SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
1  Alma minha gentil, que te partiste 2  Tão cedo desta vida descontente, 3  Repousa lá no Céu eternamente, 4  E viva eu cá na terra sempre triste.  5  Se lá no assento etéreo, onde subiste, 6  Memória desta vida se consente, 7  Não te esqueças daquele amor ardente 8  Que já nos olhos meus tão puro viste.  9  E se vires que pode merecer-te 10  Alguma cousa a dor que me ficou 11  Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  12  Roga a Deus, que teus anos encurtou, 13  Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 14  Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
A   Alma minha gentil, que te partiste B   Tão cedo desta vida descontente, B   Repousa lá no Céu eternamente, A   E viva eu cá na terra sempre triste.  A   Se lá no assento etéreo, onde subiste, B   Memória desta vida se consente, B   Não te esqueças daquele amor ardente A   Que já nos olhos meus tão puro viste.  C   E se vires que pode merecer-te D   Alguma cousa a dor que me ficou C   Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  D   Roga a Deus, que teus anos encurtou, C   Que tão cedo de cá me leve a ver-te, D   Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
1  Alma minha gentil, que te partiste 2  Tão cedo desta vida descontente, 3  Repousa lá no Céu eternamente, 4  E viva eu cá na terra sempre triste.  5  Se lá no assento etéreo, onde subiste, 6  Memória desta vida se consente, 7  Não te esqueças daquele amor ardente 8  Que já nos olhos meus tão puro viste.  9  E se vires que pode merecer-te 10  Alguma cousa a dor que me ficou 11  Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  12  Roga a Deus, que teus anos encurtou, 13  Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 14  Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
1  Distante o meu amor, se me afigura 2  O amor como um patético tormento 3  Pensar nele é morrer de desventura 4  Não pensar é matar meu pensamento. 5  Seu mais doce desejo se amargura 6  Todo o instante perdido é um sofrimento 7  Cada beijo lembrado uma tortura 8  Um ciúme do próprio ciumento. 9  E vivemos partindo, ela de mim 10  E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 11  Para a grande partida que há no fim 12  De toda a vida e todo o amor humanos: 13  Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo 14  Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes
“ Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou. “ (Camões) “ Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo  Que se um fica o outro parte a redimi-lo.” (Vinicius de Moraes)
A   Distante o meu amor, se me afigura  B  O amor como um patético tormento A   Pensar nele é morrer de desventura B   Não pensar é matar meu pensamento. A  Seu mais doce desejo se amargura B   Todo o instante perdido é um sofrimento A   Cada beijo lembrado uma tortura B   Um ciúme do próprio ciumento. C   E vivemos partindo, ela de mim D   E eu dela, enquanto breves vão-se os anos C   Para a grande partida que há no fim D   De toda a vida e todo o amor humanos: E   Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo E  Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes
1  Distante o meu amor, se me afigura 2  O amor como um patético tormento 3  Pensar nele é morrer de desventura 4  Não pensar é matar meu pensamento. 5  Seu mais doce desejo se amargura 6  Todo o instante perdido é um sofrimento 7  Cada beijo lembrado uma tortura 8  Um ciúme do próprio ciumento. 9  E vivemos partindo, ela de mim 10  E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 11  Para a grande partida que há no fim 12  De toda a vida e todo o amor humanos: 13  Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo 14  Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Sílabas Métricas
Sílabas MétricasSílabas Métricas
Sílabas Métricas713773
 
Sonetos de camões
Sonetos de camões Sonetos de camões
Sonetos de camões TVUERJ
 
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Raquel Antunes
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosdomplex123
 
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativa
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativaO "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativa
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativaGonçalo Silva
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteErros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteJoão Paulo Freire
 
Cantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesCantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesheleira02
 
Sete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaSete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaHelena Coutinho
 
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))HizqeelMajoka
 
União europeia alargamentos
União europeia   alargamentosUnião europeia   alargamentos
União europeia alargamentosPocarolas
 
Texto poético: características
Texto poético: característicasTexto poético: características
Texto poético: característicasinessalgado
 
O meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaO meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaMargarida Lobo
 
Aquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugadaAquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugadaHelena Coutinho
 
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)12º A Golegã
 
Complemento direto, indireto e oblíquo
Complemento direto, indireto e oblíquoComplemento direto, indireto e oblíquo
Complemento direto, indireto e oblíquoAntónio Fernandes
 
Subclasses dos nomes
Subclasses dos nomesSubclasses dos nomes
Subclasses dos nomesmaalcraz
 

Was ist angesagt? (20)

Sílabas Métricas
Sílabas MétricasSílabas Métricas
Sílabas Métricas
 
Endechas a bárbara
Endechas a bárbaraEndechas a bárbara
Endechas a bárbara
 
Sonetos de camões
Sonetos de camões Sonetos de camões
Sonetos de camões
 
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
Ficha formativa_ Recursos Expressivos (I)
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versos
 
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativa
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativaO "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativa
O "Ulisses" de Maria Alberta Menéres: correção da ficha de avaliação sumativa
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteErros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
 
Cantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análisesCantigas de amor duas análises
Cantigas de amor duas análises
 
Sete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaSete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob servia
 
Ue
UeUe
Ue
 
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))
Trabalho sobre (Aquela triste e leda madrugada de Luís de camões ( análise ))
 
União europeia alargamentos
União europeia   alargamentosUnião europeia   alargamentos
União europeia alargamentos
 
Texto poético: características
Texto poético: característicasTexto poético: características
Texto poético: características
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
O meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja limaO meu pé de laranja lima
O meu pé de laranja lima
 
Texto poético
Texto poéticoTexto poético
Texto poético
 
Aquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugadaAquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugada
 
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)
Fichas de leitura do 1º Período (12º ano)
 
Complemento direto, indireto e oblíquo
Complemento direto, indireto e oblíquoComplemento direto, indireto e oblíquo
Complemento direto, indireto e oblíquo
 
Subclasses dos nomes
Subclasses dos nomesSubclasses dos nomes
Subclasses dos nomes
 

Andere mochten auch

Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partisteAlma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partisterita Silva
 
Alma Minha Gentil
Alma Minha GentilAlma Minha Gentil
Alma Minha Gentilklaudia60
 
Analise dos poemas de camoes ... apresentação
Analise dos poemas de camoes ... apresentaçãoAnalise dos poemas de camoes ... apresentação
Analise dos poemas de camoes ... apresentaçãoAngela Silva
 
Luís vaz de camões
Luís vaz de camões Luís vaz de camões
Luís vaz de camões Anabel Aguiar
 
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontades
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontadesLuiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontades
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontadesLuzia Gabriele
 
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasSanto antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasHelena Coutinho
 
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)Mirian Souza
 
Um mover de olhos, de Camões
Um mover de olhos, de CamõesUm mover de olhos, de Camões
Um mover de olhos, de CamõesMaria Gois
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoRicardo Santos
 
Aquela cativa Poema e Análise
Aquela cativa Poema e AnáliseAquela cativa Poema e Análise
Aquela cativa Poema e AnáliseBruno Jardim
 
O bruxa que roubou o sol (@)
O bruxa que roubou o sol (@)O bruxa que roubou o sol (@)
O bruxa que roubou o sol (@)Marisa Cesconetto
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lurdes Augusto
 
Um mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoUm mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoHelena Coutinho
 

Andere mochten auch (20)

Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partisteAlma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partiste
 
Alma Minha Gentil
Alma Minha GentilAlma Minha Gentil
Alma Minha Gentil
 
Analise dos poemas de camoes ... apresentação
Analise dos poemas de camoes ... apresentaçãoAnalise dos poemas de camoes ... apresentação
Analise dos poemas de camoes ... apresentação
 
Luís vaz de camões
Luís vaz de camões Luís vaz de camões
Luís vaz de camões
 
Luis de camões 1
Luis de camões 1Luis de camões 1
Luis de camões 1
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
Versificação
 
