1. Março 97 Ano III Nº 13 50$00
S U M Á R I O
Pág. 2 Entrevista com Nuno Dias
Pág. 3 Um Gesto de Desafio
Finalmente indo de encontro a um dos objectivos que
nos proposémos implementar no nosso jornal e
aproveitando o estímulo e a motivação dos nossos Pág. 4 Entrevista com o Presidente da
professores vamos começar a publicação, que desejamos
periódica, de artigos elaborados a partir de trabalhos AE, Luís Caetano
realizados no âmbito das cadeiras dos nossos cursos.
Estamos conscientes de que num ou noutro artigo
poderão ser emitidos conceitos e opiniões não
universalmente aceites, mas entendemos também que
Pág. 7 Moeda Única
assim poderemos estar a contribuir para incentivar os
alunos a publicar artigos que se enquadrem no âmbito de
trabalhos elaborados ao longo do ano, partilhando assim os
conhecimentos adquiridos através da investigação e do
Pág. 8 O Que é a Qualidade
contacto directo com as empresas.
Assim, começamos com a publicação de um artigo
sobre a Qualidade, assunto sempre actual e importante que
foi tratado numa cadeira do terceiro ano do curso de Gestão
Pág. 9 Apoio a Jovens Empresários
de Empresas da nossa Escola.
Pág. 10 Como Escolher um Computador
Pág. 13 Núcleos de Informática e
Marketing
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2. O Ideias ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Entrevista com...
Nuno dias (candidato ao Conselho Pedagógico)
O Ideias: O que é que te levou a razão que "a união faz a força". De facto conjunto com
aceitar o convite do actual presidente do esta integração permite uma os núcleos e
NEGE para integrares uma lista para colaboração mais estreita entre a ver facultado o
esta estrutura associativa? Associação de Estudantes e o Núcleo acesso a
Nuno Dias: Aceitei o convite do com vista à criação de sinergias sem que m e l h o r
Alexandre porque era um desafio novo haja uma perda de autonomia por parte equipamento
que achei aliciante e desta forma teria a do NEGE. Em reunião que tive com a informático.
oportunidade de fazer algo pela nossa associação de estudantes foi esta a ideia O Ideias:
escola e pelo nosso curso. Fazer parte do que ficou do que seria a integração do Quais as
NEGE permitir-me-ia ajudar a valorizar NEGE e dos restantes núcleos na A.E. esperanças
e dar a conhecer a nossa escola no O Ideias: Todos sabemos que tens que depositas
"mundo exterior", e para isso estamos já preconizado algumas críticas a alguns no futuro da nossa escola, agora que
a organizar algumas conferências, e aspectos pedagógicos referentes ao estamos a deixar o regime de instalação?
para as quais pedia desde já a ensino na nossa escola. O que é que em Nuno Dias: Deposito boas
participação de todos. A próxima tua opinião deve ser feito para melhorar esperanças no futuro da nossa escola,
conferência terá lugar no dia 18 de tanto a qualidade do ensino como as pois de agora em diante e deixando o
Março. Provavelmente na altura em que condições de trabalho dos alunos? regime de instalação para trás os alunos
o jornal sair já essa conferência se terá Nuno Dias: Tenho feito críticas não vão participar um pouco mais nas
realizado e eu espero que tenha corrido só a aspectos pedagógicos, embora eu acções de divulgação da escola. Além
bem e que toda a gente tenha tirado o pense que muita coisa possa ser feita na disso será criado o gabinete de
máximo proveito dela. Além desta vertente pedagógica, nomeadamente Comunicação e Relações com o exterior
conferência já estão programadas outras agora que estamos a sair do regime de que em conjunto com os núcleos e até
que se serão devidamente publicitadas instalação, que embora fosse provisório, mesmo com "O Ideias", julgo poderem
na altura certa. já parecia definitivo. Agora as coisas vão impulsionar um pouco mais de
O Ideias: Como é a tua relação com mudar um pouco porque os alunos dinamismo à escola tanto a nível
o Alexandre (actual presidente do passam a ter mais poderes, uma vez que interno como a nível externo.
NEGE)? passam a ter a faculdade de eleger os O Ideias: O que é mais importante
Nuno Dias: A minha relação com o seus representantes para os órgãos de para ti: ser um bom estudante ou um
Alexandre é a melhor que poderia ser, gestão da Escola e desta forma teremos bom aluno?
como afinal sempre foi. De facto já há a faculdade de assumir nos órgãos Nuno Dias: Ser um bom aluno é
alguns anos que somos colegas e sempre próprios as nossas posições. sempre importante, mas acima disso há
nos demos bem, aliás esta é a minha Situações como a avaliação contínua que ser um bom estudante, pois não nos
relação com todas as pessoas do NEGE, que é propagada, mas não respeitada devemos preocupar só com as boas
pois no fundo este tipo de por alguns professores ou o facto dos notas, mas também com a actividade
relacionamento acaba por se traduzir professores nunca nos facultarem a associativa. De facto se virmos bem um
numa forma de agradecimento a todos correcção das frequências e dos exames, bom aluno só contribui para a promoção
os colegas que depositaram confiança ao contrário do que acontece em outros da imagem da escola ao nível de
em nós nas últimas eleições. estabelecimentos, para que fiquemos a estatísticas pelo facto de tirar boas notas,
O Ideias: Como vês pessoalmente a saber qual a faixa de raciocínio que pelo contrário um bom estudante vai
integração do NEGE na A.E.? pretendem são situações que a meu ver muito mais longe ao sacrificar a sua vida
Nuno Dias: A integração do NEGE devem acabar. Outra coisa que eu pessoal e escolar para fazer algo de
na A.E. é algo sempre favorável aos gostaria de ver era os professores a muito mais útil para a escola que vai
alunos da escola, pois diz o ditado e a elaborarem manuais escolares em muito para além duma mera estatística.
