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RESPOSTAS PARA CRISE DE ENERGIA ELÉTRICA: EFICIÊNCIA
    ENERGÉTICA, USO RACIONAL DE ENERGIA E FONTES
                     RENOVÁVEIS

                                JIM SILVA NATURESA*‍‍†
                             CARLOS ALBERTO MARIOTONI*
                                TACIANA DE V. MENEZES**
                          FERNANDO PINTO DIAS PERRONE**
                      KARLA KWIATKOWSKI LEPETITGALAND**


                   * Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
                  Faculdade de Engenharia Civil Arq.Urb – FEC - DRH
         Grupo de Planejamento Energético e Sistemas Elétricos – GPESE
              Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético - NIPE
            † Faculdade Politécnica de Jundiaí – Anhanguera Educacional
                    ** Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobrás


Resumo
Este artigo apresenta os principais avanços na eficiência energética do país, os resultados do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) até o mês de maio
de 2007, e exemplos do uso racional de energia. Essas três iniciativas são, na nossa visão,
fundamentais em qualquer planejamento energético e devem ser consideradas com seriedade,
principalmente em momentos de crise energética.


Abstract
This article presents the main advances in energy efficiency of Brazil, the results of the electrical
energy alternatives sources incentive program until May of 2007, and examples of using energy in
a reasonable way. In our point of view, these three initiatives are essentials in any energetic
planning and must be considered with seriousness, mainly at moments of energy crisis.


Introdução

O país novamente está passando por uma crise energética, com a possibilidade de racionamento
de energia elétrica. A falta de uma política energética séria é o principal motivo para a atual
situação. A criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – responsável pela elaboração de
projetos de médio e longo prazo, não evitou o problema: atrasos nas construções de novas
hidrelétricas, linhas de transmissão de energia e gasodutos. Somado a falta de planejamento
temos a baixa quantidade de chuvas nesse começo de ano – devido ao efeito El Niña, a falta de
gás que acarretaram em uma alta significativa no preço da tarifa de energia elétrica e no Preço de
Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD é o máximo preço praticado no mercado livre de energia
elétrica. A Tabela 1 mostra a evolução da produção industrial e o consumo de energia no período



                                                 1
de 2001 a 2006 (MAIA, 2007, a). Há uma correlação entre o aumento da produção e o aumento do
consumo de energia.


                    Tabela 1 – Evolução da produção industrial e consumo de energia
 Pré-racionamento
             Ano                       Produção (%)                     Consumo (%)
             1996                           1,7                              4,3
             1997                           3,8                              4,4
             1998                           -2,0                             0,2
             1999                           -0,6                             1,5
             2000                           6,6                              5,9
 Pós-racionamento
             2001                           1,5                              -6,6
             2002                           2,7                              4,1
             2003                           0,1                              2,0
             2004                           8,3                              9,2
             2005                           3,0                              5,5
             2006                           2,8                              2,7
       Fonte: IBGE, Aneel e MAIA, 2007.


De acordo com DAINESE (2008), o PLD da terceira semana de janeiro desse ano atingiu o valor
de R$ 569,59/MWh - próximo ao praticado em junho de 2001, ano da crise, que ficou em R$
684,00/MWh. Ela cita o relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que
prevê fortes reajustes no PLD. Um dos motivos para essa alta, segundo Antônio Carlos Fraga
Machado – presidente da CCEE, foi provocado pelo baixo regime de chuvas da última semana
que ficou aquém da previsão. Ele comenta: “Com esse valor, nossa única saída, a partir de agora,
é a colaboração de São Pedro”. Como na outra crise, o governo insisti em culpar o santo.
MONTEIRO & DIANNI (2008) afirmam que a possibilidade de um racionamento de energia e o
consequentemente aumento de preço devem ser a principal fonte de pressão sobre a inflação em
2008. Apontam também que a insegurança do setor energético ameaça o crescimento industrial e
principalmente os investimentos em expansão.
Neste contexto, as respostas para a atual crise seriam: aumento dos projetos de eficiência
energética, divulgação de iniciativas que visam o uso racional de energia e projetos de fontes
renováveis, destacando o importante papel do PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica. Essas três iniciativas são, na nossa visão, fundamentais em
qualquer planejamento energético e devem ser consideradas com seriedade, principalmente em
momentos de crise energética.


Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

O objetivo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) é promover a
racionalização da produção e do consumo de energia elétrica. O PROCEL foi criado em dezembro
de 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio, sendo gerido por uma
Secretaria Executiva subordinada à ELETROBRÁS. Em 1991, o PROCEL foi transformado em
Programa de Governo, tendo suas abrangência e responsabilidade ampliadas. Os principais



                                               2
resultados do PROCEL, para o período de 1986 a 2005, estão indicados na Tabela 3. As
   principais áreas de atuação do programa são: saneamento, educação, indústria, edificações,
   prédios      públicos,    gestão      energética municipal  e     iluminação        pública
   (www.eletrobras.gov.br/procel/site/home/).


