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GEOGRAFIA 
ENSINO MÉDIO 
Volume Único 
Nathalie Ribeiro Silva 
Virna Salgado Barra 
2012
CONTEÚDO – TELECURSO – GEOGRAFIA – ENSINO MÉDIO 
1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO............................................................................2 
1.1 - A paisagem e o espaço geográfico.............................................................................................2 
1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas...............................................................................3 
1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais...............3 
1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira..............................................................3 
2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL................................................................3 
2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo..............................3 
2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial......................................................................................6 
2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos................................................................................8 
2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações..................................................................9 
2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais...............................................................13 
2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente..........................................................16 
2.7 - Desenvolvimento Sustentável..................................................................................................17 
3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO..................................................................................18 
3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação....................................................18 
3.2 - Fases do capitalismo................................................................................................................19 
3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo........................20 
3.4 - Fases da Revolução Industrial..................................................................................................20 
3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária............................................................................21 
3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos.........................................................................22 
3.7 - Urbanização e problemas urbanos...........................................................................................25 
4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO..................................................................................28 
4.1 - Expansão territorial..................................................................................................................28 
4.2 - Formação étnica do povo brasileiro.........................................................................................31 
4.3 - Migrações populacionais..........................................................................................................32 
4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas.......................................33 
4.5 - O espaço da atividade industrial..............................................................................................36 
4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia).....42 
4.7 - Desigualdades regionais e sustentabilidade.............................................................................44 
4.8 - O Brasil e a integração latino-americana..................................................................................45 
5. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL.........................................................................................48 
1
5.1 - Guerra Fria - Capitalismo X Socialismo.....................................................................................48 
5.2 - Desintegração dos países socialistas........................................................................................52 
5.3 - A nova ordem mundial (conflitos Norte x Sul) e blocos econômicos........................................55 
5.4 - O sistema financeiro global......................................................................................................59 
5.5 - Organizações internacionais e regionais..................................................................................61 
5.6 - Consequências socioeconômicas da globalização....................................................................63 
5.7 - Pluralidade cultural: conflitos e tensões no mundo.................................................................64 
5.8 - Desafios da sociedade humana - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - desigualdades 
mundiais...........................................................................................................................................66 
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES...............................................................................................69 
GABARITO.......................................................................................................................................83 
1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO 
1.1 - A paisagem e o espaço geográfico 
Paisagem: é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção. 
Espaço geográfico: é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um 
passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que 
habitaram ou habitam os diferentes lugares. “O espaço geográfico é o palco das realizações 
humanas”. 
2
1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas. 
Mapas físicos: 
* mapa geomorfológico - representa as características do relevo de uma região; 
* mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região; 
* mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região. 
Mapas humanos: 
* mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios; 
* mapa econômico - indica as atividades produtivas do homem em determinada região; 
* mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região; 
* mapa rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país. 
1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais 
* sensoriamento remoto - obtenção de informações através de sensores acoplados em satélites, 
aviões e balões; 
* foto aérea - são fotos extraídas por meio de câmeras fotográficas fixadas em aviões; 
* imagens de satélite - produzidas por satélite; 
* sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global) - calcula a posição dos satélites por meio de sinais 
e determina com exatidão a posição de qualquer objeto na superfície da Terra, fornecendo para isso 
as coordenadas geográficas e a altitude do lugar. 
1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira 
* território - divisão administrativa, delimitado por fronteiras entre países, regiões, estados, 
municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. É caracterizado pela 
ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para 
os seus habitantes, independentemente da extensão territorial; 
* Estado - instituição social politicamente organizada que exerce soberania sobre um território; 
exerce a soberania sobre um território delimitado por fronteiras, guardadas pelas Forças Armadas e 
com limites precisos; tem uma burocracia administrativa e é organizado em três esferas de poder. No 
Brasil, denominamos essas três esferas União, estados e municípios – ou esfera federal, estadual e 
municipal; 
* nação - é constituída pela sociedade politicamente organizada com governos e leis próprias, para 
elaboração e realização do cumprimento de tais leis caracteriza o papel do estado. Tem o seu povo 
ou etnia (raça, língua, cultura, religião) 
* limites - é um fator de separação, são estabelecidos, na maioria das vezes, por acordos e tratados 
entre dois ou mais países. Esses limites indicam os lugares onde termina o território de um país e 
começa o de outro. Está ligado a uma concepção precisa, linear e perfeitamente definida no terreno. 
* fronteiras - faixa do território de um país que se estende ao longo da linha limite. É mais 
abrangente e se refere a uma região ou faixa ao longo do limite. 
2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL 
2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo. 
História geológica: 
3
- Período Pré-cambriano ou Era Proterozóica: origem da história geológica da Terra, há cerca de 4,5 
bilhões de anos; 
- Era Paleozóica: apareceram as primeiras formas estruturadas de vida nos oceanos, e os continentes 
formavam um bloco único: a Pangéia (há cerca de 200 milhões de anos); 
- Era Mesozóica: desenvolveu-se a vida nas terras emersas e iniciou-se a deriva dos continentes; 
- Era Cenozóica: a vida evoluiu, com o surgimento de novas espécies; formaram-se as grandes 
cadeias de montanhas jovens por dobramentos em áreas de colisão de placas; surgimento do 
homem. 
O conhecimento da estrutura geológica da Terra é importante para explicar as formas do relevo. 
Estrutura geológica da Terra: se referem à composição rochosa da crosta terrestre. 
Relevo: se refere às formas como elas se apresentam na superfície. A ciência que estuda as formas 
do relevo, os processos de origem e sua evolução e transformação é a Geomorfologia. As diversas 
formas do relevo acontecem a partir de forças internas (tectonismo, vulcanismo e sismos) e externas 
(rios, chuvas, geleiras, ventos, alternância de temperatura e os seres vivos, principalmente o ser 
humano). 
Formas de relevo: 
Cadeias de montanhas: grandes elevações de superfície, apresentam relevo acidentado, encostas 
ingrimes e vales profundos. Exemplo: Cordilheira do Himalaia, dos Andes (Fig.1) 
Planaltos: apresentam altitudes e formas variadas, como os morros e serras e elevações com um 
extenso topo plano, como as chapadas. Exemplo: Serra da Mantiqueira (Fig.2), da Canastra. 
Depressões: é um compartimento de relevo mais plano que o planalto, geralmente encaixadas entre 
regiões de planalto (Fig.3). 
Planícies: são áreas relativamente planas, formadas por deposição de sedimentos. No Brasil, essa 
forma se restringe aos terrenos situados ao longo dos grandes rios e próximos de lagos e lagoas, 
onde é mais intensa a deposição de material erodido de outras unidades de relevo. (Fig.3). 
4
As formas de relevo podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento das atividades humanas. Muitas 
vezes tornam-se obstáculos naturais, que dificultam as comunicações, atividades agrícolas e a 
instalação de comunidades humanas. A construção de pontes, túneis, estradas são alguns dos 
recursos utilizados pela engenharia para transpor os obstáculos naturais do relevo. Tanto as obras de 
engenharia como o desenvolvimento de outras atividades (mineração e agricultura) devem levar em 
conta as características socioambientais do lugar em que serão realizadas. Numa área urbana, por 
exemplo, precisam ser considerados os mananciais e as áreas em que pode haver erosão. É preciso 
planejar adequadamente as construções urbanas para evitar danos ao ambiente e evitar acidentes. 
Unidades do relevo brasileiro (Classificação de Jurandyr Ross) 
5 
1. Vista parcial da cordilheira dos Andes, uma 
das principais cadeias montanhosas da Terra. 2. Serra da Mantiqueira em MG. 
3. As grandes unidades do relevo.
2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial. 
Clima – conjunto de variações do tempo em uma determinada região, durante um longo período 
(cerca de 30 anos). 
Para determinar o clima de um local é necessário analisar o comportamento dos fenômenos 
atmosféricos ou também chamados elementos climáticos: temperatura do ar, pressão atmosférica, 
vento, umidade, precipitação (como chuva, granizo e neve), geadas, massas de ar. 
Assim os elementos climáticos interferem no comportamento da atmosfera, e os fatores climáticos 
influenciam a dinâmica desses elementos. São fatores climáticos: latitude, longitude, disposição do 
relevo, a vegetação, inclusive, os relacionados às atividades humanas, como a formação de grandes 
cidades. 
Climatologia – é o estudo científico do clima. 
Meteorologia – é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, que tem como foco o estudo 
dos fenômenos atmosféricos e a previsão do tempo. 
TIPOS DE CLIMA 
Equatorial – apresenta elevadas temperaturas e grande umidade durante todo o ano. com pequena 
amplitude térmica anual (diferença entre as temperaturas máxima e a mínima). Do mesmo modo 
que a temperatura, a pluviosidade é elevada em todos os meses do ano. 
Tropical – apresenta elevadas temperaturas e alternâncias entre estações secas (inverno) e úmidas 
(verão). 
Subtropical – apresenta temperaturas baixas durante o inverno, principalmente em áreas de maior 
altitude, no entanto temperaturas elevadas no verão. A pluviosidade apresenta uma redução em 
relação ao clima tropical, mantendo uma regularidade na distribuição ao longo do ano. 
6
Desértico – apresenta-se com uma pronunciada queda na pluviosidade e uma acentuada amplitude 
térmica entre as estações do ano. 
CLIMA NA TERRA 
Semi-árido – são climas de transição, que se caracterizam por apresentar chuvas escassas e mal 
distribuídas ao longo do ano. São encontrados tanto em regiões tropicais (onde as temperaturas são 
elevadas o ano inteiro) quanto em zonas temperadas (onde os invernos são frios). Também 
apresenta amplitudes térmicas pronunciadas. 
Mediterrâneo – apresenta verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. As temperaturas 
são bastante parecidos com climas tropicais, no entanto as precipitações são menores, 
concentrando-se no outono e no inverno. 
Temperado – possui uma definição clara das quatro estações do ano: primavera, verão, outono, 
inverno. Os valores de pluviosidade se caraterizam pela moderação e regularidade em que se 
manifestam durante o ano. Apresenta temperaturas amenas durante o ano, com pequena amplitude 
térmica. 
Frio de montanha ou de altitude – frio constante durante todo o ano em razão das altas altitudes 
das montanhas, com médias anuais de 0°C e abaixo de zero, com presença de neve constante em 
altitudes mais elevadas. 
Polar – ocorre em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e Antártico. 
Frio extremo com temperaturas baixas o ano inteiro, atingindo no máximo 10°C no verão. As 
precipitações são escassas e ocorrem, predominantemente, sob a forma de neve. 
Climogramas – alguns exemplos 
7
CLIMA NO BRASIL 
2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos. 
O QUE É SOLO? COMO ELE SE FORMA? 
Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior porosidade e 
como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propícias para o 
desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer matéria 
orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo é constituído 
por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de intemperismo que 
recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre. 
PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SOLO: PEDOGÊNESE 
8 
Polar Mediterrâneo Semi-árido Equatorial
HORIZONTES DO SOLO 
TIPO DE SOLOS 
Podzólico: solos ácidos, profundos, horizonte B argiloso o que dificulta a penetração da água e 
favorece a erosão, podem apresentar maior fertilidade, se formam sobre uma vegetação de taiga 
(região fria) na qual os restos vegetais demoram a se decompor. 
Lixiviados: típico das florestas equatoriais (como a Amazônica), sofre com a falta de nutrientes 
devido a grande quantidade de chuvas que carregam tais nutrientes tornando o solo pobre. 
Latossolos: predominantes no Brasil, resistente ao processo de erosão, possui boas propriedades 
físicas: permeabilidade à água e ar, é acido o que deixa sem reserva de nutrientes. 
Solos negros das planícies / solos das pradarias: encontrados na Eurásia (conjunto da Europa e Ásia) 
e EUA são muito férteis e ricos em matéria orgânica, por isso possuem a cor escura, são solos de 
horizontes bem estruturados. 
Solos jovens e poucos desenvolvidos: regiões desérticas e semi-áridas, a ausência água leva ao 
pouco desenvolvimento de seus horizontes, o solo árido não possui o horizonte B pois a camada 
superficial está diretamente assentada sobre a rocha-mãe. Outro tipo de solo razo e pouco 
desenvolvido são os típicos das regiões frias, nas vegetação de tundra composta por musgos e 
liquens. 
2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações. 
CLIMA TEMPERADO – FLORESTAS TEMPERADAS, ESTEPES OU PRADARIAS 
Abrange amplos territórios do hemisfério norte: América no Norte, Europa e uma faixa alongada 
central da Ásia, que se estende até parte da China e Japão. No hemisfério Sul, sua ocorrência é 
bastante restrita. Caracteriza-se pelas quatro estações bem demarcadas, que são visíveis na 
paisagem vegetal. É constituída por árvores de porte médio, espaçadas umas das outras, que trocam 
suas folhas nas estações mais frias, a cada outono e inverno (caducifólias). 
9 
O: Camada mais superficial do solo, rica em organismos decompositores e 
matéria orgânica. 
A: ocorre a decomposição de organismos vivos, é rico em matéria orgânica. 
B: camada intermediária, podem estar presentes materiais transportados de 
outros lugares. 
C: solo mais velho, formado pela intemperização da rocha-mãe. 
R: rocha-matriz
Floresta Temperada 
As formações herbáceas também são típicas dessa região climática e recebem o nome de estepes ou 
pradarias. Constitui uma pastagem natural, muito utilizada para criação de gado. Ex.: pampas 
argentinos, pradarias no centro-oeste do Canadá e dos Estados Unidos, no Brasil esse tipo de 
vegetação é denominado campos encontrado no sul do RS (clima subtropical - transição entre o 
tropical e o temperado). 
Pampas - RS 
Quatro estações bem demarcadas – Clima Temperado 
10 
Primavera Verão 
Outono Inverno
CLIMA MEDITERRÂNEO E VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA 
Localiza-se em pequenas áreas, normalmente situadas próximas a desertos como na Califórnia, nos 
EUA, nos extremos norte e sul da África, e no sul da Europa. É um clima caracterizado por verões 
quentes e secos – devido à expansão das massas de ar seco dos desertos vizinhos – e por invernos 
brandos e úmidos – período em que essas massas de ar recuam e ficam estacionarias dos desertos. 
CLIMA FRIO (CONTINENTAL) E FLORESTA BOREAL 
Está situado em elevadas latitudes, caracteriza-se a maior parte do território canadense, o extremo 
norte da Europa, e a Sibéria, na Rússia. As precipitações maiores ocorrem no inverno, quase sempre 
sob forma de neve. Nesse clima desenvolve-se a floresta boreal, cuja vegetação é de grande porte, 
espaçada e relativamente homogênea, nela predomina o pinheiro e o cipreste, de folhas 
acicufoliadas (forma de agulhas) Ex.: Taiga siberiana, na Rússia, uma das maiores do mundo. 
CLIMA POLAR E TUNDRA 
Está nos extremos norte e sul da Terra. Nessas regiões são registradas as mais baixas temperaturas 
do planeta. Na maior parte dos territórios, o solo mantém uma cobertura de gelo, sem vegetação. 
Em outras regiões, durante o verão, o degelo deixa o solo exposto e nele brota a tundra, que termina 
seu ciclo no inverno, com a queda das temperaturas. Essa cobertura vegetal é de pequeno porte. 
11
CLIMA DE MONTANHA E VEGETAÇÃO DE ALTITUDE 
Nas altas latitudes, o solo apresenta-se coberto por neve, praticamente o ano todo, até mesmo em 
locais de baixas altitudes. No clima de montanha a neve (influenciada pela altitude) cobre o solo 
durante todo o ano. Essa cobertura permanente de neve ocorre, inclusive, nas baixa latitudes das 
regiões tropicais, sendo que, no sopé das montanhas, a vegetação é a mesma da região do entorno. 
