O documento apresenta a biografia e formação acadêmica de Dorotéia Marra, que é graduada em Artes Plásticas e pós-graduada em Arte e Criatividade e Marketing. Ela atua como artista plástica e professora de arte e artesanato. O texto discute a importância da arte na educação e no desenvolvimento do cérebro humano.
1. Dorotéia Marra
Graduada em Artes Plásticas
Pós graduada em Arte e Criatividade
Pós graduada em Marketing
Artista plástica – pintura, escultura e design
Professora de arte e artesanato
doromarra@hotmail.com
– Doroteia Marra
2. "A Arte está relacionada à história da
humanidade e a suas conquistas, à
natureza humana e seu simbolismo, à
herança cultural dos grupos e ao
desenvolvimento individual das pessoas.
Despertar a intuição artística, desenvolver
as suas formas de expressão e ampliar
nossa capacidade de absorvê-la está
relacionado intimamente com o despertar
de nossa humanidade". COSTA Cristina,
(2004, p.10).
3.
4. Por que levar Arte para a
sala de aula?
Por que ou para que é que
precisamos estudar Arte?
5. Com certeza você já se fez essas perguntas ou já as ouviu. . . nossos alunos, sempre
as têm na ponta da língua.
Estudar Arte pra passar no vestibular? Para adquirir cultura? Para conhecer nossa
história?
A Arte está presente na nossa vida todo o tempo e, na maioria das vezes, nem nos
damos conta. Por exemplo: no modelo da camisa, do tênis, no carro novo, na
embalagem do café, no perfume, na música tocando no rádio. . .
Não é uma delícia ouvir, de repente, aquela música que a gente adora?
Essa sensação prazerosa que sentimos ao ouvir uma música, ao contemplar uma
obra de arte ou assistir um bom filme é chamada de experiência estética. Uma
espécie de prazer da alma.
A Arte transforma nossa maneira de ver o mundo. Assim, é preciso aproveitar o que
ela pode nos oferecer em termos de conhecimento, de sentimento, de sensações.
Estudar Arte é muito bacana e vai ficando cada vez mais interessante se analisarmos
seu sentido e suas relações com a História, com a Filosofia, Matemática, Física. . .
"Além disso, todos os setores da sociedade procuram pessoas que tenham certo
conhecimento geral do mundo e uma sensibilidade aguçada para entendê-lo".
COSTA Cristina, (2004,p.12)
Para entender a importância da Arte na nossa vida, vamos analisar:
6. A arte-educadora americana
Betty Edwards, em seu
livro Desenhando com o lado
direito do cérebro, nos
apresenta uma radiografia
muito interessante sobre nosso
cérebro:
7. Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito
Não-verbal: percepção das coisas com
Verbal: usa palavras para nomear, uma relação mínima com palavras;
descrever e definir;
Sintético: unir coisas para formar
Analítico: decifra as coisas de totalidades;
maneira sequencial e por partes;
Relaciona as coisas tais como estão nesse
Utiliza um símbolo que está no lugar de momento;
outra coisa. Por exemplo o
sinal + representa a soma; Analógico: encontra um símil entre
diferentes ordens; compreensão das
Abstrato: extrai uma porção pequena relações metafóricas;
de informação e a utiliza para
representar a totalidade do assunto; Atemporal: sem sentido de tempo;
Temporal: se mantem uma noção de Não-racional: não requer uma base de
tempo, uma seqüência dos fatos. Fazer informações e fatos reais; aceita a
uma coisa e logo outra, etc.; suspensão do juízo;
Racional: extrai conclusões baseadas na Espacial: ver as coisas relacionadas a
razão e nos dados; outras e como as partes se unem para
formar um todo;
Digital: utiliza números;
Intuitivo: realiza saltos de
Lógico: extrai conclusões baseadas na reconhecimento, em geral sob padrões
ordem lógica. Por exemplo: um teorema incompletos, intuições, sentimentos e
matemático ou uma argumentação; imagens visuais;
Linear: pensar em termos vinculados a Holístico: perceber ao mesmo tempo,
ideias, um pensamento que segue o concebendo padrões gerais e as estruturas
outro e que em geral convergem em que muitas vezes levam a conclusões
uma conclusão; divergentes.
8. Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito
Escrever à mão Desenhar pintar, fazer
Símbolos escultura
Linguagem Relações espaciais
Leitura Figuras e padrões
Fonética Interpretação
Localizar de fatos e Sensibilidade a cores
detalhes Cantar
Conversar e recitar Expressão artística
Escutar Visualizar
Associação auditiva Sentimentos e emoções
Seguir instruções Criatividade
9.
