1. O documento apresenta um caderno de atividades sobre leitura e produção de textos para o curso de Serviço Social.
2. Os temas abordados incluem leitura, texto e sentido; texto e contexto; intertextualidade; e coerência textual.
3. O objetivo é ajudar os alunos a compreenderem melhor os processos de leitura e produção de textos e como aplicá-los em seu trabalho profissional.
3. Universidade Anhanguera - Uniderp
Centro de Educação a Distância
Caderno de Atividades
Serviço Social
Coordenação do Curso
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Autores
Ana Lucia Américo Antonio
Angela Cristina Dias do Rego Catonio
Edilene Xavier Rocha Garcia
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Helenrose A. da S. Pedroso Coelho
Luciano Gamez (org.)
Ricardo Leite de Albuquerque
Yaeko Ozaki
5. Nossa Missão, Nossos Valores
Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do
seu crescimento.
Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma
Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e
extensão, que oferecemos.
Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-
tante transformação.
Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente
e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-
cionais, tais como:
• Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de
pesquisa supervisionada pelos nossos professores.
• Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-
rem especialização, mestrado e doutorado.
• Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores
autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.
• Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos
alunos.
• Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos
o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.
A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia
o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.
Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-
tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.
Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-
tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-
guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite
a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade:
aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada
vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.
A todos, bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente - Anhanguera Educacional
6.
7. Sobre o Caderno de Atividades
Caro(a) Aluno(a),
Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você
está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis
nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques,
propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados.
As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-
ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos
alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu
futuro desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora
do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.
Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso
permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para
aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.
Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.
José Manuel Moran e Luciano Sathler
Diretoria do Centro de Educação a Distância
Universidade Anhanguera - UNIDERP
8. Autores
Ana Lúcia Américo Antonio
Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1999.
Especialização: Trabalho Social com Famílias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do
Pantanal (UNIDERP) - 2001.
Angela Cristina Dias do Rego Catonio
Graduação: Letras - Português/Inglês - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1996.
Especialização: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 1999.
Mestrado: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 2000.
Edilene Xavier Rocha Garcia
Graduação: Serviço Social - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988.
Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(UNIDERP) - 2003.
Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.
Especialização: Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(UNIDERP) - 2003.
Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007.
Helenrose Aparecida da Silva Pedroso Coelho
Graduação: Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982.
Direito - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.
Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP) - 2004.
Especialização: Gestão Judiciária Estratégica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007.
Mestrado: Psicologia Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.
Luciano Gamez - Organizador da publicação
Graduação: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992.
Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998.
Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) - 2004.
Ricardo Leite de Albuquerque
Graduação: Licenciatura em Educação Física e Técnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976.
Especialização: Aperfeiçoamento em Informática Aplicada à Educação - Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) - 1987.
Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999.
Yaeko Ozaki
Graduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF) - 1992.
Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT) - 1993.
Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008.
9. Sumário
Família e Sociedade
Tema 1 - Mudanças Estruturais, Política Social e Papel da Família ............................... 15
Tema 2 - Novas Propostas e Dinâmica da Família ........................................................ 22
Tema 3 - Transformações Econômicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990
e seu Impacto no Âmbito da Família ............................................................ 28
Tema 4 - A Família, a Criança e o Adolescente ........................................................... 34
Tema 5 - Família - e as Situações Vivenciadas por seus Membros ................................ 41
Tema 6 - Família e Trabalho........................................................................................ 48
Tema 7 - Programas de Atendimento à Família........................................................... 55
Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famílias .............................................. 61
Serviço Social na Contemporaneidade
Tema 1 - Preleções sobre a Gênese do Serviço Social .................................................. 79
Tema 2 - A Especificidade do Serviço Social ................................................................ 86
Tema 3 - O Serviço Social e as Políticas Sociais ........................................................... 93
Tema 4 - A Natureza Subalterna do Serviço Social .................................................... 100
Tema 5 - O Objeto do Serviço Social ........................................................................ 107
Tema 6 - Particularidades do Serviço Social .............................................................. 114
Tema 7 - Teoria e Prática no Serviço Social ............................................................... 120
Tema 8 - Demandas Profissionais do Serviço Social ................................................... 126
10. Tecnologias da Informação e da Comunicação
Tema 1 - A Relação entre a Tecnologia e a Comunicação ......................................... 142
Tema 2 - O Fenômeno Técnico e suas Particularidades no Âmbito da Comunicação
e da Cultura Contemporânea .................................................................... 148
Tema 3 - A Tecnologia da Informação e a Utilização de suas Ferramentas
Computacionais no Apoio à Atuação Profissional do Assistente Social ....... 155
Tema 4 - Mídia e Questão Social: o Direito à Informação como Direito Humano ....... 162
Tema 5 - A Indústria Cultural e seus Produtos Midiáticos .......................................... 169
Tema 6 - Configurações Midiáticas da Globalização: Hegemonia e Monopólios ....... 176
Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas à Comunicação Hegemônica ...................... 182
Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicações ............................................ 189
Leitura e Produção de Textos
Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204
Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212
Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221
Tema 4 - Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade ................................ 231
Desenvolvimento Pessoal e Profissional
Tema 1 - Você no Mundo ........................................................................................ 253
Tema 2 - Você com os Outros .................................................................................. 259
Tema 3 - Você e a Empregabilidade.......................................................................... 267
Tema 4 - Você Conquistando Oportunidades ........................................................... 275
12. Leitura e
Produção de Textos
Orientações de estudo
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base
no livro “Ler e compreender: os sentidos do texto”,
das autoras Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias,
da Editora Contexto, PLT 225.
Ele é composto de quatro temas:
Tema 1
Leitura, Texto e Sentido
Aborda os conteúdos situados no capítulo I,
pp. 9-37. Nele, você perceberá que a leitura é re-
sultado da construção de sentidos entre vários fatores que compõem um texto, os objetivos da leitura e conheci-
mentos do leitor. Isso porque somos resultado de nossas experiências em sociedade.
Com isso, você entenderá que a leitura e a compreensão do que se lê implica sempre uma participação mútua de
quem escreve e de quem lê. Assim, toda vez que se lê qualquer texto, devem-se observar as circunstâncias em que
foi escrito e as circunstâncias em que foi lido para que ele adquira um sentido, fruto das experiências do leitor.
