2. Capítulo 2
Meu Reino não é deste mundo
1. A vida futura
2. A realeza de Jesus
3. O ponto de vista
4. Uma realeza terrena
3. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 3
O objetivo deste tema é
mostrar que a essência da
vida está além da existência
física.
4. Pilares da Doutrina Espírita
• Deus
• Imortalidade da alma
• Reencarnação
• Comunicabilidade dos Espíritos (mediunidade)
• Jesus como guia e modelo da humanidade (o
Evangelho como fundamento moral da
Doutrina)
5. Questão do LE (livro dos espíritos).
627 - Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de
Deus, qual a utilidade do ensino que os Espíritos dão?
Terão que nos ensinar mais alguma coisa?
“Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e
parábolas, porque falava de conformidade com os
tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade
se torne inteligível para todo mundo.
5/18
6. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 6
Meu Reino não é Deste Mundo
Conceito
Nação ou Estado governado por um rei ou uma
rainha; domínio longínquo pertencente ao rei.
Estado de felicidade proporcional ao grau de perfeição
adquirida; materialização da felicidade dos bem-
aventurados; obra divina no coração dos homens;
estado de sublimação da alma, criado por ela própria,
através de reencarnações incessantes. (Equipe da
FEB, 1995)
Na concepção clássica, o mundo é o sistema
harmônico composto pela Terra e os astros. Em
termos geográficos, o mundo é a Terra. Em sentido
mais amplo, o mundo é tudo aquilo que existe, o
próprio Universo.
Reino
Reino
de
Deus
Mundo
7. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 7
Meu Reino não é Deste Mundo
Considerações Iniciais
A palavra “reino” evoca a ideia de rei,
reinado, pessoa poderosa, senhor de
muitos domínios e muitos súditos.
Em termos religiosos, o reino transforma-
se em Reino de Deus, tema central da
pregação de Jesus.
Ao tratarmos de “meu reino não é deste mundo”,
tentemos mostrar a diferença entre o mundo
material, o mundo espiritual e o mundo interior.
8. Pilatos...perguntou-lhe:
És o rei dos judeus?
Respondeu-lhe Jesus:
Meu reino não é deste mundo. Se o
meu reino fosse deste mundo, a
minha gente houvera combatido
para impedir que eu caísse nas mãos
dos judeus...
03/21
9. Disse-lhe então Pilatos:
És, pois, rei?
Jesus lhe respondeu:
Tu o dizes; sou rei; não nasci e
não vim a este mundo senão
para dar testemunho da
verdade. Todo aquele que é da
Verdade escuta a minha voz.
(JOÃO, 18:33, 36 e 37.)
10. L.E. Q-1018.
Em que sentido se deve
entender ...
Meu reino não é
deste mundo?
-Em sentido figurado.
O Cristo queria dizer que
não reina senão sobre
os corações puros e
desinteressados...
07/21
11. Em termos religiosos, o reino transforma-
se em Reino de Deus, tema central da
pregação de Jesus.
O “meu reino não é deste mundo”, ele quer
mostrar a diferença entre o mundo material, o
mundo espiritual e o mundo interior.
“Todo aquele que é da
Verdade escuta a minha voz.”
12. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à
vida futura, que ele apresenta, em todas as
circunstâncias, como a meta a que a
Humanidade irá ter algum dia.
A.K. – E.S.E.
08/21
13.
14. Os Judeus acreditavam
nos Anjos. Para eles,
seres privilegiados da
Criação.
Tinham uma vaga ideia
da Vida Futura.
15. O Espiritismo recorda e explica os
ensinamentos de Jesus:
• A vida terrena não é um fim
em si mesma, mas UM MEIO,
cujo fim é DESENVOLVER AS
NOSSAS POTENCIALIDADES
• Através da reencarnaçao a
VIDA NOS DÁ TAREFAS
COMPATÍVEIS COM A
NOSSA CAPACIDADE.
Quando as realizamos,
trabalhamos pela nossa
evolução espiritual.
16. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 16
Visão de Conjunto: Judaísmo
O povo judeu é, desde Abraão, o povo eleito por
Deus para cumprir uma missão universal: a aliança de
Deus com a humanidade.
A Bíblia
é o seu
livro
sagrado.
O sincretismo
Greco-judaico, a
Sinagoga e o
Sinédrio são
elementos-chave
para a sua
compreensão.
Moisés é o
protagonista da
primeira revelação
divina. Há uma lei
civil e uma lei
moral, esta
baseada nos Dez
Mandamentos.
17. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 17
Visão de Conjunto: Cristianismo
O Cristianismo surgiu como uma extensão e
aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo
de Israel.
