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Comunicação pública da ciência
e da tecnologia:
uma necessidade imprescindível
Yurij Castelfranchi

Dep. de Sociologia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)

ycastelfranchi@gmail.com
CPCT: Why, When, How






Importância da comunicação pública da C&T, para o
“público”, para a ciência e para o pesquisador
Modelos e práticas de comunicação pública: para além
do déficit: da compreensão ao engajamento
Percepção pública da ciência e percepção de risco: a
informação é necessária, mas não suficiente
Importância da comunicação
pública da C&T











Cidadania tecnocientífica: direito à informação e
necessidade imprescindível de acesso
Democratização do conhecimento: dever moral da
difusão (Einstein, Dewey)
“Prestar conta” para sociedade
Talentos e carreiras
Visibilidade e legitimação política e moral
Apoio, recursos, proteção
Institucionalização da ciência
Qualificar a cidadania e o debate público
Relevância da comunicação pública
da C&T


.... Mas hoje, cada vez mais,o “dever” moral do
cientista e duas instituições e a “necessidade” ou o
direito de saber da sociedade também se
entrelaçam com necessidades novas: o “dever” do
cidadão se informar e a necessidade e o “direito” do
cientista ou de sua instituição
Relevância da comunicação pública
da C&T




“Agorá” midiática como lugar de tomada de decisão:
Conflitos e debates políticos atravessados por
controvérsias sócio-técnicas: esfera pública
qualificada
Mecanismos e procedimentos ampliados
deliberativos
Séculos XVI e XVII:
“Pérolas aos porcos”




Coleções anatômicas, wunderkammern, teatros
anatômicos e Venus anâtômicas, conferências
Fim do princípio de autoridade, comunicação como valor
Séculos XVI e XVII:
“Pérolas aos porcos”












Textos nas línguas “vulgares”. Fim da autoridade +
difusão = debate organizado
1603: Accademia dei Lincei
1657: Accademia del Cimento
1660-62: Royal Society
1666: Paris, Academie des Sciences. E Journal des
Savants
“precisamos de um modo de falar nu, natural, de
significados claros, e uma preferencia para a linguagem
dos artesãos e dos mercantes…” (Royal Society, 1667)
“Pérolas aos porcos” vs comunicação como valor
1665: Oldenburg e Philosophical Transactions
(microscópio)
Comunicação como
instituição fundamental da ciência


Para John Ziman, físico e sociólogo: “O princípio
basilar da ciência acadêmica é que os resultados da
pesquisa devem ser públicos. Qualquer coisa os
cientistas pensem ou digam como indivíduos, as
descobertas deles não podem ser consideradas
como pertencentes ao conhecimento científico se
não foram relatadas e gravadas de forma
permanente”
“A instituição fundamental da ciência
é o sistema de comunicação”
1750-1800: “Luzes da razão”
•A ciência é também universalismo, progresso,
luz da razão contra a superstição e o
preconceito
•Determinismo (Laplace)
•Ela se torna símbolo de conhecimento puro,
verdadeiro, para todos... E todas.

Ciência é idealizada, e se torna sinônimo de
verdade. Significa libertação, democratização do
saber. A divulgação da ciência se torna
fundamental (Encyclopédie)
Ciência para todos...
Rouelle faz “demonstrações” de química nos
jardins do Rei. Assistem Diderot, Condorcet, Rousseau.
Joseph de Lalande (1732-1807) passeia no Pont-Neuf
comendo aranhas… e com uma luneta.
 Voltaire divulga Newton
 Fontenelle divulga Descartes
 Luzes e Encyclopédie. Melodramas, teatro de
rua, poemas científicos. Sobre tudo: pára-quedas, arcoíris, evolução...
1738 ca: Jacques de Vaucanson e sues “robôs” (o
flautista, o pato…e o cartão perfurado)
François
1738: Jacques de
Vaucanson e os seus
autômatos
…e para todas


Giuseppe Compagnoni (17541833) é autor de um “Química para
as mulheres”
 Francesco Algarotti (1712-1764)
escreve “Newtonianismo para as
damas”.
 As próprias mulheres são
divulgadoras da ciência: Jane
Marcet, “Conversações sobre
química”
1800-1900: “Cientistas”
•A ciência se torna uma profissão: em 1799: nasce
a Royal Institution, primeiro laboratório público.
•Em 1836, W. Whewell inventa o termo “cientista”
(scientist), em oposição a “filosofo natural”
•Surge a separação institucionalizada entre ciência
e público leigo

