1. Profa. Ms. Simone Vieira Resende
Pós-graduação em Tradução – 2012
Universidade Gama Filho
2.
3.
4. como fazer para registrar boas soluções de tradução
para poder (re)utilizá-las em traduções futuras?
A gestão de terminologia ou de glossários.
Slide baseado nas ideias de Fabio M. Said
http://fidusinterpres.com/?p=8724
Pesquisa 3: Stella E. O. Tagnin (DLM/USP)
5. Obras de referência
◦ Dicionários técnicos – ferramenta (que pode ser) útil
para o tradutor
MAS...
◦ Tradução apenas (listas termo LP termo LC)
◦ Foco no conceito
◦ Basicamente substantivos e verbos
◦ Outras classes gramaticais e suas fraseologias são
desprezadas
6. Como saber se podemos confiar e como podemos
montar um glossário confiável?
Não oferecem
◦ contextos de uso
◦ colocações e fraseologias
◦ sugestões para casos problemáticos
◦ indicações sobre a preferência de uso
◦ informação sobre o uso em diferentes gêneros e
tipologias textuais
O exemplo da tradução culinária
7.
8.
9. Translationese
“10 chocolates chips meio-amargos”
(= gotas de chocolate meio amargo)
“1/2 xícara de chá de suco de lima”
(lime = limão (tahiti) / lemon = limão siciliano)
“1 abacate grande maduro, sem semente e sem
casca” (abacate tem ‘caroço’!)
pimenta-do-reino recém-moída (moída na hora)
10. É um produtor de textos
precisa de:
◦ EQUIVALENTE – tradução
◦ CONTEXTO – exemplo de uso
◦ CONVENCIONALIDADE – padrões linguísticos e
textuais
◦ Informações sobre a TIPOLOGIA TEXTUAL
◦ Especificidades da CULTURA
Linguística
de Corpus
11. O glossário do pesquisador: aquele que será
publicado e que poderá ajudar outros tradutores.
Pesquisa acadêmcia. A Linguística de Corpus
como ferramenta.
O glossário pessoal: aquele que o tradutor
organiza no seu cotidiano de trabalho. Vamos
começar com esse.
12. Nenhum sistema é perfeito para todo mundo.
Tudo vai depender de como você trabalha, o
quanto tecnológico você é e quanto você quer
gastar.
Esse slide mostra alguns caminhos possíveis.
13. Foi assim que comecei, mas logo se percebe os
problemas:
A) Quanto maior o glossário, mais “lento” fica o
arquivo (principalmente se você estiver usando uma
tabela ou texto colunado);
B) Não dá para importar arquivos do Word
diretamente para uma ferramenta CAT e poder
aproveitar os glossários ao traduzir com essas
ferramentas.
C) Por outro lado, os arquivos do Word são facilmente
editáveis, sem usar ferramenta auxiliar.
15. Dica:
Não importa o formato que você escolha, nunca
faça apenas duas colunas: uma para o texto fonte
e outra para o restante das informações. A busca
e as conversões vão se transformar em um
pesadelo e seus dados ficarão impossíveis de se
converter.
16. Eu faço arquivos diferentes para áreas diferentes, mas
eu os organizo em áreas maiores e mais abrangentes
(direito, engenharia etc.)
Assim, eu não preciso abrir 10 arquivos de uma única
vez. Eu uso os mesmos códigos para o nome dos
arquivos e para os dados terminológicos.
Para facilitar a conversão, eu evito usar vírgulas ou
espaços no mesmo campo.
Você deve sempre usar ponto e vírgula,
Eu também evito usar letra maiúscula na primeira
palavra que forma um termo.
17. Tanto o Word, quanto o Excel fazem isso
automaticamente, então...
lembre-se de mudar essa opção no seu computador.
Mas tarde quanto você importar seus dados
terminológicos, ou seja, seus glossários, para uma
ferramenta de gestão ou memória tradutória, uma
ferramenta CAT, o programa pode pensar que a
palavra com letra maiúscula é um nome próprio e vai
sempre inserir essa palavra com letra maiúscula no
seu texto traduzido. Fique atento.
18. Já é um avanço, porque o Excel foi feito para
organizar dados em colunas, e todo glossário
bilíngue básico é, no fundo, uma série de dados
que ficam mais bem organizados em colunas
(termo original à esquerda, termo traduzido à
direita).
A vantagem é que arquivos do Excel são
facilmente importados para uma ferramenta CAT.
E podem ser facilmente editados.
(Exemplos dos glossários do RuneScape)
19. Editável com o Notepad, por exemplo. É o
formato mais simples e mais facilmente “importável”
para ferramentas CAT.
Os termos podem estar separados por tabulações,
vírgulas ou ponto e vírgula, que são os mais
reconhecidos por diversos programas.
Mas o arquivo TXT é visualmente ruim para o
usuário, por causa da ausência de formatação, e isso
os torna péssimos para consultar (embora seja ótimos
para armazenar, porque o tamanho de um TXT é
minúsculo e não “pesa” no computador).
20. Esse modo de gerir terminologia é o mais prático para quem
usa muito uma ferramenta CAT específica.