Monte Kilinanjaro (ao fundo), no Quênia (África), contrastam com 
a paisagem de clima quente no entorno da montanha 
CLIMA DESÉRTICO E XERÓFILAS 
Caracteriza-se pela aridez (escassez de água). Nessas regiões há pouca (ou nenhuma) vegetação. Os 
desertos estão localizados em áreas próximas aos trópicos são quentes, como o de Saara no norte da 
África, os situados em latitudes elevadas são frios, como o da Patagônia, na Argentina. Geralmente, 
os desertos situam-se em regiões continentais, mas aparecem também junto a oceanos. Neste caso, 
formam-se devido à ação de correntes frias, que condensam as massas de ar quente e úmido, as 
quais se precipitam no mar antes de atingir o continente. É o caso, por exemplo, do deserto de 
Atacama, no Chile. As formações vegetais presentes são espécies rasteiras, arbustos espinhosos, 
quase sem folhas, denominadas Xerófilas, as quais se adaptam à pouca umidade. 
12
Deserto de Atacama (Chile) 
Exemplo de cacto no deserto 
2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais. 
O desenvolvimento econômico e social - ligado - desenvolvimento das fontes de energia. 
Há uma interdependência: o progresso econômico e social resulta da ativação de fontes de energia, a 
qual ocorre em consequência das demandas da economia e da sociedade. 
Fontes de energia primária: petróleo, carvão mineral, gás natural, urânio, e hidráulica (da água). 
Renováveis: sol, água dos rios, vento, etc. 
Não-renováveis: petróleo, carvão mineral, urânio. As fontes não-renováveis podem se esgotar. 
PETRÓLEO 
É um combustível fóssil (originados de restos de seres vivos que habitaram a Terra há milhões de 
anos, ou seja, da decomposição do material orgânico ao longo de milhares de anos. 
Outros exemplos: carvão mineral, gás natural). Com a Revolução Industrial, esses combustíveis 
fósseis começaram a ser utilizados como fontes de energia. 
13
A exploração dos combustíveis fósseis deu a base para o desenvolvimento da sociedade industrial, e 
o petróleo se tornou a principal fonte de energia da sociedade contemporânea, ele representa 
aproximadamente 40% da energia comercial do mundo. 
Fazemos parte de uma “civilização do petróleo”. 
• Cerca de 50% do total do petróleo extraído no mundo é consumido pelo setor de 
transportes; 
• entre 20 e 25% é utilizado para aquecimento industrial e doméstico; 
• pouco menos de 10% é transformado na indústria química, como matéria-prima de plásticos 
diversos, solventes, cosméticos, 
medicamentos, detergentes, tintas, fibras sintéticas, etc.; 
• cerca de 10% é consumida na geração de energia, em usinas termelétricas. 
Principais reservas: Oriente Médio (65%), Sibéria (Rússia), golfo de Bohai (China); na Ásia central 
(região do Cáucaso), etc. 
Países produtores: Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México, responsáveis por cerca de 
40% de petróleo produzido no mundo. 
GÁS NATURAL 
É um hidrocarboneto, frequentemente encontrado junto com o petróleo por se formar do mesmo 
modo e por se acumular no mesmo tipo de terreno. Esse produto teve um aumento substancial de 
consumo nas ultimas décadas, tanto para a geração de energia quanto para utilização como 
combustíveis nos veículos, especialmente ônibus e automóveis. 
Gasoduto para transporte do gás natural 
Vantagens: menos poluente que o petróleo, as reservas conhecidas podem durar cerca de 60 anos, 
estão melhor distribuídas pelos diversos continentes, o custo de geração de energia elétrica é menor 
14
em relação ao carvão mineral e ao urânio. Porém, os custos de exploração e de transporte 
(construção de gasodutos) são maiores do que os do petróleo. 
CARVÃO MINERAL 
Foi a fonte de energia básica da 1ª Revolução Industrial. Dos combustíveis fósseis, o carvão é o mais 
abundante (as reservas existentes devem durar dois séculos), principalmente no hemisfério norte. 
A participação dessa fonte aumentou significativamente a partir das crises do petróleo em 1973, 
1979 e 1991 que levaram os países a substituí-lo por outras fontes de energia. 
A estrutura molecular do carvão contém enorme quantidade de carbono e enxofre que, após sua 
queima, são liberados para a atmosfera na forma de gás carbônico (CO²), que agrava o efeito estufa, 
e dióxido de enxofre (SO²), o grande responsável pela chuva ácida. 
O carvão mineral além de ser usado como fonte de energia, é também utilizado nas indústrias 
siderúrgicas, para a produção de aço, e nas indústrias químicas, para fabricar piche, asfalto, eletrodos 
para baterias, corantes, tintas, plásticos, naftalina, etc. 
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
ENERGIA ATÔMICA OU NUCLEAR 
É o mesmo princípio da produção de energia termelétrica, a diferença é que o calor que esquenta a 
caldeira e gera o vapor é produzido por uma reação atômica, ou seja, quebra de átomos de urânio 
dentro de um reator. 
Atualmente, muitos países desenvolvidos e também subdesenvolvidos industrializados (Índia, Taiwan 
e China, por exemplo) investem no desenvolvimento e no aprimoramento da energia nuclear. 
Os EUA lideram a produção, mas os países mais dependentes da eletricidade nuclear são França, 
Suécia, Finlândia e Bélgica. O custo de instalação é elevado e a tecnologia incorporada ao processo é 
avançada. 
As usinas nucleares são extremamente perigosas, por utilizarem fontes primárias radiativas de 
energia. Em caso de acidentes (como o Chernobyl, na Ucrânia), a radiatividade leva anos ou até 
séculos para se dissipar. 
15
ENERGIA HIDRELÉTRICA 
Aproveita a força da água para mover suas turbinas que estão ligadas a um gerador, esse gerador 
produz a energia elétrica que é transportada para os consumidores através das linhas de 
transmissão. 
Os países que possuem relevo acidentado, com muitos rios contam com grande potencial hidráulico 
como o Brasil, Canadá, EUA, China, Rússia, etc. Suas vantagens são o fato de ser uma energia 
renovável e de não poluir a atmosfera. Além disso o tempo de vida das usinas é longo e o custo de 
manutenção é relativamente baixo. 
Porém, a construção de usinas hidrelétricas costuma causar grande impacto socioambiental, o 
represamento do rio provoca inundações destruindo extensas áreas de vegetação natural, 
desmoronamento das margens do rio, comprometimento da vida aquática, além de desabrigar 
populações ribeirinhas, pequenos agricultores, povoados e até pequenas cidades. 
Hidrelétrica de Itaipu – Brasil 
2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente. 
As atividades humanas começaram a causar maior impacto na natureza nos últimos 250 anos, o 
processo da industrialização intensificou o consumo de matérias primas, as quais são retiradas do 
16
solo, dos rios, das florestas, etc., a modernização e a expansão agrícola tornaram-se fundamental 
para o abastecimento da população, que acelerou o ritmo de crescimento e passou a aglomerar-se, 
cada vez mais, nas áreas urbanas. A cidade é a expressão mais acabada da alteração no espaço 
natural. 
Vivemos em uma sociedade de consumo, assim, o desenvolvimento econômico visa abastecer, cada 
vez mais, aqueles que têm capacidade de consumir. 
Para fomentar a aquisição de bens, o mercado cria hábitos de consumo, reduz a vida útil de diversos 
produtos e multiplica as opções de mercadorias descartáveis. 
Essa “lógica de mercado” acelera o desenvolvimento econômico, o qual por sua vez, agrava o 
desperdício dos recursos naturais. 
As pessoas são estimuladas pelos meios de comunicação – principalmente, a televisão – a 
consumirem cada vez mais. As mensagens publicitárias, por exemplo, costumam relacionar a imagem 
do produto ao sucesso, ao prazer e à felicidade, o que provoca nas pessoas a aquisição de um certo 
produto lhe dão ascensão social e realização pessoal. Isso leva a um consumo desenfreado de bens, 
produtos e serviços pela população, o que exige dos sistemas naturais algo que vai muito além de 
suas capacidades de renovação e sustentação. 
Nem sempre o processo de crescimento e de desenvolvimento considerou a questão ambiental, o 
que tem levado a sérios problemas de redução de recursos e esgotamento de fontes de energia. Com 
isso, houve um despertar de consciência e preocupação das atividades humanas sobre o meio 
ambiente. 
Impactos ambientais em ecossistemas naturais 
- Extração da madeira para fins comerciais; 
- instalação de projetos agropecuários: poluição com agrotóxicos, erosão do solo; 
- implantação de projetos de mineração; 
- construção de usinas hidrelétricas; 
- propagação de fogo resultante de incêndios; 
- desmatamento o que leva: destruição da biodiversidade, erosão e empobrecimento do solo, 
enchentes e assoreamento dos rios, proliferação de pragas e doenças, etc. 
Impactos em ecossistemas urbanos 
- poluição do ar: indústrias, automóveis, problemas agravantes do efeito estufa, ilha de calor nas 
grandes cidades, chuvas ácidas, 
- poluição da água (rios) 
- poluição do solo; 
- geração de resíduos: problema do lixo, sua destinação correta, como aterros sanitários. 
2.7 - Desenvolvimento Sustentável 
Com a crescente expansão do processo de industrialização/urbanização, os impactos provocados 
pelo homem aumentaram de tal forma que passaram a ter consequencias globais. 
O alerta foi dado no início da década de 1970, na Conferência de Estocolmo, onde chefes de Estado 
se encontraram para debater as questões sobre meio ambiente e desenvolvimento. 
A partir disso o conceito de Desenvolvimento Sustentável começou a ser elaborado: 
17
o atendimento às necessidades básicas das populações, no presente, não deve comprometer os 
padrões de vida das gerações futuras, ou seja, sustentabilidade significa usar os recursos naturais 
com respeito ao próximo e ao meio ambiente. 
Preservar os bens naturais e à dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, 
conciliando crescimento econômico e preservação da natureza. 
A viabilização do desenvolvimento sustentável exige também o estabelecimento de políticas 
governamentais, ações empresariais, sociedade civil, exige modificação dos padrões de consumo das 
sociedades do mundo desenvolvido, as quais devem diminuir a demanda por recursos da natureza e 
a produção de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. 
CONSUMO SUSTENTÁVEL – para que a proposta de desenvolvimento sustentável torne-se viável é 
preciso promover mudanças de hábitos de consumo, e também de modo a evitar desperdícios, seja 
de água, de energia elétrica, dentre outros. As ONGs tem desempenhado papel fundamental na 
conscientização e organização da sociedade civil na luta pela preservação dos ecossistemas do 
planeta. 
Discussões acerca da problemática ambiental levaram a criação de diversas propostas e 
compromissos com o meio ambiente. A seguir alguns desses eventos: 
Conferência de Estocolmo – a tomada de consciência (1972): foi a primeira atitude mundial em 
tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente; 
Rio 92 – A II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, 
realizada em 1992 no Rio de Janeiro, teve como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento 
sustentável e sobre como de reverter o atual processo de degradação ambiental. Uma série de 
convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a conferência. O mais importante deles, a 
chamada Agenda 21, comprometia as nações signatárias a adotar métodos de proteção ambiental, 
justiça social e eficiência econômica, criando um Fundo para o Meio Ambiente, para ser o suporte 
financeiro das metas fixadas. 
Protocolo de Kyoto (1997 - Japão): tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais 
para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, 
principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de 
maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. 
3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO 
3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação. 
Como a nossa vida cotidiana é marcada pela nova tecnologia da informação? 
INTEGRAÇAO MUNDIAL – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO 
MEIO GEOGRÁFICO – DOMINADO PELA TECNOLOGIA, CIÊNCIA E INFORMAÇÃO, CHEGA VELOZ, 
INSTANTÂNEA E SIMULTANEAMENTE EM VÁRIOS LUGARES MUNDIAIS. 
O MUNDO ESTÁ LIGADO PELA TV, PCs, TRANSMISSÕES VIA SATÉLITE – MILHÕES DE PESSOAS PODEM 
ACOMPANHAR O MESMO EVENTO SIMULTANEAMENTE, NÃO IMPORTA ONDE ESTEJAM. 
Ex. Copa do Mundo, código de barras (informações: especificação do produto, preço, estoque, etc.) 
O desenvolvimento dos meios de comunicação reduziu a distância entre os lugares. 
18
Antigamente, da Europa para o Brasil – mais de 2 meses de viagem. Hoje – poucas horas. 
Brasil – ligado de norte a sul – pelas estradas e meios de comunicação. 
VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO, SIMULTANEA – característica do MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO 
INFORMACIONAL: é um meio geográfico onde o território inclui, obrigatoriamente, ciência, 
tecnologia e informação. 
- Mundo em que vivemos hoje – marcado pela tecnologia da informação. 
- Economia de mercado (CAPITALISMO) busca reduzir as distâncias – SIGNIFICA – reduzir o tempo de 
produção, circulação, de custos PARA O consumo de mercadorias – e ACELERAR OS LUCROS. 
SEC XIX – 1ª metade do SEC XX - grandes avanços: surgiram as estradas de ferro, cabo submarino, 
telégrafos sem fio, telefone, automóvel, rádio, avião a jato, TV. Com passar o tempo essas 
INOVAÇOES foram se interligando umas as outras -> formando as redes de integração territoriais – o 
homem foi quebrando as barreiras físicas que dificultavam o transporte e circulação de matérias 
primas, de mercadorias, pessoas, etc. 
COM ISSO – INTERNACIONALIZAÇAO DA ECONOMIA. 
Ex. produtos importados de diversos países, como no supermercado, nas concessionárias – vivemos 
em um MUNDO INTEGRADO, ACABANDO COM AS FRONTEIRAS ECONÔMICAS, REESTRUTURAÇÃO DA 
PRODUÇAO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO SISTEMA CAPITALISTA: modificação da maneira de 
produzir (a produção ficou mais rápida, pois os sistemas de comunicação e fluxo de informação 
foram aperfeiçoados, esses sistemas associados a técnicas mais racionais de distribuição (ex. 
empacotamento, controle de estoque, conteinerização) – permite a aceleração de atividades e da 
circulação de mercadorias. 
Embora esses avanços permitam a maior integração do espaço mundial, ainda há muitos homens, 
países e nações excluídos dos benefícios desta integração. 
3.2 - Fases do capitalismo. 
Pré-capitalismo: Período de emergência da economia mercantil, na qual o comércio e a produção 
artesanal começam a ganhar força. Nessa época, aproximadamente séculos XII a XV, não se 
generalizou o trabalho assalariado. Predominavam os trabalhadores independentes (artesãos), que 
vendiam o produto de seu trabalho, mas não sua força de trabalho. Os artesãos eram os donos de 
suas oficinas e ferramentas (meios de produção), assim como das matérias-primas. Trabalhadores 
sem meios de produção, obrigados a produzir mediante pagamento de salário (jornaleiros), só 
existiam em pequena escala nos centros mais desenvolvidos. 
Capitalismo comercial: Estende-se do século XVI ao XVIII. Apesar de predominar o produtor 
independente, expande-se o trabalho assalariado. A denominação comercial se relaciona ao fato de 
existir preponderância do capital mercantil sobre a produção. A maior parte do lucro concentrava-se 
na mão dos comerciantes, intermediários entre o produtor e o consumidor. Lucrava mais quem 
comprava e vendia a mercadoria, não quem a produzia. Por isso, o capital se acumulava na 
circulação, no comércio, não na produção. Essa fase – também denominada fase de acumulação 
originária ou primitiva de capital – permitiria mais tarde a Revolução Industrial. 
Capitalismo industrial: Tem início na segunda metade do século XVIII na Inglaterra. O capital 
acumulado na circulação de mercadorias é investido na produção; o capital industrial passa então a 
dominar o conjunto da produção, distribuição e circulação de riquezas. O trabalho assalariado se 
instala definitivamente, em prejuízo dos artesãos, separando claramente os possuidores de meios de 
produção (a burguesia) e a massa de trabalhadores (o proletariado), ou classe operária. O processo 
se espalha, inicialmente, pela Europa, América do Norte e Ásia. Nas últimas décadas do século XIX e 
início do século XX predomina em quase todas as regiões do mundo. Numerosas nações, então, 
19
passam a lutar para atingir a condição de país industrializado; algumas para conquistar hegemonia no 
mercado internacional. 
