SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 171
História A, 10º ano, Módulo 2 
1 
História A 
Revisões para o Exame Nacional de 12º ano 
Módulo 2 (10º ano) 
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. É frequentemente dividida em dois períodos: Alta Idade Média e Baixa Idade Média. 
Inicia-se com a queda de Roma (Império Romano do Ocidente em 476 e termina com a queda de Constantinopla (Império Romano do Oriente) 
Durante a Alta Idade Média ( séc. V a séc. XI) verifica-se a continuidade dos processos de despovoamento, regressão urbana, e invasões bárbaras iniciadas durante a Antiguidade tardia. 
Breve súmula da Idade Média 
fonte utilizada: Wikipédia, consultada em 18/11/2012 
História A, 10º ano, Módulo 2 
2
História A, 10º ano, Módulo 2 
3 
Mapa da Europa, cerca do século VI
Alta Idade Média 
Os bárbaros formam reinos apoiando-se nas estruturas do Império Romano do Ocidente. 
No século VII, o Norte de África e o Médio Oriente, parte do Império Oriental, tornam-se territórios islâmicos depois da conquista dos sucessores de Maomé. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
4
Alta Idade Média 
O cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. 
Desenvolve-se um novo estilo arquitetónico , o Românico. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
5
História A, 10º ano, Módulo 2 
6 
Durante os séculos VII e VIII, os Francos, governados pela dinastia carolíngia, estabeleceram um império que dominou grande parte da Europa ocidental até o século IX, que se desmorona perante as invasões de Vikings, Magiares e Sarracenos (séculos IX e X).
História A, 10º ano, Módulo 2 
7 
Este período (Alta Idade Média) foi caracterizado por: 
Ruralização da economia, o comércio diminui, as cidades contraem-se. A economia baseia-se na autossuficiência; 
Formação do feudalismo, que vai originar a perda de poder real. Os senhores feudais, nos seus castelos detém o poder; 
Os servos estavam presos à terra e pagavam tributos em produtos (banalidade) e/ou em trabalho (corveia);
História A, 10º ano, Módulo 2 
8 
A sociedade é hierarquizada em ordens: 
Nobreza (guerra); 
Clero (reza); 
Povo (trabalha).
Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média ficaram marcados por várias adversidades e catástrofes. 
A população foi dizimada por sucessivas carestias e pestes; só a Peste Negra foi responsável pela morte de um quarto da população europeia entre 1347 e1350. 
O Grande Cisma do Ocidente no seio da Igreja teve consequências profundas na sociedade e foi um dos fatores que esteve na origem de inúmeras guerras entre estados. Assistiu-se também a diversas guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
9
História A, 10º ano, Módulo 2 
10 
Mapa da Europa por volta do século XIII
A experiência urbana 
A partir do ano mil a cidade medieval é um local ativo e de inovações. 
Local de feiras e comércio. 
Na cidade medieval irão se desenvolver uma série de transformações económicas, culturais, politicas e religiosas que transformaram todo o mundo medieval. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
11
História A, 10º ano, Módulo 2 
12 
Os senhorios 
Definição de senhorio: 
Território onde um senhor (nobre) exercia: 
Poder sobre a terra. Era o proprietário e cobrava rendas e serviços; 
Poder sobre os homens. Exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar.
História A, 10º ano, Módulo 2 
13 
O senhorio era a propriedade (terra) de um senhor; 
Era uma propriedade fundiária: 
Tamanho muito variável; 
Raramente formavam um todo contínuo. Normalmente existia um núcleo, residência senhorial fortificada (castelo) e completava-se por terras dispersas.
História A, 10º ano, Módulo 2 
14 
Os senhores medievais têm um duplo poder: 
Sobre os homens que habitam o senhorio, o senhor tem o direito de julgar, aplicar penas, criar impostos, chamar os homens para a guerra; 
Sobre os rendimentos económicos que retiravam da terra. 
O senhor acumulava poderes que hoje pertencem ao Estado. Foi possível devido ao enfraquecimento do poder real. 
A este conjunto de poderes dos senhores chamava-se “ban” ou “banus”. 
Por volta do ano 1200 cerca de quatro quintos das terras e dos homens estariam sobre a autoridade de um senhor privado.
História A, 10º ano, Módulo 2 
15 
Duques e condes constituem os escalões superiores da nobreza medieval. 
Possuem senhorios colossais e muitas vezes vão aumentando-os à custa das doações régias, política de casamentos, etc. 
Estes senhorios englobam terras agrícolas, aldeias, vilas e até cidades. 
Ricos e poderosos afrontam o poder do rei.
História A, 10º ano, Módulo 2 
16 
Os reinos 
Definição de reino: estado ou nação cujo chefe político é um rei. Na Idade Média estabeleceram-se as bases dos atuais estados europeus. 
Este processo começou mais cedo e foi mais rápido na Europa Ocidental; 
Na Europa Central e Oriental, os monarcas sentiram mais dificuldades em conseguirem afirmar o seu poder face aos grandes senhores.
História A, 10º ano, Módulo 2 
17 
A constituição de um reino estável implica a existência de dois fatores: 
Reconhecimento da superioridade de uma família (real) que exerce o poder real em regime hereditário. O rei tem o poder supremo sobre todos e deve exercê-lo de modo a garantir o bem comum; 
Delimitação de um território (fronteiras) que é a base do vínculo entre o rei e os seus súbditos. O nascimento no reino coloca qualquer pessoa na dependência do rei.
História A, 10º ano, Módulo 2 
18 
A constituição de um reino corresponde a um processo de identificação entre um rei, um território e os seus habitantes. 
Existem entre todos laços étnicos, culturais, históricos e políticos. 
No século XIII, alguns reinos são já unidades políticas estáveis, tais como Portugal, Castela, Aragão, França, Inglaterra, etc.
História A, 10º ano, Módulo 2 
19 
A queda do Império Romano do Ocidente não apagou o ideal de uma autoridade única. 
No ano 800, o Papa corou Carlos Magno, rei dos Francos, Imperador do Ocidente. 
O império foi efémero, após a morte de Carlos Magno foi divido.
História A, 10º ano, Módulo 2 
20 
As comunas 
A partir do século XI, beneficiando de um clima de paz e prosperidade, as cidades reanimam-se ; 
Tornam-se centros de comércio e de atividades artesanais; 
Os habitantes da cidade vão entrar em choque com os interesses dos senhores feudais;
História A, 10º ano, Módulo 2 
21 
Muitas vezes as cidades estavam dentro de domínios senhoriais, isso fazia cair sobre os seus habitantes pesados impostos. 
Surgem nas cidades movimentos de luta pela liberdade das cidades; 
É no Norte de Itália que este movimento nasceu e depois expande- se para o norte da Europa;
História A, 10º ano, Módulo 2 
22 
Estes movimentos são liderados pelos mercadores mais ricos e ativos, vai agrupar grande parte dos habitantes da cidade, num juramento de entreajuda e lealdade, a comuna.
História A, 10º ano, Módulo 2 
23 
A comuna é uma associação de habitantes da cidade, cujo objetivo central é libertar a cidade do domínio dos senhores feudais. 
Passou a designar a cidade que tinha um ampla autonomia administrativa; 
Iniciou-se no século XI, no Norte de Itália, e expandiu-se nos séculos XII, XIII e XIV; 
De uma forma violenta ou negociada, durante o século XII, muitas cidades receberam a carta comunal, onde eram concedidas, por escrito, as liberdades da cidade (burgo);
História A, 10º ano, Módulo 2 
24 
Na Alemanha e Itália as comunas conseguiram maiores privilégios. Muitas conseguiram libertar-se completamente do domínio dos senhores e eram governadas pelos próprios habitantes; 
Os altos cargos eram, na maior parte das vezes, assumidos pelos mercadores mais ricos, que controlavam em seu proveito, a vida económica e política da comuna; 
Algumas destas cidades desenvolveram-se economicamente e tornam-se locais de grande prosperidade;
História A, 10º ano, Módulo 2 
25 
Conclusão: 
Na Idade Média o poder político estava fragmentado; 
As fronteiras eram imprecisas; 
Oeste: afirmam-se monarquias estáveis (Inglaterra, Portugal, França, Castela, Aragão, França) 
Centro: Uma miscelânea de principados e cidades autónomas; 
Leste: zona muito instável.
História A, 10º ano, Módulo 2 
26 
Unidade na crença 
A Europa ocidental assume-se como uma unidade religiosa (cristianismo) apesar da fragmentação política.
História A, 10º ano, Módulo 2 
27 
A Igreja é uma instituição que ultrapassa as fronteiras; 
Existe uma língua litúrgica comum (latim); 
Toda a cristandade obedece ao Papa. 
Papado 
A supremacia do Papa foi um processo demorado e complexo que levou à divisão, em 1054, entre cristãos católicos e ortodoxos.
História A, 10º ano, Módulo 2 
28 
O papa Gregório VII (1075-1085) consolidou o poder papal (Reforma gregoriana); 
É o representante máximo de Deus, tem o imperium christianum, o poder absoluto sobre os cristãos, inclusive os monarcas; 
A Igreja é independente do poder laico (não religioso); 
Esta reforma levantou várias discordâncias entre os monarcas, que foi obrigado a reconhecer alguns privilégios dos reis;
História A, 10º ano, Módulo 2 
29 
A Igreja é a instituição mais poderosa e organizada do ocidente: 
Um chefe supremo (Papa) e uma capital (Roma); 
Domina um vasto território (toda a cristandade da Europa Ocidental); 
Possui meios humanos e materiais. Um corpo de clérigos. Cobra vários impostos , nomeadamente a dízima (um décimo das colheitas); 
Tem leis próprias (Direito Canónico).
História A, 10º ano, Módulo 2 
30 
O Império Romano do Oriente (Império Bizantino) considera-se o herdeiro legítimo da civilização romana; 
A língua oficial era o grego; 
Considerava-se superior ao Ocidente que era, pelos bizantinos, apelidado de bárbaro; 
Constantinopla era a “nova Roma”; 
O patriarca de Bizâncio era reverenciado por todo o clero do Oriente;
História A, 10º ano, Módulo 2 
31 
Grande rivalidade entre os bispos de Roma e Constantinopla; 
Discordavam em alguns pormenores doutrinais e sobretudo o patriarca de Constantinopla recusava-se a aceitar a supremacia de Roma; 
Em 1054, a rutura é definitiva, o Papa e o patriarca de Constantinopla excomungam-se mutuamente; 
A oriente existe a igreja ortodoxa (proclama-se fiel aos antigos dogmas), apoiada por Constantinopla; 
A ocidente existe a igreja latina, sediada em Roma, apoiada pelas monarquias ocidentais; 
As duas cristandades passam a defrontar-se
História A, 10º ano, Módulo 2 
32 
Em 1024, a quarta cruzada, ataca e saqueia Bizâncio 
Roma e Constantinopla atuam como inimigos e não como partilhando a fé num mesmo Deus.
História A, 10º ano, Módulo 2 
33 
A Cristandade ocidental e o Islão 
Em 610, Maomet, inicia uma intensa atividade religiosa; 
Era um rico comerciante que acreditava ter sido escolhido por Deus para tirar os árabes da idolatria; 
Até à data da sua morte, 623, pregou a vontade de Allah (Deus em árabe); 
Fundou uma nova religião, o Islão, cujos princípios registou num livro sagrado, Alcorão (Corão), que segundo ele lhe tinham sido ditados por Allah, através do anjo S. Gabriel; 
O Corão tem os cinco pilares do Islão: crença num Deus único (Allah) e Maomet é o seu profeta; a oração, a esmola, o jejum do Ramadão e a peregrinação a Meca.
História A, 10º ano, Módulo 2 
34 
Também se estabeleceu o princípio da Jihad (guerra santa), destinada a espalhar a nova Fé; 
Maomet conseguiu submeter as tribos árabes à nova Fé; 
Após a morte de Maomet, os árabes dispuseram-se a conquistar o Mundo; 
Entre os séculos VIII e XII, o Islão conquistou um enorme território, inclusive na Europa, uma parte da península Ibérica;
História A, 10º ano, Módulo 2 
35 
Desenvolveram uma civilização próspera e requintada. Existiam cidades magnificas como Damasco, Bagdad, Córdova, etc.; 
O Ocidente cristão era pobre e rude comparado com o Islão; 
Um crente no Islão é um muçulmano;
História A, 10º ano, Módulo 2 
36 
Em 1095, iniciou-se uma série de grandes ofensivas militares, pregadas pelo Papa Urbano II; 
O objetivo era libertar os lugares santos da palestina no domínio do Islão; 
O Ocidente estava prestes a mudar a situação de superioridade do Islão
História A, 10º ano, Módulo 2 
37 
A nível militar o êxito das cruzadas foi limitado, não conseguiram estabelecer um domínio duradoiro na Palestina; 
Mas este movimento fortaleceu a ideia de uma sociedade liderada por um ideal religioso, a Cristandade unida contra os inimigos da Fé; 
Este ímpeto guerreiro vai levar à reconquista da Península Ibérica, à diminuição dos ataques de piratas muçulmanos no Mediterrâneo; 
No século XIII, a Cristandade recuperava o seu atraso em relação ao Islão; 
Estabelece-se um domínio equilibrado: O Cristianismo a ocidente e a oriente, o islamismo.
História A, 10º ano, Módulo 2 
38 
O quadro económico e demográfico 
Expansão e limites do crescimento 
Século XI a XIII – séculos de crescimento económico 
Ao longo destes anos as florestas e pântanos que cobriam a Europa vão sendo arroteados e transformadas em terras cultivadas;
História A, 10º ano, Módulo 2 
39 
Os arroteamentos são devem-se, na maior parte dos casos à iniciativa de reis, senhores, ordens monásticas e cidades; 
A expansão da área agrícola fez renascer antigas povoações abandonadas e criou novas; 
Aparecem as aldeias e vilas “novas”.
História A, 10º ano, Módulo 2 
40 
Avanços técnicos na agricultura: 
Emprego do ferro nos instrumentos agrícolas; 
Melhor aproveitamento da força animal; 
Rotação trienal das culturas; 
Melhor fertilização dos solos; 
O aumento da produtividade agrícola e desenvolvimento da pecuária fez aumentar a quantidade de alimentos disponível.
História A, 10º ano, Módulo 2 
41 
A maior abundância de alimentos diminuiu as fomes que por sua vez causaram a diminuição das epidemias; 
Entre o século XI e XIII, a população europeia, quase duplicou; 
Na Europa ocidental o crescimento foi maior, a França com 22 milões de habitantes, era o país mais povoado; 
Em toda a Europa viveriam cerca de 80 milhões de pessoas.
História A, 10º ano, Módulo 2 
42 
Para além da agricultura há um grande desenvolvimento no comércio e na produção artesanal. 
Este crescimento económico vai causar o renascimento das cidades que vão recuperar do declínio provocado pela queda do império romano. 
O renascimento das cidades e a dinamização das trocas
História A, 10º ano, Módulo 2 
43 
Ao redor de castelos, em locais de cruzamento de estradas, em portos de mar ou fluviais as velhas cidades romanas crescem ou aparecem novas; 
Surgem novas cidades e crescem em número de habitantes;
O espaço português 
A consolidação de um reino ibérico
Portugal possui as mais antigas fronteiras das Europa. Independente desde 1143/1179 (século XII), fixou o seu território em 1297. 
Nasceu da guerra contra Castelhanos e Muçulmanos. 
Os senhorios nasceram Entre Douro e Minho e estenderam-se ao Centro e Sul. Neles, o rei, nobres, clérigos assumiam os poderes fundiários, controlavam os dependentes e exerciam os poderes senhoriais. 
Os concelhos constituíram um entrave ao desenvolvimentos dos senhorios. As cidades e vilas concelhias tinham autonomia administrativa. 
O rei administrava este país de senhorios, concelhos, dos mouros, dos judeus, dos senhores e dos vilãos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
45
A reconquista 
História A, 10º ano, Módulo 2 
46
Reconquista designa as campanhas militares que os reinos cristãos da Península Ibérica dirigiram contra os Muçulmanos que a tinham invadido em 711 e conquistado na sua quase totalidade. 
A Reconquista iniciou-se em 718-722, a partir do pequeno reino das Astúrias, e terminou em 1492, com a conquista do reino de Granada. 
A Reconquista foi um processo lento, com avanços e recuos, condicionado pelo relevo, rios, pela unidade/divisão dos Muçulmanos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
47
Portugal nasceu no contexto da Reconquista; 
A rebeldia de Afonso Henriques (1109?-1185), que dirigia o Condado Portucalense desde 1128, contra o seu primo, o rei Afonso VII, rei de Leão e Castela, imperador das Espanhas, faz lembrar a de muitos senhores que, na Idade Média, habituados a administrar os seus territórios , desenvolveram um espírito de autonomia que os fez esquecer, muitas vezes, os seus deveres de obediência e lealdade ao rei. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
48
Em 1143, Afonso VII, na Conferência de Zamora, reconheceu Afonso Henriques com rex (rei), embora lhe tivesse recordado a sua situação de vassalo; 
Em 1179, o papa Alexandre III, através da bula Manifestis Probatum, reconheceu a independência do Reino de Portugal, em contrapartida, Portugal tinha de pagar um tributo anual ao Papa. 
Castelo de Guimarães 
História A, 10º ano, Módulo 2 
49
Em 1147, Afonso Henriques conquistou aos Mouros o território até ao rio Tejo, com as conquistas de Santarém e Lisboa; 
Em 1158, conquistou Alcácer do Sal e avançou os seus domínios até à linha do rio Sado; 
Em 1162, Beja e 1165, Évora, foram conquistadas; 
Em 1185, morreu Afonso Henriques, primeiro rei 
de Portugal com o cognome de “O conquistador”. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
50
D. Sancho I (rei 1185/1211), depois de ter conquistado uma parte do Algarve, não resistiu à vinda dos almóadas, que tinham vindo de Marrocos, para apoiar os reinos muçulmanos e perdeu todos os territórios a sul do rio Tejo, com exceção de Évora; 
D. Afonso II (rei 1211/1223), dedicou-se à consolidação do poder real e à organização administrativa do reino. No seu reinado deu-se a célebre batalha de Navas de Tolosa (1212), em que Portugueses, Castelhanos, Aragoneses e Franceses derrotaram os Muçulmanos. 
Reconquistou Alcácer do Sal, Monforte, Vila Viçosa e Moura; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
51
D. Sancho II (rei 1223/1245), reconquistou o Alentejo e parte do Algarve; 
D. Afonso III (rei 1248/1279) terminou a reconquista do Algarve, em março de 1249, conquistou Faro, Albufeira, Porches e Silves; 
O norte cristão conquistou o Sul islâmico. Estava concluída a reconquista portuguesa. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
52
Do termo da Reconquista ao estabelecimento de fronteiras 
Entre o termo da reconquista (1249) e o estabelecimento definitivo das fronteiras de Portugal (1297) decorreram quase 50 anos. Foi uma luta com Leão e Castela; 
Em 1152, Afonso X, rei de Leão e Castela, reivindicou o antigo reino muçulmano de Niebla, que incluía Silves; 
A guerra que se seguiu terminou com o tratado de paz de 1253. Afonso III, de Portugal, renunciava ao Algarve; 
Em 1263-64, realizaram-se novas negociações sobre a posse do Algarve; 
Em 1267, o Tratado de Badajoz resolvia a questão da soberania sobre o Algarve. Em 1268, Afonso III, passa a ser, de direito, rei de Portugal e do Algarve. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
53
Em 1295-97, a guerra entre Portugal e Castela reativou-se. 
Em 1297, pelo Tratado de Alcanises, celebrado entre D. Dinis de Portugal e D. Fernando IV de Castela, o território português adquiria, com pequenas exceções, as fronteiras atuais. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
54
O carácter político e religioso da Reconquista 
A Reconquista cristã, começou em 718/22, e significou a sobrevivência do pequeno reino das Astúrias; 
Teve um acentuado carácter político, permitiu aos soberanos ibéricos a sua afirmação e engrandecimento; 
A ideia central era que todos os territórios reconquistados pertenciam ao rei; 
Nos finais do século XI, os aspetos religiosos, tornam-se mais marcantes. 
Após quatro séculos de relativa tolerância, a guerra radicalizou-se fruto do fanatismo religioso dos almorávidas e almóadas e dos cristãos; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
55
A Reconquista assumiu foro de guerra santa, igualando-se às cruzadas na Palestina, muitas vezes a Reconquista foi denominada “cruzada do ocidente”; 
Diversos papas promulgaram bulas papais exaltando e exortando a expulsão dos Muçulmanos da Península Ibérica, concedendo indulgências a quem participasse nessa luta; 
Os cruzados por diversas vezes ajudaram a Reconquista portuguesa: 1147, conquista de Lisboa; 1189, conquista do Alvor e Sines; 1197, tentativa de reconquistar Silves; 1217, reconquista de Alcácer do Sal e 1249, conquista de Silves. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
56
Para o desenvolvimento desta ideia de cruzada contribuíram as ordens religiosas-militares, que chegaram à Península Ibérica no século XII: Templários (1128); Hospitalários (1150); Calatrava e de Santiago (1170); 
Estas ordens auxiliaram a conquista do Alentejo e Algarve, e desempenharam um importante papel no seu repovoamento; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
57
O país rural e senhorial 
História A, 10º ano, Módulo 2 
58
O Condado Portucalense elevou-se a reino, reconquistou o Sul do território, em 1297, as fronteiras estavam estabelecidas; 
Foi neste contexto que se desenvolveram as formas de organização políticas, sociais e económicas que formaram o Portugal medieval. 
De um lado, os senhorios e o país rural; do outro, os concelhos e o país urbano. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
59
Os senhorios, a sua origem, detentores e localização 
Senhorio é o território onde o senhor exercia poder sobre a terra, de que era proprietário e de cuja exploração cobrava rendas e serviços e poder sobre os homens, a quem exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
60
O senhorio era uma área territorial, mais ou menos extensa, contínua ou não, cujo dono, o senhor, detinha poderes sobre a terra e sobre os homens que lá residiam; 
Em Portugal, os senhorios pertenciam ao rei (Dominus Rex), à nobreza e ao clero; 
Os senhorios remontam à reconquista cristã, e à apropriação de terras que pertenciam aos Muçulmanos. É a ocupação de terras deixadas vagas pelos Mouros, a chamada presúria; 
A maioria dos territórios conquistados pela presúria pertencia ao rei, eram os reguengos; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
61
Os reguengos foram diminuindo ao longo do tempo. A necessidade de o rei recompensar serviços, militares e religiosos, levou os monarcas a alienaram parte destes territórios em favor da nobreza e do clero; 
Estas doações vai permitir ao rei criar os laços de vassalagem medieval. Ao doar as terras, em contrapartida, o rei esperava que os seus vassalos o apoiassem na guerra, com conselhos ou obter os favores divinos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
62
Vassalidade é a relação hierárquica que se estabelece entre dois indivíduos de ascendência nobre. Criava entre eles um interdependência pessoal de direitos e deveres (fidelidade, ajuda, conselho). 
Esta dependência pessoal derivava do de um dos senhores (o suserano) atribuir um bem (terras, castelo, rendas, cargo), chamado benefício ou feudo, a outro senhor (o vassalo). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
63
História A, 10º ano, Módulo 2 
64
O Norte atlântico foi a terra, por excelência, do senhorialismo, na Península Ibérica. Em Portugal, grosso modo, abrange o litoral norte do país até ao rio Vouga. Foi aí que se desenvolveu a presúria da nobreza. 
Foi nessa zona que se exerceram os mais antigos cargos públicos, delegados pelos reis de Leão na nobreza, esses cargos eram acompanhados por doações de terras, conhecidas pelo nome de honores. 
Honras são como são designados os senhorios da nobreza. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
65
O clero também foi um dos um dos protagonistas do senhorialismo no Norte Atlântico. 
Os mosteiros e a Sés, são o símbolo do poder do clero. A ordem religiosa mais poderosa nesta região era a dos Beneditinos. 
Os senhorios da Igreja são designadas de coutos, porque foram criados por uma carta de couto. Gozavam de isenção judicial, fiscal e militar. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
66
Devido às doações régias, e aos legados de nobres em testamento, os bens fundiários da Igreja, no início do século XIII, ultrapassam os de qualquer outro proprietário. 
O Centro e o Sul, são as zonas dos grandes senhorios da Igreja. 
As ordens religioso-militares detêm grande parte do território. 
Templários, Hospitalários, Calatrava e de Santiago. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
67
O exercício do poder senhorial: privilégios e imunidades 
