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O povo brasileiro 
A formação e o sentido do Brasil 
Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro 
(1922-1997)
OS BRASILÍNDIOS
Características dos Brasilíndios: 
• A expansão do domínio português e a 
formação do Brasil. 
• Pais brancos, luteranos e mães índias. 
• Também eram chamados de MAMELUCOS.
• Portugueses de são Paulo foram os principais gestadores dos brasilíndios ou 
mamelucos. O motor que movia aqueles velhos paulistas era, 
essencialmente, a pobreza da feitoria paulistana, mera vilazinha alçada no 
planalto, a quatro dias de viagem do mar, que se alcançava dificultosamente 
através da selva e de águas tormentosas, subindo e descendo escarpadas 
morrarias. No dizer de Sérgio Buarque de Holanda, os impelia a “ exigência 
de um triste viver cotidiano e caseiro: teimosamente pelejaram contra a 
pobreza, e para repará-la não hesitaram em deslocar-se sobre espaços cada 
vez maiores, desafiando as insídias de um mundo ignorado e talvez inimigo.“ 
• Buscavam no fundo dos matos a distancias abismais a única mercadoria que 
estava a seu alcance. 
• Índios para suprir suas necessidades e que se renovassem à medida em que 
fossem sendo desgastados. Índios que lhes abrissem roças, caçassem, 
pescassem, cozinhassem, etc. 
• Quando desgastados (índios) os brasilíndios os buscavam nos esconsos onde 
estivessem escondidos. 
• Vanguardas avançadas sondavam o caminho. 
• Esse ofício de caçar gente, se tornava o novo gênero de vida dos paulistas. 
Modo de vida raro.
• Foram na verdade heróis civilizadores. 
• Seu valor maior como agentes da civilização advinha 
de sua própria rusticidade de meio-indios, incansáveis 
nas marchas longuíssimas e sobretudo no trabalho de 
remar, de sol a sol, por meses e meses. 
• Forte rejeição: 
pelos pais (impuros) 
pelas mães (mulheres sem valor) 
• O mameluco caia numa terra de ninguém (construção 
da identidade de brasileiro a partir de uma rejeição) 
• Nasce um gênero humano novo. Esse gênero de gente 
alcançou uma eficiência inexcedível, a seu pesar, 
como agentes da civilização.
• Contrários aos espanhóis (cavaleiro) os mamelucos abriram seu 
vasto mundo de forma mais simples. (a pé, descalços, por trilhas) 
• É curioso o contraste entre os mateiros do norte em comparação 
com a energia pungente dos mamelucos. 
• Os mamelucos vieram a fazer o Brasil. 
• Os mateiros do norte representaram papel capital. Foram eles que 
devassaram o Canadá e o ocuparam ate a venda do território aos 
ingleses. 
• Os mamelucos também foram os responsáveis por abrir os 
territórios que hoje são a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. 
• Buenos Aires/ Cabecitas Negras/ mal vistos e ignorados. 
• No Brasil, tiveram o êxito maior (constituíram o cerne da nação). 
• Foi tarefa difícil se fazer agente principal da historia brasileira. 
Odiosidade jesuítica e a má vontade dos renóis + as dificuldades 
imensas da vida de sertanista.
• Hostilidade dos índios arredios – tais como os Aimoré da 
Bahia, os Botocuto de Mato Grosso e sobretudo os Bororo e 
Kayapó que se moviam por extensas áreas através dos 
cerrados, além dos rios Araguaia e Tocantins – cientes do 
destino trágico que teriam se capturados. 
• Enfrentamentos entre os mamelucos (agentes da civilização) 
e os índios hostis. Era indispensável entretanto, passar por 
esses territórios dos índios hostis para alcançar as tribos de 
plantadores de mandioca e milho, mais dóceis como 
escravos e mais úteis, desde a primeira hora, nas tarefas 
corriqueiras. Isso porque a cultura adaptativa, básica 
daqueles índios era e permaneceu sendo, por séculos afora, a 
dos povos Tupi, cuja língua foi a fala dos brasilíndios e cujos 
hábitos e práticas eram quase os mesmos. 
• A vida do índio cativo, não poderia ser mais dura como 
cargueiro o remador, que eram seus trabalhos principais. 
Pertencente a quem o apresasse, ele era um bem semovente, 
desgastado com a maior indiferença, como se isso fosse o 
seu destino, mesmo porque havia um estoque aparentemente 
inesgotável de índios para repor os que se gastavam.
• Observa-se que alguns grupos tribais, conservaram 
sua autonomia na qualidade de aliados dos brancos 
para suas guerras contra outros índios. 
Índios e brasileiros se opõem como alternos étnicos 
em um conflito irredutível, que jamais da lugar a uma 
fusão. 
Onde quer que o grupo tribal tenha oportunidade de 
manter a continuidade de sua tradição pelo convívio 
de pais e filhos, preserva-se a identificação étnica. 
Mas esse convívio de culturas faz com que os índios se 
tornem cada vez menos índios dentro de sua cultura, 
se tornando mais brasileiros, em sua forma de falar, 
em seu modo de trabalho, diversão, etc. 
Os índios sempre serão definidos como índios quando 
se fala em identificação étnica, mesmo estando cada 
vez mais acostumados com os costumes dos 
brasileiros.
OS AFRO-BRASILEIROS
OS AFRO-BRASILEIROS 
• Os negros do Brasil foram trazidos principalmente da costa ocidental 
africana, provenientes de três grandes grupos culturais: 
• O primeiro, das culturas sudanesas, representado, principalmente, pelos 
grupos Yoruba – chamados de nagô -, pelos Dahomey – chamados aqui 
de gegê – e pelos Fanti-Ashanti- conhecidos como mircas.
Os Fanti-Ashanti, Dahomey e Yoruba
Os Peuhl, os Mandinga e os Haussa 
• O segundo grupo trouxe ao Brasil culturas 
africanas islamizadas, principalmente os Peuhl, os 
Mandinga e os Haussa, do norte da Nigéria, 
identificados na Bahia como negros malé e no Rio 
de Janeiro como negros alufá.
Os Bantu 
• O terceiro grupo cultural africano era integrado por tribos Bantu, do 
grupo congo-angolês, provenientes da área hoje compreendida pela 
Angola e a “Contra Costa”, que corresponde ao atual território de 
Moçambique. Tinham conhecimentos como a arte da cerâmica, 
agricultura, criação de gado, e dominavam técnicas de metalurgia e 
davam um valor sagrado ao ferro. Já conheciam a escravidão antes 
mesmo de serem escravizados, pois nas guerras entre os povos africanos 
o grupo perdedor era escravizado pelo vencedor;
• Os negros do Brasil foram capturados ao acaso 
nas centenas de povos tribais que falavam 
dialetos e línguas não inteligíveis uns aos outros. 
• A diversidade linguística e cultural dos 
contingentes negros introduzidos no Brasil, 
somada a essas hostilidades recíprocas que eles 
traziam da África e à política de evitar a 
concentração de escravos oriundos de uma 
mesma etnia, nas mesmas propriedades, e até 
nos mesmos navios negreiros, impediu a 
formação de núcleos solidários que retivessem o 
patrimônio cultural africano (desculturados). 
• Até mesmo a religião se tornou um motivo para 
gerar discórdia e desunião entre os negros.
A captura 
• “Apresado aos quinze anos em sua terra, como se fosse 
uma caça apanhada numa armadilha, ele era arrastado 
pelo pombeiro ‐ mercador africano de escravos ‐ para a 
praia, onde seria resgatado em troca de tabaco, 
aguardente e bugigangas. Dali partiam em comboios, 
pescoço atado a pescoço com outros negros, numa corda 
puxada até o porto e o tumbeiro.” 
Foto sobre o transporte de cidadãos suspeitos - todos 
negros - pela polícia militar do RJ nos anos de 1980 
-fotógrafo Luiz Morier.
• “ Metido no navio, era deitado no meio de 
cem outros para ocupar, por meios e meio, o 
exíguo espaço do seu tamanho, mal 
comendo, mal cagando ali mesmo, no meio 
da fedentina mais hedionda. Escapando vivo 
à travessia, caía no outro mercado, no lado 
de cá, onde era examinado como um cavalo 
magro. Avaliado pelos dentes, pela grossura 
dos tornozelos e dos punhos, era 
arrematado”. 