                              Tabela 3 - Principais resultados do Procel (1986 a 2005).
                                                                               2002       2003      2004        2005
                                                            1986/ 2001(b)
                      RESULTADOS
Investimentos Eletrobrás/Procel
                                                                231,9          5,95      14,16      27,18       37,17
(R$ milhões) (a)

                                                                350,9         36,00      25,10      54,00       44,60
Investimentos RGR (R$ milhões) (c)

                                                                   -           0,35       1,74      12,97       16,23
Investimentos GEF (R$ milhões)

Investimentos Totais Realizados
                                                                582,80        42,30      41,00      94,15       98,00
(R$ milhões)

                                                                14.135        1.270      1.817      2.373       2.158
Energia Economizada (GWh/ano)

                                                                3.292          305        436        569        518
Usina Equivalente (MW) (d)

                                                                3.871          309        453        622        585
Redução de Demanda na Ponta (MW)
Investimentos Postergados
                                                                7.307         1.339      2.007      2.492       1.786
(R$ milhões)
   Fonte: www.eletrobras.com/procel (dezembro de 2007).
          Refere-se somente aos recursos orçamentários do Procel efetivamente realizados em cada ano, não sendo
    (a)

          considerados os salários do pessoal Eletrobrás/Procel
          Para o ano 2000 foi considerado o investimento orçado, tendo em vista a indisponibilidade de dados.
   (b)


          Refere-se somente aos recursos liberados em cada ano.
   (c)


          Obtida a partir da energia economizada, considerando um fator de capacidade médio típico de 56% para
   (d)

          usinas hidroelétricas e incluindo 15% de perdas médias na T&D para a parcela de conservação de energia.
   Em novembro de 2006, a Eletrobrás/PROCEL lançou o portal PROCEL INFO – Centro Brasileiro
   de Informação de Eficiência Energética (www.procelinfo.com.br). O PROCEL INFO tem como
   objetivos reunir e disponibilizar informações de interesse, produzidas no Brasil e no exterior, para
   os públicos que atuam na área de eficiência energética, e facilitar sua integração e, assim, ser
   reconhecido com referência nacional na disseminação de informação qualificada sobre o uso
   racional e eficiente da energia. O portal está dividido em: Informações Institucionais, Indicadores,
   Informações Técnicas, Simuladores, Agentes, Fontes de Financiamentos, Legislação, Cursos e
   Eventos, Notícias e Reportagens, além de ferramentas de colaboração disponíveis. A Figura 1
   apresenta a concepção geral do portal.
   O portal apresentou, nos meses de novembro de 2006 a novembro de 2007, uma média de 306
   usuários cadastrados por mês, totalizando aproximadamente 3.700 no período. Desses usuários,
   cerca de 40% são do Rio de Janeiro e São Paulo. O fato de o maior número de usuários
   cadastrados serem dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, é conseqüência da estratégia de
   atuação do Portal, que tem como público-alvo os agentes intermediários da área de eficiência
   energética, concentrados na região Sudeste.
   Analisando-se ainda o perfil de usuários, pode-se verificar que há forte interesse de universidades
   no tema de eficiência energética – Figura 2. Outro aspecto relevante diz respeito às áreas de
   interesse dos usuários que acessaram o Portal, que confirma, por sua generalidade, a
   interdisciplinaridade do tema. A Figura 3 apresenta a distribuição dos acessos: Notícias e



                                                            3
Reportagens (44 %) e Informações Técnicas (27 %) são os destaques, confirmando o caráter
técnico e informativo do Portal.




          Figura 1 – Concepção geral do portal PROCEL INFO. Fonte: Procel Info – Um ano:
                             Resultado e Perspectivas, 2007.




              Figura 2 – Área de atuação dos usuários. Fonte: PROCEL INFO, 2008.




                                            4
Figura 3 – Distribuição dos acessos. Fonte: PROCEL INFO – Um ano: Resultado e
                                         Perspectivas, 2007


O contrato de concessão de energia elétrica, firmado entre as empresas de distribuição e a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabelece uma série de obrigações e encargos;
sendo que uma dessas obrigações “consiste em aplicar anualmente o montante de no mínimo 0,5
% de sua receita operacional líquida, em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício
de energia elétrica” (ANEEL, 2008). Para o cumprimento desta obrigação, as concessionárias
devem apresentar à ANEEL uma série de projetos que compõem seu Programa Anual de
Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, no qual devem conter metas físicas e financeiras.
A Tabela 4 apresenta os resultados desse projeto; podem ser identificadas a quantidade de
empresas que participaram, o investimento realizado, a demanda evitada e a energia
economizada. Percebe-se que durante o período de 1998 a 2006, foram investidos 1.919 milhões
de R$ o que acarretou em uma economia de energia 5.559 GWh. A Tabela 5 mostra os tipos de
projetos realizados (período 2000/2001 a 2004/2005); deve-se ressaltar que a maioria desses
projetos visa o consumidor de baixa renda através da substituição de geladeiras antigas por novas
e de lâmpadas incandescentes por eletrônicas.


           Tabela 4 – Investimentos das distribuidoras em pesquisa e eficiência energética
        Ciclo          Números de         Investimento           Demanda             Energia
                        empresas         (milhões de R$)       evitada (MW)        economizada
                                                                                    (GWh/ano)
1998/1999                   17                  196                 250                 755
1999/2000                   42                  230                 370                1020
2000/2001                   64                  152                 251                 894
2001/2002                   64                  142                 85                  348
2002/2003                   64                  154                 54                  222
2003/2004                   64                  313                 110                 489
2004/2005                   64                  175                 275                 925
2005/2006                   64                  296                 141                 538
2006/2007                   60                  261                 138                 368
Total                                          1919                1674                5559
Fonte: ANEEL e CZAPSKI, 2008; com modificações.




                                                 5
Tabela 5 – Tipos de projetos realizados (período 2000/2001 a 2004/2005)
         Tipo                 Investimento            Demanda evitada       Energia economizada
                          apropriado (milhões de          (MW)                   (GWh/ano)
                                   R$)
Iluminação pública                 374,6                     175                      797
Residencial                        133,5                     313                      930
Industrial                          96,0                      59                      376
Serviços públicos                   91,3                     118                      312
Educação                            80,9                      25                      90
Comércio e serviços                 59,5                      30                      130
Poder público                       34,8                      14                      57
Aquecimento solar                   19,4                     n.d.                     n.d.
Rural                               14,6                      9                       83
Perdas                              12,4                      17                      79
Gestão E. municipal                 11,5                     n.d.                     n.d.
Fator de carga                      11,2                      6                       0,6
Total                               939                      765                     2853
Fonte: ANEEL e CZAPSKI, 2008; com modificações.


