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Análise da Disciplina: Metodologia de Ensino

AVALIAÇÃO CRÍTICA DO CAPÍTULO
História – O Mundo por um fio: do século XX ao XXI. Vol. 3 – Ensino Médio. PNLD –
2012 / 2013 / 2014. Editora Saraiva. Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge
Ferreira, Georgina dos Santos (orgs).

Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos todos
eles formados pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sendo que a Georgina
obteve a licenciatura e o mestrado em História por essa Instituição, e o doutorado em
História Social pela USP, com a tese Ofício e Sangue. Ronaldo Vainfas formou-se em
História pela (UFF) em 1978, e no mesmo ano ingressou como professor nesta
Universidade lecionando história da América, sobretudo colonial, obteve seu mestrado
na própria Instituição com o trabalho Ideologia e Escravidão e fez doutorado na USP.
Sheila de Castro leciona também na (UFF), onde se se graduou e concluiu mestrado e
doutorado, elaborou vários livros paradidáticos entre eles A Economia Brasileira e
finalmente Jorge Ferreira que também se graduou em História pela (UFF), fez mestrado
na mesma Instituição e na USP obteve o título de doutor em História Social, é professor
também na (UFF).
Estamos apresentando os autores, pois achamos pertinente para análise do livro, embora
todos tenham títulos acadêmicos, queremos chamar a atenção que nenhum dos autores
lecionou em escola pública. Iniciaram suas carreiras como docentes na universidade.
Com essa apresentação começaremos a análise do capitulo intitulado por: América
Latina: Nacionalismo e desenvolvimentismo, embora esse capitulo esteja dividido em
cinco partes, vamos nos concentrar especificamente nos textos que correspondem a
ditadura no Chile e Argentina e ainda mais especificamente na Argentina por questões
de exigências disciplinar.
Observamos que cada texto tem aproximadamente duas folhas parece-nos insuficiente
para discorrer sobre períodos tão complexos.
11

Porém se faz pertinente à observação nas primeiras páginas na parte superior a
“Cronologia deste capitulo”, onde se faz uma leitura mais ampla sobre o período das
ditaduras na América Latina, ou seja, na Argentina, Peru, Chile e Nicarágua. Essa
leitura é importante para a compreensão do aluno, levando-os a perceberem que as
histórias são processos e que estão acontecendo em qualquer lugar e ao mesmo tempo,
pois por vezes percebemos alunos que pensam, por exemplo, que a ditadura foi uma
realidade só do Brasil, e ainda assim evidentemente por não se tratar do seu tempo, mais
de um tempo passado nem se quer conseguem entender essa realidade acaba não
percebendo esses acontecimentos em outros contextos levando-os a pensar em uma
História estanque, como bloco, que começa e morre em um único lugar sem conexão
com outros países/continentes.
Assim sendo no texto: “No Chile, o governo de Allende” o recorte feito pelos autores
se dá nas eleições presidenciais no Chile de 1970, onde Allende vence as eleições. Os
autores fazem uma narrativa dos fatos sem focar acontecimentos que se faz necessário
para a contextualização do aluno, acreditamos que seria importante ainda que por meio
de tópicos a apresentação das massas e como se deu sua entrada na política, que a nosso
ver foram os grandes movimentadores desse contexto, mostrar realmente a participação
da igreja e os interesses essenciais dos países estrangeiros e deixar claro que o Chile foi
o país pioneiro em fazer eleições para o sistema Socialista.
Sobre o texto: “Argentina dividida” Inicia-se com a posse de Juan Domingo Perón à
Presidência da República em 1946 – o capítulo traz uma explicação da política
peronista e do antiperonismo. Como já citado anteriormente os textos do livro não
passam de duas folhas, os autores não trazem questões fundamentais do contexto
histórico antes do peronismo e abordam pouco a fase da redemocratização,
principalmente sobre as Mães e Avós da Praça de Maio, acreditamos que essas
informações seriam vitais e pertinentes para uma maior compreensão da temporalidade,
da sociedade, economia, cultura e política dentro do contexto histórico da ditadura
argentina. Percebemos que o texto é meramente informativo sem maior preocupação em
contextualizar e tratar os conceitos históricos pertinentes à época, não criando no aluno
condições para que ele perceba os agentes e processos do período estudado.
12

