a receber o benefício. “As empresas muitas vezes
além de recursos didáticos para         procuram os PCDs qualificados para trabalhar em áreas que não exigem
diferentes tipos de deficiência.        qualificação”, registra Sergio.
“O programa cria oportunidades              Há nove empresas parceiras do programa mantido pelo Senai, que co-
para as pessoas com deficiência         laboram por meio de patrocínio, contratação de estagiários e até no desen-
(PCDs), como carreira profissio-        volvimento dos cursos. Seu principal auxílio, porém, é com a elaboração
nal, melhoria da qualidade de           técnica do projeto, sugerindo competências necessárias para ocupação
vida, independência social e finan-     das funções de trabalho e contribuindo com a definição do perfil profissio-
ceira”, sublinha Raphael.               nal de saída dos cursos.

NÚMEROS EM ASCENSÃO


Mais de 1.000 pessoas                        Cerca de 120 PCDs                                  17 e 18 anos
com deficiência participaram da              em Joinville tiveram aulas de                      é a idade média dos alunos
formação profissional em SC nos              qualificação profissional e nos cursos             com deficiência que buscam
últimos três anos                            técnicos promovidos pelo Senai                     o primeiro emprego



14
EVANDE DA SILVA/SENAI
                                                            CONSULTORIA


                                                            Interpretação contratual:
                                                            cuidado nunca é demais
                                                            Tropeços na elaboração de con-                lidar com grandes empresas, o
                                                            tratos são mais comuns do que                 pequeno e médio empresário por
                                                            se imagina nas relações empresa-              vezes se sente inseguro na hora
                                                            riais – e podem dar aquela dor de             de assinar o contrato – e toma
                                                            cabeça para as partes. Uma das                essa atitude com medo de perder
                                                            explicações recorrentes é a sim-              o negócio.
                                                            ples falta de atenção na análise do               Se a relação acaba na justiça, a
                                                            documento. A advogada Carolina                interpretação contratual deve ser
                                                            dos Santos afirma que os equívo-              feita da forma mais segura para as
                                                            cos mais frequentes se referem                partes, mas o Código Civil Brasi-
                                                            à aplicação e verificação dos di-             leiro diz que, caso haja cláusulas
                                                            reitos e deveres dos envolvidos.              contraditórias ou com dupla inter-
                                                            “Um caso comum é o da aplica-                 pretação nos contratos de adesão
                                                            ção de juros e multa, muitas ve-              – aqueles elaborados unilateral-
                                                            zes acima da média legal. Quando              mente pelo fornecedor de produ-
Parceria                                                    isso não é observado pela parte               tos ou serviços –, a análise deve
                                                            aderente ao contrato, pode tra-               ser favorável à parte que recebe o
fundamental                                                 zer prejuízos”, complementa. Ao               documento para assinatura.

Para as empresas, o Senai pode
apoiar na identificação de pes­                             APRENDA A
                                                                                                Há dois tipos de
soas com deficiência e no pro-                              INTERPRETAR
                                                            UM CONTRATO                     interpretação contratual
cesso de seleção. “É um projeto
desenvolvido com as empresas,
e não para as empresas”, expli-
ca Raphael Geremias. Como re-


                                                              1                                               2
conhecimento da iniciativa, dois                                       Interpretação objetiva                        Interpretação subjetiva
prêmios já foram conquistados:                                         Deve examinar o contrato                      O legislador também
o Prêmio Nacional de Educação                                          sob o ponto de vista da                       analisa a vontade das
e Direitos Humanos de 2010, re-                                        vontade das partes. O                         partes, mas questiona
ferente ao Laboratório de Aces-                                legislador ajuda a parte mais fraca            primeiramente qual foi a intenção
                                                               à medida que considera princípios              comum das partes, e não a
sibilidade, e o Prêmio Elpídio                                 como o da boa-fé.                              vontade de cada um.
Barbosa de 2011, concedido pelo
Conselho Estadual de Educação.
Para os portadores de deficiên-
cia, o curso é gratuito. Paralelo                                       No Código Civil                   advogado que tenha conhecimento na
                                                                        A partir do artigo 104 no         área, antes da sua assinatura, pois ele irá
às ações do Senai, o Comde tem                                                                            interpretar as cláusulas de acordo com
                                                                        Livro III, intitulado “Dos
rea­
   lizado seminários de empre-                                          fatos jurídicos”, estão as leis   a lei.
gabilidade, fóruns com agências                             referentes aos negócios jurídicos, onde
de RH e fiscalização nas empre-                             se explicita, por exemplo, a interpretação               De olho no contrato
sas, como também discussões                                 baseada na boa-fé e nos costumes da                      Mas, se isso não for possível,
                                                            localidade.                                              é interessante que as partes
nas conferências municipais com                                                                                      discutam as cláusulas do
ela­
   boração de propostas que                                            Consulte um profissional           contrato antes da assinatura, de forma
contemplem as pessoas com                                              O que se indica sempre é a         que fiquem claras e concisas evitando
deficiên­ ia no mercado.
         c                                                             análise do contrato por um         uma futura discussão.



REVISTA   21                                                                                                                                       15
OBRAS NO AEROPORTO                     COMO FUNCIONAM OS EQUIPAMENTOS
                                       O ILS é um sistema de aproximação baseado na transmissão de sinais de rádio, da
Mais gente no ar                       pista para a aeronave. Auxilia no posicionamento de aterrisagem. É composto de dois
                                       equipamentos, o localizer e o Shelter glide. O Papi também será instalado.
Em se tratando de segurança, o
Aeroporto Lauro Carneiro de Loyo-
                                       1   Localizer                            2       Shelter Glide                                         3    Papi
                                                                                                                                                          MUITO ALTO
la, de Joinville, começa a assumir                                                                                                                        LIGEIRAMENTE ALTO
ares de gente grande. Dentro de                                                                                                                           POSIÇÃO CORRETA
                                                                                                                                                          LIGEIRAMENTE BAIXO
cerca de quatro meses, estará ins-                                                                                                                        MUITO BAIXO
talado, na cabeceira 33, o equipa-
mento ILS, também chamado de           Equipamento que mostra                 Equipamento que                                                Sistema auxiliar, com
Sistema de Aproximação de Preci-       através de ondas VHF a                 simula uma rampa de                                            quatro caixas de luzes
são, abastecido por informações        orientação lateral ideal               aproximação através                                            vermelhas, que indica
                                       em relação à pista,                    de ondas UHF. Mostra a                                         a posição vertical de
de localizador em VHF e Glide Slo-     possibilitando ao piloto a             orientação vertical que a                                      aproximação. Funciona
pe em UHF, que exibem a orienta-       correção do avião                      aeronave deve tomar                                            com visibilidade reduzida
ção lateral e o ângulo de descida,
ajudando no alinhamento da aero-       A posição dos
nave com o eixo da pista e com         equipamentos na
a correta trajetória para pouso. Na    pista do aeroporto                                                                                                        ONDE FICA

cabeceira 15, a pista recebe outro                                                              Bairro Cubatão

equipamento que ajudará na apro-
ximação para as aeronaves chega-                                                                                                                                   AEROPORTO

rem ao solo. Chamado de Papi, o                 Rio Cubatão
sistema é um indicador de rampa                                   1
de aproximação desenvolvido pela                CABECEIRA
Organização de Aeronáutica Civil                   15
Internacional (Oaci) – e é integrado                                                3
por uma barra lateral com quatro
caixas de luzes, instalada, normal-
                                                                                                  Pi
mente, do lado esquerdo da pista.                                                                   st
                                                                                                       a
                                                                                                           de
    O Papi vai informar, com preci-                                                                             de
                                                                                                                  co
                                                                                                                     la
são, a posição ideal para a aerona-                                                                                    ge
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ve pousar. Associadas à ampliação                                                                                             te
                                                                                                                                 rri
                                                                                                                                    sa
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do aeroporto – que está em fase de                                                                                                       m
desapropriação das áreas vizinhas,
                                                             t
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                                                        um




para chegar aos ideais 2 milhões
                                                     D




                                                                                                                                                                 CABECEIRA
                                                   os




                                                                                                                                            2                       33
                                                   nt




de metros quadrados, ou 150%
                                                Sa
                                             da




maior que o atual –, as mudanças
                                               i
                                            en
                                         Av




acenam para um cenário novo                              250 METROS

e promissor. O superintendente
Rones Haidemann aposta que os
números de voos – e também de
                                       A movimentação do aeroporto
passageiros – devem crescer bas-
tante. Operando com pouco mais         Passageiros                                                          Pousos e decolagens
de metade de sua capacidade de                                        484.305                                                                        9.902            10.106
                                                                                    421.593                                            8.315
movimentação de passageiros,
o Aeroporto de Joinville deve ver                       289.161                                             5.831
cair para algo em torno de 0,5%        208.492
o índice de voos sem autorização
para pouso, beneficiando enorme-
mente o usuário.                         2009            2010          2011              2012                    2009                       2010          2011           2012




16
GARUVA
                                                                                                                                                     4KM
                                                                                                          ITAPOÁ

                                                                                                              Jaca
O QUE FOI FEITO

1   Trecho entre o
    Cubatão e a Vigorelli                                                                            5
2   Trecho entre o                                      Cubatão
                                                                  1        Gibraltar
    Gibraltar e o Estaleiro                                   Vigorelli             2                Porto
                                                                                                                              Enseada
                                                                               Estaleiro                             SC-301
3   Trecho entre
                                                JOINVILLE                                        3
    Laranjeiras e a BR-280
                                                ZONA                             Laranjeiras
                                                URBANA                                                        SÃO
4   Projeto executivo para                                                                                    FRANCISCO
    Salinas, em Barra do Sul                                                                                  DO SUL

                                                                                                      6
PARA 2013

5   Trecho entre o Estaleiro e
                                                                          ARAQUARI
    a Comunidade de Jaca
                                                                                                                     Praia do Ervino
6   Pavimentação do                                                               BR-280
    acesso ao Ervino



          JARAGUÁ DO SUL                GUARAMIRIM                                                        4          BARRA DO SUL


                                                                      BR-101




                              ÁREA AMPLIADA


                                                                                                                                  Oceano Atlântico




                                                                                               BARRA VELHA


LITORAL

A quantas anda da Costa do Encanto
Ainda não foi neste verão que os               de Desenvolvimento Regional de                                 em um total de R$ 24,5 milhões. O
                                                                            PENHA
turistas puderam desfrutar da total            Joinville (SDR), foram despendidos                             término da pavimentação do aces-
integração viária dos municípios               R$ 2,3 milhões na pavimentação                                 so à Praia do Ervino, em São Fran-
praianos do Litoral Norte, como                de um trecho de dois quilômetros,                              cisco do Sul, também está previsto
prevê o projeto Costa do Encanto,              do bairro Cubatão à praia da Vigo-                             para este ano.
do governo estadual. Mas as obras              relli, em Joinville. Em 2012, foram                                Para completar, o projeto exe-
vão avançando. O projeto, que en-              entregues os 6,3 quilômetros que                               cutivo das obras entre a praia de
volve oito regiões – entre elas, Ara-          ligam os trechos Gilbratar/Estalei-                            Salinas, em Balneário Barra do Sul,
quari, Balneário Barra do Sul, Barra           ro e os 3,9 quilômetros que unem                               e a BR-101, em Araquari, já foi fi-
Velha, Garuva, Itapoá, Joinville e             Laranjeiras à BR-280, ambos em                                 nalizado, com um recurso estima-
São Francisco do Sul –, sustenta-se            São Francisco do Sul, em um in-                                do em R$ 56,3 milhões. A primei-
em um tripé formado por estrutura              vestimento total de mais de R$ 10                              ra fase da Costa do Encanto está
de transporte, incentivo e resgate             milhões. Para 2013, a previsão é                               sendo executada pelo governo do
das culturas populares e preserva-             iniciar obras no pedaço que vai do                             Estado, por meio de um financia-
ção ambiental.                                 Estaleiro, em São Francisco do Sul,                            mento com a Cooperação Andina
     Segundo dados da Secretaria               à localidade de Jaca, em Itapoá,                               de Fomento (CAF).


REVISTA   21                                                                                                                                               17
INFRAESTRUTURA

Santos Dumont perto da duplicação
O intenso trânsito para chegar aos      2012, pelo governador Raimundo
principais centros universitários de    Colombo, que revelou que os recur-
Joinville e ao aeroporto passa pela     sos seriam obtidos pelo BNDES.
Avenida Santos Dumont. Para aliviar         O valor, porém, não pode ser
o movimento, a proposta é dupli-        destinado a desapropriações, fican-
car o trecho a partir do final da Rua   do o pagamento a cargo da prefeitu-
João Colin, em uma extensão total       ra, que afirma não ter dinheiro para
de 8.100 metros. Recentemente           esse fim. Para contornar a situação,
o tema foi discutido entre a Acij, o    o prefeito Udo e a Acij buscam a
prefeito Udo Döhler e o secretário      doa­ ão das faixas de terreno neces-
                                            ç
estadual da Infraestrutura, Valdir      sárias à duplicação junto a proprietá-
Cobalchini. A previsão da Secretaria    rios de grandes áreas. O argumento
de Infraestrutura é de que as obras     é a importância do desenvolvimen-
se iniciem em março, mas o projeto      to da região, e, por consequência,
ainda necessita a aprovação da Fun-     da cidade, além da valorização
dação Municipal do Meio Ambiente        imobiliá­ia. O primeiro a ceder a fai-
                                                 r
(Fundema) e da desapropriação de        xa de terreno, com testada de 150
um total de 96 imóveis, pertencen-      metros e total de 880 metros qua-
tes a 78 donos. A Infrasul venceu a     drados, foi o Perini Business Park,      Trecho da Santos Dumont próximo
licitação, com proposta de R$ 47,9      por meio do diretor Marcelo Hack,        ao centro universitário, em uma
milhões, valor 22% menor do que o       A Transtusa também cedeu 100 me-         das regiões mais movimentadas de
estipulado pelo edital, de R$ 61 mi-    tros de testada, além das empresas       Joinville: previsão é de que as obras
lhões, e a autorização para o início    Campeã e Duque. A Acij, que atua         comecem em março, mas ainda falta
dos trabalhos deve ser concedida        como facilitadora, está em contato       resolver a desapropriação de áreas
neste 18 de fevereiro pelo governo      com a prefeitura para buscar incen-
estadual. A duplicação foi anuncia-     tivos fiscais às empresas que doa-
da bem antes, no final de maio de       rem seus terrenos.