Ficha Técnica
O Jornal "O Ideias" é Endereço para contactos: Directora: Luzia Valentim
publicado nos meses de Jornal "O Ideias" - Escola Superior de Redacção: José Luís Carvalho, Nuno
Janeiro, Março, Abril, Maio, Gestão de Santarém Bernardo e António Braçais
Junho, Novembro e Dezembro Complexo Andaluz Montagem: Rui Costa e Hugo Matos
com uma tiragem de 600 Apartado 295 Revisão: José Luís Carvalho
exemplares. 2003 Santarém Codex Publicidade: Luzia Valentim e Rui
Pode ser fotocopiado Tel.:332121 Fax: 332152 Costa
para distribuição gratuita. Impressão: Tipografia Escolar
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Janeiro/1997
UM GESTO DE DESAFIO
Foi assim que o nosso colega de redacção titulou o seu pensamento diz que a sua actuação no Conselho Directivo
manifesto eleitoral, (transcrito nesta página) na qualidade de pautar-se-à pela independência relativamente a grupos de
candidato ao Conselho Directivo pelo corpo discente. Nas pressão que possam existir na nossa escola, aliás foi "sempre
palavras do nosso colega esse gesto de desafio substancia-se assim que actuei em todas as estruturas associativas por que já
precisamente num desafio a todos os intervenientes no ensino, passei nesta escola; nunca aceitei nem aceito ser uma marioneta
sejam professores ou estudantes. Seguindo a sua linha de nas mãos seja de quem for."
“A educação tem por fim dar à alma e ao corpo toda a vertente científica. O aluno que frequente uma escola que
beleza e perfeição de que são susceptíveis”. Era assim que adopta este modelo é levado a procurar o conhecimento
Platão definia o termo educação. Penso, no entanto, que o apenas pelo conhecimento e está de todo afastado das relações
conceito de Platão já não corresponde à realidade, na medida com o meio envolvente. O ensino gira em torno dum treino
em que a educação não deve ter apenas um fim único, mas mental, a teoria não é orientada para a resolução de problemas
pelo contrário uma multiplicidade de fins. Não obstante, dotar práticos e o financiamento dessas escolas é suportado por
a alma de beleza e perfeição é com toda a certeza objectivo fundos públicos e não por empresas ou remunerações por
estranho ao sistema educativo em que estamos inseridos. serviços prestados. Por sua vez o modelo profissional assenta
Não pretendo com esta minha candidatura enaltecer o de certa forma numa corrente filosófica designada por
conceito de educação definido por Platão nem criticá-lo, mas realismo e acaba muitas vezes por cair na ingenuidade ao
sim partir deste conceito ideológico para iniciar uma batalha querer incutir a ideia de que não há problema nenhum que a
académica que se alimentará da convicção de que a escola deve ciência não resolva. Os programas das escolas de gestão que
preparar os estudantes para a vida profissional através da adoptam o modelo profissional são orientados para a
transmissão de conhecimentos específicos, e para a vida social liderança, estratégia, planeamento, inovação, etc. O
através da transmissão de valores. Entendo, pois que não basta recrutamento de professores está intimamente ligado a
uma preparação académica cheia de teorias “marradas” nas objectivos de investigação aplicada e os programas de pós-
vésperas dos exames para os estudantes se prepararem para a graduação têm um peso significativo.
vida. É necessário acima de tudo que tenhamos oportunidades Do meu ponto de vista estes modelos representam pontos
de realização profissional e uma integração completa na vida extremos no âmbito do sistema educativo, como tal o ensino
social, política e económica. E isto só é possível se tivermos em a ministrar na nossa escola deve ser uma combinação de
linha de conta que sobre jovens com preparações e origens ambos, pois nós sabemos que uma escola que opte pelo modelo
familiares diferentes a escola só pode triunfar agindo também profissional jamais será bem sucedida se puser de parte alguns
de forma diferente, nomeadamente criando uma igualdade de parâmetros estabelecidos pelo modelo académico.
oportunidades. Assim o que eu pretendo é consciencializar a direcção da
Quanto ao modelo pedagógico, e simplificando um pouco escola da importância das decisões que se impõem neste
a realidade, há a salientar a evolução das escolas segundo dois momento crucial da vida desta instituição e responsabilizar os
modelos: o modelo académico e o modelo profissional. O agentes intervenientes pelas decisões que tomarem e pela
modelo académico alimenta-se do conceito tradicional de actuação que vierem a ter.