Capitalismo financeiro: Fase atual. Começa a se delinear em fins do século XIX, mas cristaliza-se no 
século XX: o sistema bancário e grandes corporações financeiras tornam-se dominantes e passam a 
controlar as demais atividades – indústria, comércio, agricultura e pecuária. As empresas concentram 
diversas atividades e tornam-se cada vez mais poderosas, assumem dimensão internacional: são as 
multinacionais. Devido à concentração do capital, com a formação de empresas gigantescas que 
dominam grandes setores da produção, podemos também chamar essa fase de capitalismo 
monopolista. Sobretudo a partir da década de 1980, assistimos a uma vertiginosa aceleração da 
mobilidade do capital, facilitado pela informática, num processo de globalização no qual o capital 
financeiro se torna cada vez mais desvinculado das atividades produtivas, buscando o máximo de 
lucro no menor tempo possível. 
3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. 
3.4 - Fases da Revolução Industrial. 
1ª Revolução Industrial (1750 - 1870) – invenção da máquina a vapor (energia produzida pela queima 
do carvão mineral), fábricas próximas as cidades, produção de mercadorias: maior quantidade em 
menor tempo, e menores custos com mão de obra. Divisão social do trabalho (DST) – cada 
trabalhador realizava uma etapa do processo produtivo. Livre concorrência entre as empresas e os 
países. Liberalismo: sem a intervenção do Estado na produção e distribuição das riquezas. 
2ª Revolução Industrial (1870 - 1945) – novas tecnologias, novas fontes de energia, e expansão da 
atividade industrial. Expansão das ferrovias como transporte e como atividade empresarial. Livre 
concorrência substituída pelo monopólio: concentração de atividades produtivas por um pequeno 
grupo de empresas. 
Novas técnicas de produção industrial: 
Taylorismo: implantado por Frederick Taylor. Divisão das tarefas de trabalho dentro de uma 
empresa; especialização do trabalhador. O conhecimento do processo produtivo era uma tarefa 
exclusiva do gerente, que deveria determinar e fiscalizar cada etapa dos trabalhos a serem feitos no 
menor espaço de tempo e sem perda de qualidade. O operário não é nada mais que operário. 
Fordismo: Henry Ford na produção de automóveis, no início do Sec. XX, um sistema baseado numa 
linha de montagem. O trabalhador especializado realizava sua tarefa em tempo determinado e o 
automóvel passava na esteira até a instalação da última peça. Trabalho repetitivo e desgastante, 
além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. 
3ª Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica (após 1945): avanço nos sistemas de 
telecomunicações, informática, microeletrônica, robótica, engenharia genética, energia nuclear. Gera 
muitas riquezas com menor nº de trabalhadores por causa dos avanços nos equipamentos 
industriais. Grandes empresas multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa. O Estado 
estimula o desenvolvimento tecnológico, por meio de universidades e instituições de pesquisa, 
visando o desenvolvimento econômico. Modelo de produção: 
Toyotismo: conhecida por just-in- time (tempo justo), a matéria prima que entra na fábrica 
corresponde exatamente à quantidade de mercadorias que serão produzidas, ou seja, produzir 
somente o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária. Sistema flexível, em que o 
trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções de acordo com as necessidades de 
produção. Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada. Além disso, esse processo aumenta o nº 
de trabalhadores temporários por contratarem de acordo com a demanda. 
20
3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária. 
Atualmente a tecnologia faz parte de diversos setores e na agricultura não poderia ser diferente. A 
busca por maior produtividade e qualidade faz com que agricultores recorram a equipamentos 
tecnológicos para usarem em suas plantações, e os que ainda se recusam a fazer uso da tecnologia 
acabam perdendo o espaço no mercado. 
Para atender às necessidades do aumento do consumo de alimentos a agricultura evoluiu 
extensivamente, com a incorporação de novas áreas antes consideradas impróprias para o cultivo, 
e evoluiu intensivamente, com a utilização de técnicas de produção cada vez mais avançadas, de 
insumos agropecuários cada vez mais eficientes e da aplicação dos conhecimentos científicos às 
diferentes práticas e etapas da produção de alimentos. A partir de 1950, a produção agrícola cresceu 
em um ritmo mais acelerado do que em qualquer outro período da história, realizando uma 
verdadeira Revolução Verde. Nas últimas décadas, a agricultura registrou índices cada vez mais 
elevados de produtividade, à medida que foi se integrando ao setor industrial. A indústria passou a 
fornecer uma parte crescente das necessidades de consumo da agricultura, desde os fertilizantes e 
defensivos químicos até as máquinas mais modernas. 
Hoje podemos falar de um verdadeiro sistema alimentar mundial, no qual vem aumentando a 
participação desses conglomerados, sediados nos países desenvolvidos, na produção e 
comercialização dos produtos alimentícios. E, mais do que isso, esse sistema está criando novos 
hábitos alimentares e de consumo, como no caso das refeições ligeiras, cujo cardápio mundial pode 
ser um refrigerante, um hambúrguer ou uma pizza. 
Os avanços da produção agropecuária alteraram a tradicional divisão do trabalho entre países 
desenvolvidos e subdesenvolvidos, no setor de alimentos. Muitos países são, ao mesmo tempo, 
vendedores e compradores de alimentos. 
A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e foi anunciada como um triunfo da 
sociedade industrial. Ela começou com o arado de aço puxado a cavalo, em meados do século 
passado. A seguir, o motor a gasolina instalado nos tratores e nas máquinas agrícolas faziam o 
trabalho pesado nas fazendas. Hoje, a mecanização está praticamente concluída com a introdução de 
equipamentos computadorizados. A mecanização evoluiu junto com as novas técnicas de cultivo e 
com a genética agrícola. 
Dos avanços conquistados pela produção de alimentos, os mais extraordinários deles têm sido, nos 
últimos anos, os obtidos no campo da biotecnologia, isto é, “qualquer técnica que use processos 
vivos para modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou desenvolver microrganismos para 
usos específicos”. A engenharia genética, ou seja, a aplicação de padrões de engenharia à 
manipulação dos genes, consegue acrescentar, eliminar, reorganizar materiais genéticos, criando 
novos organismos ou alterando o ritmo de crescimento. 
O desenvolvimento da informática aplicada à agricultura ajudará os agricultores a monitorar o meio 
ambiente, a estabelecer estratégias de ação, e a identificar áreas problemáticas. Os produtores 
agrícolas serão, num futuro próximo, informados das mudanças meteorológicas e das condições de 
solo. A seguir, equipamentos automatizados executarão as diferentes tarefas agrícolas, 
transformando as fazendas modernas em fábricas automatizadas. 
21
Considerações 
- A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e a produção de equipamentos e 
insumos agrícolas transformou a agricultura numa atividade subordinada à indústria. Atividades 
agrícolas e industriais estão integradas nos complexos agro-industriais; 
- Hoje, no final do século XX, a agropecuár ia passa por uma nova e extraordinária revolução técnico - 
cientifica. O uso de equipamentos computadorizados transformou a organização do trabalho rural; a 
produção de fertilizantes mais eficientes alterou profundamente as condições naturais do solo; a 
genética aplicada à agricultura tornou possível a obtenção de espécies mais resistentes e melhor 
adaptadas às condições ambientais; 
- A biotecnologia possibilitou melhor combate às pragas e maior proteção àscolheitas, mas existem 
sérios riscos envolvidos na perda de postos de trabalho no campo e na difusão de novos organismos 
criados artificialmente. 
3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos. 
A grande expansão demográfica do mundo contemporâneo começou com a Revolução Industrial. A 
partir do século XVIII assistimos a um extraordinário crescimento demográfico, e a população 
mundial, em 1830, atingiu pela primeira vez um bilhão de habitantes. Apenas oitenta anos depois 
atingiu 2 bilhões. 
Entre 1930 e 1975 - em 45 anos, dobrou de novo. Em 1987 foi anunciado o nascimento do habitante 
de número 5 bilhões. Em 150 anos a população do nosso planeta quintuplicou. 
O crescimento extraordinário da população mundial nos últimos duzentos anos e a desaceleração 
atual permitiram elaborar um modelo explicativo para a evolução da população mundial: a transição 
demográfica. 
A transição demográfica consiste em uma sucessão de fases pelas quais uma população passa à 
medida que penetra no que chamamos de modernidade, isto é, uma sociedade agrária tradicional 
transforma-se numa sociedade moderna, industrial e urbana. 
22
Ao longo do processo de transição, é possível identificar a primeira fase na qual se registra um 
pequeno crescimento da população porque a alta taxa de natalidade é anulada pela alta taxa de 
mortalidade. A segunda fase caracteriza-se por um rápido crescimento demográfico por causa do 
desencontro entre as duas taxas. Essa aceleração é explicada pelo recuo da mortalidade, graças à 
revolução sanitária, isto é, ao desenvolvimento de uma infra-estrutura de serviços coletivos de 
higiene e à adoção de medidas de profilaxia. O terceiro momento tem um pequeno crescimento, um 
novo equilíbrio entre as duas taxas que, agora, se apresentam muito baixas. 
Após a Segunda Guerra Mundial podemos identificar quatro grandes fluxos migratórios 
internacionais: 
· O primeiro refere-se aos deslocamentos de população para fazer coincidir a “nova” fronteira 
política com os grupos étnicos. O exemplo mais significativo ocorreu após a divisão política da União 
Indiana, em 1947, quando 
aproximadamente 15 milhões de pessoas foram deslocadas entre a Índia e o Paquistão. Outro 
exemplo, mais recente, deu-se na região balcânica, quando houve a fragmentação política da 
Iugoslávia. 
· O segundo diz respeito aos refugiados políticos, que chegam hoje a mais de 25 milhões de 
pessoas. Eles procedem dos “pontos quentes”, ou seja, das áreas de conflitos internos, nas quais 
uma facção temporariamente derrotada se refugia em outro país. A situação trágica desses grupos é 
marcada pela indefinição e pela precariedade das condições de vida que anulam, em grande parte, a 
ação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O Sudeste Asiático, o 
Oriente Médio, a América 
Central e a África Oriental são as principais regiões desses refugiados. O Leste Europeu, enquanto 
esteve isolado pela chamada Cortina de Ferro, dava origem a numerosos contingentes de refugiados 
políticos. A crise de 1989 facilitou o deslocamento de mais de um milhão e trezentos mil emigrantes 
que deixaram seus países em direção à Europa Ocidental, por razões basicamente econômicas, e que 
solicitavam, no país de acolhimento, o estatuto de refugiados políticos. 
· O terceiro é marcado pelo deslocamento de “cérebros”. A migração de pessoas com alta 
qualificação profissional e/ou de estudos significa uma vantagem enorme para os países que as 
recebem porque as despesas para sua formação foram desembolsadas pelos países de origem. Os 
Estados Unidos são beneficiados por esses movimentos porque entre 1970 e 1990 receberam perto 
de um milhão de imigrantes altamente qualificados, procedentes de todo o mundo, embora no 
mesmo período tenham sido adotadas leis cada vez mais restritivas à imigração de mão-de-obra não 
qualificada. 
23
· Finalmente, o quarto fluxo agrupa as migrações de trabalhadores. Após a Segunda Guerra 
Mundial, a Europa Norte-Ocidental se abastecia de mão-de-obra nas regiões de economia deprimida 
da bacia mediterrânea. Já os Estados Unidos recorriam a seus vizinhos mais próximos, o México e o 
Caribe. No entanto, a partir da crise dos anos 70 e da adoção das novas técnicas de produção do 
modelo de industrialização pós-fordista, agravou-se a situação de desemprego nesses países. Nas 
antigas áreas de acolhimento de imigrantes cresceram os sentimentos xenófobos (do grego: xeno = 
estrangeiro + fobia = aversão) e os movimentos de pressão para a adoção de leis restritivas à 
imigração. Os problemas surgidos com os árabes na França são análogos aos dos turcos na Alemanha 
e aos dos jamaicanos na Inglaterra. Hoje, na Europa e nos Estados Unidos, a imigração é uma questão 
social e política preocupante. 
DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL 
A dinâmica demográfica brasileira ilustra o acelerado crescimento ocorrido a partir de 1940, com as 
conquistas medicas e a consequente queda das taxas de mortalidade nos países subdesenvolvidos. 
Esse processo foi até os anos 1960, quando o crescimento atingiu o ápice com taxas médias de 
crescimento quase 3% ao ano. 
A partir daquela década, as taxas de crescimento começaram a declinar até atingir 1,6% (censo de 
2000-IBGE). Esse declínio, como visto, deve-se à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, à 
disseminação do uso de pílulas anticoncepcionais, ao aumento do número de abortos provocados e a 
esterilização de mulheres, entre outros fatores, relacionados ao rápido processo de urbanização que 
caracterizou o Brasil na 2ª metade do século passado. Como resultado as famílias brasileiras 
diminuíram de tamanho. 
O censo ou recenseamento demográfico é um estudo estatístico referente a uma população que 
possibilita a recolha de várias informações, tais como o número de habitantes, o número de homens, 
mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas, profissão, entre outras coisas. Esse 
estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países. Através dessas 
informações é possível elaborar a pirâmide etária, também conhecida como pirâmide demográfica 
ou pirâmide populacional é uma ilustração gráfica que mostra a distribuição de diferentes grupos 
etários em uma população (tipicamente de um país ou região do mundo), em que normalmente cria-se 
a forma de uma pirâmide. Esse gráfico é constituído de dois conjuntos de barras que representam 
o sexo e a idade de um determinado grupo populacional. É baseado numa estrutura etária da 
população, ou seja, a repartição da população por idades. 
24
Considerações 
- O crescimento da população mundial é desigual no tempo e no espaço. Os países desenvolvidos 
têm, hoje, pequeno crescimento vegetativo pois já completaram sua transição demográfica. Alguns 
países subdesenvolvidos iniciaram essa transição enquanto outros ainda dependem do 
desenvolvimento sócio-econômico para realizá-la; 
- Os mais importantes fluxos migratórios internacionais contemporâneos são realizados por grupos 
étnicos à procura da nova fronteira política,pelos refugiados políticos, por técnicos altamente 
qualificados e, com mais 
destaque, por homens em busca de trabalho; 
3.7 - Urbanização e problemas urbanos. 
Consequências e Características da Urbanização 
Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo 
esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao 
crescimento da população rural. Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um 
país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década 
de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, 
sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, 
sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do 
governo Juscelino Kubitschek. É importante salientar que os processos de industrialização e de 
urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais 
25
onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os 
investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além 
das dificuldades de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se 
a empregar mais investimentos no setor industrial. 
Êxodo rural 
As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São 
Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade 
de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, 
o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural). O processo de 
urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem 
múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência 
da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura 
fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. 
Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em 
busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida. 
População urbana 
Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis 
próximos aos dos países de antiga urbanização da Europa e da América do Norte. Em 1940, os 
moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do 
país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas 
cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente 
urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades. Segundo a 
Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 
84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que 
vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de 
pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá 
caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050. O processo de urbanização no Brasil 
difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com 
exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a 
maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira 
metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e 
acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc. Em 
nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população 
urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de 
graves problemas. 
26
Favelização e outros problemas da urbanização 
A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades 
básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se 
o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa 
Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população - 
vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 
2020. O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma 
exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, 
conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região 
Sudeste, formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 
Região Sudeste 
Apesar desses quatro Estados ocuparem somente 10% do território brasileiro, a segunda menor em 
área, neles se encontram mais de 78 milhões de habitantes (IBGE, 2005), 90,5% dos quais vivem em 
cidades. É também no Sudeste que se encontram três das cidades brasileiras com mais de 1 milhão 
de habitantes (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), bem como 50% das cidades com 
população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes. As sucessivas crises econômicas que o país 
conheceu nas últimas décadas fez seu ritmo de crescimento em geral diminuir e com isso o fluxo 
migratório para o Sudeste se reduziu e continua em declínio. 