GESTÃO DE RISCOS

Solução da OpenTech controla jornada de caminhoneiros
Em nome da segurança do trânsito        tervalo – e identificação de paradas         A empresa, criada em 2001, é
e dos motoristas, o Brasil tem, des-    para refeição, descanso e espera.        especializada em gerenciamento
de meados do ano passado, uma               Foi de uma empresa joinvilen-        de riscos – e recentemente incor-
legislação específica para os pro-      se que surgiu uma das mais com-          porou novos sócios: a Jequitibá
fissionais do volante, com ênfase       pletas soluções para o desafio           Participações, liderada por Jorge
aos transportadores de carga que,       de cumprir a legislação e ajudar         Steffens e Paulo Caputo. Com no-
diariamente, cruzam este país conti-    a proteger os profissionais, seus        vos diretores contratados e um
nental. Hoje, motoristas e empresas     veí­ ulos e cargas – além de todo
                                           c                                     forte conselho de administração –
têm de se submeter à regulamenta-       o trânsito, nas movimentadas es-         Alfredo Zattar, Sérgio Trauer, Jorge
ção, que indica, por exemplo, perío-    tradas verde-amarelas. Batizado de       Steffens, Paulo Caputo Uhdre e Mi-
dos ininterruptos máximos de qua-       OpenJornada, o software exclusi-         guel Abuhab –, a OpenTech preten-
tro horas – é necessário parar por      vo da OpenTech já ajuda a monito-        de ser a “número um” do Brasil em
pelo menos 30 minutos a cada in-        rar cerca de 12 mil veículos por dia.    gestão de riscos ainda em 2013.


18
PENINHA MACHADO
                                 SANTOS DUMONT TEM 8 KM E É
                                 O PRINCIPAL ACESSO AO AEROPORTO

                                                       Jardim Paraíso
                                                                 AEROPORTO

                                               ÁREA AMPLIADA




                                  UNIVILLE

                                             Av. Santos Dumont




                                       TERMINAL NORTE


                                             Rua João Colin




                                                                    1 km
                                         Centro




REVISTA   21                                                               19
INDICADORES ACIJ

Importações superam exportações pela primeira vez no século
As importações de Joinville bateram recorde em
2012. E foi também a primeira vez, desde 2000,                                                     1.047,2
que superaram as exportações em um ano. Foram                                              999,4
                                                                                                             943,2
R$ 213,6 milhões a mais de compras. É um
resultado anunciado. Desde 2008, início da crise
internacional, Joinville registrava a cada ano                           745,7     723,4
saldos menores em favor das exportações.
                                                               554,1                                                 565,8
Saldo da balança
comercial joinvilense               445,5
                                               391,2   387,7
VALORES EM US$ MILHÕES
	
	  POSITIVO PARA AS
	EXPORTAÇÕES
                                                                                                                             231,2            213,6
	
	  POSITIVO PARA AS 	
	IMPORTAÇÕES
                                                                                                                                     24,2
                                     2000       2001    2002    2003     2004       2005    2006    2007     2008    2009     2010    2011     2012




A mudança no fluxo                                                              De quem compramos
Abaixo, as linhas de desenvolvimento do valor total da                          O gráfico abaixo mostra o desempenho percentual
balança comercial de Joinville, entre 2000 e 2012. Até                          dos 20 primeiros países na lista de importações
2008, a balança pendeu para o lado das exportações.                             de 2012, em relação a 2011. Treze deles tiveram
Mas a queda de 2009, acompanhada da explosão nas                                desempenho positivo de uma ano para o outro.
importações em 2010, inverteu a tendência. Desde                                China, líder na vendas para Joinville, teve crescimento
2010, as importações crescem em ritmo constante e                               de 4,65%. Chile, Cingapura, Japão, México e França
as exportações apresentam queda.                                                se destacam. Argentina apresenta queda.
Evolução da balança comercial joinvilense                                       Os 20 países de quem mais compramos em 2012
VALORES EM US$ MILHÕES                                                          VALORES EM US$ MILHÕES
                                                                                                                       VARIAÇÃO EM%, DE 2011 P/ 2012
                                                                                1º	CHINA	             656.444.891	 4,65
2.000                                                                           2º	CHILE	             231.862.179	 90,04
                                                               1.824,0          3º	ALEMANHA	          168.189.051	 -0,61
                                            1.712,4                             4º	EUA	               114.750.168	 6,14
                                                                                5º	ARGENTINA	          74.250.233	 -20,10
                                                                                6º	PERU	               59.843.352	 -3,52
1.500
                                                               1.610,4          7º	CINGAPURA	          59.091.168	 168,50
                                                                                8º	 COREIA DO SUL	     51.326.248	  -3,33
                                                                                9º	TAIWAN	             42.873.574	 0,98
                    EXPORTAÇÕES
                                                                                10º	JAPAO	             41.922.185	 64,32
1.000                                                                           11º	ITALIA	            35.654.655	 -11,29
                                                                                12º	MEXICO	            35.517.964	 111,20
                                            769,2                               13º	FRANCA	            24.700.866	 76,66
                                                                                14º	 REINO UNIDO	      23.990.175	   2,80
    600,3                                                                       15º	ÍNDIA	             21.688.389	 -7,03
500                                                                             16º	SUÍÇA	             13.179.767	 -29,18
                                                                                17º	ESPANHA	           12.433.635	 15,52
                                   IMPORTAÇÕES                                  18º	 AFRICA DO SUL	    12.374.723	  30,35
    156,8                                                                       19º	FINLÂNDIA	         11.828.137	 19,69
                                                                                20º	MALÁSIA	           11.311.394	 40,27
0
    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012            FONTE: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR




20
PENINHA MACHADO

SINAL DE ALERTA

Um monstro
de duas cabeças
Não é apenas a chamada desindus-
trialização que preocupa o empresa-
riado brasileiro, com a participação
cada vez menor do setor industrial
no bolo da economia e o desestímu-
lo recorrente a novos investimentos.
Para Carlos Pastoriza, diretor da As-
sociação Brasileira da Indústria de
Máquinas (Abimaq), há outro fantas-
ma à espreita: a desnacionalização.
    Em palestra na Acij, Pastoriza
comparou esses fenômenos a um
“monstro de duas cabeças” que só
poderia ser combatido com medi-
das palpáveis, da parte do governo
federal, para resgatar a competiti-     Pastoriza, da Abimaq: “A desnacionalização é um processo que corre
vidade da indústria verde-amarela.      solto, sem qualquer limite à compra de empresas por estrangeiras”
Entre elas, citou aspectos como
câmbio e tributos, “que criam um ce-
nário de insegurança ao empresaria-     em maquiador ou produtor de itens            limite à compra de empresas na-
do brasileiro”, além da necessidade     com baixo valor agregado”.                   cionais por grupos estrangeiros”.
de criar “regras claras que atendam        À Revista 21, o diretor da Abi-           Quanto ao futuro, não é lá muito
aos interesses do Brasil”, a exemplo    maq afirmou que o governo Dilma              otimista: “Infelizmente, se é que a
da restrição de investimentos es-       tem dado mostras de que está preo­           história serve de base, não se farão
trangeiros em setores estratégicos      cupado com a desindustrialização,            mudanças importantes antes que
e a obrigatoriedade de “conteúdo        mas que não se pode dizer o mes-             uma grande crise nos assole, como
local” em produtos manufaturados,       mo da desnacionalização: “Esse               se pode ver com o exemplo da Eu-
“para que o país não se transforme      processo corre solto, sem qualquer           ropa hoje”.




REVISTA   21                                                                                                              21
CONJUNTURA
TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE




22
A virada da inovação
Com parques tecnológicos
e incubadoras, Joinville                ciclo, as universidades geram o         Parque Tecnológico do Norte Cata-
                                        conhecimento e capacitam os pro-        rinense – com a chancela da Acij, e
acena para o advento                    fissionais, os governos contribuem      que se encontra em fase de plane-
                                        com políticas públicas de fomento       jamento – e o o Inovaparq, em ativi-
da economia criativa                    e as empresas levam isso tudo para      dade desde 2011.
                                        o campo prático, promovendo o               Parques tecnológicos são uma
                                        desenvolvimento regional com res-       das principais iniciativas que repre-
                                        ponsabilidade social.                   sentam a aplicabilidade da tríplice
A união de forças entre universi-           No caminho que, defendem            hélice. Normalmente sem fins lucra-
dades, iniciativa privada e governo     os teóricos, vem fazendo a transi-      tivos, criam um espaço onde em-
é uma fórmula consolidada mun-          ção da sociedade industrial para        presas de inovação se hospedam e
dialmente como essencial para ala-      a sociedade do conhecimento,            realizam a intermediação entre tais
vancar a inovação. Criado em 1990       Join­ille percebe a importância da
                                             v                                  empreendimentos com as univer-
por Henry Etzkowitz, diretor do Ins-    assim chamada “economia criati-         sidades e o governo. Nesse senti-
tituto de Política Científica da Uni-   va”. Foi o primeiro município catari-   do, o Inovaparq se sobressai por
versidade do Estado de Nova York,       nense a aprovar a Lei da Inovação       ser o único no Brasil que é gerido
o modelo sugere um movimento            (nº 7170/2011), tem um Conselho         por quatro entidades de ensino e
cíclico, espiral e cumulativo do pro-   Municipal de Ciência, Tecnologia e      ainda de esferas diferenciadas: Uni-
cesso criativo e inovador – por isso    Inovação (Comciti) e está desenvol-     versidade da Região de Joinville
chamado de tríplice hélice. Nesse       vendo dois parques tecnológicos: o      (Univille), Universidade Estadual de




                                                                                                           FÁBIO ABREU




REVISTA   21                                                                                                       23
Santa Catarina (Udesc), Universida-       dade de desenvolver um plano de
de Federal de Santa Catarina (UFSC)       capacitação envolvendo alunos de
e Pontifícia Universidade Católica        diferentes cursos e a proximidade
(PUC). “Na sociedade do conheci-          do conhecimento técnico e teórico,
mento, o almejado desenvolvimen-          que colabora na melhoria dos pro-
to econômico e social sustentável         cessos internos. “Estávamos em
somente será possível a partir da         um prédio no centro de Joinville,
interação efetiva entre esses atores      bem instalados, mas resolvemos
que compõem a tríplice hélice da          mudar para mostrar que essa parce-
inovação”, sustenta Sandra Furlan,        ria é algo definitivo, que não temos
reitora da Univille. Para a universida-   a distância física como desculpa
de, a idealização do projeto tomou        para não realizar esse tipo de pro-
como base a necessidade cada vez          cedimento”, ressalta o gestor. Fun-
maior de as empresas pautarem             dada no Chile em 1974, a Sonda IT
seu desenvolvimento tecnológico           tem mais de 12 mil colaboradores,
a partir da inovação em produtos e        seis mil destes no Brasil, onde atua
processos, sem deixar de lado a ino-      há 20 anos. É a quarta maior empre-
vação organizacional.                     sa de tecnologia da informação da
     Localizado em terreno da Uni­        América Latina, segundo o Interna-
ville, onde antigamente era sede          tional Data Corporation (IDC). Em
do Sesi, o Inovaparq tem 63 mil           Joinville, com 40 funcionários, atua
metros quadrados disponíveis              no segmento de aplicativos.
para construção, mas hoje ocupa               As empresas maiores que se
somente seis mil. A ideia é dispo-        instalam em parques tecnológicos
nibilizar às empresas instaladas o        também podem fazer negócios
acesso ao ambiente de conheci-            com empreendimentos iniciantes,
mento das univer­dades, ofere-
                      si­                 mantidos em incubadoras dentro
cendo outras possibilidades, como         do próprio parque. Como o nome
a realização de projetos de pesqui-       indica, as Incubadoras de Base
sa e desenvolvimento e a captação         Tecnológica (IBT) têm o objetivo de
de recursos para apoio à inovação,        apoiar o desenvolvimento de novas      Vanessa Collere, do Inovaparq:
com o suporte de professores,             empresas, especialmente por meio       complexo dá suporte em
pesquisadores e estudantes de di-         de treinamentos e consultoria em       mercado e gestão; na foto de
versas áreas.                             gestão. “Quando se trata do setor      cima, Lineu, da EcoBabitonga;
     Hoje, o Inovaparq abriga uma in-     de inovação, os empreendedores         na de baixo, Walter, da Sonda IT
cubadora tecnológica e outros três        têm uma formação técnica muito
empreendimentos, com destaque             boa, mas geralmente não possuem
para a Sonda IT, empresa âncora           conhecimento de mercado e de as-
do complexo. O termo “empresa             pectos de gestão”, explica Vanessa
âncora” designa uma grande organi-        Collere, da diretoria do Inovaparq,
zação que se instala no parque em         que mantém sete empresas abriga-       fármacos e saúde, logística (mobili-
sua fase inicial e que irá promover       das na incubadora.                     dade), materiais e tecnologia da in-
a atração de outras empresas por              Sob a mesma ótica do Inova-        formação e comunicação, que são
meio da credibilidade que empresta        parq, Joinville espera pela vinda      consideradas estratégicas para a
e por trazer consigo um conjunto de       de mais um parque tecnológico,         cidade e para a economia. Concebi-
demandas que podem ser supridas           conduzido pela Acij. A intenção é      do como um complexo de clusters
por outras instituições.                  implantá-lo às margens da BR-101,      mutissetoriais – uma concentração
     Walter Lohmann, gestor da ope-       próximo ao campus da UFSC. O           de empresas de diferentes setores
ração da Sonda IT Joinville, conta        Parque Tecnológico do Norte Cata-      que colaboram entre si –, o parque
que o principal motivo para a insta-      rinense vai se concentrar nas áreas    visa estimular o desenvolvimento
lação no Inovaparq foi a possibili-       de economia verde, biotecnologia,      regional a partir da interação entre