• A coroa portuguesa permitia a cada Senhor de 
engenho importar 120 peças;
O processo de deculturação e 
desumanização do negro 
• Os escravos se aportuguesaram e passaram a viver no 
nordeste e no centro do país, onde atendiam às 
necessidades dos senhores da terra, trabalhando nas 
lavouras, engenhos de cana-de-açúcar e minas; 
• Os negros tiveram uma participação decisiva na sociedade, 
pois, apesar da deculturação pela erradicação de sua 
cultura africana eles retiveram no mais recôndito de si, 
reminiscências rítmicas e musicais, saberes e gostos 
culinários que perduram até hoje no Brasil. 
• Apesar de, naquela época, serem totalmente passivos 
culturalmente, toda a cultura brasileira está hoje, 
impregnada da herança africana;
Engenho de cana 
(Debret) 
Escravos na colheita do café. Marc Ferrez, 
Pequena moenda portátil. 1882, Rio de Janeiro. 
Johann Rugendas, Século XIX
Mineração 
Entre o final do século XVII e o início 
do século XVIII, o trabalho dos 
escravos africanos foi também muito 
utilizado na mineração do ouro e dos 
diamantes.
• No século XVII a maioria dos negros escravizados no 
Brasil eram os Gegês e Nagôs, eles se concentraram 
principalmente na Bahia, Recife e São Luis e o povo 
desses estados tem seus traços biológicos; 
• Os africanos foram tão fundo na construção do nosso 
país que não são mais eles e sim nós, o povo brasileiro; 
• O negro é o componente mais criativo da cultura 
brasileira; 
• O Brasil é resultado da fusão genética sem freios 
entre europeus, índios e negros , pois aqui a 
mestiçagem nunca foi crime como em outros países; 
• 100 milhões de negros foram trazidos para a América 
como escravos. Desses, 12 milhões vieram para o 
Brasil, destes 12 milhões , 6 milhões morreram.
• O negro era visto como uma coisa que se possuía, 
um objeto, uma propriedade e não um ser 
humano que merece ser tratado com respeito, 
igualdade e dignidade. 
• Os homens vistos como bestas de carga e as 
mulheres como fêmeas animais, degradados física 
e moralmente, os escravos eram vigiados e 
espancados através da punições preventivas ou até 
a morte. 
• Chicotadas soltas, castigos semanais preventivos: 
– 300 chicotadas para matar 
– 50 para sobreviver
Os castigos 
• “Sem amor de ninguém, sem família, sem sexo que não fosse a 
masturbação, sem nenhuma identificação possível com ninguém ‐ seu 
capataz podia ser um negro, seus companheiros de infortúnio, inimigos ‐, 
maltrapilho e sujo, feio e fedido, perebento e enfermo, sem qualquer 
gozo ou orgulho do corpo, vivia a sua rotina. Esta era sofrer todo o dia o 
castigo diário das chicotadas soltas, para trabalhar atento e tenso. 
Semanalmente vinha um castigo preventivo, pedagógico, para não 
pensar em fuga, e, quando chamava atenção, recaía sobre ele um castigo 
exemplar, na forma de mutilações de dedos, do furo de seios, de 
queimaduras com tição, de ter todos os dentes quebrados 
criteriosamente, ou dos açoites no pelourinho, sob trezentas chicotadas 
de uma vez, para matar, ou cinqüenta chicotadas diárias, para 
sobreviver. 
• Se fugia e era apanhado, podia ser marcado com ferro em brasa, tendo 
um tendão cortado, viver peado com uma bola de ferro, ser queimado 
vivo, em dias de agonia, na boca da fornalha ou, de uma vez só, jogado 
nela para arder como um graveto oleoso.”
Os castigos
• Formas de fugir da escravidão: suicídio ou fuga. Todo 
negro alentava no peito uma ilusão de fuga, no entanto 
esta era muito temerária porque quase sempre resultava 
em morte. Tinha de sete a dez anos de vida ativa no 
trabalho e seu destino era morrer de estafa (morte 
natural) ou então, já desgastado, ser alforriado por 
imprestável ao trabalho para não gerar um gasto extra ao 
seu senhor que teria que alimentá-lo. 
• Após a abolição, os negros ficaram sem o poder patriarcal e 
viraram marginais, não souberam se classificar 
culturalmente, criaram um mundo paralelo, distinto do 
europeu; 
• O movimento Norte-Americano do “negro bonito” 
influenciou a ascensão negra nos últimos anos no Brasil. O 
país que como sempre está a sombra dos EUA. 
• AFRICA+ EUROPA+FLORESTA= GENTE ÚNICA
Anúncio de fuga de 
escravo, Biblioteca 
Nacional, s. d.
• O Brasil tem uma subjetividade e magia 
indígena, vitalidade Orubá (negra), e ternura 
lusitana que se expressam de diferentes 
maneiras na cultura e vida da população 
brasileira; 
• É um absurdo que um país tão grande tenha 
tanta gente passando fome, frio e necessidades; 
• A classe dominante sempre se deu bem. “12 
milhões de negros e 6 milhões de índios 
morreram para manter o império de riqueza de 
Portugal, para adoçar a boca dos portugueses.”
• “Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, 
através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. 
Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e 
índios supliciados.” 
• Toda essa massificação desumana ficou marcada para sempre em 
nossa história, todos nós brasileiros temos no sangue, a herança da 
malignidade e do sofrimento conjugado, pois somos descendentes de 
índios, escravos e senhores de escravos. 
• Que esta lição, através de uma profunda reflexão, possa nos servir na 
construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna onde 
todos os homens e mulheres sejam respeitados em seus direitos 
como seres humanos, com oportunidades iguais, sem distinção de 
raça, credo, ou quaisquer outras formas de preconceitos.
NEOBRASILEIROS
• Auto-identificação: 
1º abrangência numérica dos membros 
2º identidade étnica única 
• Auto suficiência :Já não viviam como 
indígenas encerrados sobre si mesmos e 
nem voltados à subsistência 
• Pelos hábitos, os neobrasileiros exibiam 
uma aparência mais indígena do que negra 
ou européia: moradia, comida, idioma e 
visão do mundo.
• Principais elementos aglutinadores desses 
novos grupos são os comandos 
administrativo, e político, que são 
representados por autoridades seculares 
eclesiásticas e uma gerência sócio 
econômica. 
• Distinção rural e urbana: 
• Rural: escravos e donos das fazendas 
• Urbana ou população colonial: 
• burocracia colonial 
• religiosos 
• agentes das casas financeiras e armadores
Brasileiros
• Processo de formação dos povos americanos: 
• Há lugares onde foi rápido, os povos 
transplantados cuja identidade étnica veio 
definida da Europa, integraram-se de forma 
dinâmica e eficaz na revolução industrial. 
Outros lugares tinham povos muito diversos 
que é o caso do Brasil, povos que a Europa 
enfrentou a tarefa de difundi-los e definir sua 
identidade. Ainda hoje, por toda a América, há 
uma uniformidade lingüística, milhões de 
pessoas falam inglês, espanhol ou português.
• O gentílico -brasileiro- surge na 
necessidade de diferenciar os neo 
brasileiros do novo grupo que não era 
de índios, nem de negros e nem 
portugueses, mas de brasilindios e 
afro-brasileiros. Os “brasileiros se 
sentiam diferentes dos lusitanos 
superiores aos indígenas. 
Consideravam também, subalternos os 
tudo que era nativo ou negro.
• O primeiro brasileiro consciente de si, 
provavelmente tenha sido o mameluco 
porque ele não se identificava nem com seus 
antecedentes americanos que ele mesmo 
desprezava e nem os europeus que o 
desprezava. Então ele começa a ser o que 
ate então não existia: brasileiro. Então ou 
ele era brasileiro ou não era nada, pois não 
lhe cabia a identificação como índio, nem 
africano nem brasilindio. Além de propagar o 
português como idioma, o mameluco com os 
mulatos - maioria populacional e passaram a 
serem vistos como gente brasileira.
• “Então, o Brasil é a realização derradeira e 
penosa dessas gentes tupis, chegadas à 
costa atlântica um ou dois séculos antes 
dos portugueses, e que, desfeitas e 
transfiguradas, vieram dar no que somos: 
uns latinos tardios de além-mar, 
amorenados na fusão de brancos e pretos, 
desaculturados na tradição de sua matrizes 
ancestrais, mas carregando sobrevivências 
delas que ajudam a nos contrastar tanto 
com o lusitanos.”