Tema 2
Texto e Contexto
Aborda os conteúdos situados no capítulo III, pp. 57-73. Nele, conceituam-se as concepções de contexto que
derivam dos conhecimentos de mundo adquiridos pelo leitor, a partir de suas experiências de vida.
O contexto é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. Ele se constitui de
dados comuns ao emissor e ao receptor, composto pelos saberes dos interlocutores, isto é, a junção de elementos
linguísticos e sociais e a troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do
ambiente que favorecem seu entendimento e significado.
Tema 3
Texto e Intertextualidade
Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 75 -100. Nele, você poderá entender que intertextualidade é o
diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, diretamente ou não, assuntos afins, em que os conheci-
mentos são reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo.
No conteúdo aqui apresentado, você observará que a intertextualidade envolve o conhecimento de mundo e
compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir
múltiplos sentidos.
202
13. Você verá também, neste tema, como a intertextualidade se constitui e como ela pode ajudar na construção de
sentidos.
Tema 4
Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade
Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 183-214. Nele, você entenderá que em um bom texto as partes
devem-se ligar, formando uma harmonia interna, uma unidade; cada parte depende das outras com que se rela-
cionam. As ideias contidas no texto devem formar um conjunto uno, coeso e coerente.
Tendo em vista os elementos que fazem a coerência de um texto, destaca-se que o raciocínio deve ter um direcio-
namento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, ou seja, criar relações entre os elementos
e informações nele contidas.
Você verá, neste capítulo também, os diversos tipos de coerência que determinam a elaboração de um
bom texto.
ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente
virtual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informações.
203
14. Tema 1
Leitura, Texto e Sentido
Objetivos de aprendizagem
• Identificar as concepções de leitura.
• Compreender a importância da leitura como uma forma de interação social.
• Perceber as diversas possibilidades de leitura.
Para início de conversa
Aqui você terá uma visão ampla sobre o processo da lei-
tura e sobre como ele se constrói. Perceberá que a leitu-
ra implica sempre em uma interação entre quem produz o
texto e quem o lê.
Você terá a oportunidade de perceber que a leitura é carre-
gada de significados pessoais e recebe influência das expe-
riências de vida do leitor.
Por dentro do tema
As concepções de leitura variam conforme a visão de sujeito, de língua, de texto e
de sentido.
A concepção do foco no autor é aquela em que o texto é resultado da sua re-
presentação mental. Cabe ao leitor “captar” os sentidos do que o autor pretende
informar, isto é, o leitor tem função passiva, porque o sentido do texto está centrado
no autor.
A segunda concepção de leitura é aquela com o foco no texto. Leva em conta
a estrutura da língua como sistema, código, cabendo, então, ao leitor identificar,
reconhecer, decodificar os sentidos expressos no texto. Nesse caso, não se leva em
conta o conhecimento do leitor. Conforme as autoras, não há lugar para ele, para
sua história de sujeito, para sua história de leituras, para suas experiências de vida. Basta somente ao leitor conhe-
cer o código e decodificá-lo.
A última concepção é a interação entre autor-texto-leitor em que, diferentemente das concepções anteriores,
há uma concepção interacional (dialógica) da língua.
Neste foco de concepção, para que haja produção de sentido, devem-se levar em conta as experiências e conhe-
cimentos do leitor, os conhecimentos construídos socialmente. É a interação “texto-sujeitos”.
A linguagem é expressa em diversas formas do uso de uma língua, podendo variar em sua forma de manifestação.
Lev Vygotsky foi o pioneiro nos estudos que relacionam a linguagem, não somente como aquisição de habilidades
cognitivas de características congênitas, mas como resultado das experiências adquiridas ao longo da vida social
do indivíduo. Segundo ele, o conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.
204
15. A teoria de Vygotsky (1991) tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-
histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento.
Para ele (VYGOTSKY, 1991), a linguagem possui duas finalidades: a de intercâmbio social e a de pensamento ge-
neralizante. A primeira serve para a comunicação entre os indivíduos. A segunda é a ordenação do real, processo
de inter-relações que desenvolve a consciência e a percepção de determinado objeto/situação, posteriormente
transmitido para outros conceitos e outras áreas do pensamento.
Vale observar que a língua foi o principal código desenvolvido pelo homem para expressar suas necessidades e
uma tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modificação da sociedade.
A leitura para o ser humano vai muito além da simples decodificação dos símbolos. Pode ser interpretada de ma-
neiras diferentes, baseada nas experiências sensoriais, representações e lembranças do leitor.
Em termos de produção e recepção, a leitura é o veículo da interação entre o emissor e o receptor. Dessa forma é
que se estabelecem os laços de inter-relação entre os sujeitos e serve, também, de instrumento de inserção social.
Logo, na leitura de um texto, deve-se ter em mente os conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo de sua
vida.
São as experiências individuais que determinam as diferentes formas de leitura e de sentidos compreendidos no
texto, uma vez que os fatores que envolvem o entendimento de um texto dependem do conhecimento linguístico,
dos esquemas cognitivos, da bagagem cultural e das circunstâncias em que o texto foi produzido e lido: contextos
de produção e de uso.
Com relação aos fatores de compreensão da leitura, é importante salientar que, se todo texto apresenta elemen-
tos de informação necessários para o seu entendimento, por outro lado também sempre há elementos implícitos
que necessitam ser inferidos pelos leitores.
Em outras palavras, podemos afirmar que os conhecimentos ativados na leitura são fruto da bagagem pessoal de
cada leitor, armazenados em sua memória de forma a construir o sentido do texto.
Anotações
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
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205
16. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos
Atividades ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
INSTRUÇÕES ____________________________________________
A seguir, você encontrará algumas questões ____________________________________________
para que verifique o seu entendimento sobre o ____________________________________________
tema apresentado. A ideia é que você constate,
como a sua história de vida interfere, orienta e ____________________________________________
propicia a interação com os textos. ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Ponto de partida ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Por que um mesmo texto suscita várias interpre-
tações? Você já parou para pensar sobre isso? ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ Questão 2
____________________________________________
____________________________________________ Individual e sem consulta.
____________________________________________ O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos,
____________________________________________ retrata a dura vida do homem sertanejo em
____________________________________________ condições subumanas. Mostra aspectos da de-
sigualdade social, da seca, da fome e da miséria
____________________________________________ humana, em que o homem se assemelha a um
____________________________________________ animal irracional buscando sua própria sobrevi-
____________________________________________ vência.
Leia o fragmento a seguir e responda à questão
que o segue.