A origem do poder senhorial está no Norte atlântico, e o principal protagonista foi a nobreza de Entre Douro e Minho. 
O nascimento (sangue), o poder económico, militar e sobre os outros homens era a base da superioridade social da nobreza. 
Os infanções são a mais antiga nobreza a quem os Condes de Portucale atribuíram funções de administrar terras. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
68
O Condado Portucalense teve origem na Reconquista cristã. O primeiro Conde de Portucale, terá sido Vimara Peres, autor da presúria da povoação de Portucale (Porto), em 868. 
Fazia parte do Reino de Leão. 
O condado foi extinto em 1071, e renasceria em 1096, quando o rei de Leão o doou ao Conde D. Henrique (pai de Afonso Henriques). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
69
Foi com o apoio dos infanções que Afonso Henriques vai conseguir a independência do condado e reconquistou o Centro e parte do Sul. 
A supremacia dos infanções atenuou-se no século XIII, o termo cai em desuso, é substituído pelo termo fidalgo. 
Os lugares de topo da nobreza eram ocupados pelos ricos-homens, que possuíam inúmeras terras que governavam, exerciam justiça e gozavam de isenções fiscais. 
Também eram conhecidos por senhores de pendão e caldeira, devido aos exércitos que comandavam e sustentavam. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
70
Outros graus da nobreza são os cavaleiros e escudeiros. 
Cavaleiros são todos os que pertenciam à ordem da cavalaria. Dedicam-se à guerra e deviam cumprir um código de honra e cortesia. 
Em Portugal, como nos outros reinos da Península Ibérica, o estado de guerra permanente (Reconquista), levou a que, na cavalaria, se misturassem nobres com pessoas oriundas de estratos populares. 
Escudeiros (nem todos nobres) acompanhavam os cavaleiros e ajudavam-nos a vestir a armadura e no combate. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
71
A natureza do poder senhorial 
O poder senhorial concretizava-se pela posse e exploração de terras mas, sobretudo, pelo exercício de funções militares, jurisdicionais e fiscais. 
A natureza do poder senhorial mais do que de natureza económica foi política. 
O poder senhorial corresponde ao poder banal (bannus) da Europa além-Pirenéus, que conferia aos senhores o comando, a punição, a coação sobre os habitantes do senhorio 
História A, 10º ano, Módulo 2 
72
Estes poderes públicos foram concedidos pelo rei ou pelo conde que lhes concederam terras ou castelos para administrar e governar em seu nome. 
Com o passar do tempo estes senhores deixaram de prestar contas (ao rei ou ao conde) e estenderam esses poderes aos seus domínios pessoais, a propriedades livres (alódios) e até a territórios de outros senhores menos poderosos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
73
O poder senhorial abrange vários privilégios: 
Posse de armas e comando militar; 
Exercício da justiça e cobrar as multas judiciais; 
Cobrança de crescentes e arbitrárias exigências fiscais (impostos): 
Banalidades, pelo uso de instrumentos de produção(forno, moinho e lagar) e sobre atividades comerciais e de transportes (peagens e portagens); 
Jantar, dever de alimentar o senhor e o seu séquito; 
Lutuosa ou manaria, tipo de imposto de sucessão; 
Osas ou gaiosas, imposto pago por quem casasse fora do domínio senhorial. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
74
O poder senhorial era um fator de prestígio e enriquecimento para os infanções e ricos-homens, que, desde o século XI, exerceram o poder no Norte atlântico. 
Com o avanço da reconquista, o poder senhorial expandiu-se para o Centro e Sul. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
75
Os senhorios da nobreza eram honras e da Igreja, coutos. Ambos eram territórios imunes, pois neles não entravam os funcionários régios (funções militares, judiciais e fiscais). Eram os senhores que exerciam esses poderes. 
A distinção entre couto e honra deve-se à forma como a imunidade foi concedida: 
Nos coutos, foi através da carta de couto. 
Na honra, a imunidade resultava do senhor exercer os poderes públicos, por isso honrava esse território. 
Com o tempo os nobres estenderam as imunidades para os seus domínios pessoais hereditários, exigindo neles os mesmo direitos. Desse modo, praticamente todos os domínios da nobreza se tornaram abusivamente em honras. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
76
A exploração económica do senhorio 
História A, 10º ano, Módulo 2 
77
Para além do poder senhorial, a posse de bens fundiários era um dos sustentáculos da nobreza e do clero. Chamavam-se domínios senhoriais. 
No Norte atlântico, nunca atingiram as dimensões das grandes propriedades de além-Pirenéus, por causa da densidade populacional e do relevo. 
Na maior parte dos casos eram um conjunto de pequenas parcelas territoriais dispersas (campos de cereais, vinhas, pomares, pastos, bosques, etc.) 
História A, 10º ano, Módulo 2 
78
Estes domínios senhoriais tinham uma reserva, chamada quintã, e as unidades de exploração arrendadas, os casais. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
79
A quintã, também chamada de paço, por nela se encontrar a residência do senhor, incluía o moinho, lagar, estábulos e uma pequena parte das terras. 
A exploração da quintã cabia aos escravos, servos e colonos livres dos casais que aí prestavam trabalho gratuito e obrigatório, durante um certo número de dias por ano, as jeiras (na Europa além- Pirenéus eram chamadas corveias) 
História A, 10º ano, Módulo 2 
80
A maior parte das terras estavam divididas em casais ou vilares (na Europa além-Pirenéus eram chamados mansos). Para a exploração dos casais celebravam-se contratos, entre os senhores e os colonos (caseiros). Podiam ser perpétuos, mas normalmente eram arrendados pelo prazo de uma vida ou duas. 
As rendas eram de dois tipos: fixas ou de parceria (percentagem das colheitas) 
História A, 10º ano, Módulo 2 
81
Os domínios eclesiásticos eram explorados de uma forma mais rigorosa. 
Nas suas granjas (o equivalente à quintã da nobreza) praticava-se a administração direta. 
Nos inícios do século XIII, a dízima já estava estabelecida. Era o pagamento à Igreja, a que nem o rei escapava, de um décimo (10%), de toda a produção agrícola e pecuária. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
82
A situação social e económica das comunidades rurais independentes 
Nos seus domínios (honras e coutos), os senhores controlavam uma multiplicidade de homens, os dependentes. 
Exigiam-lhes tributos: 
Uns provenientes da exploração da terra, rendas e jeiras, os chamados direitos dominiais; 
Outros vinham do exercício do poder político, os direitos senhoriais. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
83
Em 1211, uma lei de Afonso II proclamava que todos os homens livres deviam depender de um senhor (nobre, clérigo ou rei), a menos que já vivesse integrado num senhorio. 
Isto significou que os herdadores (homens livres), proprietários de terras alodiais passaram a ter de pagar tributos ao rei ou a um senhor. A sua condição degradou-se. 
Os colonos (foreiros, malados, vilãos), homens livres que trabalhavam a terra de outro, viram, desde o século XIII, os contratos a prazo prevalecerem sobre os arrendamentos perpétuos, misturando-se as prestações senhoriais e dominiais. 
A confusão entre domínio e senhorio era cada vez maior. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
84
Os servos eram os descendentes de escravos a quem foram entregues casais para explorarem. Progressivamente foram libertados da servidão, e no século XII, não se distinguem dos colonos. 
A escravatura aumentava, sobretudo a partir da segunda metade do século XI, fruto da Reconquista, que fornecia escravos mouros. 
Os assalariados (moços de lavoura) viviam do aluguer do seu trabalho, frequente na época das colheitas, escasso durante o inverno. 
Tal como os caçadores e pastores (sobreviventes de antigas formas de organização social) integravam-se mal na sociedade senhorial. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
85
O país urbano. A multiplicação de vilas e cidades concelhias 
História A, 10º ano, Módulo 2 
86
O mundo rural e senhorial, durante a Idade Média, teve a primazia em todos os setores de atividade. Aqui se concentravam as elites sociais, as grandes fontes de riqueza (agricultura), o maior parte da população. 
No entanto também existe um país urbano, de vilas e cidades concelhias que impulsionou o desenvolvimento do reino. 
O país urbano e concelhio. A multiplicação de vilas e cidades concelhias 
História A, 10º ano, Módulo 2 
87
Em 1075, a construção da catedral de Santiago de Compostela, tornou esta cidade galega como um dos maiores centros de peregrinação da cristandade. 
Os territórios as norte do rio Mondego, que em breve se tornará Portugal, são atravessados por peregrinos e caminhos que se dirigem a Santiago de Compostela. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
88
Este movimento ajudou ao renascimento de alguns centros urbanos do Norte, nomeadamente, o Porto e Guimarães. 
A Reconquista vai conquistar territórios muçulmanos com forte implantação urbana, como Coimbra, Lisboa, Santarém e Évora. 
A região Entre Douro e Minho ficará secundarizada em relação ao Centro e Sul, e muita da sua população emigra para as novas terras reconquistadas. 
Por outro lado, o Centro e Sul tinham uma forte tradição comercial e artesanal. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
89
No Centro e Sul existem fortes comunidades de homens livres e não só de senhores, que exercem o poder local. 
D. Afonso Henriques transfere a capital de Guimarães para Coimbra para se libertar das exigências da nobreza nortenha que o pusera no trono. 
A presença da corte itinerante, nas cidades do Centro (Coimbra, Leira) e Sul (Santarém, Lisboa, Évora) contribuiu para a consolidação das estruturas urbanas. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
90
Os centros urbanos, com a proliferação de funcionários e letrados e o desenvolvimento da burocracia do Estado, cada vez se distanciavam mais do país rural, face ao qual se sentiam mais poderosos e esclarecidos. 
As cidades sedes de bispado, eram as únicas a merecerem a designação de cidade (Braga, Porto, Coimbra, Lamego, Guarda, Viseu, Lisboa, Évora e Silves). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
91
A importância de uma cidade media-se, em grande parte, pelo grau da sua superintendência jurídica. As cidades ou vilas dispunham de um maior ou menor grau de capacidade administrativa conforme o monarca ou um senhor, lhe tinham concedido em carta de foral. 
As cidades libertas (parcial ou totalmente) do poder senhorial tinham maior capacidade de se desenvolverem. 
A concessão de forais com amplas liberdades, foi uma forma utilizada pelos monarcas portugueses para atraírem populações para as zonas com maior necessidade de povoar (Beira interior, Estremadura, Alentejo) 
História A, 10º ano, Módulo 2 
92
Foi nestas regiões que, preferencialmente, se desenvolveram os concelhos perfeitos ou urbanos. 
Para alimentar a sua população e exportar as suas produções, a cidade dependeu da proximidade dos eixos de comunicação terrestres, marítimos ou fluviais. 
O surto urbano português acompanha o desenvolvimento comercial e económico do ocidente verificados a partir do século XII. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
93
A partir do século XII, beneficiando das peregrinações a Santiago de Compostela, do avanço da Reconquista, da itinerância da corte régia, da restauração das sés episcopais, da criação de concelhos e do dinamismo comercial, o território português recuperou uma fisionomia urbana. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
94
A organização do espaço urbano. Urbanismo cristão e urbanismo muçulmano. 
Na Península Ibérica já nada restava do urbanismo romano. Distingue-se um urbanismo cristão, a norte, e um urbanismo muçulmano, a sul. 
Os dois tipos de cidade apresentam ruas estreitas e tortuosas. A cidade cristã apresentava uma ou mais praças, a cidade muçulmana, a alcáçova, para a classe dirigente, e a almedina, a zona popular. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
95
Existem traços comuns neste urbanismo, fruto dos contactos, e à medida que a Reconquista progredia, os dois mundos iam-se integrando. 
A cidade medieval estava rodeada por muralhas. 
No século XIII, fruto do crescimento demográfico, construíram-se, em muitas cidades portuguesas, novas muralhas que vão incluir os antigos arrabaldes e alguns espaços rurais que rapidamente se tornam espaços construídos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
96
As cidades medievais tinham um centro, local onde se situavam os edifícios do poder e moravam as elites locais. 
Este centro podia ser o castelo, a torre de menagem do alcaide, Sé ou igreja principal, o paço episcopal, os paços do concelho, as moradias dos mercadores e mesteirais mais abastados. 
Existia um mercado principal numa praça ou rossio, e normalmente existiam outros mercados. 
A cidade medieval era caótica e exígua. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
97
No reinado de D. Dinis abriram-se novas ruas para servirem de eixo ordenador do espaço urbano. Mais largas que o habitual iam diretamente de uma porta a outra da cidade, eram as ruas direitas que, juntamente com as ruas novas (abertas a partir do século XIII) concentravam as melhores lojas, oficinas e estalagens da cidade. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
98
Tudo o resto eram ruas secundárias estreitas, fétidas e escuras. Não existiam esgotos pelo que os despejos eram feitos para a rua. 
Muitas ruas agrupavam determinadas profissões, e ainda hoje existem ruas com o nome de Sapateiros, Caldeireiros, do Ouro, dos Mercadores, etc.. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
99
Nas cidades existiam as minorias étnico-religiosas: judeus e mouros. 
Os judeus viviam nas judiarias, bairros protegidos por muros, com os seus funcionários, juízes e hierarquia religiosa. 
Os judeus eram, de um modo geral, mais letrados que o comum dos cristãos, muitos deles dedicavam-se aos negócios e à usura. 
Existiam judeus de todas as condições económicas embora muitos fossem abastados. 
Apesar dos múltiplos antagonismos religiosos, os judeus foram tolerados até aos finais do século XV. Em 1496, um edito do rei D. Manuel I, obrigou os judeus à conversão ou à expulsão. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
100
A comunidade islâmica era menos abastada do que a judaica. Realizavam os trabalhos mais pesados. Ainda hoje existe o ditado: “Trabalhar que nem um mouro”. 
Viviam em bairros rodeados por muros, as mourarias. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
101
O arrabalde localizava-se fora das muralhas da cidade. 
Nele encontravam-se as hortas (almuinhas) e os ofícios poluentes (pelames e curtumes). 
Muitas vezes os ferreiros também se encontravam fora da cidade. 
Muitos mesteirais e lojistas localizavam os seus negócios perto das portas de entrada da cidade. 
No arrabalde também viviam s excluídos da sociedade medieval, como os pedintes e s leprosos. 
Era um mundo de pobreza e exclusão que atraiu as ordens mendicantes, como os franciscanos e dominicanos que aí se instalaram. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
102
Para além do arrabalde desenvolvia-se o termo, o espaço circundante da cidade que compreendia terras cultivadas e aldeias que abasteciam os mercados da cidade. 
Exerciam jurisdição, coletavam impostos e impunham obrigações militares 
Era um direito das cidades e vilas concelhias. 
Os monarcas alargavam os encurtavam o termo de uma cidade, conforme pretendiam recompensar ou castigar uma cidade. 
Por exemplo em 1383-85, o Porto foi recompensado com por ter apoiado a causa do Mestre de Avis, enquanto Santarém viu o seu termo reduzido. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
103
História A, 10º ano, Módulo 2 
104
O exercício comunitário de poderes concelhios: A afirmação política das elites urbanas. 
A necessidade de repovoar o interior e o Sul do país, levou monarcas e senhores a concederem autonomia político- administrativa de vários territórios. 
São os concelhos, habitados por homens livres, com privilégios e obrigações, que eram determinados por uma carta de foral. 
O número mais significativo de concelhos, sobretudo aqueles com mais autonomia, situavam-se nas regiões fronteiriças das Beiras, Estremadura e Alentejo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
105
Estes eram chamados os concelhos urbanos ou perfeitos. 
Compreendiam a cidade propriamente dita, e o termo que incluía aldeias e propriedades rurais. 
Os seus habitantes homens livres, de maior idade e que eram proprietários ou trabalhavam no concelho eram chamados vizinhos. 
Eram excluídos os nobres e clérigos, exceto se abdicassem dos seus privilégios. O mesmo acontecia com as mulheres (exceto se fossem viúvas), judeus, mouros, estrangeiros, servos e escravos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
106
Os vizinhos administravam o concelho. Era uma administração comunitária. 
A Assembleia (concilium) era o principal órgão deliberativo. 
As suas decisões (posturas municipais) regulamentavam as diversas questões económicas do concelho. 
Mas o que distinguia um concelho perfeito de um imperfeito era a capacidade de administrar justiça e eleger os magistrados. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
107
Magistrados do concelho: 
Alcaides ou juízes (2 ou 4), eram os principais dirigentes do concelho; 
Almotacés (12) eram encarregados da vigilância das atividades económicas, assuntos sanitários e obras públicas; 
Procurador era o tesoureiro e representava o concelho externamente; 
Chanceler guardava o selo e bandeira do concelho; 
Em meados do século XIII, o rei nomeia os vereadores (2 a 6) entre os vizinhos. Possuíam inúmeras competências legislativas e executivas, viriam as sobrepor-se a todos os outros magistrados e à Assembleia da vizinhos 
História A, 10º ano, Módulo 2 
108
Estes magistrados eram a elite social do concelho, eram chamados homens-bons. 
Nos concelhos do interior eram maioritariamente grandes proprietários rurais, nos do litoral, grandes comerciantes. 
Desempenharam um papel importante na Reconquista e defesa do território a sul do Mondego. 
Como recompensa os monarcas fizeram-nos cavaleiros-vilãos. Tinham determinados privilégios e isenções. 
Os homens-bons monopolizavam as principais magistraturas do concelho. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
109
O poder régio, fator estruturante da coesão interna do reino 
Da monarquia feudal à centralização do poder 
O primeiro sentimento de pertença de uma pessoa no século XIII, dirigia-se, em primeiro lugar para a sua paróquia, aldeia, senhorio ou cidade concelhia, e só depois para o reino de Portugal, dirigido pelo rei. 
Portugal era, na Idade Média, um conjunto de senhorios e concelhos, cada um com as suas particularidades, imunidades, privilégios e autonomias administrativas. 
Cabia ao rei e à instituição monárquica o difícil e importante papel de unir todas estas especificidades, criando um espaço territorial coeso e uma identidade nacional. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
110
Nos seus inícios Portugal foi governado por uma monarquia feudal. 
Monarquia feudal caracteriza-se pelo facto de o rei se assumir como o maior e mais poderoso dos senhores feudais. 
Através das doações de benefícios o rei cria laços de vassalagem e de dependência pessoal. 
Em Portugal a monarquia reivindica o direito divino. 
Os monarcas portugueses procuraram centralizar o poder, nunca abdicaram da chefia militar e da justiça suprema. 
Desenvolveram um corpo de funcionários e órgãos especializados, e a partir de 1211, criaram as Leis Gerais. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
111
Na monarquia feudal não existia distinção entre a esfera pública e privada. O reino era o património pessoal do rei, que herdava e depois transmitia aos seu filho primogénito. 
O rei doava honras e coutos a nobres e senhores eclesiásticos para recompensar serviços prestados. 
Em troca desta cedência de bens e poderes o rei criou uma corte de vassalos, que lhe devia fidelidade e apoio nas tarefas de defesa e administração do reino. 
Em Portugal, ao contrário de outras regiões além-Pirenéus, o poder do rei nunca foi contestado, devido ao facto de não existirem casas senhoriais suficientemente poderosas e ricas para desafiarem o poder real. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
112
Em Portugal, o rei era o único e verdadeiro senhor feudal. Era o mais rico e poderoso dos senhores feudais, o Dominus Rex. 
Exercia o seu poder público e cobrava rendas nos seus domínios pessoais (reguengos), nos alódios e nos concelhos. 
O rei exigia o pagamentos de impostos como a coima, fossadeira, anúduva, jugada, pousadia, etc.. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
113
A centralização do poder: defesa, justiça, legislação e fiscalidade 
Os reis fundamentaram o seu poder na doutrina do direito divino, são os representantes de Deus na Terra. 
São o órgão máximo do poder público. Tem as mais altas funções militares, jurídicas , legislativas e fiscais. 
São os responsáveis máximos pela manutenção da paz e justiça. 
São o juiz supremo e reservam o direito da justiça maior (condenação à morte ou talhamento de membros). 
São os guardiões da ordem e da equidade. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
114
Desde 1211, reinado de Afonso II, a monarquia assumiu o exclusivo da legislação suprema. 
Nesse ano foram publicadas as Leis Gerais destinadas a ser aplicadas em todo o reino. 
Algumas dessas leis destinavam-se a combater os privilégios senhoriais, outras garantiam ao rei o exclusivo da cunhagem da moeda. 
A Lei da Almotaçaria, reinado de Afonso III, tabelava os preços. 
Outro ponto importante da legislação foi a tentativa de acabar com as isenções. Em 1387, as sisas gerais, foram um imposto que incluía a compra e venda de todos os bens, inclusive dos privilegiados e do próprio rei. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
115
Nos finais do século XIV, a monarquia feudal evoluía para um Estado Moderno. 
O tempo em que o rei era o principal senhor e recompensava os seus apoiantes transformava-se numa monarquia centralizada, o rei é o chefe do exército, juiz e legislador supremo, o intérprete do poder público. 
Para isso foi necessário proceder à reforma da administração pública. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
116
A reestruturação da administração central 
Na Idade Média a corte não permanecia na mesma cidade, mas vivia de cidade em cidade, era uma corte itinerante. O governo central, viajava pelo país. 
Desde o início da monarquia os principais cargos públicos eram: 
Alferes-mor: era o mais alto cargo militar, a seguir ao rei; 
Mordomo-mor: Era o mais alto funcionário na administração civil; 
Chanceler: responsável pela redação dos diplomas régios e pela guarda do selo real. O poder do chanceler foi amplamente aumentado no reinado de Afonso III. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
117
A Cúria Régia era um órgão consultivo que ajudava o rei nas suas deliberações. No século XIII, a Cúria Régia diversificar-se-á nas Cortes e no Conselho do Rei. 
A Cúria Régia derivava do dever de conselho que os vassalos deviam prestar ao monarca. 
Debatiam-se todos os assuntos respeitantes à administração do reino. 
Tinha funções judiciais, competia-lhe o julgamento de questões referentes à nobreza. Desempenhava ainda o papel de supremo tribunal. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
118
As reuniões ordinárias da Cúria contavam com a presença dos membros da corte; 
Mas quando os assuntos eram graves ou tinham uma dimensão nacional, o monarca convocava uma Cúria extraordinária, que tinha uma dimensão maior (vários membros do clero, alcaides das cidades, chefes das ordens religioso-militares. 
Na primeira Cúria extraordinária, realizada em Coimbra, em 1211, elaboraram-se as primeiras Leis Gerais. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
119
No reinado de Afonso III, as reuniões ordinárias e extraordinária da Cúria Régia evoluíram, respetivamente, Conselho Régio e Cortes. 