O SER E A CONSCIÊNCIA
• Poucos são os registros a cerca do processo 
de construção de uma etnia 
- Gregório de Matos (1633 - 1696) - descrevem um 
pouco do que eram os diversos grupos que 
construíram o povo brasileiro: 
"A cada canto um grande conselheiro, 
Que nos quer governar a cabana,e vinha, 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o mundo inteiro" 
-- sobre a nobreza da Bahia
• Frei Vicente do Salvador foi o primeiro intelectual 
natural da Bahia reconhecido por sua inteligência. 
Retratava a terra com amor, o que é ausente nos 
dias de hoje. 
• Sua obra foi apenas parcialmente publicada, após 
dez anos de espera. 
• Portugal calava todas as vozes que falassem do 
Brasil, principalmente as que o louvavam. 
• Frei Vicente relata em sua obra a falta de aptidão 
dos portugueses para a colonização, povoamento e 
aproveitamento de suas conquistas.
CLASSE, COR E 
PRECONCEITO
CLASSE E PODER 
• Não podemos representar as classes sociais 
brasileiras como um triângulo, onde há um nível 
superior, um núcleo e uma base. Elas se configuram 
como um losango, com um ápice finíssimo de poucas 
pessoas e um pescoço que se vai alargando daqueles 
que se integram no sistema econômico como 
trabalhadores regulares e consumidores. 
• O diagrama da Estratificação Social Brasileira se 
apresenta da seguinte forma:
• QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011 Nova classe C transforma pirâmide social em 
'losango' Com a entrada de 19 milhões de brasileiros para a classe C em 2010, a pirâmide 
social passa por uma mudança de formato Por Flávia Gianini A classe média passou a 
representar a maior parcela da população do país, de acordo com dados da pesquisa "O 
Observador 2011", divulgada nesta terça-feira (22/03. A classe C mais ampla domina, com 
53% do total - o que transformaria essa pirâmide em um losango.
Classes dominantes: 
Detêm, graças ao apoio das outras classes, o poder 
efetivo sobre toda a sociedade, é formado por: 
•Patronato de Empresários, oriundo da riqueza 
obtida pela exploração econômica; 
•Patriciado, que depende do nível do cargo que se 
ocupa. Por exemplo, um general, um líder político, 
etc..., todos aspirantes pelo poder. 
•Estamento Gerencial das empresas estrangeiras: 
se utiliza de tecnocratas competentes que 
controlam a mídia e conformam a opinião pública. 
Surgiu recentemente mas é hoje o setor 
predominante das classes dominantes.
Classes intermediárias: 
•Formadas por pequenos oficiais, professores, 
profissionais liberais. 
•São os mantenedores da ordem social. 
•Dividem-se em autônomos e dependentes. 
•Todos propensos a prestar homenagem às 
classes dominantes procurando tirar disso, 
alguma vantagem. 
•Dentro desta classe, entre o clero e os raros 
intelectuais, é que surgiram os mais subversivos 
em rebeldia a ordem.
Classes subalternas: 
•Estão integrados na vida social, sistema 
produtivo e consumidor. Formadas por: 
•Operariado, formado pelos operários, com 
empregos estáveis e trabalhadores 
especializados. 
•Campesinato formado por pequenos 
proprietários, arrendatários, gerentes de 
grandes propriedades rurais.
Classes Oprimidas: 
•São os excluídos da vida social, lutam para 
ingressar no sistema de produção e pelo acesso 
ao mercado. Formadas pelos: 
•Marginalizados, composta por quem mora nas 
periferias da cidade, favelados, analfabetos. 
•São os enxadeiros, os bóias-frias, empregados 
de limpeza, domésticas, prostitutas. 
•Incapazes de se organizar para reinvindicar, 
cuja luta será tentar entrar no sistema e lutar 
para romper com a estrutura de classes.
• É através desta estrutura de classes que o povo se 
organiza, em um sistema autoperpetuante da ordem 
social vigente; 
• a classe dominante, composta da minoria, é a que 
comanda a sociedade; 
• as classes intermediárias tem setores mais dinâmicos 
e funcionam como um atenuador ou agravador das 
tensões sociais; 
• as classes subalternas estão integradas na vida social e 
tem o objetivo de defender o que já tem e obter mais 
do que transformar a sociedade; 
• e as classes oprimidas são incapazes de se 
organizarem e enfrentar os donos do poder; excluídas 
da vida social, lutam para ingressar na sociedade, 
apesar da miserabilidade em que vivem.
CLASSE E PODER
DISTÂNCIA SOCIAL 
•As classes ricas e pobres no Brasil, se separam por 
enormes distâncias sociais e culturais. 
•O vigor físico, a longevidade, a beleza e a inteligência da 
classe dominante, se contrapõem a enfermidade, ao 
envelhecimento precoce, ao saber vulgar, traço rude e 
ignorância das classes dominadas , expressão da penúria 
em que vivem; 
•Entretanto, quando uma pessoa ultrapassa a barreira de 
classe para ingressar no estrato superior e nele 
permanece, em uma ou duas gerações, seus 
descendentes acabam se educando, se embelezando e 
podem se confundir com o patriciado tradicional.
• A estratificação social é historicamente um 
negócio que a uns privilegia e enobrece, 
fazendo-os donos do poder, e a outros 
subjuga e degrada. Isso faz do Brasil ainda 
hoje, mais uma feitoria do que uma sociedade 
propriamente dita. 
• Diversidade de situações regionais, de 
prosperidade de pobreza; 
• Um trabalhador pode mudar de uma região 
para a outra e ascender socialmente ao 
incorporar-se a uma situação mais próspera.
• Pesquisa que Darcy fez realizar sobre as 
condições de existência das camadas urbanas e 
rurais em várias regiões do país, constatou que 
onde se encontravam as piores condições de 
vida foi em Santarém, no Pará, região 
extrativista. O melhor perfil foi encontrado na 
cidade de Ibirama em Santa Catarina, região 
granjeira, que praticamente integrou toda sua 
população no sistema produtivo oferecendo-lhes, 
melhores condições de vida. Isso ocorreu 
porque o governo querendo atrair imigrantes 
europeus afim de melhorar a raça, deu a eles 
lotes de terras e ajuda econômica.
• Essa pesquisa demonstra como a variação 
espacial afeta as condições de vida da 
população e como essa é uma das razões 
porque o brasileiro está sempre se mudando 
de uma área para a outra.
• Há um profundo processo de degradação do 
caráter do homem brasileiro da classe 
dominante. Ele esta enfermo da 
desigualdade. 
• O escravo e o ex escravo estão condenados à 
dignidade de lutadores pela liberdade; 
• Os senhores e seus descendentes estão 
condenados ao contrário, ao opróbio de 
lutadores pela manutenção da desigualdade e 
da opressão.
• A conduta da classe dominante tem dois 
estilos que se contrapõem: 
-Um presidido pela cordialidade em suas 
relações com seus pares. 
- Outro marcado pelo descaso no trato com os 
seus que lhe são socialmente inferiores. 
• Uma mesma pessoa representa dois papéis, a 
do anfitrião hospitaleiro, gentil e generoso 
diante de um visitante da mesma classe 
social ou o papel senhorial tratando com 
desprezo seus subordinados.
• Essa corrupção senhorial corresponde a uma 
deterioração da dignidade pessoal das 
camadas mais humildes, condicionadas a um 
tratamento totalmente assimétrico, pré-dispostas 
a assumir atitudes de subserviência, 
compelidas a se deixarem explorar. 
• Esta situação, no contexto sócio cultural, 
induz os indivíduos à acomodação só 
escapando dela as personalidades mais 
vigorosas.
• As instituições republicanas adotadas no Brasil 
para justificar o exercício de poder pela classe 
dominante tiveram sempre como seus agentes 
junto ao povo a própria camada proprietária. 
• Tudo isso resultou em uma sociedade com 
incompatibilidades incuráveis, como por 
exemplo: a incapacidade de oferecer um padrão 
de vida satisfatório para a maioria da população 
nacional; a inaptidão para criar uma cidadania 
livre e, em conseqüência, a inviabilidade de 
formar uma sociedade democrática.
• Desta forma a eleição é uma grande farça em 
que os eleitores vendem seus votos para 
aqueles que seriam seus adversários naturais. 