O núcleo da
doutrina cristã é
a fé num Deus
revelado como
Trindade, o Pai, o
Filho e o Espírito
Santo.
O Cristianismo está centrado
na vida e obra de Jesus Cristo.
À semelhança de Sócrates,
Cristo não nos deixou nada
escrito. Seus ensinamentos
são anotados pelos apóstolos
e passam, mais tarde, a
constituir os Evangelhos.
18. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 18
Visão de Conjunto: Espiritismo
O Espiritismo surgiu como uma extensão do
cristianismo.
No Espiritismo, a
revelação foi
dada pelos
Espíritos, e, por
esta razão,
dizemos Doutrina
dos Espíritos e
não doutrina de
Allan Kardec.
O Espiritismo é uma
doutrina fundada sobre a
crença de existência de
Espíritos e nas suas
manifestações. Os princípios
espíritas diferem de outros
princípios espiritualistas, pois
só admite fatos experimentais,
e suas respectivas deduções.
21. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 21
Vida Futura: Judaísmo
Os judeus tinham ideias muito vagas sobre a vida
futura.
Eles acreditavam
nos anjos, mas não
sabiam que os
homens podiam, no
futuro, se tornar
também anjos e
partilhar da
felicidade dos bem-
aventurados.
As calamidades
públicas e as derrotas
nada mais eram do
que a desobediência
ao Deus Supremo.
22. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 22
Vida Futura: Cristianismo
A vida futura é o ponto de partida, o dogma
central da doutrina de Cristo.
Jesus, em virtude
do grau de evolução
dos seres humanos
naquela época, não
podia expor a
totalidade de sua
doutrina.
Por essa razão,
falava por
parábolas,
anunciando o
Consolador
Prometido.
23. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 23
Vida Futura: Espiritismo
O Espiritismo é o Consolador Prometido por
Jesus.
No Espiritismo,
encontraremos
explicações
sobre esta e
muitas outras
questões:
anomalias,
aleijões, idiotia.
Para o Espiritismo, a
vida futura é uma
realidade baseada em
fatos e não mera
lucubração.
24. 85. Qual dos dois, o mundo espírita
ou o mundo corpóreo, é o principal,
na ordem das coisas?
“O mundo espírita, que preexiste
e sobrevive a tudo.”
O Livro dos Espíritos
25.
26. A obra apresenta dezenas de diálogos que foram sido
estabelecidos entre Kardec e diversos espíritos, nos quais
estes narram as impressões que trazem do além-túmulo, e
de como se deu o processo de desencarne para pessoas de
diferentes tipos de caráter.
Kardec reuniu várias dissertações de casos reais, a fim de
demonstrar a situação da alma, durante e após a morte
física, proporcionando ao leitor amplas condições para que
possa compreender a ação da Lei de Causa e Efeito, em
perfeito equilíbrio com as Leis Divinas; assim, constam
desta parte, narrações de espíritos felizes, infelizes,
espíritos em condições medianas, sofredores, suicidas,
criminosos e espíritos endurecidos.
A VIDA FUTURA
32. A realeza de Jesus diz respeito ao mérito pessoal.
Representa o esforço na prática
do bem, na paciência ante os
infortúnios, compartilhamento
ASPECTOS PRÁTICOS DA REALEZA DE
JESUS
33. A encarnação é uma passagem, um
ponto no total de nossas existências.
Nessa perspectiva, a dor, o sofrimento e todo o
tipo de dificuldade têm curta duração por
mais longo que possa parecer.
A PERSPECTIVA DA VIDA FUTURA
MUDA A VIDA PRESENTE
34. Todos os esforços são concentrados na vida
presente.
Dificuldade em compreender a utilidade
do sofrimento e que tudo é passageiro,
temporário.
Escravo dos prazeres e da materia.
A DÚVIDA SOBRE VIDA FUTURA
ATRAPALHA O PROGRESSO DA ALMA
35. Os bens e conquistas são substituídos e
transferidos periodicamente, ao passo que os
afetos e desafetos estão sujeitos à incessante troca
de posições, segundo os princípios de
aperfeiçoamento e evolução que operam em
nossas vidas, promovendo permanentes
vinculações e desvinculações entre as criaturas.
(Reformador, Junho de 1959, mensagem Humildade de Espírito).
A humildade, “reconhecimento de
nossa pequenez diante do Universo”,
não é servidão. “É, sobretudo,
independência, liberdade interior que
nasce das profundezas do espírito,
apoiando-lhe a permanente renovação
para o bem” (Pensamento e Vida, Cap. 24).
