O Império Songhai tinha uma economia baseada no comércio transaariano entre o vale do Níger e o norte da África, com trocas de produtos como ouro, sal e escravos. Inicialmente, houve tensões entre os governantes songhai e a aristocracia muçulmana, mas posteriormente o Islã se tornou a religião dominante. Após séculos de expansão, o Império entrou em declínio no final do século XVI, com a desagregação do poder central e a ascensão de senhores de guerra marroqu
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Império Songhai
1. Império Songhai
Nomes : Aída Vidigal (1), Bárbara Gontijo (4), João Pedro
(17), Thamires Quintiliano (34)
2. Economia:
Setor comercial :
Saiam caravanas transaarianas do vale do Níger, em função de estabelecer rotas em
direção ao norte 28.
O comércio transaariano dos séculos XV e XVI orientava-se principalmente para
Marrocos, Argélia e Líbia, estava em mãos de mercadores árabo-berberes e dos
sudaneses.
Os pontos de encontro eram as cidades.
O transporte de mercadorias da frota comercial do Níger era feita por camelos e bois.
O Sudão importava tecidos, sal, armas, cavalos, cobre, artigos de vidro, açúcar,
artesanato magrebino (sapatos, artigos de lã) etc.
O comércio se fazia por trocas e mais freqüentemente por intermédio de moeda de
transferência: cauris para os pequenos negócios, ouro, sal ou cobre.
O sal era a “chave” deste comércio.
Os artigos de exportação do Sudão eram ouro, escravos, marfim, especiarias, nozes-
de-cola, artigos de algodão etc.
O comércio interno sudanês baseava-se nos produtos locais.
Em todas as aglomerações importantes, havia um mercado, lugar de encontro dos
camponeses, que trocavam produtos agrícolas e compravam mercadorias vindas de
mascates.
3. O comércio contribuiu com o enriquecimento das cidades do vale do Níger, como por
exemplo, uma melhoria na vida dos camponeses.
Resumindo o comércio transaariano foi um sistema de trocas de produtos que era
baseado numa economia de produção local. Com isso, não provocou mudança nas
estruturas sociais e nem contribuiu com a revolução tecnológica.
Abriu portas para um progresso material nas condições de vida das populações
nigerianas e a ascensão de uma refinada aristocracia.
4. Relação com muçulmanos:
Em 1492 Sunnl 'Ali o Grande dirigia um grande império que, centrado no Níger,
estendia-se desde a região de Dendi até a de Macina.
Organizou-o segundo o modelo manden. Criou novas províncias, confiadas a
soberanos que se intitulavam fari ou farma (manden) e koy ou mondzo (songhai).
Nomeou um cádi para Tombuctu e provavelmente para outras cidades muçulmanas.
Sunni 'Ali Ber enfrentou grandes dificuldades junto à aristocracia muçulmana,
principalmente em Tombuctu.
Os motivos de sua oposição aos ulemás eram tanto políticos quanto ideológicos.
Tendo sido educado no Faru (Sokoto), terra de sua mãe, nunca foi bom muçulmano,
pois jamais abandonou os cultos tradicionais songhai.
A morte de Sunni 'Ali provocou uma guerra civil. Sunni Baare recusou-se a se converter
ao Islã. Um partido muçulmano, dirigido pelo hombori-loi Muhammad e seu irmão
'Umar Komdiãgho, revoltou-se contra o novo sunni e o derrotou em Anfao, na região de
Gao. Muhammad Turé ou Sylla apossou-se do poder soberano com o título de askiya,
fundando, assim, uma dinastia muçulmana.
5. O Askiya Muhammad era de origem soninke, do clã dos Turé ou Sylla, provenientes
do Takfür. Apesar de iletrado, era muçulmano fervoroso, homem equilibrado e
moderado, além de político sagaz.
Em 1496-1497, por motivos religiosos e políticos, o novo soberano visitou os lugares
santos do Islã. Fez-se acompanhar de um exército de 800 cavaleiros e de
numerosos ulemás, levando uma soma de cerca de 300 000 dinares para as
despesas. No Cairo, visitou um dos pilares do Islã, o grão-mestre da mesquita de al-
Azhar, al-Suyüti, de quem recebeu conselhos sobre a arte de governar.
6. Motivo da decadência e desagregação
do Reino
Quando soni Ali morreu em l492, foi substituído por seu filho que como Soni Ali, era
também o chefe do partido antimuçulmano. Entretanto dois anos depois, o poder foi
tirado das mãos deste filho. Um ex-general de Soni Ali derrotou o novo senhor e
tomou o poder.
O Império de Songai Começou viver plenamente uma organização estatal com
classes antagônicas e com um aparato administrativo que aos poucos se distanciava
da organização gentílica e tribal.
O Estado Gao possui pela primeira um exército profissional e uma arrecadação
sistemática de impostos. É também sintomático que o fundador da dinastia Áskia
tenha sido um Sarakolê e não um Songai, que continuou sendo a etnia base do
império.
Com 86 anos, o Áskia Mohammed foi destituído por seu filho
O Império iniciava a sua decadência, apesar da grandeza que vivia.
Songai controlava importantes territórios ao sul, o antigo reino de Mali, diversos
Estados hauças, etc. Entretanto, a sua soberania era imposta às províncias
estrangeiras através do terror. As populações dominadas esperavam a hora em que
poderiam liberta-se.
O Filho de Mohammed viu seu poder debilitar-se lentamente. O Império Songai
desagregou-se durante o último reinado Áskia, Ishaq II (l588 –l591).
7. Nas últimas décadas do Século XVI, os senhores muçulmanos do Marrocos voltaram
os olhos para as riquezas do Império Songai, tentando responder à séria crise que
Marrocos vivia.
8. Organização do Estado e
características
A organização de Songai era muito elaborada, dividida em províncias. Uma
monarquia que tinha centralização sistemática e absolutismo real.
Governo constituído por ministros e conselheiros nomeados. (A nobreza tinha
vocação para as funções políticas e militares).
Gao era a capital com base de poder sobre a volta do rio Níger.
Estado pré-colonial africano e grande civilização oriental.
Espírito cosmopolita e universal.
População mestiça com antiga população e imigrantes do norte (Berberes, Tuareg e
árabes)
Sociedade dividida em nobreza, homens livres, membros de castas de ofícios e
escravos (bastante numerosos, com papel político e militar subalterno).
Na religião cultuavam os hole e os espíritos que habitavam a natureza, servindo à
sociedade, protegendo-a, proporcionando-lhe equilíbrio psíquico e continuidade. A fé
islâmica teve pouco impacto no começo, mas depois dominou toda a curva no Níger.
Tinha dois níveis de estudo: o elementar (escola corânica) que era centrado na
leitura e recitação do Corão e o superior, que era a ciência islâmica.