Outros Tempos
Outros TemposOutros Tempos
Outros Tempos
 
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontades
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontadesLuiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontades
Luiz de camões mudam se os tempos, mudam-se as vontades
 
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasSanto antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
 
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
 
Um mover de olhos, de Camões
Um mover de olhos, de CamõesUm mover de olhos, de Camões
Um mover de olhos, de Camões
 
O país urbano e concelhio
O país urbano e concelhioO país urbano e concelhio
O país urbano e concelhio
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
 
Aquela cativa Poema e Análise
Aquela cativa Poema e AnáliseAquela cativa Poema e Análise
Aquela cativa Poema e Análise
 
Idade Ma
Idade MaIdade Ma
Idade Ma
 
Camões lírico
Camões líricoCamões lírico
Camões lírico
 
O bruxa que roubou o sol (@)
O bruxa que roubou o sol (@)O bruxa que roubou o sol (@)
O bruxa que roubou o sol (@)
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
 
Um mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoUm mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadoso
 
Lírica camoniana
Lírica camonianaLírica camoniana
Lírica camoniana
 

Ähnlich wie Apresentaçãocamoesvinicius

Desejos obscuros livro i
Desejos obscuros livro iDesejos obscuros livro i
Desejos obscuros livro iRaquel Alves
 
30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor SlideHugo Pereira
 
Livro fragmentos(1) (1)
 Livro fragmentos(1) (1) Livro fragmentos(1) (1)
Livro fragmentos(1) (1)Sylvia Seny
 
Folhetim Literário Desiderata n 3 - Despedida
Folhetim Literário Desiderata n 3 -  DespedidaFolhetim Literário Desiderata n 3 -  Despedida
Folhetim Literário Desiderata n 3 - DespedidaJosé Feldman
 
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)eliana862656
 
Sarau Era Medieval
Sarau Era MedievalSarau Era Medieval
Sarau Era MedievalLais Pereira
 
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusDesejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusRaquel Alves
 
Uma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesa
Uma viagem por 800 anos da Poesia PortuguesaUma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesa
Uma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesacaxibiblioteca
 
Jeferson
JefersonJeferson
JefersonArnaldo
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorjcmucuge
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorjcmucuge
 
PEDAÇOS DE POUCOS POEMAS
PEDAÇOS DE POUCOS POEMASPEDAÇOS DE POUCOS POEMAS
PEDAÇOS DE POUCOS POEMASRafa Rodriguez
 

Ähnlich wie Apresentaçãocamoesvinicius (20)

Desejos obscuros livro i
Desejos obscuros livro iDesejos obscuros livro i
Desejos obscuros livro i
 
30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide
 
Poemas ppt
Poemas pptPoemas ppt
Poemas ppt
 
Livro fragmentos(1) (1)
 Livro fragmentos(1) (1) Livro fragmentos(1) (1)
Livro fragmentos(1) (1)
 
Poemas de Josef
Poemas de JosefPoemas de Josef
Poemas de Josef
 
Poemas de amor
Poemas de amorPoemas de amor
Poemas de amor
 
Olhosestranhsovol4
Olhosestranhsovol4Olhosestranhsovol4
Olhosestranhsovol4
 
Folhetim Literário Desiderata n 3 - Despedida
Folhetim Literário Desiderata n 3 -  DespedidaFolhetim Literário Desiderata n 3 -  Despedida
Folhetim Literário Desiderata n 3 - Despedida
 
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)
TRABALHO DE GRUPO_LIRICA DE CAMÕES (sonetos e outros poemas)
 
Sarau Era Medieval
Sarau Era MedievalSarau Era Medieval
Sarau Era Medieval
 
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeusDesejos Obscuros- livro VI- O adeus
Desejos Obscuros- livro VI- O adeus
 
Lamentos
LamentosLamentos
Lamentos
 
Uma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesa
Uma viagem por 800 anos da Poesia PortuguesaUma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesa
Uma viagem por 800 anos da Poesia Portuguesa
 