ensino superior, tanto na vertente pedagógica como na José Luís Carvalho
Programa
• Desenvolver esforços no sentido de debates, congressos e ciclos de • Ajudar a definir a política de
ser criada finalmente uma conferências. marketing e de relações públicas da
associação de ex-estudantes da • Promover reuniões periódicas com Escola com base num estreito
ESGS, coisa que já há muito tempo as várias estruturas associativas da relacionamento com o Gabinete de
venho a defender. Escola para se discutir a política Comunicação e Relações com o
• Criar um gabinete de apoio jurídico adoptada pela mesma e para receber Exterior.
que deverá servir todas as estruturas todas as críticas que digam respeito • Apoiar os restantes membros do
associativas da Escola e todos os à actuação do Conselho Directivo. Conselho Directivo em todas as
estudantes em geral, no sentido de • Promover as diligências necessárias iniciativas que sejam para o bem da
lhes dar a conhecer os seus direitos. no sentido de criar condições de escola em geral e dos estudantes em
• Exercer pressão junto da direcção da trabalho a estudantes que estejam particular.
Escola no sentido de se apoiarem envolvidos em actividades • Prestar dentro das minhas
todas as actividades que visam académicas e cuja natureza dessas competências, o apoio necessário ao
promover a imagem da nossa actividades justifique a abrangência corpo discente que vier a ser eleito
escola, nomeadamente colóquios, do estatuto de dirigente associativo. para o Conselho Pedagógico.
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4. O Ideias ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Entrevista com...
L í C e a o ( r s d n ed A s c a ã d E t d n e )
us atn Peiet a soiço e suats
IDEIAS: O que é que te levou a sempre em conta todos esses factores. tem a ver
formar uma lista para a A.E.? IDEIAS: Por exemplo, neste com a estru-
Luís Caetano: Não fui eu que formei momento têm alguma dívida que meta tura que
uma lista para a A.E., digamos antes que medo? É que a Comissão de Finalistas pretendemos
foi um projecto que algumas pessoas tem-se vindo a queixar... implantar a
elaboraram e para o qual fui convidado. L.C.: Não... Atenção o que houve foi n í v e l
IDEIAS: Como é que justificas a um acordo desta Associação com a associativo
vitória da tua lista? Comissão de Finalistas para ajudar a aqui porque
L.C.: Isso não sei, pois trata-se duma Comissão de Finalistas e esta ajuda sabemos que
questão que passa mais pela resposta baseava-se no seguinte: caso essa é fundamen-
propriamente dita dos alunos porque comissão não consiga vender todo o tal a existência de núcleos que devem
ambas as listas tinham projectos material que tem em carteira, nós ter apoio, apoio esse que passa por
coerentes e válidos que visavam assumimos o compromisso de lhes meios informáticos, um local onde se
sobretudo a defesa dos interesses dos comprar esse material. Quanto à possam reunir e trabalhar porque como
alunos. questão das dívidas a Associação não vocês devem ter noção torna-se
IDEIAS: Em campanha eleitoral tem nenhuma dívida de meter medo impraticável aproveitar o espaço da
vocês acusaram a lista B de não nem está, digamos, numa situação que associação no caso de haver por
apresentar projectos, então vens agora não se ultrapasse. Além do mais exemplo três núcleos a trabalhar para
dizer que os projectos deles eram estamos a resolver a questão dos três ciclos de conferências porque não é
coerentes, os mesmos projectos que patrocínios que nos permitem obter humanamente possível e o espaço
não existiam? algumas receitas que nos darão também não é assim tanto que permita
L.C.: Não propriamente; o que quero possibilidades de fazer face a todas as desenvolver um trabalho consistente.
dizer é que durante a campanha situações que se vão deparando. Depois temos outras questões que
eleitoral, se calhar falou-se muito, IDEIAS: E então aquela dívida do podem ser melhoradas a nível da
discutiu-se muito, mas havia alguns telefone de que se falou há algum reprografia da escola e outros assuntos
projectos, quer da lista A quer da lista B. tempo atrás? que brevemente iremos divulgar.
Se calhar, tendo em conta toda a L.C.: Isso está tudo resolvido. IDEIAS: Quais as vantagens que
envolvente, toda a questão da Escola, as IDEIAS: Mas ainda hoje falámos vês na departamentalização da A.E.?
possibilidades a nível da associação e com o Dr. Beirante e ele disse-nos que L.C.: As vantagens que eu vejo e que
uma série de factores alguns elementos a Associação ainda estava a dever nós como Associação pensamos
da lista A acusaram alguns elementos dinheiro do telefone. existirem é de que permite que a
da lista B de falarem muito e de se L.C.: Não. O que a Associação está a Associação por intermédio dos núcleos
preocuparem pouco em apresentar dever foi relativamente ao mês de tenha um conhecimento muito mais
projectos. No entanto ambas as listas Dezembro e também alguma real da situação de cada curso...
tinham de facto projectos e posso até correspondência que foi enviada por IDEIAS: E vantagens financeiras?