• Por tudo isso, é que ela se caracteriza como 
uma ordenação oligárquica que só se pode 
manter pela compressão das forças majoritárias 
as quais condena o povo ao atraso e a pobreza. 
• É por isso que o Brasil passou de colônia à 
nação independente e de monarquia a 
república, sem que a ordem fazendeira fosse 
afetada e sem que o povo o percebesse.
• As nossas instituições políticas constituem-se em 
um poder efetivo que se mantém intocado: este 
poder é o do patronato fazendeiro. 
• A única saída possível para romper essa 
estrutura auto perpetuante de opressão é o 
surgimento e a expansão do movimento 
operário. 
• Nas cidades, ao contrário da roça, o operário 
sindicalizado, age como um lutador livre diante 
do patrão na apresentação de suas 
reinvidicações. Somente assim, que as 
instituições políticas poderão aperfeiçoar-se 
dando realidade funcional à república.
• "Nossa classe dominante está enferma de 
desigualdade, de descaso." 
• "O que mais me comove é o Brasil que não 
deu certo. Um país tão rico tem o povo 
passando fome." 
(Darcy Ribeiro)
ORDEM VERSUS 
PROGRESSO
• A contraparte dialética da intencionalidade do 
projeto colonial 
• Caráter anárquico 
• Um exemplo é a fornicação com as índias na 
gestação prodigiosa de mestiços 
• Outro exemplo são as expedições 
bandeirantes / Coroa X Contrabandista 
• Racionalismo burocrático
• Quem somos nós, os brasileiros, feitos de tantos 
e tão variados contingentes humanos? A fusão 
deles todos em nós já se completou, está em 
curso, ou jamais se concluirá?Estaremos 
condenados a ser para sempre um povo 
multicolorido no plano racial e no cultural? 
Haverá alguma característica distintiva dos 
brasileiros como povo, feito que está por gente 
vinda de toda parte? 
• Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as 
argamassas socioculturais com que o Brasil vem 
se fazendo”
• Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as 
argamassas socioculturais com que o Brasil vem se 
fazendo” 
• Pela vontade do colonizador, todos nós, índios, 
negros e mestiços deles, prosseguiríamos na 
função que nos foi prescrita de proletariado 
ultramar + Gente sem destino próprio = Desígnio 
nos dias atuais 
• Caráter atípico de nosso processo histórico 
• Fator de atraso e ao mesmo tempo, os principais 
motores de uma revolução social = Velhas questões 
institucionais
• Povo brasileiro = Povo étnica, nacional e culturalmente 
unificado. 
• Fracasso da maioria X Êxito das minorias 
• Passagem do Padrão tradicional, tornado arcaico ao 
padrão moderno/Modernização reflexa 
• Homogeneidade cultural da sociedade brasileira 
• Deculturação das matrizes formadoras do povo 
brasileiro 
• A resistência às forças inovadoras da Revolução 
Industrial e a causa fundamental de sua lentidão não 
se encontram, portanto, no povo ou no caráter arcaico 
de sua cultura, mas na resistência das classes 
dominantes
• Interesses do patronato empresarial de ontem e 
hoje X os interesses do povo brasileiro 
• Um proletariado externo atípico com respeito aos 
protagonistas históricos, porque não possui uma 
cultura original e porque sua própria classe 
dirigente é o agente de sua dominação externa 
• Povo que existe para si X Povo que existe para os 
outros 
• Declaração de Independência= O Estado 
apresenta mais continuidades do que rupturas
• Consolidação do estado 
Monárquico/Nenhuma política de inserção 
social das massas 
• Unidade fundamental do povo brasileiro/ 
Cultura nacional com alto grau de 
homogeneidade/Regência Comum/ Sistema 
político e econômico gerou o mesmo tipo de 
estratificação e ordenação cívica 
• A contraparte dessa tarefa unificadora foi a 
ordenção da sociedade nacional em cada 
uma de suas formações, com estreita 
obediência aos interesses oligárquicos
• Classes dirigentes brasileiras parecidas 
com os consulados romanos 
• Racionalidade do Projeto intencional da 
Coroa 
• A própria independência do Brasil 
quando se torna inevitável é 
empreendida pela metrópole colonial/ 
classes dirigentes lusitanas e sua 
burocracia mais competente
TRANSFIGURAÇÃO ÉTNICA
• É o processo através do qual os povos, 
enquanto entidades culturais, nascem, 
se transformam e morrem. 
• São quatro instâncias básicas da 
transfiguração, simultâneas ou 
sucessivas : 
• Biótica; 
• Ecológica ; 
• Econômica; 
• Psicocultural;
• A imigração estrangeira , representou 
também uma enorme ameaça de 
transfiguração da população brasileira 
preexistente . Encontrando uma sociedade 
já formada e etnicamente integrada no 
Brasil, apenas afetaram seu destino . 
• O povo brasileiro acabou por conformar-se 
como uma configuração histórico-cultural 
única e diferenciada de todas as outras .
• Impacto das revoluções agrária e 
Industrial. 
• O caráter distintivo de nossa 
transfiguração étnica é a 
continuidade, através dos séculos, 
de elementos cruciais da ordenação 
social arcaica, da dependência da 
economia e do caráter espúrio da 
cultura .
AS DORES DO PARTO
Sistema Produtivo no 
Brasil –1ª Fase 
Feitoria - Trabalho Escravo 
Índios 
Origem: nativos 
do Brasil 
Capturados ou 
aliciados 
Utilizados como 
cargueiros, caçadores, 
pescadores ... 
Negros 
Origem: África 
Principalmente 
do Sudão, 
Gâmbia, Serra 
Leoa, Nigéria, 
Angola e 
Moçambique 
Capturados como 
caça e prisioneiros de 
guerras entre tribos 
africanas 
Força motriz, utilizada 
principalmente nos 
engenhos e nas minas.
Sistema Produtivo no 
Brasil – 2ª Fase 
Consulado/ Possessão Estrangeira – Trabalho Escravo 
Índio Negro Mestiço
Consequências do Modelo de Exploração Econômica 
Brasileira no Período Colonial 
Estratificação social 
Profunda disparidade de 
renda 
Novo gênero de gentes 
Multiplicidade de origens 
raciais e étnicas 
Sociedade presa e organizada 
para atender a interesses de 
um grupo minoritário 
Massa de trabalhadores 
explorada por uma minoria 
dominante 
Atraso tecnológico em relação 
a outros países colonizados 
no mesmo período que o 
Brasil, exemplos: Estados 
Unidos e Canadá 
Maioria da população 
submetida a novo padrão 
de exploração de mão de 
obra
Por volta de 1807, o trabalho escravo no Brasil tinha se tornado um deus econômico, com o comércio 
escravo como seu poderoso braço direito. 
Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p.148. 
Nos adros das capelas, nos becos sujos, encontravam-se pelo chão aqueles que tinham-se tornado os 
dejetos da escravidão. Doentes, aleijados, moribundos eram deixados a mendigar ou a morrer pelas 
ruas da cidade. Misturavam-se a outros pedintes, muitos deles imigrantes sem sorte e sem trabalho, 
camponeses pobres, crianças abandonadas, soldados expulsos das tropas. 
Mary Del Priori e Renato Pinto Venâncio, O livro de ouro da história do Brasil – do descobrimento à 
globalização, p.120. 
Livres, no entanto, os negros forros ficavam entregues à própria sorte, marginalizados por completo 
de qualquer sistema de proteção legal e social. Em muitos casos, a liberdade era um mergulho no 
oceano da pobreza composto por negros libertos, mulatos e mestiços, à margem de todas as 
oportunidades, incluindo educação, saúde, moradia e segurança – um problema que, 120 anos depois 
da abolição oficial da escravidão, o Brasil ainda não conseguiu resolver. 
Laurentino Gomes, 1808 Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta 
enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, p.229. 
... a origem da sociedade e das leis, que puseram novos entraves ao fraco e deram novas forças ao 
rico, destruíram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e 
da desigualdade, de uma astuciosa usurpação fizeram um direito irrevogável e em proveito de alguns 
ambiciosos sujeitaram para o futuro todo gênero humano ao trabalho, à escravidão e à miséria. 
Jean Jacques Rousseau, Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens, 
p.67.
• Exploração da mão-de-obra escrava 
• Fase 1 - Feitoria escravista: índios 
nativos e negros capturados na África. 
• Fase 2 - Consulado (possessão 
estrangeira): índios, negros e mestiços. 