36. - há uma solidariedade entre todas as
existências de um mesmo ser,
e entre todos os seres de
um mesmo mundo e os
seres de todos os
mundos;
-esta vida é apenas um elo
no harmonioso conjunto da obra
do Criador;
Para o Espiritismo:
37.
38.
39. A realeza de
Jesus diz
respeito ao
mérito pessoal.
Representa o esforço na prática do bem, na paciência ante
os infortúnios, no esforço em combater as más tendências!
Quando esse procedimento faz parte da alma humana, esta
se transporta para outro mundo, um mundo isento da
mesquinharia que ainda impera no mundo material.
ASPECTOS PRATICOS DA VIDA DE JESUS
40. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 40
A crença na vida futura muda o ponto de vista
que se tem da vida presente.
A encarnação é
uma passagem,
um ponto no
total de nossas
existências.
Nessa perspectiva,
a dor, o sofrimento
e todo o tipo de
dificuldade têm
curta duração
por mais longo que
possa parecer.
41. 25/03/2019 Meu Reino não é Deste Mundo 41
Realeza de Jesus: A Dúvida
Quando se duvida da vida futura, todos os esforços
são concentrados na vida presente.
As pessoas não
conseguem
compreender a
utilidade do
sofrimento. Não
sabem que tudo é
passageiro, que dura
pouco tempo.
Nesse sentido, o Espiritismo
não condena a busca de
prazeres, mas condena o seu
abuso, o seu excesso,
principalmente quando
prejudica os anseios
evolutivos da alma. Em
outras palavras, o Espiritismo
expande o pensamento a
novos horizontes.
42. A impermanência do mundo físico
• A realidade do sofrimento
• Desigualdades sociais
“Sem a vida futura, com efeito, a maior parte de
seus preceitos morais nenhuma razão teriam.
Aos que não crêem na vida futura, por parecer-
lhes que Ele fala da vida presente, seus
preceitos morais não são bem compreendidos
ou se tornam pueris. A vida futura é o ponto
fundamental de sua doutrina, podendo ser
considerada o pivô dos ensinamentos do
Cristo”. O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 2
43. “É que a vida futura tem de estar
na mira de todos os homens.
Somente ela justifica as anomalias
da vida terrena e as
harmoniza com a Justiça Divina.”
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Item 2
44. Moisés, Jesus, Espiritismo
• “Os judeus tinham idéia muito vaga sobre
a vida futura. Eles acreditavam nos anjos,
quais se fossem seres privilegiados da
Criação. Não sabiam, porém, que os
homens podem tornar-se futuramente
anjos e partilhar da felicidade deles.”
O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 3
45. Moisés, Jesus, Espiritismo
“Segundo os judeus, o cumprimento rigoroso das
leis de Deus lhes traria como recompensa os
bens materiais deste mundo, a supremacia de
sua nação, a vitória sobre seus inimigos.
Concluíam, portanto, que as calamidades
públicas e as derrotas eram conseqüência direta
do não cumprimento das leis divinas.
Moisés não pudera dizer outra coisa a um povo
pastor e ignorante, que deveria ser
sensibilizado, antes de tudo,pelas coisas deste
mundo.” O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 3
46. Moisés, Jesus, Espiritismo
• Jesus é quem veio, mais tarde, revelar-
lhes que existe um outro mundo, onde a
justiça de Deus segue seu curso. E esse é
o mundo que promete aos que vivenciam
os mandamentos divinos, onde os bons
recolherão seus frutos.
A vida futura é o reino de Jesus.
47. Moisés, Jesus, Espiritismo
• O Espiritismo veio completar esse princípio,
assim como
muitos outros dos ensinamentos do Cristo, no
momento em que os homens alcançaram
maturidade para compreender a verdade. Com
o Espiritismo, a vida futura não é, simplesmente,
um artigo de fé, um dogma ou mera hipótese. É
uma realidade demonstrada pelos fatos. São as
próprias testemunhas oculares que a
descrevem em todas as suas fases e em todas
as suas particularidades.
48. Instruções
dos Espíritos
• Uma Realeza Terrena
As testemunhas oculares voltam e nos
deixam as pistas do caminho a seguir...
49. A REALEZA TERRENA
• “O ORGULHO ME PERDEU NA TERRA”
• “QUE TROUXE EU DE MINHA REALEZA TERRENA?