Ciência é autoridade. Cientista é exemplo moral.
Nasce a “popular science”: conhecimento científico
como mercadoria. Nasce o jornalismo científico
Michael Faraday na Royal Institution:
História Química de uma Vela
Humphry Davy e os primeiros
engarrafamentos...
1818 American Journal of Science
1833 “Penny press”: nasce a comunicação de
massa
1835 New York Sun conta ciência
1845 Scientific American
1869 Nature
1872 Popular Science Monthly
1878 Science News
1896 Ciência na capa... Um dedo e uma aliança
1920-2000: fraturas e nevralgias
•Ligação entre ciência, sistema militar e industrial,
economia, política, se torna mais e mais relevante
•“Big science”
•A distinção entre ciência pura e aplicação
industrial se torna menos e menos clara
•As implicações éticas da ciência se revelam
extremamente complexas e importantes

Crítica da ciência. “Social studies of science”.
“Medo” da ciência e “anti-ciência”. Comunicação
da ciência como instrumento crítico
(watchdog), crucial para gestão da democracia.
Ciência “Pós-acadêmica” (Ziman) ou
“de Modo 2” (Nowotny et al.)
Non-instrumental

Academic

1900

Universities
1950

Pure

Basic
„Mode 1‟

2000

Pre-instrumental



Instrumental

Industrial

Government Labs
Research Councils
Foundations

Industries
Applied

Post-industrial

Strategic



„Mode 2‟

Post-Academic


Ciência de “Modo 2” (Gibbons, Nowotny et al.)
“Modo 1”

“Modo 2”

Contexto (da
prática
científica)

“Contexto da descoberta”:
Problemas e metodologias
definidos no interior e de cada
comunidade acadêmica.

Contexto “da aplicação”: A
pesquisa é impulsionada por
atores heterogêneos

Estrutura
disciplinar

Forte distinção entre ciência
teórica e experimental, e entre
ciência de base e aplicada.

Tipicamente transdisciplinar. Fluxo
bidirecional entre o teórico e o
aplicativo.

Responsabilid
ade
(accountability
)

O conhecimento é visto como
neutral. Sua aplicação posterior
é julgada socialmente.

Há social accountability já na fase
inicial de pesquisa. Ciência
“reflexivas”.

Organização
social

Institucionalizada: base
preferencial é a academia.
Grupos e redes de pesquisa
usualmente de tipo disciplinar.

O conhecimento é produzido em
diferentes instituições e variados
contextos. Grupos e redes
interdisciplinares.

Controle de
qualidade da
ciência

Peer-review, comitês científicos.

Comunidades ampliadas, critérios
amplos. Além de confiável, o
conhecimento deve ser
“socialmente robusto”.
Métodos participativos
de deliberação
Consensus conferences
Governo e instituições
“dialogando” com a sociedade
Governo e instituições
“dialogando” com a sociedade
Quando o conhecimento é produzido
por uma multiplicidade de atores
Quando o conhecimento é produzido
por uma multiplicidade de atores
Aristóteles e a retórica
Atechnoi
(contexto)

 3 dimensões da “persuasão” (e da educação)

Fonte

Mensagem

Ethos

Logos

Público

Pathos
Qual é o contexto

e cenário em que a comunicação
acontece?

Fonte

Mensagem

Qual a imagem,
confiança,
que o público tem da
fonte?

Público

Quais as percepções,
Imaginário, atitudes, conhecimento,
emoções do público sobre o tema?

A mensagem, além
de correta e rigorosa,
é compreensível, interessante, intrigante?
1930: William Laurence
(New York Times)
“…Verdadeiros descendentes
de Prometeu, os escritores
de ciência deveriam pegar
o fogo do Olimpo científico
dos laboratórios e das
universidades
e traze-lo lá, em baixo,
para o povo…”
O modelo “de déficit”
da comunicação da ciência

+
Ciência

comunicação

perda
de informação,
distorção, etc.
Público
Divulgação como tradução,
transmissão. Público como
homogêneo, passivo, vitima de um
“déficit cognitivo/cultural”
Palavras de ordem:
“di-vulgação”, “democratização”,
“compreensão”, “alfabetização”....

-
O modelo naive do “espelho sujo”

“Simplificado”, menor,
diminuído, banal,
sensacionalizado, distorcido

“Rico”, “denso”, “difícil”
“complexo”, “verdadeiro”,
“objetivo”...

Ciência

Mídia

Texto de CPC

Público
Quais os efeitos colaterais de utilizar
um modelo de déficit?


Ele tende a não mostrar que o “output” da ciência
não é só tecnologia, “produtividade”, “inovação”,
mas também conhecimento e cultura



Não enfatiza os numerosos valores “nãoinstrumentais” e culturais do método científico:
antídoto contra o princípio de autoridade, resolução
argumentativa das controvérsias, democracia das
hipótese, mas luta crítica implacável entre elas... etc.
Anti-ciência... Filha das maravilhas?