No texto O Livro Didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD as autoras
Miranda/Luca citam Keith Jenkis que diz: “uma coisa é o recorte do tempo em que algo
se passou, outra coisa é a narrativa construída sobre esse recorte, cuja lógica é
diretamente pertinente ao tempo de sua produção enquanto narrativa e não ao tempo
original do acontecimento”. (p.135)
Citando ainda as autoras Miranda/Luca a partir de um olhar sobre o conjunto dos
manuais didáticos avaliados no PNLD 2005, que sobre aspectos de ambiguidade
distinguiram-se três possibilidades de abordagem, o que para nós interessa essa: ”outro
grupo cuja seleção de conteúdos, cronologia e textos é feita segundo uma visão mais
informativa acerca da narrativa acontecimental do passado e que, nesse sentido, prioriza
aquela dimensão que Vilar nos aponta como “Conhecimento de uma matéria””; (p.153)
O Autores não fazem nenhuma problematização para levar o aluno a refletir, a
questionar sobre os períodos das ditaduras na Argentina/Chile apresentando realmente
uma narrativa/informativa dos fatos empobrecendo de certa forma os contextos daqueles
momentos.
Para entendermos as ditaduras, pensamos que deveríamos voltar um pouco atrás no
recorte e mostrar os antecedentes dessas ditaduras (usando a ideia de Capelato de um
dos seus subtítulos da Clio Revista de Pesquisa Histórica-n.24, 2006 - o original é: Os
antecedentes da ditadura argentina e suas caracterizações)
Ou seja, no caso da Argentina/Chile, os movimentos operários e camponeses, que por si
só já dariam um bom entendimento dos aspectos sociais desses grupos, e através de suas
histórias vamos entendendo suas revoltas e manifestações, a criação de movimentos
sociais de luta. A influência dos Estados Unidos, causando miséria, injustiça, má
distribuição de renda entre outros. Assim pensamos que seria pertinente neste capítulo o
estudo desses processos, como as formações de partidos e sindicados, a participação da
Igreja, e como já citado As Mães e Avós da Praça de Maio no caso da Argentina um
movimento de resistência muito importante e atuante até hoje. “Os protestos das mães
da Praça de Maio foram também, de importância vital, simbolizando a resistência ás
atrocidades do regime e a esperança de uma sociedade melhor no futuro.” (In: ditadura e
Repressão: o autoritarismo e o estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina.
PEREIRA, Anthony W. – São Paulo: Paz e terra, 2010 p.204).
13

Os autores, poderiam ter dado maior ênfase para as Mães e Avós da Praça de Maio,
principalmente no final do capítulo, ou seja, a partir da redemocratização.
Os autores se detêm a narrar sobre o Presidente Perón levando a entender que só houve
esse presidente e sua esposa Isabel Perón (a Isabelita), narra o golpe de 1966 sem levar
em conta que com esse golpe se instaura efetivamente a ditadura militar na argentina e
sequer fala que foi pelo General Organi, não que devemos valorizar esse ou aquele
nome, mas para entender e explicar certos acontecimentos para os alunos é pertinente o
uso cronológico para maior compreensão dos sujeitos históricos e da temporalidade.
O capítulo não apresente nenhum documento histórico e imagens iconográficas são
pouco exploradas (o capítulo Argentina dividida possui apenas três imagens). As
imagens iconográficas fazem alusão aos momentos de posse de Peron e Videla, não
agrega valor ao texto, pois não trazem nenhum questionamento aos alunos. Já a
iconografia das Mães e Avós de Maio (página 298), ajudam os alunos a perceberem
como se davam os movimentos sociais populares, ou seja, agregam ao texto uma
informação importante e pertinente do processo de resistência contra a ditadura. As
imagens ajudam na reflexão, para imaginar aquele momento, porém não devemos
esquecer de lembrar os alunos que as imagens são apenas uma representação da
realidade e não uma verdade absoluta.
Entendemos que por se tratar de um tema importante para a América Latina, os autores
deveriam ter levado em consideração o uso de documentos históricos sobre a ditadura
argentina, que existe em boa quantidade.
Existem muitos conceitos para serem tratados neste capítulo, porém os autores abordam
apenas o peronismo e democracia (página 300), intitulada Roteiro de Estudos, quadro
Reflexões – Ditadura. Neste exercício os autores fazem um resumo sobre os dois
conceitos e posteriormente pedem que os alunos façam um texto para definir ditadura
em contraposição à democracia. Porém não informam como se formou o conceito
peronista. Seria pertinente esta informação para que os alunos pudessem perceber o
conceito dentro do tempo histórico que se deu este processo.
“Peronismo é a denominação dada genericamente ao movimento nacional justicialista,
criado e liderado a partir do pensamento de Juan Domingo Perón, militar e estadista
argentino, presidente daquele país em 1946, 1951 e 1973. O Movimento Justicialista
14

transformou-se, mais tarde em Partido Justicialista, que é a força política majoritária na
Argentina.1
“Aquilo que se escreve sobre uma pessoa ou acontecimento é mera interpretação, do
mesmo modo que o são os depoimentos visuais criados por artistas, como pinturas e
desenhos. A fotografia aparentemente não constitui depoimento sobre o mundo, mas
fragmento desse, miniatura de uma realidade que todos podemos construir ou adquirir”
(SONTAG,Susan. Ensaios sobre fotografia/Susan Sontag; {tradução de} Joaquim
Paiva. – Rio de Janeiro: Arbor, 1981. p.04)
Nas páginas 286 (Chile) e 299 (Argentina), respectivamente o primeiro intitulado como
“Documento”, onde trás o último discurso de Salvador Allende na manhã de 11 de
setembro de 1973 e “Conversa de historiador” e fala sobre o “Terrorismo do Estado”
no contexto da Argentina. Vimos esses paradidáticos como positivo por colocar o aluno
enfrente a novas