Agora é com você! Responda às questões a FABIANO
seguir para conferir o que aprendeu. Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se.
Chegara naquele Estado, com a família morren-
do de fome, comendo raízes. Caíra no fim do
pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara
Questão 1 conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos
tinham-se habituado à cama rinha escura, pare-
Individual e sem consulta. ciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos pas-
sados esmorecera.
Angela Kleiman (2007, p. 10) afirma que a leitu-
ra “[...] é uma prática social que remete a outros Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a
textos e outras leituras. Em outras palavras, ao faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou
lermos um texto, qualquer texto, colocamos em do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um ci-
ação todo o nosso sistema de valores, crenças e garro com palha de milho, acendeu-o ao binga,
atitudes que refletem o grupo social em que se pôs-se a fumar regalado.
deu nossa sociabilização primária, isto é, o gru- – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz
po social em que fomos criados”. alta.
Com base nessa afirmação, como os sistemas de Conteve-se, notou que os meninos estavam per-
valores pessoais se refletem na leitura? Sua res- to, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar
posta deve ficar entre 10 e 15 linhas. só. E, pensando bem, ele não era homem: era
apenas um cabra ocupado em guardar coisas
206
17. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos ____________________________________________
azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vi- ____________________________________________
via em terra alheia, cuidava de animais alheios,
____________________________________________
descobria-se, encolhia-se na presença dos bran-
cos e julgava-se cabra. ____________________________________________
Olhou em torno, com receio de que, fora os me- ____________________________________________
ninos, alguém tivesse percebido a frase impru- ____________________________________________
dente. Corrigiu-a, murmurando: ____________________________________________
– Você é um bicho, Fabiano. ____________________________________________
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, ____________________________________________
um bicho, capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha - e ali esta-
va forte, até gordo, fumando o seu cigarro de
palha.” Questão 4
Comente as duas colocações do autor: “Fabia-
no, você é um homem, exclamou em voz alta” e Em grupo e sem consulta.
“Você é um bicho, Fabiano”.
Segundo Paulo Freire, a leitura de mundo pre-
____________________________________________ cede à leitura da palavra. Discuta com seus cole-
____________________________________________ gas essa afirmação e depois escreva o resultado
____________________________________________ dessa reflexão.
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Questão 3 ____________________________________________
Individual e com consulta.
Para realizar esta atividade, você deverá consul- Questão 5
tar a internet. Acesse o site da Turma da Mônica
e cumpra os seguintes passos: Em grupo e com consulta.
a. Acesse o site <http://www.monica.com.br/ Leia o texto a seguir, discuta com seus colegas
index.htm>. de grupo e responda o que se pede.
b. Na parte superior da página “clique” em O LEITOR IDEAL
“Quadrinhos”.
Mário Quintana
c. Aberta a página, “clique” em “Histórias es-
O leitor ideal para o cronista seria aquele a
peciais”.
quem bastasse uma frase.
d. Aparecerão vários gibis com temas especiais.
Uma frase? Que digo? Uma palavra!
“Clique” no gibi “Acessibilidade”.
O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvo-
e. Leia toda a história.
re”, por exemplo, ou “Menina”.
f. Explique: de que forma a HQ constrói, du-
Escreveria essa palavra bem no meio da pági-
rante a leitura, o sentido de “acessibilida-
na, com espaço em branco para todos os lados,
de”?
como um campo aberto aos devaneios do lei-
tor.
207
18. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos
Imaginem só uma meninazinha solta no meio
da página. Questão 6
Sem mais nada.
Até sem nome. (IBGE). Uma diferença de 3.000 quilômetros e
Sem cor de vestido nem de olhos. 32 anos de vida separa as margens do abismo
Sem se saber para onde ia... entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil
Que mundo de sugestões e de poesia para o lei- que vive pouco, e mal. Esses números, levanta-
tor! dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco,
E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis de Pernambuco, se referem a duas cidades si-
que arte é sugestão... tuadas em polos opostos do quadro social brasi-
E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra- leiro. Num dos extremos está a cidade de Vera-
prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, nópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas
que a culpa não era do cronista. que nascem ali têm grandes possibilidades de
Mas nem tudo estaria perdido para esse hipoté- viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta
tico leitor fracassado, porque ele teria sempre fica Juripiranga, uma pequena cidade do sertão
à sua disposição, na página, um considerável da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de
espaço em branco para tomar seus apontamen- poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripi-
tos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... ranga tem a menor esperança de vida do País:
Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a apenas 38 anos.
palavra “Ventania”. Serve? A estatística revela o tamanho do abismo entre
(QUINTANA, 1988) a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaú-
cha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas
O texto apresenta uma proposta diferente de
usam água tratada e comem, em média, 2.800
escrita e leitura, que é justamente a participa-
calorias por dia. Os moradores de Juripiranga
ção “ativa” do leitor no processo de construção
não têm a mesma sorte. Só a metade deles re-
do texto.
cebe água tratada, os analfabetos são 40% da
Discuta e responda: população e, no item alimentação, o consumo
Qual seria o tipo de participação do “leitor médio de calorias por dia não passa de 650.
ideal” na construção do texto? Faça a relação O Brasil está no meio do trajeto que liga a dra-
entre essa crônica e o tema: Leitura, texto e sen- mática situação de Juripiranga à vida tranquila
tido. dos veranenses. A média que aparece nas esta-
____________________________________________ tísticas internacionais dá conta de que o brasi-
____________________________________________ leiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.
____________________________________________ Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é
formada por pequenas propriedades rurais em
____________________________________________
que se planta uva para a fabricação de vinhos.
____________________________________________ Tem um cenário verdejante. Seus moradores -
____________________________________________ na maioria descendentes de imigrantes euro-
____________________________________________ peus - plantam e criam animais para o consumo
da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a rea-
____________________________________________
lidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em
____________________________________________ cenário árido. Juripiranga não tem calçamento
____________________________________________ e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto.
Não há hospitais. A economia gira em torno
Atenção! As questões de 6 a 10 deverão ser res- da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a
pondidas individualmente e sem consulta. maioria das pessoas fica sem trabalho.
