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Este texto consiste em um trecho tirado do módulo II, de Tecnologia Assistiva da
UNESP



Informática na Educação Especial
                                                                  Eromi Izabel Hummel
                                                                  Célia Regina Vitaliano

A utilização da informática tem contribuído significativamente para o processo
educativo, principalmente em favor dos alunos com NEE, pelo fato de ampliar as
capacidades intelectuais dos alunos portadores de deficiência física, aumentando as suas
capacidades motoras. “Com o computador, o aluno especial poderá manipular e receber
de modo mais rápido e dinâmico material escrito e numérico” (CYSNEIROS apud
ALMEIDA, 2002, p. 19).
Valente (2001, p.31) acrescenta que o computador “permite o desenvolvimento de
produtos que têm uma assinatura intelectual, porque feitos com o conhecimento de que
o aprendiz dispõe, com seu estilo e criatividade”.
Assim como os recursos de acessibilidade do próprio sistema Windows, existem
softwares que oferecem um ambiente significativo de aprendizagem, porque suas
interfaces se voltam para a construção da aprendizagem dos alunos com base em suas
necessidades e potencialidades. Temos softwares nacionais desenvolvidos por
pesquisadores em centros universitários (UNESP, UNICAMP, UFRGS, UFRJ, entre
outras instituições) engajados em facilitar a aprendizagem dos alunos com NEE.
De acordo com Morellato et al. (2006, p. 2), software educacional é “um conjunto de
recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contexto de
aprendizagem”, que vai ao encontro das necessidades dos alunos, promovendo um
ambiente de aprendizagem igualitário, conforme aponta Behrmann (2000):
As ferramentas para processar palavras, corrigir textos, verificar a ortografia e a
gramática, que comumente se encontram num avançado, facilitam a inclusão de alunos
com necessidades de aprendizagem em classes normais, ao ajudá-los a realizar as
tarefas mais velozmente. Isto faz com que os alunos se sintam melhor consigo mesmos
[...] .(p.110).
Com isso, muitos softwares têm invadido os espaços da sala de aula promovendo um
ambiente rico e diversificado que possibilita o desenvolvimento da aprendizagem de
alunos com NEE. Vale ressaltar que, de acordo com Valente (1997), os softwares
podem ser analisados em duas abordagens teóricas de aprendizagem: a instrucionista,
que segue os objetivos de uma máquina de ensinar ou a construcionista, na qual o aluno
constrói seu conhecimento.
Tendo como objetivo o desenvolvimento de uma prática construcionista que integre o
computador às demais atividades de sala de aula, muitos profissionais utilizam
softwares tais como Logo, Hagaquê, Internet, aplicativos do Office, entre outros
programas em sua ação pedagógica, como forma de propor a todos os alunos em
especial aos alunos com NEE, um ambiente favorável para sua aprendizagem.
Bim (2001) e Tanaka (2004) desenvolveram o Hagaquê (HQs), trabalho originado da
dissertação de mestrado de ambos, no Instituto de Computação na Universidade
Estadual de Campinas – UNICAMP. Segundo os autores, em suas pesquisas a utilização
do Hagaquê pode ser muito eficaz no desenvolvimento da aprendizagem de alunos com
NEE. De acordo com Tanaka (2004), o Hagaquê consiste num editor de histórias em
quadrinhos projetado para facilitar o processo de aquisição da língua escrita e atividades
multidisciplinares, assim como o desenvolvimento da criatividade e do potencial
cognitivo.
Para Tanaka (2004), a sua utilização na educação inclusiva é vista positivamente por
diversos motivos a saber: ele é gratuito; os recursos oferecidos pelos programas são
simples e favorecem a criatividade e a lógica; ele proporciona um ambiente flexível e
liberdade ao aluno na construção de sua história; pode ser utilizado por alunos de
diferentes faixas etárias, independentemente da série ou nível em que se encontram.
Piconi e Tanaka (2002) comprovaram a eficácia do software na Educação Especial por
meio de uma pesquisa com crianças autistas. Nesse estudo eles buscaram, através da
utilização do software, estimular as crianças a se expressarem usando as histórias em
quadrinhos. Os temas eram definidos juntamente com as professoras que discutiam em
sala de aula. Dessa forma o trabalho voltou-se para:
[...] mobilizar a atenção e o pensamento, desenvolver a criatividade, a curiosidade e o
estilo de cada criança, transportar as atividades para a realidade do cotidiano, trabalhar
conceitos de quantidade, formas, cores, localização, lateralidade, distância, tamanho e
proporção, estimular o raciocínio, a expressão, a linguagem (escrita e falada), a
espontaneidade e a emoção (características raras nos autistas) e tentar aumentar a auto-
estima [...] (TANAKA, 2004 p.61).
Além dos conteúdos didáticos abordados como programa, verificou-se uma mudança
comportamental: crianças que eram agitadas e agressivas tornaram-se mais calmas e
concentradas, melhorando o desenvolvimento das atividades. Percebe-se aqui uma
mudança não apenas nos aspectos metodológicos de aprendizagem, mas também na
formação do caráter e da personalidade dos alunos.
Ainda segundo Tanaka (2004), o trabalho com o Hagaquê também foi acompanhado no
Programa de Linguagem e Surdez do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação
(CEPRE) - “Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto”, ligado à Faculdade de Ciências Médicas da
UNICAMP. No qual se constatou que, pelo fato de vivenciarem mais a Linguagem
Brasileira de Sinais (LIBRAS), os alunos tinham dificuldade de utilizar o discurso
direto para contar uma história. Sentiam as dificuldades também em transcrever o que
expressavam com facilidade através das LIBRAS. O software favoreceu o trabalho da
escrita mediante o uso do discurso direto; os alunos criaram os personagens e tiveram
que escrever as falas destes.
Diante do exposto o uso do recurso tecnológico tem possibilitado o desenvolvimento de
muitas habilidades em pessoas com NEE, contribuindo significativamente para uma
melhor aprendizagem e incluindo-os socialmente na aldeia global da qual fazem parte.
Outro software analisado foi o Edilim. Esta ferramenta permite criar livros interativos
com diversas atividades em folhas paginadas. Ao executar o programa e criar o livro
poderá escolher diferentes tipos de páginas de exercícios – Relógio; Mover imagens;
Identificar sons; Classificar textos; Completar; Ligações; Parelhas; Perguntas; Palavra
secreta; Frases; Raio X; Sopa de letras; Puzzles; entre outras. Este programa permite a
criação de uma biblioteca de recursos de sons, imagens, animações e textos que podem
ser usadas nas diversas atividades criadas.
É fundamental que profissionais da área de desenvolvimento de softwares promovam,
juntamente com a tecnologia, condições de acessibilidade. Para isso, é necessário que
exista uma mudança de atitude e uma visão mais clara de obrigatoriedade. O mais
importante, entretanto, não é ser perfeito e sim demonstrar interesse e tentar.
A história abaixo aconteceu em 1999, e é contada pelo Marco Antonio de Queirós, o
MAQ, cego e especialista em acessibilidade na Web.
"Um dia, no aniversário de uma amiga, comprei um livro e o enviei de presente sem sair
de minha cadeira em frente ao micro. A amiga recebeu o presente em casa, telefonou
agradecendo e dizendo que eu não precisava me preocupar e ter tanto trabalho em
deslocar alguém para fazer o que fiz. Disse-lhe que eu tinha feito tudo sozinho e ela
começou a chorar. Para não estragar a emoção dela com "todo o trabalho que tive",
calei-me, sem contar que não necessitei me deslocar com minha bengala até a livraria e
muito menos tinha ido ao correio. Mas, lá do fundo, minha emoção veio brotando, ao ter
a sensação de que eu estava, graças à internet, me tornando um sujeito mais comum."

