O documento discute o conceito de apoio matricial na gestão do trabalho em saúde. Ele propõe a integração dialógica entre profissionais de saúde por meio de uma relação horizontal. O apoio matricial visa oferecer suporte técnico-pedagógico e assistencial às equipes de referência para ampliar as possibilidades de atendimento e a clínica ampliada.
2. Definição
Etimologia
APOIO
- Suporte, amparo,
auxílio;
- Acompanhar – estar junto,
próximo
MATRIZ - MATRICE
- Lugar onde algo é
gerado; local de de
origem;
- Conjunto de números que
guardam relação entre si,
horizontal ou verticalmente.
3. Definição
Etimologia
APOIO MATRIZ - MATRICE
Sugere que a relação
referência/especialida
de se viabilize por
meio do diálogo.
Propõe uma relação
horizontal entre os
profissionais
4. Definição
• Trata-se de uma metodologia de gestão
do trabalho em saúde que propõe a
integração dialógica entre os
profissionais no manejo do cuidado;
-- propõe a ação interprofissional e relação horizontal entre
os profissionais das equipes de saúde;
• É considerado uma estratégia de arranjo
organizacional.
-- personaliza os mecanismos de referência e contra-
referência, os protocolos e solicitações a centros de
regulação.
5. Propósito do Apoio Matricial
Ofertar retaguarda
assistencial e
suporte
técnicopedagógico
às equipes de
referência.
Propiciar a
integração dialógica
entre distintas
especialidades e
profissões.
Ampliar as
possibilidades de
realização da clínica
ampliada.
6. Propósito do Apoio Matricial
Ampliação da clínica:
-Incorporação das fragilidades subjetivas e
das redes sociais além dos riscos biológicos
na abordagem do paciente.
-Ampliação do repertório de ações –
produção estimulando maiores graus de
autonomia, auto-cuidado, capacidade de
intervenção na realidade, desenvolvimento
da sociabilidade e cidadania
7. Suporte Assistencial x Suporte Técnico Pedagógico
O que é?
Figura 1: Descrição do Matriciamento. Adaptado de Mendes, 2009. Disponível
em Molina-Avejonas, et al, 2010.
Atendimentos prolongados ou crônicos Capacidade da equipe reconhecer e
utilizar critérios de risco e prioridade
adequados aos encaminhamentos
Atendimentos temporários Diminuição dos encaminhamentos de
usuários de tratamento temporário
Atendimentos Temporários Discussão de temas teóricos
Consultas para exclusão diagnóstica Atendimentos compartilhados
8. Há diferentes saberes, práticas e responsabilidade entre
os profissionais: CAMPO x NÚCLEO
Existe uma equipe que responde pelas necessidades
sanitárias de um local: EQUIPE DE REFERÊNCIA;
Reconhece a intervenção uniprofissional como limitada:
ABORDAGEM INTERPROFISSINAL.
As demandas vigentes são complexas e necessitam da
abordagem integral, o que requer diálogo: ABORDAGEM
INTERPROFISSINAL.
A proposição deste arranjo organizacional pressupõe que no trabalho
dos profissionais de saúde:
9. CAMPO x NÚCLEO
NÚCLEO CAMPO
• saberes, práticas e
responsabilidades
comuns aos
profissionais de saúde
;
• extrapola as
especificidades das
categorias;
• Sugere ações e
práticas integradas –
INTERPROFISSIONAL.
• identidade
profissional;
• práticas e tarefas
peculiares, específicas
de cada categoria
profissional.
10. EQUIPE DE REFERÊNCIA x APOIO/ APOIADOR
MATRICIAL
Equipe de Referência
- Uma equipe interdisciplinar
composta por generalistas.
- Responde pela condução de um
conjunto de usuários – vínculo
e responsabilização.
- Atua como “porta de entrada
do sistema de saúde” .
- Identifica e coordena casos e
aciona o apoio dos
especialistas.
- Atenção ao longo do tempo –
longitudinal.
Apoio Matricial
- Equipe ou profissional
especialista.