No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE
perguntaram às mulheres de Juripiranga quan-
tos de seus filhos nascidos vivos ainda sobre-
viviam. O índice geral de sobreviventes foi de
55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem di-
ferente: a sobrevivência é de 93%.
208
19. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
Contrastes como esses são comuns no País. A ultrapassou o número daquelas que viviam no
estrada entre o país rico e o miserável está se- campo. No início deste século, em 2000, segun-
dimentada por séculos de tradições e culturas do dados do IBGE, mais de 80% da população
econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará brasileira já era urbana.
muito tempo e trabalho. Considerando essas informações, estabeleça a
(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-87 - com adaptações) relação entre as charges:
Analise as afirmações abaixo e assinale V para
as que, de acordo com o texto, considerar ver-
dadeiras e F para as falsas:
( ) A cidade paraibana não tem sequer a meta-
de dos privilégios de que goza a cidade gaú-
cha.
( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa
posição intermediária entre as duas cidades.
( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Ve-
ranópolis e Juripiranga se unem pelas tradi-
ções culturais.
( ) Embora com resultados diferentes, a base da
economia das duas cidades é a agricultura.
( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos
adquiriram as técnicas rurais. PORQUE
A sequência correta é:
a) V - V - V - F - F.
b) V - V - F - F - F.
c) V - V - F - V - F.
d) F - F - V - F - V.
e) F - F - V - V – V.
Questão 7
Ainda conforme o texto anterior: “Cobrir esse
fosso custará muito tempo e trabalho.” O fosso
mencionado no texto diz respeito ao(à):
a) Abismo entre as duas realidades. BARALDI, Márcio. Disponível em: <http://www.
b) Esgoto que corre a céu aberto. marciobaraldi.com.br/baraldi2/component/joomgallery/
?func=detail&id=178>. Acesso em: 5 out. 2009.
c) Calçamento deficiente das estradas brasilei-
ras. Com base nas informações dadas e na relação
proposta entre essas charges, é CORRETO afir-
d) Falta de trabalho durante a entressafra.
mar que:
e) Distância geográfica entre os dois polos.
a) A primeira charge é falsa e a segunda é ver-
dadeira.
b) A primeira charge é verdadeira e a segunda
Questão 8 é falsa.
c) As duas charges são falsas.
d) As duas charges são verdadeiras e a segunda
(ENADE, 2009). A urbanização no Brasil regis-
explica a primeira.
trou marco histórico na década de 1970, quan-
do o número de pessoas que viviam nas cidades e) As duas charges são verdadeiras, mas a se-
gunda não explica a primeira.
209
20. Tema 1 - Atividades Leitura e Produção de Textos
c) Programas de formação continuada de pro-
Questão 9 fessores, capacitando-os para criar um víncu-
lo significativo entre o estudante e o texto.
d) Programas de iniciativa pública e privada,
(ENADE, 2009). Leia os gráficos:
garantindo que os livros migrem das estan-
tes para as mãos dos leitores.
e) Uso da literatura como estratégia de motiva-
ção dos estudantes, contribuindo para uma
leitura mais prazerosa.
Questão 10
(TJ-PE, 2009). A quebra das tradições transfor-
____________________________________________ mou o comportamento social e trouxe conflitos
para o cotidiano. O crescimento da violência
nos grandes centros urbanos:
a) Está relacionado apenas com o fim dos valo-
res conservadores das famílias.
b) Demonstra a falta de mais cuidado com o
planejamento econômico.
c) Acontece apenas nos países pobres da Amé-
rica Latina e da África.
d) Fortalece somente a repressão policial, sem,
contudo haver o êxito esperado.
e) Vincula-se, sobretudo, à falta de projetos so-
Fonte: Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF, ciais e políticos responsáveis.
2005.
Relacione estes gráficos às seguintes informa-
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
ções:
O Ministério da Cultura divulgou, em 2008, que o Você quer saber mais sobre esse assunto? En-
Brasil não só produz mais da metade dos livros do tão:
Continente Americano, como também tem par- • Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
que gráfico atualizado, excelente nível de pro- Você terá um retrato da vida sofrida do homem
dução editorial e grande quantidade de papel. sertanejo e poderá ativar seus conhecimentos
Estima-se que 73% dos livros do País estejam nas sobre a cultura brasileira.
mãos de 16% da população. • Leia o artigo A importância do ato de ler, de
Para melhorar essa situação, é necessário que o Paulo Freire. Disponível em: <http://extralibris.
Brasil adote políticas públicas capazes de condu- org/2007/04/a-importancia-do-ato-de-ler>.
zir o País à formação de uma sociedade leitora. Acesso em: 20 ago. 2010.
Qual das seguintes ações NÃO contribui para a • Acesse o site da Revista Letras - Paraná: UFPR,
formação de uma sociedade leitora? onde você encontrará artigos variados sobre
a) Desaceleração da distribuição de livros didá- o processo de leitura e escrita. Disponível em:
ticos para os estudantes das escolas públicas, <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras>.
pelo MEC, porque isso enriquece editoras e Acesso em: 20 ago. 2010.
livreiros. • Assista ao filme Narradores de Javé. É a
b) Exigência de acervo mínimo de livros, impres- história de um povoado que está prestes a ser
sos e eletrônicos, com gêneros diversificados inundado por uma represa e a sua única chance
para as bibliotecas escolares e comunitárias. de não sumir do mapa é provar que o vilarejo
210
21. Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
tem algum valor histórico e cultural. É preciso ____________________________________________
fazer um documento escrito para provar sua ____________________________________________
importância. Contudo, ninguém por lá sabe ler
____________________________________________
ou escrever.
____________________________________________
____________________________________________
FINALIZANDO ____________________________________________
Neste tema, você viu que a leitura é a constru- ____________________________________________
ção de sentidos decorrentes da interação emis- ____________________________________________
sor/receptor. Além disso, você pôde conhecer as ____________________________________________
três concepções de leitura apresentadas pelas
____________________________________________
autoras do PLT, que se manifestam no ato de ler:
foco no autor, foco no texto e foco no autor- ____________________________________________
texto-leitor. ____________________________________________
Assim, lembre-se de que a bagagem cultural do ____________________________________________
leitor é fundamental para uma leitura eficaz e ____________________________________________
para melhor entendimento do texto.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Anotações ____________________________________________
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211
22. Tema 2
Texto e Contexto
Objetivos de aprendizagem
• Entender que o contexto determina a construção de sentido em um texto.