dar um exemplo: a lista B tinha um altura do natal. E é essa a dívida da L.C.: Digamos que não se pode falar
projecto que envolvia um acordo com o Associação relativa a telefone e concretamente em vantagens
KUKUKAIA e esse projecto como era comunicações que existe. financeiras. Com a departamentalização
um projecto válido e coerente foi IDEIAS: E que vai ser paga da A.E. o que vai acontecer é que nós
aproveitado pela lista A. brevemente. quando nos candidatarmos a futuros
IDEIAS: Qual a situação financeira L.C.: E que vai ser paga brevemente, subsídios iremos receber um subsídio
da Associação? aliás nós vamos ter uma reunião com a maior por termos actividades extras e
L.C.: A situação financeira da Comissão Instaladora para negociarmos isto já acontece com muitas outras
Associação é uma situação financeira e falarmos acerca duma série de associações de estudantes existentes e
que julgo que todas as Associações de questões que nos preocupam como sendo o subsídio maior, isso vai permitir
um modo geral têm, ou seja, é sempre representantes dos alunos e que que possamos canalizar verbas e dar um
uma situação complicada, uma situação esperemos venham a dar frutos. apoio maior a todos esses
onde não há facilidades... IDEIAS: O que é que vocês departamentos para que eles possam
IDEIAS: E como é que justificas pretendem negociar? por sua vez desenvolver uma série de
essa falta de facilidades? L.C.: Julgamos que há possibilidades actividades e ajudar os alunos a
L.C.: As associações são organizações de se conseguirem outros meios para os promover acontecimentos que visem a
sem fins lucrativos e como tal torna-se alunos e quando falo noutros meios, devida informação dos mesmos e
complicado muitas vezes viver de digo possibilidades para haver uma sala também dar um contributo
subsídios, de apoios e das quotas dos de trabalhos de grupo porque há e para que a nossa escola seja
associados e como tal é por isso que eu vamos falar nisso à Comissão cada vez mais divulgada e
estou a dizer que não é fácil e é sempre Instaladora. Depois temos outra questão para que os nossos alunos
uma situação financeira que tem que ter que é relativamente aos Núcleos e isto já sejam cada vez
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Janeiro/1997
mais conhecidos. Dezembro, porque dando-se o caso exames para fazer, o que não significa
IDEIAS: O ano passado a A.E. desse aluno hipoteticamente concluir o rigorosamente nada, ocupava um cargo
recebeu ou não um subsídio maior por curso passa a haver um desfazamento e que era completamente diferente e que
ter mencionado o N.E.G.E., o jornal e o uma diferença muito grande porque tinha responsabilidades completamente
departamento de desporto nesse esse aluno mesmo sendo eleito para a diferentes e que não mexia tanto a
pedido? A.E. se acabar o curso em Dezembro, de estrutura da A.E.
L.C.: Não. Não, de modo algum. Dezembro até Julho não é aluno da IDEIAS: Mas a ética não mexe com
Porque para esses subsídios serem escola, enquanto que o outro aluno, de cargos...
atribuídos todos esses núcleos e todos Dezembro até Julho é aluno da escola. L.C.: Exacto, a ética não mexe com
esses departamentos têm que estar IDEIAS: Mas há pessoas que cargos e eu na altura quando aceitei o
convenientemente expressos nos argumentam que um aluno que tenha convite que me foi feito, não me
estatutos da A.E. e como tal não estando apenas uma disciplina para fazer tem apercebi da situação, não reparei no
nenhum desses núcleos ou muito mais disponibilidade que um pequeno grande pormenor que era essa
departamentos para já referidos nos aluno que tenha 10, 11 ou 12 cadeiras questão e depois mais tarde quando se
nossos estatutos, não nos é possível a para fazer. tomou um pouco a consciência do
nós pedirmos os patrocínios e subsídios L.C.: Mas um aluno que acabe o problema que se estava a criar e quando
relativamente a isso. Aliás uma das curso em Dezembro forçosamente, e nos demos conta todos da realidade, se
nossas bandeiras vai ser fazer a tão isto é a lógica natural das coisas, vai calhar aí já era um pouco tarde para
almejada revisão estatutária em finais integrar o mercado de trabalho, vai voltar atrás até porque o processo já se
de Março, princípios de Abril porque já estar preocupado com a sua vida tinha iniciado.
é tempo de uma vez por todas nós profissional, com a sua carreira e com IDEIAS: De qualquer das formas
darmos a volta aos nossos estatutos todo o seu futuro e provavelmente, caso criou-se costume...
porque toda a gente sabe que surja uma proposta esse aluno não a irá L.C.: Talvez...
infelizmente os nossos estatutos já não recusar para ficar na A.E. mesmo tendo IDEIAS: Ao aceitar-se esta situação
são os mais adequados e têm levantado disponibilidade e tempo. Além disso este ano, enquanto os estatutos não
uma série de questões e problemas e tenho impressão que eticamente e forem alterados ter-se-à que aceitar
para isso basta ver a título de exemplo a moralmente não será muito correcto um esta situação?
