SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 41
LOGO
Esferúlas Plásticas “Pellets” em praias de
Imbituba e Laguna – Santa Catarina
Jean Carlos R. Dos Santos
Orientador : Profº Adilson Tibúrcio
Introdução
Atualmente, os resíduos sólidos são reconhecidos como uma das mais
importantes formas de poluição marinha (Laist, 1997).
 Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos
descartados no mar representam uma das maiores ameaças ao
meio ambiente. Cerca de 90% do lixo nos oceanos é composto de
plástico. (GALGANI et al., 1995a; COE e ROGERS, 1997;
DERRAIK, 2002).
As alterações ambientais atingem hoje proporções preocupantes,
envolvendo não somente as regiões continentais como também os
ambientes de água doce e marinhos do planeta, especialmente aqueles
próximos a regiões de grande adensamento humano, como as zonas
litorâneas.
 Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP
(1989), resíduos sólidos são matérias que podem ser
subdivididas em categorias como plástico, material de
construção, material de pesca, papel, vidro, borracha,
espuma, metal, tecido, isopor e madeira antropogênica.
Usando como base esta classificação, dentro da
categoria plástica, pode ser criada uma subcategoria
para as esférulas de plástico virgem, comumente
chamadas de nibs (GREGORY, 1978) ou pellets.
Esférulas Plásticas
As esférulas plásticas são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas,
arredondadas e ovóides, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem
várias cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado
virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários plásticos, mas na
forma inicial de produção é a matéria-prima granulada que serve, por
exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios
de cozinha e revestimentos.
Pellets de polipropileno recolhidos no Japão (Takada, 2001).
Figura - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura - Esférulas plásticas
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura - Esférulas plásticas
 As publicações que primeiro apontaram para as esférulas plásticas
no ambiente datam da década de 1970 e referiam-se à presença
destes em águas oceânicas, baías, estuários e praias ( Carpenter,
et. al., 1972; Cundell, 1973; Kartar, et. al., 1973; Colton, et. al.,
1974; Morris, et.al., 1974). Em seguida, estudos realizados
especificamente sinalizavam a contaminação por pequenas
esférulas plásticas em praias e em águas costeiras da Nova
Zelândia, defendendo a idéia de que estes eram provenientes das
regiões industrializadas do hemisfério norte (Gregory, 1977;1978).
 No Brasil são relativamente recentes e ainda escassos os estudos
relativos as esférulas plásticas no ambiente costeiro, não sendo
possível,ainda, traçar um panorama que favoreça diagnósticos,
monitoramento e planejamento sobre as mesmas. As principais
contribuições, até então, registraram o tema em algumas praias do
Rio Grande do Sul (Pianowski, 1997), Pernambuco (Costa, et al.,
2009; Silva-Cavalcanti, et.al., 2009), Rio Grande do Norte (Ivar do
Sul, et.al., 2009) e São Paulo (Turra, et al., 2008; Manzano, 2009),
demonstrando a necessidade de novas investigações, a fim de se
ampliar o conhecimento sobre as esférulas plásticas, sua
distribuição e conseqüências ao ambiente.
Gráfico: Quantidades de estudos por década
Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)
Figura: Abordagens metodológicas no estudo das esférulas
Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)
A presença das esférulas esta fortemente documentada e é citada em
inúmeros artigos científicos, assim como sua capacidade de adsorção de
poluentes orgânicos. Revelou-se a existência de vários micropoluentes
orgânicos (ou seja, bifenilos policlorados: PCBs,DDE, e nonilfenol) em
esférulas plásticas recolhidas em praias (Mato ET AL, 2001).
Principais poluentes orgânicos adsorvidos ao plástico (adaptado de International Pellet
Watch, 2008).
Adsorção de POPs
 A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de
polimerização leva a uma degradação lenta. Associada à elevada
persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à água faz com
que estes consigam flutuar, ficando visíveis nas massas de água.
Em nível de microfauna aquática, as esférulas plásticas são também um sério
problema, pois a sua degradação leva a que estes atinjam dimensões reduzidas,
fazendo com que integrem as cadeias alimentares aquáticas, conduzindo à morte
de muitos organismos. (DERRAIK, 2002).
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Vida Marinha
Os detritos tornaram-se um problema de poluição persistente e difuso afetando
todos os oceanos do planeta, causando lesões e, em casos extremos, a morte de
um amplo número de animais marinhos e aves. As causas de morte devem-se ao
aprisionamento de animais por detritos e pela ingestão de partículas, que
facilmente são confundidas com alimento (Allsopp, 2006).
Segundo (GREGORY, 1978; SHIBER, 1987) as
esférulas plásticas aparecem no meio ambiente
devido a derramamentos acidentais durante o
manuseio, transporte marítimo ou terrestre ou
pelas perdas ocasionadas pelas indústrias de
produção de plástico e pela lavagem da
superfície costeira proveniente das águas
pluviais e de despejo de tratamento de esgoto.
Dispersão
As perdas de grânulos plásticos para o ambiente
ocorrem nas indústrias (produtora e
transformadora), no transporte ou durante seu
uso em processos de limpeza e outros em navios
ou plataformas de petróleo
Objetivo Geral
Realizar um estudo sobre a presença e a abundância de esférulas
plásticas em 8 (oito) praias dos municípios de Imbituba e Laguna,
Santa Catarina, identificando-as quanto à cor, peso.
Objetivos específicos
Realizar coleta de esférulas plásticas nas praias dos municípios de Imbituba