• “RAINHA ENTRE OS HOMENS, COMO RAINHA
JULGUEI ENTRAR NO REINO DOS CEUS”
• DESILUSÃO
• HUMILHAÇÃO
• “ESTERILIDADE DAS HONRAS E GRANDEZAS QUE
COM TANTA AMBIÇÃO SE BUSCAM NA TERRA”
•
50. A REALEZA TERRENA
• “PARA GRANJEAR UM LUGAR NESSE REINO DOS
CEUS SÃO NECESSÁRIAS…
• A ABNEGAÇÃO
• A HUMILDADE
• A CARIDADE
• A BENEVOLÊNCIA
• “NÃO SE PERGUNTA O QUE FOSTES, NEM QUE
POSIÇÃO OCUPASTES, MAS QUE BEEM FIZESTES,
QUANTAS LÁGRIMAS ENXUGASTES”.
• “PROCURAI POIS O CAMINHO ATRAVÉS DAS URZES
E DOS ESPINHOS, NÃO POR ENTRE AS FLORES”
52. A idéia clara e precisa que se faça da vida
futura proporciona inabalável fé no porvir, fé
que acarreta enormes consequências sobre a
moralização dos homens, porque muda
completamente o ponto de vista sob o qual
encaram eles a vida terrena.
53. Acreditar no futuro estrutura toda a existência
ESTUDOS
CASAMENTO
PREVIDÊNCIA PRIVADA
POUPANÇA/ECONOMIAS
FUTURO
RESTRITO A ESTA
VIDA
RESTRIÇÕES
SOLIDEZ MORAL
RENÚNCIAS
PRIVAÇÕES
FUTURO ALÉM
DESTA VIDA
RESPEITO ÀS LEIS
DO HOMEM
LÓGICA DA
VIDA
MUNDANA
LÓGICA DA
VIDA
CRISTÃ
54. Acreditar no futuro estrutura toda a existência
ESTUDOS
CASAMENTO
PREVIDÊNCIA PRIVADA
POUPANÇA/ECONOMIAS
RESTRIÇÕES
SOLIDEZ MORAL
RENÚNCIAS
PRIVAÇÕES
RESPEITO ÀS LEIS
DO HOMEM
55. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é
indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estada num
país ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de
incidentes que ele suporta com paciência, por sabê-las de curta duração,
devendo seguir-se-lhes um estado mais ditoso.
MUNDO ESPIRITUAL
MUNDO MATERIAL
FELICIDADE DE CURTO PRAZO
X
FELICIDADE DE LONGO PRAZO
56. A morte nada mais restará de aterrador; deixa de ser a porta que se abre
para o nada e torna-se a que dá para a libertação, pela qual entra o exilado
numa mansão de bem-aventurança e de paz. Sabendo temporária e não
definitiva a sua estada no lugar onde se encontra, menos atenção presta às
preocupações da vida, resultando-lhe daí uma calma de espírito que tira
àquela muito do seu amargor.
PARA QUEM ACREDITA
NA VIDA FUTURA…
57. A morte nada mais restará de aterrador; deixa de ser
a porta que se abre para o nada e torna-se a que dá
para a libertação, pela qual entra o exilado numa
mansão de bem-aventurança e de paz. Sabendo
temporária e não definitiva a sua estada no lugar
onde se encontra, menos atenção presta às
preocupações da vida, resultando-lhe daí uma calma
de espírito que tira àquela muito do seu amargor.
58. Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus
pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir,
dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da
Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E
não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram
reais.
PARA QUEM NÃO ACREDITA
NA VIDA FUTURA…
59. A perda do menor deles lhe ocasiona causticante pesar;
um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita,
uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade
feridos são outros tantos tormentos, que lhe
transformam a existência numa perene angústia,
infligindo-se ele, desse modo, a si próprio, verdadeira
tortura de todos os instantes.
60. Colocando o ponto de vista, de onde considera a vida
corpórea, no lugar mesmo em que ele aí se encontra,
vastas proporções assume tudo o que o rodeia. O
mal que o atinja, como o bem que toque aos outros,
grande importância adquire aos seus olhos.
63. O mau trabalhador está sempre queixoso. Quando não atribui sua
falta aos instrumentos em mão, lamenta a chuva, não tolera o calor,
amaldiçoa a geada e o vento.
Esse é um cego de aproveitamento difícil, porqüanto somente
enxerga o lado arestoso das situações.
O bom trabalhador, no entanto, compreende, antes de tudo, o
sentido profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os
elementos colocados em seus caminhos, como respeita as
possibilidades alheias. Não depende das estações. Planta com o
mesmo entusiasmo as frutas do frio e do calor. É amigo da
Natureza, aproveita-lhe as lições, tem bom ãnimo, encontra na
aspereza da semeadura e no júbilo da colheita igual
contentamento. EMMANUEL
Da obra “Caminho, verdade e vida”
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
64. Suba ele, porém, a
uma montanha, e
logo bem
pequenos lhe
parecerão
homens e coisas.