• Principal objetivo da metrópole 
• Obter lucros e exportar o capital obtido 
no Brasil.
• Características da força de trabalho 
escravo: 
• Submetida a um estado de penúria generalizado 
• Destituída de direitos elementares 
• Conglomerado de etnias 
• Transfigurada etnicamente 
• Formação da sociedade brasileira: 
• Nova etnia constituída de pessoas que vieram 
principalmente da Europa e da África; além da 
presença dos índios e dos mestiços.
• Principal causa da formação da etnia 
brasileira: 
• Descaracterização cultural imposta aos 
contingentes de índios, negros, mestiços e de 
poucos brancos. 
• Surgimento do brasileiro genérico: 
• O contingente populacional brasileiro já estava 
maduro quando passou a contar com a 
presença de imigrantes: europeus (italianos, 
alemães, espanhóis), japoneses e árabes.
• Estratificação de Classes: 
• Fator que ao mesmo tempo separou os 
brasileiros e unificou a massa formada 
principalmente pelos brasileiros 
escuros. 
• Razões do atraso tecnológico 
brasileiro: 
• Possivelmente estão associadas ao 
modo de ordenação da sociedade, 
estruturada contra os interesses do
• Povo brasileiro : 
• O povo brasileiro é mestiço na 
carne e no espírito. 
• Surgimento de um “novo povo” 
• Povo brasileiro: um dos povos 
mais homogêneos linguística e 
culturalmente que existe, porém 
com inúmeros desafios a vencer.

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O povo brasileiro

  • 1. O povo brasileiro A formação e o sentido do Brasil Darcy Ribeiro
  • 4. Características dos Brasilíndios: • A expansão do domínio português e a formação do Brasil. • Pais brancos, luteranos e mães índias. • Também eram chamados de MAMELUCOS.
  • 5. • Portugueses de são Paulo foram os principais gestadores dos brasilíndios ou mamelucos. O motor que movia aqueles velhos paulistas era, essencialmente, a pobreza da feitoria paulistana, mera vilazinha alçada no planalto, a quatro dias de viagem do mar, que se alcançava dificultosamente através da selva e de águas tormentosas, subindo e descendo escarpadas morrarias. No dizer de Sérgio Buarque de Holanda, os impelia a “ exigência de um triste viver cotidiano e caseiro: teimosamente pelejaram contra a pobreza, e para repará-la não hesitaram em deslocar-se sobre espaços cada vez maiores, desafiando as insídias de um mundo ignorado e talvez inimigo.“ • Buscavam no fundo dos matos a distancias abismais a única mercadoria que estava a seu alcance. • Índios para suprir suas necessidades e que se renovassem à medida em que fossem sendo desgastados. Índios que lhes abrissem roças, caçassem, pescassem, cozinhassem, etc. • Quando desgastados (índios) os brasilíndios os buscavam nos esconsos onde estivessem escondidos. • Vanguardas avançadas sondavam o caminho. • Esse ofício de caçar gente, se tornava o novo gênero de vida dos paulistas. Modo de vida raro.
  • 6. • Foram na verdade heróis civilizadores. • Seu valor maior como agentes da civilização advinha de sua própria rusticidade de meio-indios, incansáveis nas marchas longuíssimas e sobretudo no trabalho de remar, de sol a sol, por meses e meses. • Forte rejeição: pelos pais (impuros) pelas mães (mulheres sem valor) • O mameluco caia numa terra de ninguém (construção da identidade de brasileiro a partir de uma rejeição) • Nasce um gênero humano novo. Esse gênero de gente alcançou uma eficiência inexcedível, a seu pesar, como agentes da civilização.
  • 7. • Contrários aos espanhóis (cavaleiro) os mamelucos abriram seu vasto mundo de forma mais simples. (a pé, descalços, por trilhas) • É curioso o contraste entre os mateiros do norte em comparação com a energia pungente dos mamelucos. • Os mamelucos vieram a fazer o Brasil. • Os mateiros do norte representaram papel capital. Foram eles que devassaram o Canadá e o ocuparam ate a venda do território aos ingleses. • Os mamelucos também foram os responsáveis por abrir os territórios que hoje são a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. • Buenos Aires/ Cabecitas Negras/ mal vistos e ignorados. • No Brasil, tiveram o êxito maior (constituíram o cerne da nação). • Foi tarefa difícil se fazer agente principal da historia brasileira. Odiosidade jesuítica e a má vontade dos renóis + as dificuldades imensas da vida de sertanista.
  • 8. • Hostilidade dos índios arredios – tais como os Aimoré da Bahia, os Botocuto de Mato Grosso e sobretudo os Bororo e Kayapó que se moviam por extensas áreas através dos cerrados, além dos rios Araguaia e Tocantins – cientes do destino trágico que teriam se capturados. • Enfrentamentos entre os mamelucos (agentes da civilização) e os índios hostis. Era indispensável entretanto, passar por esses territórios dos índios hostis para alcançar as tribos de plantadores de mandioca e milho, mais dóceis como escravos e mais úteis, desde a primeira hora, nas tarefas corriqueiras. Isso porque a cultura adaptativa, básica daqueles índios era e permaneceu sendo, por séculos afora, a dos povos Tupi, cuja língua foi a fala dos brasilíndios e cujos hábitos e práticas eram quase os mesmos. • A vida do índio cativo, não poderia ser mais dura como cargueiro o remador, que eram seus trabalhos principais. Pertencente a quem o apresasse, ele era um bem semovente, desgastado com a maior indiferença, como se isso fosse o seu destino, mesmo porque havia um estoque aparentemente inesgotável de índios para repor os que se gastavam.
  • 9. • Observa-se que alguns grupos tribais, conservaram sua autonomia na qualidade de aliados dos brancos para suas guerras contra outros índios. Índios e brasileiros se opõem como alternos étnicos em um conflito irredutível, que jamais da lugar a uma fusão. Onde quer que o grupo tribal tenha oportunidade de manter a continuidade de sua tradição pelo convívio de pais e filhos, preserva-se a identificação étnica. Mas esse convívio de culturas faz com que os índios se tornem cada vez menos índios dentro de sua cultura, se tornando mais brasileiros, em sua forma de falar, em seu modo de trabalho, diversão, etc. Os índios sempre serão definidos como índios quando se fala em identificação étnica, mesmo estando cada vez mais acostumados com os costumes dos brasileiros.
  • 11. OS AFRO-BRASILEIROS • Os negros do Brasil foram trazidos principalmente da costa ocidental africana, provenientes de três grandes grupos culturais: • O primeiro, das culturas sudanesas, representado, principalmente, pelos grupos Yoruba – chamados de nagô -, pelos Dahomey – chamados aqui de gegê – e pelos Fanti-Ashanti- conhecidos como mircas.
  • 13. Os Peuhl, os Mandinga e os Haussa • O segundo grupo trouxe ao Brasil culturas africanas islamizadas, principalmente os Peuhl, os Mandinga e os Haussa, do norte da Nigéria, identificados na Bahia como negros malé e no Rio de Janeiro como negros alufá.
  • 14. Os Bantu • O terceiro grupo cultural africano era integrado por tribos Bantu, do grupo congo-angolês, provenientes da área hoje compreendida pela Angola e a “Contra Costa”, que corresponde ao atual território de Moçambique. Tinham conhecimentos como a arte da cerâmica, agricultura, criação de gado, e dominavam técnicas de metalurgia e davam um valor sagrado ao ferro. Já conheciam a escravidão antes mesmo de serem escravizados, pois nas guerras entre os povos africanos o grupo perdedor era escravizado pelo vencedor;
  • 15. • Os negros do Brasil foram capturados ao acaso nas centenas de povos tribais que falavam dialetos e línguas não inteligíveis uns aos outros. • A diversidade linguística e cultural dos contingentes negros introduzidos no Brasil, somada a essas hostilidades recíprocas que eles traziam da África e à política de evitar a concentração de escravos oriundos de uma mesma etnia, nas mesmas propriedades, e até nos mesmos navios negreiros, impediu a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano (desculturados). • Até mesmo a religião se tornou um motivo para gerar discórdia e desunião entre os negros.