visões da história e

apresentar

outros historiadores

e

consequentemente mostrar documentos. Queremos ressaltar um dos trechos do
Historiador Luis Alberto Romero em “Conversa de historiador” que fala sobre as
mães que foram separadas dos seus filhos ainda na prisão onde deram a luz, muitas
dessas crianças foram criadas pelos algozes de seus pais e em relação a isso podemos
citar o filme História Oficial até como exercício para que eles (alunos) consigam ter
maior percepção do que foi aquele momento.
Nas páginas 300 e 301 inicia-se a parte dos exercícios com o “Roteiro de Estudos”
com o item “Para organizar” onde os autores elencam cinco questões envolvendo os
outros países da América Latina, levando o aluno a observar, relacionar e comparar
esses contextos para responder as questões, analisamos de maneira muito positiva esse
exercício. Logo abaixo tem o item “Reflexão” onde os autores discorrem sobre o que
vem a ser o significado da palavra ditadura, onde também notamos ser positivo, pois
eles falam da ditadura no contexto desses países da América Latina já citado no inicio
desse texto, portanto pertinente para que o aluno consiga realmente entender as
ditaduras em seus respectivos contextos. Em seguida fazem uma pergunta que o aluno
atendo pode responder de pronto, não levando a uma problematização ou reflexão. Na
1

Hélgio Trindade. "IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História Geral da Civilização
Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p. 297-335; Hélgio Trindade. Integralismo.
Op. cif, p. 129-277
15

página ao lado 301 “Vamos testar” traz 03 questões sobre vestibulares, consideramos
válidas para alunos de ensino médio que estão quase saindo da escola e que pretendem
continuar os estudos em nível universitário, para que familiarizarem-se com questões
do gênero, o outro exercício “Para fechar” coloca as imagens de Allende e Pinochet
para que os alunos pesquisem sobre a biografia e a maneira de governo de cada um no
Chile, a sugestão do exercício em usar imagens é interessante e se faz necessário,
porem poderíamos trabalhar também com outras imagens, ou até usar uma imagem e
um documento já que o texto sobre o Chile trás esse documento como já citamos
anteriormente enfim podem-se criar outras possibilidades.
CONCLUSÃO
Concluímos que o capítulo poderia ser melhor trabalhado nos aspectos da
temporalidade, buscando dados anteriores ao regime militar argentino que pudesse
inserir o aluno em um contexto mais amplo sobre os conceitos e as concepções dos
sujeitos históricos. Seria pertinente dar mais ênfase as sociedades, ou seja, aos grupos
populares, revolucionários que se formaram e lutaram por seus direitos, constituídos
pelos operários, camponeses, entre outros. Sentimos essa deficiência nos textos, pois
não há um aprofundamento sobre os movimentos populares que foram e ainda são
fundamentais na luta contra a ditadura. A narrativa histórica parece-nos como mera
informação, dificultando a compreensão do aluno. Notamos que não há nenhum mapa
que os levem a imaginar os espaços, refletir pensar em lugares e perceber seu próprio
espaço geográfico e com isso também estaremos atendendo aos Parâmetros
Curriculares Nacionais 2000 (Ensino Médio) que na área de Ciências Humanas e suas
tecnologias diz: “A aprendizagem nessa área deve desenvolver competências e
habilidades para que o aluno entenda a sociedade em que vive como uma construção
humana, que se reconstrói constantemente ao longo de gerações (...); para que se
construa a si próprio como um agente social que intervém na sociedade; (...)”
(PCN/2000-p.21)
E lembrando

novamente o PCN, abrir

caminhos

para trabalhar

com

a

interdisciplinaridade: “Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a
pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas utilizar os conhecimentos de várias
16

disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado
fenômeno sob diferentes pontos de vistas” (PCN/2000-p.21)

RECRIAÇÃO DO CAPÍTULO
Introduziríamos no capítulo um texto explicando processos anteriores ao peronismo,
principalmente do processo de independência argentina, consideramos essas
informações pertinentes para que o aluno perceba a temporalidade e os conceitos que
serão tratados no decorrer do capítulo, ou seja, a ditadura militar. Colocaríamos o
seguinte texto antes de abordarmos a posse de Peron em 1946, que está na página 296.
Mais do que outros países do continente, a Argentina enfrentou
uma prolongada luta pela independência. Mal tinham
conseguido se livrar do domínio espanhol, na primeira metade
do século XIX, os argentinos tiveram de enfrentar as forças da
Inglaterra e da França, que tentavam se instalar no país com o
objetivo de controlar o mercado do couro e impor a venda de
manufaturados ingleses e franceses. O general José de San
Martín liderou a guerra de libertação, que terminou com a
derrota dos espanhóis e de seus aliados locais. A independência
foi conquistada em 1816. Em 1829, o general Juan Manuel
Rosas tomou o poder e teve papel decisivo na expulsão das
forças inglesas e francesas, que chegaram a bloquear o Porto de
Buenos Aires. De Rosas transformou-se num ditador e ficou
vinte anos no poder, até ser deposto por outro general, José de
Urquiza, em 1852. (RIBEIRO, 2012:164)

Junto a esse texto colocaríamos um documento histórico, para que o aluno perceba que
este ato é um processo político e econômico. Neste caso utilizaríamos a ata de
Independência Argentina.
17

Obs.: Faríamos aqui uma tradução para português dos principais pontos da ata de
independência. Na sessão Roteiro de estudos (página 300) proporíamos uma
pesquisa bibliográfica (bibliotecas, internet, arquivos públicos) sobre o processo
político e econômico que levou a independência. Solicitando aos alunos um texto
sobre o que foi pesquisado referente ao proposto.