e Laguna, Santa Catarina;
 Avaliar a presença e abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias
do litoral sul de Santa Catarina, localizadas nos municípios de Imbituba e
Laguna;
 Identificar a cor, peso das esférulas plásticas , nas areas de estudo;
 Gerar dados para incentivar futuros estudos e programas de
monitoramento das esférulas plásticas em todo o litoral de Santa Catarina.
Metodologia
Amostragem foi realizada nos meses de Março,Abril e Maio nas regiões da
antepraia das praias do litoral de Imbituba e Laguna - Santa Catarina, Localizadas
na região sul :
Praia do mar grosso / Laguna
Praia do Gi / Laguna
Praia do Sol / Laguna
Praia de Itapirubá Norte / Imbituba
Praia de Itapirubá Sul / Imbituba
Praia da Vila / Imbituba
Praia do Porto (Aguada) / Imbituba
Praia da Ribanceira / Imbituba
 A definição das praias supracitadas deu-se pela
verificação prévia de relativa concentração das esférulas
plásticas nos locais de estudo. Foi estabelecida uma
malha amostral de 50 metros, perpendicular à linha da
água, a partir da última maré mais alta e a região inicial
das dunas embrionárias. Por 100 metros, paralelos à
linha da água, em cada praia, definida por GPS.
Em cada malha amostral foram coletadas 8 amostras , com um
quadrante de PVC de 1m2, em cada praia pesquisada . Os locais das
coletas foram escolhidos aleatoriamente dentro do espaço de cem
metros, segundo método de Wetzel (1995) adaptado de
IOC/FAO/UNEP (1989).
Figura - Amostras de 1m2
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura - Malha amostral
Fonte: Elaboração do autor, 2012.
Figura – esférulas em dunas embrionárias
Fonte: Elaboração do autor, 2012
REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Foram lidos artigos e trabalhos sobre o tema:
Esférulas Plásticas
 Lixo marinho
 resíduos sólidos
Poluição Marinha por esférulas
 Plástico
 Áreas costeiras
Resultado e discussão
Os resultados obtidos foram analisados de forma a facilitar a visualização dos
padrões existentes para cada área de estudo. Para tanto os dados estão dispostos
em tabelas.
A praia do Gi foi a praia que apresentou a maior concentração de esférulas plásticas na
soma total de itens, com a média de 81,25 itens/m e 7,72 g no total geral de itens.
Uma vez que a praia localiza-se na parte central da area de estudo longe do porto de
Imbituba e dos molhes de Laguna, eu acredito que a alta concentração das esférulas
plásticas se deve as correntes e mares.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 13 107 120
2 11 52 63
3 9 82 91
4 9 70 79
5 10 78 88
6 6 51 57
7 8 68 76
8 6 70 76
Total 72 578 650
Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Gi em Laguna-SC, 2012.
Praia do Gi
PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL
A praia de Itapirubá sul foi a praia com a segunda maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 58,75 itens/m e 3,61 g
no total geral de itens.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 22 119 141
2 15 18 33
3 6 15 21
4 4 20 24
5 19 9 28
6 4 10 14
7 34 115 149
8 10 50 60
Total 114 356 470
Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia de Itapirubá Sul
em Laguna-SC, 2012.
PRAIA DO PORTO (AGUADA)
A Praia do porto foi a praia com a terceira maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 36,62 itens/m e 6,14 g no total
geral de itens. Apresentou maior quantidade de itens da cor branca, ou seja, as
esférulas plásticas virgens, o que pode estar relacionado com o porto de
Imbituba.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 37 2 39
2 32 0 32
3 31 1 32
4 28 4 32
5 49 2 51
6 36 3 39
7 41 1 42
8 25 1 26
Total 279 14 293
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Porto em
Imbituba-SC, 2012.
Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto
PRAIA DO MAR GROSSO
 A praia do Mar Grosso foi a praia que apresentou a quarta maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com média de 32,62 itens/m e 4,22 g no
total geral de itens, sendo a segunda a apresentar o maior número de esférulas
plásticas brancas, portanto, não apresenta porto em sua localidade, assim se pode
deduzir que a presença das esférulas plásticas se deve ao aporte marinho e
continental.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 33 3 36
2 29 0 29
3 76 3 79
4 65 5 70
5 10 2 12
6 2 10 12
7 5 5 10
8 9 4 13
Total 229 32 261
Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Mar Grosso em Laguna-SC,
2012.
PRAIA DO SOL
 A Praia do Sol foi a praia com a quinta maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 27,25 itens/m e 2,93 g no
total geral de itens.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 2 32 34
2 8 29 37
3 6 14 20
4 8 23 31
5 5 21 26
6 5 9 14
7 9 9 18
8 5 33 38
Total 48 170 218
Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Sol
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Sol em Laguna-SC, 2012.
PRAIA DA VILA
 A Praia da Vila foi a praia com a sexta maior concentração de esférulas
plásticas na soma total de itens, com a média de 15,87 itens/m e 2,44 g no
total geral de itens. A praia da Vila, pela sua localização ao lado do porto,
deveria ter apresentado uma concentração igual ou maior do que a praia do
Porto, o que não ocorreu. Isto se deve acredito eu à grande atividade
turística da praia, práticas esportivas e que, devido ao pisoteio, pode ter
soterrado as esférulas plásticas no sedimento, camuflando-as.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 9 0 9
2 8 2 10
3 10 8 18
4 8 6 14
5 11 10 21
6 10 15 25
7 9 8 17
8 6 7 13
Total 71 56 127
Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Vila
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia da Vila em Imbituba-
SC, 2012.
PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE
 A Praia de Itapirubá Norte foi a praia com a sétima maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 10,37 itens/m e
1,76 g no total geral de itens.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 9 3 12
2 10 4 14
3 5 6 11
4 2 1 3
5 8 6 14
6 2 1 3
7 7 0 7
8 15 4 19
Total 58 25 83
Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia de Itapirubá Norte
em Imbituba-SC, 2012.
PRAIA DA RIBANCEIRA
 A Praia da Ribanceira foi a praia com a oitava maior concentração de
esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 8,12 itens/m e
2,43 g no total geral de itens.
Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total
1 10 0 10
2 9 2 11
3 8 3 11
4 16 4 20
5 2 0 2
6 1 3 4
7 4 0 4
8 3 0 3
Total 53 12 65
Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia da Ribanceira em
Imbituba-SC, 2012.
Esferúlas Plásticas “ Plastic Pellets” nas Praias de Imbituba e Laguna - Santa Catarina
Grosso Gi Sol Norte Sul Vila Porto Riba
Brancas 229 72 48 58 114 71 279 53
Coloridas 32 578 170 25 356 56 14 12
Total 261 650 218 83 470 127 293 65
Peso total 4.2264g 7.7256g 2.9354g 1.7613g 3.6158g 2.4440g 6.1438g 2.4387g
Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e massa total
Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos em praias de Imbituba-SC e Laguna-SC, 2012.
A tabela 9, abaixo apresenta os resultados da abundância das esférulas plásticas
nas Praias de Imbituba e Laguna, considerando a massa total e a coloração das
esférulas encontradas, constatando-se que a Praia com a maior abundância em
massa de esférulas plásticas foi a Praia do Gi com 7.72g e aquela que apresentou
menor abundância em massa foi a Praia de Itapirubá do Norte com 1.76g.
CONCLUSÃO
 Conclui-se, como mostrado nos resultados, que em todas as praias
pesquisadas foi encontrada a presença das esférulas plásticas, principalmente na
praia do Gi e praia de Itapirubá Sul, que são praias com grandes atividades
turísticas, onde há maior nível de adensamento humano.
 Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores
de esférulas plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no
Rio Grande/RS – as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em
função das atividades portuária e industrial.
CONCLUSÃO
 É importante se destacar que as esférulas plásticas se enquadram na
categoria “plástica”, isto é, possuem um alto tempo de resistência no
ambiente seja marinho ou continental e que, juntamente com os fragmentos
plásticos, permanecem por um longo tempo no ambiente, causam danos à
vida marinha e animais costeiros devido à ingestão dos mesmos.
 Faz-se necessário incentivar estudos mais detalhados sobre a origem,
dispersão no meio marinho e monitoramento deste material no ambiente
bem como seu efeito real sobre a vida marinha e costeira.
 Também é importante divulgar à comunidade, empresas e órgãos
ambientais responsáveis sobre a realidade da contaminação do meio
ambiente e da fauna pelas esférulas plásticas a fim de que se tomem
medidas que busquem soluções para o problema.
Bibliografia
 ANANTHASWAMY, A. Junk food - A diet of plastic pellets plays havoc with animals immunity. New Scient., v.
169, n. 2274, p. 18, 2001.
 ARAUJO, M. C. B.; COSTA, M. F. Lixo no ambiente marinho. Ciência Hoje, v. 32, n. 191, p. 64-67, 2003.
 BEATLEY, T. Protecting biodiversity in coastal environments: introduction and overview. Coastal Management, v.
19, n. 1, p. 1-19, 1991.
 CARPENTER, E. J. eT AL.. Polystyrene spherules in coastal waters. Science, 178(62), 749-750.1972.
 COE, J.M.; ROGERS, D.B. Marine Debris: sources, impacts and solutions. SpringerVerlac, v. 8, p. 99-139, 997.
 LIMA, A. M. F. Estudo da cadeia produtiva do Polietileno Tereftalato (PET) na Região Metropolitana de
Salvador como subsídio para análise do ciclo de vida.
 Monografia (Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria). Escola
Politécnica. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM). Universidade
Federal da Bahia, Salvador. 2001.
 MANO, E. B. Introdução a polímeros. 2. ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda. 1999. 191 p.
 ORMOND, R.F.G.; GAGE, J.D., ANGEL, M.V. Marine biodiversity: patterns and processes. Cambridge:
Cambridge University Press, 1997. 449 p.
 PETRY, M. V.; FONSECA, V. S. S. Effects of human activities in the marine environment on seabirds along the
coast of Rio Grande do Sul, Brazil. Ornitol. Neotrop., v. 13, p. 137-142, 2002.
 CUNHA, Ícaro. Desenvolvimento sustentável na costa brasileira.Máster en Gestão de Negócios – Coordinadora
de Pós Graduação. Universidade Católica de Santos, 2005.
 D’ALMEIDA, Maria L.; VILHENA, André (Org.). Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São
Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
 D'ANTONIO et al. Will extreme climatic events facilitate biological invasions? Frontiers in Ecology and the
Environment 10(5):!249F257, 2012.
 DAY, R. H. The occurrence and characteristics of plastic pollutions in Alaska’s marine birds. Dissertação
de Mestrado. University of Alaska, Fairbanks, AK,111 p. 1980.
 DERRAIK, J. G. B. The pollution of the marine environment by plastic debris: A review. Marine Pollution
Bulletin, v. 44, n. 9, p. 842-852, 2002.
 DIXON, T. R. & DIXON, T. J. Marine litter surveillance. Marine Pollution Bulletin, 12: 289-295, 1981.
 EPA. Methods to Manage and Control Plastic Wastes. Report to the Congress. Washington: EPA/530-SW-89-
051. Environmental Protection Agency. 1990a.
 ______. Plastics Pellets in the Aquatic Environment: Sources and recommendations. Washington: EPA/842-B-
92-010. Final Report. Environmental Protection Agency. 1992a.
 FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discussão Ética. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro,
11 (2): 314-320, abr./jun. 1995.
LOGO
Esferulas plásticas
Esferulas plásticas
Esferulas plásticas