24
PENINHA MACHADO

                                                                              pesquisa, incubadoras, áreas de
                                                                              teste, entre outros elementos ne-
                                                                              cessários para o desenvolvimen-
                                                                              to de inovações, e o restante será
                                                                              destinado à conservação ambien-
                                                                              tal.
                                                                                   Atentando ao caráter re­ional
                                                                                                             g
                                                                              embutido no título do projeto, o
                                                                              presidente da Acij ainda afirma que
                                                                              outras cidades devem ser contem-
                                                                              pladas pelo empreendimento, por
                                                                              meio da rede de Associações Em-
                                                                              presariais do Norte Catarinense.
                                                                              “Com o desenvolvimento da eco-
                                                                              nomia em áreas de inovação, incre-
                                                                              mentado pelo Inovaparq, e a cons-
                                                                              tituição desse novo parque, a popu-
                                                                              lação terá benefícios no surgimen-
                                                                              to de mais empresas, que geram
                                                                              empregos, renda e impostos para
                                                                              os municípios. A médio prazo, o
                                                                              benefício será na criação de con-
                                                                              teúdo e tecnologia, preciosos para
                                                                              o desenvolvimento da região com
                                                                              independência e na vanguarda tec-
                                                                              nológica”, prevê Aguiar.
                                                                                   O aval institucional para esses
                                                                              esforços virá, também, do Conse-
                                                                              lho Municipal de Ciência e Tecnolo-
                                                                              gia e Inovação (Comciti), criado em
empresas e ICTI.                        Acij espera a aprovação da Lei de     março de 2012 e que conta com 25
    A proposta surgiu em 2007.          Ordenamento Territorial (LOT), que    representantes do poder público,
Com o apoio da Fundação Certi,          tramita na Câmara de Vereadores.      setor privado, associações e insti-
a primeira etapa, que consiste          “A LOT determina que o espaço         tuições acadêmicas. Sua função é
em rea­  lizar um planejamento e        destinado ao parque passe de área     propor e fiscalizar políticas públi-
estudo detalhados, já foi finaliza-     rural para área de transição, pos-    cas de desenvolvimento técnico-
da. De acordo com Mohana Faria          sibilitando o investimento, com       -científico, além de promover a
de Sá, coordenadora de Projetos         aproveitamento de até 20% do          democratização do conhecimento
do Centro de Empreendedorismo           terreno e preservação permanente      das novas técnicas e incentivar sua
Inovador da Fundação Certi, os          do restante”, explica Mario Cezar     adaptação à realidade local. “Join­
critérios utilizados para avaliação     de Aguiar, presidente da Acij. As     ville ocupará posição de relevância
do terreno foram proximidade do         áreas de transição são considera-     nacional, a partir da estruturação
campus da UFSC Joinville, acessibi-     das zonas de amortecimento entre      dos projetos idealizados pelo Com-
lidade e análise ambiental, fundiária   o urbano e o rural, com a ocupação    citi e da Lei da Inovação, tendo as
e da tipologia do terreno. “Para as     controlada pela prefeitura. Para      instituições de ensino papel fun-
próximas etapas, é necessário que       o parque, estão previstos 30 mi-      damental”, observa o economista
sejam feitos estudos técnicos de-       lhões de metros quadrados dessa       Marcos de Oliveira Vieira, diretor
talhados e aprofundados, principal-     área, mas a taxa de ocupação será     executivo da Secretaria de Integra-
mente quanto à sondagem do ter-         de 600 mil metros quadrados,          ção e Desenvolvimento Econômi-
reno e à hidrologia”, complementa.      considerando três pavimentos. O       co, que passa a presidir o conselho
    Para o projeto deslanchar, a        espaço receberá laboratórios de       neste ano.


REVISTA   21                                                                                                   25
Da academia para o empreendedorismo
Ao tomar conhecimento do edital        za bioensaios automaticamente,            Para Gilmar Erzinger, a instala-
que abria vagas no Inovaparq, o pro-   usando técnicas de análise de          ção em uma incubadora tem sido
fessor doutor Gilmar Erzinger e o      imagem em tempo real, com o auxí­      “uma experiência excelente, ao
mestre Lineu Fernando Del Ciampo       lio de uma alga unicelular. “Procura   permitir a interação com outras
encontraram o lugar certo para de-     alterações no comportamento do         empresas de perfil semelhante,
senvolver um produto voltado à área    movimento do organismo, indu-          empreendedores que acreditam
de bioen­ aios. Engajados em pes-
         s                             zidas por substâncias tóxicas que      em inovação”. Outro ponto positivo
quisas sobre mudanças climáticas       afetam seus parâmetros fisiológi-      é a proximidade com a universida-
globais e ecossistemas aquáticos,      cos”, explica Lineu.                   de e a indicação de fornecedores
em parceria com a Friedrich-Alexan-        A iniciativa já conquistou prê-    confiáveis. Lineu chama atenção
der Universitat Erlanger-Nurnberb/     mios internacionais, como o “In-       para o acesso facilitado a editais de
Fauen, da Alemanha, resolveram         foDev Top 50 SMEs”, recebido           fomento para uma série de ativida-
se aventurar no empreendedoris-        em 2011, no Fórum Global de Ino-       des. Os professores já pensam nas
mo e lançar um instrumento para        vação e Tecnologia, na Finlândia.      próximas ideias, que devem levar
medição de radiação ultravioleta e     No mesmo ano, um artigo sobre          em consideração a mesma tecno-
um biossistema para análise de pa-     o tema foi apresentado no 6º Con-      logia de análise e imagens de vídeo
râmetros de poluição ambiental em      gresso Brasileiro de Biossegurança     em tempo real com o apoio de um
ecossistemas aquáticos. A empresa      e alcançou reconhecimento como         aeromodelo com controle remoto,
deles se chama EcoBabitonga.           melhor trabalho na seção “Descarte     além de pesquisas para tratamento
   O ImagingTox System M reali­        e descontaminação”.                    de efluentes.




26
COMO FAZER PARTE DO INOVAPARQ




1       As “incubadas” são escolhidas por
        edital, devem apresentar diferencial
        inovador e pertencer às seguintes
plataformas tecnológicas: biotecnologia,
                                                2       É necessário que as empresas
                                                        interessadas montem um
                                                        plano de negócios, no qual
                                                seja demonstrada a viabilidade do
                                                                                       3        As empresas se instalam na
                                                                                                incubadora, em uma das salas de
                                                                                                15 m2, e podem usar o restante
                                                                                       da estrutura do parque. A utilização de
design, químico farmacêutico, materiais,        empreendimento, o cenário do setor     laboratórios ou equipamentos específicos
meio ambiente, metal mecânico ou                de atuação e a solução desenvolvida    mantidos pelas universidades também é
tecnologia da informação e comunicação          para o mercado                         facilitada pelo parque



“Estado máximo da inovação”
Joinville segue o movimento esta-              múlti­las áreas de conhecimento.
                                                     p                                 a vocação econômica regional, en-
dual da inovação e do surgimento               No período de 2002 a 2011, a enti-      volvendo instituições de pesquisa,
de parques tecnológicos. Além                  dade investiu R$ 6 milhões em 31        empresários e governo, para criar
do Inovaparq, já existem três par-             dessas incubadoras, apoiando pro-       um modelo que atraia e retenha
ques em Florianópolis (Parque                  jetos de implantação, estruturação      empreen­ dimentos, atendendo às
Tecnológico Alfa, Sapiens Parque               ou fortalecimento das unidades.         demandas dos municípios que farão
e Corporate Park) e um em Tuba-                Mais de 200 empresas já foram           parte desses distritos. A meta do
rão (Uniparque). De acordo com a               graduadas, cresceram e se conso-        governo é investir R$ 40 milhões.
Fundação de Amparo à Pesquisa e                lidaram, tornando-se autônomas,             O Inova@SC foi criado em
Inovação no Estado de Santa Ca-                com endereço próprio, e expandin-       2011 como parte do plano de
tarina (Fapesc), outros 12 empre-              do produtos e serviços até junto ao     ação para a Secretaria do Desen-
endimentos estão em fase de im-                mercado internacional.                  volvimento Econômico Sustentá-
plantação, com apoio do programa                   Para Randolfo Decker, coordena-     vel (SDS), traçado pelo secretário
Inova@SC, desenvolvido pelo go-                dor de projetos técnico-científicos     Paulo Bornhausen. “Ouvindo os
verno estadual e que busca tornar              da Fapesc, o futuro das cidades         setores da indústria e do comér-
Santa Catarina o “Estado máximo                depende cada vez mais da oferta         cio e a sociedade, ficou claro que
da inovação”.                                  de serviços e produtos relaciona-       tínhamos que construir uma nova
    As incubadoras também alcan-               dos à economia criativa. O coor-        economia baseada na inovação”,
çam destaque. Um levantamento                  denador avalia que Joinville, pela      comenta. Num primeiro momen-
realizado pela Fapesc no ano pas-              localização estratégica e estrutura     to, foram mapea­ as todas as ini-
                                                                                                          d
sado apontou 38 incubadoras de                 político-econômica, é o lugar apro-     ciativas existentes em Santa Ca-
base tecnológica em atividade no               priado para atrair empreendimentos      tarina para estímulo da inovação e
Estado. Ao todo, 300 micro e pe-               inovadores. A cidade será um dos        foi diagnosticada a importância da
quenas empresas empregam em                    12 polos regionais que integram o       criação desses ambientes, para os
torno de 1.900 profissionais de                Inova@SC. A ideia é levar em conta      quais se deu o nome de distritos


REVISTA   21                                                                                                                27
DIVULGAÇÃO
de inovação. Em um ano, foram
lançados os distritos de Itajaí,
Chapecó e Joaçaba.
    Em Joinville, o centro de ino-
vação será implantado junto ao
Inovaparq e terá as obras iniciadas
ainda neste ano. Paralelamente,
o governo tem se colocado como
parceiro para a implantação do
Parque Tecnológico do Norte Ca-
tarinense, liderado pela Acij. “Após
esses primeiros passos, o projeto
Inova@SC entra em uma fase de
consolidação e instituciona­ização.
                            l
Nossa meta é criar esses ambien-
tes de inovação e, a partir daí,
entrar numa nova etapa de gera-
ção de valor para a economia que
é o fomento aos negócios”, com-
plementa Bornhausen. A articula-
ção do Inova@SC também já tem
gerado a captação de recursos
junto às esferas do governo, como
o Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI), e acordos in-
ternacionais para transferência de
conhecimento e tecnologia, e de
intercâmbio comercial.                 Paulo Bornhausen é o                 em funcionamento.
    Para Francilene Procópio Gar­      mentor do Inova@SC:                      A presidente da Anprotec
cia, presidente da Associação Na-      meta é criar “ambientes              aponta como os principais bene-
cional de Entidades Promotoras         de inovação” espalhados              fícios dos parques tecnológicos
de Empreendimentos Inovadores          por todo o Estado                    a integração entre instituições de
(Anprotec), os parques tecnoló-                                             pesquisa, empresas nascentes e
gicos beneficiam as empresas                                                organizações de grande porte, o
nele abrigadas, além da região e                                            desenvolvimento de um ambiente
da economia como um todo, por                                               favorável à troca de experiências
gerar um ambiente de cooperação                                             e parcerias, geração de empregos
entre organizações inovadoras de       estudo para detalhar e atualizar     e criação de demanda para tercei-
todos os portes e instituições de      o perfil dessas instituições, das    rização de serviços. “Esses meca-
ciência e tecnologia. “Os serviços     empresas e entidades que estão       nismos de apoio à inovação contri-
oferecidos são de alto valor agre-     baseadas nelas, além de identifi-    buem de forma relevante para con-
gado, facilitam o fluxo de conheci-    car quantos parques existem em       solidar a formação de uma indús-
mento e tecnologia, possibilitam       cada região. “Nossa base de dados    tria forte e competitiva baseada
a geração de empregos qualifica-       indica que as regiões Sul e Sudes-   no conhecimento, bem como para
dos e o aumento da cultura e da        te apresentam números bastante       criar condições mais favoráveis à
atividade empreendedora”, com-         semelhantes em relação ao total      agregação de tecnologia e inova-
plementa.                              de parques tecnológicos em ope-      ção ao setor industrial, agrícola e
    O Brasil conta com 90 projetos     ração”, afirma Francilene Garcia.    de serviços já estabelecidos em
de parques tecnológicos, sendo         São 24 projetos no Sul, dos quais    nosso país”, atesta. Outro ponto
que aproximadamente 30 estão           13 estão em operação, e 52 no Su-    que a entidade percebe é o cres-
em operação. A Anprotec iniciou        deste, com 12 empreendimentos        cente interesse de investidores