Na página 298, que trata sobre a resistência ao regime, introduziríamos o texto e a
imagem abaixo.

Sobre a Guerra das Malvinas:

(...) Com o país mergulhado no caos social e econômico e
diante da explosão de revelações sobre torturas, assassinatos e
desaparecimentos, Galtieri achou que era preciso arranjar um
inimigo externo para desviar a atenção. Em 2 de abril de 1982,
lançou o país numa desastrada aventura ao ordenar o
desembarque de tropas nas Ilhas Malvinas, Falkland para os
ingleses. A guerra durou menos de três meses. A Inglaterra,
então governada pela primeira-dama Margaret Thatcher,
mobilizou um imenso poder de fogo contra os argentinos, que
foram esmagados rapidamente. O conflito deixou mais de mil
mortos, a maioria argentinos. Em 15 de junho, a Argentina se
rendeu. A imagem de soldados argentinos humilhados,
abandonando as ilhas, abateu profundamente o país. Dois dias
após a rendição, Galtieri renunciou. (RIBEIRO, 2012:155-6)
18

Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy-

Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy-

A esquerda soldados argentinos / A direita soldados ingleses nas ilhas Malvinas ou
Falkland
A proposta com este mapa é localizarmos para os alunos geograficamente onde se
localiza as Ilhas Malvinas ou Falkland, fundamental para o processo de aprendizagem.
Além de podermos localizar a proximidade geográfica do Brasil e a distância da
Inglaterra (Europa). Junto com as imagens dos soldados na Guerra das Malvinas, e
utilizando o texto sobre as Malvinas, proporíamos no Roteiro de Estudos, uma
pesquisa (grupo de cinco alunos), sobre quais os motivos políticos e econômicos que
levaram a Argentina declarar Guerra contra a Inglaterra. Como se encontrava o contexto
social da Argentina antes da Guerra das Malvinas. Após essa pesquisa, faríamos um
19

debate em sala de aula e os grupos entregariam um relatório sobre o que foi pesquisado
e as fontes usadas.

Para finalizar focaríamos nas Mães e Avós da Praça de Maio e o processo de
redemocratização.

(...) Calcula-se que por ali passaram cerca de 5 mil pessoas,
incluindo políticos das mais diversas filiações, sindicalistas,
professores, estudantes, artistas e religiosos, suspeitos de
atividades contra o regime. Poucos sobreviveram. A maioria
morreu durante as sessões de tortura e espancamento. Os que
sobreviviam, em geral com ossos quebrados, órgãos internos
lesados, dentes arrebentados e olhos ou ouvidos perfurados,
eram colocados em aviões da Marinha argentina e lançados em
alto-mar. Também passaram pela Esma e por dependências do
Exército mulheres de presos políticos ou elas próprias
militantes de algum grupo ou partido que estavam grávidas no
momento da prisão. Dezenas ou centenas de bebês nasceram
nas prisões e foram distribuídos entre os próprios militares, que
se encarregavam de falsificar papéis de adoção. Esse número
nunca foi apurado. (RIBEIRO, 2012:156)

As Mães e Avós da Praça de Maio. “(...) Um segundo tipo de grupo coordenava as
ações dos familiares dos mortos e desaparecidos, dentre os quais os mais importantes
eram as Mães da Praça de Maio, as Avós da Praça de Maio e os Familiares dos Detidos
e Desaparecidos por Razões Políticas.” (PEREIRA, 2010:204).

No Roteiro de Estudos, utilizaríamos trechos do filme A História Oficial de Luiz
Puenzo. As cenas em que a personagem central Alicia conversa com uma das Avós da
Praça de Maio, bem como as cenas que tratam dos desaparecidos, para aprofundarmos o
tema sobre os grupos e movimentos populares de resistência. Junto com os textos
inseridos no capítulo, em sala de aula, faríamos debates sobre as impressões dos alunos,
20

sobre o que já estudaram desde o início do capítulo e o que podem relacionar sobre o
tema estudado.

CONCLUSÃO

Pretendemos com isso ampliar os conceitos, a temporalidade e a compreensão dos
sujeitos históricos referente a ditadura argentina. É pertinente e fundamental que o aluno
conheça a fase anterior e posterior ao regime argentino para entender e contextualizar
esse período e conseguir criar um elo com a contemporaneidade. Enfim, levar o aluno a
perceber as permanências e transformações históricas. Criando um pensamento crítico
sobre a condição política, econômica, cultural e social nos dias atuais.

BIBLIOGRAFIA

PEREIRA, Anthony W. Ditadura e Repressão: o Autoritarismo e o Estado de direito no
Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
RIBEIRO. Taquari Carlos. Tiranos e Tiranetes: A Ascensão e Queda dos Ditadores
Latino Americanos e Sua Vocação Para o Ridículo e o Absurdo. Civilização Brasileira.
São Paulo. 2012.
TRINDADE, Hélgio. IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História
Geral da Civilização Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p.
297-335; Hélgio Trindade. Integralismo. Op. cif, p. 129-277

SITES
Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psyhttp://www.linguee.com.br/espanhol-portugues/traducao/acta+de+independencia.html

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Metodologia de Ensino - Parte da av3 integrada 5º semestre - UNINOVE - Grupo: Carolina Fioravanti, Elaine Aprígio, Emerson Mathias, Priscila Cassanti e Rosimeire Hilário.