Se a ciência é transmitida como elenco de pérolas
brilhantes, se parece um show, se é só descobertas,
aplicações maravilhosas etc... (ou seja: se não é um
processo, uma batalha entre hipótese, uma refutação de
conjeturas, um descartar erros, um chutar criativo etc.)
Então... Ela é algum tipo de bruxaria ou de magia.



Se é isso, se a ciência é só “super-interessante”, então:
A) está longe de meu alcance (maravilhosa e milagrosa
demais para ser feita por gente como eu)
B) é difícil demais de ser entendida de verdade (pela
descoberta e a aplicação ninguém pode entender nada)
C) ela é poderosa demais: entusiasmo & medo, euforia &
desconfiança, adoração & ódio...




Para além do déficit
Do behaviourismo ao cognitivismo...
Da “silver bullet” ao “feedback”
Política da representação, produção do consentimento
Comunicação como discurso socialmente estruturado
Science and Technology Studies (STS)
Público não mais como “tabula rasa”, mas como
sujeitos ativos, heterogêneos que participam da
construção e significação da mensagem
Ciência

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Público
Ciência
Ciência
e
tecnologia

Políticas de C&T
Economia da
C&T,
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e produtividade
na pesquisa

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Duas mensagens diferentes (NÃO uma a simplificação da outra)
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As 3 dimensões do PUS
(Public Understanding of Science)
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atitudes se tornam em muitos
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otimistas: não apenas os
“ignorantes” tem “medo da
ciência”, não todos os “sábios”
têm visão positiva...

Existem grupos
consistentes declarando
interesse nulo e atitudes
absolutamente positivas
(“confident
believers”), grupos
interessados e
“preocupados” e grupos
não interessados e neutrais

Compreensão
(e “alfabetização”
ou
“conhecimento”)

Atitudes

Existem grupos de público
consistentes que declaram
elevado interesse e possuem
escasso conhecimento. E
grupos de público com nível
elevado de escolaridade (e tb
de “alfabetização” científica)
declarando interesse baixo

Interesse
Porque não há
plantas transgênicas na Europa?
• Os europeus são mais “anti-ciência”?
• Os europeus são mais pessimistas sobre tecnologia em
geral?
• Os europeus são mais “irracionais”?
• Os europeus possuem menor alfabetização científica?

Quais os fatores principais que levaram à rejeição?
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Using genetic testing to detect inheritable diseases
2. Introducing human genes into bacteria to produce
medicines or vaccines
3. Crop plants

4. Production of foods (higher in protein, keep longer,
chancge in taste etc)
5. Genetically modified animals for laboratory research

6. Human genes into animals to produce organs for human
transplants (xenotransplants)
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Useful?
2. Risky?
3. Morally acceptable?
4. Should be encouraged?
( 2, 1, 0, -1, -2)
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
6 applications of biotechnology:

1. Useful?
2. Risky?
3. Morally acceptable?
4. Should be encouraged?
“Moral acceptability is the best predictor of encouragement,
followed by usefulness. Surprisingly, risk has a very low
predictive value”
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
Logic of support

“The absence of a relationship between risk and
encouragement is remarkable, particularly in light of the
importance attached to the issue of risk and safety in
scientific debate and public policy-making. This suggest
that there is a disjunction between expert reasoning
(focusing on risk) and lay reasoning (focusing on moral
and ethical issues)”
1998: “Biotechnology in the public
sphere” (Durant, Bauer, Gaskell)
Knowledge and attitudes
1. The correlation between support and knowledge is very
modest

2. Whether a person is optimistic or pessimistic about the
contribution of biotechnology to life is not correlated with
knowledge
3. People with higher knowledge are more likely to express a
definite opinion about biotech
George Gaskell*, Sally Stares, Agnes
Allansdottir, Nick Allum, Paula Castro,
Yilmaz Esmer, Claude Fischler, Jonathan
Jackson, Nicole Kronberger,
Jürgen Hampel, Niels Mejlgaard, Alex
Quintanilha, Andu Rammer,
Gemma Revuelta, Paul Stoneman, Helge
Torgersen and Wolfgang Wagner.
October 2010

The new survey in 2010 covers the now 27
Member States of
the European Union plus Croatia, Iceland,
Norway, Switzerland and Turkey.
Apesar da confiança nas instituições e nos órgãos de
regulação ter aumentado, e apesar de ter aumentado
também o otimismo tecnológico em geral bem como a
aceitação da biotecnologia a comida OGM continua sendo
rejeitada por 61% da população
GM food is still the Achilles’ heel of biotechnology. The
wider picture is of declining support across many of the
EU Member States – on average opponents outnumber
supporters by three to one, and in no country is there a
majority of supporters.
What is driving the continued opposition to GM food? Public
concerns about safety are paramount, followed by the
perceived absence of benefits
Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
1. Confiança (ou falta de)
2. Risco imposto vs voluntário
3. Risco “natural” vs criado pela atividade humana
4. Risco crônico vs catastrófico (avião vs carro)
5. Gravidade das consequências
“outcome” terrificante
Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
7. Comprensível e visível vs
invisível/incomprensível
8. Incerteza científica

