O documento discute a implantação da cultura do feijoeiro no Brasil, abordando tópicos como clima, solo, preparo do solo, semeadura, adubação, cultivares e deficiências nutricionais. Fatores como temperatura, precipitação e radiação solar influenciam a produção. O feijoeiro deve ser cultivado em solos arenosos bem drenados, com correção do pH e dosagem adequada de fertilizantes como nitrogênio, fósforo e potássio. Existem diferentes métodos de preparo do solo
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Implantação da cultura do feijoeiro
1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL
IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
DO FEIJOEIRO
Prof. Laerton
2. CLIMA
Fatores climáticos que mais influenciam na
produção de feijão: temperatura, precipitação
pluvial e a radiação solar.
A planta de feijão pode ser considerada
fotoneutra.
3. CLIMA
Temperaturas abaixo de 0 ºC (inverno
na região Sul) e altas temperaturas e
umidade relativa do ar inviabilizam o
cultivo de feijão na Região Sul na
época de inverno e limitam no Norte.
O feijão é mais suscetível à deficiência
hídrica durante a floração e o estádio
inicial de formação das vagens.
4. SOLO
O feijoeiro não se desenvolve bem em solos
encharcados e ácidos.
Devem ser evitados os terrenos muito
inclinados, porque seu cultivo favorece a
erosão.
Adotar técnicas de conservação do solo
como o plantio em nível ou terraços.
5. SOLO
A rotação de culturas é outra prática que deve
ser feita visando à melhoria das condições
físicas, químicas e biológicas do solo.
O feijoeiro é uma planta que responde bem a
adubação verde e orgânica.
Efeitos semelhantes aos da adubação verde
são obtidos com a aplicação de estercos,
compostos e tortas.
6. Preparo do solo
Preparo convencional;
Preparo mínimo;
Plantio direto.
Dentro de cada método existem diversos
sistemas de preparos ou sequências de
operações que podem ser empregadas.
7. Preparo do solo –
SISTEMA CONVENCIONAL
ARAÇÃO – arado de disco ou
aiveca;
GRADAGEM – grades aradoras:
Após a aração
Antes da semeadura
9. Preparo do solo – CULTIVO MÍNIMO
Sistema reduzido de preparo do solo;
O cultivo mínimo é um sistema entre o
convencional e o plantio direto.
No cultivo mínimo, o preparo do solo é
minimizado pelo menor uso de máquinas. Há um
revolvimento mínimo do solo e a manutenção
dos resíduos vegetais, utilizando-se, apenas,
escarificação e gradagens leves.
10. Preparo do solo –
SISTEMA DE PLANTIO DIRETO
O plantio direto pressupõe a utilização
de equipamentos especiais e o uso de
herbicida específico de pós-emergência.
Bons resultados foram relatados quando
se plantou a cultura em sequência a
trigo, aveia, soja e arroz.
11.
12. SEMEADURA
ESPAÇAMENTO E QUANTIDADE E QUALIDADE DE
SEMENTES
O espaçamento mais recomendado :50 a 60 centímetros
Outros espaçamentos
13. SEMEADURA
12 a 15 sementes por metro linear, de modo a ter-se,
na colheita, ao redor de 10 plantas por metro.
O espaçamento deve variar segundo os cultivares,
sejam determinados ou indeterminados.
14. SEMEADURA
Qualidade das sementes (tratamento com
inseticidas e fungicidas) : evitar transmissão de
doenças e garantia de germinação.
Uso de sementes melhoradas.
Ensaios de pesquisa mostraram aumentos de
até 15% na produtividade somente com o uso
de sementes escolhidas.
15. CALAGEM
Contribui para aumentar a produtividade do feijão, não
só pela correção do solo, mas também por aumentar
a eficiência da adubação.
Deve ser recomendada com base na análise química
do solo e realizada cerca de 60 dias antes do plantio.
Quanto mais profunda for a incorporação do calcário
(CaCO3) , melhor será o resultado da aplicação.
Poder tampão do solo (capacidade que o solo tem
de resistir a mudanças bruscas de pH).
16. ADUBAÇÃO MINERAL
Somente 10 a 15% dos produtores, segundo pesquisa
realizada pela Embrapa, usam fertilizantes e corretivos.
A adubação deve ser feita com base na análise do solo.
Recomendações
Nitrogênio : 30 – 40 Kg/ha, sendo 1/3 no plantio e 2/3
em cobertura.
Fósforo (P) : aplicado todo no plantio
Potássio (K) : pode ou não ser parcelado.