O Conselho Régio é composto por pessoas competentes, sobretudo legistas. Perde as funções judiciais da Cúria que são entregues a tribunais superiores. 
Cortes, reúnem-se pela primeira vez, em Leiria, 1254. Estão representados os três estados do reino (clero, nobreza, povo). Desempenharam, de forma embrionária, a função de organismo nacional interveniente na governação do país. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
120
Não existia uma verdadeira escolha democrática dos seus participantes; 
A periodicidade da sua convocação dependia do rei. 
Os três estados podiam apresentar as suas reivindicações nas Cortes. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
121
A intervenção na administração local 
O reforço da autoridade real refletiu-se na administração local. 
Afonso III criou uma nova organização administrativa das regiões sobre a dependência direta da coroa: comarcas, julgados e almoxarifados. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
122
Nas áreas concelhias (apesar da autonomia administrativa) os monarcas portugueses foram-se intrometendo na sua governação, nos séculos XIII e XIV. 
O rei fazia-se representar pelo: 
Alcaide-mor (comandava as tropas e vigiava as atividades judiciais); 
Almoxarife e Mordomo (cobravam os direitos e rendes devidas ao reino; 
Corregedor e Juízes de Fora (inspecionavam a administração local); 
Vereadores (magistrados concelhios nomeados pelo rei, a partir de 1340). 
O rei aparecia como o guardião supremo da paz e da justiça, promovia o bem público e obstava a arbitrariedades do poder local. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
123
Os monarcas vão intervir nos senhorios. 
A partir de Afonso II (rei 1211/1223) deixam de tolerar o crescimento desenfreado da propriedade nobre e eclesiástica. 
Muitas das Leis Gerais têm um carácter anti senhorial: 
Leis de Desamortização (1211); 
Confirmações Gerais (1217/1221); 
Inquirições Gerais (1211/1223). 
O combate à expansão senhorial e a promoção das elites urbanas 
História A, 10º ano, Módulo 2 
124
Leis de Desamortização (1211): 
Proíbem os mosteiros e igrejas de adquirirem bens de raiz. Estas leis procuravam criar obstáculos à acumulação da propriedade eclesiástica; 
Procurava-se evitar a “fuga ao fisco”, pois as terras na posse do clero passavam a ser isentas; 
No reinado de D. Dinis(1279-1325) foram publicadas outras Leis de Desamortização que proibiam as ordens religiosas de herdarem bens dos seus professos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
125
Confirmações Gerais (1217/1221): 
Eram leis que confirmavam os títulos de posse de terras e direitos da nobreza e do alto clero. 
Inquirições Gerais (1211/1223): 
Foram averiguações feitas nos reguengos, para descobrir as terras que tinham sido usurpadas pela nobreza e pelo clero; 
Este era um problema complexo e vasto pelo que em 1258, D. Afonso III (1248-1279) ordenou novas Inquirições Gerais na região e Norte do Douro e Beira interior; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
126
D. Dinis (1279-1325) , ordenou novas Inquirições na Beira e Norte do Douro; 
Em 1234, D. Dinis, proibiu a nobreza e o clero de criarem novos coutos e honras; 
Esta luta não foi fácil, a nobreza resistiu, prestou falsas declarações sobre as terras; 
Por vezes esta luta assumiu contornos violentos; 
A Igreja por diversas vezes se queixou ao Papa dos monarcas de Portugal, afirmando que atentavam contra a liberdade e imunidade das terras da Igreja; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
127
Sobre vários monarcas portugueses recaíram ameaças de excomunhão e interditos: 
D. Afonso II, D. Afonso III e D. Dinis; 
D. Sancho II (1223-1245) foi deposto pelo Papa Inocêncio IV, que na Bula da Deposição relembrou que o Papa era a autoridade máxima em Portugal, em virtude do pedido de D. Afonso Henriques. 
Excomunhão – expulsão da comunidade de cristãos. 
Interditos – proibia a celebração de missa e administração dos sacramentos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
128
Os concelhos apoiaram o rei nesta luta; 
O Porto é um dos exemplos, que durante os séculos XIII e XIV, esteve sempre em luta contra o bispo, com o apoio dos diversos monarcas portugueses. 
D. Dinis, em 1316, concedeu ao Porto o estatuto de concelho perfeito. 
Os reis portugueses desenvolveram uma política de promoção política das elites urbanas para agradecerem o apoio dos concelhos na sua luta pela centralização do poder real. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
129
A afirmação de Portugal no quadro político ibérico 
A centralização do poder real teve o seu auge no reinado de D. Dinis (1279-1325); 
A administração central do reino melhorou a sua eficácia na cobrança de impostos e na aplicação da justiça maior; 
O poder senhorial foi combatido; 
As relações com a Igreja normalizaram-se; 
As fronteiras foram fixadas de forma definitiva; 
Protegeram-se os concelhos; 
Expandiu-se a área cultivada; 
Incrementaram-se as feiras e o comércio; 
Estabilizou-se a moeda; 
Organizou-se a marinha de guerra; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
130
Desenvolveu-se a cultura e arte; 
O português tornou-se a língua oficial dos documentos do reino; 
Criou-se a primeira universidade portuguesa; 
Fomentou-se a arte gótica. 
Tudo isto contribuiu para o prestígio da monarquia portuguesa além fronteiras. 
D. Dinis, entre 1282 e 1310, interveio diversas vezes nos problemas internos do reino de Castela, que levaram à assinatura do Tratado de Alcanises (estabilização das fronteiras); 
D. Dinis casou com a princesa Isabel, do Reino de Aragão, uma grande potência económica no Mediterrâneo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
131
No reinado de Afonso IV, o rei de Castela, Afonso XI, pede-lhe apoio contra os Muçulmanos, e na Batalha do Salado (1340), as tropas castelhanas e portuguesas derrotam os muçulmanos. 
Portugal afirmava-se como um dos reinos da Península Ibérica. 
Em 1383-85, uma crise dinástica, será o pretexto de uma revolução que irá garantir a independência nacional. 
Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto 
História A, 10º ano, Módulo 2 
132
Valores, vivências e quotidiano
A partir do século XI, a cidade da Idade Média, ao contrário do campo, torna-se um local de inovações. 
É um mundo fervilhante de negócios e outras atividades económicas. 
Na cidade desencadeiam-se profundas mudanças económicas, sociais, culturais, religiosas e artísticas. 
Alteram-se valores e vivências do quotidiano medieval que irá levar à transformação desse mundo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
134
Uma nova sensibilidade artística: o Gótico 
“A arte das Catedrais significou em primeiro lugar o renascimento das cidades. Estas ao longo dos séculos XII e XIII não pararam de crescer. A catedral (gótica) é a igreja do bispo, portanto a igreja da cidade.” 
George Duby, O tempo das catedrais 
História A, 10º ano, Módulo 2 
135
Catedral de Colónia 
História A, 10º ano, Módulo 2 
136
O burguês torna-se orgulhoso de si e da sua cidade. Cada cidade pretende ser melhor que as cidades vizinhas. 
Os habitantes da cidade contribuem generosamente para as grandes construções urbanas (muralhas, praças, palácios, igrejas). 
Surge um novo estilo artístico, o Gótico que fruto de novos elementos arquitetónicos e construtivos vai elevar as torres dos palácios e das igrejas que podem ser vistas de muito longe. 
O Gótico abrange todas as vertentes artísticas mas é na Igreja (catedral) que teve a sua maior expressão, é o seu expoente máximo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
137
A construção da catedral gótica corresponde a uma nova conceção do cristianismo. 
“Deus é luz. (…) Luz absoluta, deus está mais ou menos velado em cada criatura, consoante ela é menos ou mais refratária à sua iluminação. Esta conceção contém a chave da nova arte, da arte de França. Arte de claridade e de irradiação (…).” 
G. Duby, O tempo das catedrais 
História A, 10º ano, Módulo 2 
138
As mutações na expressão da religiosidade: ordens mendicantes e confrarias 
A cidade medieval é um lugar de fortes contrastes: 
Por um lado existia a riqueza dos que tinham enriquecido com o desenvolvimento económico, e demonstravam-no quer nas suas vestes quer na ostentação das suas casas; 
Por outro lado, a cidade atraia as populações do campo que nem sempre encontravam emprego, ou pelo menos emprego certo e bem remunerado, e por isso viviam na miséria; 
A cidade medieval é feita destes contrastes entre a riqueza de uns e a miséria de outros que viviam isolados e sem amigos a quem pedir ajuda. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
139
Vão surgir organismos de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática da caridade. 
As ordens mendicantes trazem um novo espírito de renovação espiritual e promovem a fraternidade para o sofrimento. 
A Igreja Católica identificava-se com os ricos, os seus mais altos dignatários viviam uma vida de luxo, alheados da miséria que existia à sua volta. 
Esta atitude tinha provocado a revolta de muitos crentes que se afastaram do catolicismo aderindo a heresias que eram violentamente reprimidas pela Igreja. 
Heresia é um desvio à doutrina oficial da Igreja Católica. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
140
Dentro da própria Igreja vão nascer outros movimentos de contestação da vida de luxo e preconizavam um retorno à humildade e pobreza originais. 
Francisco de Assis e Domingos de Gusmão, vão criar as ordens mendicantes que vão contribuir para a mudança de mentalidades. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
141
S. Francisco (1182-1226), filho de um rico mercador da cidade de Assis (Itália) levou uma vida de boémia até aos 20 anos. Uma doença fê-lo mudar a sua atitude, renunciou aos bens terrenos e começou a pregar a palavra de Deus. 
Defendia a pobreza e a humildade; 
Criou uma nova ordem de Frades Menores (humildes) , os Franciscanos, que viviam na pobreza, ganhavam o seu sustento trabalhando e mendigando (mendicantes); 
Instalam-se na cidade, sobretudo nas zonas mais miseráveis e pregam a palavra de Deus e praticam a caridade. 
Ao contrário das outras ordens não vivem isolados nos conventos. 
Esta ordem estabeleceu-se muito cedo em Portugal. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
142
S. Domingos de Gusmão (1170-1221) fundou a ordem dos Dominicanos, que partilhavam os ideais de pobreza mas davam mais importância à pregação como forma de combater as heresias. 
O estudo da Teologia era muito importante para estes frades. 
S. Tomás de Aquino atingiu grande fama com teólogo e professor universitário como outros membros desta ordem. 
As ordens mendicantes contribuíram para a renovação da vida religiosa e espiritual desenvolvendo um espírito de solidariedade e de ajuda ao próximo. 
Vão inspirar a criação de confrarias e outras associações de socorros mútuos. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
143
As confrarias eram associações de ajuda mútua (entreajuda), de cariz religioso que se organizavam sob a proteção de um santo. 
Agrupavam homens de um mesmo ofício, pela vizinhança, ou pela devoção a um mesmo santo. 
As confrarias ligadas a profissões desenvolveram-se muito pois já estavam agrupadas em corporações. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
144
Corporação é uma associação de carácter socioprofissional que agrupa os trabalhadores de uma determinada atividade. 
Na Idade Média eram conhecidas por artes, guildas ou casas. Cada uma tinha os seus próprios estatutos que regulamentavam salários, preços e o acesso à profissão. 
Geralmente a cada corporação associava-se uma confraria que prestava assistência aos seus membros. 
As confraria funcionavam com base do pagamento de uma quota por parte dos seus membros e de contribuições dos membros mais ricos. 
Organizavam a assistência a membros. Reuniam-se periodicamente para decidir as atividades a realizarem. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
145
A expansão do ensino elementar. A fundação de Universidades. 
Até ao século XI, a frequência de uma escola eram o privilégio quase que exclusivo de clérigos e monges. 
Os mosteiros, com as suas escolas, bibliotecas e monges copistas eram os centros do saber. 
Estas escolas tinham como objetivo fundamental a preparação de futuros monges, por isso o ensino estava direcionado para a religião, por outro lado estes mosteiros localizavam-se no campo, longe da cidade. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
146
No século XI, organizam-se as primeiras escolas urbanas. A tutela da Igreja mantém-se mas o público destas novas escolas, escolas das catedrais, é outro, destinam-se a um público mais vasto, para além de clérigos admitem leigos nos seus estudos. 
Estas novas escolas urbanas procuram responder às novas necessidades da administração e da economia. 
As cidades precisam de funcionários e juristas para o seus tribunais, de notários e escrivães para as suas repartições públicas. Surge um novo funcionalismo que precisa de ser letrado (instruído). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
147
Por outro lado os negócios tornam-se cada vez mais complexos, surgem as primeiras grandes companhias comerciais que exigem registos precisos. 
Nas grandes cidades comerciais (Florença, Veneza, Lubeque, etc.) surgem escolas, muitas vezes privadas, onde para além do ensino da Lógica e Gramática, desenvolve-se o ensino da Aritmética. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
148
No século XII, algumas escolas das catedrais, alcançaram fama internacional a atraíam estudantes de toda a Europa. 
Algumas especializaram-se no ensino de determinadas áreas, como o Direito, a Teologia ou a Medicina. 
Surgiu a necessidade de organizar o ensino nessas escolas que determinasse os conteúdos a lecionar, os exames a realizar. Que determinassem um estatuto para docentes e discentes. 
Criaram-se organizações de tipo corporativo, a que se chamaram Universidades. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
149
Universidade provém do termo latino universitas, corporação de professores e estudantes, com vista à organização de um estabelecimento de ensino superior (studium), surgem no século XII. As universidades foram dependentes da Igreja e o seu objetivo primordial era a formação de novos clérigos. 
A partir do século XIII, o numero de estudantes laicos aumentou, e a universidade tornou-se o centro de formação do funcionalismo público. 
Estudar na universidade passou a ser uma forma de adquirir prestígio e subir na escala social. 
As Universidades conferiam os graus de bacharel, licenciado e doutor. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
150
História A, 10º ano, Módulo 2 
151
Duas das primeiras Universidades a surgirem foram as de Notre- Dame, Paris e a de Bolonha. 
Em Paris, a Universidade afirmou-se em luta contra as autoridades laicas e eclesiásticas. 
Em 1231, o papa Gregório IX, autorizou a Universidade de Paris a estabelecer as suas leis e regras de funcionamento. 
A Universidade de Paris notabilizou-se no ensino da Teologia, a de Bolonha em Direito. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
152
Os estudos universitários organizavam-se em faculdades, grupo de professores e alunos de um mesmo ramo de saber. 
O seu número variava conforme as Universidades. 
Todas tinham as Artes que era a base dos estudos universitários. 
Durava 6 anos e iniciava-se entre os 14 e 16 anos, conferia o grau de licenciado. 
Artes liberais eram formadas por 7 disciplinas agrupadas no: 
Trivium (Gramática, Retórica e Lógica); 
Quadrivium (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
153
Licenciado em Artes, o estudante podia especializar-se em Medicina, Direito ou Teologia. 
Os cursos de Direito e Medicina obrigavam a mais 6 anos de estudo, o de Teologia, era muito varável, mas podia atingir os 15 anos. 
O ensino baseava-se na leitura e comentário, pelo mestre, dos escritos das autoridades sobre o assunto tratado. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
154
A partir do século XIII, as universidades tornam-se mais ligadas ao Estado. A centralização do poder real tornava necessário um número cada vez maior de legistas (Direito). 
Em Portugal, D. Dinis, em 1290, funda o Estudo Geral de Lisboa. Tinha as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e Medicina. A Teologia continuou a ser privilégio dos mosteiros de Santa Cruz de Coimbra e de Alcobaça. 
Em 1308, o Estudo Geral foi transferido para Coimbra. Posteriormente foi novamente transferida para Lisboa, e em 1537, a universidade fixou-se definitivamente em Coimbra. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
155
A cultura leiga e profana nas cortes régias e senhoriais 
A prosperidade económica refletiu-se na vida cultural. 
Desenvolve-se um gosto por uma vida mais requintada e pela erudição, não só nas cidades mas também nas cortes dos reis e dos grandes senhores. 
Surge o ideal de cavalaria, o senhor deve ser corajoso, desinteressado, deve defender a causa dos fracos e da justiça. 
Deve cortejar a sua dama segundo as regras do “amor perfeito”. 
Nesta nova vivência cortesã a literatura assume um papel central. 
A literatura difunde os ideais da cavalaria. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
156
Nos finais do século XIII, surge , nas cortes da Europa, o ideal do perfeito cavaleiro. 
Condições para ser um perfeito cavaleiro (profano e religioso): 
Nascimento nobre; 
Deve demonstrar honra, coragem, lealdade, virtude e piedade. 
O cavaleiro combate por Cristo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
157
Surgem as narrativas de cavalaria, que relatam episódios romanceados de episódios de cavalaria; 
Estes romances eram lidos, ao serão, na corte dos grandes senhores e do rei; 
As novelas arturianas foram muito difundidas nesta época, relatam a vida na corte do rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda e da sua procura do Santo Graal; 
Na Península Ibérica surgiu o Amadis de Gaula, romance que teve um grande êxito; 
Na época trovadores viajam de corte em corte cantado estes romances. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
158
Os nobres deviam passar por um período de aprendizagem antes de serem “armados cavaleiros”: 
Em jovem (7/8 anos) era enviado para a corte de um senhor com estatuto superior (casa grande); 
Primeiro era um pajem aprendia a manejar as armas e cavalgar; 
Depois, na adolescência, tornava-se escudeiro. Tratava das armas e do cavalo do senhor, acompanhava-o nas suas lutas e torneios; 
Por toda a Europa os senhores dedicavam-se, para além da guerra, à caça, torneios e justas; 
História A, 10º ano, Módulo 2 
159
O rei português, D. Duarte (1391-1438), publicou um livro sobre a arte da cavalaria, denominado “Livro da Ensinança da Arte de Bem Cavalgar em Toda a Sela”, considerado o primeiro tratado europeu de cavalaria. 
Depois de 14 anos de aprendizagem, o jovem escudeiro proferia os votos de cavalaria. 
Eram votos sagrados, faziam parte de um ritual, em que a própria Igreja tomava parte. 
Depois de cumprido este ritual, o jovem era investido cavaleiro. Passava a fazer parte da ordem de cavalaria. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
160
O código de cavalaria integra um código de amor; 
É um conjunto de regras que definem quem e como se deve amar; 
O desenvolvimento das cortes na Europa levou a um maior convívio entre os dois sexos, e a partir do século XII, desenvolveu-se o amor cortês. 
O amor cortês, é essencialmente espiritual, mas deixa subentendido a sensualidade. 
O cavaleiro deve atuar com bravura e contenção para “ganhar” a sua dama. 
Deve ser um exemplo de educação e refinamento. 
Por outro lado, espera-se que a dama seja serena, recatada, bem falante. Deve recompensar os esforços do amado com um lenço, um anel, um beijo. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
161
Para a divulgação dos ideais do amor cortês contribuíram os poetas; 
A poesia trovadoresca nasceu no Sul de França (Provença), e os trovadores e jograis espalharam-na por todas as cortes europeias. 
O Romance da Rosa, romance escrito sobre a temática do amor, teve uma grande divulgação. 
Em Portugal, esta poesia trovadoresca desenvolveu-se, assumindo dois géneros principais: cantigas de amigo e cantigas de amor. 
O amor foi uma componente essencial da sociabilidade cortesã e da cultura erudita da Idade Média. 
Para muitos foi um código de vida, um ideal de vida. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
162
O culto da memória dos antepassados é uma característica das famílias nobres. 
Os títulos nobiliárquicos são herdados, por isso é importante prestar homenagem aos antepassados. 
Aos serões, nas cortes senhoriais, era normal comentar e elogiar os feitos dos antepassados. 
No século XII, muitos senhores fizeram passar a escrito essas memórias. 
Surge uma literatura genealógica que se desenvolveu ao longo dos séculos XIII e XIV. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
163
Em Portugal surgem os livros de linhagens (ou nobiliários). 
O mais interessante é o “Terceiro Livro de Linhagens”, da autoria do Conde de Barcelos, D. Pedro. 
É uma espécie de História Universal, que começa com Adão e vai até às famílias nobres da Reconquista cristã da Península Ibérica, de onde descendem as famílias nobres portuguesas. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
164
Nos séculos XIII e XIV, os Europeus adquirem uma nova visão do Mundo. 
O gosto pelas viagens difunde-se. 
Mercadores, peregrinos, diplomatas, missionários, cavaleiros andantes percorrem os caminhos da Europa, e alguns deles viajam para além dela, as cruzadas, Marco Polo, etc.. 
Os mercadores são grandes viajantes, movidos pela necessidade de realizarem negócios. 
Em meados do século XIII, os irmãos Polo, realizaram uma viagem até à longínqua China, fruto da abertura do império Mongol (na altura governava a China). 
Marco Polo, filho de um dos irmãos, que os acompanhou, escreveu, o mais famoso livro de viagens, “O Livro de Marco Polo”, onde contava as suas aventuras na China. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
165
Muitas vezes estas viagens de negócios de mercadores, juntavam missões político-diplomáticas, e os comerciantes desempenhavam o papel de embaixadores. 
Roma era a cidade onde se encontravam muitos desses embaixadores, pois o Papa desempenhava o papel de medianeiro entre os conflitos, não só entre estados mas entre senhores. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
166
Romarias e peregrinações 
O fervor religioso desempenhava um papel muito importante na Idade Média. 
Abundavam igrejas, capelas e ermidas que eram objeto de uma devoção especial, pela posse de uma relíquia ou qualquer outro artefacto religioso. 
As romarias organizavam-se numa determinada data do ano e atraíam numerosos fiéis das zonas circundantes. 
Organizavam-se cerimónias religiosas mas também era um tempo e local para convívio, festa (cantar, dançar) e tratar de negócios. 
As romarias foram umas das expressões mais notáveis da cultura popular medieval. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
167
O costume das grandes peregrinações reavivou-se no século XII. 
Grandes senhores, burgueses, homens do povo, velhos, novos doentes e sãos, organizavam-se em grupos e partiam em peregrinação. 
Três principais locais de peregrinação na Idade Média: 
Jerusalém (cenário da vida e morte de Cristo); 
Roma (sede do papado e da morte do apóstolo Pedro) 
Santiago de Compostela (onde a lenda situava o túmulo do apóstolo São Tiago). 
História A, 10º ano, Módulo 2 
168
A peregrinação mais longa e perigosa, mas a mais redentora é a que terminava em Jerusalém. 
Mas, em geral, os europeus afluíam para Santiago de Compostela. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
169
Ao longo dos caminhos foram nascendo albergarias, albergues, mosteiros e hospitais. 
Chegados ao seu destino, os peregrinos recebiam a bênção e as indulgências. 
História A, 10º ano, Módulo 2 
170
Todas estas romarias e peregrinações contribuíram para a divulgação da cultura medieval e para a criação de uma cultura europeia. 
Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto 
História A, 10º ano, Módulo 2 
171