9. Novo ou familiar
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Alguns fatores que influenciam a
percepção ou aceitação do risco
12.NIMBY
Mesmo risco pequeno inaceitável…
13.Risco vs benefícios
(OGM: de quem é o benefício?)
14.Controle
15.Moralidade, “fairness”
(vaca louca)
EXEMPLO : surveys nacionais
MCT 2006 e 2010
Coordenadores:
Prof. Ildeu Moreira (UFRJ e MCT)
Profa Luisa Massarani (COC-Museu da Vida – Fiocruz)
Equipe científica e análise de dados
Prof. Yurij Castelfranchi (UFMG), Elaine Vilela
(UFMG), Luciana Lima (Inep)
Tendências gerais no Brasil
 Alguns aspectos da opinião dos brasileiros/as são
comuns à maioria dos países emergentes:

 Uma opinião geral positiva sobre C&T
 Níveis bastante elevados de interesse declarado sobre
C&T
 Baixos níveis de acesso à informação e participação
social
 Quando
olhamos
porém
opiniões
específicas, encontramos peculiaridades tanto nas atitudes
quanto na relação entre atitudes, nível educacional e
hábitos informativos
Controle e responsabilidade social
Quem mais sabe, aceita mais ?
Access to info/knowledge habits vs
attitudes

Pessimistic
Medium-high
Both benefits and risks
Low
High

Optimistic
Medium-Low

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
Survey Brasil – MCT – 2010:
A ciência e a tecnologia mais malefícios ou
benefícios para humanidade?

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
Survey Brasil – MCT – 2010:
A ciência e a tecnologia mais malefícios ou
benefícios para humanidade?

Pessimistic vision (more
risks than benefits)
associated neither to
consumption of
information, nor to lack of
information
União
Européia

Brasil
Do “PUS” ao “PEST”

Public

Public

Understanding of

Engagement in

Science

Science &
Technology

Two-way dialogue, debate
Engagement
...Open
labs, atividades
com
jornalistas, awarene
ss, engagement....
O que as crianças
retratam?
Impacto do objeto em si
Pessoas,
interações,emoções
Pessoas,
interações,emoções
Alguns impactos para os
pesquisadores e suas instituições
 Efeito fator de impacto: New York Times e FI
 Cientistas blogueiros: carreira e novas formas do peerreview
 Legitimação de nova área de pesquisa (ex.: Ciência da
complexidade e teoria do caos)
 Interação com a mídia e com jornalistas: aprender a
lidar com a esfera pública (Mayana Zatz e o STF)
Obrigado!
Yurij Castelfranchi

Dep. de Sociologia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)
ycastelfranchi@gmail.com
Exemplo:crianças
e ciência
• Homem
• Branco/ocidental
• De jaleco (“Como posso desenhálo?” “Fácil: bota nele um jaleco
branco!”)
• De óculos (“tem que observar
muito/estudar muito”)
e/ou roupa “maluca”
• Tem um laboratório
• “Alienígena”, “maluco”...
• “Muitas mãos”
Cientista é...
• “De cabelos malucos” (“Tem todos cabelos explodidos
porque quando faz experimentos ele queima e fica
assustado”)
Cientista é...
Transformador:
•“Ela tem gaiola com
passarinho... Quer transformálo em algo diferente”
•“Ele pega um bicho, talvez um
rato... Transforma em um
hamster”
Neo Cortex apanha ratos
no esgoto e transforma-los
em exércitos
Cientista é...
Quase um bruxo:
•“Ele faz poções”
•“Tem um raio mágico”
•“Tem que confiar nele, porque ele é tipo mágico”
Inventor:
“Inventa umas rodas/óculos/pistolas...”
Tem uma espécie de raio
na cabeça, com o qual
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Disegno5

Tem um amuleto
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Divulgação científica e cidadania

