1. É para você que vai abrir uma empresa ou renovar sua marca.
Trabalho há 25 anos no ramo e segue aqui a minha opinião sobre
CRIAÇÃO DE NOME E MARCA
2. NÃO É FÓRMULA MATEMÁTICA
Acho importante que saibam: o que se segue é baseado na
minha experiência ao longo de anos de profissão.
Nada é taxativo, definitivo, refratário, nem vai ser aplaudido
por todos os outros colegas, que certamente têm o que acrescentar.
A vida é dinâmica – e salve a diversidade!
3. O NOME
Sou a favor de nomes curtos e que minimizem ou mesmo
anulem problemas de dúvidas na grafia ou ao se escutar.
Sabe aquele caso do cara cujos pais não têm piedade e o batizam
com algo como Jadsteírson? Certamente ele vai ouvir milhares
de "O quêêêê?" ao longo da vida.
4. O NOME
É a mesma coisa com o nome da sua empresa. Teste trocentas vezes
com pessoas próximas, pense se alguém não vai perguntar se é
com I ou Y, X ou CH. Nomes estrangeiros são um perigo.
Você acha lindo que sua academia se chame FIRE e um dia verá escrito
FAIER por alguém que não sabe inglês. Acho que seria melhor se
chamar Academia Firé; além de ser fácil de falar e escrever, é pouco
provável que alguém tenha pensado nesse nome antes.
5. O NOME
Importantíssimo é ver se o nome já não está registrado
como marca no INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Você pode ter que mudar TUDO, caso alguém que tenha
marca registrada resolva pegar no seu pé.
6. A IMAGEM
Ponto mais importante desta conversa. Se o que você
vai ter é uma marca, então a função dela é ficar marcada na
cabeça de quem vê. Como isso acontece?
7. A IMAGEM
1) Originalidade. Se você vai abrir um haras, colocar a imagem
convencional de um cavalo junto ao nome NÃO É fazer uma marca.
É apenas a enésima reprodução daquela imagem de cavalo, que
provavelmente se parece com outras tantas. Se você quer uma
imagem de cavalo, peça pra quem vai desenvolver a marca que
apresente algo diferente, novo, estilizado, ousado. Porque aí
ela vai ser vista e associada APENAS a sua empresa.
8. A IMAGEM
Mas não há necessidade de que a imagem tenha uma relação
direta com o seu produto ou serviço. Isto é, no caso do haras,
a imagem pode ser algo "nada a ver", desde que seja visualmente
agradável e, eventualmente, até tenha mobilidade,
como o mascote da empresa de telefonia Vivo.
9. A IMAGEM
2) Simplicidade. É um caso parecido com o do nome da empresa:
quanto menos elementos, cores e efeitos, mais rapidamente o
cérebro "lê" a imagem. Evito degradês, sombras e luzes. Ao menos,
na marca básica (em alguma situação pontual, vá lá, até pode-se
acrescentar um efeito - mas eu particularmente prefiro sempre o mais
simples). Como exemplo contrário, repare nesses brasões de família:
se colocados num cartão de visitas, viram uma massaroca
incompreensível, dada a quantidade de elementos.
10. A IMAGEM
3) Praticidade. Mais um motivo pra evitar rebuscamentos é que, se
você estiver numa cidade pequena sem muitos recursos ou gente
qualificada e precisar fazer um cartão ou um banner pra colocar num
evento, os degradês e cores e luzes podem virar um quadro de
Van Gogh - o que, pra ser exposto num museu, seria maravilhoso.
Mas o seu caso será para uma feira de negócios, provavelmente.
11. AS FONTES (LETRAS)
Atente para a leitura das letras que escolhe. Alguns tipos mais
enjoados deixam as pessoas em dúvida se aquilo é um T ou um J.
Escolha uma fácil de ler e pode fugir das carnes de vaca
Arial, Times e Comic Sans (aliás, não só pode como deve).
12. AS FONTES (LETRAS)
Existem milhares de fontes interessantes e pouco usadas, mas atenção
para direitos autorais, pois algumas fontes não são gratuitas.
Sim, misturar maiúsculas e minúsculas tá valendo,
pois uma marca não é uma obra literária.
Às vezes, um E minúsculo fica bem ao lado de um L maiúsculo.
13. AS CORES
O pessoal usuário do programa Illustrator vai me matar.
Acontece que, imaginando a mesma situação que mencionei
no item 3, o que sugiro é que, por ser o Corel Draw o programa
mais usado Brasil afora, as cores de sua marca estejam naquela
palheta básica dele. Pouca gente entende o que é CMYK, Pantone e
outras nomenclaturas do ramo. Melhor ser prático do que ser chique.
14. O QUE NÃO FAZER
Evite misturar a imagem com o nome. A leitura pode ser confusa
e, em muitos casos, precisa ser rápida (como a de alguém dirigindo
e vendo um outdoor da sua empresa).
É muito comum a gente ver um desenho no meio do nome
substituindo uma das letras. Vejam esse caso:
15. O QUE NÃO FAZER
Eu demoro uns segundos a mais
pra ler "Rio" e, se quiser,
dá pra se ler "Bio" também...
Frescura? Pode parecer. Mas eu
prefiro não dar margem a
questionamentos de quem tem
imaginação fértil.
16. O QUE NÃO FAZER
Outra coisa que não recomendo,
pelo mesmo motivo, é colocar uma
mesma letra pra servir em dois
lugares do nome, como aqui:
17. PRA TERMINAR
Sua marca deve ser preservada. Não dá pra sair distorcida, torta,
com outro tipo de letra, com outras cores. Assim, em cada lugar vai
estar de um jeito, e deixa de ser sua marca. É o mesmo que arrumar
um jogador mediano sósia do Neymar, pra entrar em campo no lugar
dele, e esperar que as pessoas acreditem que é o original.
18. PRA TERMINAR
Então, exija um manual de utilização de marca da empresa
ou pessoa que for fazer o trabalho de criação. Ele deve ter,
no mínimo, um quadro com as proporções de altura e largura,
os nomes das fontes (letras) escolhidas e das cores utilizadas.
19. PRA TERMINAR
Essas cores devem ter duas descrições: uma para impressos
(escala CMYK) e outra para vídeo (escala RGB). Se quiser, mande
um e-mail e explico a diferença. Quanto às fontes, além da
descrição, peça os arquivos de instalação delas e grave-os em tudo que
é computador que puder, num canto em que ninguém vá apagar.
É isso! Abraço e grato por ter vindo até o fim.