Uso Racional de Energia

Do lado do consumidor, ganha força o conceito do uso racional de energia. De acordo com DIAS
et al. (2006), “o uso racional da energia representa uma das maneiras de promover o equilíbrio
entre o desenvolvimento socioeconômico das populações e o meio ambiente”. Os pesquisadores
explicam que o uso racional da energia significa mudança de atitudes e valores dos indivíduos,
“criando condições para o surgimento de um comportamento duradouro e o desenvolvimento de
uma visão crítica quanto aos problemas energéticos e suas conseqüências”. O uso racional
estabelece ações simples, ao alcance de qualquer pessoa, como substituir lâmpadas
incandescentes por eletrônicas, utilizar o ferro de passar roupas apenas uma vez por semana -
quando acumular uma grande quantidade de roupas etc.
No segundo semestre de 2006 foi proposto, na disciplina de Eletrotécnica, para a turma do
segundo ano de engenharia civil da Unicamp o seguinte trabalho: fazer um levantamento
energético e um projeto de redução do consumo de energia elétrica residencial. O trabalho era
composto de duas partes: na primeira o aluno deveria construir uma tabela com todos os
equipamentos de sua residência - e as suas respectivas potências, o consumo (em kWh) diário ou
semanal e o consumo mensal. Os objetivos dessa primeira parte eram explicar a diferença entre
potência elétrica e energia elétrica, estimar o consumo diário e mensal dos equipamentos (ou seja,
multiplicar a potência do equipamento pela quantidade de horas utilizadas) e identificar os “vilões”
do consumo. A entrega dessa primeira parte deveria ser comprovada com uma cópia da conta de
energia elétrica. A segunda parte visava à redução do consumo de energia via substituição de
lâmpadas incandescentes por eletrônicas, substituição do chuveiro elétrico por um a gás ou por
aquecimento solar etc. Nessa segunda parte os alunos deveriam entrar em contato com as
diversas formas de aquecimento de água, empresas que fornecem equipamentos e calcular o
tempo de retorno simples com a substituição de equipamentos obsoletos por equipamentos com
eficiência energética maior. Dos 80 alunos da disciplina apenas 10 apresentaram um projeto
razoável contendo custos, propostas de empresas e cálculos de retorno simples. Tratando-se de
uma turma de engenharia o esperado seria uma maior participação e interesse, mas foi uma



                                                 6
experiência frustrante. Talvez o exercício deva ser aplicado ao terceiro ou quarto ano do curso.
Isso comprova a dificuldade de projetos para a redução ou uso racional de energia.
DIAS et al. (2006) propõem exercícios semelhantes; alguns deles voltados para o consumo de
combustível de um veículo. Algumas atividades interessantes que merecem destaque são: as
campanhas para a redução do consumo de energia, a divulgação dos resultados obtidos com os
projetos de eficiência energética e pesquisas sobre o efeito estufa, chuva ácida e doenças
decorrentes da poluição. Na parte final do livro, os pesquisadores apresentam uma série de textos
que podem ser trabalhados em sala de aula.
GOLDEMBERG & VILLANUEVA (2003) apresentam uma discussão entre energia e estilos de
vida. Eles citam um estudo realizado na Suécia que relaciona renda com o consumo de energia.
Os resultados mostram que para uma dada faixa de renda (ou classe social) o consumo é muito
próximo. Os pequenos desvios são devidos principalmente a diferenças culturais, religiosas e
educacionais. Apresentam também a divisão dos consumidores em: os que procuram conforto, os
“esforçados”, os indiferentes, os controlados e os não-conformistas; sendo que cada divisão
responde de maneira diferente a um aumento do preço de energia elétrica. Percebe-se que ações
para o uso racional de energia causam reações distintas nos consumidores, devido basicamente a
sua classe social ou em sua divisão. Isto explica parcialmente o resultado com os alunos da
Unicamp.
Outra fonte importante de informação é o website do Conpet – Programa Nacional de
Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural (www.conpet.gov.br). Ele está
dividido nos seguintes projetos: ECONOMIZAR – visa racionalizar o consumo de combustível e
diminuir a emissão de fumaça preta, Conpet na Escola – exemplos de ações quanto ao uso
racional de energia, Programa Brasileiro de Etiquetagem – apresenta os aparelhos mais eficientes,
Selo Conpet de Eficiência Energética – inclui os fogões domésticos na lista de aparelhos
eficientes, TRANSPORTAR – apoio técnico para a redução do consumo de combustível e Prêmio
Nacional -incentivo a agentes no desenvolvimento de projetos mais eficientes. O website
apresenta também notícias sobre eficiência energética e uma série de projetos especiais, por
exemplo, Poluição do Ar, Biodiversidade e Protocolo de Quioto.