• Conhecer diferentes fatores contextuais.
• Identificar o contexto em diferentes textos.
• Perceber que o sentido do texto é construído na interação dos sujeitos.
Para início de conversa
Neste tema, você perceberá o quanto são importantes seus
conhecimentos para o entendimento de um texto. É esse
conjunto de saberes, linguísticos e sociais, que determinarão
a apreensão integral do que é lido, porque o sentido do texto
se completa com a interação entre os interlocutores.
Por dentro do tema
Como você viu anteriormente, a leitura vai muito além da simples identificação dos
símbolos. Quando lemos algo, logo damos sentido à informação apresentada con-
forme o que trazemos como bagagem de vida.
A inter-relação de situações que envolvem o texto forma o seu contexto. É, simul-
taneamente, a junção de elementos linguísticos e sociais e da troca de dados em
comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que
favorecem seu entendimento e significado.
A leitura e a escrita são resultado de processos sociais e culturais. Ler significa pro-
duzir sentido e é um ato interativo entre o autor e o leitor por meio do texto. O
leitor constrói significados a partir de conhecimentos adquiridos ao longo de suas
experiências de vida. O conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.
A leitura tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfati-
zando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. O leitor produz os sentidos conforme os
valores e conhecimentos adquiridos em um contexto sócio-histórico-cultural.
Logo, podemos definir contexto como a relação entre um texto e as circunstâncias que ele envolve, e conhecimen-
tos que acionam sua interpretação.
Conforme as autoras, Koch e Elias, devemos sempre considerar o contexto em qualquer ato de leitura. Caso isso
não aconteça, corremos os seguintes riscos:
212
23. 1. Enunciados ambíguos: tornam a mensagem equívoca, despertando dúvida, incerteza.
2. Os fatores contextuais podem alterar o que se diz: se o contexto não estiver claro levará a interpretações
diversas e até contrárias ao que se quer dizer.
A capacidade de construir o sentido do texto se faz pela observância de vários aspectos que determinam a com-
preensão da leitura. O primeiro deles é o “cotexto”, conhecimento da língua; o segundo, a situação mediata –
fatores adjacentes às condições sociopolítico-culturais e, por último, o contexto cognitivo dos interlocutores,
os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e que precisam ser ativados no momento da leitura.
No contexto cognitivo, destacam-se os seguintes conhecimentos: a. linguístico - uso da língua; b. adquirido - o
que aprendemos intelectualmente e da convivência social; c. comunicativo - observância à situação comunica-
tiva; d. superestrutural; e. estilístico – diz respeito aos gêneros e tipos textuais; f. intertextual – identificação de
outros textos naquele que é lido.
Contudo, se não levarmos em conta esses fatores de interpretação em um texto, podemos incorrer em equívocos
no entendimento global da leitura. Por isso, vale destacar que:
• O entendimento de contexto pode evitar a ambiguidade de uma asserção.
• Quando houver uma lacuna no texto, o contexto poderá elucidar o enunciado.
• Os fatores que compõem o contexto podem modificar o sentido do texto, conforme alguns elementos de
expressão como gestos, expressão facial, entonação da voz, entre outros.
• O contexto justifica por levar em consideração fatores externos à língua, por exemplo, a prática social e
situação comunicativa.
O plano de significação e interpretação de um texto depende também da contextualização da escrita. Distingue-
se, aqui, o contexto de produção e o contexto de uso. O primeiro é fruto das experiências de quem escreve so-
madas às circunstâncias e intenções de produção. No segundo, o receptor ativa seus conhecimentos e estabelece
as relações com o texto.
Vale destacar, ainda, que, para o bom entendimento de um texto, os contextos sociocognitivos dos interlocutores
devem ser em parte concordantes.
Por tudo isso, se tem certeza de que a leitura exerce papel fundamental na formação do sujeito social. A relação
entre quem produz o texto com quem o lê deve ser um processo dinâmico, levando-se em consideração as vivên-
cias pessoais e o decurso das experiências de vida.
Anotações
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_______________________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________________
213
24. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos
Atividades Agora é com você! Responda às questões a
seguir para conferir o que aprendeu.
INSTRUÇÕES
Questão 1
Na sequência, você encontrará algumas ques-
tões para fixação do conteúdo apresentado.
Observe as orientações de resolução de cada Individual e sem consulta. (ENADE 2008). Discur-
questão, considerando as indicações com rela- siva.
ção ao trabalho individual ou em grupo. Nas DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO
questões propostas, será importante perceber “O caráter universalizante dos direitos do
quais as relações de contexto que você fará nos homem (...) não é da ordem do saber teórico,
textos apresentados. mas do operatório ou prático: eles são invoca-
dos para agir, desde o princípio, em qualquer
situação dada.”
Ponto de partida François JULIEN, filósofo e sociólogo.
Leia o trecho da letra da música a seguir, de
autoria de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e
Sérgio Brito. Comente quais conhecimentos de
contexto se deve ter para entendê-la.
COMIDA
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ Neste ano, em que são comemorados os 60 anos
da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
____________________________________________
novas perspectivas e concepções incorporam-
____________________________________________ se à agenda pública brasileira. Uma das novas
____________________________________________ perspectivas em foco é a visão mais integrada
____________________________________________ dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos.
E, mais recentemente, ambientais, ou seja, tra-
____________________________________________
ta-se da integralidade ou indivisibilidade dos di-
____________________________________________ reitos humanos. Dentre as novas concepções de
____________________________________________ direitos, destacam-se:
____________________________________________
214
25. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades
• A habitação como moradia digna e não ape- Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para
nas como necessidade de abrigo e proteção. ele, Plutarco. Mas para o grego comum da épo-
• A segurança como bem-estar e não apenas ca deviam ser a delícia e a tábua de salvação das
como necessidade de vigilância e punição. conversas.
• O trabalho como ação para a vida e não ape- Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem
nas como necessidade de emprego e renda. esforço? O lugar-comum é a base da socieda-
de, e sua política, a sua filosofia, a segurança
Tendo em vista o exposto acima, selecione uma
das instituições. Ninguém é levado a sério com
das concepções destacadas e esclareça por que
ideias originais.
ela representa um avanço para o exercício ple-
no da cidadania, na perspectiva da integralida- Já não é a primeira vez, por exemplo, que um
de dos direitos humanos. figurão qualquer declara em entrevista:
Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas. “O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”!