- Apoio assistencial e
técnicopedagógico à referência.
- Não se caracteriza como “porta
de entrada”.
- Prioritariamente, “recebe” o caso
da referência.
- Ação pontual; inserção “vertical”
nos casos, em interação com a
referência.
11. EQUIPE DE REFERÊNCIA x APOIO/ APOIADOR
MATRICIAL
Equipe de Referência Apoio Matricial
Maior
resolutividade à
Atenção Básica
Apoio Matricial - NúcleoEquipe de Referência - Campo
EQUIPE SAÚDE
DA FAMÍLIA
EQUIPE NASF
12. Norteado por estes princípios tem-se o
Núcleo de Apoio à Saúde da Família:
“(...) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF
foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o
escopo das ações da atenção básica, bem como sua
resolubilidade.
Portaria GM nº 2488, de 21 de
outubro de 2011 (PNAB).”
13. O NASF
• Equipe multiprofissional que atua em conjunto com
a equipe de Saúde da Família;
- compartilham e apóiam as práticas em saúde nos territórios.
• Não se constitui porta de entrada do sistema para
os usuários;
• Propõe mudanças na lógica do trabalho em saúde.
- matriciamentoXencaminhamento; horizontalidade;
interprofinalismo; clínica ampliada.
14. Aplicação da proposta de matriciamento:
Formas de estabelecer contato entre referência e apoiadores
Apoio
Matricial
Discussões clínicas
(com a ESF)
- Reuniões
periódicas com a
EFS
- A ESF apresenta
casos segundo
avaliação de risco e
vulnerabilidade
Atendimento a
casos imprevistos
e urgentes
- Acionar o
apoiador por
meios pessoais de
comunicação
- Casos de maior
gravidade, risco e
vulnerabilidade
15. Aplicação da proposta de matriciamento:
Formas de estabelecer contato entre referência e apoiadores
Consulte:
http://www.scielo.br/pdf/csp/
v23n2/16.pdf
16. Ilustração esquemática do matriciamento
no NASF via discussão clínica
Plano de Ação do NASF: O matriciamento sendo colocado em prática. Adaptado
de: NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) IN: OSCEJAM, sd.
17. O apoio matricial sempre está articulado a um projeto
terapêutico integrado e admite 3 planos fundamentais:
1. Atendimento e intervenções conjuntas
Abordagem com a equipe de referência.
Função pedagógica - capacitação in loco para as equipes.
Instrumentalizar e estimular a autonomia da equipe.
2. Atendimento ou intervenções especializadas
Com manutenção do contato com a referência, responsável pela proposta
de cuidado longitudinal (visão do processo como um todo).
3. Respaldo técnico para a equipe
O cuidado permanece com a referência e esta equipe recebe orientação do
apoiador.
Instrumentalizar e estimular a autonomia da equipe.
18. Referências Bibliográficas
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde,
2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39)
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde na escola. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. (Cadernos de
Atenção Básica, n. 27). Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.
pdf
• CAMPOS, GWS & DOMITTI, AC. Apoio matricial e equipe de referência: uma
metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. In: Cadernos de Saúde
Pública, 2007. v.23, n.2: pp.399-407. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n2/16.pdf
• CAMPOS, GWS. Equipes de referência e apoio especializado matricial: um ensaio
sobre a reorganização do trabalho em saúde. In: Ciência & Saúde Coletiva – Abrasco,
1999. v.4, n.2: pp.393-403. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v4n2/7121.pdf
• MOLINI-AVEJONAS, Daniela Regina; MENDES, Vera Lúcia Ferreira; AMATO, Cibelle
Albuquerque de la Higuera. Fonoaudiologia e Núcleos de Apoio à Saúde da Família:
conceitos e referências. Rev. soc. bras. fonoaudiol., São Paulo, v. 15, n. 3, 2010 .
• OSCEJAM. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família: NASF. Sd. Disponível em:
http://www.oscejam.org.br/index.php?module=nasf. Acesso em 10/11/2012.