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Problemas ambientais que envolvem água
Problemas ambientais que envolvem águaProblemas ambientais que envolvem água
Problemas ambientais que envolvem água
Dayane Almeida
 
Introdução Limnologia
Introdução LimnologiaIntrodução Limnologia
Introdução Limnologia
LCGRH UFC
 
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreirosTrindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
FURG
 
abrolhos
abrolhosabrolhos
abrolhos
Jade
 
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
Leonor Vaz Pereira
 
Powerpoint Nr. 5 ImportâNcia Dos Decompositores
Powerpoint Nr. 5   ImportâNcia Dos DecompositoresPowerpoint Nr. 5   ImportâNcia Dos Decompositores
Powerpoint Nr. 5 ImportâNcia Dos Decompositores
Nuno Correia
 
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOPOTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
Rural Pecuária
 

Was ist angesagt? (19)

Relatório pré encontro de educação ambiental
Relatório pré encontro de educação ambientalRelatório pré encontro de educação ambiental
Relatório pré encontro de educação ambiental
 
Slides do livro Eletrônico
Slides do livro EletrônicoSlides do livro Eletrônico
Slides do livro Eletrônico
 
Trabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de CursoTrabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de Curso
 
Informativo insp 23
Informativo insp   23Informativo insp   23
Informativo insp 23
 
Biogeoquimica estuarina
Biogeoquimica estuarinaBiogeoquimica estuarina
Biogeoquimica estuarina
 
Ecologia de riachos CURSO DE VERÃO EM LIMNOLOGIA
Ecologia de riachos CURSO DE VERÃO EM LIMNOLOGIAEcologia de riachos CURSO DE VERÃO EM LIMNOLOGIA
Ecologia de riachos CURSO DE VERÃO EM LIMNOLOGIA
 
Prova de Ciências - 4º ano
Prova de Ciências - 4º anoProva de Ciências - 4º ano
Prova de Ciências - 4º ano
 
áGuas
áGuasáGuas
áGuas
 
Problemas ambientais que envolvem água
Problemas ambientais que envolvem águaProblemas ambientais que envolvem água
Problemas ambientais que envolvem água
 
Introdução Limnologia
Introdução LimnologiaIntrodução Limnologia
Introdução Limnologia
 
Apostila de química ambiental
Apostila de química ambientalApostila de química ambiental
Apostila de química ambiental
 
Jornal - O movimento
Jornal - O movimentoJornal - O movimento
Jornal - O movimento
 
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreirosTrindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
 
abrolhos
abrolhosabrolhos
abrolhos
 
Poluição marinha por plásticos e o direito internacional do ambiente
Poluição marinha por plásticos e o direito internacional do ambientePoluição marinha por plásticos e o direito internacional do ambiente
Poluição marinha por plásticos e o direito internacional do ambiente
 
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
51.3.poluição e degradação de recursos2011.iiip.aqua.trata.residuos
 
Ultilização de agua problemas ambientais
Ultilização de agua problemas ambientaisUltilização de agua problemas ambientais
Ultilização de agua problemas ambientais
 
Powerpoint Nr. 5 ImportâNcia Dos Decompositores
Powerpoint Nr. 5   ImportâNcia Dos DecompositoresPowerpoint Nr. 5   ImportâNcia Dos Decompositores
Powerpoint Nr. 5 ImportâNcia Dos Decompositores
 
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOPOTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
POTENCIAL DE USO DO LODO DE ESTAÇÔES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
 

Ähnlich wie Esferulas plásticas

Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdfConhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
DautodaSilveira
 
Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1
Mayjö .
 
Coatwach EB/São_Martinho do Porto
Coatwach EB/São_Martinho do PortoCoatwach EB/São_Martinho do Porto
Coatwach EB/São_Martinho do Porto
eco-escolas
 
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemas
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemasPlano de aula cinco oceanos, cinco problemas
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemas
pedagogicosjdelrei
 
Interciencia poggio leaomafalda2009-1
Interciencia poggio leaomafalda2009-1Interciencia poggio leaomafalda2009-1
Interciencia poggio leaomafalda2009-1
Carolina Poggio
 

Ähnlich wie Esferulas plásticas (20)

Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna santa...
Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa...Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna   santa...
Esférulas plásticas (plastic pellets) nas praias de imbituba e laguna santa...
 