28
estrangeiros no país e nas empre-
sas inovadoras aqui sediadas, das
                                         vestimento no setor da inovação,
                                         com o tema ganhando destaque
                                                                                   Joinville foi o primeiro
quais muitas têm base em parques         em pautas estratégicas do go-             município a criar lei
tecnológicos.                            verno. O plano Brasil Maior, con-
   Para as incubadoras, a Anpro-         cebido no governo da presidente           A Lei 7170, de 19 de dezembro
tec presta apoio e orientação ao         Dilma Rousseff, por exemplo, tem          de 2011, estabelece medidas de
desenvolvimento de novos proje-          como foco “a inovação e o aden-           incentivo à inovação, à pesquisa
tos. São oferecidos treinamentos,        samento produtivo do parque               científica e ao desenvolvimento
seminários, cursos e outros subsí-       industrial brasileiro, objetivando        tecnológico, atribuindo à Secretaria
dios para aprimorar a gestão dos         ganhos sustentados da produti-            de Integração e Desenvolvimento
empreendimentos. Uma das ferra­          vidade e do trabalho”. Os investi-        Econômico (Side) a responsabilida-
mentas utilizadas é o “Cerne”,           mentos, porém, ainda são tímidos          de pela Política Municipal de Ciên-
modelo que visa promover a me-           se comparados a outros países.            cia, Tecnologia e Inovação (PMCTI).
lhoria dos resultados em termos          No mais recente levantamento do           Entre os benefícios relacionados,
quantitativos e qualitativos e que       MCTI, de 2010, o Brasil investe           destacam-se incentivos à isenção
está se consolidando como im-            no setor de Pesquisa e Desenvol-          fiscal, instituição do prêmio “Inova-
portante item para a profissionali-      vimento cerca de 1,16% do seu             ção Joinville”, encontros para dis-
zação da gestão das incubadoras          Produto Interno Bruto (PIB), o que        cussão do tema com a sociedade
brasileiras. De acordo com estudo        equivale a aproximadamente U$             e criação do Fundo Municipal de
realizado pelo MCTI, em parceria         55 bilhões. Israel, Coreia e Esta-        Inovação Tecnológica. A lei também
com a Anprotec, são 384 incuba-          dos Unidos, por sua vez, investem         prevê estímulos a inventores inde-
doras no país, que abrigam 2.640         respectivamente 4,4%, 3,74% e             pendentes e sinaliza a priorização
empresas, gerando 16.934 postos          2,9% de seus PIBs na área. Uma            de ações que visem dotar a pesqui-
de trabalho.                             boa demonstração do quanto                sa e o sistema produtivo local de
   O Brasil também se encontra           Joinville ainda pode se destacar          maiores recursos humanos e capa-
em momento propício para o in-           no segmento.                              citação tecnológica.


POLOS REGIONAIS QUE FAZEM PARTE DO INOVA@SC                                        Diversificação e
                                                                                   desenvolvimento
                                                                                   de novos parques
                                                                    Joinville      Para estimular os interessados
                                           São Bento do Sul
                                                                                   que ainda se encontram na fase
                                               Jaraguá do Sul                      mais embrionária, do plano de
                                                                                   negócios, o Inovaparq, sediado
                                                                          Itajaí
                               Joaçaba                                             na Univille, está implantando o
                                                     Blumenau
                                                                                   processo de pré-incubação, com
          Chapecó     Concórdia                                                    a intenção de apoiar o em­ reen­
                                                                                                             p
                                                              Florianopolis        dimento efetivamente “antes do
                                                                                   início”. Na mira, geralmente, re-
                                             Lages                                 cém-graduados que fizeram um
                                                                                   trabalho de conclusão de curso
                                                                    Tubarão        com potencial para se transfor-
                                                                                   mar em empresa. Dessa forma,


R$ 40mi
                                                               Criciúma
                                                                                   assessorando também o proces-
                                                                                   so de pré-incubação, o parque
                                                                                   tecnológico atinge empresas de
é a previsão de investimentos pelo                                                 inovação em todos os níveis de
governo na implantação desses pólos                                                desenvolvimento.


REVISTA   21                                                                                                         29
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Suplemento+de+meio+ambiente+revista+21+junho+2012
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[ACIJ] Revista 21 - Fevereiro/2013