  • 1. Comunicação pública da ciência e da tecnologia: uma necessidade imprescindível Yurij Castelfranchi Dep. de Sociologia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ycastelfranchi@gmail.com
  • 2. CPCT: Why, When, How    Importância da comunicação pública da C&T, para o “público”, para a ciência e para o pesquisador Modelos e práticas de comunicação pública: para além do déficit: da compreensão ao engajamento Percepção pública da ciência e percepção de risco: a informação é necessária, mas não suficiente
  • 3. Importância da comunicação pública da C&T         Cidadania tecnocientífica: direito à informação e necessidade imprescindível de acesso Democratização do conhecimento: dever moral da difusão (Einstein, Dewey) “Prestar conta” para sociedade Talentos e carreiras Visibilidade e legitimação política e moral Apoio, recursos, proteção Institucionalização da ciência Qualificar a cidadania e o debate público
  • 4. Relevância da comunicação pública da C&T  .... Mas hoje, cada vez mais,o “dever” moral do cientista e duas instituições e a “necessidade” ou o direito de saber da sociedade também se entrelaçam com necessidades novas: o “dever” do cidadão se informar e a necessidade e o “direito” do cientista ou de sua instituição
  • 5. Relevância da comunicação pública da C&T   “Agorá” midiática como lugar de tomada de decisão: Conflitos e debates políticos atravessados por controvérsias sócio-técnicas: esfera pública qualificada Mecanismos e procedimentos ampliados deliberativos
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9. Séculos XVI e XVII: “Pérolas aos porcos”   Coleções anatômicas, wunderkammern, teatros anatômicos e Venus anâtômicas, conferências Fim do princípio de autoridade, comunicação como valor
  • 10. Séculos XVI e XVII: “Pérolas aos porcos”         Textos nas línguas “vulgares”. Fim da autoridade + difusão = debate organizado 1603: Accademia dei Lincei 1657: Accademia del Cimento 1660-62: Royal Society 1666: Paris, Academie des Sciences. E Journal des Savants “precisamos de um modo de falar nu, natural, de significados claros, e uma preferencia para a linguagem dos artesãos e dos mercantes…” (Royal Society, 1667) “Pérolas aos porcos” vs comunicação como valor 1665: Oldenburg e Philosophical Transactions (microscópio)
  • 11. Comunicação como instituição fundamental da ciência  Para John Ziman, físico e sociólogo: “O princípio basilar da ciência acadêmica é que os resultados da pesquisa devem ser públicos. Qualquer coisa os cientistas pensem ou digam como indivíduos, as descobertas deles não podem ser consideradas como pertencentes ao conhecimento científico se não foram relatadas e gravadas de forma permanente” “A instituição fundamental da ciência é o sistema de comunicação”
  • 12. 1750-1800: “Luzes da razão” •A ciência é também universalismo, progresso, luz da razão contra a superstição e o preconceito •Determinismo (Laplace) •Ela se torna símbolo de conhecimento puro, verdadeiro, para todos... E todas. Ciência é idealizada, e se torna sinônimo de verdade. Significa libertação, democratização do saber. A divulgação da ciência se torna fundamental (Encyclopédie)
  • 13. Ciência para todos... Rouelle faz “demonstrações” de química nos jardins do Rei. Assistem Diderot, Condorcet, Rousseau. Joseph de Lalande (1732-1807) passeia no Pont-Neuf comendo aranhas… e com uma luneta.  Voltaire divulga Newton  Fontenelle divulga Descartes  Luzes e Encyclopédie. Melodramas, teatro de rua, poemas científicos. Sobre tudo: pára-quedas, arcoíris, evolução... 1738 ca: Jacques de Vaucanson e sues “robôs” (o flautista, o pato…e o cartão perfurado) François
  • 14. 1738: Jacques de Vaucanson e os seus autômatos
  • 15. …e para todas  Giuseppe Compagnoni (17541833) é autor de um “Química para as mulheres”  Francesco Algarotti (1712-1764) escreve “Newtonianismo para as damas”.  As próprias mulheres são divulgadoras da ciência: Jane Marcet, “Conversações sobre química”
  • 16. 1800-1900: “Cientistas” •A ciência se torna uma profissão: em 1799: nasce a Royal Institution, primeiro laboratório público. •Em 1836, W. Whewell inventa o termo “cientista” (scientist), em oposição a “filosofo natural” •Surge a separação institucionalizada entre ciência e público leigo Ciência é autoridade. Cientista é exemplo moral. Nasce a “popular science”: conhecimento científico como mercadoria. Nasce o jornalismo científico
  • 17. Michael Faraday na Royal Institution: História Química de uma Vela
  • 18.
  • 19. Humphry Davy e os primeiros engarrafamentos...
  • 20.
  • 21. 1818 American Journal of Science 1833 “Penny press”: nasce a comunicação de massa 1835 New York Sun conta ciência 1845 Scientific American 1869 Nature 1872 Popular Science Monthly 1878 Science News 1896 Ciência na capa... Um dedo e uma aliança