____________________________________________ O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe
dá a imprensa, é sempre infalível, embora o lei-
____________________________________________
tor semidesperto possa desconfiar que isso não
____________________________________________ quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo
____________________________________________ ao seu destino histórico, seja um Império que
____________________________________________ desaba ou uma barata esmagada.
____________________________________________ (QUINTANA, 1989)
____________________________________________ Poderíamos comparar o “leitor dorminhoco”
____________________________________________ que Mário Quintana apresenta no texto com
aqueles leitores que não se interessam por com-
____________________________________________ preender uma mensagem em seu contexto? Ex-
____________________________________________ plique.
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________ ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Questão 2 ____________________________________________
____________________________________________
Individual e sem consulta. ____________________________________________
Leia o fragmento a seguir e responda à questão ____________________________________________
que o segue. ____________________________________________
NÃO DESPERTEMOS O LEITOR ____________________________________________
Os leitores são, por natureza, dorminhocos. ____________________________________________
Gostam de ler dormindo. Autor que os queira ____________________________________________
conservar não deve ministrar-lhes o mínimo sus- ____________________________________________
to. Apenas as eternas frases feitas.
____________________________________________
“A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode-
se repetir sempre. E acrescentar impunemente: ____________________________________________
“disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, como ____________________________________________
aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos ____________________________________________
os sete, como há vinte séculos já se queixara ____________________________________________
215
26. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos
Questão 3 Questão 4
Individual e com consulta. Em grupo e sem consulta.
Observe as pinturas a seguir, de Pedro Wein- “Se a compreensão emerge da relação texto-
gartner (1853-1929), importante pintor brasilei- leitor, quanto mais ele souber do que será lido,
ro do século XIX, que se preocupou em retratar mais possibilidade terá de interagir, de criar uma
o Brasil de sua época. Qual leitura de contexto rede de relações, de minimizar as dificuldades e
seria necessária para compreender sua obra? de construir significados”. (BRAGA, 2002)
Discuta com os colegas essa afirmação e anote
as conclusões a que chegaram.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Ceifa, Anticoli, 1903.
____________________________________________
____________________________________________
Questão 5
Em grupo e com consulta.
Leia o poema abaixo e responda à questão a se-
guir:
HERANÇA
- Vamos brincar de Brasil?
Mas sou eu quem manda
Tempora Mutantur, 1889. Quero morar numa casa grande
____________________________________________ Começou desse jeito a nossa história
____________________________________________
____________________________________________ Negro fez papel de sombra.
____________________________________________
____________________________________________ E foram chegando soldados e frades
____________________________________________ Trouxeram as leis e os Dez Mandamentos
____________________________________________ Jabuti perguntou:
____________________________________________ “- Ora é só isso?”
____________________________________________
____________________________________________ Depois vieram as mulheres do próximo
____________________________________________ Vieram imigrantes com alma a retalho
Brasil subiu até o 10º andar
216
27. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades
Litoral riu com os motores
Subúrbio confraternizou com a cidade Questão 6
Negro coçou piano e fez música
(ENADE, 2009). Leia o gráfico a seguir, em que é
Vira-bosta mudou de vida mostrada a evolução do número de trabalhado-
Maitacas se instalaram no alto dos galhos res de 10 a 14 anos, em algumas regiões metro-
politanas brasileiras, em dado período:
No interior do Brasil continua desconfiado
A serra morde as carretas
Povo puxa bendito pra vir chuva
Nas estradas vazias
cruzes sem nome marcam casos de morte
As vinganças continuam
Famílias se entredevoram nas tocaias
Há noites de reza e cata-piolho
Nas bandas do cemitério
Cachorro magro sem dono uiva sozinho
De vez em quando Fonte: Adaptado de Folha. Disponível em: <http://www1.
folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85799.shtml>.
a mula sem cabeça sobe a serra Acesso em: 2 out. 2009.
ver o Brasil como vai Leia a charge:
(BOPP, 1984).
Quais são os conhecimentos sobre o contexto
que o poema “Herança” aborda e que precisa-
mos saber para entendê-lo?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
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____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Fonte: Charges. Disponível em: <www.charges.com.br>.
Acesso em: 15 set. 2009.
As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas
Há relação entre o que é mostrado no gráfico e
individualmente e sem consulta.
na charge?
217
28. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos
a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos
é aquela responsável pela disseminação da
violência urbana nas grandes cidades brasi-
leiras.
b) Não, pois o crescimento do número de crian-
ças e adolescentes que trabalham diminui o
risco de sua exposição aos perigos da rua.
c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo con-
texto de problemas socioeconômicos e cul-
turais vigentes no País.
d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantil
no Brasil faz crescer o número de crianças
envolvidas com o crime organizado.
e) Ambos abordam temas diferentes e não é
possível se estabelecer relação mesmo que
indireta entre eles.
Questão 7
(ENADE, 2007). Entre 1508 e 1512, Michelange-
lo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano,
um marco da civilização ocidental. Revolucioná-
ria, a obra chocou os mais conservadores, pela
quantidade de corpos nus, possivelmente re-
sultado de seus secretos estudos de anatomia,
uma vez que, no seu tempo, era necessária a
autorização da Igreja para a dissecação de ca-
dáveres. Recentemente, perceberam-se algu-
mas peças anatômicas camufladas entre as ce- Fonte: BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de.
nas que compõem o teto. Alguns pesquisadores A arte secreta de Michelangelo - Uma lição de anatomia
conseguiram identificar uma grande quantida- na Capela Sistina. ARX.
de de estruturas internas da anatomia humana, Considerando essa hipótese, uma ampliação in-
que teria sido a forma velada de como o artista terpretativa dessa obra-prima de Michelangelo
“imortalizou a comunhão da arte com o conhe- expressaria:
cimento”. Uma das cenas mais conhecidas é “A
criação de Adão”. Para esses pesquisadores ela a) O Criador dando a consciência ao ser huma-
representaria o cérebro num corte sagital, como no, manifestada pela função do cérebro.
se pode observar nas figuras a seguir: b) A separação entre o bem e o mal, apresenta-
da em cada seção do cérebro.
c) A evolução do cérebro humano, apoiada na
teoria darwinista.
d) A esperança no futuro da Humanidade, re-
velada pelo conhecimento da mente.
e) A diversidade humana, representada pelo
cérebro e pela medula.