  • 1. Os bons ventos da inovação Articulação estratégica de empresas, universidade e governo identifica novas vocações para a economia regional
  • 2. XX
  • 3. VISÃO ACIJ A PALAVRA DA ENTIDADE O caminho sem Revista 21 Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij) volta da inovação Há quase 18 milhões de referências no Google à palavra inova- Conselho editorial ção, perto de 5 milhões se conjugada à indústria. São inúmeros ANDRÉ DAHER livros, artigos e pesquisas, entre outras tantas fontes, debatendo ADVOGADO (PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS) a necessidade de “fazer diferente” para se sobressair, seja na vida pessoal, seja no meio corporativo. Está escrito ali, por exemplo, DINORÁ NASS ALLAGE CAJADINA que inovação vem do latim (innovatio) e designa uma ideia, método (VICE-PRESIDENTE) ou objeto que pouco se parece com padrões anteriores. Inovação DIOGO HARON tecnológica, em outro verbete, seria “tudo que acontece na fron- ACIJ teira do conhecimento”. A boa notícia que a Revista 21 traz em (DIRETOR EXECUTIVO) sua reportagem de capa é que, nesse terreno, Joinville caminha a MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVES passos largos: foi o primeiro município catarinense a aprovar a Lei LEPPER (VICE-PRESIDENTE DA ACIJ) da Inovação e investe na criação de parques tecnológicos que as- sumem o desafio de levar o conceito para o campo prático. São es- SANDRA TRAPP SOCIESC forços que vão tornando cada vez mais sólida a economia regional. (INTEGRANTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL) SIMONE GEHRKE EDM LOGOS (ASSOCIADA) TAMBÉM NESTA EDIÇÃO Jornalista responsável JÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS) ABRE ASPAS 4 A perda de competitividade da indústria Produção MERCADO DE COMUNICAÇÃO BRIEFING Editor GUILHERME DIEFENTHAELER 14 Sobram vagas para pessoas com deficiência (REG. PROF. 6207/RS) Reportagem CONJUNTURA FERNANDA LANGE 22 Em busca da “economia criativa” LETÍCIA CAROLINE ANA RIBAS DIEFENTHAELER LAÍS MEZZARI PERFORMANCE Diagramação, ilustrações e infográficos 30 Rede privada de saúde em franca expansão FÁBIO ABREU Fotografia CASE PENINHA MACHADO, ELTON COSTA, BANCO DE 32 Uso racional da água e o sucesso da Docol IMAGENS E ASSESSORIAS DE IMPRENSA Impressão ENTRE NÓS IMPRESSORA MAYER 38 O que é notícia na Acij Tiragem 4 MIL EXEMPLARES PONTO E CONTRAPONTO Contato 48 O impacto da indústria automotiva REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR Publicidade HAPPY-HOUR CÉSAR BUENO (47) 9967-2587 E 3801-4897 50 Nos palcos da vida Endereço para correspondência AV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550 3 PERGUNTAS SAGUAÇU, JOINVILLE/SC 54 César Souza fala sobre sonhos e pesadelos REVISTA 21 3
  • 4. ABRE ASPAS UMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER “Medidas estruturais para retomar a competitividade” Presidente da Fiesc afirma que a indústria catarinense sentiu o peso do Custo Brasil e o impacto da crise internacional É duro o páreo da empresa nacional perante a concorrência ex- Como se comportou a economia terna – e esse panorama tornou-se ainda mais ácido em 2012, estadual no ano passado e o que com fatores como o retrocesso da economia internacional e o se pode esperar de 2013? consequente desembarque ostensivo de importados para dis- Não foi um bom ano. O Estado, putar as atenções do consumidor brasileiro. São algumas das como o país, sentiu a retração na explicações apresentadas pelo presidente da Federação das economia internacional e a indústria Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, para o local teve dificuldades de competir desempenho acanhado do setor de manufatura no ano que com os importados, que absorve- passou, com a produção industrial do Estado encolhendo 2,6% ram parte relevante do consumo sobre o exercício anterior (dados de novembro). Nesta entre- interno. O desempenho da indústria vista, ele reconhece que a perda de competitividade tem raras catarinense foi muito abaixo do po- exceções – fabricantes de madeira e móveis, por exemplo, re- tencial – o que naturalmente se re- gistraram crescimento – e atribui o problema a um punhado de fletiu na economia. Outro fator foi o fatores estruturais. As causas, segundo o dirigente, vão da baixa agravamento do Custo Brasil. Com qualificação média do trabalhador ao ambiente pouco propício padrões internacionais de custo, a investimentos, ao lado da falta de regras claras por parte do tivemos dificuldades para compe- setor público e do eterno peso dos impostos sobre a produção. tir com países emergentes, como os asiáticos, sobretudo, que não 4
  • 5. FERNANDO WILLADINO/FIESC pagam os mesmos custos e tribu- e móveis, que iniciaram um pro- Qual foi o resultado final do ano, tos. Daí que nos tornamos menos cesso de recuperação exemplar, na média da produção industrial competitivos. Em Santa Catarina, depois da crise de alguns anos, catarinense? houve problemas com os segmen- e de máquinas e equipamentos. Até novembro, último dado dis- tos de máquinas, aparelhos e ma- Ambos projetam para 2013 uma ponível, a produção industrial caiu teriais elétricos – que sofreu uma continuidade nesse desempenho. 2,6%, em linha com o que ocorreu queda bastante grande na produ- Tivemos um crescimento impor- no Brasil. No ano anterior, a redu- ção –, plástico, vestuário, alimentos tante das vendas de compresso- ção havia sido de 4,5%. Mesmo (atingido também pela crise nos in- res, o que influenciou muito. A com um resultado negativo, vale sumos), têxtil, de metalurgia básica, indústria moveleira vendeu quase frisar que a queda foi menor que entre outros que, em suma, ou pro- 5% a mais do que no ano anterior, a do ano anterior. A surpresa ficou duziram menos ou apresentaram devido ao aumento do consumo com as vendas, que cresceram baixo crescimento. das famílias em 2012. Resultado 8% no setor. Isso porque parte mais modesto, mas bastante po- do portifólio do setor industrial diz sitivo, baseado no mercado inter- respeito à participa­ ão dos impor- ç Alguma surpresa positiva neste no. Já em madeiras, o incremento tados (de 22%). Também houve quadro? foi nas exportações, com avanço desova de produtos no primeiro Os casos dos setores de madeira de quase 10%. semestre, já que muitas empre- REVISTA 21 5
  • 6. CÂMARA DOS DEPUTADOS sas haviam entrado o ano com do setor público, que possam dar Presidente da Fiesc espera atenção estoques elevados, na expectati- segurança ao investidor em relação da classe política a fatores que va de um crescimento econômico à participação em projetos do setor emperram a economia e afirma expressivo. público. O governo se esforçou em que o avanço da reforma tributária medidas para desonerar a folha de é “questão de sobrevivência” pagamento, mas essas não muda- Qual foi o grande vilão da econo- ram a operação industrial. São me- mia brasileira em 2012? didas pontuais que não trazem a re- A falta de competitividade. Há um percussão necessária na economia condições das rodovias são ruins, fator estrutural relevante: a baixa como um todo. O que se espera o que ocasiona custos de frete ele- escolaridade do trabalhador brasilei- para 2013 é que se tomem essas vados – e isso nos distingue dos vi- ro e catarinense. Isso não era muito medidas estruturais. zinhos do Sul e da região Sudeste. visível quando a competição não se Somos o Estado que apresenta as mostrava tão acirrada quanto agora. piores condições de infraestrutura Precisamos investir em tec­ o­ogias n l Quais as mais emergentes? nas duas regiões. Observa-se que o e estamos encontrando dificulda- A primeira é a redução da carga tri- governo do Estado tem anunciado des em função desse problema, butária, que se encontra acima da projetos importantes nessa área, que representa um enorme desafio de países emergentes e dos mais que trarão resultados significativos. para a indústria. Outro aspecto: o desenvolvidos. Esperamos a simpli- Precisamos de investimentos em baixo nível de investimento. O país ficação dos custos dos setores eco- ferrovias que aliviarão a pressão tem investido pouco, sobretudo nômicos. O segundo ponto, em re- sobre as rodovias. em infraestrutura de transportes, lação a Santa Catarina, são obras de cujo custo é elevado. Teríamos que infraestrutura. Temos um complexo reduzir o custo de logística para me- portuário muito bom, poucos Esta- O sr. acredita que, finalmente, as lhorar a competitividade. Cabe lem- dos dispõem dessa condição, mas ferrovias receberão investimentos brar ainda a falta de regras claras o acesso aos portos é precário, as como um modal alternativo rele- 6
  • 7. REVISTA 21 7
  • 8. vante para os transportes? outros obstáculos a indústria pela vocação evidente. Em Santa Temos expectativa positiva em re- brasileira enfrenta hoje e que ca- Catarina, a participação é próxima lação à consciência que o governo minhos devem ser trilhados para de um terço do PIB, o que é bas- federal tomou de que é necessário superá-los? tante relevante. Em casos como investir em ferrovias. Estamos espe- Primeiro, a carga tributária. Depois, esse, quando a indústria não vai rançosos, assim, de que se retome a infraestrutura. Simplificação da bem, a tendência é de que isso se o investimento em ferrovias. Preci- reflita negativamente na economia samos ter olhar para o longo prazo do Estado. Por isso, nestes últimos e investir em alternativas. Toda a es- anos, houve estagnação. A redu- trutura exigirá uma revisão. ção da participação do setor deve “Não há país que continuar ocorrendo, mas espera- tenha conseguido mos que não de forma abrupta. A O sr. afirmou, em artigo recente, indústria tende a se especializar, a que a reforma tributária virou se desenvolver sem se automatizar, a buscar melhoria de questão de sobrevivência para as uma indústria forte. produtividade e competitividade. O empresas e que, se esta não vier, cenário para Santa Catarina é bom a indústria brasileira corre sérios Quando o setor não para os próximos anos. Se conse- riscos. Que riscos são esses? vai bem, a tendência guirmos melhorar o investimento Da desindustrialização. O setor tem em infraestrutura de transportes, capacidade de investir muito mais é de que isso se Santa Catarina tenderá a ter um do que está investindo, mas há in- reflita na economia” crescimento acima da média nacio- segurança em relação ao futuro pró- nal. Contribuem nesse contexto as ximo do país e descompasso entre indústrias automotivas que estão nossos custos e os dos concorren- legislação trabalhista em seguida, chegando e que estimularão novos tes. Não é só responsabilidade do com a questão da burocracia – es- investimentos no Estado. governo. O setor privado tem que tamos sentindo as dificuldades para investir mais, também, em qualifica- iniciar novos empreendimentos. ção do trabalhador, entre outros as- Finalmente, precisamos melhorar Como o sr. avalia a performance pectos. A modernização da legisla- os marcos regulatórios para que o da indústria catarinense, em seus ção trabalhista conduziria a um am- setor privado se sinta seguro em principais polos de desenvolvi- biente melhor para investimentos. fazer investimentos. Especialmente mento? Quais são, hoje, os carros- no caso da infraestrutura – portos, -chefes, em termos de inovação aeroportos, o transporte nos seus tecnológica e excelência? E que O sr. vê perspectivas de que a diferentes modais. ramos poderão emergir? reforma ocorrerá em breve? Essa é uma questão vital. Santa Mesmo que não seja do agrado do Catarina precisa fazer um esforço setor público, teremos que discutir A indústria ainda preenche uma no sentido de buscar investimen- um novo modelo tributário para que fatia relevante da economia tos em setores com vantagens o país não se transforme em um catarinense, maior até do que a comparativas e uso de tecnologia mercado em que as importações proporção média em âmbito na- intensiva, como a indústria au- sejam mais importantes que a pro- cional. Isso é bom ou ruim? E que tomotiva. É o que está se vendo, dução local. Existe esse risco. Não tendências há de, nos próximos também, na formação de um polo defendemos fechar o país, adotar cinco anos, essa participação de- de saúde, já que a indústria de re- políticas de proteção. Temos que crescer – talvez com o incremento médios tem um componente tec- manter concorrência para que as do setor de serviços? nológico avançado. Por fim, esta- indústrias sejam competitivas, mas Isso é bom. Não há país que tenha mos em vias de consolidar o início precisamos de condições isonômi- conseguido se desenvolver sem de um polo aeronáutico. Dos cas com nossos competidores. uma indústria forte. Mas o setor setores tradicionais, a indústria vem perdendo representatividade têxtil tem se sobressaído, como no PIB. No caso dos três Estados também a agroindústria. Igual- Além do peso dos impostos, que do Sul, isso é menos ostensivo, mente, os segmentos de papel 8
  • 9. DIVULGAÇÃO FIESC e celulose e plástico se situam nesse contexto de investimentos que priorizam a qualidade do pro- duto em relação ao aumento da capacidade de produção. Olhando para o mercado externo, a aparente estabilização do dólar, na faixa dos R$ 2, já permite a retomada efetiva de exportações para as maiores indústrias do Estado? O dólar vai ajudar neste processo de recuperação do setor exporta- dor. As exportações se tornaram muito mais difíceis por causa da crise nos países da Europa e Es- tados Unidos e o acirramento da competição. Na hora em que os mercados desses países enco- lhem, a competição fica muito mais intensa. O Brasil tem condi- ções de recuperar o seu espaço e Mesmo com um crescimento de 8% nas vendas, balanço da indústria manter uma boa posição no mer- foi tímido em 2012; setor de linha branca (foto) exibiu resultado positivo cado internacional. Mas o governo precisa estar atento às questões que dificultam as exportações, es- a produção local. E a complexidade E como o sr. tem visto os esforços pecialmente a tributária. que sempre envolve o cumprimento pela maior eficiência dos gastos das obrigações impostas ao setor públicos, tanto no nível federal produtivo, com um custo acessório quanto no estadual? Que nota Qual sua posição sobre a Resolu- bastante elevado. dá para o governo Dilma e para o ção 13 e a chamada “Guerra dos governo Colombo? Portos”? Prefiro não dar notas. Vejo que há A decisão foi tomada, temos que Outra queixa sistemática do um grande esforço no sentido de nos ajustar. Esse é um dos aspectos empresariado diz respeito à quali- tornar as contas mais transparen- do que chamamos de insegurança dade dos serviços oferecidos pelo tes. Mas, no final do ano, o gover- jurídica. Até o momento, as em- Estado, na contrapartida dos im- no fez uma certa engenharia para presas não sabem como as coisas postos pagos. Nesse departamen- fechar suas contas e, nisso, que- vão ficar. Espera-se que tudo seja to, há melhorias à vista, concluída brou algumas regras. O problema convalidado, mas a verdade é que metade da gestão Dilma Rousseff? do setor público é controlar a má- ainda não foi. Há inúmeras dúvidas Avançamos quase nada em relação quina pública, incluindo as do Judi- com relação aos procedimentos es- a isso. O Brasil não está conseguin- ciário e do Legislativo. O gasto para tabelecidos pelo Conselho Nacional do se soltar das amarras da burocra- manter toda essa estrutura é des- de Política Fazendária (Confaz). Isso cia que tornam todas as questões proporcional à qualidade dos ser- está na ordem do dia e mostra que que envolvem o setor público muito viços prestados. Se os propósitos a burocracia é mais preponderante demoradas – e a indústria não pode são sempre positivos, percebe-se do que a racionalidade. É preciso se sujeitar a isso, pois está com- a dificuldade de avançar para a me- que o empresário saiba como pro- petindo com países que não têm a lhoria efetiva do quadro. A questão ceder. Em certos casos, a situação mesma estrutura burocrática que política é um dos componentes, estimula mais a importação do que enfrentamos aqui. mas cabe aos gestores cumprir a REVISTA 21 9