Artigo lixo marinho
Artigo   lixo marinhoArtigo   lixo marinho
Artigo lixo marinho
 
do morro ao mar-banner.ppt
do morro ao mar-banner.pptdo morro ao mar-banner.ppt
do morro ao mar-banner.ppt
 
1ª serie reda cem - 10.23
1ª serie   reda cem -  10.231ª serie   reda cem -  10.23
1ª serie reda cem - 10.23
 
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
 
Ilha de plástico 3º A
Ilha de plástico 3º AIlha de plástico 3º A
Ilha de plástico 3º A
 
Nl biosfera 5_fichas
Nl biosfera 5_fichasNl biosfera 5_fichas
Nl biosfera 5_fichas
 
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdfConhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
 
Lixeiras nos Oceanos
Lixeiras nos OceanosLixeiras nos Oceanos
Lixeiras nos Oceanos
 
Itapua peixes artigo
Itapua peixes artigoItapua peixes artigo
Itapua peixes artigo
 
Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1
 
Artigo bioterra v18_n2_03
Artigo bioterra v18_n2_03Artigo bioterra v18_n2_03
Artigo bioterra v18_n2_03
 
Palestra Meio Ambiente - SIPAT CPOVOS
Palestra Meio Ambiente - SIPAT CPOVOSPalestra Meio Ambiente - SIPAT CPOVOS
Palestra Meio Ambiente - SIPAT CPOVOS
 
Oceanos e mares
Oceanos e maresOceanos e mares
Oceanos e mares
 
Artigo bioterra v21_n1_06
Artigo bioterra v21_n1_06Artigo bioterra v21_n1_06
Artigo bioterra v21_n1_06
 
Pelotezando plástico descartado nos oceanos para afunda-lo em fossas marinhas
Pelotezando plástico descartado nos oceanos para afunda-lo em fossas marinhasPelotezando plástico descartado nos oceanos para afunda-lo em fossas marinhas
Pelotezando plástico descartado nos oceanos para afunda-lo em fossas marinhas
 
Coatwach EB/São_Martinho do Porto
Coatwach EB/São_Martinho do PortoCoatwach EB/São_Martinho do Porto
Coatwach EB/São_Martinho do Porto
 
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemas
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemasPlano de aula cinco oceanos, cinco problemas
Plano de aula cinco oceanos, cinco problemas
 
Acua pura no lamego
Acua pura no lamegoAcua pura no lamego
Acua pura no lamego
 
Interciencia poggio leaomafalda2009-1
Interciencia poggio leaomafalda2009-1Interciencia poggio leaomafalda2009-1
Interciencia poggio leaomafalda2009-1
 