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, A. L. Informática na educação especial. Comunicação & Educação. São Paulo, n. 25,
p.16-27, set/dez. 2002.

BEHRMANN, M. M. Tecnología asistencial para los alumnos de educación especial. In: DEDE, Chris
(comp.). Aprendiendo com tecnología. Buenos Aires: Paidós, 2000. (Col. Redes em Educación)

BIM, S. A. HagáQuê editor de história em quadrinhos. 2001. Dissertação (Mestrado em Computação) -
Instituto de Computação. Universidade de Campinas, Campinas, 2001.

PICONI, A.C.; TANAKA, E. H. o uso do Hagáquê por alunos autistas. In: III CONGRESSO IBERO-
AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3, 2002, Fortaleza. Disponível em .
Acesso em 08 jan.2005

TANAKA, E. H. Tornando um acessível às pessoas com NEE. 2004. Dissertação (Mestrado em
Computação). Instituto de Computação. Universidade de Campinas, Campinas, 2004.

VALENTE, J. A.. Diferentes usos do computador na educação. In: Valente. J.A. (Org). Computadores e
conhecimento. Campinas: NIED – UNICAMP, 1995b. Disponível em<
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/educ27g.htm>.

VALENTE, J. A. Aprendendo para a vida: o uso da informática na educação especial. In: VALENTE, J.
A.; FREIRE, F. M. P. (Org). Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo:
Cortez, 2001. p.29-42.