27
Centro-Oeste e Sul 
A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes 
vivem em cidades. A urbanização dessa região é ainda mais recente e foi impulsionada pela fundação 
de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o 
Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. Além disso, há o desenvolvimento do setor do 
agronegócio. A agropecuária impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam 
atividades econômicas essencialmente de caráter agro-industrial. A região Sul, apesar de contar com 
o terceiro maior contingente populacional do país - mais de 26 milhões de habitantes, 80,9% vivendo 
em cidades - e uma economia vigorosa, também baseada na agropecuária apresenta um índice mais 
baixo de urbanização. Ao contrário da região Centro-Oeste, a região Sul conheceu uma urbanização 
mais lenta e limitada até o início da década de 1970. A estrutura agrária assentada na pequena 
propriedade e no trabalho familiar, apoiado no parcelamento da terra nas áreas de planaltos 
subtropicais, limitava a migração de pessoas do campo para o meio urbano. Depois, a mecanização 
da agricultura e a concentração fundiária impulsionaram o êxodo rural. 
Norte e Nordeste 
O grau de urbanização da região Norte é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No entanto, é a região 
que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano 
foi de 28,54%. Além de ter-se inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem 
sua peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um obstáculo ao êxodo rural. 
Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas com mais de 1 
milhão de habitantes cada. Com mais de 51 milhões de habitantes o Nordeste é a região brasileira 
com o maior número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é urbana. A 
estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa do Agreste, colaborou para 
segurar a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a 
baixa produtividade do setor agrícola restringiu a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o 
insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida pelas cidades. 
4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO 
4.1 - Expansão territorial. 
Expansão Territorial do Brasil 
No primeiro momento, temos a chegada dos portugueses que pouco se interessaram pelas novas 
terras, pois não encontrastes aqui de imediato nada que fosse de grande valor (metais preciosos) a 
não ser muito calor, povos desconhecidos e o famoso pau-brasil. Na verdade, as terras brasileiras 
pertencentes a Portugal, limitava-se entre o Tratado de Tordesilhas e o Oceano Atlântico, ou seja, 
uma estreita faixa de terra. A ocupação do território brasileiro no início foi um dos maiores 
problemas enfrentados pela Metrópole. Enumeremos aqui os obstáculos: falta de recursos e de 
pessoal, condições naturais (calor e mata fechada), ataques indígenas, índios antropófagos e outros. 
As novas terras não ofereciam nenhum atrativo econômico. Esses fatores tornaram muito lenta a 
colonização do litoral e impuseram enormes dificuldades ao povoamento do interior. Durante mais 
ou menos trinta anos. 
O Brasil Colônia fica apenas sendo patrulhado por algumas naus que a Corte portuguesa enviava para 
garantir a soberania e tentar proibir a presença de corsários franceses, ingleses e holandeses. Num 
determinado momento, os portugueses começam a despertar um interesse econômico e político. As 
28
Índias já não representava tanto lucro para a metrópole. A distância e o desinteresse pelos 
produtos desta região, já não eram tão lucrativo para a Coroa Portuguesa. 
Observamos que a expansão e ocupação territorial foram consequências de ordem econômica e 
política, visando aos interesses dos colonos e da Metrópole. Os principais fatores responsáveis pela 
expansão territorial foram: as bandeiras, a pecuária e a expansão oficial. 
As Bandeiras: foram expedições de caráter particular, estruturadas militarmente, cujos objetivos se 
constituíram nas seguintes fases: 
- De apresamento (ou caça ao índio), aqueles já catequizados de preferência; 
- Ouro de lavagem e pedras preciosas; 
- Sertanismo de contrato: os bandeirantes eram chamados, na maioria das vezes, para guerrear 
contra tribos indígenas insurretas e contra os quilombos, pois conheciam muito bem o sertão e eram 
chamados também de sertanejos. 
Obs.: Tiveram como núcleo de irradiação a capitania de São Vicente, especialmente a cidade de São 
Paulo. Com o declínio da produção açucareira, a capitania passa a viver de uma economia de 
subsistência, escravizando índios para usá-los como mão-de-obra doméstica. Com uma população 
pobre, o único recurso foi procurar recursos fora de São Paulo, daí a formação das Bandeiras. 
· Monopolizando o tráfico negreiro, os holandeses só forneciam escravos às regiões brasileiras 
que estavam sob seu domínio. 
· A Bahia e o Rio de Janeiro, onde também se produzia açúcar, com a suspensão do tráfico, 
passaram a se constituir em amplos mercados para a mão-de-obra indígena, alcançando aí 
altos preços. Assim, o índio, que até então era caçado para o trabalho, passava agora a ser 
caçado como mercadoria. 
· Os bandeiras procuravam riquezas, submetendo índios, escravos fugidos e descobrindo 
metais preciosos. 
29
· Os bandeirantes ingressaram então numa fase de apresamento maciço, penetrando no 
sertão, atacando as missões jesuíticas de Guaíra, Itatim, Tapé, localizadas na região Paraná- 
Paraguai e Rio Grande do Sul, onde milhares de índios trabalhavam na terra ou no pastoreio, 
dirigidos e orientados pelos padres marianos. Dentre as bandeiras apresadoras destacaram-se 
a de Antonio Raposo Tavares e Manuel Preto. 
· Com a reconquista de Angola, em 1648, por Portugal, é restabelecido o tráfico negreiro para 
o Brasil português. E, como o negro africano era considerado mais produtivo que o indígena 
brasileiro, os colonos preferiam o trabalho do escravo negro. Além disso, os lucros do 
comércio escravista passariam para os portugueses, deixando de ser dos colonos 
bandeirantes. 
Dessa forma, o apresamento entra em declínio, deixando como resultado a escravidão de 
milhares de índios, a destruição das missões e a ruptura da linha de Tordesilhas, penetrando 
em terras espanholas que seriam, mais tarde, incorporadas ao Brasil. 
A Pecuária 
O gado bovino, introduzido na Bahia por Tomé de Sousa, foi utilizado, na colônia, para alimentação, 
transporte e tração. Funcionando como economia secundária, a pecuária esteve ligada durante os 
séculos XVI e XVII à agricultura tropical e, durante o século XVIII, à mineração. A pecuária possibilitou 
o aproveitamento da mão-de-obra disponível do índio e do mameluco com remuneração, os quais se 
adaptaram ao trabalho do pastoreio. Pela característica do trabalho do vaqueiro, que tem de 
percorrer longas distâncias a cavalo, não era possível usar escravos, que, provavelmente, fugiriam 
abandonando os animais ou levando-os junto. Dessa forma, todo o trabalho ligado à pecuária era 
feito por homens livres, que recebiam determinado pagamento pelo serviço realizado. Os vaqueiros, 
homens responsáveis pelos animais, recebiam como pagamento uma cria a cada quatro bezerros 
nascidos e acertavam contas com o fazendeiro a cada cinco anos. Os vaqueiros acabavam formando 
pequenos rebanhos de sua propriedade e, muitos deles, partiam para a criação de sua própria 
fazenda de gado. Com as novas fazendas, maior expansão territorial, maior conquista e avanço em 
direção ao interior, a pecuária, que nasceu ligada às necessidades dos engenhos, tornou-se atividade 
autônoma que se justificava economicamente. 
Entradas: expedições organizadas pela metrópole portuguesa, com os objetivos de: 
- defesa do território, 
- exploração econômica da Amazônia e; 
- aproveitamento econômico do Rio Prata. 
A Mineração 
Desde a descoberta e, posteriormente, com a colonização, os portugueses sonhavam em encontrar 
metais preciosos no Brasil. Durante todo o século XVI, Portugal organizou “entradas” para o interior, 
a fim de desbravar os sertões à procura de ouro. O movimento bandeirante, desenvolvido em 
30
princípios do século XVII, realizou diversas expedições pelo sertão à procura do ouro, até encontrá-lo 
em Minas Gerais. Para que os escravos não engolissem as pedras encontradas, cada um era vigiado 
por um feitor, numa espécie de linha de montagem. 
A exploração do minério não exigia grandes capitais nem sequer técnicas avançadas, pois o ouro 
obtido nesta época foi, basicamente, o “ouro de aluvião”, isto é, o ouro que fica na superfície dos 
leitos dos rios ou do solo. A organização da produção foi feita através de unidades que se 
compunham de dois tipos: 
• Lavras – unidades de grande porte, dispondo de aparelhos mais sofisticados e usando um grande 
número de escravos; 
• Faisqueiras – unidades pequenas e móveis, trabalhadas pelos próprios interessados, ou por 
escravos que pagavam aos seus senhores uma contribuição. Eram as unidades mais frequentes. 
4.2 - Formação étnica do povo brasileiro. 
Formação étnica da população brasileira: composição da população por cor de pele 
O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem 
africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. A partir do período colonial, no século XVI, a 
miscigenação da população se tornou mais intensa. A relação entre colonos portugueses e escravos 
gerou os mestiços, bem como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo. 
Quanto à etnia, podemos dizer que a maioria da população brasileira é mestiça. Porém, os últimos 
censos ressaltaram apenas a cor da pele da população. 
Classificando a população quanto à cor da pele, podemos dizer que os indígenas estão reduzidos a 
cerca de 0,4% da população brasileira, repercutindo o etnocídio a que foi sujeitada, com a extinção 
de inúmeras nações indígenas. Os negros representam 6% da população total, os brancos 
representam 53,8% e os mestiços (pardos) representam 39,1% da população brasileira. Vale lembrar 
que esses índices não representam especificamente a formação étnica da população brasileira. 
Segundo o IBGE, o número de índios cresceu consideravelmente de 1991 a 2000, com um aumento 
de 138,5%, representando 0,4% da população brasileira. Porém, o chefe do departamento de 
documentação da Funai (Fundação Nacional do Índio), André Ramos alerta que os números devem 
ser considerados com ressalvas, pois segundo ele o IBGE usa critérios de autodeclaração, o que pode 
causar distorções, no entanto, André acredita Ramos que há tendências de crescimento. 
31
4.3 - Migrações populacionais. 
“As migrações populacionais referem-se aos deslocamentos de populações entre regiões de um 
mesmo país ou entre países. [...] Com a tendência mundial a uma estabilização do crescimento 
vegetativo das populações, as migrações estão-se constituindo no elemento mais importante da vida 
de grandes contingentes populacionais”. (Oliva, Jaime e Giansanti, Roberto. Espaço e Modernidade: 
temas da Geografia Mundial. Atual. p. 190. 2001). 
Tal deslocamento pressupõe causas estruturais. Ainda que existam causas político-ideológicas, 
naturais, religiosas, psicológicas e bélicas, as causas econômicas, ao longo da História, têm sido 
predominantes. 
Outras causas que colocam milhões de pessoas em movimento são: 
a) Perseguições políticas, religiosas ou étnicas. 
b) Guerras. 
c) Desastres naturais (cheias, secas, vulcões em erupção). 
d) Estagnação econômica. 
Da mesma forma, para que outras áreas possam-se constituir em lugares de atração, devem 
apresentar, entre outras: 
a) Expansão das atividades econômicas. 
b) Tolerância política, ideológica, religiosa ou racial. 
c) Dinamismo econômico. 
d) Estímulos por parte do Estado. 
Podemos classificar os movimentos migratórios segundo alguns aspectos. Entre eles merecem 
destaque: 
QUANTO AO TIPO: 
a) Espontâneo ou voluntário - Quando a decisão da saída parte do próprio sujeito. 
Exemplo - Italianos, alemães, espanhóis que vieram para a América. 
b) Forçado – Quando o sujeito é obrigado a migrar. Exemplo – Tráfico de escravos 
africanos. 
c) Controlado – Quando a migração faz parte da política de um Estado que atua 
regulando o fluxo de pessoas tanto para fora quanto para dentro de suas fronteiras. 
Subdivide-se em: 
1. Restringido - Quando o Estado impõe restrições, dificultando a imigração. Exemplo - A política 
atual de imigração dos EUA. 
2. Estimulado – Quando o Estado possibilita o fluxo migratório tanto interna quanto externamente 
(entrada de estrangeiros). Exemplo – A migração estrangeira para as fazendas de café no Brasil. 
32
4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas. 
URBANIZAÇÃO E METROPOLIZAÇÃO NO BRASIL 
As metrópoles são as maiores e mais bem equipadas cidades de um país. No Brasil, desenvolveu-se 
uma urbanização concentradora, isto é, que forma grandes cidades e metrópoles. Em 1950, só 
existiam duas cidades com população acima de 1 milhão de habitantes: Rio de Janeiro e São Paulo. 
Em 2000, ambas apresentam mais de 5 milhões de habitantes, e 13 municípios passaram a contar 
com população urbana superior a 1 milhão de habitantes. 
Em 1950, São Paulo não se incluía entre as 20 cidades mais populosas do mundo. No ano 2015, 
segundo estimativas da ONU, a região metropolitana de São Paulo, com 20,3 milhões de habitantes, 
será a quarta maior aglomeração urbana no mundo, antecedida por Tóquio, no Japão (28,9 milhões), 
Bombaim, na Índia (26,3 milhões) e Lagos, na Nigéria (24,6 milhões). Ela é a metrópole que melhor 
reflete o caráter concentrador da urbanização no País. 
O censo de 2000 mostrou que a população brasileira ainda se concentra nas grandes cidades e nas 
metrópoles. Em 1970, as regiões metropolitanas reuniam 24,3 milhões de pessoas; em 2000, 
passaram a contar com 67,8 milhões de pessoas, ou seja, esta população quase que triplicou em três 
décadas, representando 40,0% do total do País. No entanto a população das capitais estaduais vem 
crescendo mais lentamente do que a do País. Este é um dado recente e importante, porque as 
grandes cidades ficam um pouco mais aliviadas dos problemas gerados pelo excesso de população. 
33
REDE E HIERARQUIA URBANAS 
O processo de urbanização compõe a chamada rede urbana, um conjunto integrado ou articulado de 
cidades em que se observam a influência e a liderança das maiores metrópoles sobre as menores 
(centros locais). A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de 
liderar e influenciar outros por meio da oferta de bens e serviços à população. Pode ser uma 
metrópole nacional (se influencia todo o território nacional) ou uma metrópole regional (se 
influencia certa porção ou região do País). 
O ESPAÇO URBANO: PROBLEMAS E REFORMA 
De um lado, há a cidade formal, na maior parte das vezes bem planejada, com bairros ricos, ruas 
arborizadas, avenidas largas, privilegiada por equipamentos e serviços. Contrasta, de outro lado, com 
a cidade informal, composta pela periferia pobre, pelos subúrbios, pelas favelas, com ruas estreitas, 
sem planejamento, pela ocupação desordenada e sem infra-estrutura adequada. 
Na cidade informal ou “oculta”, concentram-se os problemas urbanos, e sua população engrossa as 
estatísticas dos desempregados, dos subempregados, da violência. A cidade formal, preocupada com 
a violência, cerca-se de muros, guaritas, equipamentos de segurança (alarme, interfones, câmeras), 
acentuando a segregação espacial. 
Curiosidades 
O censo 2000 mostra que São Paulo é o município mais populoso do país, com 10,4 milhões de 
habitantes. O menos populoso é Borá, no interior paulista, com apenas 795 habitantes. 
A METRÓPOLE É O CENTRO DA REDE URBANA: 
Cidades que se relacionam entre si, trocando bens, serviços e capitais, além do movimento de 
pessoas. Quanto mais desenvolvidos forem os meios de transporte e comunicação de uma região, 
mais integrada será a rede urbana. Países desenvolvidos têm redes urbanas mais integradas. 
· Metropolização: multiplicação de grandes cidades metropolitanas. 
· Região Metropolitana de São Paulo: 39 municípios e 20 milhões de hab. 
· Grande Rio: 17 municípios e 11 milhões de hab. 