Esferulas plásticas

  • 1. LOGO Esferúlas Plásticas “Pellets” em praias de Imbituba e Laguna – Santa Catarina Jean Carlos R. Dos Santos Orientador : Profº Adilson Tibúrcio
  • 2. Introdução Atualmente, os resíduos sólidos são reconhecidos como uma das mais importantes formas de poluição marinha (Laist, 1997).
  • 3.  Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos descartados no mar representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Cerca de 90% do lixo nos oceanos é composto de plástico. (GALGANI et al., 1995a; COE e ROGERS, 1997; DERRAIK, 2002). As alterações ambientais atingem hoje proporções preocupantes, envolvendo não somente as regiões continentais como também os ambientes de água doce e marinhos do planeta, especialmente aqueles próximos a regiões de grande adensamento humano, como as zonas litorâneas.
  • 4.  Segundo a classificação proposta pela IOC/FAO/UNEP (1989), resíduos sólidos são matérias que podem ser subdivididas em categorias como plástico, material de construção, material de pesca, papel, vidro, borracha, espuma, metal, tecido, isopor e madeira antropogênica. Usando como base esta classificação, dentro da categoria plástica, pode ser criada uma subcategoria para as esférulas de plástico virgem, comumente chamadas de nibs (GREGORY, 1978) ou pellets.
  • 5. Esférulas Plásticas As esférulas plásticas são pequenas pastilhas mais ou menos achatadas, arredondadas e ovóides, que variam entre 2 a 5 mm de diâmetro, possuem várias cores, principalmente brancas e translúcidas que são as de estado virgem. Surgem como resultado da degradação dos vários plásticos, mas na forma inicial de produção é a matéria-prima granulada que serve, por exemplo, para a fabricação de embalagens, cabos de ferramentas, utensílios de cozinha e revestimentos. Pellets de polipropileno recolhidos no Japão (Takada, 2001). Figura - Esférula plástica (pellets) em lupa microscópica Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 6. Figura - Esférulas plásticas Fonte: Elaboração do autor, 2012. Fonte: Elaboração do autor, 2012. Figura - Esférulas plásticas
  • 7.  As publicações que primeiro apontaram para as esférulas plásticas no ambiente datam da década de 1970 e referiam-se à presença destes em águas oceânicas, baías, estuários e praias ( Carpenter, et. al., 1972; Cundell, 1973; Kartar, et. al., 1973; Colton, et. al., 1974; Morris, et.al., 1974). Em seguida, estudos realizados especificamente sinalizavam a contaminação por pequenas esférulas plásticas em praias e em águas costeiras da Nova Zelândia, defendendo a idéia de que estes eram provenientes das regiões industrializadas do hemisfério norte (Gregory, 1977;1978).
  • 8.  No Brasil são relativamente recentes e ainda escassos os estudos relativos as esférulas plásticas no ambiente costeiro, não sendo possível,ainda, traçar um panorama que favoreça diagnósticos, monitoramento e planejamento sobre as mesmas. As principais contribuições, até então, registraram o tema em algumas praias do Rio Grande do Sul (Pianowski, 1997), Pernambuco (Costa, et al., 2009; Silva-Cavalcanti, et.al., 2009), Rio Grande do Norte (Ivar do Sul, et.al., 2009) e São Paulo (Turra, et al., 2008; Manzano, 2009), demonstrando a necessidade de novas investigações, a fim de se ampliar o conhecimento sobre as esférulas plásticas, sua distribuição e conseqüências ao ambiente.
  • 9. Gráfico: Quantidades de estudos por década Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011) Figura: Abordagens metodológicas no estudo das esférulas Fonte: Elaborado por Falcão, Plínio (2011)
  • 10. A presença das esférulas esta fortemente documentada e é citada em inúmeros artigos científicos, assim como sua capacidade de adsorção de poluentes orgânicos. Revelou-se a existência de vários micropoluentes orgânicos (ou seja, bifenilos policlorados: PCBs,DDE, e nonilfenol) em esférulas plásticas recolhidas em praias (Mato ET AL, 2001). Principais poluentes orgânicos adsorvidos ao plástico (adaptado de International Pellet Watch, 2008). Adsorção de POPs
  • 11.  A resistência destes materiais no ambiente devido às cadeias de polimerização leva a uma degradação lenta. Associada à elevada persistência, a baixa densidade dos plásticos relativamente à água faz com que estes consigam flutuar, ficando visíveis nas massas de água. Em nível de microfauna aquática, as esférulas plásticas são também um sério problema, pois a sua degradação leva a que estes atinjam dimensões reduzidas, fazendo com que integrem as cadeias alimentares aquáticas, conduzindo à morte de muitos organismos. (DERRAIK, 2002).
  • 12. Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 13. Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 14. Vida Marinha Os detritos tornaram-se um problema de poluição persistente e difuso afetando todos os oceanos do planeta, causando lesões e, em casos extremos, a morte de um amplo número de animais marinhos e aves. As causas de morte devem-se ao aprisionamento de animais por detritos e pela ingestão de partículas, que facilmente são confundidas com alimento (Allsopp, 2006).
  • 15. Segundo (GREGORY, 1978; SHIBER, 1987) as esférulas plásticas aparecem no meio ambiente devido a derramamentos acidentais durante o manuseio, transporte marítimo ou terrestre ou pelas perdas ocasionadas pelas indústrias de produção de plástico e pela lavagem da superfície costeira proveniente das águas pluviais e de despejo de tratamento de esgoto.
  • 16. Dispersão As perdas de grânulos plásticos para o ambiente ocorrem nas indústrias (produtora e transformadora), no transporte ou durante seu uso em processos de limpeza e outros em navios ou plataformas de petróleo
