2. Imediatamente após acidente:
• Repouso - diminui absorção do veneno;
• Não fazer garroteamento no membro afetado – agrava as
lesões locais;
• Remoção do acidentado para centro de tratamento no
menor tempo possível;
• Diagnóstico do acidente por serpentes peçonhentas:
Botrópico, Crotálico, Elapídico e Laquético
• Coletar sangue para análise laboratorial antes da
soroterapia para avaliação da evolução;
• Aplicar o soro específico;
• Membro afetado deve ser mantido elevado;
• Administrar analgésico – evitar drogas depressoras do
sistema nervoso;
• Controlar os sinais vitais e o volume urinário do
acidentado;
• Limpar local da picada.
3. Diagnóstico dos acidentes por serpentes peçonhentas
• Diagnóstico depende:
- do reconhecimento do animal agressor;
- Das manifestações clínicas apresentadas pelo acidentado
• Diagnóstico de certeza:
- quando a serpente é capturada;
- trazida para identificação por pessoal experiente;
- scidentado apresenta sinais evidentes de picada;
- manifestação locais ou sistêmicas compatíveis com
envenenamento ofídico.
• Diagnóstico de presunção - baseado em manifestações
clínicas:
- serpente agressora não é levada;
- reconhecimento da serpente pelo acidentado ou
testemunha
4.
5. Tratamentos
1) Soroterapia
Uso de soro antiveneno específico
1.1) Tipos de antivenenos produzidos no Brasil
São produzidos a partir de soros de cavalos, hioperimunizados
com venenos específicos e são preparados para quatro
gêneros de serpentes peçonhentas:
- antibotrópico – serpentes do gênero Bothrops (jararacas);
- anticrotálico – serpentes do gênero Crotalus (cascavéis);
- antibotrópico/crotálico (polivalente);
- antilaquético – serpentes do gênero Lachesis (surucucu);
- antibotrópico/laquético
- antielapídico – serpentes do gênero Micrurus (corais-
verdadeiras)
6. 2) Apresentação:
2.1) na forma líquida;
2.2) liofilizada
concentração neutralizante (aunatidade de veneno que será neutralizado) e
prazo de validade impressos na embalagem
3) Conservação:
- na forma líquida: em temperatura entre 2 e 8°C (congelamento deve ser
evitado);
- liofilizada: permite melhor conservação e tem maior prazo de validade
4) Administração:
-prova intradérmica – detectar pacientes com hipersensibilidade ao soro
heterólogo;
-preferencialmente por via intravenosa;
-diluição com soro fisiológico ou glicosado (diminui incidência de reações
anafilactóides – não recomendado);
-Subcutânea – na impossibilidade da aplicação intravenosa;
7. 5) Reações adversas à soroterapia: podem ser precoce ou tardia
5.1) Precoce: dentro das primeiras 24 horas após administração do soro,pode
ser leve ou extremamente grave
- Mecanismos de produção das reações precoces: o anafilático e o
anafilactóides.
d) anafilática: é medida por IgE e ocorre somente em indivíduos
previamente sensibilizados ao soro de cavalo – por soroterapia anterior –
ou indivíduos espontaneamente sensibilizados por contato pregresso com
o pêlo do cavalo;
e) anafilactóide: não implica em sensibilidade anterior, pode surgir com a
primeira dose do antiveneno. Ocorre liberação dos componentes C3a e C5a
(anafilatoxinas) que leva a liberação de mediadores farmacológicos
responsáveis por um quadro semelhante ao da reação anafilática.
A purificação dos antivenenos pode reduzir as reações adversas. O emprego de
anti-soro poliespecíficos, aumenta a possibilidade desse tipo de reação.
8. 5.2) Tardias: ocorrem num prazo entre 5 e 24 dias após o uso do
antiveneno.
Podem surgir: febre, urticárias, linfafenopatias, proteinúria e neuropatias.
Reações mediadas por IgG e IgM (doença do soro) com as mesmas
conseqüências clínicas da reação anafilactóide.
6) Previsão e prevenção das reações adversas
Na previsão da reação anafilática
f) Perguntar se paciente recebeu anteriormente algum tipo de soro
(antitetânico ou antiofídico);
g) Se houve alguma reação;
h) Se apresenta reação alérgica ao contato com cavalos
i) Fazer teste com antiveneno
- por escarificação - provoca-se escarificação na pele, pinga-se uma gota
do antivenono. Leitura em 15 minutos
- Por teste intradérmico – dilui-se 0,1ml do antiveneno em 0,9ml de soro
fisiológico, aplica-se 0,1ml dessa diluição. Leitura em 15 minutos
- Leitura: teste positivo ao aparecimento de pápula e pseudópodos.
9. 7) Orientação terapêutica
7.1) História e ou teste intradérmico negativo
-uso de anti-histamínicos precedendo a administração do antiveneno por, pelo
menos, 15 minutos, dimnui a incidência de areações anafilactóides
7.2) História e ou teste intradérmico positivo
0 uso de anti-histamínico antes da administração do antiveneno
7.3) Tratamento de reações adversas:
a) Reações anafiláticas ou anafilactóides
-uso de adrenalina;
-Uso de anti-histamínico
-Uso de corticosteróides
-Uso de aminofilina
b) Doença do soro
- uso de corticosteróides durante o período da doença
10. 8) Considerações finais
-Antivenenos são o único tratamento específico para os acidentes
ofídicos;
-Reversão da sintomatologia depende da presteza com que se
aplica o soro antiofídico;
-Mesmo com reações adversas , a aplicação não deve ser atrasada
sob nenhum pretexto;
-O profissional da área de saúde é o único capaz de realizar o
tratamento com segurança ao acidentado;
-Tratamentos alternativos prova apenas atraso na aplicação do
soro, que é, na verdade, o único tratamento realmente eficaz.