VALENTE, J.A. O uso do computador na inclusão da criança deficiente. In: MANTOAN, M.T.E. A
Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema, 1997.

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Tecnologia Assistiva na Educação Especial

  • 1. Este texto consiste em um trecho tirado do módulo II, de Tecnologia Assistiva da UNESP Informática na Educação Especial Eromi Izabel Hummel Célia Regina Vitaliano A utilização da informática tem contribuído significativamente para o processo educativo, principalmente em favor dos alunos com NEE, pelo fato de ampliar as capacidades intelectuais dos alunos portadores de deficiência física, aumentando as suas capacidades motoras. “Com o computador, o aluno especial poderá manipular e receber de modo mais rápido e dinâmico material escrito e numérico” (CYSNEIROS apud ALMEIDA, 2002, p. 19). Valente (2001, p.31) acrescenta que o computador “permite o desenvolvimento de produtos que têm uma assinatura intelectual, porque feitos com o conhecimento de que o aprendiz dispõe, com seu estilo e criatividade”. Assim como os recursos de acessibilidade do próprio sistema Windows, existem softwares que oferecem um ambiente significativo de aprendizagem, porque suas interfaces se voltam para a construção da aprendizagem dos alunos com base em suas necessidades e potencialidades. Temos softwares nacionais desenvolvidos por pesquisadores em centros universitários (UNESP, UNICAMP, UFRGS, UFRJ, entre outras instituições) engajados em facilitar a aprendizagem dos alunos com NEE. De acordo com Morellato et al. (2006, p. 2), software educacional é “um conjunto de recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contexto de aprendizagem”, que vai ao encontro das necessidades dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem igualitário, conforme aponta Behrmann (2000): As ferramentas para processar palavras, corrigir textos, verificar a ortografia e a gramática, que comumente se encontram num avançado, facilitam a inclusão de alunos com necessidades de aprendizagem em classes normais, ao ajudá-los a realizar as tarefas mais velozmente. Isto faz com que os alunos se sintam melhor consigo mesmos [...] .(p.110). Com isso, muitos softwares têm invadido os espaços da sala de aula promovendo um ambiente rico e diversificado que possibilita o desenvolvimento da aprendizagem de alunos com NEE. Vale ressaltar que, de acordo com Valente (1997), os softwares podem ser analisados em duas abordagens teóricas de aprendizagem: a instrucionista, que segue os objetivos de uma máquina de ensinar ou a construcionista, na qual o aluno constrói seu conhecimento. Tendo como objetivo o desenvolvimento de uma prática construcionista que integre o computador às demais atividades de sala de aula, muitos profissionais utilizam softwares tais como Logo, Hagaquê, Internet, aplicativos do Office, entre outros programas em sua ação pedagógica, como forma de propor a todos os alunos em especial aos alunos com NEE, um ambiente favorável para sua aprendizagem. Bim (2001) e Tanaka (2004) desenvolveram o Hagaquê (HQs), trabalho originado da dissertação de mestrado de ambos, no Instituto de Computação na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Segundo os autores, em suas pesquisas a utilização do Hagaquê pode ser muito eficaz no desenvolvimento da aprendizagem de alunos com NEE. De acordo com Tanaka (2004), o Hagaquê consiste num editor de histórias em quadrinhos projetado para facilitar o processo de aquisição da língua escrita e atividades
  • 2. multidisciplinares, assim como o desenvolvimento da criatividade e do potencial cognitivo. Para Tanaka (2004), a sua utilização na educação inclusiva é vista positivamente por diversos motivos a saber: ele é gratuito; os recursos oferecidos pelos programas são simples e favorecem a criatividade e a lógica; ele proporciona um ambiente flexível e liberdade ao aluno na construção de sua história; pode ser utilizado por alunos de diferentes faixas etárias, independentemente da série ou nível em que se encontram. Piconi e Tanaka (2002) comprovaram a eficácia do software na Educação Especial por meio de uma pesquisa com crianças autistas. Nesse estudo eles buscaram, através da utilização do software, estimular as crianças a se expressarem usando as histórias em quadrinhos. Os temas eram definidos juntamente com as professoras que discutiam em sala de aula. Dessa forma o trabalho voltou-se para: [...] mobilizar a atenção e o pensamento, desenvolver a criatividade, a curiosidade e o estilo de cada criança, transportar as atividades para a realidade do cotidiano, trabalhar conceitos de quantidade, formas, cores, localização, lateralidade, distância, tamanho e