  • 16. A captura • “Apresado aos quinze anos em sua terra, como se fosse uma caça apanhada numa armadilha, ele era arrastado pelo pombeiro ‐ mercador africano de escravos ‐ para a praia, onde seria resgatado em troca de tabaco, aguardente e bugigangas. Dali partiam em comboios, pescoço atado a pescoço com outros negros, numa corda puxada até o porto e o tumbeiro.” Foto sobre o transporte de cidadãos suspeitos - todos negros - pela polícia militar do RJ nos anos de 1980 -fotógrafo Luiz Morier.
  • 17. • “ Metido no navio, era deitado no meio de cem outros para ocupar, por meios e meio, o exíguo espaço do seu tamanho, mal comendo, mal cagando ali mesmo, no meio da fedentina mais hedionda. Escapando vivo à travessia, caía no outro mercado, no lado de cá, onde era examinado como um cavalo magro. Avaliado pelos dentes, pela grossura dos tornozelos e dos punhos, era arrematado”. • A coroa portuguesa permitia a cada Senhor de engenho importar 120 peças;
  • 18.
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  • 21. O processo de deculturação e desumanização do negro • Os escravos se aportuguesaram e passaram a viver no nordeste e no centro do país, onde atendiam às necessidades dos senhores da terra, trabalhando nas lavouras, engenhos de cana-de-açúcar e minas; • Os negros tiveram uma participação decisiva na sociedade, pois, apesar da deculturação pela erradicação de sua cultura africana eles retiveram no mais recôndito de si, reminiscências rítmicas e musicais, saberes e gostos culinários que perduram até hoje no Brasil. • Apesar de, naquela época, serem totalmente passivos culturalmente, toda a cultura brasileira está hoje, impregnada da herança africana;
  • 22. Engenho de cana (Debret) Escravos na colheita do café. Marc Ferrez, Pequena moenda portátil. 1882, Rio de Janeiro. Johann Rugendas, Século XIX
  • 23.
  • 24. Mineração Entre o final do século XVII e o início do século XVIII, o trabalho dos escravos africanos foi também muito utilizado na mineração do ouro e dos diamantes.
  • 25. • No século XVII a maioria dos negros escravizados no Brasil eram os Gegês e Nagôs, eles se concentraram principalmente na Bahia, Recife e São Luis e o povo desses estados tem seus traços biológicos; • Os africanos foram tão fundo na construção do nosso país que não são mais eles e sim nós, o povo brasileiro; • O negro é o componente mais criativo da cultura brasileira; • O Brasil é resultado da fusão genética sem freios entre europeus, índios e negros , pois aqui a mestiçagem nunca foi crime como em outros países; • 100 milhões de negros foram trazidos para a América como escravos. Desses, 12 milhões vieram para o Brasil, destes 12 milhões , 6 milhões morreram.
  • 26. • O negro era visto como uma coisa que se possuía, um objeto, uma propriedade e não um ser humano que merece ser tratado com respeito, igualdade e dignidade. • Os homens vistos como bestas de carga e as mulheres como fêmeas animais, degradados física e moralmente, os escravos eram vigiados e espancados através da punições preventivas ou até a morte. • Chicotadas soltas, castigos semanais preventivos: – 300 chicotadas para matar – 50 para sobreviver
  • 27. Os castigos • “Sem amor de ninguém, sem família, sem sexo que não fosse a masturbação, sem nenhuma identificação possível com ninguém ‐ seu capataz podia ser um negro, seus companheiros de infortúnio, inimigos ‐, maltrapilho e sujo, feio e fedido, perebento e enfermo, sem qualquer gozo ou orgulho do corpo, vivia a sua rotina. Esta era sofrer todo o dia o castigo diário das chicotadas soltas, para trabalhar atento e tenso. Semanalmente vinha um castigo preventivo, pedagógico, para não pensar em fuga, e, quando chamava atenção, recaía sobre ele um castigo exemplar, na forma de mutilações de dedos, do furo de seios, de queimaduras com tição, de ter todos os dentes quebrados criteriosamente, ou dos açoites no pelourinho, sob trezentas chicotadas de uma vez, para matar, ou cinqüenta chicotadas diárias, para sobreviver. • Se fugia e era apanhado, podia ser marcado com ferro em brasa, tendo um tendão cortado, viver peado com uma bola de ferro, ser queimado vivo, em dias de agonia, na boca da fornalha ou, de uma vez só, jogado nela para arder como um graveto oleoso.”
  • 29. • Formas de fugir da escravidão: suicídio ou fuga. Todo negro alentava no peito uma ilusão de fuga, no entanto esta era muito temerária porque quase sempre resultava em morte. Tinha de sete a dez anos de vida ativa no trabalho e seu destino era morrer de estafa (morte natural) ou então, já desgastado, ser alforriado por imprestável ao trabalho para não gerar um gasto extra ao seu senhor que teria que alimentá-lo. • Após a abolição, os negros ficaram sem o poder patriarcal e viraram marginais, não souberam se classificar culturalmente, criaram um mundo paralelo, distinto do europeu; • O movimento Norte-Americano do “negro bonito” influenciou a ascensão negra nos últimos anos no Brasil. O país que como sempre está a sombra dos EUA. • AFRICA+ EUROPA+FLORESTA= GENTE ÚNICA
  • 30. Anúncio de fuga de escravo, Biblioteca Nacional, s. d.
  • 31. • O Brasil tem uma subjetividade e magia indígena, vitalidade Orubá (negra), e ternura lusitana que se expressam de diferentes maneiras na cultura e vida da população brasileira; • É um absurdo que um país tão grande tenha tanta gente passando fome, frio e necessidades; • A classe dominante sempre se deu bem. “12 milhões de negros e 6 milhões de índios morreram para manter o império de riqueza de Portugal, para adoçar a boca dos portugueses.”
  • 32. • “Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados.” • Toda essa massificação desumana ficou marcada para sempre em nossa história, todos nós brasileiros temos no sangue, a herança da malignidade e do sofrimento conjugado, pois somos descendentes de índios, escravos e senhores de escravos. • Que esta lição, através de uma profunda reflexão, possa nos servir na construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna onde todos os homens e mulheres sejam respeitados em seus direitos como seres humanos, com oportunidades iguais, sem distinção de raça, credo, ou quaisquer outras formas de preconceitos.
  • 34. • Auto-identificação: 1º abrangência numérica dos membros 2º identidade étnica única • Auto suficiência :Já não viviam como indígenas encerrados sobre si mesmos e nem voltados à subsistência • Pelos hábitos, os neobrasileiros exibiam uma aparência mais indígena do que negra ou européia: moradia, comida, idioma e visão do mundo.
  • 35. • Principais elementos aglutinadores desses novos grupos são os comandos administrativo, e político, que são representados por autoridades seculares eclesiásticas e uma gerência sócio econômica. • Distinção rural e urbana: • Rural: escravos e donos das fazendas • Urbana ou população colonial: • burocracia colonial • religiosos • agentes das casas financeiras e armadores
  • 37. • Processo de formação dos povos americanos: • Há lugares onde foi rápido, os povos transplantados cuja identidade étnica veio definida da Europa, integraram-se de forma dinâmica e eficaz na revolução industrial. Outros lugares tinham povos muito diversos que é o caso do Brasil, povos que a Europa enfrentou a tarefa de difundi-los e definir sua identidade. Ainda hoje, por toda a América, há uma uniformidade lingüística, milhões de pessoas falam inglês, espanhol ou português.
  • 38. • O gentílico -brasileiro- surge na necessidade de diferenciar os neo brasileiros do novo grupo que não era de índios, nem de negros e nem portugueses, mas de brasilindios e afro-brasileiros. Os “brasileiros se sentiam diferentes dos lusitanos superiores aos indígenas. Consideravam também, subalternos os tudo que era nativo ou negro.
  • 39. • O primeiro brasileiro consciente de si, provavelmente tenha sido o mameluco porque ele não se identificava nem com seus antecedentes americanos que ele mesmo desprezava e nem os europeus que o desprezava. Então ele começa a ser o que ate então não existia: brasileiro. Então ou ele era brasileiro ou não era nada, pois não lhe cabia a identificação como índio, nem africano nem brasilindio. Além de propagar o português como idioma, o mameluco com os mulatos - maioria populacional e passaram a serem vistos como gente brasileira.
  • 40. • “Então, o Brasil é a realização derradeira e penosa dessas gentes tupis, chegadas à costa atlântica um ou dois séculos antes dos portugueses, e que, desfeitas e transfiguradas, vieram dar no que somos: uns latinos tardios de além-mar, amorenados na fusão de brancos e pretos, desaculturados na tradição de sua matrizes ancestrais, mas carregando sobrevivências delas que ajudam a nos contrastar tanto com o lusitanos.”