· Grande BH: 34 municípios e 5 milhões de hab. 
34
· A urbanização aumenta rapidamente a partir de 1940; 
· Porém, o ímpeto da urbanização vem diminuindo. Isso indica que o processo está se 
esgotando 
TENDÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA 
· Interiorização: as populações começam a procurar as cidades menores, de vida mais fácil. 
· Na década de 1990, as cidades com população entre 100 mil e 500 mil hab. foram as que 
mais cresceram. 
· As metrópoles continuam crescendo, mas em ritmo menor. 
· Periferização da Metrópole: os núcleos centrais crescem menos que as cidades periféricas. 
CIDADE GLOBAL 
· Não importa a quantidade de habitantes e sim a capacidade de se relacionar com os grandes 
centros mundiais de poder econômico. 
· Sedes de empresas transnacionais, organizações financeiras (Banco e Bolsa de Valores), 
irradiam tecnologia. Existem várias categorias com diferentes graus de desenvolvimento. 
CIDADES ALFA - com serviço completo 
· 12 pontos: Londres, Nova York, Paris e Tóquio; 
· 10 pontos: Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão, Hong Kong e Singapura; 
CIDADES BETA - MAIORES CIDADES GLOBAIS 
· 9 pontos: San Francisco, Sydney, Toronto, Zurique; 
· 8 pontos: São Paulo, Cidade do México, Madri, Bruxelas 
· 7 pontos: Moscou e Seul; 
CIDADES GAMA - MENORES CIDADES GLOBAIS 
· 6 pontos: Amsterdã, Boston, Dallas, Caracas, Düsseldorf, Genebra, Houston, Jacarta, 
Johannesburgo, Melbourne, Osaka, Praga, Taipé e Washington. 
· 5 pontos: Bangcóc, Beijing, Montreal, Roma, Estocolmo, Varsóvia 
35
· 4 pontos: Atlanta, Barcelona, Berlim, Budapeste, Buenos Aires, Copenhague, Hamburgo, 
Istambul, Kuala Lumpur, Manila, Miami, Minneapolis, Munique e Xangai. 
· Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos 
elementos mais básicos de uma determinada região .Trazendo consigo, sempre uma 
característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia 
ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente. 
· A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que 
comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua população;como os 
meios de transporte e comunicação podem influenciar para a industrialização de uma 
determinada região. 
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica o 
desenvolvimento de uma região pouco industrializada?Essas e outras questões, serão abordadas a 
seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada 
INDÚSTRIA ! 
4.5 - O espaço da atividade industrial. 
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL 
A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se 
distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, 
o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores 
de desindustrialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e também entre as regiões. Dentro 
da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de 
produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São 
Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, 
transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de 
vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos. A desconcentração industrial entre as regiões vem 
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros 
formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um 
movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e 
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata. 
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE 
A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi 
determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o 
estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias a saber: 
capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes. 
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, 
acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo 
36
industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional 
integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a 
se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente 
centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais. 
A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande 
concentração espacial da indústria no Sudeste. A concentração industrial no Sudeste é maior no 
Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu 
toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades 
dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São 
Caetano e Diadema) e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem 
uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região 
metropolitana de São Paulo. Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas 
seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de 
Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. 
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL 
Sudeste: 
37
Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do 
país. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica, de produtos 
químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É 
um centro poloindustrial, marcado pela variedade e volume de produção. Várias empresas 
multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, 
petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. 
Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas. 
O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo 
forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos. Quem 
observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar 
quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o 
lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhadores que as produziram? A cidade do Rio de 
Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de 
Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de 
alta produção e concentração de São Paulo. Constitui-se também, de empresas de vários tipos, 
destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, 
tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc. Minas Gerais, de passado ligado à 
mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir 
principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte 
tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor 
automobilístico. 
Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas 
industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou com a ocorrência de 
matéria-prima. É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre 
outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos 
e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna (leite e derivados), Franca e Nova 
Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia (cereais), etc. O estado do Espírito Santo é o menos 
industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: Aracruz , Ibiraçu, 
Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, 
relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão. No 
Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial: comércio, serviço público, 
profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte , etc. Quanto 
maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas. 
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a 
circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares de pessoas estão envolvidas 
na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo 
interno ou à exportação. Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta 
rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao 
crescimento de suas cidades. 
Sul: 
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional 
do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações. O imigrante foi um elemento 
muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial 
de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal. A industrialização de São Paulo 
implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, implicou também na 
38
incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos 
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior. 
Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter 
investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. A indústria passou a se 
diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sentido o sul 
passou a complementar a produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro- 
Sul. Objetivando a integração brasileira com os países do MERCOSUL, a indústria do Sul conta com 
empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e 
química fina). 
A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional 
que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à 
implantação e crescimento da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos), de indústrias 
de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo. 
Nordeste: 
A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as 
indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário 
tecnologicamente mais sofisticado. A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando 
sobretudo a exportação do açúcar e do álcool. As indústrias continuam a tendência de intensificar a 
produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, 
químicas, mecânicas e outras. 
A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção 
refino e utilização de derivados do petróleo. Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, 
não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada. 
As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito 
baixos, acarretando o empobrecimento da população operária. O sistema industrial do Nordeste, 
concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns 
pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza. 
Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no 
final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, 
foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió. 
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A 
construção da rodovia, ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o 
abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da 
população nordestina em direção a este. 
Centro-Oeste: 
Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de 
máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro- 
Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas. A 
partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a 
exportação. Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da 
divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes 
para exportação. Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos 
do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne 
visa o mercado interno e externo. Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os 
produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e 
39
matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de 
Inspeção Federal. 
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de 
reses o que contribui para o maior valor de sua produção industrial. As outras atividades industriais 
são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos, móveis etc. A indústria de 
alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, 
provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por 
exemplo, já processa 50% da soja na própria área. 
No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, 
Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento 
econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado 
consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. Enquanto outras áreas apresentam 
indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa 
diversificação industrial. Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção 
industrial. 
Norte: 
A atividade industrial no Norte é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. 
Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, 
comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à 
exportação. Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a 
extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos. 
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, 
destacando-se a produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do 
pescado, por congelamento, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o 
esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem 
de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos. As 
principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do 
país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões. Mais adiante veremos sobre a criação da 
Zona Franca de Manaus. 
COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE 
TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA 
Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, 
várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças culturais,e 
principalmente, mudanças na economia. A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, 
um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar, 
muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o serviço que muitas 
vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior. 
Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos 
informais surgidos nessa região. Além de mudanças na cultura e economia, surgem também, 
mudanças no espaço geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação 
dos danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas posteriormente. 
A ZONA FRANCA DE MANAUS (ZFM) 
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A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em 
Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 
1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo 
Decreto-Lei nº 288). 
O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997. Ao longo dos anos 70, os incentivos 
fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente 
instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria 
eletrônica de consumo. 
Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e 
periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve 
apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica. A Constituição de 1988 prorrogou a vigência 
dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos 
anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM 
passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As 
empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e 
aumento do conteúdo importado dos produtos finais. 
A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A 
INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO 
Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma 
indústria em uma determinada região. Para ser determinado estratégico para a implantação de uma 
indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para as diversas 
regiões do país e os portos, visando a exportação. Os meios de comunicação, também são vitais, para 
que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de 
lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade 
de comunicação. O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa, é 
necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o 
produtor e o consumidor final. 
OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA 
As economias capitalistas tiveram, do pós-guerra até meados da década de 70, uma das fases de 
maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa 
expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, 
bens de capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica). A rápida 
implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da 
41
químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de transporte, da indústria 
madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto 
sobre o meio ambiente. 
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial 
sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em 
distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos 
industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento 
dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos. A industrialização maciça e 
tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se 
refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e 
reprocessamento. Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a 
economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da 
industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, 
"commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de 
informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de 
"produção" de efluentes poluidores. 
CONCLUSÃO 
Uma indústria em certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo 
que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um 
povo.Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista 
uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas inteiros,um prejuízo sem 
recuperação. Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da 
população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos. Será que hoje em dia a humanidade 
conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem um celular ou um computador, ou mesmo uma 
televisão ou um rádio? E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de 
ônibus para o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não seria o mesmo, sem seus 
produtos industrializados! 
4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia) 
REGIÕES GEOECONÔMICAS DO Brasil 
A divisão oficial do Brasil em cinco regiões foi criada, em 1969, pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística. Mas, antes disso, em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia 
proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos 
regionais. Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, 
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Guia de Geografia com tópicos sobre representação espacial, dinâmica ambiental e organização geográfica

  • 1. GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO Volume Único Nathalie Ribeiro Silva Virna Salgado Barra 2012
  • 2. CONTEÚDO – TELECURSO – GEOGRAFIA – ENSINO MÉDIO 1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO............................................................................2 1.1 - A paisagem e o espaço geográfico.............................................................................................2 1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas...............................................................................3 1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais...............3 1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira..............................................................3 2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL................................................................3 2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo..............................3 2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial......................................................................................6 2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos................................................................................8 2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações..................................................................9 2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais...............................................................13 2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente..........................................................16 2.7 - Desenvolvimento Sustentável..................................................................................................17 3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO..................................................................................18 3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação....................................................18 3.2 - Fases do capitalismo................................................................................................................19 3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo........................20 3.4 - Fases da Revolução Industrial..................................................................................................20 3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária............................................................................21 3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos.........................................................................22 3.7 - Urbanização e problemas urbanos...........................................................................................25 4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO..................................................................................28 4.1 - Expansão territorial..................................................................................................................28 4.2 - Formação étnica do povo brasileiro.........................................................................................31 4.3 - Migrações populacionais..........................................................................................................32 4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas.......................................33 4.5 - O espaço da atividade industrial..............................................................................................36 4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia).....42 4.7 - Desigualdades regionais e sustentabilidade.............................................................................44 4.8 - O Brasil e a integração latino-americana..................................................................................45 5. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL.........................................................................................48 1
  • 3. 5.1 - Guerra Fria - Capitalismo X Socialismo.....................................................................................48 5.2 - Desintegração dos países socialistas........................................................................................52 5.3 - A nova ordem mundial (conflitos Norte x Sul) e blocos econômicos........................................55 5.4 - O sistema financeiro global......................................................................................................59 5.5 - Organizações internacionais e regionais..................................................................................61 5.6 - Consequências socioeconômicas da globalização....................................................................63 5.7 - Pluralidade cultural: conflitos e tensões no mundo.................................................................64 5.8 - Desafios da sociedade humana - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - desigualdades mundiais...........................................................................................................................................66 QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES...............................................................................................69 GABARITO.......................................................................................................................................83 1. ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO 1.1 - A paisagem e o espaço geográfico Paisagem: é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção. Espaço geográfico: é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares. “O espaço geográfico é o palco das realizações humanas”. 2
  • 4. 1.2 - Representação do espaço - tipos de mapas. Mapas físicos: * mapa geomorfológico - representa as características do relevo de uma região; * mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região; * mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região. Mapas humanos: * mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios; * mapa econômico - indica as atividades produtivas do homem em determinada região; * mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região; * mapa rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país. 1.3 - Novas tecnologias cartográficas – uso de computador e programas computacionais * sensoriamento remoto - obtenção de informações através de sensores acoplados em satélites, aviões e balões; * foto aérea - são fotos extraídas por meio de câmeras fotográficas fixadas em aviões; * imagens de satélite - produzidas por satélite; * sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global) - calcula a posição dos satélites por meio de sinais e determina com exatidão a posição de qualquer objeto na superfície da Terra, fornecendo para isso as coordenadas geográficas e a altitude do lugar. 1.4 - Conceitos: território, Estado, nação, limites, fronteira * território - divisão administrativa, delimitado por fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. É caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial; * Estado - instituição social politicamente organizada que exerce soberania sobre um território; exerce a soberania sobre um território delimitado por fronteiras, guardadas pelas Forças Armadas e com limites precisos; tem uma burocracia administrativa e é organizado em três esferas de poder. No Brasil, denominamos essas três esferas União, estados e municípios – ou esfera federal, estadual e municipal; * nação - é constituída pela sociedade politicamente organizada com governos e leis próprias, para elaboração e realização do cumprimento de tais leis caracteriza o papel do estado. Tem o seu povo ou etnia (raça, língua, cultura, religião) * limites - é um fator de separação, são estabelecidos, na maioria das vezes, por acordos e tratados entre dois ou mais países. Esses limites indicam os lugares onde termina o território de um país e começa o de outro. Está ligado a uma concepção precisa, linear e perfeitamente definida no terreno. * fronteiras - faixa do território de um país que se estende ao longo da linha limite. É mais abrangente e se refere a uma região ou faixa ao longo do limite. 2. A DINÂMICA DA NATUREZA E A QUESTÃO AMBIENTAL 2.1 - Terra: estrutura e história geológica, formação e transformação do relevo. História geológica: 3
  • 5. - Período Pré-cambriano ou Era Proterozóica: origem da história geológica da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos; - Era Paleozóica: apareceram as primeiras formas estruturadas de vida nos oceanos, e os continentes formavam um bloco único: a Pangéia (há cerca de 200 milhões de anos); - Era Mesozóica: desenvolveu-se a vida nas terras emersas e iniciou-se a deriva dos continentes; - Era Cenozóica: a vida evoluiu, com o surgimento de novas espécies; formaram-se as grandes cadeias de montanhas jovens por dobramentos em áreas de colisão de placas; surgimento do homem. O conhecimento da estrutura geológica da Terra é importante para explicar as formas do relevo. Estrutura geológica da Terra: se referem à composição rochosa da crosta terrestre. Relevo: se refere às formas como elas se apresentam na superfície. A ciência que estuda as formas do relevo, os processos de origem e sua evolução e transformação é a Geomorfologia. As diversas formas do relevo acontecem a partir de forças internas (tectonismo, vulcanismo e sismos) e externas (rios, chuvas, geleiras, ventos, alternância de temperatura e os seres vivos, principalmente o ser humano). Formas de relevo: Cadeias de montanhas: grandes elevações de superfície, apresentam relevo acidentado, encostas ingrimes e vales profundos. Exemplo: Cordilheira do Himalaia, dos Andes (Fig.1) Planaltos: apresentam altitudes e formas variadas, como os morros e serras e elevações com um extenso topo plano, como as chapadas. Exemplo: Serra da Mantiqueira (Fig.2), da Canastra. Depressões: é um compartimento de relevo mais plano que o planalto, geralmente encaixadas entre regiões de planalto (Fig.3). Planícies: são áreas relativamente planas, formadas por deposição de sedimentos. No Brasil, essa forma se restringe aos terrenos situados ao longo dos grandes rios e próximos de lagos e lagoas, onde é mais intensa a deposição de material erodido de outras unidades de relevo. (Fig.3). 4
  • 6. As formas de relevo podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento das atividades humanas. Muitas vezes tornam-se obstáculos naturais, que dificultam as comunicações, atividades agrícolas e a instalação de comunidades humanas. A construção de pontes, túneis, estradas são alguns dos recursos utilizados pela engenharia para transpor os obstáculos naturais do relevo. Tanto as obras de engenharia como o desenvolvimento de outras atividades (mineração e agricultura) devem levar em conta as características socioambientais do lugar em que serão realizadas. Numa área urbana, por exemplo, precisam ser considerados os mananciais e as áreas em que pode haver erosão. É preciso planejar adequadamente as construções urbanas para evitar danos ao ambiente e evitar acidentes. Unidades do relevo brasileiro (Classificação de Jurandyr Ross) 5 1. Vista parcial da cordilheira dos Andes, uma das principais cadeias montanhosas da Terra. 2. Serra da Mantiqueira em MG. 3. As grandes unidades do relevo.