218
29. Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades
(FCC, 2008). As questões 9 e 10 referem-se ao
Questão 8 texto abaixo.
FIM DE FEIRA
(Eletrobrás). Quando os feirantes já se dispõem a desarmar
as barracas, começam a chegar os que querem
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
Como entender a resistência da miséria no mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Che-
Brasil, uma chaga social que remonta aos pri- gam com suas sacolas cheias de esperança. Al-
mórdios da colonização? No decorrer das últi- guns não perdem tempo e passam a recolher o
mas décadas, enquanto a miséria se mantinha que está pelo chão: um mamãozinho amoleci-
mais ou menos do mesmo tamanho, todos os do, umas folhas de couve amarelas, a metade
indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há de um abacaxi que serviu de chamariz para os
mais crianças em idade escolar frequentando fregueses compradores. Há uns que se aven-
aulas atualmente do que em qualquer outro turam até mesmo nas cercanias da barraca de
período da nossa história. As taxas de analfa- pescados, onde pode haver alguma suspeita
betismo e mortalidade infantil também são as sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de
menores desde que se passou a registrá-las na- cação obviamente desprezada.
cionalmente. O Brasil figura entre as dez nações
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pes-
de economia mais forte do mundo. No campo
soas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo,
diplomático, começa a exercitar seus músculos.
eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciu-
Vem firmando uma inconteste liderança política
mentos do teimoso aproveitamento dos refu-
regional na América Latina, ao mesmo tempo
gos, e chegam a recolhê-los para não os verem
em que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por
coletados. Agem para salvaguardar não o lucro
ter se tornado um forte oponente das injustas
possível, mas o princípio mesmo do comércio.
políticas de comércio dos países ricos. Apesar de
Parecem temer que a fome seja debelada sem
todos esses avanços, a miséria resiste.
que alguém pague por isso. E não admitem ser
Embora em algumas de suas ocorrências, es- acusados de egoístas: somos comerciantes, não
pecialmente na zona rural, esteja confinada a assistentes sociais, alegam.
bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão
bem posicionados na escala social, a miséria é
da limpeza e os funcionários da prefeitura var-
onipresente. Nas grandes cidades, com aterro-
rem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito
rizante frequência, ela atravessa o fosso social
é liberado, os carros atravancam a rua e, não
profundo e se manifesta de forma violenta. A
fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém
mais assustadora dessas manifestações é a crimi-
ocorreria que ali houve uma feira, frequentada
nalidade, que, se não tem na pobreza sua única
por tão diversas espécies de seres humanos.
causa, certamente em razão dela se tornou mais
disseminada e cruel. Explicar a resistência da po- (Joel Rubinato, inédito)
breza extrema entre milhões de habitantes não
é uma empreitada simples.
(Revista Veja, ed. 1735)
Questão 9
O título dado ao texto se justifica porque:
a) A miséria abrange grande parte de nossa
Nas frases “parecem ciumentos do teimoso
população.
aproveitamento dos refugos e não admitem ser
b) A miséria é culpa da classe dominante. acusados de egoístas”, o narrador do texto:
c) Todos os governantes colaboraram para a a) Mostra-se imparcial diante de atitudes opos-
miséria comum. tas dos feirantes.
d) A miséria deveria ser preocupação de todos b) Revela uma perspectiva crítica diante da ati-
nós. tude de certos feirantes.
e) Um mal tão intenso atinge indistintamente c) Demonstra não reconhecer qualquer provei-
a todos. to nesse tipo de coleta.
219
30. Tema 2 - Atividades Leitura e Produção de Textos
d) Assume-se como um cronista a quem não • O filme Nenhum a menos, que apresenta
cabe emitir julgamentos. uma menina que se torna professora e tem a
e) Insinua sua indignação contra o lucro exces- missão de não deixar nenhum aluno abandonar
sivo dos feirantes. a escola. As aventuras da pequena professora
começam quando um dos meninos vai para a
cidade grande em busca de emprego e ela vai
atrás para buscá-lo.
Questão 10
FINALIZANDO
Considerando-se o contexto, traduz-se correta-
mente o sentido de um segmento do texto em: Em resumo, a leitura se caracteriza pela parti-
lha de experiências pessoais entre os indivíduos
a) Serviu de chamariz = respondeu ao chama-
participantes no ato comunicativo, uma vez que
do.
as trocas de experiências e conhecimentos entre
b) Alguma suspeita sardinha = possivelmente o emissor e o receptor é que fazem a dinâmica
uma sardinha. do diálogo.
c) Teimoso aproveitamento = persistente utili-
zação.
d) O princípio mesmo do comércio = preâmbu-
lo da operação comercial. Anotações
e) Agem para salvaguardar = relutam em
admitir. ____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
AMPLIANDO O CONHECIMENTO ____________________________________________
Você quer saber mais sobre esse assunto? Então, ____________________________________________
consulte: ____________________________________________
• O livro O corpo fala, de Pierre Weil e Ronald ____________________________________________
Tampakow da editora Vozes. Você também ____________________________________________
pode encontrá-lo na internet como e-book para
download. ____________________________________________
• O artigo Sociedade, democracia e lingua- ____________________________________________
gem, de Carlos Vogt. Disponível em: <http:// ____________________________________________
www.comciencia.br/reportagens/2005/07/01_ ____________________________________________
impr.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010. ____________________________________________
• O artigo Vygotsky e o papel das intera- ____________________________________________
ções sociais na sala de aula: reconhecer
e desvendar o mundo de João Carlos Martins. ____________________________________________
Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp. ____________________________________________
gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf>. Acesso ____________________________________________
em: 20 ago. 2010. Refletir sobre a importância ____________________________________________
das trocas entre os parceiros como momentos
____________________________________________
significativos no processo ensino-aprendizagem
remete, necessariamente, à psicologia sócio- ____________________________________________
histórica como paradigma de nossas reflexões. ____________________________________________
• O filme O baile, que faz um painel histórico ____________________________________________
da França, desde a ocupação nazista até a ____________________________________________
década de 80.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
220
31. Tema 3
Texto e Intertextualidade
Objetivos de aprendizagem
• Conhecer o que é intertextualidade.