O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica -
PROINFA

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (www.mme.gov.br, 2007), o PROINFA,
“estabelece a contratação de 3.300 MW de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN),
produzidos por fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), sendo 1.100
MW de cada fonte”. O programa foi criado em 26 de abril de 2002, assegurando “a participação de
um maior número de estados no Programa, o incentivo à indústria nacional e a exclusão dos
consumidores de baixa renda do pagamento do rateio da compra da nova energia”. Ainda
segundo o Ministério, a energia produzida será adquirida pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
(ELETROBRÁS), com duração de 20 anos - contados a partir da entrada em operação.
Após cinco anos, o PROINFA não atingiu um terço do esperado, ou seja, a capacidade instalada,
até abril de 2007, é de apenas 860 MW que corresponde a 26,1 % do total. O projeto conta com
465 MW de projetos de biomassa, 208,3 MW de energia eólica e 186,4 MW de PCHs. Um dos
motivos para o atraso, segundo Laura Porto – diretora do departamento de desenvolvimento
energético do Ministério de Minas e Energia, foi o ajuste proposto pelo governo Lula para o projeto
criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela comenta: “O processo demorou, porque
tivemos que aperfeiçoar a lei e as regras. O programa tinha nascido dentro do espírito do
racionamento. Ele precisava ser revisto e passar por uma amadurecimento” (CHIARETTI, 2007),
(MAIAb, 2007) e (DEMANBORO et al., 2006) A Tabela 6 apresenta alguns dados dos projetos do
PROINFA contratados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até
abril de 2007. Pelo exposto, percebe-se que o programa não é uma das prioridades do governo.
Existe um potencial grande para a utilização de fontes renováveis de energia, mas o país continua
marcado por grandes investimentos que beneficiam uma minoria de empresas.




                                                7
Tabela 6 – Projetos PROINFA contratados pelo BNDES até abril de 2007
          Fonte            Quantidade        Investimento       Financiamento do        Capacidade
                                                (em R$)              BNDES                (MW)
 PCH – Pequena                  39             3.219.033               71 %                818
 Central Hidrelétrica
 Biomassa                       13              884.632                75%                 455
 Eólica                          4             1.021.851               70 %                234
 Total                          56             5.125.516                                  1.507
Fonte: BNDES e CHIARETTI, 2007; com alterações.


Segundo TOLMASQUIM (2005), além das PCH’s em operação, existe um outro ponto a ser
explorado: a recapacitação e reativação de antigas centrais hidrelétricas. A maioria dessas usinas
foi construída em uma época em que os dados hidrológicos eram incipientes. Estudos indicam que
a modernização dos componentes do grupo gerador pode agregar algo em torno de 200 MW em
um curto período de tempo. A recapacitação das centrais desativadas, aproximadamente 427
hidrelétricas, podem acrescentar cerca de 156 MW ao nosso sistema. A Tabela 7 apresenta o
mercado de recapacitação e reativação de PCH’s no Brasil.


                  Tabela 7 - Mercado de recapacitação e reativação de PCH’s no Brasil
             Situação                          Quantidade                         Potência (MW)
Recapacitação                                                                            200
Centrais desativadas                               427                                   156
Centrais em situação                               1039                                  328
desconhecida
Total                                              1466                                  684
Fonte: TOLMASQUIM, 2005.


Conclusões

Um passo importante foi dado com a criação do portal PROCEL INFO – Centro Brasileiro de
Informação de Eficiência Energética. Nele são encontrados os dados mais relevantes sobre a
eficiência energética no Brasil e os softwares que auxiliam os projetos; além de uma relação das
fontes de financiamento. Segundo dados do PROCEL, o total de investimentos em eficiência
energética foi de R$ 292 milhões, com uma economia de energia média de 1.573 GWh/ano.
O uso racional de energia se tornará uma realidade quando, infelizmente, o preço da energia
elétrica comprometer significativamente os salários dos trabalhadores. Apesar do resultado do
exercício aplicado na Unicamp ser pífio é extremamente importante insistir em tais iniciativas.
Com relação ao PROINFA o que se observa é um descompasso do programa. O investimento até
o momento é reduzido em comparação com o seu potencial. Espera-se que com a mudança da
direção do BNDES (Luciano Coutinho assumiu a direção no início de 2007) mais recursos sejam
transferidos para o programa, pois esse tipo de investimento deve partir do governo.




                                                  8
Referências


ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – www.aneel.gov.br
CHIARETTI, D. “Após 5 anos, PROINFA só atinge 26% da meta”. Valor Econômico. 24 de maio de
   2007.
CZAPSKI, S. “Investimento em ganho de eficiência atingem R$ 1,4 bi”. Valor Econômico. Especial
   – Empresa & Comunidade. 22 de janeiro de 2008.
CONPET – Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás
  Natural - www.conpet.gov.br
DAINESE, I. “PLD atinge maior valor após o ‘apagão’”. Gazeta Mercantil. 14 de janeiro de 2008.
DEMANBORO, A. C.; MARIOTONI, C. A.; NATURESA, J. S & RODRIGUES JR, J. S. “A
  Sustentabilidade através de Empreendimentos Energéticos Descentralizados”. Agrener GD
  2006, 6º Congresso Internacional sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural,
  “Biocombustíveis: uma oportunidade para o Brasil e para o Mundo”. 2006.
DIAS, R.; MATTOS, C. e BALESTIERI, J. Uso racional da energia – ensino e cidadania. Editora
   Unesp, páginas 91 a 123, 2006.
GOLDEMBERG, J & VILLANUEVA, L. Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento. Editora da
  Universidade de São Paulo, páginas 199 a 209. 2003.
MAIA, S (a). “Indústria produz mais com menor consumo de energia”. Valor Econômico. 18 de
   setembro de 2007.
_________(b). “Fontes alternativas devem atingir meta em 2008”. Valor Econômico, 15 de janeiro
   de 2007.
MARIOTONI, C. A. & NATURESA, J. S. “Inovação Tecnológica, Eficiência Energética e os
  Investimentos na Indústria Brasileira” Congresso Brasileiro de Eficiência Energética. 2007.
MONTEIRO, V. & DIANNI, C. “Energia deverá ser o maior vilão dos preços em 2008”. Gazeta
Mercantil. 14 de janeiro de 2008.
OLIVEIRA, R. “Investimento das estatais em 2007 foi recorde. Graças à Petrobras”. O Estado de
S. Paulo. 11 de fevereiro de 2008.
PROCEL INFO – www.procelinfo.com.br.
___________. Um ano: Resultado e Perspectivas, 2007. Trabalho apresentado no Fórum
Permanente de Energia e Meio Ambiente da Unicamp, 4 de Setembro de 2007 (Auditória da
Biblioteca Central). Disponível em: http://www.cori.unicamp.br/foruns/energia/foruns_energia.php.
TOLMASQUIM, M. T. Geração de Energia Elétrica no Brasil. Editora Interciência, páginas 41 e 42.
2005.