  • 7. 2.2 - Dinâmica da atmosfera: clima mundial. Clima – conjunto de variações do tempo em uma determinada região, durante um longo período (cerca de 30 anos). Para determinar o clima de um local é necessário analisar o comportamento dos fenômenos atmosféricos ou também chamados elementos climáticos: temperatura do ar, pressão atmosférica, vento, umidade, precipitação (como chuva, granizo e neve), geadas, massas de ar. Assim os elementos climáticos interferem no comportamento da atmosfera, e os fatores climáticos influenciam a dinâmica desses elementos. São fatores climáticos: latitude, longitude, disposição do relevo, a vegetação, inclusive, os relacionados às atividades humanas, como a formação de grandes cidades. Climatologia – é o estudo científico do clima. Meteorologia – é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, que tem como foco o estudo dos fenômenos atmosféricos e a previsão do tempo. TIPOS DE CLIMA Equatorial – apresenta elevadas temperaturas e grande umidade durante todo o ano. com pequena amplitude térmica anual (diferença entre as temperaturas máxima e a mínima). Do mesmo modo que a temperatura, a pluviosidade é elevada em todos os meses do ano. Tropical – apresenta elevadas temperaturas e alternâncias entre estações secas (inverno) e úmidas (verão). Subtropical – apresenta temperaturas baixas durante o inverno, principalmente em áreas de maior altitude, no entanto temperaturas elevadas no verão. A pluviosidade apresenta uma redução em relação ao clima tropical, mantendo uma regularidade na distribuição ao longo do ano. 6
  • 8. Desértico – apresenta-se com uma pronunciada queda na pluviosidade e uma acentuada amplitude térmica entre as estações do ano. CLIMA NA TERRA Semi-árido – são climas de transição, que se caracterizam por apresentar chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano. São encontrados tanto em regiões tropicais (onde as temperaturas são elevadas o ano inteiro) quanto em zonas temperadas (onde os invernos são frios). Também apresenta amplitudes térmicas pronunciadas. Mediterrâneo – apresenta verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. As temperaturas são bastante parecidos com climas tropicais, no entanto as precipitações são menores, concentrando-se no outono e no inverno. Temperado – possui uma definição clara das quatro estações do ano: primavera, verão, outono, inverno. Os valores de pluviosidade se caraterizam pela moderação e regularidade em que se manifestam durante o ano. Apresenta temperaturas amenas durante o ano, com pequena amplitude térmica. Frio de montanha ou de altitude – frio constante durante todo o ano em razão das altas altitudes das montanhas, com médias anuais de 0°C e abaixo de zero, com presença de neve constante em altitudes mais elevadas. Polar – ocorre em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e Antártico. Frio extremo com temperaturas baixas o ano inteiro, atingindo no máximo 10°C no verão. As precipitações são escassas e ocorrem, predominantemente, sob a forma de neve. Climogramas – alguns exemplos 7
  • 9. CLIMA NO BRASIL 2.3 - Solos - formação, desenvolvimento e tipos. O QUE É SOLO? COMO ELE SE FORMA? Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior porosidade e como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propícias para o desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer matéria orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de intemperismo que recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SOLO: PEDOGÊNESE 8 Polar Mediterrâneo Semi-árido Equatorial
  • 10. HORIZONTES DO SOLO TIPO DE SOLOS Podzólico: solos ácidos, profundos, horizonte B argiloso o que dificulta a penetração da água e favorece a erosão, podem apresentar maior fertilidade, se formam sobre uma vegetação de taiga (região fria) na qual os restos vegetais demoram a se decompor. Lixiviados: típico das florestas equatoriais (como a Amazônica), sofre com a falta de nutrientes devido a grande quantidade de chuvas que carregam tais nutrientes tornando o solo pobre. Latossolos: predominantes no Brasil, resistente ao processo de erosão, possui boas propriedades físicas: permeabilidade à água e ar, é acido o que deixa sem reserva de nutrientes. Solos negros das planícies / solos das pradarias: encontrados na Eurásia (conjunto da Europa e Ásia) e EUA são muito férteis e ricos em matéria orgânica, por isso possuem a cor escura, são solos de horizontes bem estruturados. Solos jovens e poucos desenvolvidos: regiões desérticas e semi-áridas, a ausência água leva ao pouco desenvolvimento de seus horizontes, o solo árido não possui o horizonte B pois a camada superficial está diretamente assentada sobre a rocha-mãe. Outro tipo de solo razo e pouco desenvolvido são os típicos das regiões frias, nas vegetação de tundra composta por musgos e liquens. 2.4 - As formações vegetais no mundo e suas interações. CLIMA TEMPERADO – FLORESTAS TEMPERADAS, ESTEPES OU PRADARIAS Abrange amplos territórios do hemisfério norte: América no Norte, Europa e uma faixa alongada central da Ásia, que se estende até parte da China e Japão. No hemisfério Sul, sua ocorrência é bastante restrita. Caracteriza-se pelas quatro estações bem demarcadas, que são visíveis na paisagem vegetal. É constituída por árvores de porte médio, espaçadas umas das outras, que trocam suas folhas nas estações mais frias, a cada outono e inverno (caducifólias). 9 O: Camada mais superficial do solo, rica em organismos decompositores e matéria orgânica. A: ocorre a decomposição de organismos vivos, é rico em matéria orgânica. B: camada intermediária, podem estar presentes materiais transportados de outros lugares. C: solo mais velho, formado pela intemperização da rocha-mãe. R: rocha-matriz
  • 11. Floresta Temperada As formações herbáceas também são típicas dessa região climática e recebem o nome de estepes ou pradarias. Constitui uma pastagem natural, muito utilizada para criação de gado. Ex.: pampas argentinos, pradarias no centro-oeste do Canadá e dos Estados Unidos, no Brasil esse tipo de vegetação é denominado campos encontrado no sul do RS (clima subtropical - transição entre o tropical e o temperado). Pampas - RS Quatro estações bem demarcadas – Clima Temperado 10 Primavera Verão Outono Inverno
  • 12. CLIMA MEDITERRÂNEO E VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA Localiza-se em pequenas áreas, normalmente situadas próximas a desertos como na Califórnia, nos EUA, nos extremos norte e sul da África, e no sul da Europa. É um clima caracterizado por verões quentes e secos – devido à expansão das massas de ar seco dos desertos vizinhos – e por invernos brandos e úmidos – período em que essas massas de ar recuam e ficam estacionarias dos desertos. CLIMA FRIO (CONTINENTAL) E FLORESTA BOREAL Está situado em elevadas latitudes, caracteriza-se a maior parte do território canadense, o extremo norte da Europa, e a Sibéria, na Rússia. As precipitações maiores ocorrem no inverno, quase sempre sob forma de neve. Nesse clima desenvolve-se a floresta boreal, cuja vegetação é de grande porte, espaçada e relativamente homogênea, nela predomina o pinheiro e o cipreste, de folhas acicufoliadas (forma de agulhas) Ex.: Taiga siberiana, na Rússia, uma das maiores do mundo. CLIMA POLAR E TUNDRA Está nos extremos norte e sul da Terra. Nessas regiões são registradas as mais baixas temperaturas do planeta. Na maior parte dos territórios, o solo mantém uma cobertura de gelo, sem vegetação. Em outras regiões, durante o verão, o degelo deixa o solo exposto e nele brota a tundra, que termina seu ciclo no inverno, com a queda das temperaturas. Essa cobertura vegetal é de pequeno porte. 11
  • 13. CLIMA DE MONTANHA E VEGETAÇÃO DE ALTITUDE Nas altas latitudes, o solo apresenta-se coberto por neve, praticamente o ano todo, até mesmo em locais de baixas altitudes. No clima de montanha a neve (influenciada pela altitude) cobre o solo durante todo o ano. Essa cobertura permanente de neve ocorre, inclusive, nas baixa latitudes das regiões tropicais, sendo que, no sopé das montanhas, a vegetação é a mesma da região do entorno. Monte Kilinanjaro (ao fundo), no Quênia (África), contrastam com a paisagem de clima quente no entorno da montanha CLIMA DESÉRTICO E XERÓFILAS Caracteriza-se pela aridez (escassez de água). Nessas regiões há pouca (ou nenhuma) vegetação. Os desertos estão localizados em áreas próximas aos trópicos são quentes, como o de Saara no norte da África, os situados em latitudes elevadas são frios, como o da Patagônia, na Argentina. Geralmente, os desertos situam-se em regiões continentais, mas aparecem também junto a oceanos. Neste caso, formam-se devido à ação de correntes frias, que condensam as massas de ar quente e úmido, as quais se precipitam no mar antes de atingir o continente. É o caso, por exemplo, do deserto de Atacama, no Chile. As formações vegetais presentes são espécies rasteiras, arbustos espinhosos, quase sem folhas, denominadas Xerófilas, as quais se adaptam à pouca umidade. 12
  • 14. Deserto de Atacama (Chile) Exemplo de cacto no deserto 2.5 - Fontes de energia: utilização e impactos ambientais. O desenvolvimento econômico e social - ligado - desenvolvimento das fontes de energia. Há uma interdependência: o progresso econômico e social resulta da ativação de fontes de energia, a qual ocorre em consequência das demandas da economia e da sociedade. Fontes de energia primária: petróleo, carvão mineral, gás natural, urânio, e hidráulica (da água). Renováveis: sol, água dos rios, vento, etc. Não-renováveis: petróleo, carvão mineral, urânio. As fontes não-renováveis podem se esgotar. PETRÓLEO É um combustível fóssil (originados de restos de seres vivos que habitaram a Terra há milhões de anos, ou seja, da decomposição do material orgânico ao longo de milhares de anos. Outros exemplos: carvão mineral, gás natural). Com a Revolução Industrial, esses combustíveis fósseis começaram a ser utilizados como fontes de energia. 13
  • 15. A exploração dos combustíveis fósseis deu a base para o desenvolvimento da sociedade industrial, e o petróleo se tornou a principal fonte de energia da sociedade contemporânea, ele representa aproximadamente 40% da energia comercial do mundo. Fazemos parte de uma “civilização do petróleo”. • Cerca de 50% do total do petróleo extraído no mundo é consumido pelo setor de transportes; • entre 20 e 25% é utilizado para aquecimento industrial e doméstico; • pouco menos de 10% é transformado na indústria química, como matéria-prima de plásticos diversos, solventes, cosméticos, medicamentos, detergentes, tintas, fibras sintéticas, etc.; • cerca de 10% é consumida na geração de energia, em usinas termelétricas. Principais reservas: Oriente Médio (65%), Sibéria (Rússia), golfo de Bohai (China); na Ásia central (região do Cáucaso), etc. Países produtores: Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México, responsáveis por cerca de 40% de petróleo produzido no mundo. GÁS NATURAL É um hidrocarboneto, frequentemente encontrado junto com o petróleo por se formar do mesmo modo e por se acumular no mesmo tipo de terreno. Esse produto teve um aumento substancial de consumo nas ultimas décadas, tanto para a geração de energia quanto para utilização como combustíveis nos veículos, especialmente ônibus e automóveis. Gasoduto para transporte do gás natural Vantagens: menos poluente que o petróleo, as reservas conhecidas podem durar cerca de 60 anos, estão melhor distribuídas pelos diversos continentes, o custo de geração de energia elétrica é menor 14
  • 16. em relação ao carvão mineral e ao urânio. Porém, os custos de exploração e de transporte (construção de gasodutos) são maiores do que os do petróleo. CARVÃO MINERAL Foi a fonte de energia básica da 1ª Revolução Industrial. Dos combustíveis fósseis, o carvão é o mais abundante (as reservas existentes devem durar dois séculos), principalmente no hemisfério norte. A participação dessa fonte aumentou significativamente a partir das crises do petróleo em 1973, 1979 e 1991 que levaram os países a substituí-lo por outras fontes de energia. A estrutura molecular do carvão contém enorme quantidade de carbono e enxofre que, após sua queima, são liberados para a atmosfera na forma de gás carbônico (CO²), que agrava o efeito estufa, e dióxido de enxofre (SO²), o grande responsável pela chuva ácida. O carvão mineral além de ser usado como fonte de energia, é também utilizado nas indústrias siderúrgicas, para a produção de aço, e nas indústrias químicas, para fabricar piche, asfalto, eletrodos para baterias, corantes, tintas, plásticos, naftalina, etc. PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ENERGIA ATÔMICA OU NUCLEAR É o mesmo princípio da produção de energia termelétrica, a diferença é que o calor que esquenta a caldeira e gera o vapor é produzido por uma reação atômica, ou seja, quebra de átomos de urânio dentro de um reator. Atualmente, muitos países desenvolvidos e também subdesenvolvidos industrializados (Índia, Taiwan e China, por exemplo) investem no desenvolvimento e no aprimoramento da energia nuclear. Os EUA lideram a produção, mas os países mais dependentes da eletricidade nuclear são França, Suécia, Finlândia e Bélgica. O custo de instalação é elevado e a tecnologia incorporada ao processo é avançada. As usinas nucleares são extremamente perigosas, por utilizarem fontes primárias radiativas de energia. Em caso de acidentes (como o Chernobyl, na Ucrânia), a radiatividade leva anos ou até séculos para se dissipar. 15
  • 17. ENERGIA HIDRELÉTRICA Aproveita a força da água para mover suas turbinas que estão ligadas a um gerador, esse gerador produz a energia elétrica que é transportada para os consumidores através das linhas de transmissão. Os países que possuem relevo acidentado, com muitos rios contam com grande potencial hidráulico como o Brasil, Canadá, EUA, China, Rússia, etc. Suas vantagens são o fato de ser uma energia renovável e de não poluir a atmosfera. Além disso o tempo de vida das usinas é longo e o custo de manutenção é relativamente baixo. Porém, a construção de usinas hidrelétricas costuma causar grande impacto socioambiental, o represamento do rio provoca inundações destruindo extensas áreas de vegetação natural, desmoronamento das margens do rio, comprometimento da vida aquática, além de desabrigar populações ribeirinhas, pequenos agricultores, povoados e até pequenas cidades. Hidrelétrica de Itaipu – Brasil 2.6 - Impactos da atividade humana sobre o meio ambiente. As atividades humanas começaram a causar maior impacto na natureza nos últimos 250 anos, o processo da industrialização intensificou o consumo de matérias primas, as quais são retiradas do 16
  • 18. solo, dos rios, das florestas, etc., a modernização e a expansão agrícola tornaram-se fundamental para o abastecimento da população, que acelerou o ritmo de crescimento e passou a aglomerar-se, cada vez mais, nas áreas urbanas. A cidade é a expressão mais acabada da alteração no espaço natural. Vivemos em uma sociedade de consumo, assim, o desenvolvimento econômico visa abastecer, cada vez mais, aqueles que têm capacidade de consumir. Para fomentar a aquisição de bens, o mercado cria hábitos de consumo, reduz a vida útil de diversos produtos e multiplica as opções de mercadorias descartáveis. Essa “lógica de mercado” acelera o desenvolvimento econômico, o qual por sua vez, agrava o desperdício dos recursos naturais. As pessoas são estimuladas pelos meios de comunicação – principalmente, a televisão – a consumirem cada vez mais. As mensagens publicitárias, por exemplo, costumam relacionar a imagem do produto ao sucesso, ao prazer e à felicidade, o que provoca nas pessoas a aquisição de um certo produto lhe dão ascensão social e realização pessoal. Isso leva a um consumo desenfreado de bens, produtos e serviços pela população, o que exige dos sistemas naturais algo que vai muito além de suas capacidades de renovação e sustentação. Nem sempre o processo de crescimento e de desenvolvimento considerou a questão ambiental, o que tem levado a sérios problemas de redução de recursos e esgotamento de fontes de energia. Com isso, houve um despertar de consciência e preocupação das atividades humanas sobre o meio ambiente. Impactos ambientais em ecossistemas naturais - Extração da madeira para fins comerciais; - instalação de projetos agropecuários: poluição com agrotóxicos, erosão do solo; - implantação de projetos de mineração; - construção de usinas hidrelétricas; - propagação de fogo resultante de incêndios; - desmatamento o que leva: destruição da biodiversidade, erosão e empobrecimento do solo, enchentes e assoreamento dos rios, proliferação de pragas e doenças, etc. Impactos em ecossistemas urbanos - poluição do ar: indústrias, automóveis, problemas agravantes do efeito estufa, ilha de calor nas grandes cidades, chuvas ácidas, - poluição da água (rios) - poluição do solo; - geração de resíduos: problema do lixo, sua destinação correta, como aterros sanitários. 2.7 - Desenvolvimento Sustentável Com a crescente expansão do processo de industrialização/urbanização, os impactos provocados pelo homem aumentaram de tal forma que passaram a ter consequencias globais. O alerta foi dado no início da década de 1970, na Conferência de Estocolmo, onde chefes de Estado se encontraram para debater as questões sobre meio ambiente e desenvolvimento. A partir disso o conceito de Desenvolvimento Sustentável começou a ser elaborado: 17
