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Museu da Inconfidência
A idéia de criação do Museu da Inconfidência surgiu em 1937, quando o presidente
Getúlio Vargas tomou a iniciativa de recambiar para o Brasil os restos mortais dos
inconfidentes mandados para o exílio, um gesto final de reparação ao silêncio que recaiu
sobre a Conjuração Mineira desde que foi sufocada até o início da campanha para a
República, coincidindo com o processo de valorização do movimento.
A cidade escolhida para o descanso definitivo dos
insurretos não poderia ser outra: Ouro Preto, palco do
drama de 1789. O mais imponente edifício da praça
central - a Casa da Câmara e Cadeia de Vila Rica -, onde a
cabeça de Tiradentes foi exposta à execração pública, foi
o local determinado para abrigar o panteão dos heróis.
No prédio, doado ao governo federal em 2 de dezembro
de 1938, instalou-se o museu criado pelo decreto-lei nº
965, de 20 de dezembro do mesmo ano, com a finalidade
de "colecionar as coisas de vária natureza, relacionadas
com os fatos históricos da Inconfidência Mineira e com seus protagonistas, e bem assim
as obras de arte ou de valor histórico, que se constituem documentos expressivos da
formação de Minas Gerais".
Assim, por ocasião do sesquicentenário da sentença lavrada contra os inconfidentes, isto
é, em 21 de abril de 1942, foi inaugurado, no andar térreo, o panteão que guarda os
restos dos primeiros mártires a sonhar com a liberdade pátria.
No salão vizinho foram erguidas duas lápides, dentro dos mesmos padrões
arquitetônicos do panteão. Numa delas estão os despojos de Marília de Dirceu, noiva e
musa inspiradora do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga; a outra, vazia, é
dedicada a Bárbara Heliodora, esposa e inspiradora de outro poeta do movimento:
Inácio José de Alvarenga Peixoto.
Em 11 de agosto de 1944 instalou-se, oficialmente, o Museu da Inconfidência como um
todo.
O local acabou por converter-se em ponto de romaria cívica: todos os anos, em 21 de
abril, o governo do estado transfere-se para Ouro Preto e, no patamar das escadarias da
antiga Casa da Câmara e Cadeia realiza-se cerimônia relembrando a morte de Joaquim
José da Silva Xavier - o Tiradentes - ato que provoca intensa mobilização popular, com
repercussão em todo o país.
O acervo original foi constituído por doações, especialmente peças de arte religiosa,
feitas por D. Helvécio Gomes de Oliveira, arcebispo de Mariana, e pela coleção
pertencente ao antigo Instituto Histórico de Ouro Preto. Posteriormente, novas
aquisições e doações o enriqueceram.
Museu da Inconfidência
em Ouro Preto MG.
A documentação estritamente relacionada com a conspiração de 1789, como os autos da
devassa - processo instaurado pela administração portuguesa -, complementa-se com um
número variado de objetos que vão desde a forca em que Tiradentes foi executado até
paramentos usados pelos padres inconfidentes.
O mobiliário procede da Casa dos Contos, residência de João Rodrigues de Macedo,
banqueiro e contratador de impostos e suspeito de envolvimento na conjuração.
As coleções do museu estão dispostas em dois grupos: no pavimento térreo encontram-
se peças originais e manuscritos referentes à Inconfidência ou ao desenvolvimento
cultural de Minas, tanto em seu aspecto material quanto intelectual; no andar superior
expõe-se riquíssimo acervo constituído por peças sacras e mobiliário brasileiro do final
do século XVIII e início do século XIX. Sala especial é dedicada a Antônio Francisco
Lisboa - o Aleijadinho -genial escultor e arquiteto.
O edifício onde se encontra instalado o museu levou setenta anos para ser construído: de
1785 a 1855. Trata-se de um dos espécimes mais notáveis da construção civil do
período colonial. Suas poderosas paredes de pedra, com espessura que varia de dois
para um metro nos andares térreo e superior, respectivamente, ergueram-se durante a
administração do governador e capitão-general Luís da Cunha Meneses que, também
arquiteto, foi autor do projeto.
No início de sua ocupação, na década 1790-1800, a Câmara funcionou no segundo
pavimento e, no inferior, a cadeia.
A Câmara, decorridos 25 anos, foi transferida para outro prédio da praça central, quando
o casarão inteiro foi transformado em prisão. Com a construção da Penitenciária de
Neves, próximo a Belo Horizonte, os presos foram transferidos para aquela localidade.
Surgiu, então, a idéia de seu aproveitamento como museu.
Na condição de panteão dos heróis da conspiração de 1789 e de grande repositório de
testemunhos da cultura colonial, o Museu da Inconfidência atrai um número crescente
de visitantes de todas as partes do país e do exterior.