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  • 1. RESPOSTAS PARA CRISE DE ENERGIA ELÉTRICA: EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, USO RACIONAL DE ENERGIA E FONTES RENOVÁVEIS JIM SILVA NATURESA*‍‍† CARLOS ALBERTO MARIOTONI* TACIANA DE V. MENEZES** FERNANDO PINTO DIAS PERRONE** KARLA KWIATKOWSKI LEPETITGALAND** * Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Faculdade de Engenharia Civil Arq.Urb – FEC - DRH Grupo de Planejamento Energético e Sistemas Elétricos – GPESE Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético - NIPE † Faculdade Politécnica de Jundiaí – Anhanguera Educacional ** Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobrás Resumo Este artigo apresenta os principais avanços na eficiência energética do país, os resultados do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) até o mês de maio de 2007, e exemplos do uso racional de energia. Essas três iniciativas são, na nossa visão, fundamentais em qualquer planejamento energético e devem ser consideradas com seriedade, principalmente em momentos de crise energética. Abstract This article presents the main advances in energy efficiency of Brazil, the results of the electrical energy alternatives sources incentive program until May of 2007, and examples of using energy in a reasonable way. In our point of view, these three initiatives are essentials in any energetic planning and must be considered with seriousness, mainly at moments of energy crisis. Introdução O país novamente está passando por uma crise energética, com a possibilidade de racionamento de energia elétrica. A falta de uma política energética séria é o principal motivo para a atual situação. A criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – responsável pela elaboração de projetos de médio e longo prazo, não evitou o problema: atrasos nas construções de novas hidrelétricas, linhas de transmissão de energia e gasodutos. Somado a falta de planejamento temos a baixa quantidade de chuvas nesse começo de ano – devido ao efeito El Niña, a falta de gás que acarretaram em uma alta significativa no preço da tarifa de energia elétrica e no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD é o máximo preço praticado no mercado livre de energia elétrica. A Tabela 1 mostra a evolução da produção industrial e o consumo de energia no período 1
  • 2. de 2001 a 2006 (MAIA, 2007, a). Há uma correlação entre o aumento da produção e o aumento do consumo de energia. Tabela 1 – Evolução da produção industrial e consumo de energia Pré-racionamento Ano Produção (%) Consumo (%) 1996 1,7 4,3 1997 3,8 4,4 1998 -2,0 0,2 1999 -0,6 1,5 2000 6,6 5,9 Pós-racionamento 2001 1,5 -6,6 2002 2,7 4,1 2003 0,1 2,0 2004 8,3 9,2 2005 3,0 5,5 2006 2,8 2,7 Fonte: IBGE, Aneel e MAIA, 2007. De acordo com DAINESE (2008), o PLD da terceira semana de janeiro desse ano atingiu o valor de R$ 569,59/MWh - próximo ao praticado em junho de 2001, ano da crise, que ficou em R$ 684,00/MWh. Ela cita o relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que prevê fortes reajustes no PLD. Um dos motivos para essa alta, segundo Antônio Carlos Fraga Machado – presidente da CCEE, foi provocado pelo baixo regime de chuvas da última semana que ficou aquém da previsão. Ele comenta: “Com esse valor, nossa única saída, a partir de agora, é a colaboração de São Pedro”. Como na outra crise, o governo insisti em culpar o santo. MONTEIRO & DIANNI (2008) afirmam que a possibilidade de um racionamento de energia e o consequentemente aumento de preço devem ser a principal fonte de pressão sobre a inflação em 2008. Apontam também que a insegurança do setor energético ameaça o crescimento industrial e principalmente os investimentos em expansão. Neste contexto, as respostas para a atual crise seriam: aumento dos projetos de eficiência energética, divulgação de iniciativas que visam o uso racional de energia e projetos de fontes renováveis, destacando o importante papel do PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica. Essas três iniciativas são, na nossa visão, fundamentais em qualquer planejamento energético e devem ser consideradas com seriedade, principalmente em momentos de crise energética. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica O objetivo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) é promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica. O PROCEL foi criado em dezembro de 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio, sendo gerido por uma Secretaria Executiva subordinada à ELETROBRÁS. Em 1991, o PROCEL foi transformado em Programa de Governo, tendo suas abrangência e responsabilidade ampliadas. Os principais 2