• Entender que textos dialogam entre si.
• Compreender os diferentes tipos de intertextualidade.
• Identificar a intertextualidade em diferentes textos.
Para início de conversa
Agora, você aprenderá o que é intertextualidade e como ela
se manifesta em textos variados. Além disso, terá a oportu-
nidade de analisar textos e identificar como acontece o pro-
cesso dialógico entre eles e avaliar se a referência é explícita
ou implícita.
Por dentro do tema
Leia os textos no quadro da página seguinte. Você observará que a música da ban-
da Legião Urbana retoma outras duas passagens já escritas anteriormente, uma na
Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, outra no soneto de Luís Vaz de Camões.
A composição “Monte Castelo” juntou outros conhecimentos e fez o intercâmbio
entre os conceitos de amor apresentados pelo apóstolo Paulo e por Camões, ob-
jetivando a compreensão da mensagem por meio da relação entre os conteúdos.
Dessa forma, realizou uma “intercomunicação” entre os textos desses autores,
achando um tema que os liga.
Intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, dire-
tamente ou não, assuntos afins, em que os conhecimentos são reunidos e voltados
para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. Ela pode acontecer também em diferentes manifestações
artísticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura etc.
Para as autoras Koch e Elias (PLT), a intertextualidade envolve conhecimento de mundo e compreende o processo
de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir múltiplos sentidos. Conforme
as autoras, a intertextualidade pode ser:
a. Intertextualidade explícita: quando a fonte aparece claramente no intertexto.
b. Intertextualidade implícita: não há a citação expressa da fonte e o interlocutor deve relacionar os conteúdos
intertextuais.
Devemos lembrar que a interdisciplinaridade não é uma mistura confusa de informações ou textos. Mas, uma
forma de transformação e junção de outros vários, a partir de um inicial, de modo que o novo texto retome os
sentidos dos outros originários.
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32. Vale destacar, também, a diferença entre plágio e intertextualidade. Plágio é a apresentação de uma obra como de
sua própria autoria, sendo originalmente produzida por outrem, ou seja, a dissimulação da produção intelectual
ou artística de outra pessoa.
Salienta-se, aqui, que a intertextualidade também pode servir como “voz” de uma época, do momento histórico-
político-social de uma sociedade, ao realizar o diálogo com os acontecimentos e situações sociais contemporâ-
neas.
Quando um texto incorpora elementos de outro, permite que se amplie o horizonte de quem lê. O intercâmbio
entre as temáticas no diálogo intertextual aumenta a visão de mundo e privilegia o conhecimento de quem lê, isto
porque, no esforço de dar sentido à leitura, busca-se identificar os assuntos nela envolvidos.
Por isso, a nossa compreensão de um texto depende do conhecimento de mundo adquirido pela experiência, pela
educação, pelo estudo, por nossas leituras. Quanto maior o conhecimento do leitor, melhores possibilidades ele
terá de perceber as ligações entre os textos, facilitando, assim, a sua compreensão.
MONTE CASTELO
Legião Urbana
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
I Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse as
É só o amor, é só o amor
línguas dos homens e dos anjos, e não
Que conhece o que é verdade
tivesse amor, seria como o metal que soa
O amor é bom, não quer o mal
ou como o címbalo que retine.
Não sente inveja
Ou se envaidece... I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse o
O amor é o fogo dom de profecia, e conhecesse todos
Que arde sem se ver os mistérios e toda a ciência, e ainda
É ferida que dói que tivesse toda fé, de maneira tal que
E não se sente transportasse os montes, e não tivesse
É um contentamento amor, nada seria.
Descontente I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é
É dor que desatina sem doer... benigno; o amor não é invejoso; o amor
Ainda que eu falasse não se vangloria não se ensoberbece...
A língua dos homens Apóstolo Paulo
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha Amor é fogo que arde sem se ver;
Em se perder... É ferida que dói e não se sente;
É um estar-se preso É um contentamento descontente;
Por vontade É dor que desatina sem doer;
É servir a quem vence
O vencedor É um não querer mais que bem querer;
É um ter com quem nos mata É solitário andar por entre a gente;
A lealdade É nunca contentar-se de contente;
Tão contrário a si É cuidar que se ganha em se perder;
É o mesmo amor...
Estou acordado É querer estar preso por vontade;
E todos dormem, todos dormem É servir a quem vence, o vencedor;
Todos dormem É ter com quem nos mata lealdade.
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face Mas como causar pode seu favor
É só o amor, é só o amor Nos corações humanos amizade,
Que conhece o que é verdade... se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Ainda que eu falasse
A língua dos homens Camões
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
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33. Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades
Atividades Agora é com você! Responda às questões a
seguir para conferir o que aprendeu.
INSTRUÇÕES
Questão 1
Vamos, agora, pôr em prática o conteúdo so-
bre intertextualidade. Observe as orientações
de resolução de cada questão, considerando as Individual e sem consulta.
indicações com relação ao trabalho individual Leia os dois textos a seguir e explique, em no
ou em grupo. Lembre-se de que é importante mínimo 10 e no máximo 15 linhas, a relação in-
perceber as relações dialógicas entre os textos tertextual entre eles.
apresentados. Texto 1:
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
Ponto de partida Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Vamos criar um conteúdo intertextual? Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Apresentamos uma pintura de Van Gogh intitu-
Na cama que escolherei
lada “A Sesta” (1889-90). A partir dela, produ- Vou-me embora pra Pasárgada
za um texto escrito que poderá ser um poema, Vou-me embora pra Pasárgada
uma música, uma argumentação, uma matéria Aqui eu não sou feliz
jornalística, um anúncio publicitário etc, utili- Lá a existência é uma aventura
zando o diálogo entre a tela e o seu texto. De tal modo inconsequente
Lembre-se de que você deve deixar clara a refe- Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
rência à obra de Van Gogh.
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
A sesta, 1889. Museu d’Orsay. Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
____________________________________________ Tem prostitutas bonitas
____________________________________________ Para a gente namorar
____________________________________________ E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
____________________________________________ Quando de noite me der
____________________________________________ Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
____________________________________________
Terei a mulher que eu quero
____________________________________________ Na cama que escolherei
____________________________________________ Vou-me embora pra Pasárgada.
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