Na medida em que Ouro Preto, classificada pela Unesco como patrimônio cultural da
humanidade, vai-se convertendo em local obrigatório de peregrinações para todos
aqueles que se interessam pela arte colonial, que desejam conhecer um pouco mais do
passado brasileiro, ou ainda, que buscam um reencontro com suas tradições, cresce a
responsabilidade da instituição como fonte em que tais necessidades buscam saciar-se.
Para atender a esse papel que lhe foi imputado, o Museu da Inconfidência conta hoje
com três anexos onde foram instalados um auditório, sala de projeções, sala de
exposições temporárias, reserva técnica, setor de museografia e difusão cultural, setor
de processamento técnico e catalogação, laboratórios de restauração e fotográfico, setor
educativo, biblioteca, arquivo, e a infra-estrutura administrativa com áreas de
almoxarifado, financeira e de pessoal.
Optando por essa linha de atuação dinâmica, o Museu da Inconfidência apresenta-se
atualmente com um perfil bastante moderno, que busca a afirmação de um sólido lastro
cultural.
Há um setor voltado para os eventos - mostras especiais sobre o acervo ou sobre a obra
de artistas contemporâneos, apresentações musicais, exibições de filmes, videocassetes
e audiovisuais - e outro dedicado ao estudo e ao trabalho científico de base mais
permanente. O acervo documental é de grande riqueza. Reúne processos que tiveram
curso na Justiça durante o período colonial, os autos da devassa referentes aos réus
eclesiásticos que participaram da Inconfidência, o arquivo do barão de Camargo - um
político de grande atuação no Império - e um conjunto de partituras de música colonial
da maior significação para o Brasil, integrado por originais e cópias que resultaram das
investigações empreendidas pelo musicólogo alemão Francisco Curt Lange, descobridor
de um passado de criatividade que nossos historiadores especializados ignoravam. Além
da atividade regular de pesquisa, são oferecidos cursos de nível universitário e
programas educativos objetivando formar na criança uma consciência relacionada com
os valores da cidade em que vive. As atividades na área de conservação ganham
desenvoltura na medida em que procuram identificar as causas de degradação dos
materiais.
Hoje, o Museu da Inconfidência é o cabeça do Grupo de Museus e Casas Históricas de
Minas Gerais composto de nove instituições pertencentes ao governo federal, dispersas
pelas principais cidades coloniais do estado.
In: Acervo: revista do Arquivo Nacional. Vol.4, nº 1, jan.jun.-1989, Rio de Janeiro,
Arquivo Nacional, pp.145-147.

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Museu da Inconfidência

  • 1. Museu da Inconfidência A idéia de criação do Museu da Inconfidência surgiu em 1937, quando o presidente Getúlio Vargas tomou a iniciativa de recambiar para o Brasil os restos mortais dos inconfidentes mandados para o exílio, um gesto final de reparação ao silêncio que recaiu sobre a Conjuração Mineira desde que foi sufocada até o início da campanha para a República, coincidindo com o processo de valorização do movimento. A cidade escolhida para o descanso definitivo dos insurretos não poderia ser outra: Ouro Preto, palco do drama de 1789. O mais imponente edifício da praça central - a Casa da Câmara e Cadeia de Vila Rica -, onde a cabeça de Tiradentes foi exposta à execração pública, foi o local determinado para abrigar o panteão dos heróis. No prédio, doado ao governo federal em 2 de dezembro de 1938, instalou-se o museu criado pelo decreto-lei nº 965, de 20 de dezembro do mesmo ano, com a finalidade de "colecionar as coisas de vária natureza, relacionadas com os fatos históricos da Inconfidência Mineira e com seus protagonistas, e bem assim as obras de arte ou de valor histórico, que se constituem documentos expressivos da formação de Minas Gerais". Assim, por ocasião do sesquicentenário da sentença lavrada contra os inconfidentes, isto é, em 21 de abril de 1942, foi inaugurado, no andar térreo, o panteão que guarda os restos dos primeiros mártires a sonhar com a liberdade pátria. No salão vizinho foram erguidas duas lápides, dentro dos mesmos padrões arquitetônicos do panteão. Numa delas estão os despojos de Marília de Dirceu, noiva e musa inspiradora do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga; a outra, vazia, é dedicada a Bárbara Heliodora, esposa e inspiradora de outro poeta do movimento: Inácio José de Alvarenga Peixoto. Em 11 de agosto de 1944 instalou-se, oficialmente, o Museu da Inconfidência como um todo. O local acabou por converter-se em ponto de romaria cívica: todos os anos, em 21 de abril, o governo do estado transfere-se para Ouro Preto e, no patamar das escadarias da antiga Casa da Câmara e Cadeia realiza-se cerimônia relembrando a morte de Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes - ato que provoca intensa mobilização popular, com repercussão em todo o país. O acervo original foi constituído por doações, especialmente peças de arte religiosa, feitas por D. Helvécio Gomes de Oliveira, arcebispo de Mariana, e pela coleção pertencente ao antigo Instituto Histórico de Ouro Preto. Posteriormente, novas aquisições e doações o enriqueceram. Museu da Inconfidência em Ouro Preto MG.