última campanha eleitoral. aluno candidatar-se, e isto depende da L.C.: Sim; talvez... Pode-se ver sob
IDEIAS: Mas tivemos consciência de cada um, sabendo que à esse ponto de vista.
conhecimento que a A.E. tinha partida em Dezembro vai ingressar no IDEIAS: Vai haver um TOP -
recebido um subsídio superior em 300 mundo do trabalho e que Professor este ano?
contos àquilo a que teria direito se não provavelmente irá surgir uma L.C.: Sim. Estamos a pensar fazer o
tivesse mencionado o departamento de oportunidade e depois ele não poderá TOP - Professor, mas ainda não
desporto... dispensar nenhum tempo para a A.E. e podemos adiantar datas porque estamos
L.C.: Não, isso são tudo afirmações irá estar desfazado da realidade escolar, a dar prioridade a outros projectos e a
falsas. irá estar longe das situações, dos outras ideias. Pretendemos aliás fazer
IDEIAS: E a A.E. pode facultar essa problemas e da vivência diária da escola com que o TOP - Professor seja um
informação, nomeadamente fotocópia e quer queiramos quer não, isso tem barómetro dentro desta escola e que seja
do pedido que foi enviado... muita influência e muito peso. um instrumento que os alunos possam
L.C.: Sim, sim, julgo que isso está IDEIAS: Se isso não é eticamente utilizar para de algum modo
tudo em arquivos; é uma questão de se correcto, então porque é que aceitaste expressarem a sua opinião
procurar e de se ver. integrar uma lista onde havia um relativamente aos docentes desta escola.
IDEIAS: Qual a tua opinião acerca elemento que estava nessas condições? IDEIAS: O TOP Professor deve ser
da candidatura dos alunos do 3.º ano à L.C.: Porque quando aceitei integrar uma iniciativa interna que deve ficar
A.E. faltando-lhes apenas uma cadeira esta lista não me ocorreu como não dentro da escola ou deve transparecer
para acabar o curso que podem concluir ocorreu à maioria dos elementos que para o exterior? (Já que pode haver um
logo em Dezembro? hoje fazem parte da Associação, essa professor que pode ser um excelente
L.C.: A minha opinião pessoal é de situação. Depois quando a questão foi profissional lá fora e um mau professor
que uma coisa é um aluno que tem um levantada e quando se fez a análise mais cá dentro e isso pode denegrir a
ano lectivo à sua frente candidatar-se à profunda do problema, aí já era tarde e imagem desse profissional se chegar ao
A.E. porque mesmo tendo em conta os já não seria muito correcto da minha conhecimento da empresa que ele ficou
estatutos e havendo um período parte depois de ter assumido um em último lugar).
suposto em que esses aluno já não fará compromisso e de ter assumido algo L.C.: Julgo que numa 1.ª fase deveria
parte da escola que seria o período final com as pessoas de voltar com a palavra única e exclusivamente manter-se aqui
de Julho teoricamente, mas houve uma atrás até porque a questão foi levantada a nível interno e depois então consoante
série de meses em que esse aluno teve aquando do início do processo eleitoral. o caminho que tomasse e as proporções
oportunidade de dar o seu contributo e Julgo também que a situação que podesse vir a atingir, então aí seria
de desenvolver uma série de projectos relativamente ao elemento que faz de pensar em horizontes mais
para a escola e para os alunos o que é parte da Associação que estava nas vastos.
completamente diferente da situação mesmas condições era um pouco IDEIAS: Porque é que as
dum aluno que seja do 3.º ano, mas que diferente da situação dos elementos da bolsas passaram a ser
tenha apenas um exame para fazer em lista adversária porque além de ter mais pagas em cheque
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6. O Ideias ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
ou numerário e deixaram de ser pagas L.C.: Essa dívida ainda não foi isto é o seguinte: tal como este ano nesta
por transferência bancária? saldada. Estão a desenvolver-se associação cada pessoa tem a sua opinião,
L.C.: Isso é uma questão esforços... cada pessoa tem a sua maneira de ver as
relativamente à qual não podemos fazer IDEIAS: Essa dívida vai ser saldada? coisas e não podemos impedir as pessoas
nada. Passo a explicar: A lei prevê dois L.C.: Não. Não vamos perdoar dívida de, pessoalmente, enquanto seres, se
processos que são a transferência directa nenhuma ao contrário do que diziam exprimirem e dizerem aquilo que
para a conta do aluno e o pagamento por alguns boatos que andaram a circular por sentem e pensam.
cheque. Os serviços de Acção Social do aí e que eram falsos. O que está a Agora num colectivo e tendo em
I.P.S. tinham vindo a depositar a bolsa acontecer é que tanto a Associação como conta os cargos e os compromissos que
directamente na conta dos alunos e este o N.E.G.E. estão a desenvolver esforços assumiram a situação é completamente
ano optou por mudar de processo o que para que essa situação seja mais cedo ou diferente. Se queres que eu te diga se
está a decorrer a nível nacional porque mais tarde resolvida. Também não temos houve elementos que na associação
permite um maior controlo sobre os muita pressa, e isto no sentido relativo, anterior disseram bem ou disseram mal...
alunos que são bolseiros. Note-se no porque sabemos que a situação vai ser IDEIAS: Não é uma questão de dizer
seguinte exemplo prático: como não há resolvida e porque temos confiança nas bem ou de dizer mal...
regime de faltas nesta escola, o que se pessoas que estão à frente do N.E.G.E.. L.C.: Se concordaram ou se
passava era que havia alunos que tinham IDEIAS: De quanto é que é a dívida discordaram ou se se opuseram, eu digo
uma bolsa e depois só cá vinham no final do N.E.G.E. em concreto? sinceramente que nunca me apercebi de
do ano e tinham outras actividades pelas L.C.: Quarenta e cinco contos. nada e digo-te sinceramente nunca
quais eram remunerados. IDEIAS: Em relação aos ciclos de houve reais intenções nem nunca houve
IDEIAS: Já alguma vez reuniram conferências, quem é que os vai pessoas que estivessem manifestamente
com alguém da Acção Social para realizar? - É a A.E. com a colaboração contra; a meu ver e na minha opinião
abordar aquele assunto de que toda a dos núcleos ou são os núcleos com a pessoal.