  • 41. O SER E A CONSCIÊNCIA
  • 42. • Poucos são os registros a cerca do processo de construção de uma etnia - Gregório de Matos (1633 - 1696) - descrevem um pouco do que eram os diversos grupos que construíram o povo brasileiro: "A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar a cabana,e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro" -- sobre a nobreza da Bahia
  • 43. • Frei Vicente do Salvador foi o primeiro intelectual natural da Bahia reconhecido por sua inteligência. Retratava a terra com amor, o que é ausente nos dias de hoje. • Sua obra foi apenas parcialmente publicada, após dez anos de espera. • Portugal calava todas as vozes que falassem do Brasil, principalmente as que o louvavam. • Frei Vicente relata em sua obra a falta de aptidão dos portugueses para a colonização, povoamento e aproveitamento de suas conquistas.
  • 44. CLASSE, COR E PRECONCEITO
  • 45. CLASSE E PODER • Não podemos representar as classes sociais brasileiras como um triângulo, onde há um nível superior, um núcleo e uma base. Elas se configuram como um losango, com um ápice finíssimo de poucas pessoas e um pescoço que se vai alargando daqueles que se integram no sistema econômico como trabalhadores regulares e consumidores. • O diagrama da Estratificação Social Brasileira se apresenta da seguinte forma:
  • 46.
  • 47. • QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011 Nova classe C transforma pirâmide social em 'losango' Com a entrada de 19 milhões de brasileiros para a classe C em 2010, a pirâmide social passa por uma mudança de formato Por Flávia Gianini A classe média passou a representar a maior parcela da população do país, de acordo com dados da pesquisa "O Observador 2011", divulgada nesta terça-feira (22/03. A classe C mais ampla domina, com 53% do total - o que transformaria essa pirâmide em um losango.
  • 48. Classes dominantes: Detêm, graças ao apoio das outras classes, o poder efetivo sobre toda a sociedade, é formado por: •Patronato de Empresários, oriundo da riqueza obtida pela exploração econômica; •Patriciado, que depende do nível do cargo que se ocupa. Por exemplo, um general, um líder político, etc..., todos aspirantes pelo poder. •Estamento Gerencial das empresas estrangeiras: se utiliza de tecnocratas competentes que controlam a mídia e conformam a opinião pública. Surgiu recentemente mas é hoje o setor predominante das classes dominantes.
  • 49. Classes intermediárias: •Formadas por pequenos oficiais, professores, profissionais liberais. •São os mantenedores da ordem social. •Dividem-se em autônomos e dependentes. •Todos propensos a prestar homenagem às classes dominantes procurando tirar disso, alguma vantagem. •Dentro desta classe, entre o clero e os raros intelectuais, é que surgiram os mais subversivos em rebeldia a ordem.
  • 50. Classes subalternas: •Estão integrados na vida social, sistema produtivo e consumidor. Formadas por: •Operariado, formado pelos operários, com empregos estáveis e trabalhadores especializados. •Campesinato formado por pequenos proprietários, arrendatários, gerentes de grandes propriedades rurais.
  • 51. Classes Oprimidas: •São os excluídos da vida social, lutam para ingressar no sistema de produção e pelo acesso ao mercado. Formadas pelos: •Marginalizados, composta por quem mora nas periferias da cidade, favelados, analfabetos. •São os enxadeiros, os bóias-frias, empregados de limpeza, domésticas, prostitutas. •Incapazes de se organizar para reinvindicar, cuja luta será tentar entrar no sistema e lutar para romper com a estrutura de classes.
  • 52. • É através desta estrutura de classes que o povo se organiza, em um sistema autoperpetuante da ordem social vigente; • a classe dominante, composta da minoria, é a que comanda a sociedade; • as classes intermediárias tem setores mais dinâmicos e funcionam como um atenuador ou agravador das tensões sociais; • as classes subalternas estão integradas na vida social e tem o objetivo de defender o que já tem e obter mais do que transformar a sociedade; • e as classes oprimidas são incapazes de se organizarem e enfrentar os donos do poder; excluídas da vida social, lutam para ingressar na sociedade, apesar da miserabilidade em que vivem.
  • 54. DISTÂNCIA SOCIAL •As classes ricas e pobres no Brasil, se separam por enormes distâncias sociais e culturais. •O vigor físico, a longevidade, a beleza e a inteligência da classe dominante, se contrapõem a enfermidade, ao envelhecimento precoce, ao saber vulgar, traço rude e ignorância das classes dominadas , expressão da penúria em que vivem; •Entretanto, quando uma pessoa ultrapassa a barreira de classe para ingressar no estrato superior e nele permanece, em uma ou duas gerações, seus descendentes acabam se educando, se embelezando e podem se confundir com o patriciado tradicional.
  • 55. • A estratificação social é historicamente um negócio que a uns privilegia e enobrece, fazendo-os donos do poder, e a outros subjuga e degrada. Isso faz do Brasil ainda hoje, mais uma feitoria do que uma sociedade propriamente dita. • Diversidade de situações regionais, de prosperidade de pobreza; • Um trabalhador pode mudar de uma região para a outra e ascender socialmente ao incorporar-se a uma situação mais próspera.
  • 56. • Pesquisa que Darcy fez realizar sobre as condições de existência das camadas urbanas e rurais em várias regiões do país, constatou que onde se encontravam as piores condições de vida foi em Santarém, no Pará, região extrativista. O melhor perfil foi encontrado na cidade de Ibirama em Santa Catarina, região granjeira, que praticamente integrou toda sua população no sistema produtivo oferecendo-lhes, melhores condições de vida. Isso ocorreu porque o governo querendo atrair imigrantes europeus afim de melhorar a raça, deu a eles lotes de terras e ajuda econômica.
  • 57. • Essa pesquisa demonstra como a variação espacial afeta as condições de vida da população e como essa é uma das razões porque o brasileiro está sempre se mudando de uma área para a outra.
  • 58. • Há um profundo processo de degradação do caráter do homem brasileiro da classe dominante. Ele esta enfermo da desigualdade. • O escravo e o ex escravo estão condenados à dignidade de lutadores pela liberdade; • Os senhores e seus descendentes estão condenados ao contrário, ao opróbio de lutadores pela manutenção da desigualdade e da opressão.
  • 59. • A conduta da classe dominante tem dois estilos que se contrapõem: -Um presidido pela cordialidade em suas relações com seus pares. - Outro marcado pelo descaso no trato com os seus que lhe são socialmente inferiores. • Uma mesma pessoa representa dois papéis, a do anfitrião hospitaleiro, gentil e generoso diante de um visitante da mesma classe social ou o papel senhorial tratando com desprezo seus subordinados.
  • 60. • Essa corrupção senhorial corresponde a uma deterioração da dignidade pessoal das camadas mais humildes, condicionadas a um tratamento totalmente assimétrico, pré-dispostas a assumir atitudes de subserviência, compelidas a se deixarem explorar. • Esta situação, no contexto sócio cultural, induz os indivíduos à acomodação só escapando dela as personalidades mais vigorosas.
  • 61. • As instituições republicanas adotadas no Brasil para justificar o exercício de poder pela classe dominante tiveram sempre como seus agentes junto ao povo a própria camada proprietária. • Tudo isso resultou em uma sociedade com incompatibilidades incuráveis, como por exemplo: a incapacidade de oferecer um padrão de vida satisfatório para a maioria da população nacional; a inaptidão para criar uma cidadania livre e, em conseqüência, a inviabilidade de formar uma sociedade democrática.
  • 62. • Desta forma a eleição é uma grande farça em que os eleitores vendem seus votos para aqueles que seriam seus adversários naturais. • Por tudo isso, é que ela se caracteriza como uma ordenação oligárquica que só se pode manter pela compressão das forças majoritárias as quais condena o povo ao atraso e a pobreza. • É por isso que o Brasil passou de colônia à nação independente e de monarquia a república, sem que a ordem fazendeira fosse afetada e sem que o povo o percebesse.