  • 1. 10 Análise da Disciplina: Metodologia de Ensino AVALIAÇÃO CRÍTICA DO CAPÍTULO História – O Mundo por um fio: do século XX ao XXI. Vol. 3 – Ensino Médio. PNLD – 2012 / 2013 / 2014. Editora Saraiva. Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira, Georgina dos Santos (orgs). Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos todos eles formados pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sendo que a Georgina obteve a licenciatura e o mestrado em História por essa Instituição, e o doutorado em História Social pela USP, com a tese Ofício e Sangue. Ronaldo Vainfas formou-se em História pela (UFF) em 1978, e no mesmo ano ingressou como professor nesta Universidade lecionando história da América, sobretudo colonial, obteve seu mestrado na própria Instituição com o trabalho Ideologia e Escravidão e fez doutorado na USP. Sheila de Castro leciona também na (UFF), onde se se graduou e concluiu mestrado e doutorado, elaborou vários livros paradidáticos entre eles A Economia Brasileira e finalmente Jorge Ferreira que também se graduou em História pela (UFF), fez mestrado na mesma Instituição e na USP obteve o título de doutor em História Social, é professor também na (UFF). Estamos apresentando os autores, pois achamos pertinente para análise do livro, embora todos tenham títulos acadêmicos, queremos chamar a atenção que nenhum dos autores lecionou em escola pública. Iniciaram suas carreiras como docentes na universidade. Com essa apresentação começaremos a análise do capitulo intitulado por: América Latina: Nacionalismo e desenvolvimentismo, embora esse capitulo esteja dividido em cinco partes, vamos nos concentrar especificamente nos textos que correspondem a ditadura no Chile e Argentina e ainda mais especificamente na Argentina por questões de exigências disciplinar. Observamos que cada texto tem aproximadamente duas folhas parece-nos insuficiente para discorrer sobre períodos tão complexos.
  • 2. 11 Porém se faz pertinente à observação nas primeiras páginas na parte superior a “Cronologia deste capitulo”, onde se faz uma leitura mais ampla sobre o período das ditaduras na América Latina, ou seja, na Argentina, Peru, Chile e Nicarágua. Essa leitura é importante para a compreensão do aluno, levando-os a perceberem que as histórias são processos e que estão acontecendo em qualquer lugar e ao mesmo tempo, pois por vezes percebemos alunos que pensam, por exemplo, que a ditadura foi uma realidade só do Brasil, e ainda assim evidentemente por não se tratar do seu tempo, mais de um tempo passado nem se quer conseguem entender essa realidade acaba não percebendo esses acontecimentos em outros contextos levando-os a pensar em uma História estanque, como bloco, que começa e morre em um único lugar sem conexão com outros países/continentes. Assim sendo no texto: “No Chile, o governo de Allende” o recorte feito pelos autores se dá nas eleições presidenciais no Chile de 1970, onde Allende vence as eleições. Os autores fazem uma narrativa dos fatos sem focar acontecimentos que se faz necessário para a contextualização do aluno, acreditamos que seria importante ainda que por meio de tópicos a apresentação das massas e como se deu sua entrada na política, que a nosso ver foram os grandes movimentadores desse contexto, mostrar realmente a participação da igreja e os interesses essenciais dos países estrangeiros e deixar claro que o Chile foi o país pioneiro em fazer eleições para o sistema Socialista. Sobre o texto: “Argentina dividida” Inicia-se com a posse de Juan Domingo Perón à Presidência da República em 1946 – o capítulo traz uma explicação da política peronista e do antiperonismo. Como já citado anteriormente os textos do livro não passam de duas folhas, os autores não trazem questões fundamentais do contexto histórico antes do peronismo e abordam pouco a fase da redemocratização, principalmente sobre as Mães e Avós da Praça de Maio, acreditamos que essas informações seriam vitais e pertinentes para uma maior compreensão da temporalidade, da sociedade, economia, cultura e política dentro do contexto histórico da ditadura argentina. Percebemos que o texto é meramente informativo sem maior preocupação em contextualizar e tratar os conceitos históricos pertinentes à época, não criando no aluno condições para que ele perceba os agentes e processos do período estudado.
  • 3. 12 No texto O Livro Didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD as autoras Miranda/Luca citam Keith Jenkis que diz: “uma coisa é o recorte do tempo em que algo se passou, outra coisa é a narrativa construída sobre esse recorte, cuja lógica é diretamente pertinente ao tempo de sua produção enquanto narrativa e não ao tempo original do acontecimento”. (p.135) Citando ainda as autoras Miranda/Luca a partir de um olhar sobre o conjunto dos manuais didáticos avaliados no PNLD 2005, que sobre aspectos de ambiguidade distinguiram-se três possibilidades de abordagem, o que para nós interessa essa: ”outro grupo cuja seleção de conteúdos, cronologia e textos é feita segundo uma visão mais informativa acerca da narrativa acontecimental do passado e que, nesse sentido, prioriza aquela dimensão que Vilar nos aponta como “Conhecimento