  • 2. A documentação estritamente relacionada com a conspiração de 1789, como os autos da devassa - processo instaurado pela administração portuguesa -, complementa-se com um número variado de objetos que vão desde a forca em que Tiradentes foi executado até paramentos usados pelos padres inconfidentes. O mobiliário procede da Casa dos Contos, residência de João Rodrigues de Macedo, banqueiro e contratador de impostos e suspeito de envolvimento na conjuração. As coleções do museu estão dispostas em dois grupos: no pavimento térreo encontram- se peças originais e manuscritos referentes à Inconfidência ou ao desenvolvimento cultural de Minas, tanto em seu aspecto material quanto intelectual; no andar superior expõe-se riquíssimo acervo constituído por peças sacras e mobiliário brasileiro do final do século XVIII e início do século XIX. Sala especial é dedicada a Antônio Francisco Lisboa - o Aleijadinho -genial escultor e arquiteto. O edifício onde se encontra instalado o museu levou setenta anos para ser construído: de 1785 a 1855. Trata-se de um dos espécimes mais notáveis da construção civil do período colonial. Suas poderosas paredes de pedra, com espessura que varia de dois para um metro nos andares térreo e superior, respectivamente, ergueram-se durante a administração do governador e capitão-general Luís da Cunha Meneses que, também arquiteto, foi autor do projeto. No início de sua ocupação, na década 1790-1800, a Câmara funcionou no segundo pavimento e, no inferior, a cadeia. A Câmara, decorridos 25 anos, foi transferida para outro prédio da praça central, quando o casarão inteiro foi transformado em prisão. Com a construção da Penitenciária de Neves, próximo a Belo Horizonte, os presos foram transferidos para aquela localidade. Surgiu, então, a idéia de seu aproveitamento como museu. Na condição de panteão dos heróis da conspiração de 1789 e de grande repositório de testemunhos da cultura colonial, o Museu da Inconfidência atrai um número crescente de visitantes de todas as partes do país e do exterior. Na medida em que Ouro Preto, classificada pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade, vai-se convertendo em local obrigatório de peregrinações para todos aqueles que se interessam pela arte colonial, que desejam conhecer um pouco mais do passado brasileiro, ou ainda, que buscam um reencontro com suas tradições, cresce a responsabilidade da instituição como fonte em que tais necessidades buscam saciar-se. Para atender a esse papel que lhe foi imputado, o Museu da Inconfidência conta hoje com três anexos onde foram instalados um auditório, sala de projeções, sala de exposições temporárias, reserva técnica, setor de museografia e difusão cultural, setor de processamento técnico e catalogação, laboratórios de restauração e fotográfico, setor educativo, biblioteca, arquivo, e a infra-estrutura administrativa com áreas de almoxarifado, financeira e de pessoal. Optando por essa linha de atuação dinâmica, o Museu da Inconfidência apresenta-se atualmente com um perfil bastante moderno, que busca a afirmação de um sólido lastro cultural.
  • 3. Há um setor voltado para os eventos - mostras especiais sobre o acervo ou sobre a obra de artistas contemporâneos, apresentações musicais, exibições de filmes, videocassetes e audiovisuais - e outro dedicado ao estudo e ao trabalho científico de base mais permanente. O acervo documental é de grande riqueza. Reúne processos que tiveram curso na Justiça durante o período colonial, os autos da devassa referentes aos réus eclesiásticos que participaram da Inconfidência, o arquivo do barão de Camargo - um político de grande atuação no Império - e um conjunto de partituras de música colonial da maior significação para o Brasil, integrado por originais e cópias que resultaram das investigações empreendidas pelo musicólogo alemão Francisco Curt Lange, descobridor de um passado de criatividade que nossos historiadores especializados ignoravam. Além da atividade regular de pesquisa, são oferecidos cursos de nível universitário e programas educativos objetivando formar na criança uma consciência relacionada com os valores da cidade em que vive. As atividades na área de conservação ganham desenvoltura na medida em que procuram identificar as causas de degradação dos materiais. Hoje, o Museu da Inconfidência é o cabeça do Grupo de Museus e Casas Históricas de Minas Gerais composto de nove instituições pertencentes ao governo federal, dispersas pelas principais cidades coloniais do estado. In: Acervo: revista do Arquivo Nacional. Vol.4, nº 1, jan.jun.-1989, Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, pp.145-147.