Aquele que se acha no
interior de uma cidade,
tudo lhe parece grande:
assim os homens que
ocupem as altas
posições, como os
monumentos.
65. Aquele que se preocupa
com o futuro não liga ao
presente mais do que
relativa importância e
facilmente se consola
dos seus insucessos,
pensando no destino que
o aguarda.
66. É o que sucede ao que encara a vida terrestre do ponto de vista da vida
futura; a Humanidade, tanto quanto as estrelas do firmamento, perde-se na
imensidade. Percebe então que grandes e pequenos estão confundidos,
como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e potentados
são da mesma estatura, e lamenta que essas criaturas efêmeras a tantas
canseiras se entreguem para conquistar um lugar que tão pouco as elevará
e que por tão pouco tempo conservarão. Daí se segue que a importância
dada aos bens terrenos está sempre em razão inversa da fé na vida futura.
67. O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em
vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida
atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do
porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de
um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador.
68. Mostra a solidariedade que conjuga todas as
existências de um mesmo ser, todos os seres de um
mesmo mundo e os seres de todos os mundos.
Faculta assim uma base e uma razão de ser à
fraternidade universal, enquanto a doutrina da
criação da alma por ocasião do nascimento de cada
corpo torna estranhos uns aos outros todos os
seres.
69. Essa solidariedade
entre as partes de
um mesmo todo
explica o que
inexplicável se
apresenta, desde
que se considere
apenas um ponto.
Esse conjunto, ao
tempo do Cristo, os
homens não o
teriam podido
compreender,
motivo por que ele
reservou para
outros tempos o
fazê-lo conhecido.
70. Quem melhor do que eu pode
compreender a verdade destas palavras
de Nosso Senhor: "O meu reino não é
deste mundo"? O orgulho me perdeu na
Terra. Quem, pois, compreenderia o
nenhum valor dos reinos da Terra, se eu
o não compreendia? Que trouxe eu
comigo da minha realeza terrena? Nada,
absolutamente nada. E, como que para
tornar mais terrível a lição, ela nem
sequer me acompanhou até o túmulo!
Rainha entre os homens, como rainha
julguei que penetrasse no reino dos
céus! Que desilusão! Que humilhação,
quando, em vez de ser recebida aqui
qual soberana, vi acima de mim, mas
muito acima, homens que eu julgava
insignificantes e aos quais desprezava,
por não terem sangue nobre! Oh! como
então compreendi a esterilidade das
honras e grandezas que com tanta
avidez se requestam na Terra!
71. Para se granjear um lugar neste
reino, são necessárias a abnegação,
a humildade, a caridade em toda a
sua celeste prática, a benevolência
para com todos. Não se vos
pergunta o que fostes, nem que
posição ocupastes, mas que bem
fizestes, quantas lágrimas
enxugastes.
Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino
não é deste mundo, porque é
preciso sofrer para chegar ao céu,
de onde os degraus de um trono a
ninguém aproximam. A ele só
conduzem as veredas mais penosas
da vida. Procurai-lhe, pois, o
caminho, através das urzes e dos
espinhos, não por entre as flores.
72. Abnegação
Humildade
Caridade em toda a sua celeste prática
Benevolência para com todos
O que fostes, que posição ocupastes?
Que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes?
Procurai o caminho através das urzes e dos
espinhos, não por entre as flores.
73. Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os
houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se
somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma
sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos
que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem
facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os
com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o
homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais.
Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)
74. "A terra de certo homem rico
produziu muito. Ele pensou
consigo mesmo: 'O que vou fazer?
Não tenho onde armazenar minha
colheita'.
"Então disse: 'Já sei o que vou
fazer. Vou derrubar os meus
celeiros e construir outros
maiores, e ali guardarei toda a
minha safra e todos os meus bens.
E direi a mim mesmo: Você tem
grande quantidade de bens,
armazenados para muitos anos.
Descanse, coma, beba e alegre-se'.
"Contudo, Deus lhe disse:
'Insensato! Esta mesma noite a
sua vida lhe será exigida. Então
quem ficará com o que você
preparou?'
Assim acontece com quem guarda
para si riquezas, mas não é rico
para com Deus".
Lucas 12, 13-21
80. 11/03/2013 Meu Reino não é Deste Mundo 80
Conclusão
Pensemos, reflitamos e
evoquemos a vida futura, mas
não nos esqueçamos de viver
plenamente o dia que passa,
pois é este que trará a
recompensa da felicidade dos
bem-aventurados.
81.
82. 11/03/2013 Meu Reino não é Deste Mundo 82
Bibliografia Consultada
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de
Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39.
ed. São Paulo: IDE, 1984, cap. 2