Como os termos são incluídos e editados dentro do próprio
ambiente da CAT (toda CAT tem um sistema de gestão de
terminologia), o reconhecimento da terminologia pela CAT fica
mais fácil e não é preciso importar, nem exportar nada.
Mas quando se usa mais de uma ferramenta e se quer
aproveitar os glossários de uma na outra, aí é que surgem os
probleminhas, que abrangem incompatibilidade de formatos,
uso de programas e formatos intermediários, exigência de
conhecimento de informática além do absolutamente básico
etc.
21. (não atado a uma ferramenta CAT específica) e facilmente editável.
Esta alternativa é para quem não gosta de se ver dependente do
sistema de gestão de terminologia de uma ferramenta CAT específica
e prefere ter o controle total de todos os seus glossários.
É esta que eu sigo. Funciona assim: faço o glossário na ferramenta
CAT preferida (ou que for exigida pelo cliente) e depois importo esses
termos em uma tabela do Excel, que eu transformo em arquivo TXT e
importo para uma ferramenta gratuita muito boa chamada UniLex,
onde os termos podem ser consultados e editados à vontade,
parecendo um dicionário eletrônico.
Posso também incluir termos soltos no programa e depois exportá-
los para uma ferramenta CAT. O programa UniLex é realmente muito
bom, mas exige esforço para aprender.
22. Isso tudo quando tenho o computador/laptop à mão.
Quando não tenho, uso o iPod touch ou celular smartphone
(que sempre tenho à mão) para registrar um termo usando
o gravador de voz e depois importar esses dados para o
computador.
Outra alternativa é criar um arquivo do Excel no Google
Docs (só para você, sem abrir acesso a outras pessoas na
“nuvem” da internet) que possa ser acessado em qualquer
lugar do mundo, em qualquer computador ou dispositivo
móvel com acesso à internet, abrindo-o e acrescentando
novos termos que merecerem inclusão no seu glossário e
depois exportando esses termos para o seu sistema
preferido de gestão de terminologia. O Dropbox tem a
mesma função do Google Docs.
23. Especificamente para quem usa iPhone ou iPod
Touch, há aplicativos de dicionários que permitem
editar entradas. Só não sei como seria a
exportação desses dados para aproveitamento no
computador.
E há também o Babylon Glossary Builder,
ferramenta gratuita que permite criar e integrar
glossários em formato Babylon no próprio
Babylon. Pode ser interessante para quem usa
muito o Babylon.
24. É importante salientar que se estamos falando de gestão de
terminologia é bom que o sistema escolhido tenha lhe permita
distinguir entreterminologia própria (que você mesmo
montou no decorrer de sua vida profissional como tradutor e
com base em sua própria experiência e conhecimentos)
e terminologia importada (aqueles termos que você achou
em um glossário de um colega, em um dicionário ou em outro
lugar que não na sua cabeça).
Vale lembrar que todo termo externo precisa ser validado
(compreendido e aceito como boa solução de tradução) pelo
tradutor – caso contrário, o glossário estará contaminado,
espúrio e será um potencial celeiro de problemas de
terminologia em suas traduções futuras). Só com essa distinção
entre terminologia própria e terminologia importada é que o
tradutor tem mesmo controle sobre a terminologia que usa.
25. Para terminar, eu gostaria de dizer que o uso da tecnologia na
construção e administração de glossários não deve ser doloroso
e que se deve pesar sempre se o método escolhido é realmente
útil e compensador (em termos de tempo e dinheiro).
Isto é, não adianta eu montar um sistema tecnologicamente
perfeito de gestão de terminologia se ele consome muito do meu
tempo de trabalho e me impede de ser produtivo na tradução
propriamente dita. Cada um escolhe o sistema que lhe for mais
conveniente.A máquina só nos ajudará mesmo se
soubermos controlá-la e fazê-la curvar-se aos nossos
interesses. O importante, que acho que vale para todos, é
que a gestão de terminologia é uma necessidade de
todo tradutor profissional, seja por razões de produtividade
ou por questões de qualidade (= uniformidade terminológica) de
traduções.
26.
27.
28. Espero que essa discussão tenha mostrado como
é simples armazenar seus dados terminológicos e
acessá-los na hora da tradução.
Quando você encontra uma solução fantástica,
você tem de anotar, escrever, registrar.
Quero que vocês se lembrem que esse
conhecimento, essa habilidade vai torná-lo um
tradutor com um grande diferencial.
29. Quando você termina um projeto, ao invés de
apenas dinheiro, você vai ganhar também uma
lista com novos dados terminológicos que você
poderá utilizar em novos projetos.
Eu tenho mais de 20 mil termos registrados em
mais de 15 anos de trabalho. Raramente eu uso
apenas um dicionário comum para procurar
equivalências para minhas traduções, meus
dados são muito mais ricos e relevantes.
Comece a construir os seus agora.
30. Toda vez que você para de traduzir para
pesquisar um termo pela segunda vez ou pela
enésima vez, você está perdendo tempo.
Tempo que você poderia estar usando para
ganhar mais dinheiro.
Poderia estar usando esse tempo para ficar com
que você gosta ou até mesmo lendo um livro e se
divertindo...