de uma matéria””; (p.153) O Autores não fazem nenhuma problematização para levar o aluno a refletir, a questionar sobre os períodos das ditaduras na Argentina/Chile apresentando realmente uma narrativa/informativa dos fatos empobrecendo de certa forma os contextos daqueles momentos. Para entendermos as ditaduras, pensamos que deveríamos voltar um pouco atrás no recorte e mostrar os antecedentes dessas ditaduras (usando a ideia de Capelato de um dos seus subtítulos da Clio Revista de Pesquisa Histórica-n.24, 2006 - o original é: Os antecedentes da ditadura argentina e suas caracterizações) Ou seja, no caso da Argentina/Chile, os movimentos operários e camponeses, que por si só já dariam um bom entendimento dos aspectos sociais desses grupos, e através de suas histórias vamos entendendo suas revoltas e manifestações, a criação de movimentos sociais de luta. A influência dos Estados Unidos, causando miséria, injustiça, má distribuição de renda entre outros. Assim pensamos que seria pertinente neste capítulo o estudo desses processos, como as formações de partidos e sindicados, a participação da Igreja, e como já citado As Mães e Avós da Praça de Maio no caso da Argentina um movimento de resistência muito importante e atuante até hoje. “Os protestos das mães da Praça de Maio foram também, de importância vital, simbolizando a resistência ás atrocidades do regime e a esperança de uma sociedade melhor no futuro.” (In: ditadura e Repressão: o autoritarismo e o estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina. PEREIRA, Anthony W. – São Paulo: Paz e terra, 2010 p.204).
  • 4. 13 Os autores, poderiam ter dado maior ênfase para as Mães e Avós da Praça de Maio, principalmente no final do capítulo, ou seja, a partir da redemocratização. Os autores se detêm a narrar sobre o Presidente Perón levando a entender que só houve esse presidente e sua esposa Isabel Perón (a Isabelita), narra o golpe de 1966 sem levar em conta que com esse golpe se instaura efetivamente a ditadura militar na argentina e sequer fala que foi pelo General Organi, não que devemos valorizar esse ou aquele nome, mas para entender e explicar certos acontecimentos para os alunos é pertinente o uso cronológico para maior compreensão dos sujeitos históricos e da temporalidade. O capítulo não apresente nenhum documento histórico e imagens iconográficas são pouco exploradas (o capítulo Argentina dividida possui apenas três imagens). As imagens iconográficas fazem alusão aos momentos de posse de Peron e Videla, não agrega valor ao texto, pois não trazem nenhum questionamento aos alunos. Já a iconografia das Mães e Avós de Maio (página 298), ajudam os alunos a perceberem como se davam os movimentos sociais populares, ou seja, agregam ao texto uma informação importante e pertinente do processo de resistência contra a ditadura. As imagens ajudam na reflexão, para imaginar aquele momento, porém não devemos esquecer de lembrar os alunos que as imagens são apenas uma representação da realidade e não uma verdade absoluta. Entendemos que por se tratar de um tema importante para a América Latina, os autores deveriam ter levado em consideração o uso de documentos históricos sobre a ditadura argentina, que existe em boa quantidade. Existem muitos conceitos para serem tratados neste capítulo, porém os autores abordam apenas o peronismo e democracia (página 300), intitulada Roteiro de Estudos, quadro Reflexões – Ditadura. Neste exercício os autores fazem um resumo sobre os dois conceitos e posteriormente pedem que os alunos façam um texto para definir ditadura em contraposição à democracia. Porém não informam como se formou o conceito peronista. Seria pertinente esta informação para que os alunos pudessem perceber o conceito dentro do tempo histórico que se deu este processo. “Peronismo é a denominação dada genericamente ao movimento nacional justicialista, criado e liderado a partir do pensamento de Juan Domingo Perón, militar e estadista argentino, presidente daquele país em 1946, 1951 e 1973. O Movimento Justicialista
  • 5. 14 transformou-se, mais tarde em Partido Justicialista, que é a força política majoritária na Argentina.1 “Aquilo que se escreve sobre uma pessoa ou acontecimento é mera interpretação, do mesmo modo que o são os depoimentos visuais criados por artistas, como pinturas e desenhos. A fotografia aparentemente não constitui depoimento sobre o mundo, mas fragmento desse, miniatura de uma realidade que todos podemos construir ou adquirir” (SONTAG,Susan. Ensaios sobre fotografia/Susan Sontag; {tradução de} Joaquim Paiva. – Rio de Janeiro: Arbor, 1981. p.04) Nas páginas 286 (Chile) e 299 (Argentina), respectivamente o primeiro intitulado como “Documento”, onde trás o último discurso de Salvador Allende na manhã de 11 de setembro de 1973 e “Conversa de historiador” e fala sobre o “Terrorismo do Estado” no contexto da Argentina. Vimos esses paradidáticos como positivo por colocar o aluno enfrente a novas visões da história e apresentar outros historiadores e consequentemente mostrar documentos. Queremos ressaltar um dos trechos do Historiador Luis Alberto Romero em “Conversa de historiador” que fala sobre as mães que foram separadas dos seus filhos ainda