  • 19. o atendimento às necessidades básicas das populações, no presente, não deve comprometer os padrões de vida das gerações futuras, ou seja, sustentabilidade significa usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Preservar os bens naturais e à dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e preservação da natureza. A viabilização do desenvolvimento sustentável exige também o estabelecimento de políticas governamentais, ações empresariais, sociedade civil, exige modificação dos padrões de consumo das sociedades do mundo desenvolvido, as quais devem diminuir a demanda por recursos da natureza e a produção de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. CONSUMO SUSTENTÁVEL – para que a proposta de desenvolvimento sustentável torne-se viável é preciso promover mudanças de hábitos de consumo, e também de modo a evitar desperdícios, seja de água, de energia elétrica, dentre outros. As ONGs tem desempenhado papel fundamental na conscientização e organização da sociedade civil na luta pela preservação dos ecossistemas do planeta. Discussões acerca da problemática ambiental levaram a criação de diversas propostas e compromissos com o meio ambiente. A seguir alguns desses eventos: Conferência de Estocolmo – a tomada de consciência (1972): foi a primeira atitude mundial em tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente; Rio 92 – A II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, teve como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e sobre como de reverter o atual processo de degradação ambiental. Uma série de convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a conferência. O mais importante deles, a chamada Agenda 21, comprometia as nações signatárias a adotar métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica, criando um Fundo para o Meio Ambiente, para ser o suporte financeiro das metas fixadas. Protocolo de Kyoto (1997 - Japão): tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. 3 - ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO 3.1 - Desenvolvimento dos meios de comunicação e informação. Como a nossa vida cotidiana é marcada pela nova tecnologia da informação? INTEGRAÇAO MUNDIAL – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO MEIO GEOGRÁFICO – DOMINADO PELA TECNOLOGIA, CIÊNCIA E INFORMAÇÃO, CHEGA VELOZ, INSTANTÂNEA E SIMULTANEAMENTE EM VÁRIOS LUGARES MUNDIAIS. O MUNDO ESTÁ LIGADO PELA TV, PCs, TRANSMISSÕES VIA SATÉLITE – MILHÕES DE PESSOAS PODEM ACOMPANHAR O MESMO EVENTO SIMULTANEAMENTE, NÃO IMPORTA ONDE ESTEJAM. Ex. Copa do Mundo, código de barras (informações: especificação do produto, preço, estoque, etc.) O desenvolvimento dos meios de comunicação reduziu a distância entre os lugares. 18
  • 20. Antigamente, da Europa para o Brasil – mais de 2 meses de viagem. Hoje – poucas horas. Brasil – ligado de norte a sul – pelas estradas e meios de comunicação. VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO, SIMULTANEA – característica do MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL: é um meio geográfico onde o território inclui, obrigatoriamente, ciência, tecnologia e informação. - Mundo em que vivemos hoje – marcado pela tecnologia da informação. - Economia de mercado (CAPITALISMO) busca reduzir as distâncias – SIGNIFICA – reduzir o tempo de produção, circulação, de custos PARA O consumo de mercadorias – e ACELERAR OS LUCROS. SEC XIX – 1ª metade do SEC XX - grandes avanços: surgiram as estradas de ferro, cabo submarino, telégrafos sem fio, telefone, automóvel, rádio, avião a jato, TV. Com passar o tempo essas INOVAÇOES foram se interligando umas as outras -> formando as redes de integração territoriais – o homem foi quebrando as barreiras físicas que dificultavam o transporte e circulação de matérias primas, de mercadorias, pessoas, etc. COM ISSO – INTERNACIONALIZAÇAO DA ECONOMIA. Ex. produtos importados de diversos países, como no supermercado, nas concessionárias – vivemos em um MUNDO INTEGRADO, ACABANDO COM AS FRONTEIRAS ECONÔMICAS, REESTRUTURAÇÃO DA PRODUÇAO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO SISTEMA CAPITALISTA: modificação da maneira de produzir (a produção ficou mais rápida, pois os sistemas de comunicação e fluxo de informação foram aperfeiçoados, esses sistemas associados a técnicas mais racionais de distribuição (ex. empacotamento, controle de estoque, conteinerização) – permite a aceleração de atividades e da circulação de mercadorias. Embora esses avanços permitam a maior integração do espaço mundial, ainda há muitos homens, países e nações excluídos dos benefícios desta integração. 3.2 - Fases do capitalismo. Pré-capitalismo: Período de emergência da economia mercantil, na qual o comércio e a produção artesanal começam a ganhar força. Nessa época, aproximadamente séculos XII a XV, não se generalizou o trabalho assalariado. Predominavam os trabalhadores independentes (artesãos), que vendiam o produto de seu trabalho, mas não sua força de trabalho. Os artesãos eram os donos de suas oficinas e ferramentas (meios de produção), assim como das matérias-primas. Trabalhadores sem meios de produção, obrigados a produzir mediante pagamento de salário (jornaleiros), só existiam em pequena escala nos centros mais desenvolvidos. Capitalismo comercial: Estende-se do século XVI ao XVIII. Apesar de predominar o produtor independente, expande-se o trabalho assalariado. A denominação comercial se relaciona ao fato de existir preponderância do capital mercantil sobre a produção. A maior parte do lucro concentrava-se na mão dos comerciantes, intermediários entre o produtor e o consumidor. Lucrava mais quem comprava e vendia a mercadoria, não quem a produzia. Por isso, o capital se acumulava na circulação, no comércio, não na produção. Essa fase – também denominada fase de acumulação originária ou primitiva de capital – permitiria mais tarde a Revolução Industrial. Capitalismo industrial: Tem início na segunda metade do século XVIII na Inglaterra. O capital acumulado na circulação de mercadorias é investido na produção; o capital industrial passa então a dominar o conjunto da produção, distribuição e circulação de riquezas. O trabalho assalariado se instala definitivamente, em prejuízo dos artesãos, separando claramente os possuidores de meios de produção (a burguesia) e a massa de trabalhadores (o proletariado), ou classe operária. O processo se espalha, inicialmente, pela Europa, América do Norte e Ásia. Nas últimas décadas do século XIX e início do século XX predomina em quase todas as regiões do mundo. Numerosas nações, então, 19
  • 21. passam a lutar para atingir a condição de país industrializado; algumas para conquistar hegemonia no mercado internacional. Capitalismo financeiro: Fase atual. Começa a se delinear em fins do século XIX, mas cristaliza-se no século XX: o sistema bancário e grandes corporações financeiras tornam-se dominantes e passam a controlar as demais atividades – indústria, comércio, agricultura e pecuária. As empresas concentram diversas atividades e tornam-se cada vez mais poderosas, assumem dimensão internacional: são as multinacionais. Devido à concentração do capital, com a formação de empresas gigantescas que dominam grandes setores da produção, podemos também chamar essa fase de capitalismo monopolista. Sobretudo a partir da década de 1980, assistimos a uma vertiginosa aceleração da mobilidade do capital, facilitado pela informática, num processo de globalização no qual o capital financeiro se torna cada vez mais desvinculado das atividades produtivas, buscando o máximo de lucro no menor tempo possível. 3.3 - Organização do trabalho e da produção – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. 3.4 - Fases da Revolução Industrial. 1ª Revolução Industrial (1750 - 1870) – invenção da máquina a vapor (energia produzida pela queima do carvão mineral), fábricas próximas as cidades, produção de mercadorias: maior quantidade em menor tempo, e menores custos com mão de obra. Divisão social do trabalho (DST) – cada trabalhador realizava uma etapa do processo produtivo. Livre concorrência entre as empresas e os países. Liberalismo: sem a intervenção do Estado na produção e distribuição das riquezas. 2ª Revolução Industrial (1870 - 1945) – novas tecnologias, novas fontes de energia, e expansão da atividade industrial. Expansão das ferrovias como transporte e como atividade empresarial. Livre concorrência substituída pelo monopólio: concentração de atividades produtivas por um pequeno grupo de empresas. Novas técnicas de produção industrial: Taylorismo: implantado por Frederick Taylor. Divisão das tarefas de trabalho dentro de uma empresa; especialização do trabalhador. O conhecimento do processo produtivo era uma tarefa exclusiva do gerente, que deveria determinar e fiscalizar cada etapa dos trabalhos a serem feitos no menor espaço de tempo e sem perda de qualidade. O operário não é nada mais que operário. Fordismo: Henry Ford na produção de automóveis, no início do Sec. XX, um sistema baseado numa linha de montagem. O trabalhador especializado realizava sua tarefa em tempo determinado e o automóvel passava na esteira até a instalação da última peça. Trabalho repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. 3ª Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica (após 1945): avanço nos sistemas de telecomunicações, informática, microeletrônica, robótica, engenharia genética, energia nuclear. Gera muitas riquezas com menor nº de trabalhadores por causa dos avanços nos equipamentos industriais. Grandes empresas multinacionais possuem seus próprios centros de pesquisa. O Estado estimula o desenvolvimento tecnológico, por meio de universidades e instituições de pesquisa, visando o desenvolvimento econômico. Modelo de produção: Toyotismo: conhecida por just-in- time (tempo justo), a matéria prima que entra na fábrica corresponde exatamente à quantidade de mercadorias que serão produzidas, ou seja, produzir somente o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária. Sistema flexível, em que o trabalhador pode ser deslocado para realizar diferentes funções de acordo com as necessidades de produção. Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada. Além disso, esse processo aumenta o nº de trabalhadores temporários por contratarem de acordo com a demanda. 20
  • 22. 3.5 - Novas tecnologias aplicadas à agropecuária. Atualmente a tecnologia faz parte de diversos setores e na agricultura não poderia ser diferente. A busca por maior produtividade e qualidade faz com que agricultores recorram a equipamentos tecnológicos para usarem em suas plantações, e os que ainda se recusam a fazer uso da tecnologia acabam perdendo o espaço no mercado. Para atender às necessidades do aumento do consumo de alimentos a agricultura evoluiu extensivamente, com a incorporação de novas áreas antes consideradas impróprias para o cultivo, e evoluiu intensivamente, com a utilização de técnicas de produção cada vez mais avançadas, de insumos agropecuários cada vez mais eficientes e da aplicação dos conhecimentos científicos às diferentes práticas e etapas da produção de alimentos. A partir de 1950, a produção agrícola cresceu em um ritmo mais acelerado do que em qualquer outro período da história, realizando uma verdadeira Revolução Verde. Nas últimas décadas, a agricultura registrou índices cada vez mais elevados de produtividade, à medida que foi se integrando ao setor industrial. A indústria passou a fornecer uma parte crescente das necessidades de consumo da agricultura, desde os fertilizantes e defensivos químicos até as máquinas mais modernas. Hoje podemos falar de um verdadeiro sistema alimentar mundial, no qual vem aumentando a participação desses conglomerados, sediados nos países desenvolvidos, na produção e comercialização dos produtos alimentícios. E, mais do que isso, esse sistema está criando novos hábitos alimentares e de consumo, como no caso das refeições ligeiras, cujo cardápio mundial pode ser um refrigerante, um hambúrguer ou uma pizza. Os avanços da produção agropecuária alteraram a tradicional divisão do trabalho entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, no setor de alimentos. Muitos países são, ao mesmo tempo, vendedores e compradores de alimentos. A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e foi anunciada como um triunfo da sociedade industrial. Ela começou com o arado de aço puxado a cavalo, em meados do século passado. A seguir, o motor a gasolina instalado nos tratores e nas máquinas agrícolas faziam o trabalho pesado nas fazendas. Hoje, a mecanização está praticamente concluída com a introdução de equipamentos computadorizados. A mecanização evoluiu junto com as novas técnicas de cultivo e com a genética agrícola. Dos avanços conquistados pela produção de alimentos, os mais extraordinários deles têm sido, nos últimos anos, os obtidos no campo da biotecnologia, isto é, “qualquer técnica que use processos vivos para modificar produtos, melhorar plantas ou animais, ou desenvolver microrganismos para usos específicos”. A engenharia genética, ou seja, a aplicação de padrões de engenharia à manipulação dos genes, consegue acrescentar, eliminar, reorganizar materiais genéticos, criando novos organismos ou alterando o ritmo de crescimento. O desenvolvimento da informática aplicada à agricultura ajudará os agricultores a monitorar o meio ambiente, a estabelecer estratégias de ação, e a identificar áreas problemáticas. Os produtores agrícolas serão, num futuro próximo, informados das mudanças meteorológicas e das condições de solo. A seguir, equipamentos automatizados executarão as diferentes tarefas agrícolas, transformando as fazendas modernas em fábricas automatizadas. 21
  • 23. Considerações - A mecanização da agricultura começou há mais de cem anos e a produção de equipamentos e insumos agrícolas transformou a agricultura numa atividade subordinada à indústria. Atividades agrícolas e industriais estão integradas nos complexos agro-industriais; - Hoje, no final do século XX, a agropecuár ia passa por uma nova e extraordinária revolução técnico - cientifica. O uso de equipamentos computadorizados transformou a organização do trabalho rural; a produção de fertilizantes mais eficientes alterou profundamente as condições naturais do solo; a genética aplicada à agricultura tornou possível a obtenção de espécies mais resistentes e melhor adaptadas às condições ambientais; - A biotecnologia possibilitou melhor combate às pragas e maior proteção àscolheitas, mas existem sérios riscos envolvidos na perda de postos de trabalho no campo e na difusão de novos organismos criados artificialmente. 3.6 - Dinâmica demográfica - ritmos e movimentos. A grande expansão demográfica do mundo contemporâneo começou com a Revolução Industrial. A partir do século XVIII assistimos a um extraordinário crescimento demográfico, e a população mundial, em 1830, atingiu pela primeira vez um bilhão de habitantes. Apenas oitenta anos depois atingiu 2 bilhões. Entre 1930 e 1975 - em 45 anos, dobrou de novo. Em 1987 foi anunciado o nascimento do habitante de número 5 bilhões. Em 150 anos a população do nosso planeta quintuplicou. O crescimento extraordinário da população mundial nos últimos duzentos anos e a desaceleração atual permitiram elaborar um modelo explicativo para a evolução da população mundial: a transição demográfica. A transição demográfica consiste em uma sucessão de fases pelas quais uma população passa à medida que penetra no que chamamos de modernidade, isto é, uma sociedade agrária tradicional transforma-se numa sociedade moderna, industrial e urbana. 22
  • 24. Ao longo do processo de transição, é possível identificar a primeira fase na qual se registra um pequeno crescimento da população porque a alta taxa de natalidade é anulada pela alta taxa de mortalidade. A segunda fase caracteriza-se por um rápido crescimento demográfico por causa do desencontro entre as duas taxas. Essa aceleração é explicada pelo recuo da mortalidade, graças à revolução sanitária, isto é, ao desenvolvimento de uma infra-estrutura de serviços coletivos de higiene e à adoção de medidas de profilaxia. O terceiro momento tem um pequeno crescimento, um novo equilíbrio entre as duas taxas que, agora, se apresentam muito baixas. Após a Segunda Guerra Mundial podemos identificar quatro grandes fluxos migratórios internacionais: · O primeiro refere-se aos deslocamentos de população para fazer coincidir a “nova” fronteira política com os grupos étnicos. O exemplo mais significativo ocorreu após a divisão política da União Indiana, em 1947, quando aproximadamente 15 milhões de pessoas foram deslocadas entre a Índia e o Paquistão. Outro exemplo, mais recente, deu-se na região balcânica, quando houve a fragmentação política da Iugoslávia. · O segundo diz respeito aos refugiados políticos, que chegam hoje a mais de 25 milhões de pessoas. Eles procedem dos “pontos quentes”, ou seja, das áreas de conflitos internos, nas quais uma facção temporariamente derrotada se refugia em outro país. A situação trágica desses grupos é marcada pela indefinição e pela precariedade das condições de vida que anulam, em grande parte, a ação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O Sudeste Asiático, o Oriente Médio, a América Central e a África Oriental são as principais regiões desses refugiados. O Leste Europeu, enquanto esteve isolado pela chamada Cortina de Ferro, dava origem a numerosos contingentes de refugiados políticos. A crise de 1989 facilitou o deslocamento de mais de um milhão e trezentos mil emigrantes que deixaram seus países em direção à Europa Ocidental, por razões basicamente econômicas, e que solicitavam, no país de acolhimento, o estatuto de refugiados políticos. · O terceiro é marcado pelo deslocamento de “cérebros”. A migração de pessoas com alta qualificação profissional e/ou de estudos significa uma vantagem enorme para os países que as recebem porque as despesas para sua formação foram desembolsadas pelos países de origem. Os Estados Unidos são beneficiados por esses movimentos porque entre 1970 e 1990 receberam perto de um milhão de imigrantes altamente qualificados, procedentes de todo o mundo, embora no mesmo período tenham sido adotadas leis cada vez mais restritivas à imigração de mão-de-obra não qualificada. 23