  • 10. sua missão, isso não pode servir sultados modestos alcançados com comprometido com o Programa Na- de explicação para justificar a baixa as medidas do governo no ano pas- cional de Acesso ao Ensino Técnico eficiência do setor. sado: boa parte dos segmentos que e Emprego (Pronatec). Pela primeira receberam essas isenções não fez vez, o governo adotou, de fato, uma novos investimentos. Simplesmen- política de valorização do ensino O Custo Brasil vai subir em 2013? te houve movimentos para recupe- profissional. Em 2012, a Fiesc pro- Espera-se que não. Com a diminui- ração de margens que já estavam moveu o evento intitulado “A Indús- ção das tarifas de energia, a tendên- bastante reduzidas. tria pela Educação”, que passou cia é de haver até uma redução no por oito regiões do Estado. Fomos Custo Brasil. Isso, somado à deso- surpreendidos pela boa adesão do neração da folha e à redução das Um desafio relevante para a in- setor empresarial. Em 2013, isso taxas de juros, deve resultar em um dústria está na qualificação profis- terá consequências práticas positi- quadro mais favorável. sional. Que respostas o industrial vas, com o início de uma verdadeira pode dar a essa questão? revolução no setor. A qualificação tem que estar incor- Qual a posição da Fiesc sobre as porada à estratégia da empresa. isenções de tributos a determi- A melhoria do nível de escolarida- Como o sr. avalia a ação social das nados setores industriais, como de é a chave da solução de grande empresas catarinenses? ocorreu em 2012? parte dos nossos problemas. Não Santa Catarina se destaca por essa O que produz efeito são medidas exige nem tempo nem investimen- preocupação do empresário de su­ horizontais, não verticais. Redução tos desproporcionais. Em dois ou prir parte do encargo que seria do de tributos não deveria privilegiar três anos, é possível qualificar o setor público. Faz parte de um pro- somente determinados segmentos. trabalhador com custos reduzidos. grama de retribuição à sociedade Essa tese encontra respaldo nos re- O “Sistema S” está profundamente pelas oportunidades usufruídas. O TERMÔMETRO DA CONFIANÇA NA ECONOMIA BRASILEIRA O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é uma pesquisa mensal baseada na opinião sobre as condições econômicas atuais e expectativas. O índice varia de 0 a 100. Acima de 50, indica confiança. Abaixo, falta de confiança. O último levantamento foi feito pela Fiesc e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 7 e 17 de janeiro, com 148 indústrias de SC, da transformação e construção civil. Comparação com o industrial brasileiro Presente e futuro Na avaliação das condições gerais da economia, o industrial Duas opiniões são coletadas para a elaboração do ICEI: catarinense estava mais cético em meados de 2012. Agora, sobre o momento atual e sobre as perspectivas para os além da elevação do índice, demonstra mais otimismo que o meses seguintes. O industrial de SC tem estado cético com o industrial nacional, apesar da queda em janeiro. presente, mas acredita o futuro próximo será melhor. 100 100 SC BRASIL PRESENTE FUTURO 90 90 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 JAN/12 JUL/12 JAN/13 JAN/12 JUL/12 JAN/13 10
  • 11. 6 2 ,0 6 1 ,0 60,0 6 0 ,0 5 9 ,0 5 8 ,0 5 7 ,0 Sé r ie 1 5 6 ,0 5 5 ,0 5 4 ,0 5 3 ,0 50,0 5 2 ,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 40,0 30,0 Série1 20,0 REVISTA 21 11 10,0 0,0
  • 12. PAINEL ESPAÇO PARA O BOM HUMOR E A INTERAÇÃO COM O LEITOR CURSOS & EVENTOS 25 E 26 DE FEVEREIRO Curso ”Importação e Benefício Fiscal” Acij, Joinville www.acij.com.br 4 DE MARÇO Reunião do Conselho Acij, com presença do prefeito Udo Döhler Auditório Acij 5 A 7 DE MARÇO Programa “Excelência no Atendimento ao Cliente” Acij, Joinville O JOINVILENSE Diogo Cesar É ILUSTRADOR RADICADO EM CURITIBA, JÁ TEVE SEU TRABALHO PUBLICADO EM REVISTAS COMO ÉPOCA E MAD. TAMBÉM É AUTOR DA WEBCOMIC “PEDRO”, PUBLICADA www.acij.com.br NO SITE WWW.POCOTOMICS.COM 19 DE MARÇO 8º Prêmio Fiesp de Conservação e Reúso A Revista 21 demonstra alinhamento Parabéns à equipe de comunica- de Água com as melhores práticas de comu- ção e aos gestores da Acij. Recebi www.fiesp.com.br/ nicação. É uma honra saber que nos- a última edição da revista e fiquei premioagua sa associação produz um material impressionado com a qualidade com este nível técnico e estético. Já do material. Viajo pelo país minis- se tornou uma referência para enten- trando aulas e palestras e posso 19 A 21 DE MARÇO der melhor a economia de Joinville e citar poucas entidades com uma Evento Brazil Road Expo do país. Parabéns. revista desta qualidade. Ganha Transamérica Expo Center, Joinville, mas, sobretudo, ganham São Paulo Wilmar Cidral os leitores com mais esse canal de www.transamericaexpo. GESTOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS comunicação empresarial. com.br Ricardo Della Santina Torres Ficamos contentes com a nota PROFESSOR DA SUSTENTARE ESCOLA DE NEGÓCIOS 26 DE MARÇO publicada sobre o setor de eventos Palestra “Sonhos e Pesadelos e gastronomia em Joinville. Nossa dos Líderes Empresariais”, cidade é um polo industrial muito Erramos. Ao contrário do que registra César Souza forte, e esse destaque aquece o título de nota publicada na edição Hotel Bourbon mercado de eventos, que neces- de novembro/dezembro da Revista www.acij.com.br sita cada vez mais de estrutura e 21, a empresa Brunswick, recém- profissionais capacitados, à altura -instalada no Perini Business Park, é das feiras e congressos que rece- de origem norte-americana. 5 A 14 DE ABRIL bemos. 10ª Feira do Livro de Joinvile Críticas ou sugestões para a Revista Centreventos Cau Hansen Janara Ziliotto 21 são bem-vindas. Os meios de www.institutofeiradolivro. GERENTE DA BOKITOS contato estão na página 3. com.br 12
  • 13. REVISTA 21 13
  • 14. BRIEFING INFORMAÇÃO BREVE E SOBRE TUDO DIVULGAÇÃO CAPACITAÇÃO Tem vaga sobrando para pessoas com deficiência Já tem mais de 20 anos a lei que exige a contratação de portadores de deficiência em empresas com mais de 100 funcionários, de acor- do com cotas mínimas. Mas não é nada fácil cumprir a determinação, tamanha a falta de profissionais qualificados com esse perfil. A saí­ da tem sido multiplicar cursos. É o que faz o Programa de Desenvol- vimento Profissional para Pessoas com Deficiência do Senai. “Apenas cumprir a cota, sem dar a produtivi- dade e qualidade de trabalho que se Senai dispõe de estrutura adaptada para cursos espera, leva esses colaboradores a especiais; na foto, aluno de tecnologia da informação querer sair da empresa”, explica Ra- phael da Silveira Geremias, diretor adjunto da escola do Senai Joinville. Inserção no mercado Criado em 2010, o programa busca atender às demandas da in- Todos os cursos do Senai preveem estágio obrigatório – o primeiro pas- dústria na formação técnica com so para inserção dos estudantes no mercado de trabalho. De acordo cursos adaptados. A própria es- com Sergio Luiz Celestino da Silva, presidente do Conselho Municipal do trutura do curso é adequada para Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde), para aumentar a inclusão o público, com equipe pedagógi- social deste público, ainda é necessária uma maior fiscalização do gover- ca capacitada em Libras (lingua- no e a “própria mudança de paradigmas da pessoa com deficiência, que gem de sinais) e técnicas de en- muitas vezes tem medo de perder o Benefício de Prestação Continuada sino, acessibilidade por meio de (BPC) caso o trabalho não dê certo”. Hoje, se isso ocorre, a pessoa au- rampas, elevadores e sanitários, tomaticamente volta a receber o benefício. “As empresas muitas vezes além de recursos didáticos para procuram os PCDs qualificados para trabalhar em áreas que não exigem diferentes tipos de deficiência. qualificação”, registra Sergio. “O programa cria oportunidades Há nove empresas parceiras do programa mantido pelo Senai, que co- para as pessoas com deficiência laboram por meio de patrocínio, contratação de estagiários e até no desen- (PCDs), como carreira profissio- volvimento dos cursos. Seu principal auxílio, porém, é com a elaboração nal, melhoria da qualidade de técnica do projeto, sugerindo competências necessárias para ocupação vida, independência social e finan- das funções de trabalho e contribuindo com a definição do perfil profissio- ceira”, sublinha Raphael. nal de saída dos cursos. NÚMEROS EM ASCENSÃO Mais de 1.000 pessoas Cerca de 120 PCDs 17 e 18 anos com deficiência participaram da em Joinville tiveram aulas de é a idade média dos alunos formação profissional em SC nos qualificação profissional e nos cursos com deficiência que buscam últimos três anos técnicos promovidos pelo Senai o primeiro emprego 14
  • 15. EVANDE DA SILVA/SENAI CONSULTORIA Interpretação contratual: cuidado nunca é demais Tropeços na elaboração de con- lidar com grandes empresas, o tratos são mais comuns do que pequeno e médio empresário por se imagina nas relações empresa- vezes se sente inseguro na hora riais – e podem dar aquela dor de de assinar o contrato – e toma cabeça para as partes. Uma das essa atitude com medo de perder explicações recorrentes é a sim- o negócio. ples falta de atenção na análise do Se a relação acaba na justiça, a documento. A advogada Carolina interpretação contratual deve ser dos Santos afirma que os equívo- feita da forma mais segura para as cos mais frequentes se referem partes, mas o Código Civil Brasi- à aplicação e verificação dos di- leiro diz que, caso haja cláusulas reitos e deveres dos envolvidos. contraditórias ou com dupla inter- “Um caso comum é o da aplica- pretação nos contratos de adesão ção de juros e multa, muitas ve- – aqueles elaborados unilateral- zes acima da média legal. Quando mente pelo fornecedor de produ- Parceria isso não é observado pela parte tos ou serviços –, a análise deve aderente ao contrato, pode tra- ser favorável à parte que recebe o fundamental zer prejuízos”, complementa. Ao documento para assinatura. Para as empresas, o Senai pode apoiar na identificação de pes­ APRENDA A Há dois tipos de soas com deficiência e no pro- INTERPRETAR UM CONTRATO interpretação contratual cesso de seleção. “É um projeto desenvolvido com as empresas, e não para as empresas”, expli- ca Raphael Geremias. Como re- 1 2 conhecimento da iniciativa, dois Interpretação objetiva Interpretação subjetiva prêmios já foram conquistados: Deve examinar o contrato O legislador também o Prêmio Nacional de Educação sob o ponto de vista da analisa a vontade das e Direitos Humanos de 2010, re- vontade das partes. O partes, mas questiona ferente ao Laboratório de Aces- legislador ajuda a parte mais fraca primeiramente qual foi a intenção à medida que considera princípios comum das partes, e não a sibilidade, e o Prêmio Elpídio como o da boa-fé. vontade de cada um. Barbosa de 2011, concedido pelo Conselho Estadual de Educação. Para os portadores de deficiên- cia, o curso é gratuito. Paralelo No Código Civil advogado que tenha conhecimento na A partir do artigo 104 no área, antes da sua assinatura, pois ele irá às ações do Senai, o Comde tem interpretar as cláusulas de acordo com Livro III, intitulado “Dos rea­ lizado seminários de empre- fatos jurídicos”, estão as leis a lei. gabilidade, fóruns com agências referentes aos negócios jurídicos, onde de RH e fiscalização nas empre- se explicita, por exemplo, a interpretação De olho no contrato sas, como também discussões baseada na boa-fé e nos costumes da Mas, se isso não for possível, localidade. é interessante que as partes nas conferências municipais com discutam as cláusulas do ela­ boração de propostas que Consulte um profissional contrato antes da assinatura, de forma contemplem as pessoas com O que se indica sempre é a que fiquem claras e concisas evitando deficiên­ ia no mercado. c análise do contrato por um uma futura discussão. REVISTA 21 15
  • 16. OBRAS NO AEROPORTO COMO FUNCIONAM OS EQUIPAMENTOS O ILS é um sistema de aproximação baseado na transmissão de sinais de rádio, da Mais gente no ar pista para a aeronave. Auxilia no posicionamento de aterrisagem. É composto de dois equipamentos, o localizer e o Shelter glide. O Papi também será instalado. Em se tratando de segurança, o Aeroporto Lauro Carneiro de Loyo- 1 Localizer 2 Shelter Glide 3 Papi MUITO ALTO la, de Joinville, começa a assumir LIGEIRAMENTE ALTO ares de gente grande. Dentro de POSIÇÃO CORRETA LIGEIRAMENTE BAIXO cerca de quatro meses, estará ins- MUITO BAIXO talado, na cabeceira 33, o equipa- mento ILS, também chamado de Equipamento que mostra Equipamento que Sistema auxiliar, com Sistema de Aproximação de Preci- através de ondas VHF a simula uma rampa de quatro caixas de luzes são, abastecido por informações orientação lateral ideal aproximação através vermelhas, que indica em relação à pista, de ondas UHF. Mostra a a posição vertical de de localizador em VHF e Glide Slo- possibilitando ao piloto a orientação vertical que a aproximação. Funciona pe em UHF, que exibem a orienta- correção do avião aeronave deve tomar com visibilidade reduzida ção lateral e o ângulo de descida, ajudando no alinhamento da aero- A posição dos nave com o eixo da pista e com equipamentos na a correta trajetória para pouso. Na pista do aeroporto ONDE FICA cabeceira 15, a pista recebe outro Bairro Cubatão equipamento que ajudará na apro- ximação para as aeronaves chega- AEROPORTO rem ao solo. Chamado de Papi, o Rio Cubatão sistema é um indicador de rampa 1 de aproximação desenvolvido pela CABECEIRA Organização de Aeronáutica Civil 15 Internacional (Oaci) – e é integrado 3 por uma barra lateral com quatro caixas de luzes, instalada, normal- Pi mente, do lado esquerdo da pista. st a de O Papi vai informar, com preci- de co la são, a posição ideal para a aerona- ge m /a ve pousar. Associadas à ampliação te rri sa ge do aeroporto – que está em fase de m desapropriação das áreas vizinhas, t on um para chegar aos ideais 2 milhões D CABECEIRA os 2 33 nt de metros quadrados, ou 150% Sa da maior que o atual –, as mudanças i en Av acenam para um cenário novo 250 METROS e promissor. O superintendente Rones Haidemann aposta que os números de voos – e também de A movimentação do aeroporto passageiros – devem crescer bas- tante. Operando com pouco mais Passageiros Pousos e decolagens de metade de sua capacidade de 484.305 9.902 10.106 421.593 8.315 movimentação de passageiros, o Aeroporto de Joinville deve ver 289.161 5.831 cair para algo em torno de 0,5% 208.492 o índice de voos sem autorização para pouso, beneficiando enorme- mente o usuário. 2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012 16
