Este documento resume a Idade Média Cristã entre os séculos V e XV. Durante este período, a Igreja se tornou mais uma instituição política do que espiritual, com o Papado exercendo controle absoluto. Movimentos como as Cruzadas usaram a força para espalhar o cristianismo, enquanto protestos como os de João Huss e João Wycliffe contestavam a corrupção da Igreja e defendiam uma volta aos ensinamentos bíblicos.
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A Idade Média Cristã: Séculos de Distanciamento dos Princípios Bíblicos
1. Lição 04
QUARTO PERÍODO:
A IDADE MÉDIA CRISTÃ
Séculos V a XV
Fonte: História da Igreja: dos primórdios à atualidade (IBUHT)
2. LEITURA BÍBLICA ~ Gl 1.8-11
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu
vos anuncie outro evangelho além do que já vos
tenho anunciado, seja anátema.
9 Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo
também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro
evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10 Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus?
ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda
agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que
por mim foi anunciado não é segundo os homens.
3. ~ ESBOÇO ~
INTRODUÇÃO
I A IGREJA MEDIEVAL
1 A Vida da Igreja; 2 O Culto e a Religião Popular; 3 As
Riquezas da Igreja e 4 O Papado
II O GRANDE CISMA DO ORIENTE
1. Algumas razões principais para o Grande Cisma e 2. A
Igreja Ortodoxa Hoje
III AS CRUZADAS
IV MOVIMENTOS DE PROTESTO
1 Os Valdenses (1170); 2 João Wycliffe ( 1328 - 1384) e 3
JOÃO HUSS (1373 - 1415)
IV A EVOLUÇÃO DO CATOLICISMO ROMANO
CONCLUSÃO
4. INTRODUÇÃO
É o período mais longo, e trágico, da história da Igreja
Cristã, cerca de mil anos. Dez séculos de distanciamento dos
princípios, doutrinas e práticas bíblicas. Quase todas as vozes
foram silenciadas. Esse foi também um período de protestos
por uma práxis, na Igreja, que correspondesse aos ditames da
Palavra de Deus.
A Igreja mais era uma força
política que uma extensão do
Reino de Deus na terra. O papa
tornara-se senhor absoluto da
Igreja que se estendia por todo
o território da antigo Império
Romano. Aquela que antes
dependia só de Deus, tornara-se
agora um negócio de homens.
5. I A IGREJA MEDIEVAL
1 A Vida da Igreja
O declínio moral e espiritual pelo
qual passava a Igreja nesse período
refletia-se em todos os seus
aspectos, em todos os lugares.
Embriagues e adultério eram os
menores vícios de um clero
apodrecido. Por toda Europa o
número de sacerdotes envolvidos em
escândalos era bem maior que os de
vida honesta. Entre eles prevalecia a
ignorância e o abandono de seus
deveres para com suas igrejas. Eram
acusados de roubo e venda de ofícios.
6. 2 O Culto e a Religião Popular
Era ministrado ao povo sacramentos que ocupavam a maior
parte da adoração:
a) batismo; b) confirmação; c) eucaristia; d) penitência; e)
extrema unção; f) ordem; g) matrimônio.
Os sacerdotes ensinavam que o
simples cumprimento desses
sacramentos era fator determinante
para a salvação. A missa era o
elemento central do culto. Era
celebrada com muito esplendor por
meio de cerimônias, movimentos,
vestimentas caríssimas, música
solene e belíssimos templos, tudo
com objetivo de impressionar o
espírito através dos sentidos.
7. 3 As Riquezas da Igreja
Desde o Imperador Constantino o clero vinha isento do
pagamento de impostos. Governos posteriores dispuseram que
só fossem ordenados para o sacerdócio os de “pequena
fortuna”, de poucas posses, de pouca ou nenhuma formação.
Assim a igreja passou a receber
não só ofertas dos fiéis mas foram-
lhe doadas muitas extensões de
terras, inúmeros edifícios para fins
religiosos. A Igreja tornou-se rica
na Europa chegando a dominar a
quarta parte dos territórios da
França, Alemanha e Inglaterra.
Rendas incalculáveis enchiam os
cofres da Igreja, isso sem falar do
dinheiro arrecadado na venda das
indulgências.
8. 4 O Papado
a) Origem:
Tudo começou com Constantino presidindo o 1º Concílio
das Igrejas (313). Depois foi construído a primeira basílica em
Roma.
Em 402 Inocêncio I dizendo-se governante das Igrejas
exigiu que todas as controvérsias fossem levadas a ele.
Em 440 Leão I aumentou sua autoridade, sendo visto por
alguns historiadores como o primeiro papa.
Em 445 o Imperador Romano Valentiniano III reconheceu a
pretensão do papa de exercer autoridade sobre as igrejas.
A palavra "papa" significa pai. Até o ano 500 todos os
bispos ocidentais foram chamados assim. Aos
poucos, restringiram esse tratamento aos bispos de Roma, que
valorizados, entenderam que a Capital do império desfeito
deveria ser sede da Igreja.
9. b) As Tradições:
No segundo século
surgiu uma tradição
propalada por Irineu de
que tanto Paulo como
Pedro, haviam fundado e
dirigido aquela igreja.
Jerônimo chega a
dizer que Pedro governou
esta igreja durante 25
anos. Assim, mais e mais
foi se solidificando a
lenda de que Pedro havia
fundado a igreja em
Roma e transferido para
lá o seu pontificado.