na prisão onde deram a luz, muitas dessas crianças foram criadas pelos algozes de seus pais e em relação a isso podemos citar o filme História Oficial até como exercício para que eles (alunos) consigam ter maior percepção do que foi aquele momento. Nas páginas 300 e 301 inicia-se a parte dos exercícios com o “Roteiro de Estudos” com o item “Para organizar” onde os autores elencam cinco questões envolvendo os outros países da América Latina, levando o aluno a observar, relacionar e comparar esses contextos para responder as questões, analisamos de maneira muito positiva esse exercício. Logo abaixo tem o item “Reflexão” onde os autores discorrem sobre o que vem a ser o significado da palavra ditadura, onde também notamos ser positivo, pois eles falam da ditadura no contexto desses países da América Latina já citado no inicio desse texto, portanto pertinente para que o aluno consiga realmente entender as ditaduras em seus respectivos contextos. Em seguida fazem uma pergunta que o aluno atendo pode responder de pronto, não levando a uma problematização ou reflexão. Na 1 Hélgio Trindade. "IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História Geral da Civilização Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p. 297-335; Hélgio Trindade. Integralismo. Op. cif, p. 129-277
  • 6. 15 página ao lado 301 “Vamos testar” traz 03 questões sobre vestibulares, consideramos válidas para alunos de ensino médio que estão quase saindo da escola e que pretendem continuar os estudos em nível universitário, para que familiarizarem-se com questões do gênero, o outro exercício “Para fechar” coloca as imagens de Allende e Pinochet para que os alunos pesquisem sobre a biografia e a maneira de governo de cada um no Chile, a sugestão do exercício em usar imagens é interessante e se faz necessário, porem poderíamos trabalhar também com outras imagens, ou até usar uma imagem e um documento já que o texto sobre o Chile trás esse documento como já citamos anteriormente enfim podem-se criar outras possibilidades. CONCLUSÃO Concluímos que o capítulo poderia ser melhor trabalhado nos aspectos da temporalidade, buscando dados anteriores ao regime militar argentino que pudesse inserir o aluno em um contexto mais amplo sobre os conceitos e as concepções dos sujeitos históricos. Seria pertinente dar mais ênfase as sociedades, ou seja, aos grupos populares, revolucionários que se formaram e lutaram por seus direitos, constituídos pelos operários, camponeses, entre outros. Sentimos essa deficiência nos textos, pois não há um aprofundamento sobre os movimentos populares que foram e ainda são fundamentais na luta contra a ditadura. A narrativa histórica parece-nos como mera informação, dificultando a compreensão do aluno. Notamos que não há nenhum mapa que os levem a imaginar os espaços, refletir pensar em lugares e perceber seu próprio espaço geográfico e com isso também estaremos atendendo aos Parâmetros Curriculares Nacionais 2000 (Ensino Médio) que na área de Ciências Humanas e suas tecnologias diz: “A aprendizagem nessa área deve desenvolver competências e habilidades para que o aluno entenda a sociedade em que vive como uma construção humana, que se reconstrói constantemente ao longo de gerações (...); para que se construa a si próprio como um agente social que intervém na sociedade; (...)” (PCN/2000-p.21) E lembrando novamente o PCN, abrir caminhos para trabalhar com a interdisciplinaridade: “Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas utilizar os conhecimentos de várias
  • 7. 16 disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vistas” (PCN/2000-p.21) RECRIAÇÃO DO CAPÍTULO Introduziríamos no capítulo um texto explicando processos anteriores ao peronismo, principalmente do processo de independência argentina, consideramos essas informações pertinentes para que o aluno perceba a temporalidade e os conceitos que serão tratados no decorrer do capítulo, ou seja, a ditadura militar. Colocaríamos o seguinte texto antes de abordarmos a posse de Peron em 1946, que está na página 296. Mais do que outros países do continente, a Argentina enfrentou uma prolongada luta pela independência. Mal tinham conseguido se livrar do domínio espanhol, na primeira metade do século XIX, os argentinos tiveram de enfrentar as forças da Inglaterra e da França, que tentavam se instalar no país com o objetivo de controlar o mercado do couro e impor a venda de manufaturados ingleses e franceses. O general José de San Martín liderou a guerra de libertação, que terminou com a derrota dos espanhóis e de seus aliados locais. A independência foi conquistada em 1816. Em 1829, o general Juan Manuel Rosas tomou o poder e teve papel decisivo na expulsão das forças inglesas e francesas, que chegaram a bloquear o Porto de Buenos Aires. De Rosas transformou-se num ditador e ficou vinte anos no poder, até ser deposto por outro general, José de Urquiza, em 1852. (RIBEIRO, 2012:164) Junto a esse texto colocaríamos um documento histórico, para que o aluno perceba que este ato é um processo político e econômico. Neste caso utilizaríamos a ata de Independência Argentina.