  • 22.
  • 23. 1920-2000: fraturas e nevralgias •Ligação entre ciência, sistema militar e industrial, economia, política, se torna mais e mais relevante •“Big science” •A distinção entre ciência pura e aplicação industrial se torna menos e menos clara •As implicações éticas da ciência se revelam extremamente complexas e importantes Crítica da ciência. “Social studies of science”. “Medo” da ciência e “anti-ciência”. Comunicação da ciência como instrumento crítico (watchdog), crucial para gestão da democracia.
  • 24. Ciência “Pós-acadêmica” (Ziman) ou “de Modo 2” (Nowotny et al.) Non-instrumental Academic 1900 Universities 1950 Pure Basic „Mode 1‟ 2000 Pre-instrumental  Instrumental Industrial Government Labs Research Councils Foundations Industries Applied Post-industrial Strategic  „Mode 2‟ Post-Academic 
  • 25. Ciência de “Modo 2” (Gibbons, Nowotny et al.) “Modo 1” “Modo 2” Contexto (da prática científica) “Contexto da descoberta”: Problemas e metodologias definidos no interior e de cada comunidade acadêmica. Contexto “da aplicação”: A pesquisa é impulsionada por atores heterogêneos Estrutura disciplinar Forte distinção entre ciência teórica e experimental, e entre ciência de base e aplicada. Tipicamente transdisciplinar. Fluxo bidirecional entre o teórico e o aplicativo. Responsabilid ade (accountability ) O conhecimento é visto como neutral. Sua aplicação posterior é julgada socialmente. Há social accountability já na fase inicial de pesquisa. Ciência “reflexivas”. Organização social Institucionalizada: base preferencial é a academia. Grupos e redes de pesquisa usualmente de tipo disciplinar. O conhecimento é produzido em diferentes instituições e variados contextos. Grupos e redes interdisciplinares. Controle de qualidade da ciência Peer-review, comitês científicos. Comunidades ampliadas, critérios amplos. Além de confiável, o conhecimento deve ser “socialmente robusto”.
  • 28.
  • 31. Quando o conhecimento é produzido por uma multiplicidade de atores
  • 32. Quando o conhecimento é produzido por uma multiplicidade de atores
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36. Aristóteles e a retórica Atechnoi (contexto)  3 dimensões da “persuasão” (e da educação) Fonte Mensagem Ethos Logos Público Pathos
  • 37. Qual é o contexto e cenário em que a comunicação acontece? Fonte Mensagem Qual a imagem, confiança, que o público tem da fonte? Público Quais as percepções, Imaginário, atitudes, conhecimento, emoções do público sobre o tema? A mensagem, além de correta e rigorosa, é compreensível, interessante, intrigante?
  • 38. 1930: William Laurence (New York Times) “…Verdadeiros descendentes de Prometeu, os escritores de ciência deveriam pegar o fogo do Olimpo científico dos laboratórios e das universidades e traze-lo lá, em baixo, para o povo…”
  • 39. O modelo “de déficit” da comunicação da ciência + Ciência comunicação perda de informação, distorção, etc. Público Divulgação como tradução, transmissão. Público como homogêneo, passivo, vitima de um “déficit cognitivo/cultural” Palavras de ordem: “di-vulgação”, “democratização”, “compreensão”, “alfabetização”.... -
  • 40. O modelo naive do “espelho sujo” “Simplificado”, menor, diminuído, banal, sensacionalizado, distorcido “Rico”, “denso”, “difícil” “complexo”, “verdadeiro”, “objetivo”... Ciência Mídia Texto de CPC Público
  • 41. Quais os efeitos colaterais de utilizar um modelo de déficit?  Ele tende a não mostrar que o “output” da ciência não é só tecnologia, “produtividade”, “inovação”, mas também conhecimento e cultura  Não enfatiza os numerosos valores “nãoinstrumentais” e culturais do método científico: antídoto contra o princípio de autoridade, resolução argumentativa das controvérsias, democracia das hipótese, mas luta crítica implacável entre elas... etc.
  • 42. Anti-ciência... Filha das maravilhas?  Se a ciência é transmitida como elenco de pérolas brilhantes, se parece um show, se é só descobertas, aplicações maravilhosas etc... (ou seja: se não é um processo, uma batalha entre hipótese, uma refutação de conjeturas, um descartar erros, um chutar criativo etc.) Então... Ela é algum tipo de bruxaria ou de magia.  Se é isso, se a ciência é só “super-interessante”, então: A) está longe de meu alcance (maravilhosa e milagrosa demais para ser feita por gente como eu) B) é difícil demais de ser entendida de verdade (pela descoberta e a aplicação ninguém pode entender nada) C) ela é poderosa demais: entusiasmo & medo, euforia & desconfiança, adoração & ódio...   