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anojorgina8
 
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentosVítor Santos
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoBarbaraSilveira9
 
A sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo RegimeA sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo RegimeSusana Simões
 
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio  módulo II-10 º ANOPaís urbano concelhio  módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio módulo II-10 º ANOCarina Vale
 
Portugal medieval
Portugal medievalPortugal medieval
Portugal medievalcattonia
 
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial  módulo II- 10º ANOPaís rural e senhorial  módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial módulo II- 10º ANOCarina Vale
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades... A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...Núcleo de Estágio ESL 2014-2015
 
Roma apresentação 1
Roma apresentação 1Roma apresentação 1
Roma apresentação 1Vítor Santos
 
04 história a_revisões_módulo_4
04 história a_revisões_módulo_404 história a_revisões_módulo_4
04 história a_revisões_módulo_4Vítor Santos
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...Núcleo de Estágio ESL 2014-2015
 
Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesacattonia
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crençaA identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crençaNúcleo de Estágio ESL 2014-2015
 
Civilização romana
Civilização romanaCivilização romana
Civilização romanabamp
 
01 02_o_modelo_romano
01  02_o_modelo_romano01  02_o_modelo_romano
01 02_o_modelo_romanoVítor Santos
 
Desenvolvimento comercial parte 3
Desenvolvimento comercial parte 3Desenvolvimento comercial parte 3
Desenvolvimento comercial parte 3Carla Teixeira
 
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direitoNúcleo de Estágio ESL 2014-2015
 
A sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoA sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoCarla Teixeira
 
03 historia a_revisões_módulo_3
03 historia a_revisões_módulo_303 historia a_revisões_módulo_3
03 historia a_revisões_módulo_3Vítor Santos
 

Was ist angesagt? (20)

Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º ano
 
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
4 02 a europa dos estados absolutos e a europa dos parlamentos
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
 
A sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo RegimeA sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo Regime
 
A abertura ao mundo
A abertura ao mundoA abertura ao mundo
A abertura ao mundo
 
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio  módulo II-10 º ANOPaís urbano concelhio  módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
 
Portugal medieval
Portugal medievalPortugal medieval
Portugal medieval
 
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial  módulo II- 10º ANOPaís rural e senhorial  módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades... A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 
Roma apresentação 1
Roma apresentação 1Roma apresentação 1
Roma apresentação 1
 
04 história a_revisões_módulo_4
04 história a_revisões_módulo_404 história a_revisões_módulo_4
04 história a_revisões_módulo_4
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
 
Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesa
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crençaA identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
 
Civilização romana
Civilização romanaCivilização romana
Civilização romana
 
01 02_o_modelo_romano
01  02_o_modelo_romano01  02_o_modelo_romano
01 02_o_modelo_romano
 
Desenvolvimento comercial parte 3
Desenvolvimento comercial parte 3Desenvolvimento comercial parte 3
Desenvolvimento comercial parte 3
 
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito
3. O Modelo Romano - o culto a Roma e ao imperador; a codificação do direito
 
A sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º anoA sociedade de ordens 11º ano
A sociedade de ordens 11º ano
 
03 historia a_revisões_módulo_3
03 historia a_revisões_módulo_303 historia a_revisões_módulo_3
03 historia a_revisões_módulo_3
 

Andere mochten auch

00 revisões módulos_3_4_6_história_a
00 revisões módulos_3_4_6_história_a00 revisões módulos_3_4_6_história_a
00 revisões módulos_3_4_6_história_aVítor Santos
 
00 3 preparação_exame_nacional_2017
00 3 preparação_exame_nacional_201700 3 preparação_exame_nacional_2017
00 3 preparação_exame_nacional_2017Vítor Santos
 
00 2 preparação_exame_nacional_2017
00 2 preparação_exame_nacional_201700 2 preparação_exame_nacional_2017
00 2 preparação_exame_nacional_2017Vítor Santos
 
00 1 preparação_exame_nacional_2017
00 1 preparação_exame_nacional_201700 1 preparação_exame_nacional_2017
00 1 preparação_exame_nacional_2017Vítor Santos
 
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_100 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1Vítor Santos
 
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xxVítor Santos
 
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xxVítor Santos
 
05 a cultura do palácio 2
05 a cultura do palácio 205 a cultura do palácio 2
05 a cultura do palácio 2Vítor Santos
 
05 a cultura do palácio 1
05 a cultura do palácio 105 a cultura do palácio 1
05 a cultura do palácio 1Vítor Santos
 
12 o após_guerra_fria_e_a_globlização
12 o após_guerra_fria_e_a_globlização12 o após_guerra_fria_e_a_globlização
12 o após_guerra_fria_e_a_globlizaçãoVítor Santos
 
9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacional9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacionalVítor Santos
 
Valores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidianoValores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidianoVítor Santos
 
02 1 a_cultura_do_senado
02 1 a_cultura_do_senado02 1 a_cultura_do_senado
02 1 a_cultura_do_senadoVítor Santos
 
Teste história da cultura e das artes
Teste história da cultura e das artesTeste história da cultura e das artes
Teste história da cultura e das artesLuís Miguel Serra
 
Historia, 10º ano
Historia, 10º anoHistoria, 10º ano
Historia, 10º anoVansKaefer
 
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2aparicioanabela
 
O novo ordenamento politico e socioeconomico
O novo ordenamento politico e socioeconomicoO novo ordenamento politico e socioeconomico
O novo ordenamento politico e socioeconomicodiariohistoria
 
Resumos História - O Modelo Ateniense
Resumos História - O Modelo AtenienseResumos História - O Modelo Ateniense
Resumos História - O Modelo AtenienseLojinha da Flor
 
Exame módulo I - Proposta de correção
Exame módulo I - Proposta de correçãoExame módulo I - Proposta de correção
Exame módulo I - Proposta de correçãoteresagoncalves
 
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correção
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correçãoExame - módulo 1 de HCA - proposta de correção
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correçãoteresagoncalves
 

Andere mochten auch (20)

00 revisões módulos_3_4_6_história_a
00 revisões módulos_3_4_6_história_a00 revisões módulos_3_4_6_história_a
00 revisões módulos_3_4_6_história_a
 
00 3 preparação_exame_nacional_2017
00 3 preparação_exame_nacional_201700 3 preparação_exame_nacional_2017
00 3 preparação_exame_nacional_2017
 
00 2 preparação_exame_nacional_2017
00 2 preparação_exame_nacional_201700 2 preparação_exame_nacional_2017
00 2 preparação_exame_nacional_2017
 
00 1 preparação_exame_nacional_2017
00 1 preparação_exame_nacional_201700 1 preparação_exame_nacional_2017
00 1 preparação_exame_nacional_2017
 
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_100 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1
00 01 preparação_exame_nacional_história_a_2018_módulo_1
 
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_2_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
 
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
7 01 parte_1_as_transformações_das_primeiras_décadas_do_século_xx
 
05 a cultura do palácio 2
05 a cultura do palácio 205 a cultura do palácio 2
05 a cultura do palácio 2
 
05 a cultura do palácio 1
05 a cultura do palácio 105 a cultura do palácio 1
05 a cultura do palácio 1
 
12 o após_guerra_fria_e_a_globlização
12 o após_guerra_fria_e_a_globlização12 o após_guerra_fria_e_a_globlização
12 o após_guerra_fria_e_a_globlização
 
9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacional9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacional
 
Valores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidianoValores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidiano
 
02 1 a_cultura_do_senado
02 1 a_cultura_do_senado02 1 a_cultura_do_senado
02 1 a_cultura_do_senado
 
Teste história da cultura e das artes
Teste história da cultura e das artesTeste história da cultura e das artes
Teste história da cultura e das artes
 
Historia, 10º ano
Historia, 10º anoHistoria, 10º ano
Historia, 10º ano
 
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2
Grécia Antiga - Telma e Andreia 10h2
 
O novo ordenamento politico e socioeconomico
O novo ordenamento politico e socioeconomicoO novo ordenamento politico e socioeconomico
O novo ordenamento politico e socioeconomico
 
Resumos História - O Modelo Ateniense
Resumos História - O Modelo AtenienseResumos História - O Modelo Ateniense
Resumos História - O Modelo Ateniense
 
Exame módulo I - Proposta de correção
Exame módulo I - Proposta de correçãoExame módulo I - Proposta de correção
Exame módulo I - Proposta de correção
 
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correção
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correçãoExame - módulo 1 de HCA - proposta de correção
Exame - módulo 1 de HCA - proposta de correção
 

Ähnlich wie História Idade Média 10o Ano Módulo 2

02 historia a_revisoes_modulo_2
02 historia a_revisoes_modulo_202 historia a_revisoes_modulo_2
02 historia a_revisoes_modulo_2Vítor Santos
 
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdfVítor Santos
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderesA identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderesNúcleo de Estágio ESL 2014-2015
 