gente fala, mas que ninguém faz nada, colaboração da A.E.? IDEIAS: Alguns fundadores do
que é o de haver alunos a receberem L.C.: Os ciclos de conferências vão ser N.E.G.E. não são dessa opinião.
bolsas sem terem direito a elas? realizados pela A.E. e pelos núcleos em L.C.: É a tal coisa, existe a liberdade de
L.C.: É o seguinte: reunião formal não conjunto porque só assim se conseguirá pensar, de opinar e de se dizer o que
houve. Ainda não surgiu a cada vez mais um trabalho com muito bem se acha e o que muito bem se
oportunidade; ainda não houve tempo, qualidade e uma experiência cada vez entende. Estar num país livre, estar
se assim se quiser dizer, para reunir e maior. numa democracia é isso mesmo: é o
para debater essa questão. No entanto IDEIAS: Com o Núcleo de poder-se contradizer e discordar
este ano no âmbito da transformação dos Informática de Gestão não vai acontecer livremente do que certas pessoas dizem.
serviços da Acção Social houve um o que aconteceu com o N.E.G.E. que IDEIAS: Então quer dizer que tanto
controlo muito maior e eles foram mais aquando da sua formação foi pedido quanto é do teu conhecimento é falso
exigentes. Mas nós poderemos sempre apoio à A.E. e como esse apoio não foi que quando os fundadores do N.E.G.E.
alertar, chamar à atenção para essas dado os alunos decidiram avançar eventualmente se tenham dirigido a um
situações. sozinhos e chegaram a ser vistos pela ou vários elementos da A.E. estes não
IDEIAS: Este ano, e pela primeira A.E. como um conjunto de alunos apoiaram a ideia e até colocaram alguns
vez, tivemos que entregar uma rebeldes que se marginalizaram dos entraves à criação do N.E.G.E..
declaração da Segurança Social que assuntos associativos da nossa escola.. L.C.: Não, relativamente a colocarem
provasse (teoricamente) que no caso de L.C.: Não. De modo algum. Os entraves julgo que isso é um bocado
quem tem mães domésticas, estas não movimentos que possam existir nunca abusivo e forte porque os elementos
trabalhavam de facto por conta de foram considerados nem nunca são enquanto elementos seria difícil
outrém. A verdade é que há quem tenha considerados movimentos rebeldes e nós colocarem entraves.
mães que estão a fazer descontos para a estamos a dar especial interesse e IDEIAS: Não colocaram entraves ou
Segurança Social para um dia mais estamos a acompanhar duma forma tu não tiveste conhecimento que eles
tarde poderem usufruir duma reforma, particular a criação dos núcleos para tenham colocado entraves?
mas não têm qualquer rendimento. Ora que... L.C.: Não, não, não, não... Porque um
estes alunos são penalizados já que as IDEIAS: Mas reconheces que a elemento enquanto elemento
respectivas mães estão teoricamente a anterior A.E. não aceitou muito bem a unicamente isolado torna-se complicado
receber um ordenado que na prática não ideia da criação do N.E.G.E.... num todo colocar entraves e depois foi
recebem. L.C.: Não. De modo algum. Fiz parte como eu já disse: se houve pessoas que
L.C.: Isso acontece e é, sem dúvida, da A.E. do ano transacto e discordo não concordaram e se houve pessoas que
uma situação que não é correcta e que completamente. Isso é falso porque uma não estavam totalmente a favor e se
não é justa e como tal nós Associação coisa é a posição da A.E. e outra é a houve pessoas que tinham ideias
sempre que soubermos desses casos posição pessoal de alguns elementos da diferentes não me apercebi realmente e
devemos fazer toda a pressão que A.E.. não me dei conta dessa situação.
permita chamar à atenção para essas IDEIAS: Ah, então quer dizer que Concerteza que expressaram opiniões,
situações. alguns elementos da anterior A.E. concerteza que disseram o que muito
IDEIAS: O N.E.G.E. tinha uma tiveram uma posição pessoal contra a bem entenderam.
dívida para saldar com a Associação de criação do N.E.G.E.? José Luís Carvalho e Luzia
Estudantes. Essa dívida já está saldada? L.C.: Talvez sim, talvez não porque Valentim
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7. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Janeiro/1997
A Moeda Única...