  • 17. GARUVA 4KM ITAPOÁ Jaca O QUE FOI FEITO 1 Trecho entre o Cubatão e a Vigorelli 5 2 Trecho entre o Cubatão 1 Gibraltar Gibraltar e o Estaleiro Vigorelli 2 Porto Enseada Estaleiro SC-301 3 Trecho entre JOINVILLE 3 Laranjeiras e a BR-280 ZONA Laranjeiras URBANA SÃO 4 Projeto executivo para FRANCISCO Salinas, em Barra do Sul DO SUL 6 PARA 2013 5 Trecho entre o Estaleiro e ARAQUARI a Comunidade de Jaca Praia do Ervino 6 Pavimentação do BR-280 acesso ao Ervino JARAGUÁ DO SUL GUARAMIRIM 4 BARRA DO SUL BR-101 ÁREA AMPLIADA Oceano Atlântico BARRA VELHA LITORAL A quantas anda da Costa do Encanto Ainda não foi neste verão que os de Desenvolvimento Regional de em um total de R$ 24,5 milhões. O PENHA turistas puderam desfrutar da total Joinville (SDR), foram despendidos término da pavimentação do aces- integração viária dos municípios R$ 2,3 milhões na pavimentação so à Praia do Ervino, em São Fran- praianos do Litoral Norte, como de um trecho de dois quilômetros, cisco do Sul, também está previsto prevê o projeto Costa do Encanto, do bairro Cubatão à praia da Vigo- para este ano. do governo estadual. Mas as obras relli, em Joinville. Em 2012, foram Para completar, o projeto exe- vão avançando. O projeto, que en- entregues os 6,3 quilômetros que cutivo das obras entre a praia de volve oito regiões – entre elas, Ara- ligam os trechos Gilbratar/Estalei- Salinas, em Balneário Barra do Sul, quari, Balneário Barra do Sul, Barra ro e os 3,9 quilômetros que unem e a BR-101, em Araquari, já foi fi- Velha, Garuva, Itapoá, Joinville e Laranjeiras à BR-280, ambos em nalizado, com um recurso estima- São Francisco do Sul –, sustenta-se São Francisco do Sul, em um in- do em R$ 56,3 milhões. A primei- em um tripé formado por estrutura vestimento total de mais de R$ 10 ra fase da Costa do Encanto está de transporte, incentivo e resgate milhões. Para 2013, a previsão é sendo executada pelo governo do das culturas populares e preserva- iniciar obras no pedaço que vai do Estado, por meio de um financia- ção ambiental. Estaleiro, em São Francisco do Sul, mento com a Cooperação Andina Segundo dados da Secretaria à localidade de Jaca, em Itapoá, de Fomento (CAF). REVISTA 21 17
  • 18. INFRAESTRUTURA Santos Dumont perto da duplicação O intenso trânsito para chegar aos 2012, pelo governador Raimundo principais centros universitários de Colombo, que revelou que os recur- Joinville e ao aeroporto passa pela sos seriam obtidos pelo BNDES. Avenida Santos Dumont. Para aliviar O valor, porém, não pode ser o movimento, a proposta é dupli- destinado a desapropriações, fican- car o trecho a partir do final da Rua do o pagamento a cargo da prefeitu- João Colin, em uma extensão total ra, que afirma não ter dinheiro para de 8.100 metros. Recentemente esse fim. Para contornar a situação, o tema foi discutido entre a Acij, o o prefeito Udo e a Acij buscam a prefeito Udo Döhler e o secretário doa­ ão das faixas de terreno neces- ç estadual da Infraestrutura, Valdir sárias à duplicação junto a proprietá- Cobalchini. A previsão da Secretaria rios de grandes áreas. O argumento de Infraestrutura é de que as obras é a importância do desenvolvimen- se iniciem em março, mas o projeto to da região, e, por consequência, ainda necessita a aprovação da Fun- da cidade, além da valorização dação Municipal do Meio Ambiente imobiliá­ia. O primeiro a ceder a fai- r (Fundema) e da desapropriação de xa de terreno, com testada de 150 um total de 96 imóveis, pertencen- metros e total de 880 metros qua- tes a 78 donos. A Infrasul venceu a drados, foi o Perini Business Park, Trecho da Santos Dumont próximo licitação, com proposta de R$ 47,9 por meio do diretor Marcelo Hack, ao centro universitário, em uma milhões, valor 22% menor do que o A Transtusa também cedeu 100 me- das regiões mais movimentadas de estipulado pelo edital, de R$ 61 mi- tros de testada, além das empresas Joinville: previsão é de que as obras lhões, e a autorização para o início Campeã e Duque. A Acij, que atua comecem em março, mas ainda falta dos trabalhos deve ser concedida como facilitadora, está em contato resolver a desapropriação de áreas neste 18 de fevereiro pelo governo com a prefeitura para buscar incen- estadual. A duplicação foi anuncia- tivos fiscais às empresas que doa- da bem antes, no final de maio de rem seus terrenos. GESTÃO DE RISCOS Solução da OpenTech controla jornada de caminhoneiros Em nome da segurança do trânsito tervalo – e identificação de paradas A empresa, criada em 2001, é e dos motoristas, o Brasil tem, des- para refeição, descanso e espera. especializada em gerenciamento de meados do ano passado, uma Foi de uma empresa joinvilen- de riscos – e recentemente incor- legislação específica para os pro- se que surgiu uma das mais com- porou novos sócios: a Jequitibá fissionais do volante, com ênfase pletas soluções para o desafio Participações, liderada por Jorge aos transportadores de carga que, de cumprir a legislação e ajudar Steffens e Paulo Caputo. Com no- diariamente, cruzam este país conti- a proteger os profissionais, seus vos diretores contratados e um nental. Hoje, motoristas e empresas veí­ ulos e cargas – além de todo c forte conselho de administração – têm de se submeter à regulamenta- o trânsito, nas movimentadas es- Alfredo Zattar, Sérgio Trauer, Jorge ção, que indica, por exemplo, perío- tradas verde-amarelas. Batizado de Steffens, Paulo Caputo Uhdre e Mi- dos ininterruptos máximos de qua- OpenJornada, o software exclusi- guel Abuhab –, a OpenTech preten- tro horas – é necessário parar por vo da OpenTech já ajuda a monito- de ser a “número um” do Brasil em pelo menos 30 minutos a cada in- rar cerca de 12 mil veículos por dia. gestão de riscos ainda em 2013. 18
  • 19. PENINHA MACHADO SANTOS DUMONT TEM 8 KM E É O PRINCIPAL ACESSO AO AEROPORTO Jardim Paraíso AEROPORTO ÁREA AMPLIADA UNIVILLE Av. Santos Dumont TERMINAL NORTE Rua João Colin 1 km Centro REVISTA 21 19
  • 20. INDICADORES ACIJ Importações superam exportações pela primeira vez no século As importações de Joinville bateram recorde em 2012. E foi também a primeira vez, desde 2000, 1.047,2 que superaram as exportações em um ano. Foram 999,4 943,2 R$ 213,6 milhões a mais de compras. É um resultado anunciado. Desde 2008, início da crise internacional, Joinville registrava a cada ano 745,7 723,4 saldos menores em favor das exportações. 554,1 565,8 Saldo da balança comercial joinvilense 445,5 391,2 387,7 VALORES EM US$ MILHÕES POSITIVO PARA AS EXPORTAÇÕES 231,2 213,6 POSITIVO PARA AS IMPORTAÇÕES 24,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 A mudança no fluxo De quem compramos Abaixo, as linhas de desenvolvimento do valor total da O gráfico abaixo mostra o desempenho percentual balança comercial de Joinville, entre 2000 e 2012. Até dos 20 primeiros países na lista de importações 2008, a balança pendeu para o lado das exportações. de 2012, em relação a 2011. Treze deles tiveram Mas a queda de 2009, acompanhada da explosão nas desempenho positivo de uma ano para o outro. importações em 2010, inverteu a tendência. Desde China, líder na vendas para Joinville, teve crescimento 2010, as importações crescem em ritmo constante e de 4,65%. Chile, Cingapura, Japão, México e França as exportações apresentam queda. se destacam. Argentina apresenta queda. Evolução da balança comercial joinvilense Os 20 países de quem mais compramos em 2012 VALORES EM US$ MILHÕES VALORES EM US$ MILHÕES VARIAÇÃO EM%, DE 2011 P/ 2012 1º CHINA 656.444.891 4,65 2.000 2º CHILE 231.862.179 90,04 1.824,0 3º ALEMANHA 168.189.051 -0,61 1.712,4 4º EUA 114.750.168 6,14 5º ARGENTINA 74.250.233 -20,10 6º PERU 59.843.352 -3,52 1.500 1.610,4 7º CINGAPURA 59.091.168 168,50 8º COREIA DO SUL 51.326.248 -3,33 9º TAIWAN 42.873.574 0,98 EXPORTAÇÕES 10º JAPAO 41.922.185 64,32 1.000 11º ITALIA 35.654.655 -11,29 12º MEXICO 35.517.964 111,20 769,2 13º FRANCA 24.700.866 76,66 14º REINO UNIDO 23.990.175 2,80 600,3 15º ÍNDIA 21.688.389 -7,03 500 16º SUÍÇA 13.179.767 -29,18 17º ESPANHA 12.433.635 15,52 IMPORTAÇÕES 18º AFRICA DO SUL 12.374.723 30,35 156,8 19º FINLÂNDIA 11.828.137 19,69 20º MALÁSIA 11.311.394 40,27 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 FONTE: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR 20
  • 21. PENINHA MACHADO SINAL DE ALERTA Um monstro de duas cabeças Não é apenas a chamada desindus- trialização que preocupa o empresa- riado brasileiro, com a participação cada vez menor do setor industrial no bolo da economia e o desestímu- lo recorrente a novos investimentos. Para Carlos Pastoriza, diretor da As- sociação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), há outro fantas- ma à espreita: a desnacionalização. Em palestra na Acij, Pastoriza comparou esses fenômenos a um “monstro de duas cabeças” que só poderia ser combatido com medi- das palpáveis, da parte do governo federal, para resgatar a competiti- Pastoriza, da Abimaq: “A desnacionalização é um processo que corre vidade da indústria verde-amarela. solto, sem qualquer limite à compra de empresas por estrangeiras” Entre elas, citou aspectos como câmbio e tributos, “que criam um ce- nário de insegurança ao empresaria- em maquiador ou produtor de itens limite à compra de empresas na- do brasileiro”, além da necessidade com baixo valor agregado”. cionais por grupos estrangeiros”. de criar “regras claras que atendam À Revista 21, o diretor da Abi- Quanto ao futuro, não é lá muito aos interesses do Brasil”, a exemplo maq afirmou que o governo Dilma otimista: “Infelizmente, se é que a da restrição de investimentos es- tem dado mostras de que está preo­ história serve de base, não se farão trangeiros em setores estratégicos cupado com a desindustrialização, mudanças importantes antes que e a obrigatoriedade de “conteúdo mas que não se pode dizer o mes- uma grande crise nos assole, como local” em produtos manufaturados, mo da desnacionalização: “Esse se pode ver com o exemplo da Eu- “para que o país não se transforme processo corre solto, sem qualquer ropa hoje”. REVISTA 21 21
  • 22. CONJUNTURA TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE 22
  • 23. A virada da inovação Com parques tecnológicos e incubadoras, Joinville ciclo, as universidades geram o Parque Tecnológico do Norte Cata- conhecimento e capacitam os pro- rinense – com a chancela da Acij, e acena para o advento fissionais, os governos contribuem que se encontra em fase de plane- com políticas públicas de fomento jamento – e o o Inovaparq, em ativi- da economia criativa e as empresas levam isso tudo para dade desde 2011. o campo prático, promovendo o Parques tecnológicos são uma desenvolvimento regional com res- das principais iniciativas que repre- ponsabilidade social. sentam a aplicabilidade da tríplice A união de forças entre universi- No caminho que, defendem hélice. Normalmente sem fins lucra- dades, iniciativa privada e governo os teóricos, vem fazendo a transi- tivos, criam um espaço onde em- é uma fórmula consolidada mun- ção da sociedade industrial para presas de inovação se hospedam e dialmente como essencial para ala- a sociedade do conhecimento, realizam a intermediação entre tais vancar a inovação. Criado em 1990 Join­ille percebe a importância da v empreendimentos com as univer- por Henry Etzkowitz, diretor do Ins- assim chamada “economia criati- sidades e o governo. Nesse senti- tituto de Política Científica da Uni- va”. Foi o primeiro município catari- do, o Inovaparq se sobressai por versidade do Estado de Nova York, nense a aprovar a Lei da Inovação ser o único no Brasil que é gerido o modelo sugere um movimento (nº 7170/2011), tem um Conselho por quatro entidades de ensino e cíclico, espiral e cumulativo do pro- Municipal de Ciência, Tecnologia e ainda de esferas diferenciadas: Uni- cesso criativo e inovador – por isso Inovação (Comciti) e está desenvol- versidade da Região de Joinville chamado de tríplice hélice. Nesse vendo dois parques tecnológicos: o (Univille), Universidade Estadual de FÁBIO ABREU REVISTA 21 23
  • 24. Santa Catarina (Udesc), Universida- dade de desenvolver um plano de de Federal de Santa Catarina (UFSC) capacitação envolvendo alunos de e Pontifícia Universidade Católica diferentes cursos e a proximidade (PUC). “Na sociedade do conheci- do conhecimento técnico e teórico, mento, o almejado desenvolvimen- que colabora na melhoria dos pro- to econômico e social sustentável cessos internos. “Estávamos em somente será possível a partir da um prédio no centro de Joinville, interação efetiva entre esses atores bem instalados, mas resolvemos que compõem a tríplice hélice da mudar para mostrar que essa parce- inovação”, sustenta Sandra Furlan, ria é algo definitivo, que não temos reitora da Univille. Para a universida- a distância física como desculpa de, a idealização do projeto tomou para não realizar esse tipo de pro- como base a necessidade cada vez cedimento”, ressalta o gestor. Fun- maior de as empresas pautarem dada no Chile em 1974, a Sonda IT seu desenvolvimento tecnológico tem mais de 12 mil colaboradores, a partir da inovação em produtos e seis mil destes no Brasil, onde atua processos, sem deixar de lado a ino- há 20 anos. É a quarta maior empre- vação organizacional. sa de tecnologia da informação da Localizado em terreno da Uni­ América Latina, segundo o Interna- ville, onde antigamente era sede tional Data Corporation (IDC). Em do Sesi, o Inovaparq tem 63 mil Joinville, com 40 funcionários, atua metros quadrados disponíveis no segmento de aplicativos. para construção, mas hoje ocupa As empresas maiores que se somente seis mil. A ideia é dispo- instalam em parques tecnológicos nibilizar às empresas instaladas o também podem fazer negócios acesso ao ambiente de conheci- com empreendimentos iniciantes, mento das univer­dades, ofere- si­ mantidos em incubadoras dentro cendo outras possibilidades, como do próprio parque. Como o nome a realização de projetos de pesqui- indica, as Incubadoras de Base sa e desenvolvimento e a captação Tecnológica (IBT) têm o objetivo de de recursos para apoio à inovação, apoiar o desenvolvimento de novas Vanessa Collere, do Inovaparq: com o suporte de professores, empresas, especialmente por meio complexo dá suporte em pesquisadores e estudantes de di- de treinamentos e consultoria em mercado e gestão; na foto de versas áreas. gestão. “Quando se trata do setor cima, Lineu, da EcoBabitonga; Hoje, o Inovaparq abriga uma in- de inovação, os empreendedores na de baixo, Walter, da Sonda IT cubadora tecnológica e outros três têm uma formação técnica muito empreendimentos, com destaque boa, mas geralmente não possuem para a Sonda IT, empresa âncora conhecimento de mercado e de as- do complexo. O termo “empresa pectos de gestão”, explica Vanessa âncora” designa uma grande organi- Collere, da diretoria do Inovaparq, zação que se instala no parque em que mantém sete empresas abriga- fármacos e saúde, logística (mobili- sua fase inicial e que irá promover das na incubadora. dade), materiais e tecnologia da in- a atração de outras empresas por Sob a mesma ótica do Inova- formação e comunicação, que são meio da credibilidade que empresta parq, Joinville espera pela vinda consideradas estratégicas para a e por trazer consigo um conjunto de de mais um parque tecnológico, cidade e para a economia. Concebi- demandas que podem ser supridas conduzido pela Acij. A intenção é do como um complexo de clusters por outras instituições. implantá-lo às margens da BR-101, mutissetoriais – uma concentração Walter Lohmann, gestor da ope- próximo ao campus da UFSC. O de empresas de diferentes setores ração da Sonda IT Joinville, conta Parque Tecnológico do Norte Cata- que colaboram entre si –, o parque que o principal motivo para a insta- rinense vai se concentrar nas áreas visa estimular o desenvolvimento lação no Inovaparq foi a possibili- de economia verde, biotecnologia, regional a partir da interação entre 24
