Platão acreditava que a alma é imortal e se separa do corpo após a morte. A alma anseia pelo mundo das ideias e pela libertação do ciclo de reencarnações. A alma racional controla as outras partes da alma e leva ao conhecimento através da razão e da contemplação das ideias perfeitas.
2. Na obra o Fédon, Platão expõe as suas
ideias sobre a alma.
A alma não se limita a ser entendida como
o princípio da vida, mas é também vista
como o princípio de conhecimento.
A alma é uma substancia independente do
corpo, é eterna, unindo-se a ele de forma
temporária e acidental.
3. As almas pertencem ao Mundo Inteligível ou
Mundo das Ideias (real, imutável, eterno, etc).
As ideias tem uma realidade objetiva,
substancial, são o modelo ideal (arquétipos) de
todas as coisas que existem no Mundo Sensível,
com base nas quais as coisas foram criadas ou
tendem a ser realizadas.
Os corpos pertencem ao Mundo Sensível ou
Físico (mutável, ilusório, etc.).
As coisas que existem neste Mundo são mais ou
menos perfeitas conforme a sua semelhança com
os respectivos modelos.
4. Corpo > matéria
Alma > imaterial
Divino > o homem possui
Enquanto o corpo está em constante mudança de
aparência, a alma não muda nunca.
Desde quando nascemos, temos a alma perfeita,
porém não sabemos.
As verdades essenciais estão inscritas na alma
eternamente, porém, ao nascermos, nós as
esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo.
5. Mas as almas aspiram a libertar-se dos corpos e
retornaram ao mundo das ideias.
Só que para que isso aconteça é necessário que se
libertem do ciclo reencarnações a que estão
aprisionadas.
Quando morre um corpo, a alma transmigra para
outro, mas antes faz uma viagem pelo mundo das
ideias.
A viagem e a transmigração estão condicionadas
pelos atos praticados na vida anterior...
6. As almas dos indivíduos que tiveram uma vida
virtuosa, são recompensadas de duas formas:
a) na sua nova passagem pelo Mundo das Ideias tem
um maior contacto com as Ideias;
b) o novo corpo em que reencarnam pertence a uma
pessoa com um estatuto social mais elevado que o
anterior;
7. A união da alma com um corpo não faz desaparecer
as ideias que nela existem.
Pelo contrário, estas vão sendo recordadas à medida
que as experiências e a educação as despertam
através da educação e da experiência sensível.
8. Platão acreditava que existiam três espécies de
virtudes baseadas na alma, que corresponderiam as
camadas sociais da pólis:
A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a
cabeça do Estado, ou seja, o governante, pois possui
caráter de ouro e utiliza a razão.
A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria
ser o peito do Estado, isto é, os soldados ou
guardiães da pólis, pois sua alma de prata é imbuída
de vontade.
E, por fim, a terceira virtude, a temperança, que
deveria ser o baixo-ventre do Estado, ou os
trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se
pelo desejo das coisas sensíveis.
9. Platão distingue três 3 almas ou partes de alma:
Alma Racional (razão- cabeça): é a alma superior,
destina-se ao conhecimento das ideias. Localiza-se
na cabeça, e tem uma virtude principal, a Sabedoria
ou a Prudência. (phrónesis).
Alma Irascível( tórax): esta alma está associada à
vontade, dando ao Homem o ânimo necessário para
enfrentar os problemas e os conflitos, parte da
impetuosidade, dos sentimentos. Localiza-se no
peito e tem uma virtude, a Força ou coragem .
(andreía).
10. Alma concupiscente( baixo ventre): é a mais baixa
de todas, constituída pelos desejos e necessidades
básicas como o apetite, desejo, mesmo carnal
(sexual), ligado ao libido. Está localizada no ventre, e
tem como virtude, a Moderação ou temperança
(sophrosýne).
Alma irascível + alma concupiscente se controla o
corpo;
A Alma racional controla as outras duas, obtendo-se
assim a justiça, a felicidade .
11. Platão acreditava que a alma depois da morte
reencarnava em outro corpo, mas a alma que se
ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era
privilegiada com a morte do corpo. A ela era
concedida o privilégio de passar o resto dos seus
tempos em companhia dos deuses.
Por meio da relação de sua alma com a Alma do
Mundo, o homem tem acesso ao mundo das
Idéias e aspira ao conhecimento e às idéias do
Bem e da Justiça.
A partir da contemplação do mundo das Idéias, o
Demiurgo, tal como Platão descreveu no Timeu,
organizou o mundo sensível. Não se trata de uma
criação ex nihilo, isto é, do nada, como no caso
do Deus judaico-cristão, pois o Demiurgo não
criou a matéria (Timeu, 53b) nem é a fonte da
racionalidade das Idéias por ele contempladas.
A ação do homem se restringe ao mundo
material; no mundo das Idéias o homem não pode
transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode
ser mais perfeito.
12. Os olhos foram feitos para ver; a alma, para conhecer. Os
primeiros estão destinados à luz solar; a segunda, à fulguração
da idéia. A dialética é a técnica liberadora dos olhos do espírito.
No Mito, a dialética faz a alma ver sua própria essência (eîdos) -
conhecer - vendo as essências (idéia) - o objeto do
conhecimento -, descobrindo seu parentesco com elas.
A violência é libertadora porque desliga a alma do corpo,
forçando-a a abandonar o sensível pelo inteligível.
O Mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos
do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os
primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim
também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato
com a luz da idéia do Bem que ilumina o mundo das idéias.
13. A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um
ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o
conhecimento das idéias).
Assim como o Sol permite aos olhos ver, o Bem permite à
alma conhecer.
A luz é a meditação entre aquele que conhece e o aquilo que
se conhece.
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