  • 43. Para além do déficit Do behaviourismo ao cognitivismo... Da “silver bullet” ao “feedback” Política da representação, produção do consentimento Comunicação como discurso socialmente estruturado Science and Technology Studies (STS) Público não mais como “tabula rasa”, mas como sujeitos ativos, heterogêneos que participam da construção e significação da mensagem
  • 46. Ciência e tecnologia Políticas de C&T Economia da C&T, CTI e mercado Historia social da C&T Epistemologia Organização e produção do conhecimento científico Qualidade e produtividade na pesquisa Implicações sociais, governança, ética na ciência
  • 48. conflitos de interesse deontologia CPC Museus, multimedia, Fontes: entrevistas, papers, imprensa, radio, tv, editoria... sites, congressos... CC institucional, press release
  • 49. Não é mera transmissão Não é unidirecional de informação comunicação Não é só alfabetização As pessoas negociam, recusam, reinterpretam, reconstruem a mensagem
  • 50. Mediações P2P: “público””público”, entre cientistas, sem mediador, etc. Imaginário científico, representações sociais da C&T Mediações Jornalismo e ciência mídia e ciência Divulgação científica
  • 52. Percepção pública da C&T Acesso à informação Percepção de risco, aceitação e rejeição da C&T Públicos Alfabetização científica Engajamento, participação social, inclusão “Cidadania científica”
  • 53. Demandas, esperanças, Contexto cultural Políticas Economia e mercado Interesses em jogo debates socias Questões sócio-ambientais Implicações éticas Ciência Redação Mensagem de CPC Duas mensagens diferentes (NÃO uma a simplificação da outra) com retórica, conteúdo, linguagem, objetivos diferentes
  • 54. nível intra-especialístico nível inter-especialístico nível “pedagógico” - “nível popular” + Grau de “consolidação” do conhecimento cientifico = percursos canônicos = percursos alternativos (Hilgartner, 1991; Bucchi. 2002)
  • 55. As 3 dimensões do PUS (Public Understanding of Science) Ao crescer no nível sóciocultural e de “alfabetização”, as atitudes se tornam em muitos casos cautelosas, menos otimistas: não apenas os “ignorantes” tem “medo da ciência”, não todos os “sábios” têm visão positiva... Existem grupos consistentes declarando interesse nulo e atitudes absolutamente positivas (“confident believers”), grupos interessados e “preocupados” e grupos não interessados e neutrais Compreensão (e “alfabetização” ou “conhecimento”) Atitudes Existem grupos de público consistentes que declaram elevado interesse e possuem escasso conhecimento. E grupos de público com nível elevado de escolaridade (e tb de “alfabetização” científica) declarando interesse baixo Interesse
  • 56. Porque não há plantas transgênicas na Europa? • Os europeus são mais “anti-ciência”? • Os europeus são mais pessimistas sobre tecnologia em geral? • Os europeus são mais “irracionais”? • Os europeus possuem menor alfabetização científica? Quais os fatores principais que levaram à rejeição?
  • 57. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Using genetic testing to detect inheritable diseases 2. Introducing human genes into bacteria to produce medicines or vaccines 3. Crop plants 4. Production of foods (higher in protein, keep longer, chancge in taste etc) 5. Genetically modified animals for laboratory research 6. Human genes into animals to produce organs for human transplants (xenotransplants)
  • 58. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Useful? 2. Risky? 3. Morally acceptable? 4. Should be encouraged? ( 2, 1, 0, -1, -2)
  • 59. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) 6 applications of biotechnology: 1. Useful? 2. Risky? 3. Morally acceptable? 4. Should be encouraged? “Moral acceptability is the best predictor of encouragement, followed by usefulness. Surprisingly, risk has a very low predictive value”
  • 60. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) Logic of support “The absence of a relationship between risk and encouragement is remarkable, particularly in light of the importance attached to the issue of risk and safety in scientific debate and public policy-making. This suggest that there is a disjunction between expert reasoning (focusing on risk) and lay reasoning (focusing on moral and ethical issues)”
  • 61. 1998: “Biotechnology in the public sphere” (Durant, Bauer, Gaskell) Knowledge and attitudes 1. The correlation between support and knowledge is very modest 2. Whether a person is optimistic or pessimistic about the contribution of biotechnology to life is not correlated with knowledge 3. People with higher knowledge are more likely to express a definite opinion about biotech