  • 25. PENINHA MACHADO pesquisa, incubadoras, áreas de teste, entre outros elementos ne- cessários para o desenvolvimen- to de inovações, e o restante será destinado à conservação ambien- tal. Atentando ao caráter re­ional g embutido no título do projeto, o presidente da Acij ainda afirma que outras cidades devem ser contem- pladas pelo empreendimento, por meio da rede de Associações Em- presariais do Norte Catarinense. “Com o desenvolvimento da eco- nomia em áreas de inovação, incre- mentado pelo Inovaparq, e a cons- tituição desse novo parque, a popu- lação terá benefícios no surgimen- to de mais empresas, que geram empregos, renda e impostos para os municípios. A médio prazo, o benefício será na criação de con- teúdo e tecnologia, preciosos para o desenvolvimento da região com independência e na vanguarda tec- nológica”, prevê Aguiar. O aval institucional para esses esforços virá, também, do Conse- lho Municipal de Ciência e Tecnolo- gia e Inovação (Comciti), criado em empresas e ICTI. Acij espera a aprovação da Lei de março de 2012 e que conta com 25 A proposta surgiu em 2007. Ordenamento Territorial (LOT), que representantes do poder público, Com o apoio da Fundação Certi, tramita na Câmara de Vereadores. setor privado, associações e insti- a primeira etapa, que consiste “A LOT determina que o espaço tuições acadêmicas. Sua função é em rea­ lizar um planejamento e destinado ao parque passe de área propor e fiscalizar políticas públi- estudo detalhados, já foi finaliza- rural para área de transição, pos- cas de desenvolvimento técnico- da. De acordo com Mohana Faria sibilitando o investimento, com -científico, além de promover a de Sá, coordenadora de Projetos aproveitamento de até 20% do democratização do conhecimento do Centro de Empreendedorismo terreno e preservação permanente das novas técnicas e incentivar sua Inovador da Fundação Certi, os do restante”, explica Mario Cezar adaptação à realidade local. “Join­ critérios utilizados para avaliação de Aguiar, presidente da Acij. As ville ocupará posição de relevância do terreno foram proximidade do áreas de transição são considera- nacional, a partir da estruturação campus da UFSC Joinville, acessibi- das zonas de amortecimento entre dos projetos idealizados pelo Com- lidade e análise ambiental, fundiária o urbano e o rural, com a ocupação citi e da Lei da Inovação, tendo as e da tipologia do terreno. “Para as controlada pela prefeitura. Para instituições de ensino papel fun- próximas etapas, é necessário que o parque, estão previstos 30 mi- damental”, observa o economista sejam feitos estudos técnicos de- lhões de metros quadrados dessa Marcos de Oliveira Vieira, diretor talhados e aprofundados, principal- área, mas a taxa de ocupação será executivo da Secretaria de Integra- mente quanto à sondagem do ter- de 600 mil metros quadrados, ção e Desenvolvimento Econômi- reno e à hidrologia”, complementa. considerando três pavimentos. O co, que passa a presidir o conselho Para o projeto deslanchar, a espaço receberá laboratórios de neste ano. REVISTA 21 25
  • 26. Da academia para o empreendedorismo Ao tomar conhecimento do edital za bioensaios automaticamente, Para Gilmar Erzinger, a instala- que abria vagas no Inovaparq, o pro- usando técnicas de análise de ção em uma incubadora tem sido fessor doutor Gilmar Erzinger e o imagem em tempo real, com o auxí­ “uma experiência excelente, ao mestre Lineu Fernando Del Ciampo lio de uma alga unicelular. “Procura permitir a interação com outras encontraram o lugar certo para de- alterações no comportamento do empresas de perfil semelhante, senvolver um produto voltado à área movimento do organismo, indu- empreendedores que acreditam de bioen­ aios. Engajados em pes- s zidas por substâncias tóxicas que em inovação”. Outro ponto positivo quisas sobre mudanças climáticas afetam seus parâmetros fisiológi- é a proximidade com a universida- globais e ecossistemas aquáticos, cos”, explica Lineu. de e a indicação de fornecedores em parceria com a Friedrich-Alexan- A iniciativa já conquistou prê- confiáveis. Lineu chama atenção der Universitat Erlanger-Nurnberb/ mios internacionais, como o “In- para o acesso facilitado a editais de Fauen, da Alemanha, resolveram foDev Top 50 SMEs”, recebido fomento para uma série de ativida- se aventurar no empreendedoris- em 2011, no Fórum Global de Ino- des. Os professores já pensam nas mo e lançar um instrumento para vação e Tecnologia, na Finlândia. próximas ideias, que devem levar medição de radiação ultravioleta e No mesmo ano, um artigo sobre em consideração a mesma tecno- um biossistema para análise de pa- o tema foi apresentado no 6º Con- logia de análise e imagens de vídeo râmetros de poluição ambiental em gresso Brasileiro de Biossegurança em tempo real com o apoio de um ecossistemas aquáticos. A empresa e alcançou reconhecimento como aeromodelo com controle remoto, deles se chama EcoBabitonga. melhor trabalho na seção “Descarte além de pesquisas para tratamento O ImagingTox System M reali­ e descontaminação”. de efluentes. 26
  • 27. COMO FAZER PARTE DO INOVAPARQ 1 As “incubadas” são escolhidas por edital, devem apresentar diferencial inovador e pertencer às seguintes plataformas tecnológicas: biotecnologia, 2 É necessário que as empresas interessadas montem um plano de negócios, no qual seja demonstrada a viabilidade do 3 As empresas se instalam na incubadora, em uma das salas de 15 m2, e podem usar o restante da estrutura do parque. A utilização de design, químico farmacêutico, materiais, empreendimento, o cenário do setor laboratórios ou equipamentos específicos meio ambiente, metal mecânico ou de atuação e a solução desenvolvida mantidos pelas universidades também é tecnologia da informação e comunicação para o mercado facilitada pelo parque “Estado máximo da inovação” Joinville segue o movimento esta- múlti­las áreas de conhecimento. p a vocação econômica regional, en- dual da inovação e do surgimento No período de 2002 a 2011, a enti- volvendo instituições de pesquisa, de parques tecnológicos. Além dade investiu R$ 6 milhões em 31 empresários e governo, para criar do Inovaparq, já existem três par- dessas incubadoras, apoiando pro- um modelo que atraia e retenha ques em Florianópolis (Parque jetos de implantação, estruturação empreen­ dimentos, atendendo às Tecnológico Alfa, Sapiens Parque ou fortalecimento das unidades. demandas dos municípios que farão e Corporate Park) e um em Tuba- Mais de 200 empresas já foram parte desses distritos. A meta do rão (Uniparque). De acordo com a graduadas, cresceram e se conso- governo é investir R$ 40 milhões. Fundação de Amparo à Pesquisa e lidaram, tornando-se autônomas, O Inova@SC foi criado em Inovação no Estado de Santa Ca- com endereço próprio, e expandin- 2011 como parte do plano de tarina (Fapesc), outros 12 empre- do produtos e serviços até junto ao ação para a Secretaria do Desen- endimentos estão em fase de im- mercado internacional. volvimento Econômico Sustentá- plantação, com apoio do programa Para Randolfo Decker, coordena- vel (SDS), traçado pelo secretário Inova@SC, desenvolvido pelo go- dor de projetos técnico-científicos Paulo Bornhausen. “Ouvindo os verno estadual e que busca tornar da Fapesc, o futuro das cidades setores da indústria e do comér- Santa Catarina o “Estado máximo depende cada vez mais da oferta cio e a sociedade, ficou claro que da inovação”. de serviços e produtos relaciona- tínhamos que construir uma nova As incubadoras também alcan- dos à economia criativa. O coor- economia baseada na inovação”, çam destaque. Um levantamento denador avalia que Joinville, pela comenta. Num primeiro momen- realizado pela Fapesc no ano pas- localização estratégica e estrutura to, foram mapea­ as todas as ini- d sado apontou 38 incubadoras de político-econômica, é o lugar apro- ciativas existentes em Santa Ca- base tecnológica em atividade no priado para atrair empreendimentos tarina para estímulo da inovação e Estado. Ao todo, 300 micro e pe- inovadores. A cidade será um dos foi diagnosticada a importância da quenas empresas empregam em 12 polos regionais que integram o criação desses ambientes, para os torno de 1.900 profissionais de Inova@SC. A ideia é levar em conta quais se deu o nome de distritos REVISTA 21 27
  • 28. DIVULGAÇÃO de inovação. Em um ano, foram lançados os distritos de Itajaí, Chapecó e Joaçaba. Em Joinville, o centro de ino- vação será implantado junto ao Inovaparq e terá as obras iniciadas ainda neste ano. Paralelamente, o governo tem se colocado como parceiro para a implantação do Parque Tecnológico do Norte Ca- tarinense, liderado pela Acij. “Após esses primeiros passos, o projeto Inova@SC entra em uma fase de consolidação e instituciona­ização. l Nossa meta é criar esses ambien- tes de inovação e, a partir daí, entrar numa nova etapa de gera- ção de valor para a economia que é o fomento aos negócios”, com- plementa Bornhausen. A articula- ção do Inova@SC também já tem gerado a captação de recursos junto às esferas do governo, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e acordos in- ternacionais para transferência de conhecimento e tecnologia, e de intercâmbio comercial. Paulo Bornhausen é o em funcionamento. Para Francilene Procópio Gar­ mentor do Inova@SC: A presidente da Anprotec cia, presidente da Associação Na- meta é criar “ambientes aponta como os principais bene- cional de Entidades Promotoras de inovação” espalhados fícios dos parques tecnológicos de Empreendimentos Inovadores por todo o Estado a integração entre instituições de (Anprotec), os parques tecnoló- pesquisa, empresas nascentes e gicos beneficiam as empresas organizações de grande porte, o nele abrigadas, além da região e desenvolvimento de um ambiente da economia como um todo, por favorável à troca de experiências gerar um ambiente de cooperação e parcerias, geração de empregos entre organizações inovadoras de estudo para detalhar e atualizar e criação de demanda para tercei- todos os portes e instituições de o perfil dessas instituições, das rização de serviços. “Esses meca- ciência e tecnologia. “Os serviços empresas e entidades que estão nismos de apoio à inovação contri- oferecidos são de alto valor agre- baseadas nelas, além de identifi- buem de forma relevante para con- gado, facilitam o fluxo de conheci- car quantos parques existem em solidar a formação de uma indús- mento e tecnologia, possibilitam cada região. “Nossa base de dados tria forte e competitiva baseada a geração de empregos qualifica- indica que as regiões Sul e Sudes- no conhecimento, bem como para dos e o aumento da cultura e da te apresentam números bastante criar condições mais favoráveis à atividade empreendedora”, com- semelhantes em relação ao total agregação de tecnologia e inova- plementa. de parques tecnológicos em ope- ção ao setor industrial, agrícola e O Brasil conta com 90 projetos ração”, afirma Francilene Garcia. de serviços já estabelecidos em de parques tecnológicos, sendo São 24 projetos no Sul, dos quais nosso país”, atesta. Outro ponto que aproximadamente 30 estão 13 estão em operação, e 52 no Su- que a entidade percebe é o cres- em operação. A Anprotec iniciou deste, com 12 empreendimentos cente interesse de investidores 28
  • 29. estrangeiros no país e nas empre- sas inovadoras aqui sediadas, das vestimento no setor da inovação, com o tema ganhando destaque Joinville foi o primeiro quais muitas têm base em parques em pautas estratégicas do go- município a criar lei tecnológicos. verno. O plano Brasil Maior, con- Para as incubadoras, a Anpro- cebido no governo da presidente A Lei 7170, de 19 de dezembro tec presta apoio e orientação ao Dilma Rousseff, por exemplo, tem de 2011, estabelece medidas de desenvolvimento de novos proje- como foco “a inovação e o aden- incentivo à inovação, à pesquisa tos. São oferecidos treinamentos, samento produtivo do parque científica e ao desenvolvimento seminários, cursos e outros subsí- industrial brasileiro, objetivando tecnológico, atribuindo à Secretaria dios para aprimorar a gestão dos ganhos sustentados da produti- de Integração e Desenvolvimento empreendimentos. Uma das ferra­ vidade e do trabalho”. Os investi- Econômico (Side) a responsabilida- mentas utilizadas é o “Cerne”, mentos, porém, ainda são tímidos de pela Política Municipal de Ciên- modelo que visa promover a me- se comparados a outros países. cia, Tecnologia e Inovação (PMCTI). lhoria dos resultados em termos No mais recente levantamento do Entre os benefícios relacionados, quantitativos e qualitativos e que MCTI, de 2010, o Brasil investe destacam-se incentivos à isenção está se consolidando como im- no setor de Pesquisa e Desenvol- fiscal, instituição do prêmio “Inova- portante item para a profissionali- vimento cerca de 1,16% do seu ção Joinville”, encontros para dis- zação da gestão das incubadoras Produto Interno Bruto (PIB), o que cussão do tema com a sociedade brasileiras. De acordo com estudo equivale a aproximadamente U$ e criação do Fundo Municipal de realizado pelo MCTI, em parceria 55 bilhões. Israel, Coreia e Esta- Inovação Tecnológica. A lei também com a Anprotec, são 384 incuba- dos Unidos, por sua vez, investem prevê estímulos a inventores inde- doras no país, que abrigam 2.640 respectivamente 4,4%, 3,74% e pendentes e sinaliza a priorização empresas, gerando 16.934 postos 2,9% de seus PIBs na área. Uma de ações que visem dotar a pesqui- de trabalho. boa demonstração do quanto sa e o sistema produtivo local de O Brasil também se encontra Joinville ainda pode se destacar maiores recursos humanos e capa- em momento propício para o in- no segmento. citação tecnológica. POLOS REGIONAIS QUE FAZEM PARTE DO INOVA@SC Diversificação e desenvolvimento de novos parques Joinville Para estimular os interessados São Bento do Sul que ainda se encontram na fase Jaraguá do Sul mais embrionária, do plano de negócios, o Inovaparq, sediado Itajaí Joaçaba na Univille, está implantando o Blumenau processo de pré-incubação, com Chapecó Concórdia a intenção de apoiar o em­ reen­ p Florianopolis dimento efetivamente “antes do início”. Na mira, geralmente, re- Lages cém-graduados que fizeram um trabalho de conclusão de curso Tubarão com potencial para se transfor- mar em empresa. Dessa forma, R$ 40mi Criciúma assessorando também o proces- so de pré-incubação, o parque tecnológico atinge empresas de é a previsão de investimentos pelo inovação em todos os níveis de governo na implantação desses pólos desenvolvimento. REVISTA 21 29