17. ADUBAÇÃO MINERAL
A dosagem de P e K é recomendada com base nos resultados da análise do solo,
utilizando a tabela seguinte:
Classe Teor de P no
solo (mg dm-3)
Dosagem:
P2O5 (kg/ha)
Teor de K no
solo (mg dm-3)
Dosagem:
K2O (kg/ha)
Baixa 0,0 a 3,0 60 0,0 a 2,0 40
Média 3,1 a 6,0 40 20,0 a 40,0 30
Alta 6,1 a 10,0 20 40,0 a 60,0 20
Muito alta > 10 *** > 60 ***
Fonte: Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais,
1999.
18. SINTOMAS VISUAIS DE
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAIS
NITROGÊNIO: Clorose nos folíolos das folhas
mais velhas com posterior necrose e queda.
19. FÓSFORO: folhas inferiores com coloração
verde pálida e as superiores com tons verde
mais escuro. Caule – mais curtos e finos
20. POTÁSSIO: Clorose marginal nos folíolos das folhas mais
velhas que evoluem entre as nervuras. Menor crescimento
– caule, área foliar e nº de folhas.
21.
22. CÁLCIO: folhas com clorose parcial intensa e menor
crescimento da planta. Morte dos pontos de
crescimento, murchamento do caule, pecíolo e brotos
23. MAGNÉSIO: folhas mais velhas com clorose interneval
que progride do centro para as bordas do folíolo.
24. ENXOFRE: folíolos mais novos com clorose
generalizada. Plantas atrofiadas – caules finos.
25.
26. BORO: Folhas retorcidas, espessas, nervuras com
tonalidades verde-claro. Pontos necróticos e secamento
dos pontos de crescimento.
27. COBRE: Folhas novas com tonalidades mais escuras –
enrugamento das bordas e curvamento da ponta do limbo
para baixo.
28. ZINCO: encurtamento dos internódios, folha de
tamanho reduzido, folíolos em formato de lança.
29. ADUBAÇÃO VERDE E/OU
ORGÂNICA
É a incorporação de uma massa verde,
visando o fornecimento de nutrientes para o
feijão.
É pouco usada por ocupar a área que seria
destinada ao plantio do feijão.
Plantas utilizadas como adubo verde
- mucuna
- crotalária
- feijão de porco
30. ADUBAÇÃO VERDE E/OU
ORGÂNICA
Algumas plantas usadas como adubos verdes
ainda apresentam efeitos Alelopáticos.
Crotalária diminui o ataque de nematoides.
Efetuar o plantio em torno de 10 dias após a
incorporação do adubo verde.
Deixar o material cortado na superfície do solo
secando por um período de 2 a 3 dias antes da
incorporação, para que possa perder umidade.
32. ADUBAÇÃO VERDE
É a incorporação ao solo de plantas
especialmente cultivadas para esse fim ou de
outras vegetações cortadas quando ainda
verdes para serem incorporadas.
Essas plantas protegem o solo contra a ação
direta da chuva e quando
incorporadas,melhoram as propriedades físicas
e químicas do solo, pelo incremento de matéria
orgânica.
37. ADUBAÇÃO ORGÂNICA
Matéria Orgânica
Substância ou material de origem
vegetal ou animal existente no solo
independente do seu grau de
decomposição.
Húmus
Fração da matéria orgânica em seu
mais
alto grau de transformação.
38. Qual a importância da utilização
dos adubos orgânicos?
• Fonte de nutrientes lenta e duradoura
• Melhora consideravelmente as características
físicas, químicas e biológicas do solo
• Utilização de resíduos cujo
descarte causaria impactos
ambientais
39. Exemplos:
• Uso de vinhaça e torta de filtro, resíduos
importantes da agroindústria canavieira,
representam importantes aportes de matéria
orgânica , potássio e fósforo;
• A manutenção da palhada sobre o solo também
garante importante reciclagem de nutrientes,
principalmente de potássio e nitrogênio;
• Utilização de estercos bovinos na agricultura,
principalmente em hortas, jardins, etc.
40. Efeitos nas propriedades físicas do solo
Resíduos orgânicos
Densidade do solo
Poros de tamanho grande
Entrada de ar
Drenagem de água
41. ESTRUTURAÇÃO
Solo destruturado(esquerda)
e solo bem granulado (direita).
A matéria
orgânica
funciona como
agente
cimentante das
partículas e sua
incorporação
libera
substâncias
orgânicas que
funcionam como
elementos
aglutinantes das
partículas
42. ESTRUTURAÇÃO
A matéria orgânica dá mais liga aos solos
arenosos, tornando-os mais bem arranjados,
mais estruturados, e reduz a coesão dos
argilosos, fazendo com que fiquem mais
“leves”.
Com menor densidade e solo estruturado, a
compactação é diminuída e as raízes têm
ambiente mais favorável para o seu
crescimento.
43. AERAÇÃO E DRENAGEM DO SOLO
Promovendo a agregação e a estruturação,
são formados poros com melhor distribuição de
tamanho, facilitando a circulação do ar e da
água.