  • 62. George Gaskell*, Sally Stares, Agnes Allansdottir, Nick Allum, Paula Castro, Yilmaz Esmer, Claude Fischler, Jonathan Jackson, Nicole Kronberger, Jürgen Hampel, Niels Mejlgaard, Alex Quintanilha, Andu Rammer, Gemma Revuelta, Paul Stoneman, Helge Torgersen and Wolfgang Wagner. October 2010 The new survey in 2010 covers the now 27 Member States of the European Union plus Croatia, Iceland, Norway, Switzerland and Turkey.
  • 63. Apesar da confiança nas instituições e nos órgãos de regulação ter aumentado, e apesar de ter aumentado também o otimismo tecnológico em geral bem como a aceitação da biotecnologia a comida OGM continua sendo rejeitada por 61% da população
  • 64. GM food is still the Achilles’ heel of biotechnology. The wider picture is of declining support across many of the EU Member States – on average opponents outnumber supporters by three to one, and in no country is there a majority of supporters. What is driving the continued opposition to GM food? Public concerns about safety are paramount, followed by the perceived absence of benefits
  • 65. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 1. Confiança (ou falta de) 2. Risco imposto vs voluntário 3. Risco “natural” vs criado pela atividade humana 4. Risco crônico vs catastrófico (avião vs carro) 5. Gravidade das consequências “outcome” terrificante
  • 66. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 7. Comprensível e visível vs invisível/incomprensível 8. Incerteza científica 9. Novo ou familiar 10.Vitima conhecida ou famosa(vaca louca) 11.Crianças e futura gerações
  • 67. Alguns fatores que influenciam a percepção ou aceitação do risco 12.NIMBY Mesmo risco pequeno inaceitável… 13.Risco vs benefícios (OGM: de quem é o benefício?) 14.Controle 15.Moralidade, “fairness” (vaca louca)
  • 68. EXEMPLO : surveys nacionais MCT 2006 e 2010 Coordenadores: Prof. Ildeu Moreira (UFRJ e MCT) Profa Luisa Massarani (COC-Museu da Vida – Fiocruz) Equipe científica e análise de dados Prof. Yurij Castelfranchi (UFMG), Elaine Vilela (UFMG), Luciana Lima (Inep)
  • 69. Tendências gerais no Brasil  Alguns aspectos da opinião dos brasileiros/as são comuns à maioria dos países emergentes:  Uma opinião geral positiva sobre C&T  Níveis bastante elevados de interesse declarado sobre C&T  Baixos níveis de acesso à informação e participação social  Quando olhamos porém opiniões específicas, encontramos peculiaridades tanto nas atitudes quanto na relação entre atitudes, nível educacional e hábitos informativos
  • 71.
  • 72.
  • 73. Quem mais sabe, aceita mais ?
  • 74. Access to info/knowledge habits vs attitudes Pessimistic Medium-high Both benefits and risks Low High Optimistic Medium-Low Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 75. Survey Brasil – MCT – 2010: A ciência e a tecnologia mais malefícios ou benefícios para humanidade? Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 76. Survey Brasil – MCT – 2010: A ciência e a tecnologia mais malefícios ou benefícios para humanidade? Pessimistic vision (more risks than benefits) associated neither to consumption of information, nor to lack of information
  • 78. Do “PUS” ao “PEST” Public Public Understanding of Engagement in Science Science & Technology Two-way dialogue, debate Engagement
  • 80. O que as crianças retratam? Impacto do objeto em si
  • 82. Alguns impactos para os pesquisadores e suas instituições  Efeito fator de impacto: New York Times e FI  Cientistas blogueiros: carreira e novas formas do peerreview  Legitimação de nova área de pesquisa (ex.: Ciência da complexidade e teoria do caos)  Interação com a mídia e com jornalistas: aprender a lidar com a esfera pública (Mayana Zatz e o STF)
  • 83. Obrigado! Yurij Castelfranchi Dep. de Sociologia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ycastelfranchi@gmail.com
  • 84. Exemplo:crianças e ciência • Homem • Branco/ocidental • De jaleco (“Como posso desenhálo?” “Fácil: bota nele um jaleco branco!”) • De óculos (“tem que observar muito/estudar muito”) e/ou roupa “maluca” • Tem um laboratório • “Alienígena”, “maluco”... • “Muitas mãos”
  • 85. Cientista é... • “De cabelos malucos” (“Tem todos cabelos explodidos porque quando faz experimentos ele queima e fica assustado”)
  • 86. Cientista é... Transformador: •“Ela tem gaiola com passarinho... Quer transformálo em algo diferente” •“Ele pega um bicho, talvez um rato... Transforma em um hamster”
  • 87. Neo Cortex apanha ratos no esgoto e transforma-los em exércitos
  • 88. Cientista é... Quase um bruxo: •“Ele faz poções” •“Tem um raio mágico” •“Tem que confiar nele, porque ele é tipo mágico” Inventor: “Inventa umas rodas/óculos/pistolas...”
  • 89. Tem uma espécie de raio na cabeça, com o qual conserta as coisas... Disegno5 Tem um amuleto para se defender Disegno6
  • 90. “O cientista é mágico. Aliás, não”....