Aula 1 1º ano - historia
Aula 1   1º ano - historiaAula 1   1º ano - historia
Aula 1 1º ano - historiaAluno Mecanica
 
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade médiaKerol Brombal
 
1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europacattonia
 
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516Laboratório de História
 
Slide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesSlide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesCeliamariag3
 
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdf
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdfSlide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdf
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdfHyagoCarlos3
 
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade médiaKerol Brombal
 
Baixa idade média
Baixa idade médiaBaixa idade média
Baixa idade médiaClara Mendes
 
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas Vídeo Aulas Apoio
 

Ähnlich wie História Idade Média 10o Ano Módulo 2 (20)

02 historia a_revisoes_modulo_2
02 historia a_revisoes_modulo_202 historia a_revisoes_modulo_2
02 historia a_revisoes_modulo_2
 
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf
02_01_A identidade civilizacional da Europa Ocidental.pdf
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderesA identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes
 
Aula 1 1º ano - historia
Aula 1   1º ano - historiaAula 1   1º ano - historia
Aula 1 1º ano - historia
 
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
 
1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa1. a identidade civilizacional da europa
1. a identidade civilizacional da europa
 
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516
Guia de estudo n.º3 A Europa nos séculos XIII e XIV 1516
 
R O M A A N T I G A
R O M A  A N T I G AR O M A  A N T I G A
R O M A A N T I G A
 
Resumo libras
Resumo librasResumo libras
Resumo libras
 
Slide historia
Slide historiaSlide historia
Slide historia
 
Slide historia
Slide historiaSlide historia
Slide historia
 
Slide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime francesSlide historia-antigo regime frances
Slide historia-antigo regime frances
 
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdf
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdfSlide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdf
Slide Historia: Estado Moderno e o Absolutismo.pdf
 
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média3˚ano 6 a 8 a alta idade média
3˚ano 6 a 8 a alta idade média
 
Baixa idade média
Baixa idade médiaBaixa idade média
Baixa idade média
 
Idade Média
Idade MédiaIdade Média
Idade Média
 
Aula o feudalismo
Aula o feudalismoAula o feudalismo
Aula o feudalismo
 
Roma antiga
Roma antigaRoma antiga
Roma antiga
 
Idade.media.resumo
Idade.media.resumoIdade.media.resumo
Idade.media.resumo
 
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas
www.CentroApoio.com - História - Formação dos Estados Nacionais - Vídeo Aulas
 

Mehr von Vítor Santos

5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf
5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf
5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdfVítor Santos
 
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdfVítor Santos
 
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdfVítor Santos
 
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdfVítor Santos
 
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdfVítor Santos
 
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdfVítor Santos
 
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdfVítor Santos
 
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdfVítor Santos
 
03_05 As novas representações da humanidade.pdf
03_05 As novas representações da humanidade.pdf03_05 As novas representações da humanidade.pdf
03_05 As novas representações da humanidade.pdfVítor Santos
 
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdfVítor Santos
 
03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdf03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdfVítor Santos
 
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdfVítor Santos
 
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdfVítor Santos
 
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdfVítor Santos
 
02_02_o espaço português.pdf
02_02_o espaço português.pdf02_02_o espaço português.pdf
02_02_o espaço português.pdfVítor Santos
 
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdfVítor Santos
 
01_02_o_modelo_romano.pdf
01_02_o_modelo_romano.pdf01_02_o_modelo_romano.pdf
01_02_o_modelo_romano.pdfVítor Santos
 
01_01_o_modelo_ateniense.pdf
01_01_o_modelo_ateniense.pdf01_01_o_modelo_ateniense.pdf
01_01_o_modelo_ateniense.pdfVítor Santos
 

Mehr von Vítor Santos (20)

5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf
5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf
5_02_a revolução francesa_RESUMO.pdf
 
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf
5_01_a revolução americana_francesa_outras.pdf
 
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf
10_2_A _2_Guerra_mundial_violência.pdf
 
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf
10_1_As dificuldades económicas dos anos 1930.pdf
 
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
9_ano_9_4_sociedade_cultura_num_mundo_em_mudança.pdf
 
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf
9_ano_9_3_Portugal da primeira república à ditadura militar.pdf
 
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf
9_ano_9_2_a_revolução_soviética.pdf
 
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf
9_ano_9_1_ apogeu e declinio da influencia europeia.pdf
 
03_05 As novas representações da humanidade.pdf
03_05 As novas representações da humanidade.pdf03_05 As novas representações da humanidade.pdf
03_05 As novas representações da humanidade.pdf
 
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf
03_04 A renovação da espiritualidade e da religiosidade.pdf
 
03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdf03_03 A produção cultural.pdf
03_03 A produção cultural.pdf
 
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf
03_02 O alargamento do conhecimento do Mundo.pdf
 
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf03_01 a geografia cultural europeia.pdf
03_01 a geografia cultural europeia.pdf
 
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
 
02_02_o espaço português.pdf
02_02_o espaço português.pdf02_02_o espaço português.pdf
02_02_o espaço português.pdf
 
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
 
01_02_o_modelo_romano.pdf
01_02_o_modelo_romano.pdf01_02_o_modelo_romano.pdf
01_02_o_modelo_romano.pdf
 
01_01_o_modelo_ateniense.pdf
01_01_o_modelo_ateniense.pdf01_01_o_modelo_ateniense.pdf
01_01_o_modelo_ateniense.pdf
 
0_história_A.pdf
0_história_A.pdf0_história_A.pdf
0_história_A.pdf
 
Cronologia prec
Cronologia precCronologia prec
Cronologia prec
 

Kürzlich hochgeladen

geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?MrciaRocha48
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 

Kürzlich hochgeladen (20)

geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 

História Idade Média 10o Ano Módulo 2

  • 1. História A, 10º ano, Módulo 2 1 História A Revisões para o Exame Nacional de 12º ano Módulo 2 (10º ano) http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 2. A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. É frequentemente dividida em dois períodos: Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Inicia-se com a queda de Roma (Império Romano do Ocidente em 476 e termina com a queda de Constantinopla (Império Romano do Oriente) Durante a Alta Idade Média ( séc. V a séc. XI) verifica-se a continuidade dos processos de despovoamento, regressão urbana, e invasões bárbaras iniciadas durante a Antiguidade tardia. Breve súmula da Idade Média fonte utilizada: Wikipédia, consultada em 18/11/2012 História A, 10º ano, Módulo 2 2
  • 3. História A, 10º ano, Módulo 2 3 Mapa da Europa, cerca do século VI
  • 4. Alta Idade Média Os bárbaros formam reinos apoiando-se nas estruturas do Império Romano do Ocidente. No século VII, o Norte de África e o Médio Oriente, parte do Império Oriental, tornam-se territórios islâmicos depois da conquista dos sucessores de Maomé. História A, 10º ano, Módulo 2 4
  • 5. Alta Idade Média O cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. Desenvolve-se um novo estilo arquitetónico , o Românico. História A, 10º ano, Módulo 2 5
  • 6. História A, 10º ano, Módulo 2 6 Durante os séculos VII e VIII, os Francos, governados pela dinastia carolíngia, estabeleceram um império que dominou grande parte da Europa ocidental até o século IX, que se desmorona perante as invasões de Vikings, Magiares e Sarracenos (séculos IX e X).
  • 7. História A, 10º ano, Módulo 2 7 Este período (Alta Idade Média) foi caracterizado por: Ruralização da economia, o comércio diminui, as cidades contraem-se. A economia baseia-se na autossuficiência; Formação do feudalismo, que vai originar a perda de poder real. Os senhores feudais, nos seus castelos detém o poder; Os servos estavam presos à terra e pagavam tributos em produtos (banalidade) e/ou em trabalho (corveia);
  • 8. História A, 10º ano, Módulo 2 8 A sociedade é hierarquizada em ordens: Nobreza (guerra); Clero (reza); Povo (trabalha).
  • 9. Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média ficaram marcados por várias adversidades e catástrofes. A população foi dizimada por sucessivas carestias e pestes; só a Peste Negra foi responsável pela morte de um quarto da população europeia entre 1347 e1350. O Grande Cisma do Ocidente no seio da Igreja teve consequências profundas na sociedade e foi um dos fatores que esteve na origem de inúmeras guerras entre estados. Assistiu-se também a diversas guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos. História A, 10º ano, Módulo 2 9
  • 10. História A, 10º ano, Módulo 2 10 Mapa da Europa por volta do século XIII
  • 11. A experiência urbana A partir do ano mil a cidade medieval é um local ativo e de inovações. Local de feiras e comércio. Na cidade medieval irão se desenvolver uma série de transformações económicas, culturais, politicas e religiosas que transformaram todo o mundo medieval. História A, 10º ano, Módulo 2 11
  • 12. História A, 10º ano, Módulo 2 12 Os senhorios Definição de senhorio: Território onde um senhor (nobre) exercia: Poder sobre a terra. Era o proprietário e cobrava rendas e serviços; Poder sobre os homens. Exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar.
  • 13. História A, 10º ano, Módulo 2 13 O senhorio era a propriedade (terra) de um senhor; Era uma propriedade fundiária: Tamanho muito variável; Raramente formavam um todo contínuo. Normalmente existia um núcleo, residência senhorial fortificada (castelo) e completava-se por terras dispersas.
  • 14. História A, 10º ano, Módulo 2 14 Os senhores medievais têm um duplo poder: Sobre os homens que habitam o senhorio, o senhor tem o direito de julgar, aplicar penas, criar impostos, chamar os homens para a guerra; Sobre os rendimentos económicos que retiravam da terra. O senhor acumulava poderes que hoje pertencem ao Estado. Foi possível devido ao enfraquecimento do poder real. A este conjunto de poderes dos senhores chamava-se “ban” ou “banus”. Por volta do ano 1200 cerca de quatro quintos das terras e dos homens estariam sobre a autoridade de um senhor privado.
  • 15. História A, 10º ano, Módulo 2 15 Duques e condes constituem os escalões superiores da nobreza medieval. Possuem senhorios colossais e muitas vezes vão aumentando-os à custa das doações régias, política de casamentos, etc. Estes senhorios englobam terras agrícolas, aldeias, vilas e até cidades. Ricos e poderosos afrontam o poder do rei.
  • 16. História A, 10º ano, Módulo 2 16 Os reinos Definição de reino: estado ou nação cujo chefe político é um rei. Na Idade Média estabeleceram-se as bases dos atuais estados europeus. Este processo começou mais cedo e foi mais rápido na Europa Ocidental; Na Europa Central e Oriental, os monarcas sentiram mais dificuldades em conseguirem afirmar o seu poder face aos grandes senhores.
  • 17. História A, 10º ano, Módulo 2 17 A constituição de um reino estável implica a existência de dois fatores: Reconhecimento da superioridade de uma família (real) que exerce o poder real em regime hereditário. O rei tem o poder supremo sobre todos e deve exercê-lo de modo a garantir o bem comum; Delimitação de um território (fronteiras) que é a base do vínculo entre o rei e os seus súbditos. O nascimento no reino coloca qualquer pessoa na dependência do rei.
  • 18. História A, 10º ano, Módulo 2 18 A constituição de um reino corresponde a um processo de identificação entre um rei, um território e os seus habitantes. Existem entre todos laços étnicos, culturais, históricos e políticos. No século XIII, alguns reinos são já unidades políticas estáveis, tais como Portugal, Castela, Aragão, França, Inglaterra, etc.
  • 19. História A, 10º ano, Módulo 2 19 A queda do Império Romano do Ocidente não apagou o ideal de uma autoridade única. No ano 800, o Papa corou Carlos Magno, rei dos Francos, Imperador do Ocidente. O império foi efémero, após a morte de Carlos Magno foi divido.
  • 20. História A, 10º ano, Módulo 2 20 As comunas A partir do século XI, beneficiando de um clima de paz e prosperidade, as cidades reanimam-se ; Tornam-se centros de comércio e de atividades artesanais; Os habitantes da cidade vão entrar em choque com os interesses dos senhores feudais;
  • 21. História A, 10º ano, Módulo 2 21 Muitas vezes as cidades estavam dentro de domínios senhoriais, isso fazia cair sobre os seus habitantes pesados impostos. Surgem nas cidades movimentos de luta pela liberdade das cidades; É no Norte de Itália que este movimento nasceu e depois expande- se para o norte da Europa;
  • 22. História A, 10º ano, Módulo 2 22 Estes movimentos são liderados pelos mercadores mais ricos e ativos, vai agrupar grande parte dos habitantes da cidade, num juramento de entreajuda e lealdade, a comuna.
  • 23. História A, 10º ano, Módulo 2 23 A comuna é uma associação de habitantes da cidade, cujo objetivo central é libertar a cidade do domínio dos senhores feudais. Passou a designar a cidade que tinha um ampla autonomia administrativa; Iniciou-se no século XI, no Norte de Itália, e expandiu-se nos séculos XII, XIII e XIV; De uma forma violenta ou negociada, durante o século XII, muitas cidades receberam a carta comunal, onde eram concedidas, por escrito, as liberdades da cidade (burgo);
  • 24. História A, 10º ano, Módulo 2 24 Na Alemanha e Itália as comunas conseguiram maiores privilégios. Muitas conseguiram libertar-se completamente do domínio dos senhores e eram governadas pelos próprios habitantes; Os altos cargos eram, na maior parte das vezes, assumidos pelos mercadores mais ricos, que controlavam em seu proveito, a vida económica e política da comuna; Algumas destas cidades desenvolveram-se economicamente e tornam-se locais de grande prosperidade;
  • 25. História A, 10º ano, Módulo 2 25 Conclusão: Na Idade Média o poder político estava fragmentado; As fronteiras eram imprecisas; Oeste: afirmam-se monarquias estáveis (Inglaterra, Portugal, França, Castela, Aragão, França) Centro: Uma miscelânea de principados e cidades autónomas; Leste: zona muito instável.
  • 26. História A, 10º ano, Módulo 2 26 Unidade na crença A Europa ocidental assume-se como uma unidade religiosa (cristianismo) apesar da fragmentação política.
  • 27. História A, 10º ano, Módulo 2 27 A Igreja é uma instituição que ultrapassa as fronteiras; Existe uma língua litúrgica comum (latim); Toda a cristandade obedece ao Papa. Papado A supremacia do Papa foi um processo demorado e complexo que levou à divisão, em 1054, entre cristãos católicos e ortodoxos.
  • 28. História A, 10º ano, Módulo 2 28 O papa Gregório VII (1075-1085) consolidou o poder papal (Reforma gregoriana); É o representante máximo de Deus, tem o imperium christianum, o poder absoluto sobre os cristãos, inclusive os monarcas; A Igreja é independente do poder laico (não religioso); Esta reforma levantou várias discordâncias entre os monarcas, que foi obrigado a reconhecer alguns privilégios dos reis;
  • 29. História A, 10º ano, Módulo 2 29 A Igreja é a instituição mais poderosa e organizada do ocidente: Um chefe supremo (Papa) e uma capital (Roma); Domina um vasto território (toda a cristandade da Europa Ocidental); Possui meios humanos e materiais. Um corpo de clérigos. Cobra vários impostos , nomeadamente a dízima (um décimo das colheitas); Tem leis próprias (Direito Canónico).
  • 30. História A, 10º ano, Módulo 2 30 O Império Romano do Oriente (Império Bizantino) considera-se o herdeiro legítimo da civilização romana; A língua oficial era o grego; Considerava-se superior ao Ocidente que era, pelos bizantinos, apelidado de bárbaro; Constantinopla era a “nova Roma”; O patriarca de Bizâncio era reverenciado por todo o clero do Oriente;
  • 31. História A, 10º ano, Módulo 2 31 Grande rivalidade entre os bispos de Roma e Constantinopla; Discordavam em alguns pormenores doutrinais e sobretudo o patriarca de Constantinopla recusava-se a aceitar a supremacia de Roma; Em 1054, a rutura é definitiva, o Papa e o patriarca de Constantinopla excomungam-se mutuamente; A oriente existe a igreja ortodoxa (proclama-se fiel aos antigos dogmas), apoiada por Constantinopla; A ocidente existe a igreja latina, sediada em Roma, apoiada pelas monarquias ocidentais; As duas cristandades passam a defrontar-se
  • 32. História A, 10º ano, Módulo 2 32 Em 1024, a quarta cruzada, ataca e saqueia Bizâncio Roma e Constantinopla atuam como inimigos e não como partilhando a fé num mesmo Deus.
  • 33. História A, 10º ano, Módulo 2 33 A Cristandade ocidental e o Islão Em 610, Maomet, inicia uma intensa atividade religiosa; Era um rico comerciante que acreditava ter sido escolhido por Deus para tirar os árabes da idolatria; Até à data da sua morte, 623, pregou a vontade de Allah (Deus em árabe); Fundou uma nova religião, o Islão, cujos princípios registou num livro sagrado, Alcorão (Corão), que segundo ele lhe tinham sido ditados por Allah, através do anjo S. Gabriel; O Corão tem os cinco pilares do Islão: crença num Deus único (Allah) e Maomet é o seu profeta; a oração, a esmola, o jejum do Ramadão e a peregrinação a Meca.
  • 34. História A, 10º ano, Módulo 2 34 Também se estabeleceu o princípio da Jihad (guerra santa), destinada a espalhar a nova Fé; Maomet conseguiu submeter as tribos árabes à nova Fé; Após a morte de Maomet, os árabes dispuseram-se a conquistar o Mundo; Entre os séculos VIII e XII, o Islão conquistou um enorme território, inclusive na Europa, uma parte da península Ibérica;
  • 35. História A, 10º ano, Módulo 2 35 Desenvolveram uma civilização próspera e requintada. Existiam cidades magnificas como Damasco, Bagdad, Córdova, etc.; O Ocidente cristão era pobre e rude comparado com o Islão; Um crente no Islão é um muçulmano;
  • 36. História A, 10º ano, Módulo 2 36 Em 1095, iniciou-se uma série de grandes ofensivas militares, pregadas pelo Papa Urbano II; O objetivo era libertar os lugares santos da palestina no domínio do Islão; O Ocidente estava prestes a mudar a situação de superioridade do Islão
  • 37. História A, 10º ano, Módulo 2 37 A nível militar o êxito das cruzadas foi limitado, não conseguiram estabelecer um domínio duradoiro na Palestina; Mas este movimento fortaleceu a ideia de uma sociedade liderada por um ideal religioso, a Cristandade unida contra os inimigos da Fé; Este ímpeto guerreiro vai levar à reconquista da Península Ibérica, à diminuição dos ataques de piratas muçulmanos no Mediterrâneo; No século XIII, a Cristandade recuperava o seu atraso em relação ao Islão; Estabelece-se um domínio equilibrado: O Cristianismo a ocidente e a oriente, o islamismo.
  • 38. História A, 10º ano, Módulo 2 38 O quadro económico e demográfico Expansão e limites do crescimento Século XI a XIII – séculos de crescimento económico Ao longo destes anos as florestas e pântanos que cobriam a Europa vão sendo arroteados e transformadas em terras cultivadas;
  • 39. História A, 10º ano, Módulo 2 39 Os arroteamentos são devem-se, na maior parte dos casos à iniciativa de reis, senhores, ordens monásticas e cidades; A expansão da área agrícola fez renascer antigas povoações abandonadas e criou novas; Aparecem as aldeias e vilas “novas”.
  • 40. História A, 10º ano, Módulo 2 40 Avanços técnicos na agricultura: Emprego do ferro nos instrumentos agrícolas; Melhor aproveitamento da força animal; Rotação trienal das culturas; Melhor fertilização dos solos; O aumento da produtividade agrícola e desenvolvimento da pecuária fez aumentar a quantidade de alimentos disponível.
  • 41. História A, 10º ano, Módulo 2 41 A maior abundância de alimentos diminuiu as fomes que por sua vez causaram a diminuição das epidemias; Entre o século XI e XIII, a população europeia, quase duplicou; Na Europa ocidental o crescimento foi maior, a França com 22 milões de habitantes, era o país mais povoado; Em toda a Europa viveriam cerca de 80 milhões de pessoas.
  • 42. História A, 10º ano, Módulo 2 42 Para além da agricultura há um grande desenvolvimento no comércio e na produção artesanal. Este crescimento económico vai causar o renascimento das cidades que vão recuperar do declínio provocado pela queda do império romano. O renascimento das cidades e a dinamização das trocas
  • 43. História A, 10º ano, Módulo 2 43 Ao redor de castelos, em locais de cruzamento de estradas, em portos de mar ou fluviais as velhas cidades romanas crescem ou aparecem novas; Surgem novas cidades e crescem em número de habitantes;
  • 44. O espaço português A consolidação de um reino ibérico
  • 45. Portugal possui as mais antigas fronteiras das Europa. Independente desde 1143/1179 (século XII), fixou o seu território em 1297. Nasceu da guerra contra Castelhanos e Muçulmanos. Os senhorios nasceram Entre Douro e Minho e estenderam-se ao Centro e Sul. Neles, o rei, nobres, clérigos assumiam os poderes fundiários, controlavam os dependentes e exerciam os poderes senhoriais. Os concelhos constituíram um entrave ao desenvolvimentos dos senhorios. As cidades e vilas concelhias tinham autonomia administrativa. O rei administrava este país de senhorios, concelhos, dos mouros, dos judeus, dos senhores e dos vilãos. História A, 10º ano, Módulo 2 45
  • 46. A reconquista História A, 10º ano, Módulo 2 46
  • 47. Reconquista designa as campanhas militares que os reinos cristãos da Península Ibérica dirigiram contra os Muçulmanos que a tinham invadido em 711 e conquistado na sua quase totalidade. A Reconquista iniciou-se em 718-722, a partir do pequeno reino das Astúrias, e terminou em 1492, com a conquista do reino de Granada. A Reconquista foi um processo lento, com avanços e recuos, condicionado pelo relevo, rios, pela unidade/divisão dos Muçulmanos. História A, 10º ano, Módulo 2 47
  • 48. Portugal nasceu no contexto da Reconquista; A rebeldia de Afonso Henriques (1109?-1185), que dirigia o Condado Portucalense desde 1128, contra o seu primo, o rei Afonso VII, rei de Leão e Castela, imperador das Espanhas, faz lembrar a de muitos senhores que, na Idade Média, habituados a administrar os seus territórios , desenvolveram um espírito de autonomia que os fez esquecer, muitas vezes, os seus deveres de obediência e lealdade ao rei. História A, 10º ano, Módulo 2 48
  • 49. Em 1143, Afonso VII, na Conferência de Zamora, reconheceu Afonso Henriques com rex (rei), embora lhe tivesse recordado a sua situação de vassalo; Em 1179, o papa Alexandre III, através da bula Manifestis Probatum, reconheceu a independência do Reino de Portugal, em contrapartida, Portugal tinha de pagar um tributo anual ao Papa. Castelo de Guimarães História A, 10º ano, Módulo 2 49
  • 50. Em 1147, Afonso Henriques conquistou aos Mouros o território até ao rio Tejo, com as conquistas de Santarém e Lisboa; Em 1158, conquistou Alcácer do Sal e avançou os seus domínios até à linha do rio Sado; Em 1162, Beja e 1165, Évora, foram conquistadas; Em 1185, morreu Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal com o cognome de “O conquistador”. História A, 10º ano, Módulo 2 50
  • 51. D. Sancho I (rei 1185/1211), depois de ter conquistado uma parte do Algarve, não resistiu à vinda dos almóadas, que tinham vindo de Marrocos, para apoiar os reinos muçulmanos e perdeu todos os territórios a sul do rio Tejo, com exceção de Évora; D. Afonso II (rei 1211/1223), dedicou-se à consolidação do poder real e à organização administrativa do reino. No seu reinado deu-se a célebre batalha de Navas de Tolosa (1212), em que Portugueses, Castelhanos, Aragoneses e Franceses derrotaram os Muçulmanos. Reconquistou Alcácer do Sal, Monforte, Vila Viçosa e Moura; História A, 10º ano, Módulo 2 51
  • 52. D. Sancho II (rei 1223/1245), reconquistou o Alentejo e parte do Algarve; D. Afonso III (rei 1248/1279) terminou a reconquista do Algarve, em março de 1249, conquistou Faro, Albufeira, Porches e Silves; O norte cristão conquistou o Sul islâmico. Estava concluída a reconquista portuguesa. História A, 10º ano, Módulo 2 52
  • 53. Do termo da Reconquista ao estabelecimento de fronteiras Entre o termo da reconquista (1249) e o estabelecimento definitivo das fronteiras de Portugal (1297) decorreram quase 50 anos. Foi uma luta com Leão e Castela; Em 1152, Afonso X, rei de Leão e Castela, reivindicou o antigo reino muçulmano de Niebla, que incluía Silves; A guerra que se seguiu terminou com o tratado de paz de 1253. Afonso III, de Portugal, renunciava ao Algarve; Em 1263-64, realizaram-se novas negociações sobre a posse do Algarve; Em 1267, o Tratado de Badajoz resolvia a questão da soberania sobre o Algarve. Em 1268, Afonso III, passa a ser, de direito, rei de Portugal e do Algarve. História A, 10º ano, Módulo 2 53
  • 54. Em 1295-97, a guerra entre Portugal e Castela reativou-se. Em 1297, pelo Tratado de Alcanises, celebrado entre D. Dinis de Portugal e D. Fernando IV de Castela, o território português adquiria, com pequenas exceções, as fronteiras atuais. História A, 10º ano, Módulo 2 54
  • 55. O carácter político e religioso da Reconquista A Reconquista cristã, começou em 718/22, e significou a sobrevivência do pequeno reino das Astúrias; Teve um acentuado carácter político, permitiu aos soberanos ibéricos a sua afirmação e engrandecimento; A ideia central era que todos os territórios reconquistados pertenciam ao rei; Nos finais do século XI, os aspetos religiosos, tornam-se mais marcantes. Após quatro séculos de relativa tolerância, a guerra radicalizou-se fruto do fanatismo religioso dos almorávidas e almóadas e dos cristãos; História A, 10º ano, Módulo 2 55
  • 56. A Reconquista assumiu foro de guerra santa, igualando-se às cruzadas na Palestina, muitas vezes a Reconquista foi denominada “cruzada do ocidente”; Diversos papas promulgaram bulas papais exaltando e exortando a expulsão dos Muçulmanos da Península Ibérica, concedendo indulgências a quem participasse nessa luta; Os cruzados por diversas vezes ajudaram a Reconquista portuguesa: 1147, conquista de Lisboa; 1189, conquista do Alvor e Sines; 1197, tentativa de reconquistar Silves; 1217, reconquista de Alcácer do Sal e 1249, conquista de Silves. História A, 10º ano, Módulo 2 56
  • 57. Para o desenvolvimento desta ideia de cruzada contribuíram as ordens religiosas-militares, que chegaram à Península Ibérica no século XII: Templários (1128); Hospitalários (1150); Calatrava e de Santiago (1170); Estas ordens auxiliaram a conquista do Alentejo e Algarve, e desempenharam um importante papel no seu repovoamento; História A, 10º ano, Módulo 2 57
  • 58. O país rural e senhorial História A, 10º ano, Módulo 2 58
  • 59. O Condado Portucalense elevou-se a reino, reconquistou o Sul do território, em 1297, as fronteiras estavam estabelecidas; Foi neste contexto que se desenvolveram as formas de organização políticas, sociais e económicas que formaram o Portugal medieval. De um lado, os senhorios e o país rural; do outro, os concelhos e o país urbano. História A, 10º ano, Módulo 2 59
  • 60. Os senhorios, a sua origem, detentores e localização Senhorio é o território onde o senhor exercia poder sobre a terra, de que era proprietário e de cuja exploração cobrava rendas e serviços e poder sobre os homens, a quem exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar. História A, 10º ano, Módulo 2 60
  • 61. O senhorio era uma área territorial, mais ou menos extensa, contínua ou não, cujo dono, o senhor, detinha poderes sobre a terra e sobre os homens que lá residiam; Em Portugal, os senhorios pertenciam ao rei (Dominus Rex), à nobreza e ao clero; Os senhorios remontam à reconquista cristã, e à apropriação de terras que pertenciam aos Muçulmanos. É a ocupação de terras deixadas vagas pelos Mouros, a chamada presúria; A maioria dos territórios conquistados pela presúria pertencia ao rei, eram os reguengos; História A, 10º ano, Módulo 2 61
  • 62. Os reguengos foram diminuindo ao longo do tempo. A necessidade de o rei recompensar serviços, militares e religiosos, levou os monarcas a alienaram parte destes territórios em favor da nobreza e do clero; Estas doações vai permitir ao rei criar os laços de vassalagem medieval. Ao doar as terras, em contrapartida, o rei esperava que os seus vassalos o apoiassem na guerra, com conselhos ou obter os favores divinos. História A, 10º ano, Módulo 2 62
  • 63. Vassalidade é a relação hierárquica que se estabelece entre dois indivíduos de ascendência nobre. Criava entre eles um interdependência pessoal de direitos e deveres (fidelidade, ajuda, conselho). Esta dependência pessoal derivava do de um dos senhores (o suserano) atribuir um bem (terras, castelo, rendas, cargo), chamado benefício ou feudo, a outro senhor (o vassalo). História A, 10º ano, Módulo 2 63
  • 64. História A, 10º ano, Módulo 2 64
  • 65. O Norte atlântico foi a terra, por excelência, do senhorialismo, na Península Ibérica. Em Portugal, grosso modo, abrange o litoral norte do país até ao rio Vouga. Foi aí que se desenvolveu a presúria da nobreza. Foi nessa zona que se exerceram os mais antigos cargos públicos, delegados pelos reis de Leão na nobreza, esses cargos eram acompanhados por doações de terras, conhecidas pelo nome de honores. Honras são como são designados os senhorios da nobreza. História A, 10º ano, Módulo 2 65
  • 66. O clero também foi um dos um dos protagonistas do senhorialismo no Norte Atlântico. Os mosteiros e a Sés, são o símbolo do poder do clero. A ordem religiosa mais poderosa nesta região era a dos Beneditinos. Os senhorios da Igreja são designadas de coutos, porque foram criados por uma carta de couto. Gozavam de isenção judicial, fiscal e militar. História A, 10º ano, Módulo 2 66