...no Contexto da Economia Portuguesa
Nos últimos anos temos nossa adesão à moeda única. De facto portuguesa a nível de produtividade e
assistido ao desenvolvimento de novos se aderirmos à moeda única sem os de competitividade, pois a eliminação
sectores no nosso país. Em 1995 a nossos principais parceiros comerciais da taxa de câmbio acaba por ser mais
produção de bens com maior valor europeus, essa adesão pode ser um risco do que um benefício num
acrescentado aumentou e as prejudicial para a nossa economia. É cenário de fraca competitividade, por
exportações de máquinas eléctricas e que muito se tem discutido acerca da isso a convergência nominal deverá ser
de transporte foram superiores às de moeda única, no entanto a maior parte apenas um meio para atingir uma
têxteis, vestuário e calçado, facto que dessas discussões assentam numa só convergência real com a Europa.
foi motivo de orgulho para Eduardo perspectiva que é a de saber quais é que No que se refere ao processo de
Catroga. Do meu ponto de vista este são as vantagens e as desvantagens da adesão temos que ter em linha de conta
orgulho do ex-ministro das finanças é adesão ao euro. Poucos são os que que em última análise não somos nós
comparável ao contentamento daquele ousam discutir as vantagens (e as que decidimos a nossa entrada na 3.ª
aluno que foi a exame, estava à espera desvantagens) da não adesão. De facto fase da U.E.M., mas sim os nossos
de chumbar, mas lá conseguiu tirar um existe um risco inerente à terceira fase parceiros (o Conselho Europeu) com
9, que lhe permite ir a oral. Em parte as da União Económica e Monetária base no que está estabelecido no
exportações de máquinas eléctricas e (UEM) para as empresas dos países que Tratado de Maastrich e é quase certo
de transporte conseguiram ultrapassar aderirem à moeda única que é o de se que a adesão de Portugal à moeda
as exportações de têxteis, vestuário e assistir a desvalorizações competitivas única vai depender da adesão ou da
calçado, em virtude da falta de por parte dos parceiros que não não adesão da Espanha em virtude do
competitividade destes últimos aderirem à moeda única e neste nível de integração das duas
sectores nos mercados internacionais, momento não há nada que impeça economias.
e não devido a ganhos de esses países de agir dessa forma. Mas como a adesão à moeda
competitividade significativos e Assim há quem defenda a única também depende um pouco de
sustentáveis por parte do sector das implementação dum mecanismo de nós o Orçamento de Estado para 1997
máquinas eléctricas e de transporte. É câmbios entre o euro e as moedas dos foi elaborado com vista a atingirem-se
certo que concordo que os sucessivos países que não aderirem à moeda única os rácios macroeconómicos sem os
governos devam preocupar-se em criar no chamado pelotão da frente. Este quais a adesão não será permitida. Mas
condições macro-económicas que mecanismo além de evitar a questão que se levanta neste
permitam aumentar o valor desvalorizações competitivas iria momento a este respeito é a de saber se
acrescentado dos bens e serviços que também servir de base para a há ou não um ajustamento estrutural
produzimos, no entanto isso não é estabilidade cambial dos tais países que das despesas. De facto o aumento
suficiente para promover um não façam parte do pelotão da frente, substancial das receitas ficou a dever-se
desenvolvimento sustentado da nossa mas que tenham como objectivo uma em 1996, essencialmente a uma maior
economia se não se incrementarem participação plena na U.E.M.. eficiência da máquina fiscal e a uma
relações comerciais com outras regiões Mas as hipotéticas diminuição dos encargos a suportar
a nível mundial dada a forte desvalorizações não são dentro deste pelo orçamento de estado em matéria
concentração geográfica do nosso quadro uma preocupação única. Neste de juros da dívida pública o que se
comércio externo. Não nos momento é impossível prever o explica pela diminuição das taxas de
esqueçamos que a Europa absorve comportamento do euro após 1999, daí juro e pelo programa de privatizações.
cerca de 80% das nossas exportações. E que um dos receios de muitos Além disso prevê-se que antes dos
isto é grave por duas ordens de razão empresários seja a revalorização juros da dívida pública as despesas
distintas: sistemática desta moeda face às divisas correntes do Estado subirão 7,5% em
1.ª - As economias mais mais importantes a nível mundial, 1997.
dinâmicas em termos de crescimento nomeadamente o dólar e o iene, o que Assim se tivermos em linha de
estão fora da Europa. poderia ser desastroso para a economia conta que o programa de privatizações
2.ª - Cria uma forte dependência portuguesa. E nessa altura faria muito não é eterno e que as nossas taxas de
económica do nosso país jeito, para Portugal nomeadamente, juro estão cada vez mais próximas das
relativamente a um pequeno número aquele instrumento financeiro que taxas de juro dos restantes países
de países terceiros, o que pode ter desaparecerá com a adesão à moeda europeus facilmente nos apercebemos
consequências desagradáveis tal como única que é a taxa cambial. Pois, acima que terá que haver um ajustamento
demonstra toda a História Economico de tudo as nossas empresas só estrutural das despesas, caso contrário
- Social portuguesa. beneficiarão da eliminação do risco os impostos poderão aumentar a partir
Como é óbvio convém que o cambial se forem competitivas. É que de 1998.