  • 3. resultados do PROCEL, para o período de 1986 a 2005, estão indicados na Tabela 3. As principais áreas de atuação do programa são: saneamento, educação, indústria, edificações, prédios públicos, gestão energética municipal e iluminação pública (www.eletrobras.gov.br/procel/site/home/). Tabela 3 - Principais resultados do Procel (1986 a 2005). 2002 2003 2004 2005 1986/ 2001(b) RESULTADOS Investimentos Eletrobrás/Procel 231,9 5,95 14,16 27,18 37,17 (R$ milhões) (a) 350,9 36,00 25,10 54,00 44,60 Investimentos RGR (R$ milhões) (c) - 0,35 1,74 12,97 16,23 Investimentos GEF (R$ milhões) Investimentos Totais Realizados 582,80 42,30 41,00 94,15 98,00 (R$ milhões) 14.135 1.270 1.817 2.373 2.158 Energia Economizada (GWh/ano) 3.292 305 436 569 518 Usina Equivalente (MW) (d) 3.871 309 453 622 585 Redução de Demanda na Ponta (MW) Investimentos Postergados 7.307 1.339 2.007 2.492 1.786 (R$ milhões) Fonte: www.eletrobras.com/procel (dezembro de 2007). Refere-se somente aos recursos orçamentários do Procel efetivamente realizados em cada ano, não sendo (a) considerados os salários do pessoal Eletrobrás/Procel Para o ano 2000 foi considerado o investimento orçado, tendo em vista a indisponibilidade de dados. (b) Refere-se somente aos recursos liberados em cada ano. (c) Obtida a partir da energia economizada, considerando um fator de capacidade médio típico de 56% para (d) usinas hidroelétricas e incluindo 15% de perdas médias na T&D para a parcela de conservação de energia. Em novembro de 2006, a Eletrobrás/PROCEL lançou o portal PROCEL INFO – Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética (www.procelinfo.com.br). O PROCEL INFO tem como objetivos reunir e disponibilizar informações de interesse, produzidas no Brasil e no exterior, para os públicos que atuam na área de eficiência energética, e facilitar sua integração e, assim, ser reconhecido com referência nacional na disseminação de informação qualificada sobre o uso racional e eficiente da energia. O portal está dividido em: Informações Institucionais, Indicadores, Informações Técnicas, Simuladores, Agentes, Fontes de Financiamentos, Legislação, Cursos e Eventos, Notícias e Reportagens, além de ferramentas de colaboração disponíveis. A Figura 1 apresenta a concepção geral do portal. O portal apresentou, nos meses de novembro de 2006 a novembro de 2007, uma média de 306 usuários cadastrados por mês, totalizando aproximadamente 3.700 no período. Desses usuários, cerca de 40% são do Rio de Janeiro e São Paulo. O fato de o maior número de usuários cadastrados serem dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, é conseqüência da estratégia de atuação do Portal, que tem como público-alvo os agentes intermediários da área de eficiência energética, concentrados na região Sudeste. Analisando-se ainda o perfil de usuários, pode-se verificar que há forte interesse de universidades no tema de eficiência energética – Figura 2. Outro aspecto relevante diz respeito às áreas de interesse dos usuários que acessaram o Portal, que confirma, por sua generalidade, a interdisciplinaridade do tema. A Figura 3 apresenta a distribuição dos acessos: Notícias e 3
  • 4. Reportagens (44 %) e Informações Técnicas (27 %) são os destaques, confirmando o caráter técnico e informativo do Portal. Figura 1 – Concepção geral do portal PROCEL INFO. Fonte: Procel Info – Um ano: Resultado e Perspectivas, 2007. Figura 2 – Área de atuação dos usuários. Fonte: PROCEL INFO, 2008. 4
  • 5. Figura 3 – Distribuição dos acessos. Fonte: PROCEL INFO – Um ano: Resultado e Perspectivas, 2007 O contrato de concessão de energia elétrica, firmado entre as empresas de distribuição e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabelece uma série de obrigações e encargos; sendo que uma dessas obrigações “consiste em aplicar anualmente o montante de no mínimo 0,5 % de sua receita operacional líquida, em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica” (ANEEL, 2008). Para o cumprimento desta obrigação, as concessionárias devem apresentar à ANEEL uma série de projetos que compõem seu Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, no qual devem conter metas físicas e financeiras. A Tabela 4 apresenta os resultados desse projeto; podem ser identificadas a quantidade de empresas que participaram, o investimento realizado, a demanda evitada e a energia economizada. Percebe-se que durante o período de 1998 a 2006, foram investidos 1.919 milhões de R$ o que acarretou em uma economia de energia 5.559 GWh. A Tabela 5 mostra os tipos de projetos realizados (período 2000/2001 a 2004/2005); deve-se ressaltar que a maioria desses projetos visa o consumidor de baixa renda através da substituição de geladeiras antigas por novas e de lâmpadas incandescentes por eletrônicas. Tabela 4 – Investimentos das distribuidoras em pesquisa e eficiência energética Ciclo Números de Investimento Demanda Energia empresas (milhões de R$) evitada (MW) economizada (GWh/ano) 1998/1999 17 196 250 755 1999/2000 42 230 370 1020 2000/2001 64 152 251 894 2001/2002 64 142 85 348 2002/2003 64 154 54 222 2003/2004 64 313 110 489 2004/2005 64 175 275 925 2005/2006 64 296 141 538 2006/2007 60 261 138 368 Total 1919 1674 5559 Fonte: ANEEL e CZAPSKI, 2008; com modificações. 5
  • 6. Tabela 5 – Tipos de projetos realizados (período 2000/2001 a 2004/2005) Tipo Investimento Demanda evitada Energia economizada apropriado (milhões de (MW) (GWh/ano) R$) Iluminação pública 374,6 175 797 Residencial 133,5 313 930 Industrial 96,0 59 376 Serviços públicos 91,3 118 312 Educação 80,9 25 90 Comércio e serviços 59,5 30 130 Poder público 34,8 14 57 Aquecimento solar 19,4 n.d. n.d. Rural 14,6 9 83 Perdas 12,4 17 79 Gestão E. municipal 11,5 n.d. n.d. Fator de carga 11,2 6 0,6 Total 939 765 2853 Fonte: ANEEL e CZAPSKI, 2008; com modificações. Uso Racional de Energia Do lado do consumidor, ganha força o conceito do uso racional de energia. De acordo com DIAS et al. (2006), “o uso racional da energia representa uma das maneiras de promover o equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico das populações e o meio ambiente”. Os pesquisadores explicam