proporção, estimular o raciocínio, a expressão, a linguagem (escrita e falada), a espontaneidade e a emoção (características raras nos autistas) e tentar aumentar a auto- estima [...] (TANAKA, 2004 p.61). Além dos conteúdos didáticos abordados como programa, verificou-se uma mudança comportamental: crianças que eram agitadas e agressivas tornaram-se mais calmas e concentradas, melhorando o desenvolvimento das atividades. Percebe-se aqui uma mudança não apenas nos aspectos metodológicos de aprendizagem, mas também na formação do caráter e da personalidade dos alunos. Ainda segundo Tanaka (2004), o trabalho com o Hagaquê também foi acompanhado no Programa de Linguagem e Surdez do Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação (CEPRE) - “Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto”, ligado à Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. No qual se constatou que, pelo fato de vivenciarem mais a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), os alunos tinham dificuldade de utilizar o discurso direto para contar uma história. Sentiam as dificuldades também em transcrever o que expressavam com facilidade através das LIBRAS. O software favoreceu o trabalho da escrita mediante o uso do discurso direto; os alunos criaram os personagens e tiveram que escrever as falas destes. Diante do exposto o uso do recurso tecnológico tem possibilitado o desenvolvimento de muitas habilidades em pessoas com NEE, contribuindo significativamente para uma melhor aprendizagem e incluindo-os socialmente na aldeia global da qual fazem parte. Outro software analisado foi o Edilim. Esta ferramenta permite criar livros interativos com diversas atividades em folhas paginadas. Ao executar o programa e criar o livro poderá escolher diferentes tipos de páginas de exercícios – Relógio; Mover imagens; Identificar sons; Classificar textos; Completar; Ligações; Parelhas; Perguntas; Palavra secreta; Frases; Raio X; Sopa de letras; Puzzles; entre outras. Este programa permite a criação de uma biblioteca de recursos de sons, imagens, animações e textos que podem ser usadas nas diversas atividades criadas. É fundamental que profissionais da área de desenvolvimento de softwares promovam, juntamente com a tecnologia, condições de acessibilidade. Para isso, é necessário que exista uma mudança de atitude e uma visão mais clara de obrigatoriedade. O mais importante, entretanto, não é ser perfeito e sim demonstrar interesse e tentar. A história abaixo aconteceu em 1999, e é contada pelo Marco Antonio de Queirós, o MAQ, cego e especialista em acessibilidade na Web. "Um dia, no aniversário de uma amiga, comprei um livro e o enviei de presente sem sair de minha cadeira em frente ao micro. A amiga recebeu o presente em casa, telefonou
  • 3. agradecendo e dizendo que eu não precisava me preocupar e ter tanto trabalho em deslocar alguém para fazer o que fiz. Disse-lhe que eu tinha feito tudo sozinho e ela começou a chorar. Para não estragar a emoção dela com "todo o trabalho que tive", calei-me, sem contar que não necessitei me deslocar com minha bengala até a livraria e muito menos tinha ido ao correio. Mas, lá do fundo, minha emoção veio brotando, ao ter a sensação de que eu estava, graças à internet, me tornando um sujeito mais comum." REFERÊNCIAS: ALMEIDA, A. L. Informática na educação especial. Comunicação & Educação. São Paulo, n. 25, p.16-27, set/dez. 2002. BEHRMANN, M. M. Tecnología asistencial para los alumnos de educación especial. In: DEDE, Chris (comp.). Aprendiendo com tecnología. Buenos Aires: Paidós, 2000. (Col. Redes em Educación) BIM, S. A. HagáQuê editor de história em quadrinhos. 2001. Dissertação (Mestrado em Computação) - Instituto de Computação. Universidade de Campinas, Campinas, 2001. PICONI, A.C.; TANAKA, E. H. o uso do Hagáquê por alunos autistas. In: III CONGRESSO IBERO- AMERICANO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3, 2002, Fortaleza. Disponível em . Acesso em 08 jan.2005 TANAKA, E. H. Tornando um acessível às pessoas com NEE. 2004. Dissertação (Mestrado em Computação). Instituto de Computação. Universidade de Campinas, Campinas, 2004. VALENTE, J. A.. Diferentes usos do computador na educação. In: Valente. J.A. (Org). Computadores e conhecimento. Campinas: NIED – UNICAMP, 1995b. Disponível em< http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/educ27g.htm>. VALENTE, J. A. Aprendendo para a vida: o uso da informática na educação especial. In: VALENTE, J. A.; FREIRE, F. M. P. (Org). Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001. p.29-42. VALENTE, J.A. O uso do computador na inclusão da criança deficiente. In: MANTOAN, M.T.E. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema, 1997.