  • 63. • As nossas instituições políticas constituem-se em um poder efetivo que se mantém intocado: este poder é o do patronato fazendeiro. • A única saída possível para romper essa estrutura auto perpetuante de opressão é o surgimento e a expansão do movimento operário. • Nas cidades, ao contrário da roça, o operário sindicalizado, age como um lutador livre diante do patrão na apresentação de suas reinvidicações. Somente assim, que as instituições políticas poderão aperfeiçoar-se dando realidade funcional à república.
  • 64. • "Nossa classe dominante está enferma de desigualdade, de descaso." • "O que mais me comove é o Brasil que não deu certo. Um país tão rico tem o povo passando fome." (Darcy Ribeiro)
  • 66. • A contraparte dialética da intencionalidade do projeto colonial • Caráter anárquico • Um exemplo é a fornicação com as índias na gestação prodigiosa de mestiços • Outro exemplo são as expedições bandeirantes / Coroa X Contrabandista • Racionalismo burocrático
  • 67. • Quem somos nós, os brasileiros, feitos de tantos e tão variados contingentes humanos? A fusão deles todos em nós já se completou, está em curso, ou jamais se concluirá?Estaremos condenados a ser para sempre um povo multicolorido no plano racial e no cultural? Haverá alguma característica distintiva dos brasileiros como povo, feito que está por gente vinda de toda parte? • Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as argamassas socioculturais com que o Brasil vem se fazendo”
  • 68. • Somos tanto os “Tijolos biorraciais como as argamassas socioculturais com que o Brasil vem se fazendo” • Pela vontade do colonizador, todos nós, índios, negros e mestiços deles, prosseguiríamos na função que nos foi prescrita de proletariado ultramar + Gente sem destino próprio = Desígnio nos dias atuais • Caráter atípico de nosso processo histórico • Fator de atraso e ao mesmo tempo, os principais motores de uma revolução social = Velhas questões institucionais
  • 69. • Povo brasileiro = Povo étnica, nacional e culturalmente unificado. • Fracasso da maioria X Êxito das minorias • Passagem do Padrão tradicional, tornado arcaico ao padrão moderno/Modernização reflexa • Homogeneidade cultural da sociedade brasileira • Deculturação das matrizes formadoras do povo brasileiro • A resistência às forças inovadoras da Revolução Industrial e a causa fundamental de sua lentidão não se encontram, portanto, no povo ou no caráter arcaico de sua cultura, mas na resistência das classes dominantes
  • 70. • Interesses do patronato empresarial de ontem e hoje X os interesses do povo brasileiro • Um proletariado externo atípico com respeito aos protagonistas históricos, porque não possui uma cultura original e porque sua própria classe dirigente é o agente de sua dominação externa • Povo que existe para si X Povo que existe para os outros • Declaração de Independência= O Estado apresenta mais continuidades do que rupturas
  • 71. • Consolidação do estado Monárquico/Nenhuma política de inserção social das massas • Unidade fundamental do povo brasileiro/ Cultura nacional com alto grau de homogeneidade/Regência Comum/ Sistema político e econômico gerou o mesmo tipo de estratificação e ordenação cívica • A contraparte dessa tarefa unificadora foi a ordenção da sociedade nacional em cada uma de suas formações, com estreita obediência aos interesses oligárquicos
  • 72. • Classes dirigentes brasileiras parecidas com os consulados romanos • Racionalidade do Projeto intencional da Coroa • A própria independência do Brasil quando se torna inevitável é empreendida pela metrópole colonial/ classes dirigentes lusitanas e sua burocracia mais competente
  • 74. • É o processo através do qual os povos, enquanto entidades culturais, nascem, se transformam e morrem. • São quatro instâncias básicas da transfiguração, simultâneas ou sucessivas : • Biótica; • Ecológica ; • Econômica; • Psicocultural;
  • 75. • A imigração estrangeira , representou também uma enorme ameaça de transfiguração da população brasileira preexistente . Encontrando uma sociedade já formada e etnicamente integrada no Brasil, apenas afetaram seu destino . • O povo brasileiro acabou por conformar-se como uma configuração histórico-cultural única e diferenciada de todas as outras .
  • 76. • Impacto das revoluções agrária e Industrial. • O caráter distintivo de nossa transfiguração étnica é a continuidade, através dos séculos, de elementos cruciais da ordenação social arcaica, da dependência da economia e do caráter espúrio da cultura .
  • 77. AS DORES DO PARTO
  • 78. Sistema Produtivo no Brasil –1ª Fase Feitoria - Trabalho Escravo Índios Origem: nativos do Brasil Capturados ou aliciados Utilizados como cargueiros, caçadores, pescadores ... Negros Origem: África Principalmente do Sudão, Gâmbia, Serra Leoa, Nigéria, Angola e Moçambique Capturados como caça e prisioneiros de guerras entre tribos africanas Força motriz, utilizada principalmente nos engenhos e nas minas.
  • 79. Sistema Produtivo no Brasil – 2ª Fase Consulado/ Possessão Estrangeira – Trabalho Escravo Índio Negro Mestiço
  • 80.
  • 81. Consequências do Modelo de Exploração Econômica Brasileira no Período Colonial Estratificação social Profunda disparidade de renda Novo gênero de gentes Multiplicidade de origens raciais e étnicas Sociedade presa e organizada para atender a interesses de um grupo minoritário Massa de trabalhadores explorada por uma minoria dominante Atraso tecnológico em relação a outros países colonizados no mesmo período que o Brasil, exemplos: Estados Unidos e Canadá Maioria da população submetida a novo padrão de exploração de mão de obra
  • 82. Por volta de 1807, o trabalho escravo no Brasil tinha se tornado um deus econômico, com o comércio escravo como seu poderoso braço direito. Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p.148. Nos adros das capelas, nos becos sujos, encontravam-se pelo chão aqueles que tinham-se tornado os dejetos da escravidão. Doentes, aleijados, moribundos eram deixados a mendigar ou a morrer pelas ruas da cidade. Misturavam-se a outros pedintes, muitos deles imigrantes sem sorte e sem trabalho, camponeses pobres, crianças abandonadas, soldados expulsos das tropas. Mary Del Priori e Renato Pinto Venâncio, O livro de ouro da história do Brasil – do descobrimento à globalização, p.120. Livres, no entanto, os negros forros ficavam entregues à própria sorte, marginalizados por completo de qualquer sistema de proteção legal e social. Em muitos casos, a liberdade era um mergulho no oceano da pobreza composto por negros libertos, mulatos e mestiços, à margem de todas as oportunidades, incluindo educação, saúde, moradia e segurança – um problema que, 120 anos depois da abolição oficial da escravidão, o Brasil ainda não conseguiu resolver. Laurentino Gomes, 1808 Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, p.229. ... a origem da sociedade e das leis, que puseram novos entraves ao fraco e deram novas forças ao rico, destruíram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade, de uma astuciosa usurpação fizeram um direito irrevogável e em proveito de alguns ambiciosos sujeitaram para o futuro todo gênero humano ao trabalho, à escravidão e à miséria. Jean Jacques Rousseau, Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens, p.67.
  • 83. • Exploração da mão-de-obra escrava • Fase 1 - Feitoria escravista: índios nativos e negros capturados na África. • Fase 2 - Consulado (possessão estrangeira): índios, negros e mestiços. • Principal objetivo da metrópole • Obter lucros e exportar o capital obtido no Brasil.
  • 84. • Características da força de trabalho escravo: • Submetida a um estado de penúria generalizado • Destituída de direitos elementares • Conglomerado de etnias • Transfigurada etnicamente • Formação da sociedade brasileira: • Nova etnia constituída de pessoas que vieram principalmente da Europa e da África; além da presença dos índios e dos mestiços.
  • 85. • Principal causa da formação da etnia brasileira: • Descaracterização cultural imposta aos contingentes de índios, negros, mestiços e de poucos brancos. • Surgimento do brasileiro genérico: • O contingente populacional brasileiro já estava maduro quando passou a contar com a presença de imigrantes: europeus (italianos, alemães, espanhóis), japoneses e árabes.
  • 86. • Estratificação de Classes: • Fator que ao mesmo tempo separou os brasileiros e unificou a massa formada principalmente pelos brasileiros escuros. • Razões do atraso tecnológico brasileiro: • Possivelmente estão associadas ao modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses do
  • 87. • Povo brasileiro : • O povo brasileiro é mestiço na carne e no espírito. • Surgimento de um “novo povo” • Povo brasileiro: um dos povos mais homogêneos linguística e culturalmente que existe, porém com inúmeros desafios a vencer.