  • 67. Devido às doações régias, e aos legados de nobres em testamento, os bens fundiários da Igreja, no início do século XIII, ultrapassam os de qualquer outro proprietário. O Centro e o Sul, são as zonas dos grandes senhorios da Igreja. As ordens religioso-militares detêm grande parte do território. Templários, Hospitalários, Calatrava e de Santiago. História A, 10º ano, Módulo 2 67
  • 68. O exercício do poder senhorial: privilégios e imunidades A origem do poder senhorial está no Norte atlântico, e o principal protagonista foi a nobreza de Entre Douro e Minho. O nascimento (sangue), o poder económico, militar e sobre os outros homens era a base da superioridade social da nobreza. Os infanções são a mais antiga nobreza a quem os Condes de Portucale atribuíram funções de administrar terras. História A, 10º ano, Módulo 2 68
  • 69. O Condado Portucalense teve origem na Reconquista cristã. O primeiro Conde de Portucale, terá sido Vimara Peres, autor da presúria da povoação de Portucale (Porto), em 868. Fazia parte do Reino de Leão. O condado foi extinto em 1071, e renasceria em 1096, quando o rei de Leão o doou ao Conde D. Henrique (pai de Afonso Henriques). História A, 10º ano, Módulo 2 69
  • 70. Foi com o apoio dos infanções que Afonso Henriques vai conseguir a independência do condado e reconquistou o Centro e parte do Sul. A supremacia dos infanções atenuou-se no século XIII, o termo cai em desuso, é substituído pelo termo fidalgo. Os lugares de topo da nobreza eram ocupados pelos ricos-homens, que possuíam inúmeras terras que governavam, exerciam justiça e gozavam de isenções fiscais. Também eram conhecidos por senhores de pendão e caldeira, devido aos exércitos que comandavam e sustentavam. História A, 10º ano, Módulo 2 70
  • 71. Outros graus da nobreza são os cavaleiros e escudeiros. Cavaleiros são todos os que pertenciam à ordem da cavalaria. Dedicam-se à guerra e deviam cumprir um código de honra e cortesia. Em Portugal, como nos outros reinos da Península Ibérica, o estado de guerra permanente (Reconquista), levou a que, na cavalaria, se misturassem nobres com pessoas oriundas de estratos populares. Escudeiros (nem todos nobres) acompanhavam os cavaleiros e ajudavam-nos a vestir a armadura e no combate. História A, 10º ano, Módulo 2 71
  • 72. A natureza do poder senhorial O poder senhorial concretizava-se pela posse e exploração de terras mas, sobretudo, pelo exercício de funções militares, jurisdicionais e fiscais. A natureza do poder senhorial mais do que de natureza económica foi política. O poder senhorial corresponde ao poder banal (bannus) da Europa além-Pirenéus, que conferia aos senhores o comando, a punição, a coação sobre os habitantes do senhorio História A, 10º ano, Módulo 2 72
  • 73. Estes poderes públicos foram concedidos pelo rei ou pelo conde que lhes concederam terras ou castelos para administrar e governar em seu nome. Com o passar do tempo estes senhores deixaram de prestar contas (ao rei ou ao conde) e estenderam esses poderes aos seus domínios pessoais, a propriedades livres (alódios) e até a territórios de outros senhores menos poderosos. História A, 10º ano, Módulo 2 73
  • 74. O poder senhorial abrange vários privilégios: Posse de armas e comando militar; Exercício da justiça e cobrar as multas judiciais; Cobrança de crescentes e arbitrárias exigências fiscais (impostos): Banalidades, pelo uso de instrumentos de produção(forno, moinho e lagar) e sobre atividades comerciais e de transportes (peagens e portagens); Jantar, dever de alimentar o senhor e o seu séquito; Lutuosa ou manaria, tipo de imposto de sucessão; Osas ou gaiosas, imposto pago por quem casasse fora do domínio senhorial. História A, 10º ano, Módulo 2 74
  • 75. O poder senhorial era um fator de prestígio e enriquecimento para os infanções e ricos-homens, que, desde o século XI, exerceram o poder no Norte atlântico. Com o avanço da reconquista, o poder senhorial expandiu-se para o Centro e Sul. História A, 10º ano, Módulo 2 75
  • 76. Os senhorios da nobreza eram honras e da Igreja, coutos. Ambos eram territórios imunes, pois neles não entravam os funcionários régios (funções militares, judiciais e fiscais). Eram os senhores que exerciam esses poderes. A distinção entre couto e honra deve-se à forma como a imunidade foi concedida: Nos coutos, foi através da carta de couto. Na honra, a imunidade resultava do senhor exercer os poderes públicos, por isso honrava esse território. Com o tempo os nobres estenderam as imunidades para os seus domínios pessoais hereditários, exigindo neles os mesmo direitos. Desse modo, praticamente todos os domínios da nobreza se tornaram abusivamente em honras. História A, 10º ano, Módulo 2 76
  • 77. A exploração económica do senhorio História A, 10º ano, Módulo 2 77
  • 78. Para além do poder senhorial, a posse de bens fundiários era um dos sustentáculos da nobreza e do clero. Chamavam-se domínios senhoriais. No Norte atlântico, nunca atingiram as dimensões das grandes propriedades de além-Pirenéus, por causa da densidade populacional e do relevo. Na maior parte dos casos eram um conjunto de pequenas parcelas territoriais dispersas (campos de cereais, vinhas, pomares, pastos, bosques, etc.) História A, 10º ano, Módulo 2 78
  • 79. Estes domínios senhoriais tinham uma reserva, chamada quintã, e as unidades de exploração arrendadas, os casais. História A, 10º ano, Módulo 2 79
  • 80. A quintã, também chamada de paço, por nela se encontrar a residência do senhor, incluía o moinho, lagar, estábulos e uma pequena parte das terras. A exploração da quintã cabia aos escravos, servos e colonos livres dos casais que aí prestavam trabalho gratuito e obrigatório, durante um certo número de dias por ano, as jeiras (na Europa além- Pirenéus eram chamadas corveias) História A, 10º ano, Módulo 2 80
  • 81. A maior parte das terras estavam divididas em casais ou vilares (na Europa além-Pirenéus eram chamados mansos). Para a exploração dos casais celebravam-se contratos, entre os senhores e os colonos (caseiros). Podiam ser perpétuos, mas normalmente eram arrendados pelo prazo de uma vida ou duas. As rendas eram de dois tipos: fixas ou de parceria (percentagem das colheitas) História A, 10º ano, Módulo 2 81
  • 82. Os domínios eclesiásticos eram explorados de uma forma mais rigorosa. Nas suas granjas (o equivalente à quintã da nobreza) praticava-se a administração direta. Nos inícios do século XIII, a dízima já estava estabelecida. Era o pagamento à Igreja, a que nem o rei escapava, de um décimo (10%), de toda a produção agrícola e pecuária. História A, 10º ano, Módulo 2 82
  • 83. A situação social e económica das comunidades rurais independentes Nos seus domínios (honras e coutos), os senhores controlavam uma multiplicidade de homens, os dependentes. Exigiam-lhes tributos: Uns provenientes da exploração da terra, rendas e jeiras, os chamados direitos dominiais; Outros vinham do exercício do poder político, os direitos senhoriais. História A, 10º ano, Módulo 2 83
  • 84. Em 1211, uma lei de Afonso II proclamava que todos os homens livres deviam depender de um senhor (nobre, clérigo ou rei), a menos que já vivesse integrado num senhorio. Isto significou que os herdadores (homens livres), proprietários de terras alodiais passaram a ter de pagar tributos ao rei ou a um senhor. A sua condição degradou-se. Os colonos (foreiros, malados, vilãos), homens livres que trabalhavam a terra de outro, viram, desde o século XIII, os contratos a prazo prevalecerem sobre os arrendamentos perpétuos, misturando-se as prestações senhoriais e dominiais. A confusão entre domínio e senhorio era cada vez maior. História A, 10º ano, Módulo 2 84
  • 85. Os servos eram os descendentes de escravos a quem foram entregues casais para explorarem. Progressivamente foram libertados da servidão, e no século XII, não se distinguem dos colonos. A escravatura aumentava, sobretudo a partir da segunda metade do século XI, fruto da Reconquista, que fornecia escravos mouros. Os assalariados (moços de lavoura) viviam do aluguer do seu trabalho, frequente na época das colheitas, escasso durante o inverno. Tal como os caçadores e pastores (sobreviventes de antigas formas de organização social) integravam-se mal na sociedade senhorial. História A, 10º ano, Módulo 2 85
  • 86. O país urbano. A multiplicação de vilas e cidades concelhias História A, 10º ano, Módulo 2 86
  • 87. O mundo rural e senhorial, durante a Idade Média, teve a primazia em todos os setores de atividade. Aqui se concentravam as elites sociais, as grandes fontes de riqueza (agricultura), o maior parte da população. No entanto também existe um país urbano, de vilas e cidades concelhias que impulsionou o desenvolvimento do reino. O país urbano e concelhio. A multiplicação de vilas e cidades concelhias História A, 10º ano, Módulo 2 87
  • 88. Em 1075, a construção da catedral de Santiago de Compostela, tornou esta cidade galega como um dos maiores centros de peregrinação da cristandade. Os territórios as norte do rio Mondego, que em breve se tornará Portugal, são atravessados por peregrinos e caminhos que se dirigem a Santiago de Compostela. História A, 10º ano, Módulo 2 88
  • 89. Este movimento ajudou ao renascimento de alguns centros urbanos do Norte, nomeadamente, o Porto e Guimarães. A Reconquista vai conquistar territórios muçulmanos com forte implantação urbana, como Coimbra, Lisboa, Santarém e Évora. A região Entre Douro e Minho ficará secundarizada em relação ao Centro e Sul, e muita da sua população emigra para as novas terras reconquistadas. Por outro lado, o Centro e Sul tinham uma forte tradição comercial e artesanal. História A, 10º ano, Módulo 2 89
  • 90. No Centro e Sul existem fortes comunidades de homens livres e não só de senhores, que exercem o poder local. D. Afonso Henriques transfere a capital de Guimarães para Coimbra para se libertar das exigências da nobreza nortenha que o pusera no trono. A presença da corte itinerante, nas cidades do Centro (Coimbra, Leira) e Sul (Santarém, Lisboa, Évora) contribuiu para a consolidação das estruturas urbanas. História A, 10º ano, Módulo 2 90
  • 91. Os centros urbanos, com a proliferação de funcionários e letrados e o desenvolvimento da burocracia do Estado, cada vez se distanciavam mais do país rural, face ao qual se sentiam mais poderosos e esclarecidos. As cidades sedes de bispado, eram as únicas a merecerem a designação de cidade (Braga, Porto, Coimbra, Lamego, Guarda, Viseu, Lisboa, Évora e Silves). História A, 10º ano, Módulo 2 91
  • 92. A importância de uma cidade media-se, em grande parte, pelo grau da sua superintendência jurídica. As cidades ou vilas dispunham de um maior ou menor grau de capacidade administrativa conforme o monarca ou um senhor, lhe tinham concedido em carta de foral. As cidades libertas (parcial ou totalmente) do poder senhorial tinham maior capacidade de se desenvolverem. A concessão de forais com amplas liberdades, foi uma forma utilizada pelos monarcas portugueses para atraírem populações para as zonas com maior necessidade de povoar (Beira interior, Estremadura, Alentejo) História A, 10º ano, Módulo 2 92
  • 93. Foi nestas regiões que, preferencialmente, se desenvolveram os concelhos perfeitos ou urbanos. Para alimentar a sua população e exportar as suas produções, a cidade dependeu da proximidade dos eixos de comunicação terrestres, marítimos ou fluviais. O surto urbano português acompanha o desenvolvimento comercial e económico do ocidente verificados a partir do século XII. História A, 10º ano, Módulo 2 93
  • 94. A partir do século XII, beneficiando das peregrinações a Santiago de Compostela, do avanço da Reconquista, da itinerância da corte régia, da restauração das sés episcopais, da criação de concelhos e do dinamismo comercial, o território português recuperou uma fisionomia urbana. História A, 10º ano, Módulo 2 94
  • 95. A organização do espaço urbano. Urbanismo cristão e urbanismo muçulmano. Na Península Ibérica já nada restava do urbanismo romano. Distingue-se um urbanismo cristão, a norte, e um urbanismo muçulmano, a sul. Os dois tipos de cidade apresentam ruas estreitas e tortuosas. A cidade cristã apresentava uma ou mais praças, a cidade muçulmana, a alcáçova, para a classe dirigente, e a almedina, a zona popular. História A, 10º ano, Módulo 2 95
  • 96. Existem traços comuns neste urbanismo, fruto dos contactos, e à medida que a Reconquista progredia, os dois mundos iam-se integrando. A cidade medieval estava rodeada por muralhas. No século XIII, fruto do crescimento demográfico, construíram-se, em muitas cidades portuguesas, novas muralhas que vão incluir os antigos arrabaldes e alguns espaços rurais que rapidamente se tornam espaços construídos. História A, 10º ano, Módulo 2 96
  • 97. As cidades medievais tinham um centro, local onde se situavam os edifícios do poder e moravam as elites locais. Este centro podia ser o castelo, a torre de menagem do alcaide, Sé ou igreja principal, o paço episcopal, os paços do concelho, as moradias dos mercadores e mesteirais mais abastados. Existia um mercado principal numa praça ou rossio, e normalmente existiam outros mercados. A cidade medieval era caótica e exígua. História A, 10º ano, Módulo 2 97
  • 98. No reinado de D. Dinis abriram-se novas ruas para servirem de eixo ordenador do espaço urbano. Mais largas que o habitual iam diretamente de uma porta a outra da cidade, eram as ruas direitas que, juntamente com as ruas novas (abertas a partir do século XIII) concentravam as melhores lojas, oficinas e estalagens da cidade. História A, 10º ano, Módulo 2 98
  • 99. Tudo o resto eram ruas secundárias estreitas, fétidas e escuras. Não existiam esgotos pelo que os despejos eram feitos para a rua. Muitas ruas agrupavam determinadas profissões, e ainda hoje existem ruas com o nome de Sapateiros, Caldeireiros, do Ouro, dos Mercadores, etc.. História A, 10º ano, Módulo 2 99
  • 100. Nas cidades existiam as minorias étnico-religiosas: judeus e mouros. Os judeus viviam nas judiarias, bairros protegidos por muros, com os seus funcionários, juízes e hierarquia religiosa. Os judeus eram, de um modo geral, mais letrados que o comum dos cristãos, muitos deles dedicavam-se aos negócios e à usura. Existiam judeus de todas as condições económicas embora muitos fossem abastados. Apesar dos múltiplos antagonismos religiosos, os judeus foram tolerados até aos finais do século XV. Em 1496, um edito do rei D. Manuel I, obrigou os judeus à conversão ou à expulsão. História A, 10º ano, Módulo 2 100
  • 101. A comunidade islâmica era menos abastada do que a judaica. Realizavam os trabalhos mais pesados. Ainda hoje existe o ditado: “Trabalhar que nem um mouro”. Viviam em bairros rodeados por muros, as mourarias. História A, 10º ano, Módulo 2 101
  • 102. O arrabalde localizava-se fora das muralhas da cidade. Nele encontravam-se as hortas (almuinhas) e os ofícios poluentes (pelames e curtumes). Muitas vezes os ferreiros também se encontravam fora da cidade. Muitos mesteirais e lojistas localizavam os seus negócios perto das portas de entrada da cidade. No arrabalde também viviam s excluídos da sociedade medieval, como os pedintes e s leprosos. Era um mundo de pobreza e exclusão que atraiu as ordens mendicantes, como os franciscanos e dominicanos que aí se instalaram. História A, 10º ano, Módulo 2 102
  • 103. Para além do arrabalde desenvolvia-se o termo, o espaço circundante da cidade que compreendia terras cultivadas e aldeias que abasteciam os mercados da cidade. Exerciam jurisdição, coletavam impostos e impunham obrigações militares Era um direito das cidades e vilas concelhias. Os monarcas alargavam os encurtavam o termo de uma cidade, conforme pretendiam recompensar ou castigar uma cidade. Por exemplo em 1383-85, o Porto foi recompensado com por ter apoiado a causa do Mestre de Avis, enquanto Santarém viu o seu termo reduzido. História A, 10º ano, Módulo 2 103
  • 104. História A, 10º ano, Módulo 2 104
  • 105. O exercício comunitário de poderes concelhios: A afirmação política das elites urbanas. A necessidade de repovoar o interior e o Sul do país, levou monarcas e senhores a concederem autonomia político- administrativa de vários territórios. São os concelhos, habitados por homens livres, com privilégios e obrigações, que eram determinados por uma carta de foral. O número mais significativo de concelhos, sobretudo aqueles com mais autonomia, situavam-se nas regiões fronteiriças das Beiras, Estremadura e Alentejo. História A, 10º ano, Módulo 2 105
  • 106. Estes eram chamados os concelhos urbanos ou perfeitos. Compreendiam a cidade propriamente dita, e o termo que incluía aldeias e propriedades rurais. Os seus habitantes homens livres, de maior idade e que eram proprietários ou trabalhavam no concelho eram chamados vizinhos. Eram excluídos os nobres e clérigos, exceto se abdicassem dos seus privilégios. O mesmo acontecia com as mulheres (exceto se fossem viúvas), judeus, mouros, estrangeiros, servos e escravos. História A, 10º ano, Módulo 2 106
  • 107. Os vizinhos administravam o concelho. Era uma administração comunitária. A Assembleia (concilium) era o principal órgão deliberativo. As suas decisões (posturas municipais) regulamentavam as diversas questões económicas do concelho. Mas o que distinguia um concelho perfeito de um imperfeito era a capacidade de administrar justiça e eleger os magistrados. História A, 10º ano, Módulo 2 107
  • 108. Magistrados do concelho: Alcaides ou juízes (2 ou 4), eram os principais dirigentes do concelho; Almotacés (12) eram encarregados da vigilância das atividades económicas, assuntos sanitários e obras públicas; Procurador era o tesoureiro e representava o concelho externamente; Chanceler guardava o selo e bandeira do concelho; Em meados do século XIII, o rei nomeia os vereadores (2 a 6) entre os vizinhos. Possuíam inúmeras competências legislativas e executivas, viriam as sobrepor-se a todos os outros magistrados e à Assembleia da vizinhos História A, 10º ano, Módulo 2 108
  • 109. Estes magistrados eram a elite social do concelho, eram chamados homens-bons. Nos concelhos do interior eram maioritariamente grandes proprietários rurais, nos do litoral, grandes comerciantes. Desempenharam um papel importante na Reconquista e defesa do território a sul do Mondego. Como recompensa os monarcas fizeram-nos cavaleiros-vilãos. Tinham determinados privilégios e isenções. Os homens-bons monopolizavam as principais magistraturas do concelho. História A, 10º ano, Módulo 2 109
  • 110. O poder régio, fator estruturante da coesão interna do reino Da monarquia feudal à centralização do poder O primeiro sentimento de pertença de uma pessoa no século XIII, dirigia-se, em primeiro lugar para a sua paróquia, aldeia, senhorio ou cidade concelhia, e só depois para o reino de Portugal, dirigido pelo rei. Portugal era, na Idade Média, um conjunto de senhorios e concelhos, cada um com as suas particularidades, imunidades, privilégios e autonomias administrativas. Cabia ao rei e à instituição monárquica o difícil e importante papel de unir todas estas especificidades, criando um espaço territorial coeso e uma identidade nacional. História A, 10º ano, Módulo 2 110
  • 111. Nos seus inícios Portugal foi governado por uma monarquia feudal. Monarquia feudal caracteriza-se pelo facto de o rei se assumir como o maior e mais poderoso dos senhores feudais. Através das doações de benefícios o rei cria laços de vassalagem e de dependência pessoal. Em Portugal a monarquia reivindica o direito divino. Os monarcas portugueses procuraram centralizar o poder, nunca abdicaram da chefia militar e da justiça suprema. Desenvolveram um corpo de funcionários e órgãos especializados, e a partir de 1211, criaram as Leis Gerais. História A, 10º ano, Módulo 2 111
  • 112. Na monarquia feudal não existia distinção entre a esfera pública e privada. O reino era o património pessoal do rei, que herdava e depois transmitia aos seu filho primogénito. O rei doava honras e coutos a nobres e senhores eclesiásticos para recompensar serviços prestados. Em troca desta cedência de bens e poderes o rei criou uma corte de vassalos, que lhe devia fidelidade e apoio nas tarefas de defesa e administração do reino. Em Portugal, ao contrário de outras regiões além-Pirenéus, o poder do rei nunca foi contestado, devido ao facto de não existirem casas senhoriais suficientemente poderosas e ricas para desafiarem o poder real. História A, 10º ano, Módulo 2 112
  • 113. Em Portugal, o rei era o único e verdadeiro senhor feudal. Era o mais rico e poderoso dos senhores feudais, o Dominus Rex. Exercia o seu poder público e cobrava rendas nos seus domínios pessoais (reguengos), nos alódios e nos concelhos. O rei exigia o pagamentos de impostos como a coima, fossadeira, anúduva, jugada, pousadia, etc.. História A, 10º ano, Módulo 2 113
  • 114. A centralização do poder: defesa, justiça, legislação e fiscalidade Os reis fundamentaram o seu poder na doutrina do direito divino, são os representantes de Deus na Terra. São o órgão máximo do poder público. Tem as mais altas funções militares, jurídicas , legislativas e fiscais. São os responsáveis máximos pela manutenção da paz e justiça. São o juiz supremo e reservam o direito da justiça maior (condenação à morte ou talhamento de membros). São os guardiões da ordem e da equidade. História A, 10º ano, Módulo 2 114
  • 115. Desde 1211, reinado de Afonso II, a monarquia assumiu o exclusivo da legislação suprema. Nesse ano foram publicadas as Leis Gerais destinadas a ser aplicadas em todo o reino. Algumas dessas leis destinavam-se a combater os privilégios senhoriais, outras garantiam ao rei o exclusivo da cunhagem da moeda. A Lei da Almotaçaria, reinado de Afonso III, tabelava os preços. Outro ponto importante da legislação foi a tentativa de acabar com as isenções. Em 1387, as sisas gerais, foram um imposto que incluía a compra e venda de todos os bens, inclusive dos privilegiados e do próprio rei. História A, 10º ano, Módulo 2 115
  • 116. Nos finais do século XIV, a monarquia feudal evoluía para um Estado Moderno. O tempo em que o rei era o principal senhor e recompensava os seus apoiantes transformava-se numa monarquia centralizada, o rei é o chefe do exército, juiz e legislador supremo, o intérprete do poder público. Para isso foi necessário proceder à reforma da administração pública. História A, 10º ano, Módulo 2 116
  • 117. A reestruturação da administração central Na Idade Média a corte não permanecia na mesma cidade, mas vivia de cidade em cidade, era uma corte itinerante. O governo central, viajava pelo país. Desde o início da monarquia os principais cargos públicos eram: Alferes-mor: era o mais alto cargo militar, a seguir ao rei; Mordomo-mor: Era o mais alto funcionário na administração civil; Chanceler: responsável pela redação dos diplomas régios e pela guarda do selo real. O poder do chanceler foi amplamente aumentado no reinado de Afonso III. História A, 10º ano, Módulo 2 117
  • 118. A Cúria Régia era um órgão consultivo que ajudava o rei nas suas deliberações. No século XIII, a Cúria Régia diversificar-se-á nas Cortes e no Conselho do Rei. A Cúria Régia derivava do dever de conselho que os vassalos deviam prestar ao monarca. Debatiam-se todos os assuntos respeitantes à administração do reino. Tinha funções judiciais, competia-lhe o julgamento de questões referentes à nobreza. Desempenhava ainda o papel de supremo tribunal. História A, 10º ano, Módulo 2 118
  • 119. As reuniões ordinárias da Cúria contavam com a presença dos membros da corte; Mas quando os assuntos eram graves ou tinham uma dimensão nacional, o monarca convocava uma Cúria extraordinária, que tinha uma dimensão maior (vários membros do clero, alcaides das cidades, chefes das ordens religioso-militares. Na primeira Cúria extraordinária, realizada em Coimbra, em 1211, elaboraram-se as primeiras Leis Gerais. História A, 10º ano, Módulo 2 119