que o uso racional da energia significa mudança de atitudes e valores dos indivíduos, “criando condições para o surgimento de um comportamento duradouro e o desenvolvimento de uma visão crítica quanto aos problemas energéticos e suas conseqüências”. O uso racional estabelece ações simples, ao alcance de qualquer pessoa, como substituir lâmpadas incandescentes por eletrônicas, utilizar o ferro de passar roupas apenas uma vez por semana - quando acumular uma grande quantidade de roupas etc. No segundo semestre de 2006 foi proposto, na disciplina de Eletrotécnica, para a turma do segundo ano de engenharia civil da Unicamp o seguinte trabalho: fazer um levantamento energético e um projeto de redução do consumo de energia elétrica residencial. O trabalho era composto de duas partes: na primeira o aluno deveria construir uma tabela com todos os equipamentos de sua residência - e as suas respectivas potências, o consumo (em kWh) diário ou semanal e o consumo mensal. Os objetivos dessa primeira parte eram explicar a diferença entre potência elétrica e energia elétrica, estimar o consumo diário e mensal dos equipamentos (ou seja, multiplicar a potência do equipamento pela quantidade de horas utilizadas) e identificar os “vilões” do consumo. A entrega dessa primeira parte deveria ser comprovada com uma cópia da conta de energia elétrica. A segunda parte visava à redução do consumo de energia via substituição de lâmpadas incandescentes por eletrônicas, substituição do chuveiro elétrico por um a gás ou por aquecimento solar etc. Nessa segunda parte os alunos deveriam entrar em contato com as diversas formas de aquecimento de água, empresas que fornecem equipamentos e calcular o tempo de retorno simples com a substituição de equipamentos obsoletos por equipamentos com eficiência energética maior. Dos 80 alunos da disciplina apenas 10 apresentaram um projeto razoável contendo custos, propostas de empresas e cálculos de retorno simples. Tratando-se de uma turma de engenharia o esperado seria uma maior participação e interesse, mas foi uma 6
  • 7. experiência frustrante. Talvez o exercício deva ser aplicado ao terceiro ou quarto ano do curso. Isso comprova a dificuldade de projetos para a redução ou uso racional de energia. DIAS et al. (2006) propõem exercícios semelhantes; alguns deles voltados para o consumo de combustível de um veículo. Algumas atividades interessantes que merecem destaque são: as campanhas para a redução do consumo de energia, a divulgação dos resultados obtidos com os projetos de eficiência energética e pesquisas sobre o efeito estufa, chuva ácida e doenças decorrentes da poluição. Na parte final do livro, os pesquisadores apresentam uma série de textos que podem ser trabalhados em sala de aula. GOLDEMBERG & VILLANUEVA (2003) apresentam uma discussão entre energia e estilos de vida. Eles citam um estudo realizado na Suécia que relaciona renda com o consumo de energia. Os resultados mostram que para uma dada faixa de renda (ou classe social) o consumo é muito próximo. Os pequenos desvios são devidos principalmente a diferenças culturais, religiosas e educacionais. Apresentam também a divisão dos consumidores em: os que procuram conforto, os “esforçados”, os indiferentes, os controlados e os não-conformistas; sendo que cada divisão responde de maneira diferente a um aumento do preço de energia elétrica. Percebe-se que ações para o uso racional de energia causam reações distintas nos consumidores, devido basicamente a sua classe social ou em sua divisão. Isto explica parcialmente o resultado com os alunos da Unicamp. Outra fonte importante de informação é o website do Conpet – Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural (www.conpet.gov.br). Ele está dividido nos seguintes projetos: ECONOMIZAR – visa racionalizar o consumo de combustível e diminuir a emissão de fumaça preta, Conpet na Escola – exemplos de ações quanto ao uso racional de energia, Programa Brasileiro de Etiquetagem – apresenta os aparelhos mais eficientes, Selo Conpet de Eficiência Energética – inclui os fogões domésticos na lista de aparelhos eficientes, TRANSPORTAR – apoio técnico para a redução do consumo de combustível e Prêmio Nacional -incentivo a agentes no desenvolvimento de projetos mais eficientes. O website apresenta também notícias sobre eficiência energética e uma série de projetos especiais, por exemplo, Poluição do Ar, Biodiversidade e Protocolo de Quioto. O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA De acordo com o Ministério de Minas e Energia (www.mme.gov.br, 2007), o PROINFA, “estabelece a contratação de 3.300 MW de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), produzidos por fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), sendo 1.100 MW de cada fonte”. O programa foi criado em 26 de abril de 2002, assegurando “a participação de um maior número de estados no Programa, o incentivo à indústria nacional e a exclusão dos consumidores de baixa renda do pagamento do rateio da compra da nova energia”. Ainda segundo o Ministério, a energia produzida será adquirida pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS), com duração de 20 anos - contados a partir da entrada em operação. Após cinco anos, o PROINFA não atingiu um terço do esperado, ou seja, a capacidade instalada, até abril de 2007, é de apenas 860 MW que corresponde a 26,1 % do total. O projeto conta com 465 MW de