governo português tenha em linha de mais importante que a convergência José Luís Carvalho
conta estas premissas no contexto da nominal são os ganhos da economia
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8. O Ideias ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Qualidade
Finalmente indo de encontro a um independentemente de se considerar que • Relativamente ao quarto princípio
dos objectivos que nos proposémos o objectivo da empresa é a satisfação das da gestão da qualidade que
implementar no nosso jornal e necessidades dos clientes ou o lucro, a mencionámos temos a salientar que em
aproveitando o estímulo e a motivação verdade é que a satisfação do cliente está nosso entender a Qualidade começa
dos nossos professores vamos começar a sempre subjacente à qualidade, apenas precisamente com a aquisição das
publicação, que desejamos periódica, de com uma diferença: se considerarmos matérias-primas e com o cumprimento
artigos elaborados a partir de trabalhos que o objectivo da empresa é a satisfação dos prazos de entrega. No nosso trabalho
realizados no âmbito das cadeiras dos das necessidades dos clientes então a defendemos que é da ligação eficaz entre
nossos cursos. gestão da qualidade tem o mesmo cliente e fornecedor que “resulta a
Estamos conscientes de que num ou objectivo que a empresa como um todo; redução de tempos de espera, stocks de
noutro artigo poderão ser emitidos se considerarmos que o objectivo da segurança e juros do capital investido,
conceitos e opiniões não universalmente empresa é o lucro então a gestão da bem como a redução dos custos de
aceites, mas entendemos também que qualidade (que tem como princípio a produção o que se irá reflectir no preço
assim poderemos estar a contribuir para satisfação do cliente) oferece à empresa final do produto, tornando-o mais
incentivar os alunos a publicar artigos um meio de alcançar o seu objectivo. Mas competitivo”. Aliás há empresas que
que se enquadrem no âmbito de para que este princípio seja posto em antes de assinarem qualquer contrato
trabalhos elaborados ao longo do ano, prática convém englobar no conceito de com um potencial fornecedor requerem a
partilhando assim os conhecimentos cliente, tanto os clientes externos como os realização de auditorias que lhes
adquiridos através da investigação e do clientes internos. De facto dentro duma garantam um determinado nível de
contacto directo com as empresas. empresa todos os departamentos são conformidade.
Assim, começamos com a publicação fornecedores e clientes uns dos outros. • Relativamente ao princípio da
de um artigo sobre a Qualidade, assunto Relativamente aos clientes externos é melhoria contínua que assenta no
sempre actual e importante que foi preciso ter em linha de conta que é conceito de Kaizen, uma filosofia de
tratado numa cadeira do terceiro ano do necessário que estes voltem sempre por
gestão que segundo o seu autor, Masaaki
curso de Gestão de Empresas da nossa terem confiança no produto. Não
Imai, é responsável pelo sucesso da
Escola. esqueçamos que é mais caro angariar
economia japonesa, entendemo-lo como
O nosso trabalho de Gestão de clientes do que mantê-los. tal na medida em que a Qualidade se
Produção abordou o tema da Gestão da • No que se refere à liderança não destina à satisfação das necessidades dos
Qualidade e dividia-se em duas partes iremos descrever conceitos nem clientes e estas, tal como o meio
distintas, uma mais teórica onde classificar tipos de liderança. Está envolvente, estão em constante mutação,
abordámos diversos assuntos no- provado que um indivíduo pode ser um o que implica uma transformação
meadamente a Qualidade Total, a bom líder dentro dum determinado permanente da organização com vista à
competitividade e a certificação e outra grupo e um mau líder noutro. Além disso melhoria contínua para manter os
parte mais prática, na medida em que o tipo de liderança depende também do clientes.
consistiu na elaboração de um Manual da tipo de grupo. Achamos no entanto que Mas falar de Qualidade é falar
Qualidade com base num estudo um líder deve, em termos gerais ser um também dos Círculos da Qualidade. Os
efectuado numa empresa da região. impulsionador, um motivador e deve Círculos da Qualidade são reuniões
Dada a extensão do trabalho que saber ouvir, decidir e construir equipas periódicas onde têm assento não só os
efectuámos - cerca de 140 páginas - com as pessoas a trabalhar nos lugares directores da empresa com também os
optámos por fazer referência ao capítulo certos e com um bom ambiente de chefes de secção, operários,
que pretende demonstrar ser a Qualidade trabalho. O líder deve ainda ter em linha administrativos, etc.
Total uma filosofia de gestão assente, em de conta que é da sua responsabilidade a
nossa opinião, nos seguintes Princípios: definição de objectivos ambiciosos, mas Benefícios dos Círculos de Qualidade
• satisfação do cliente realistas bem como a disponibilidade de Uma das consequências óbvias da sua
• liderança meios. implementação é o envolvimento e a
• O envolvimento de todos os responsabilização dos trabalhadores bem
• envolvimento de todos os como a mudança de atitudes e de
colaboradores colaboradores é por sua vez um princípio
que de certa forma está relacionado com comportamentos a todos os níveis da
• envolvimento dos fornecedores organização. Todos podem fazer ouvir a
a liderança e que nós resumimos em três
• melhoria contínua pontos fundamentais, pois não se pode sua voz e sentem que as suas opiniões são
pedir a um colaborador que execute importantes. Propiciam uma partilha de
• No que se refere à satisfação do determinada tarefa, sem que: conhecimentos e de experiências e
cliente nós defendemos que este é um permitem um enriquecimento pessoal e
• ele saiba como executá-la colectivo, podendo contribuir para um
princípio básico da Qualidade porque, correctamente ;
por um lado, o cliente só adquire melhor conhecimento dos problemas da
produtos que satisfaçam as suas
• lhe sejam fornecidos os meios/ organização.
necessidades ou que correspondam, de condições adequadas; Não obstante os benefícios já
forma mais ou menos racional, a um • seja claramente informado dos apontados os C.Q. contêm em si algumas
desejo seu, e por outro lado porque procedimentos a seguir; limitações que não devemos descurar:
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