  • 17. Objetivo Geral Realizar um estudo sobre a presença e a abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias dos municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina, identificando-as quanto à cor, peso. Objetivos específicos Realizar coleta de esférulas plásticas nas praias dos municípios de Imbituba e Laguna, Santa Catarina;  Avaliar a presença e abundância de esférulas plásticas em 8 (oito) praias do litoral sul de Santa Catarina, localizadas nos municípios de Imbituba e Laguna;  Identificar a cor, peso das esférulas plásticas , nas areas de estudo;  Gerar dados para incentivar futuros estudos e programas de monitoramento das esférulas plásticas em todo o litoral de Santa Catarina.
  • 18. Metodologia Amostragem foi realizada nos meses de Março,Abril e Maio nas regiões da antepraia das praias do litoral de Imbituba e Laguna - Santa Catarina, Localizadas na região sul : Praia do mar grosso / Laguna Praia do Gi / Laguna Praia do Sol / Laguna Praia de Itapirubá Norte / Imbituba Praia de Itapirubá Sul / Imbituba Praia da Vila / Imbituba Praia do Porto (Aguada) / Imbituba Praia da Ribanceira / Imbituba
  • 19.
  • 20.  A definição das praias supracitadas deu-se pela verificação prévia de relativa concentração das esférulas plásticas nos locais de estudo. Foi estabelecida uma malha amostral de 50 metros, perpendicular à linha da água, a partir da última maré mais alta e a região inicial das dunas embrionárias. Por 100 metros, paralelos à linha da água, em cada praia, definida por GPS.
  • 21. Em cada malha amostral foram coletadas 8 amostras , com um quadrante de PVC de 1m2, em cada praia pesquisada . Os locais das coletas foram escolhidos aleatoriamente dentro do espaço de cem metros, segundo método de Wetzel (1995) adaptado de IOC/FAO/UNEP (1989). Figura - Amostras de 1m2 Fonte: Elaboração do autor, 2012. Figura - Malha amostral Fonte: Elaboração do autor, 2012.
  • 22. Figura – esférulas em dunas embrionárias Fonte: Elaboração do autor, 2012
  • 23. REVISÃO BIBLIOGRAFICA Foram lidos artigos e trabalhos sobre o tema: Esférulas Plásticas  Lixo marinho  resíduos sólidos Poluição Marinha por esférulas  Plástico  Áreas costeiras
  • 24. Resultado e discussão Os resultados obtidos foram analisados de forma a facilitar a visualização dos padrões existentes para cada área de estudo. Para tanto os dados estão dispostos em tabelas. A praia do Gi foi a praia que apresentou a maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 81,25 itens/m e 7,72 g no total geral de itens. Uma vez que a praia localiza-se na parte central da area de estudo longe do porto de Imbituba e dos molhes de Laguna, eu acredito que a alta concentração das esférulas plásticas se deve as correntes e mares. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 13 107 120 2 11 52 63 3 9 82 91 4 9 70 79 5 10 78 88 6 6 51 57 7 8 68 76 8 6 70 76 Total 72 578 650 Tabela 1 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Gi Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Gi em Laguna-SC, 2012.
  • 26. PRAIA DE ITAPIRUBÁ SUL A praia de Itapirubá sul foi a praia com a segunda maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 58,75 itens/m e 3,61 g no total geral de itens. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 22 119 141 2 15 18 33 3 6 15 21 4 4 20 24 5 19 9 28 6 4 10 14 7 34 115 149 8 10 50 60 Total 114 356 470 Tabela 2 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Sul Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia de Itapirubá Sul em Laguna-SC, 2012.
  • 27. PRAIA DO PORTO (AGUADA) A Praia do porto foi a praia com a terceira maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 36,62 itens/m e 6,14 g no total geral de itens. Apresentou maior quantidade de itens da cor branca, ou seja, as esférulas plásticas virgens, o que pode estar relacionado com o porto de Imbituba. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 37 2 39 2 32 0 32 3 31 1 32 4 28 4 32 5 49 2 51 6 36 3 39 7 41 1 42 8 25 1 26 Total 279 14 293 Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Porto em Imbituba-SC, 2012. Tabela 3 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Porto
  • 28. PRAIA DO MAR GROSSO  A praia do Mar Grosso foi a praia que apresentou a quarta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com média de 32,62 itens/m e 4,22 g no total geral de itens, sendo a segunda a apresentar o maior número de esférulas plásticas brancas, portanto, não apresenta porto em sua localidade, assim se pode deduzir que a presença das esférulas plásticas se deve ao aporte marinho e continental. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 33 3 36 2 29 0 29 3 76 3 79 4 65 5 70 5 10 2 12 6 2 10 12 7 5 5 10 8 9 4 13 Total 229 32 261 Tabela 4 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Mar Grosso Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Mar Grosso em Laguna-SC, 2012.
  • 29. PRAIA DO SOL  A Praia do Sol foi a praia com a quinta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 27,25 itens/m e 2,93 g no total geral de itens. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 2 32 34 2 8 29 37 3 6 14 20 4 8 23 31 5 5 21 26 6 5 9 14 7 9 9 18 8 5 33 38 Total 48 170 218 Tabela 5 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia do Sol Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia do Sol em Laguna-SC, 2012.
  • 30. PRAIA DA VILA  A Praia da Vila foi a praia com a sexta maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 15,87 itens/m e 2,44 g no total geral de itens. A praia da Vila, pela sua localização ao lado do porto, deveria ter apresentado uma concentração igual ou maior do que a praia do Porto, o que não ocorreu. Isto se deve acredito eu à grande atividade turística da praia, práticas esportivas e que, devido ao pisoteio, pode ter soterrado as esférulas plásticas no sedimento, camuflando-as. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 9 0 9 2 8 2 10 3 10 8 18 4 8 6 14 5 11 10 21 6 10 15 25 7 9 8 17 8 6 7 13 Total 71 56 127 Tabela 6 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Vila Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia da Vila em Imbituba- SC, 2012.