projetos de biomassa, 208,3 MW de energia eólica e 186,4 MW de PCHs. Um dos motivos para o atraso, segundo Laura Porto – diretora do departamento de desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, foi o ajuste proposto pelo governo Lula para o projeto criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela comenta: “O processo demorou, porque tivemos que aperfeiçoar a lei e as regras. O programa tinha nascido dentro do espírito do racionamento. Ele precisava ser revisto e passar por uma amadurecimento” (CHIARETTI, 2007), (MAIAb, 2007) e (DEMANBORO et al., 2006) A Tabela 6 apresenta alguns dados dos projetos do PROINFA contratados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até abril de 2007. Pelo exposto, percebe-se que o programa não é uma das prioridades do governo. Existe um potencial grande para a utilização de fontes renováveis de energia, mas o país continua marcado por grandes investimentos que beneficiam uma minoria de empresas. 7
  • 8. Tabela 6 – Projetos PROINFA contratados pelo BNDES até abril de 2007 Fonte Quantidade Investimento Financiamento do Capacidade (em R$) BNDES (MW) PCH – Pequena 39 3.219.033 71 % 818 Central Hidrelétrica Biomassa 13 884.632 75% 455 Eólica 4 1.021.851 70 % 234 Total 56 5.125.516 1.507 Fonte: BNDES e CHIARETTI, 2007; com alterações. Segundo TOLMASQUIM (2005), além das PCH’s em operação, existe um outro ponto a ser explorado: a recapacitação e reativação de antigas centrais hidrelétricas. A maioria dessas usinas foi construída em uma época em que os dados hidrológicos eram incipientes. Estudos indicam que a modernização dos componentes do grupo gerador pode agregar algo em torno de 200 MW em um curto período de tempo. A recapacitação das centrais desativadas, aproximadamente 427 hidrelétricas, podem acrescentar cerca de 156 MW ao nosso sistema. A Tabela 7 apresenta o mercado de recapacitação e reativação de PCH’s no Brasil. Tabela 7 - Mercado de recapacitação e reativação de PCH’s no Brasil Situação Quantidade Potência (MW) Recapacitação 200 Centrais desativadas 427 156 Centrais em situação 1039 328 desconhecida Total 1466 684 Fonte: TOLMASQUIM, 2005. Conclusões Um passo importante foi dado com a criação do portal PROCEL INFO – Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética. Nele são encontrados os dados mais relevantes sobre a eficiência energética no Brasil e os softwares que auxiliam os projetos; além de uma relação das fontes de financiamento. Segundo dados do PROCEL, o total de investimentos em eficiência energética foi de R$ 292 milhões, com uma economia de energia média de 1.573 GWh/ano. O uso racional de energia se tornará uma realidade quando, infelizmente, o preço da energia elétrica comprometer significativamente os salários dos trabalhadores. Apesar do resultado do exercício aplicado na Unicamp ser pífio é extremamente importante insistir em tais iniciativas. Com relação ao PROINFA o que se observa é um descompasso do programa. O investimento até o momento é reduzido em comparação com o seu potencial. Espera-se que com a mudança da direção do BNDES (Luciano Coutinho assumiu a direção no início de 2007) mais recursos sejam transferidos para o programa, pois esse tipo de investimento deve partir do governo. 8
  • 9. Referências ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – www.aneel.gov.br CHIARETTI, D. “Após 5 anos, PROINFA só atinge 26% da meta”. Valor Econômico. 24 de maio de 2007. CZAPSKI, S. “Investimento em ganho de eficiência atingem R$ 1,4 bi”. Valor Econômico. Especial – Empresa & Comunidade. 22 de janeiro de 2008. CONPET – Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural - www.conpet.gov.br DAINESE, I. “PLD atinge maior valor após o ‘apagão’”. Gazeta Mercantil. 14 de janeiro de 2008. DEMANBORO, A. C.; MARIOTONI, C. A.; NATURESA, J. S & RODRIGUES JR, J. S. “A Sustentabilidade através de Empreendimentos Energéticos Descentralizados”. Agrener GD 2006, 6º Congresso Internacional sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural, “Biocombustíveis: uma oportunidade para o Brasil e para o Mundo”. 2006. DIAS, R.; MATTOS, C. e BALESTIERI, J. Uso racional da energia – ensino e cidadania. Editora Unesp, páginas 91 a 123, 2006. GOLDEMBERG, J & VILLANUEVA, L. Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento. Editora da Universidade de São Paulo, páginas 199 a 209. 2003. MAIA, S (a). “Indústria produz mais com menor consumo de energia”. Valor Econômico. 18 de setembro de 2007. _________(b). “Fontes alternativas devem atingir meta em 2008”. Valor Econômico, 15 de janeiro de 2007. MARIOTONI, C. A. & NATURESA, J. S. “Inovação Tecnológica, Eficiência Energética e os Investimentos na Indústria Brasileira” Congresso Brasileiro de Eficiência Energética. 2007. MONTEIRO, V. & DIANNI, C. “Energia deverá ser o maior vilão dos preços em 2008”. Gazeta Mercantil. 14 de janeiro de 2008. OLIVEIRA, R. “Investimento das estatais em 2007 foi recorde. Graças à Petrobras”. O Estado de S. Paulo. 11 de fevereiro de 2008. PROCEL INFO – www.procelinfo.com.br. ___________. Um ano: Resultado e Perspectivas, 2007. Trabalho apresentado no Fórum Permanente de Energia e Meio Ambiente da Unicamp, 4 de Setembro de 2007 (Auditória da Biblioteca Central). Disponível em: http://www.cori.unicamp.br/foruns/energia/foruns_energia.php. TOLMASQUIM, M. T. Geração de Energia Elétrica no Brasil. Editora Interciência, páginas 41 e 42. 2005. 9