A infiltração da água da chuva é aumentada.
44. RETENÇÃO DE ÁGUA
Indiretamente: MO aumenta a capacidade de infiltração da
água devido às melhorias das condições físicas do horizonte
superficial do solo;
Diretamente: grande capacidade específica de retenção de
água.
Quanto maior a capacidade de infiltração da água , menor é o
escorrimento de água pela superfície formando a enxurrada e
menor as perdas por erosão;
A evaporação da água dos solos serão reduzidas pela presença
da MO.
45. FORNECIMENTO DE NUTRIENTES
Os resíduos de plantas e de animais contêm
quantidades variáveis de elementos minerais,
como o fósforo, o magnésio, o cálcio, o enxofre
e micronutrientes.
À medida que a matéria orgânica se decompõe,
estes elementos tornam-se disponíveis para as
plantas em crescimento.
46. FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE
NITROGÊNIO
Simbiose entre a planta e com bactérias.
No caso específico do feijão, a simbiose pode
ocorrer com as seguintes espécies de
bactéria: Rhizobium leguminosarum phaseoli,
R tropici, R. gallicum e R. giardinii.
Nodulação das raízes
47. FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE
NITROGÊNIO
Depende das condições fisiológicas da planta
hospedeira : fornecimento de energia para a bactéria
realizar eficientemente este processo.
Além da calagem, é importante proceder a correção do
solo com os demais nutrientes.
Fósforo : fornecimento de energia para o processo de
FBN.
Molibidênio: constituinte estrutural da nitrogenase
48. CULTIVARES
Regiões do Brasil – preferência do tipo
de grãos consumido;
Várias cultivares plantadas no Centro-
Oeste são oriundas da Embrapa Arroz
e Feijão;
Existem hoje no Brasil sete tipos de
feijão de caráter comercial
SE DIFEREM PRINCIPALMENTE PELA COR E TAMANHO
49. Carioca - coloração bege com
estrias marrons
Preto – grão pequeno, consumido na
região Sul e nos Estados do Espírito
Santo e Rio de Janeiro.
50. Rosinha - coloração rosa
claro, grão pequeno. É
consumido principalmente
nos Estados de Goiás, Mato
Grosso, Pará e São Paulo.
Roxinho - grão como pequeno,
coloração arroxeada e é
consumido principalmente nos
Estados de Goiás e Minas
Gerais.
51. Mulatinho - consumido na região
Nordeste do país, coloração
bege claro, grão pequeno.
Rajado - bege claro com estrias roxas,
grãos graúdo. É consumido
principalmente na região Sul e nos
Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Manteigão (jalo) - coloração amarelo,
grãos graúdo. É consumido principalmente
nos Estados de Minas Gerais, São Paulo,
Pará e Goiás.
53. TRATOS CULTURAIS
A lavoura deve ser mantida no limpo, livre de ervas
daninhas pelo menos até o início do florescimento.
Um preparado eficiente do solo, com uma gradagem
imediatamente antes do plantio, retarda a
germinação das sementes de ervas daninhas.
O controle de ervas daninhas pode ser preventivo,
cultural, mecânico e químico (uso de herbicidas).
54. IRRIGAÇÃO
Mais utilizada no cultivo de feijão de 3ª
safra.
Custo dos equipamentos elevado.
Bons preços alcançados pelo produto no
mercado.
55. IRRIGAÇÃO
QUANTIDADE DE ÁGUA: de acordo com a
evatranspiração da cultura;
Cuidados com as doenças foliares!
Podem ser utilizados diversos sistemas de
irrigação, como aspersão, sulcos e subirrigação.
57. COLHEITA
A colheita deve ser iniciada quando as hastes
estiverem em estado adiantado de secagem e
quando a maioria das folhas estiverem caídas.
Consequências do atraso na colheita
perda da qualidade comercial do produto, por
ocorrência de carunchos ou micro-organismos,
deiscência das vagens excessivamente secas.
58. TRILHAGEM
Trilhagem : separação dos grãos da palhada.
Métodos
Utilização de trilhadoras acopladas ao trator
Bateção à vara
Passagem do trator de rodas por cima das plantas.
Uso máquinas recolhedoras que levantam o feijão
enleirado que, depois de trilhado e limpo, é
entregue ensacado.
59. ARMAZENAMENTO
Armazenar com umidade em torno de 12%.
O armazenamento deve ser feito preferencialmente
em local escuro e ventilado, pois o feijão não pode
ficar exposto à luz e nem ao calor, porque perde a
qualidade em pouco tempo.
Podem seu usados silos subterrâneos revestidos
com polietileno, onde o feijão é armazenado
ensacado ou a granel.
60. Educar é ensinar a pensar sozinho!!!
Prof. Laerton
laerton.leite@bol.com.br