  • 8. 17 Obs.: Faríamos aqui uma tradução para português dos principais pontos da ata de independência. Na sessão Roteiro de estudos (página 300) proporíamos uma pesquisa bibliográfica (bibliotecas, internet, arquivos públicos) sobre o processo político e econômico que levou a independência. Solicitando aos alunos um texto sobre o que foi pesquisado referente ao proposto. Na página 298, que trata sobre a resistência ao regime, introduziríamos o texto e a imagem abaixo. Sobre a Guerra das Malvinas: (...) Com o país mergulhado no caos social e econômico e diante da explosão de revelações sobre torturas, assassinatos e desaparecimentos, Galtieri achou que era preciso arranjar um inimigo externo para desviar a atenção. Em 2 de abril de 1982, lançou o país numa desastrada aventura ao ordenar o desembarque de tropas nas Ilhas Malvinas, Falkland para os ingleses. A guerra durou menos de três meses. A Inglaterra, então governada pela primeira-dama Margaret Thatcher, mobilizou um imenso poder de fogo contra os argentinos, que foram esmagados rapidamente. O conflito deixou mais de mil mortos, a maioria argentinos. Em 15 de junho, a Argentina se rendeu. A imagem de soldados argentinos humilhados, abandonando as ilhas, abateu profundamente o país. Dois dias após a rendição, Galtieri renunciou. (RIBEIRO, 2012:155-6)
  • 9. 18 Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy- Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy- A esquerda soldados argentinos / A direita soldados ingleses nas ilhas Malvinas ou Falkland A proposta com este mapa é localizarmos para os alunos geograficamente onde se localiza as Ilhas Malvinas ou Falkland, fundamental para o processo de aprendizagem. Além de podermos localizar a proximidade geográfica do Brasil e a distância da Inglaterra (Europa). Junto com as imagens dos soldados na Guerra das Malvinas, e utilizando o texto sobre as Malvinas, proporíamos no Roteiro de Estudos, uma pesquisa (grupo de cinco alunos), sobre quais os motivos políticos e econômicos que levaram a Argentina declarar Guerra contra a Inglaterra. Como se encontrava o contexto social da Argentina antes da Guerra das Malvinas. Após essa pesquisa, faríamos um
  • 10. 19 debate em sala de aula e os grupos entregariam um relatório sobre o que foi pesquisado e as fontes usadas. Para finalizar focaríamos nas Mães e Avós da Praça de Maio e o processo de redemocratização. (...) Calcula-se que por ali passaram cerca de 5 mil pessoas, incluindo políticos das mais diversas filiações, sindicalistas, professores, estudantes, artistas e religiosos, suspeitos de atividades contra o regime. Poucos sobreviveram. A maioria morreu durante as sessões de tortura e espancamento. Os que sobreviviam, em geral com ossos quebrados, órgãos internos lesados, dentes arrebentados e olhos ou ouvidos perfurados, eram colocados em aviões da Marinha argentina e lançados em alto-mar. Também passaram pela Esma e por dependências do Exército mulheres de presos políticos ou elas próprias militantes de algum grupo ou partido que estavam grávidas no momento da prisão. Dezenas ou centenas de bebês nasceram nas prisões e foram distribuídos entre os próprios militares, que se encarregavam de falsificar papéis de adoção. Esse número nunca foi apurado. (RIBEIRO, 2012:156) As Mães e Avós da Praça de Maio. “(...) Um segundo tipo de grupo coordenava as ações dos familiares dos mortos e desaparecidos, dentre os quais os mais importantes eram as Mães da Praça de Maio, as Avós da Praça de Maio e os Familiares dos Detidos e Desaparecidos por Razões Políticas.” (PEREIRA, 2010:204). No Roteiro de Estudos, utilizaríamos trechos do filme A História Oficial de Luiz Puenzo. As cenas em que a personagem central Alicia conversa com uma das Avós da Praça de Maio, bem como as cenas que tratam dos desaparecidos, para aprofundarmos o tema sobre os grupos e movimentos populares de resistência. Junto com os textos inseridos no capítulo, em sala de aula, faríamos debates sobre as impressões dos alunos,
  • 11. 20 sobre o que já estudaram desde o início do capítulo e o que podem relacionar sobre o tema estudado. CONCLUSÃO Pretendemos com isso ampliar os conceitos, a temporalidade e a compreensão dos sujeitos históricos referente a ditadura argentina. É pertinente e fundamental que o aluno conheça a fase anterior e posterior ao regime argentino para entender e contextualizar esse período e conseguir criar um elo com a contemporaneidade. Enfim, levar o aluno a perceber as permanências e transformações históricas. Criando um pensamento crítico sobre a condição política, econômica, cultural e social nos dias atuais. BIBLIOGRAFIA PEREIRA, Anthony W. Ditadura e Repressão: o Autoritarismo e o Estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010. RIBEIRO. Taquari Carlos. Tiranos e Tiranetes: A Ascensão e Queda dos Ditadores Latino Americanos e Sua Vocação Para o Ridículo e o Absurdo. Civilização Brasileira. São Paulo. 2012. TRINDADE, Hélgio. IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História Geral da Civilização Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p. 297-335; Hélgio Trindade. Integralismo. Op. cif, p. 129-277 SITES Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psyhttp://www.linguee.com.br/espanhol-portugues/traducao/acta+de+independencia.html