  • 31. PRAIA DE ITAPIRUBÁ NORTE  A Praia de Itapirubá Norte foi a praia com a sétima maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 10,37 itens/m e 1,76 g no total geral de itens. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 9 3 12 2 10 4 14 3 5 6 11 4 2 1 3 5 8 6 14 6 2 1 3 7 7 0 7 8 15 4 19 Total 58 25 83 Tabela 7 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia de Itapirubá Norte Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia de Itapirubá Norte em Imbituba-SC, 2012.
  • 32. PRAIA DA RIBANCEIRA  A Praia da Ribanceira foi a praia com a oitava maior concentração de esférulas plásticas na soma total de itens, com a média de 8,12 itens/m e 2,43 g no total geral de itens. Amostra Quantidade de esférulas brancas Quantidade de esférulas coloridas Total 1 10 0 10 2 9 2 11 3 8 3 11 4 16 4 20 5 2 0 2 6 1 3 4 7 4 0 4 8 3 0 3 Total 53 12 65 Tabela 8 - Abundância e classificação de esférulas plásticas na Praia da Ribanceira Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos na Praia da Ribanceira em Imbituba-SC, 2012.
  • 33. Esferúlas Plásticas “ Plastic Pellets” nas Praias de Imbituba e Laguna - Santa Catarina Grosso Gi Sol Norte Sul Vila Porto Riba Brancas 229 72 48 58 114 71 279 53 Coloridas 32 578 170 25 356 56 14 12 Total 261 650 218 83 470 127 293 65 Peso total 4.2264g 7.7256g 2.9354g 1.7613g 3.6158g 2.4440g 6.1438g 2.4387g Tabela 9 - Resultado geral da análise quantitativa esférulas plásticas brancas, coloridas e massa total Fonte: Dados obtidos pelo pesquisador Jean Carlos Rodrigues dos Santos em praias de Imbituba-SC e Laguna-SC, 2012. A tabela 9, abaixo apresenta os resultados da abundância das esférulas plásticas nas Praias de Imbituba e Laguna, considerando a massa total e a coloração das esférulas encontradas, constatando-se que a Praia com a maior abundância em massa de esférulas plásticas foi a Praia do Gi com 7.72g e aquela que apresentou menor abundância em massa foi a Praia de Itapirubá do Norte com 1.76g.
  • 34. CONCLUSÃO  Conclui-se, como mostrado nos resultados, que em todas as praias pesquisadas foi encontrada a presença das esférulas plásticas, principalmente na praia do Gi e praia de Itapirubá Sul, que são praias com grandes atividades turísticas, onde há maior nível de adensamento humano.  Embora as praias estudadas tenham apresentado concentrações menores de esférulas plásticas em comparação a outros lugares – como em Santos/SP e no Rio Grande/RS – as mesmas se mostraram contaminadas com este material, em função das atividades portuária e industrial.
  • 35. CONCLUSÃO  É importante se destacar que as esférulas plásticas se enquadram na categoria “plástica”, isto é, possuem um alto tempo de resistência no ambiente seja marinho ou continental e que, juntamente com os fragmentos plásticos, permanecem por um longo tempo no ambiente, causam danos à vida marinha e animais costeiros devido à ingestão dos mesmos.  Faz-se necessário incentivar estudos mais detalhados sobre a origem, dispersão no meio marinho e monitoramento deste material no ambiente bem como seu efeito real sobre a vida marinha e costeira.  Também é importante divulgar à comunidade, empresas e órgãos ambientais responsáveis sobre a realidade da contaminação do meio ambiente e da fauna pelas esférulas plásticas a fim de que se tomem medidas que busquem soluções para o problema.
  • 36. Bibliografia  ANANTHASWAMY, A. Junk food - A diet of plastic pellets plays havoc with animals immunity. New Scient., v. 169, n. 2274, p. 18, 2001.  ARAUJO, M. C. B.; COSTA, M. F. Lixo no ambiente marinho. Ciência Hoje, v. 32, n. 191, p. 64-67, 2003.  BEATLEY, T. Protecting biodiversity in coastal environments: introduction and overview. Coastal Management, v. 19, n. 1, p. 1-19, 1991.  CARPENTER, E. J. eT AL.. Polystyrene spherules in coastal waters. Science, 178(62), 749-750.1972.  COE, J.M.; ROGERS, D.B. Marine Debris: sources, impacts and solutions. SpringerVerlac, v. 8, p. 99-139, 997.  LIMA, A. M. F. Estudo da cadeia produtiva do Polietileno Tereftalato (PET) na Região Metropolitana de Salvador como subsídio para análise do ciclo de vida.  Monografia (Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria). Escola Politécnica. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM). Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2001.  MANO, E. B. Introdução a polímeros. 2. ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda. 1999. 191 p.  ORMOND, R.F.G.; GAGE, J.D., ANGEL, M.V. Marine biodiversity: patterns and processes. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. 449 p.  PETRY, M. V.; FONSECA, V. S. S. Effects of human activities in the marine environment on seabirds along the coast of Rio Grande do Sul, Brazil. Ornitol. Neotrop., v. 13, p. 137-142, 2002.
  • 37.  CUNHA, Ícaro. Desenvolvimento sustentável na costa brasileira.Máster en Gestão de Negócios – Coordinadora de Pós Graduação. Universidade Católica de Santos, 2005.  D’ALMEIDA, Maria L.; VILHENA, André (Org.). Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.  D'ANTONIO et al. Will extreme climatic events facilitate biological invasions? Frontiers in Ecology and the Environment 10(5):!249F257, 2012.  DAY, R. H. The occurrence and characteristics of plastic pollutions in Alaska’s marine birds. Dissertação de Mestrado. University of Alaska, Fairbanks, AK,111 p. 1980.  DERRAIK, J. G. B. The pollution of the marine environment by plastic debris: A review. Marine Pollution Bulletin, v. 44, n. 9, p. 842-852, 2002.  DIXON, T. R. & DIXON, T. J. Marine litter surveillance. Marine Pollution Bulletin, 12: 289-295, 1981.  EPA. Methods to Manage and Control Plastic Wastes. Report to the Congress. Washington: EPA/530-SW-89- 051. Environmental Protection Agency. 1990a.  ______. Plastics Pellets in the Aquatic Environment: Sources and recommendations. Washington: EPA/842-B- 92-010. Final Report. Environmental Protection Agency. 1992a.  FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discussão Ética. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 11 (2): 314-320, abr./jun. 1995.
  • 38. LOGO