BIBLIOTECA VIRTUAL
BIBLIOTECA VIRTUALBIBLIOTECA VIRTUAL
BIBLIOTECA VIRTUAL
 
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
Diamundialpoesia 100503060711-phpapp02
 
Jeferson
JefersonJeferson
Jeferson
 
Almeida garret -_poemas
Almeida garret -_poemasAlmeida garret -_poemas
Almeida garret -_poemas
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
 
PEDAÇOS DE POUCOS POEMAS
PEDAÇOS DE POUCOS POEMASPEDAÇOS DE POUCOS POEMAS
PEDAÇOS DE POUCOS POEMAS
 

Apresentaçãocamoesvinicius

  • 1. 1 Alma minha gentil, que te partiste 2 Tão cedo desta vida descontente, 3 Repousa lá no Céu eternamente, 4 E viva eu cá na terra sempre triste.  5 Se lá no assento etéreo, onde subiste, 6 Memória desta vida se consente, 7 Não te esqueças daquele amor ardente 8 Que já nos olhos meus tão puro viste.  9 E se vires que pode merecer-te 10 Alguma cousa a dor que me ficou 11 Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  12 Roga a Deus, que teus anos encurtou, 13 Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 14 Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
  • 2. A Alma minha gentil, que te partiste B Tão cedo desta vida descontente, B Repousa lá no Céu eternamente, A E viva eu cá na terra sempre triste.  A Se lá no assento etéreo, onde subiste, B Memória desta vida se consente, B Não te esqueças daquele amor ardente A Que já nos olhos meus tão puro viste.  C E se vires que pode merecer-te D Alguma cousa a dor que me ficou C Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  D Roga a Deus, que teus anos encurtou, C Que tão cedo de cá me leve a ver-te, D Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
  • 3. 1 Alma minha gentil, que te partiste 2 Tão cedo desta vida descontente, 3 Repousa lá no Céu eternamente, 4 E viva eu cá na terra sempre triste.  5 Se lá no assento etéreo, onde subiste, 6 Memória desta vida se consente, 7 Não te esqueças daquele amor ardente 8 Que já nos olhos meus tão puro viste.  9 E se vires que pode merecer-te 10 Alguma cousa a dor que me ficou 11 Da mágoa, sem remédio, de perder-te,  12 Roga a Deus, que teus anos encurtou, 13 Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 14 Quão cedo de meus olhos te levou. Alma minha gentil, que te partiste Luís Vaz de Camões
  • 4. 1 Distante o meu amor, se me afigura 2 O amor como um patético tormento 3 Pensar nele é morrer de desventura 4 Não pensar é matar meu pensamento. 5 Seu mais doce desejo se amargura 6 Todo o instante perdido é um sofrimento 7 Cada beijo lembrado uma tortura 8 Um ciúme do próprio ciumento. 9 E vivemos partindo, ela de mim 10 E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 11 Para a grande partida que há no fim 12 De toda a vida e todo o amor humanos: 13 Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo 14 Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes
  • 5. “ Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou. “ (Camões) “ Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo.” (Vinicius de Moraes)
  • 6. A Distante o meu amor, se me afigura B O amor como um patético tormento A Pensar nele é morrer de desventura B Não pensar é matar meu pensamento. A Seu mais doce desejo se amargura B Todo o instante perdido é um sofrimento A Cada beijo lembrado uma tortura B Um ciúme do próprio ciumento. C E vivemos partindo, ela de mim D E eu dela, enquanto breves vão-se os anos C Para a grande partida que há no fim D De toda a vida e todo o amor humanos: E Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo E Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes
  • 7. 1 Distante o meu amor, se me afigura 2 O amor como um patético tormento 3 Pensar nele é morrer de desventura 4 Não pensar é matar meu pensamento. 5 Seu mais doce desejo se amargura 6 Todo o instante perdido é um sofrimento 7 Cada beijo lembrado uma tortura 8 Um ciúme do próprio ciumento. 9 E vivemos partindo, ela de mim 10 E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 11 Para a grande partida que há no fim 12 De toda a vida e todo o amor humanos: 13 Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo 14 Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Soneto de carnaval Vinícius de Moraes