10. Ótimo! Os hemisférios do cérebro funcionam de formas diferentes. . . como assim?
Lado esquerdo:
Sabemos que as habilidades do lado esquerdo a gente vai aprendendo através
de tentativa e erro: o bebê é pequenino, a mãe põe no chão, ele se ergue, cai,
tenta de novo. . . até engatinhar. . . daí cai, tenta de novo. . . até andar. . . e assim
vamos construindo nossa caminhada = caímos levantamos, falamos errado,
consertamos, falamos outra língua, aprendemos uma fórmula matemática. . .
Aprendemos por imitação: alguém mostra, diz ou faz alguma coisa, imitamos
até aprender. . .
Aprendemos pelo ensinamento: alguém explica, a gente ouve, vê, analisa,
guarda. . .
Lado direito:
Para desenvolver as habilidades do lado direito do cérebro é preciso pensar em
criatividade, sensibilidade,sensações, sentimentos:
Desenhar
Ouvir música
Dançar
Ler. . .
É aqui que se percebe a importância da Arte para a Educação do Homem: desde
bem pequenininha já é necessário envolver a criança com músicas, histórias,
depois oferecer material para desenho, pintura, estimular a dança, a assistir
filmes, a ler. . .
11. O que se deve fazer para
desenvolver o lado direito do
cérebro?
12. Tendo como preocupação o modo como se aprende
arte (relação entre o fazer artístico, a leitura deste
fazer e sua inserção no tempo), a partir de 1982 foi
sistematizada uma proposta inglesa e norte-americana
(concebida na década de 60), posteriormente
vinculada ao Getty Center for Education in the Arts.
Até então a arte-educação valorizava quase
exclusivamente o desenvolvimento da auto-
expressão, da criatividade e da autodescoberta. A
criação e a imaginação estão presentes em todas as
áreas do conhecimento, não sendo, assim, um objetivo
exclusivo de Artes.
13. A arte dever ser considerada como um corpo
organizado de conhecimentos que exige o mesmo
tipo de substância e de rigor intelectual esperados das
ciências exatas e humanísticas.
Para passar a ocupar um lugar mais central num
currículo escolar equilibrado, a disciplina Arte
necessita de conteúdo próprio e substancial. Com a
finalidade de elevar o seu nível de ensino, elaborou-se
uma proposta denominada Discipline-Based Art
Education (DBAE).
14. Na construção de conhecimentos em arte, o DBAE
valoriza não só a produção artística, mas também as
informações culturais e históricas, bem como a
análise das obras. Esse modo de ensinar arte baseia-
se em senti-la, compreendê-la na sua dimensão
histórica, apreciá-la esteticamente, analisá-la e
refletir sobre ela com espírito crítico, o que requer as
quatro instâncias do conhecimento: a produção, a
crítica, a estética e a história da arte.
15. Aqui no Brasil, a professora Ana Mae Barbosa adaptou
a teoria DBAE ao nosso contexto, denominando-a
Proposta Triangular por envolver três importantes
vertentes: o fazer artístico, a leitura da imagem
(obra de arte) e a história da arte.
Diz Ana Mae (1991, p. 10): "O que a arte na escola
principalmente pretende é formar o conhecedor,
fruidor e decodificador da obra de arte (...). A escola
seria a instituição pública que pode tornar o acesso à
arte possível para a vasta maioria dos estudantes em
nossa nação (...)".
17. História da arte - contextualização
É importante conhecer tudo oque se fez até
hoje em matéria de Arte para se poder criar
um espírito crítico a respeito.
Seja através de uma linha cronológica ou
temática, a história é primordial para se
construir uma cultura geral sobre o próprio
ser humano, pois é através da arte que se
conhece, realmente, a natureza humana
18. Leitura da imagem – apreciação
No processo de educação do olhar e em todo o
processo de ensino/aprendizagem, a postura do
educador na mediação de leituras de imagens deve
sempre partir de uma abordagem problematizadora
instigando o olhar, a reflexão, respeitando as
interpretações e julgamentos dos educandos, o
educador não é dono do saber e da verdade e deve
estimular e respeitar a autonomia dos educandos.
19. Fazer artístico – prática
Com o fazer artístico, espera-se proporcionar
uma vivência, além da experiência, durante
toda a produção, tornando o processo de
ensino/aprendizagem completo e significativo
para os educandos, aplicando na prática os
conceitos estéticos e poéticos abordados
durante a leitura e contextualização.
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