  • 120. No reinado de Afonso III, as reuniões ordinárias e extraordinária da Cúria Régia evoluíram, respetivamente, Conselho Régio e Cortes. O Conselho Régio é composto por pessoas competentes, sobretudo legistas. Perde as funções judiciais da Cúria que são entregues a tribunais superiores. Cortes, reúnem-se pela primeira vez, em Leiria, 1254. Estão representados os três estados do reino (clero, nobreza, povo). Desempenharam, de forma embrionária, a função de organismo nacional interveniente na governação do país. História A, 10º ano, Módulo 2 120
  • 121. Não existia uma verdadeira escolha democrática dos seus participantes; A periodicidade da sua convocação dependia do rei. Os três estados podiam apresentar as suas reivindicações nas Cortes. História A, 10º ano, Módulo 2 121
  • 122. A intervenção na administração local O reforço da autoridade real refletiu-se na administração local. Afonso III criou uma nova organização administrativa das regiões sobre a dependência direta da coroa: comarcas, julgados e almoxarifados. História A, 10º ano, Módulo 2 122
  • 123. Nas áreas concelhias (apesar da autonomia administrativa) os monarcas portugueses foram-se intrometendo na sua governação, nos séculos XIII e XIV. O rei fazia-se representar pelo: Alcaide-mor (comandava as tropas e vigiava as atividades judiciais); Almoxarife e Mordomo (cobravam os direitos e rendes devidas ao reino; Corregedor e Juízes de Fora (inspecionavam a administração local); Vereadores (magistrados concelhios nomeados pelo rei, a partir de 1340). O rei aparecia como o guardião supremo da paz e da justiça, promovia o bem público e obstava a arbitrariedades do poder local. História A, 10º ano, Módulo 2 123
  • 124. Os monarcas vão intervir nos senhorios. A partir de Afonso II (rei 1211/1223) deixam de tolerar o crescimento desenfreado da propriedade nobre e eclesiástica. Muitas das Leis Gerais têm um carácter anti senhorial: Leis de Desamortização (1211); Confirmações Gerais (1217/1221); Inquirições Gerais (1211/1223). O combate à expansão senhorial e a promoção das elites urbanas História A, 10º ano, Módulo 2 124
  • 125. Leis de Desamortização (1211): Proíbem os mosteiros e igrejas de adquirirem bens de raiz. Estas leis procuravam criar obstáculos à acumulação da propriedade eclesiástica; Procurava-se evitar a “fuga ao fisco”, pois as terras na posse do clero passavam a ser isentas; No reinado de D. Dinis(1279-1325) foram publicadas outras Leis de Desamortização que proibiam as ordens religiosas de herdarem bens dos seus professos. História A, 10º ano, Módulo 2 125
  • 126. Confirmações Gerais (1217/1221): Eram leis que confirmavam os títulos de posse de terras e direitos da nobreza e do alto clero. Inquirições Gerais (1211/1223): Foram averiguações feitas nos reguengos, para descobrir as terras que tinham sido usurpadas pela nobreza e pelo clero; Este era um problema complexo e vasto pelo que em 1258, D. Afonso III (1248-1279) ordenou novas Inquirições Gerais na região e Norte do Douro e Beira interior; História A, 10º ano, Módulo 2 126
  • 127. D. Dinis (1279-1325) , ordenou novas Inquirições na Beira e Norte do Douro; Em 1234, D. Dinis, proibiu a nobreza e o clero de criarem novos coutos e honras; Esta luta não foi fácil, a nobreza resistiu, prestou falsas declarações sobre as terras; Por vezes esta luta assumiu contornos violentos; A Igreja por diversas vezes se queixou ao Papa dos monarcas de Portugal, afirmando que atentavam contra a liberdade e imunidade das terras da Igreja; História A, 10º ano, Módulo 2 127
  • 128. Sobre vários monarcas portugueses recaíram ameaças de excomunhão e interditos: D. Afonso II, D. Afonso III e D. Dinis; D. Sancho II (1223-1245) foi deposto pelo Papa Inocêncio IV, que na Bula da Deposição relembrou que o Papa era a autoridade máxima em Portugal, em virtude do pedido de D. Afonso Henriques. Excomunhão – expulsão da comunidade de cristãos. Interditos – proibia a celebração de missa e administração dos sacramentos. História A, 10º ano, Módulo 2 128
  • 129. Os concelhos apoiaram o rei nesta luta; O Porto é um dos exemplos, que durante os séculos XIII e XIV, esteve sempre em luta contra o bispo, com o apoio dos diversos monarcas portugueses. D. Dinis, em 1316, concedeu ao Porto o estatuto de concelho perfeito. Os reis portugueses desenvolveram uma política de promoção política das elites urbanas para agradecerem o apoio dos concelhos na sua luta pela centralização do poder real. História A, 10º ano, Módulo 2 129
  • 130. A afirmação de Portugal no quadro político ibérico A centralização do poder real teve o seu auge no reinado de D. Dinis (1279-1325); A administração central do reino melhorou a sua eficácia na cobrança de impostos e na aplicação da justiça maior; O poder senhorial foi combatido; As relações com a Igreja normalizaram-se; As fronteiras foram fixadas de forma definitiva; Protegeram-se os concelhos; Expandiu-se a área cultivada; Incrementaram-se as feiras e o comércio; Estabilizou-se a moeda; Organizou-se a marinha de guerra; História A, 10º ano, Módulo 2 130
  • 131. Desenvolveu-se a cultura e arte; O português tornou-se a língua oficial dos documentos do reino; Criou-se a primeira universidade portuguesa; Fomentou-se a arte gótica. Tudo isto contribuiu para o prestígio da monarquia portuguesa além fronteiras. D. Dinis, entre 1282 e 1310, interveio diversas vezes nos problemas internos do reino de Castela, que levaram à assinatura do Tratado de Alcanises (estabilização das fronteiras); D. Dinis casou com a princesa Isabel, do Reino de Aragão, uma grande potência económica no Mediterrâneo. História A, 10º ano, Módulo 2 131
  • 132. No reinado de Afonso IV, o rei de Castela, Afonso XI, pede-lhe apoio contra os Muçulmanos, e na Batalha do Salado (1340), as tropas castelhanas e portuguesas derrotam os muçulmanos. Portugal afirmava-se como um dos reinos da Península Ibérica. Em 1383-85, uma crise dinástica, será o pretexto de uma revolução que irá garantir a independência nacional. Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto História A, 10º ano, Módulo 2 132
  • 133. Valores, vivências e quotidiano
  • 134. A partir do século XI, a cidade da Idade Média, ao contrário do campo, torna-se um local de inovações. É um mundo fervilhante de negócios e outras atividades económicas. Na cidade desencadeiam-se profundas mudanças económicas, sociais, culturais, religiosas e artísticas. Alteram-se valores e vivências do quotidiano medieval que irá levar à transformação desse mundo. História A, 10º ano, Módulo 2 134
  • 135. Uma nova sensibilidade artística: o Gótico “A arte das Catedrais significou em primeiro lugar o renascimento das cidades. Estas ao longo dos séculos XII e XIII não pararam de crescer. A catedral (gótica) é a igreja do bispo, portanto a igreja da cidade.” George Duby, O tempo das catedrais História A, 10º ano, Módulo 2 135
  • 136. Catedral de Colónia História A, 10º ano, Módulo 2 136
  • 137. O burguês torna-se orgulhoso de si e da sua cidade. Cada cidade pretende ser melhor que as cidades vizinhas. Os habitantes da cidade contribuem generosamente para as grandes construções urbanas (muralhas, praças, palácios, igrejas). Surge um novo estilo artístico, o Gótico que fruto de novos elementos arquitetónicos e construtivos vai elevar as torres dos palácios e das igrejas que podem ser vistas de muito longe. O Gótico abrange todas as vertentes artísticas mas é na Igreja (catedral) que teve a sua maior expressão, é o seu expoente máximo. História A, 10º ano, Módulo 2 137
  • 138. A construção da catedral gótica corresponde a uma nova conceção do cristianismo. “Deus é luz. (…) Luz absoluta, deus está mais ou menos velado em cada criatura, consoante ela é menos ou mais refratária à sua iluminação. Esta conceção contém a chave da nova arte, da arte de França. Arte de claridade e de irradiação (…).” G. Duby, O tempo das catedrais História A, 10º ano, Módulo 2 138
  • 139. As mutações na expressão da religiosidade: ordens mendicantes e confrarias A cidade medieval é um lugar de fortes contrastes: Por um lado existia a riqueza dos que tinham enriquecido com o desenvolvimento económico, e demonstravam-no quer nas suas vestes quer na ostentação das suas casas; Por outro lado, a cidade atraia as populações do campo que nem sempre encontravam emprego, ou pelo menos emprego certo e bem remunerado, e por isso viviam na miséria; A cidade medieval é feita destes contrastes entre a riqueza de uns e a miséria de outros que viviam isolados e sem amigos a quem pedir ajuda. História A, 10º ano, Módulo 2 139
  • 140. Vão surgir organismos de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática da caridade. As ordens mendicantes trazem um novo espírito de renovação espiritual e promovem a fraternidade para o sofrimento. A Igreja Católica identificava-se com os ricos, os seus mais altos dignatários viviam uma vida de luxo, alheados da miséria que existia à sua volta. Esta atitude tinha provocado a revolta de muitos crentes que se afastaram do catolicismo aderindo a heresias que eram violentamente reprimidas pela Igreja. Heresia é um desvio à doutrina oficial da Igreja Católica. História A, 10º ano, Módulo 2 140
  • 141. Dentro da própria Igreja vão nascer outros movimentos de contestação da vida de luxo e preconizavam um retorno à humildade e pobreza originais. Francisco de Assis e Domingos de Gusmão, vão criar as ordens mendicantes que vão contribuir para a mudança de mentalidades. História A, 10º ano, Módulo 2 141
  • 142. S. Francisco (1182-1226), filho de um rico mercador da cidade de Assis (Itália) levou uma vida de boémia até aos 20 anos. Uma doença fê-lo mudar a sua atitude, renunciou aos bens terrenos e começou a pregar a palavra de Deus. Defendia a pobreza e a humildade; Criou uma nova ordem de Frades Menores (humildes) , os Franciscanos, que viviam na pobreza, ganhavam o seu sustento trabalhando e mendigando (mendicantes); Instalam-se na cidade, sobretudo nas zonas mais miseráveis e pregam a palavra de Deus e praticam a caridade. Ao contrário das outras ordens não vivem isolados nos conventos. Esta ordem estabeleceu-se muito cedo em Portugal. História A, 10º ano, Módulo 2 142
  • 143. S. Domingos de Gusmão (1170-1221) fundou a ordem dos Dominicanos, que partilhavam os ideais de pobreza mas davam mais importância à pregação como forma de combater as heresias. O estudo da Teologia era muito importante para estes frades. S. Tomás de Aquino atingiu grande fama com teólogo e professor universitário como outros membros desta ordem. As ordens mendicantes contribuíram para a renovação da vida religiosa e espiritual desenvolvendo um espírito de solidariedade e de ajuda ao próximo. Vão inspirar a criação de confrarias e outras associações de socorros mútuos. História A, 10º ano, Módulo 2 143
  • 144. As confrarias eram associações de ajuda mútua (entreajuda), de cariz religioso que se organizavam sob a proteção de um santo. Agrupavam homens de um mesmo ofício, pela vizinhança, ou pela devoção a um mesmo santo. As confrarias ligadas a profissões desenvolveram-se muito pois já estavam agrupadas em corporações. História A, 10º ano, Módulo 2 144
  • 145. Corporação é uma associação de carácter socioprofissional que agrupa os trabalhadores de uma determinada atividade. Na Idade Média eram conhecidas por artes, guildas ou casas. Cada uma tinha os seus próprios estatutos que regulamentavam salários, preços e o acesso à profissão. Geralmente a cada corporação associava-se uma confraria que prestava assistência aos seus membros. As confraria funcionavam com base do pagamento de uma quota por parte dos seus membros e de contribuições dos membros mais ricos. Organizavam a assistência a membros. Reuniam-se periodicamente para decidir as atividades a realizarem. História A, 10º ano, Módulo 2 145
  • 146. A expansão do ensino elementar. A fundação de Universidades. Até ao século XI, a frequência de uma escola eram o privilégio quase que exclusivo de clérigos e monges. Os mosteiros, com as suas escolas, bibliotecas e monges copistas eram os centros do saber. Estas escolas tinham como objetivo fundamental a preparação de futuros monges, por isso o ensino estava direcionado para a religião, por outro lado estes mosteiros localizavam-se no campo, longe da cidade. História A, 10º ano, Módulo 2 146
  • 147. No século XI, organizam-se as primeiras escolas urbanas. A tutela da Igreja mantém-se mas o público destas novas escolas, escolas das catedrais, é outro, destinam-se a um público mais vasto, para além de clérigos admitem leigos nos seus estudos. Estas novas escolas urbanas procuram responder às novas necessidades da administração e da economia. As cidades precisam de funcionários e juristas para o seus tribunais, de notários e escrivães para as suas repartições públicas. Surge um novo funcionalismo que precisa de ser letrado (instruído). História A, 10º ano, Módulo 2 147
  • 148. Por outro lado os negócios tornam-se cada vez mais complexos, surgem as primeiras grandes companhias comerciais que exigem registos precisos. Nas grandes cidades comerciais (Florença, Veneza, Lubeque, etc.) surgem escolas, muitas vezes privadas, onde para além do ensino da Lógica e Gramática, desenvolve-se o ensino da Aritmética. História A, 10º ano, Módulo 2 148
  • 149. No século XII, algumas escolas das catedrais, alcançaram fama internacional a atraíam estudantes de toda a Europa. Algumas especializaram-se no ensino de determinadas áreas, como o Direito, a Teologia ou a Medicina. Surgiu a necessidade de organizar o ensino nessas escolas que determinasse os conteúdos a lecionar, os exames a realizar. Que determinassem um estatuto para docentes e discentes. Criaram-se organizações de tipo corporativo, a que se chamaram Universidades. História A, 10º ano, Módulo 2 149
  • 150. Universidade provém do termo latino universitas, corporação de professores e estudantes, com vista à organização de um estabelecimento de ensino superior (studium), surgem no século XII. As universidades foram dependentes da Igreja e o seu objetivo primordial era a formação de novos clérigos. A partir do século XIII, o numero de estudantes laicos aumentou, e a universidade tornou-se o centro de formação do funcionalismo público. Estudar na universidade passou a ser uma forma de adquirir prestígio e subir na escala social. As Universidades conferiam os graus de bacharel, licenciado e doutor. História A, 10º ano, Módulo 2 150
  • 151. História A, 10º ano, Módulo 2 151
  • 152. Duas das primeiras Universidades a surgirem foram as de Notre- Dame, Paris e a de Bolonha. Em Paris, a Universidade afirmou-se em luta contra as autoridades laicas e eclesiásticas. Em 1231, o papa Gregório IX, autorizou a Universidade de Paris a estabelecer as suas leis e regras de funcionamento. A Universidade de Paris notabilizou-se no ensino da Teologia, a de Bolonha em Direito. História A, 10º ano, Módulo 2 152
  • 153. Os estudos universitários organizavam-se em faculdades, grupo de professores e alunos de um mesmo ramo de saber. O seu número variava conforme as Universidades. Todas tinham as Artes que era a base dos estudos universitários. Durava 6 anos e iniciava-se entre os 14 e 16 anos, conferia o grau de licenciado. Artes liberais eram formadas por 7 disciplinas agrupadas no: Trivium (Gramática, Retórica e Lógica); Quadrivium (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música). História A, 10º ano, Módulo 2 153
  • 154. Licenciado em Artes, o estudante podia especializar-se em Medicina, Direito ou Teologia. Os cursos de Direito e Medicina obrigavam a mais 6 anos de estudo, o de Teologia, era muito varável, mas podia atingir os 15 anos. O ensino baseava-se na leitura e comentário, pelo mestre, dos escritos das autoridades sobre o assunto tratado. História A, 10º ano, Módulo 2 154
  • 155. A partir do século XIII, as universidades tornam-se mais ligadas ao Estado. A centralização do poder real tornava necessário um número cada vez maior de legistas (Direito). Em Portugal, D. Dinis, em 1290, funda o Estudo Geral de Lisboa. Tinha as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e Medicina. A Teologia continuou a ser privilégio dos mosteiros de Santa Cruz de Coimbra e de Alcobaça. Em 1308, o Estudo Geral foi transferido para Coimbra. Posteriormente foi novamente transferida para Lisboa, e em 1537, a universidade fixou-se definitivamente em Coimbra. História A, 10º ano, Módulo 2 155
  • 156. A cultura leiga e profana nas cortes régias e senhoriais A prosperidade económica refletiu-se na vida cultural. Desenvolve-se um gosto por uma vida mais requintada e pela erudição, não só nas cidades mas também nas cortes dos reis e dos grandes senhores. Surge o ideal de cavalaria, o senhor deve ser corajoso, desinteressado, deve defender a causa dos fracos e da justiça. Deve cortejar a sua dama segundo as regras do “amor perfeito”. Nesta nova vivência cortesã a literatura assume um papel central. A literatura difunde os ideais da cavalaria. História A, 10º ano, Módulo 2 156
  • 157. Nos finais do século XIII, surge , nas cortes da Europa, o ideal do perfeito cavaleiro. Condições para ser um perfeito cavaleiro (profano e religioso): Nascimento nobre; Deve demonstrar honra, coragem, lealdade, virtude e piedade. O cavaleiro combate por Cristo. História A, 10º ano, Módulo 2 157
  • 158. Surgem as narrativas de cavalaria, que relatam episódios romanceados de episódios de cavalaria; Estes romances eram lidos, ao serão, na corte dos grandes senhores e do rei; As novelas arturianas foram muito difundidas nesta época, relatam a vida na corte do rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda e da sua procura do Santo Graal; Na Península Ibérica surgiu o Amadis de Gaula, romance que teve um grande êxito; Na época trovadores viajam de corte em corte cantado estes romances. História A, 10º ano, Módulo 2 158
  • 159. Os nobres deviam passar por um período de aprendizagem antes de serem “armados cavaleiros”: Em jovem (7/8 anos) era enviado para a corte de um senhor com estatuto superior (casa grande); Primeiro era um pajem aprendia a manejar as armas e cavalgar; Depois, na adolescência, tornava-se escudeiro. Tratava das armas e do cavalo do senhor, acompanhava-o nas suas lutas e torneios; Por toda a Europa os senhores dedicavam-se, para além da guerra, à caça, torneios e justas; História A, 10º ano, Módulo 2 159
  • 160. O rei português, D. Duarte (1391-1438), publicou um livro sobre a arte da cavalaria, denominado “Livro da Ensinança da Arte de Bem Cavalgar em Toda a Sela”, considerado o primeiro tratado europeu de cavalaria. Depois de 14 anos de aprendizagem, o jovem escudeiro proferia os votos de cavalaria. Eram votos sagrados, faziam parte de um ritual, em que a própria Igreja tomava parte. Depois de cumprido este ritual, o jovem era investido cavaleiro. Passava a fazer parte da ordem de cavalaria. História A, 10º ano, Módulo 2 160
  • 161. O código de cavalaria integra um código de amor; É um conjunto de regras que definem quem e como se deve amar; O desenvolvimento das cortes na Europa levou a um maior convívio entre os dois sexos, e a partir do século XII, desenvolveu-se o amor cortês. O amor cortês, é essencialmente espiritual, mas deixa subentendido a sensualidade. O cavaleiro deve atuar com bravura e contenção para “ganhar” a sua dama. Deve ser um exemplo de educação e refinamento. Por outro lado, espera-se que a dama seja serena, recatada, bem falante. Deve recompensar os esforços do amado com um lenço, um anel, um beijo. História A, 10º ano, Módulo 2 161
  • 162. Para a divulgação dos ideais do amor cortês contribuíram os poetas; A poesia trovadoresca nasceu no Sul de França (Provença), e os trovadores e jograis espalharam-na por todas as cortes europeias. O Romance da Rosa, romance escrito sobre a temática do amor, teve uma grande divulgação. Em Portugal, esta poesia trovadoresca desenvolveu-se, assumindo dois géneros principais: cantigas de amigo e cantigas de amor. O amor foi uma componente essencial da sociabilidade cortesã e da cultura erudita da Idade Média. Para muitos foi um código de vida, um ideal de vida. História A, 10º ano, Módulo 2 162
  • 163. O culto da memória dos antepassados é uma característica das famílias nobres. Os títulos nobiliárquicos são herdados, por isso é importante prestar homenagem aos antepassados. Aos serões, nas cortes senhoriais, era normal comentar e elogiar os feitos dos antepassados. No século XII, muitos senhores fizeram passar a escrito essas memórias. Surge uma literatura genealógica que se desenvolveu ao longo dos séculos XIII e XIV. História A, 10º ano, Módulo 2 163
  • 164. Em Portugal surgem os livros de linhagens (ou nobiliários). O mais interessante é o “Terceiro Livro de Linhagens”, da autoria do Conde de Barcelos, D. Pedro. É uma espécie de História Universal, que começa com Adão e vai até às famílias nobres da Reconquista cristã da Península Ibérica, de onde descendem as famílias nobres portuguesas. História A, 10º ano, Módulo 2 164
  • 165. Nos séculos XIII e XIV, os Europeus adquirem uma nova visão do Mundo. O gosto pelas viagens difunde-se. Mercadores, peregrinos, diplomatas, missionários, cavaleiros andantes percorrem os caminhos da Europa, e alguns deles viajam para além dela, as cruzadas, Marco Polo, etc.. Os mercadores são grandes viajantes, movidos pela necessidade de realizarem negócios. Em meados do século XIII, os irmãos Polo, realizaram uma viagem até à longínqua China, fruto da abertura do império Mongol (na altura governava a China). Marco Polo, filho de um dos irmãos, que os acompanhou, escreveu, o mais famoso livro de viagens, “O Livro de Marco Polo”, onde contava as suas aventuras na China. História A, 10º ano, Módulo 2 165
  • 166. Muitas vezes estas viagens de negócios de mercadores, juntavam missões político-diplomáticas, e os comerciantes desempenhavam o papel de embaixadores. Roma era a cidade onde se encontravam muitos desses embaixadores, pois o Papa desempenhava o papel de medianeiro entre os conflitos, não só entre estados mas entre senhores. História A, 10º ano, Módulo 2 166
  • 167. Romarias e peregrinações O fervor religioso desempenhava um papel muito importante na Idade Média. Abundavam igrejas, capelas e ermidas que eram objeto de uma devoção especial, pela posse de uma relíquia ou qualquer outro artefacto religioso. As romarias organizavam-se numa determinada data do ano e atraíam numerosos fiéis das zonas circundantes. Organizavam-se cerimónias religiosas mas também era um tempo e local para convívio, festa (cantar, dançar) e tratar de negócios. As romarias foram umas das expressões mais notáveis da cultura popular medieval. História A, 10º ano, Módulo 2 167
  • 168. O costume das grandes peregrinações reavivou-se no século XII. Grandes senhores, burgueses, homens do povo, velhos, novos doentes e sãos, organizavam-se em grupos e partiam em peregrinação. Três principais locais de peregrinação na Idade Média: Jerusalém (cenário da vida e morte de Cristo); Roma (sede do papado e da morte do apóstolo Pedro) Santiago de Compostela (onde a lenda situava o túmulo do apóstolo São Tiago). História A, 10º ano, Módulo 2 168
  • 169. A peregrinação mais longa e perigosa, mas a mais redentora é a que terminava em Jerusalém. Mas, em geral, os europeus afluíam para Santiago de Compostela. História A, 10º ano, Módulo 2 169
  • 170. Ao longo dos caminhos foram nascendo albergarias, albergues, mosteiros e hospitais. Chegados ao seu destino, os peregrinos recebiam a bênção e as indulgências. História A, 10º ano, Módulo 2 170
  • 171. Todas estas romarias e peregrinações contribuíram para a divulgação da cultura medieval e para a criação de uma cultura europeia. Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto História A, 10º ano, Módulo 2 171