Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Racionalismo em Descartes
1. Filosofia
Ano Lectivo: ____/_____ Ano: 11º Turma:
Prof. Joaquim Melro
1. Descrição e interpretação da
Unidade IV actividade cognoscitiva
1.2. Análise comparativa de duas teorias
explicativas do conhecimento: O
racionalismo de Descartes
Docum en to 2
Assunto: O racionalism o de René Descartes
“A palavra racionalismo deriva do latim ratio, que significa razão. O termo
racionalismo é empregado, na filosofia, de muitas maneiras. Aqui, o termo está sendo
empregado para designar a doutrina que deposita total e exclusiva confiança na razão
humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. Ou, como recomendou o
filósofo racionalista Descartes: nunca nos devemos deixar persuadir senão pela
evidência de nossa razão.(ler trecho do livro Discurso do método – quarta parte, p. 95 –
crítica aos empiristas)
Os racionalistas afirmam que a experiência sensorial é uma fonte permanente de
erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo. Somente a razão humana,
trabalhando com os princípios lógicos, pode atingir o conhecimento verdadeiro, capaz
de ser universalmente aceito. Para o racionalismo, os princípios lógicos seriam inatos
na mente do homem. Daí por que a razão deve ser considerada como a fonte básica do
conhecimento.
O texto mais famoso de Descartes, Discurso do Método, além de uma sumária
exposição do método, ou das principais regras do método é, também, uma autobiografia
de Descartes. Nesse texto não nos diz como devemos proceder para alcançar a verdade,
mas como ele, Descartes, procedeu para alcança-la.
Descartes parte da dúvida chamada metódica, porque ela é proposta como uma
via para se chegar à certeza e não é dúvida sistemática, sem outro fim que o próprio
duvidar, como para os cépticos. Argumenta que tais ideias em geral são incertas e
instáveis, sujeitas à imperfeição dos sentidos. Algumas, porém, se apresentam ao
espírito com nitidez e estabilidade, e ocorrem a todas as pessoas da mesma maneira,
1
2. independentes das experiências dos sentidos, e isto significa que residem na mente de
todas as pessoas e são inatas.
Na segunda parte do Discurso fica patente a prevenção, a desconfiança, em
relação a tudo o que nos foi ensinado e que aprendemos à nossa revelia, antes de dispor
do pleno uso de nossa razão. Suposição que já revela a essência do cartesianismo, a
crença em uma razão intemporal, que seria possível restaurar em sua pureza e
integridade, desde que dela fosse excluído tudo o que se deve ao ensino, à leitura, à
educação. Confiando apenas na razão, na sua razão, individual e intemporal, Descartes
acrescenta que, em relação a todas as opiniões que até então admitira o melhor que
podia fazer era rejeitá-las, embora viesse a readmiti-las posteriormente, ou outras
melhores, ou as mesmas, desde que “ajustadas ao nível da razão”.
Descartes foi levado a verificar que “o costume e o exemplo nos persuadem mais
do que um conhecimento certo”. Método, como o leitor deve saber, significa,
etimológicamente, caminho. Seguir um método corresponde, pois, a caminhar em
direcção determinada, quer dizer, com a consciência do fim a que se quer chegar.
Com tais preocupações procurou um método que, incluindo as vantagens da lógica,
da geometria e da álgebra, evitasse, ao mesmo tempo, os seus inconvenientes. Formula,
então, as famosas quatro regras fundamentais, que deverão desdobrar-se e multiplicar-se
nas Regras para a direcção do Engenho.
• Primeira regra: evitar a prevenção e a precipitação, só aceitando como verdadeiras
as coisas conhecidas de modo evidente como tais e não admitir no juízo senão o
que se apresentasse clara e distintamente, excluindo qualquer dúvida.
• Segunda: dividir cada dificuldade em tantas parcelas quanto seja possível e quantas
sejam necessárias para resolvê-las.
• Terceira: Conduzir em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e
mais fáceis de conhecer, a fim de ascender, pouco a pouco, por degraus, até o
conhecimento dos mais compostos, supondo uma ordem mesmo entre aqueles que
não precedem naturalmente uns aos outros.
• Quarta: fazer sempre inventários tão completos e revistas tão gerais que se fique
certo de nada ter omitido.
Aqui ele constitui o preceito metodológico básico – é que só se considere verdadeiro
o que for evidente, ou seja, o que for intuível com clareza e precisão. Mas a ampliação
da área do conhecimento nem sempre oferece um panorama permeável à intuição, e,
consequentemente, adequado à pronta aplicação do preceito da evidência. Eis por que
Descartes propõem outros preceitos metodológicos complementares ou preparatórios da
evidência: o preceito da análise (dividir cada uma das dificuldades que se apresentem
em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas), o da síntese
(conduzir com ordem os pensamentos, começando dos objectos mais simples e mais
fáceis de serem conhecidos, para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais
complexos) e o do enumeração ( realizar enumerações de modo a verificar que nada foi
omitido ). Tais preceitos representam a submissão a exigências estritamente racionais. E
justamente o que Descartes prescreve como recurso para a construção da ciência e
também para a sabedoria de vida é seguir os imperativos da razão, que, a exemplo de
sua manifestação matemática, opera por intuições e por análises.
Enfim, o importante e o que constitui o preceito metodológico básico apontado no
Discurso do Método é que só se considere verdadeiro o que for evidente, ou seja, o que
for intuível com clareza e precisão.
Após toda essa explanação podemos perceber as diferenças entre as duas correntes
filosóficas: empirismo e racionalismo, duas vertentes em busca do conhecimento da
verdade, cada qual por seu meio”.
2
3. 1
Bibliografia:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de
Filosofia. São Paulo: ed. Moderna, 1992.
CORBISIER, Roland.Introdução à filosofia. –
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Ed.
Saraiva, 1997
DESCARTES. Discurso do Método. n, Os Pensadores. Nova Cultural: RJ, 1996.
HUME. Investigação sobre o entendimento humano. In, Os Pensadores.
NovaCultural:São Paulo, 1973.
MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Martins Fontes: São Paulo,1998.
Oliveira, C. G. M. (s/d). Racionalismo e empirismo na filosofia moderna.
Retirado em Janeiro 27, 2008 de http://www.filosofiavirtual.pro.br/racionalismo.htm
1
Indicada no original
3