10. II O GRANDE CISMA DO ORIENTE
Tanto a igreja católica
ocidental, liderada por
Roma, como a ala
oriental, liderada por
Constantinopla, já havia
incorporado em suas
práticas e liturgias vários
pontos que seriam
questionados de forma
incisiva pela Reforma do
século XVI. Pontos estes
que deram lugar à separação
entre o leste e o Igreja Católica Apostólica
oeste, culminando, em Ortodoxa e a Igreja Católica
Apostólica Romana.
11. 1. Algumas razões principais para o Grande Cisma:
a) controvérsia iconoclástica, uma discordância contra a
utilização de imagens.
b) falta de predisposição tanto do papa, em Roma, como do
Patriarca, em Constantinopla, de se submeterem um ao outro.
c) diferenças culturais
existentes entre o oriente e o
ocidente. A igreja oriental foi
ficando cada vez mais
introspectiva, monástica e
mística. A igreja
ocidental, mais inovadora e
eclética na absorção de
12. 2. A Igreja Ortodoxa Hoje
É um ajuntamento de
igrejas autogovernadas.
São administrativamente
independentes e possuem
vários ramos, embora
todas reconheçam a
preeminência espiritual
do Patriarca de
Constantinopla. Dão
enorme importância a
tradição. Retornaram à
prática de veneração e
adoração dos ícones. E
existe um intenso
ritualismo e
formalismo, na sua
13. III AS CRUZADAS
Objetivavam “converter”, por quaisquer meios, inclusive
a espada, povos e nações ao cristianismo.
Eram Expedições de caráter "militar" organizadas pela
Igreja, para combaterem os inimigos do cristianismo e
libertarem a Terra Santa (Jerusalém) das mãos desses
infiéis.
O termo Cruzadas passou a designá-lo em virtude de
seus adeptos (os chamados soldados de Cristo) serem
identificados pelo símbolo da cruz bordado em suas
vestes.
A Igreja sempre defendia a participação dos fiéis na
Guerra Santa, prometendo a eles recompensas divinas,
como a salvação da alma e a vida eterna, através de
sucessivas pregações realizadas em toda a Europa.
14. IV MOVIMENTOS DE PROTESTO
No início do século XII surgiram vários movimentos de
oposição à atitude do clero e ao estado moral da Igreja por
parte de vários homens. Vejamos alguns:
1 Os Valdenses (1170). Liderados
por Pedro Valdo, um comerciante de
Lyon, na França, distribuiu todo o
seu dinheiro entre os pobres vindo a
tornar-se um evangelista itinerante.
À ele juntaram-se grandes
multidões que faziam frente à Igreja
espiritualmente enfraquecida.
Ainda que perseguidos pela
inquisição papal continuaram
sempre ativos no ensino do
Evangelho e na distribuição de
manuscritos parciais das Escrituras.
15. 2 João Wycliffe ( 1328 - 1384). Queria reformar a Igreja romana
através da eliminação dos clérigos imorais e pelo despojamento
de sua propriedade , que , segundo ele, era a fonte da corrupção.
As habilidades de Wycliffe influenciaram na preparação do
caminho para a reforma na Inglaterra. Ele deu aos ingleses sua
primeira Bíblia no vernáculo e criou o grupo lolardo para
proclamar ideias evangélicas entre o povo comum da Inglaterra.
3 JOÃO HUSS (1373 - 1415). Reformador religioso e patriota tcheco.
Apoiado, de início, pelas autoridades traduziu o Novo Testamento
para o tcheco e publicou vários livros: da glorificação do sangue de
Jesus Cristo, Contra a adoração das imagens, Vida e Paixão de
Cristo segundo os quatro Evangelhos. Excomungado deixou Praga
a pedido do imperador, e posteriormente foi sentenciado à
fogueira. Queimaram-no noprópriodiadacondenação.
16. V A EVOLUÇÃO DO CATOLICISMO ROMANO
– Séc. V a XV
400 – Maria passa a ser considerada “mãe de Deus” e os
católicos começam a interceder pelos mortos;
431 – Instituição do culto a Maria no concílio de Éfeso;
451 – Surge a doutrina da virgindade perpétua de Maria;
503 – É criada a doutrina do purgatório;
554 – 25 de dezembro oficializado como o nascimento de
Cristo;
600 – Gregório, o Grande, torna-se o primeiro Papa.
787 – Instituição do culto às imagens e às relíquias no II
Concílio de Nicéia;
850 – Concílio de Paiva. Instituição do rosário e da coroa da
virgem Maria e da doutrina da transubstanciação;
17. 880 – Início da canonização dos santos;
1073 – Instituída a doutrina do celibato pelo Papa Hildebrando
1094 – No Concílio de Clermont a Igreja Católica cria as
indulgências ( venda de salvação );
1100 – Institui-se o pagamento pelas missas e pelo culto aos
santos;
1184 – A “Santa Inquisição” é estabelecida no Concílio de
Verona;
1229 – A Igreja Católica proíbe aos leigos a leitura da Bíblia;
1317 – João XII ordena a reza “ Ave Maria ”;
1500 – Celebrada a primeira missa no Brasil;
18. CONCLUSÃO
Vimos aqui cerca de mil anos de história, um período
de protestos por uma ortodoxia e ortopraxia, na Igreja, que
correspondesse aos ditames da Palavra de Deus, ao custo da
própria vida.
Veremos na próxima aula, que estes protestos
resultaram na Reforma Protestante proporcionando liberdade
de acesso a Palavra de Deus e um novo tempo para os fiéis
que agora descobriam o caminho de relacionamento direto
com o Senhor.
Soli Deo gloria!
Ir. Adriano Pascoa
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