  • 25. · Finalmente, o quarto fluxo agrupa as migrações de trabalhadores. Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa Norte-Ocidental se abastecia de mão-de-obra nas regiões de economia deprimida da bacia mediterrânea. Já os Estados Unidos recorriam a seus vizinhos mais próximos, o México e o Caribe. No entanto, a partir da crise dos anos 70 e da adoção das novas técnicas de produção do modelo de industrialização pós-fordista, agravou-se a situação de desemprego nesses países. Nas antigas áreas de acolhimento de imigrantes cresceram os sentimentos xenófobos (do grego: xeno = estrangeiro + fobia = aversão) e os movimentos de pressão para a adoção de leis restritivas à imigração. Os problemas surgidos com os árabes na França são análogos aos dos turcos na Alemanha e aos dos jamaicanos na Inglaterra. Hoje, na Europa e nos Estados Unidos, a imigração é uma questão social e política preocupante. DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL A dinâmica demográfica brasileira ilustra o acelerado crescimento ocorrido a partir de 1940, com as conquistas medicas e a consequente queda das taxas de mortalidade nos países subdesenvolvidos. Esse processo foi até os anos 1960, quando o crescimento atingiu o ápice com taxas médias de crescimento quase 3% ao ano. A partir daquela década, as taxas de crescimento começaram a declinar até atingir 1,6% (censo de 2000-IBGE). Esse declínio, como visto, deve-se à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, à disseminação do uso de pílulas anticoncepcionais, ao aumento do número de abortos provocados e a esterilização de mulheres, entre outros fatores, relacionados ao rápido processo de urbanização que caracterizou o Brasil na 2ª metade do século passado. Como resultado as famílias brasileiras diminuíram de tamanho. O censo ou recenseamento demográfico é um estudo estatístico referente a uma população que possibilita a recolha de várias informações, tais como o número de habitantes, o número de homens, mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas, profissão, entre outras coisas. Esse estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países. Através dessas informações é possível elaborar a pirâmide etária, também conhecida como pirâmide demográfica ou pirâmide populacional é uma ilustração gráfica que mostra a distribuição de diferentes grupos etários em uma população (tipicamente de um país ou região do mundo), em que normalmente cria-se a forma de uma pirâmide. Esse gráfico é constituído de dois conjuntos de barras que representam o sexo e a idade de um determinado grupo populacional. É baseado numa estrutura etária da população, ou seja, a repartição da população por idades. 24
  • 26. Considerações - O crescimento da população mundial é desigual no tempo e no espaço. Os países desenvolvidos têm, hoje, pequeno crescimento vegetativo pois já completaram sua transição demográfica. Alguns países subdesenvolvidos iniciaram essa transição enquanto outros ainda dependem do desenvolvimento sócio-econômico para realizá-la; - Os mais importantes fluxos migratórios internacionais contemporâneos são realizados por grupos étnicos à procura da nova fronteira política,pelos refugiados políticos, por técnicos altamente qualificados e, com mais destaque, por homens em busca de trabalho; 3.7 - Urbanização e problemas urbanos. Consequências e Características da Urbanização Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural. Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do governo Juscelino Kubitschek. É importante salientar que os processos de industrialização e de urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais 25
  • 27. onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das dificuldades de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial. Êxodo rural As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural). O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida. População urbana Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis próximos aos dos países de antiga urbanização da Europa e da América do Norte. Em 1940, os moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050. O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc. Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves problemas. 26
  • 28. Favelização e outros problemas da urbanização A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população - vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020. O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região Sudeste, formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Região Sudeste Apesar desses quatro Estados ocuparem somente 10% do território brasileiro, a segunda menor em área, neles se encontram mais de 78 milhões de habitantes (IBGE, 2005), 90,5% dos quais vivem em cidades. É também no Sudeste que se encontram três das cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), bem como 50% das cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes. As sucessivas crises econômicas que o país conheceu nas últimas décadas fez seu ritmo de crescimento em geral diminuir e com isso o fluxo migratório para o Sudeste se reduziu e continua em declínio. 27
  • 29. Centro-Oeste e Sul A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes vivem em cidades. A urbanização dessa região é ainda mais recente e foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. Além disso, há o desenvolvimento do setor do agronegócio. A agropecuária impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam atividades econômicas essencialmente de caráter agro-industrial. A região Sul, apesar de contar com o terceiro maior contingente populacional do país - mais de 26 milhões de habitantes, 80,9% vivendo em cidades - e uma economia vigorosa, também baseada na agropecuária apresenta um índice mais baixo de urbanização. Ao contrário da região Centro-Oeste, a região Sul conheceu uma urbanização mais lenta e limitada até o início da década de 1970. A estrutura agrária assentada na pequena propriedade e no trabalho familiar, apoiado no parcelamento da terra nas áreas de planaltos subtropicais, limitava a migração de pessoas do campo para o meio urbano. Depois, a mecanização da agricultura e a concentração fundiária impulsionaram o êxodo rural. Norte e Nordeste O grau de urbanização da região Norte é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No entanto, é a região que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano foi de 28,54%. Além de ter-se inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem sua peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um obstáculo ao êxodo rural. Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes cada. Com mais de 51 milhões de habitantes o Nordeste é a região brasileira com o maior número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é urbana. A estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa do Agreste, colaborou para segurar a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a baixa produtividade do setor agrícola restringiu a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida pelas cidades. 4. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO 4.1 - Expansão territorial. Expansão Territorial do Brasil No primeiro momento, temos a chegada dos portugueses que pouco se interessaram pelas novas terras, pois não encontrastes aqui de imediato nada que fosse de grande valor (metais preciosos) a não ser muito calor, povos desconhecidos e o famoso pau-brasil. Na verdade, as terras brasileiras pertencentes a Portugal, limitava-se entre o Tratado de Tordesilhas e o Oceano Atlântico, ou seja, uma estreita faixa de terra. A ocupação do território brasileiro no início foi um dos maiores problemas enfrentados pela Metrópole. Enumeremos aqui os obstáculos: falta de recursos e de pessoal, condições naturais (calor e mata fechada), ataques indígenas, índios antropófagos e outros. As novas terras não ofereciam nenhum atrativo econômico. Esses fatores tornaram muito lenta a colonização do litoral e impuseram enormes dificuldades ao povoamento do interior. Durante mais ou menos trinta anos. O Brasil Colônia fica apenas sendo patrulhado por algumas naus que a Corte portuguesa enviava para garantir a soberania e tentar proibir a presença de corsários franceses, ingleses e holandeses. Num determinado momento, os portugueses começam a despertar um interesse econômico e político. As 28
  • 30. Índias já não representava tanto lucro para a metrópole. A distância e o desinteresse pelos produtos desta região, já não eram tão lucrativo para a Coroa Portuguesa. Observamos que a expansão e ocupação territorial foram consequências de ordem econômica e política, visando aos interesses dos colonos e da Metrópole. Os principais fatores responsáveis pela expansão territorial foram: as bandeiras, a pecuária e a expansão oficial. As Bandeiras: foram expedições de caráter particular, estruturadas militarmente, cujos objetivos se constituíram nas seguintes fases: - De apresamento (ou caça ao índio), aqueles já catequizados de preferência; - Ouro de lavagem e pedras preciosas; - Sertanismo de contrato: os bandeirantes eram chamados, na maioria das vezes, para guerrear contra tribos indígenas insurretas e contra os quilombos, pois conheciam muito bem o sertão e eram chamados também de sertanejos. Obs.: Tiveram como núcleo de irradiação a capitania de São Vicente, especialmente a cidade de São Paulo. Com o declínio da produção açucareira, a capitania passa a viver de uma economia de subsistência, escravizando índios para usá-los como mão-de-obra doméstica. Com uma população pobre, o único recurso foi procurar recursos fora de São Paulo, daí a formação das Bandeiras. · Monopolizando o tráfico negreiro, os holandeses só forneciam escravos às regiões brasileiras que estavam sob seu domínio. · A Bahia e o Rio de Janeiro, onde também se produzia açúcar, com a suspensão do tráfico, passaram a se constituir em amplos mercados para a mão-de-obra indígena, alcançando aí altos preços. Assim, o índio, que até então era caçado para o trabalho, passava agora a ser caçado como mercadoria. · Os bandeiras procuravam riquezas, submetendo índios, escravos fugidos e descobrindo metais preciosos. 29
  • 31. · Os bandeirantes ingressaram então numa fase de apresamento maciço, penetrando no sertão, atacando as missões jesuíticas de Guaíra, Itatim, Tapé, localizadas na região Paraná- Paraguai e Rio Grande do Sul, onde milhares de índios trabalhavam na terra ou no pastoreio, dirigidos e orientados pelos padres marianos. Dentre as bandeiras apresadoras destacaram-se a de Antonio Raposo Tavares e Manuel Preto. · Com a reconquista de Angola, em 1648, por Portugal, é restabelecido o tráfico negreiro para o Brasil português. E, como o negro africano era considerado mais produtivo que o indígena brasileiro, os colonos preferiam o trabalho do escravo negro. Além disso, os lucros do comércio escravista passariam para os portugueses, deixando de ser dos colonos bandeirantes. Dessa forma, o apresamento entra em declínio, deixando como resultado a escravidão de milhares de índios, a destruição das missões e a ruptura da linha de Tordesilhas, penetrando em terras espanholas que seriam, mais tarde, incorporadas ao Brasil. A Pecuária O gado bovino, introduzido na Bahia por Tomé de Sousa, foi utilizado, na colônia, para alimentação, transporte e tração. Funcionando como economia secundária, a pecuária esteve ligada durante os séculos XVI e XVII à agricultura tropical e, durante o século XVIII, à mineração. A pecuária possibilitou o aproveitamento da mão-de-obra disponível do índio e do mameluco com remuneração, os quais se adaptaram ao trabalho do pastoreio. Pela característica do trabalho do vaqueiro, que tem de percorrer longas distâncias a cavalo, não era possível usar escravos, que, provavelmente, fugiriam abandonando os animais ou levando-os junto. Dessa forma, todo o trabalho ligado à pecuária era feito por homens livres, que recebiam determinado pagamento pelo serviço realizado. Os vaqueiros, homens responsáveis pelos animais, recebiam como pagamento uma cria a cada quatro bezerros nascidos e acertavam contas com o fazendeiro a cada cinco anos. Os vaqueiros acabavam formando pequenos rebanhos de sua propriedade e, muitos deles, partiam para a criação de sua própria fazenda de gado. Com as novas fazendas, maior expansão territorial, maior conquista e avanço em direção ao interior, a pecuária, que nasceu ligada às necessidades dos engenhos, tornou-se atividade autônoma que se justificava economicamente. Entradas: expedições organizadas pela metrópole portuguesa, com os objetivos de: - defesa do território, - exploração econômica da Amazônia e; - aproveitamento econômico do Rio Prata. A Mineração Desde a descoberta e, posteriormente, com a colonização, os portugueses sonhavam em encontrar metais preciosos no Brasil. Durante todo o século XVI, Portugal organizou “entradas” para o interior, a fim de desbravar os sertões à procura de ouro. O movimento bandeirante, desenvolvido em 30
  • 32. princípios do século XVII, realizou diversas expedições pelo sertão à procura do ouro, até encontrá-lo em Minas Gerais. Para que os escravos não engolissem as pedras encontradas, cada um era vigiado por um feitor, numa espécie de linha de montagem. A exploração do minério não exigia grandes capitais nem sequer técnicas avançadas, pois o ouro obtido nesta época foi, basicamente, o “ouro de aluvião”, isto é, o ouro que fica na superfície dos leitos dos rios ou do solo. A organização da produção foi feita através de unidades que se compunham de dois tipos: • Lavras – unidades de grande porte, dispondo de aparelhos mais sofisticados e usando um grande número de escravos; • Faisqueiras – unidades pequenas e móveis, trabalhadas pelos próprios interessados, ou por escravos que pagavam aos seus senhores uma contribuição. Eram as unidades mais frequentes. 4.2 - Formação étnica do povo brasileiro. Formação étnica da população brasileira: composição da população por cor de pele O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. A partir do período colonial, no século XVI, a miscigenação da população se tornou mais intensa. A relação entre colonos portugueses e escravos gerou os mestiços, bem como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo. Quanto à etnia, podemos dizer que a maioria da população brasileira é mestiça. Porém, os últimos censos ressaltaram apenas a cor da pele da população. Classificando a população quanto à cor da pele, podemos dizer que os indígenas estão reduzidos a cerca de 0,4% da população brasileira, repercutindo o etnocídio a que foi sujeitada, com a extinção de inúmeras nações indígenas. Os negros representam 6% da população total, os brancos representam 53,8% e os mestiços (pardos) representam 39,1% da população brasileira. Vale lembrar que esses índices não representam especificamente a formação étnica da população brasileira. Segundo o IBGE, o número de índios cresceu consideravelmente de 1991 a 2000, com um aumento de 138,5%, representando 0,4% da população brasileira. Porém, o chefe do departamento de documentação da Funai (Fundação Nacional do Índio), André Ramos alerta que os números devem ser considerados com ressalvas, pois segundo ele o IBGE usa critérios de autodeclaração, o que pode causar distorções, no entanto, André acredita Ramos que há tendências de crescimento. 31
  • 33. 4.3 - Migrações populacionais. “As migrações populacionais referem-se aos deslocamentos de populações entre regiões de um mesmo país ou entre países. [...] Com a tendência mundial a uma estabilização do crescimento vegetativo das populações, as migrações estão-se constituindo no elemento mais importante da vida de grandes contingentes populacionais”. (Oliva, Jaime e Giansanti, Roberto. Espaço e Modernidade: temas da Geografia Mundial. Atual. p. 190. 2001). Tal deslocamento pressupõe causas estruturais. Ainda que existam causas político-ideológicas, naturais, religiosas, psicológicas e bélicas, as causas econômicas, ao longo da História, têm sido predominantes. Outras causas que colocam milhões de pessoas em movimento são: a) Perseguições políticas, religiosas ou étnicas. b) Guerras. c) Desastres naturais (cheias, secas, vulcões em erupção). d) Estagnação econômica. Da mesma forma, para que outras áreas possam-se constituir em lugares de atração, devem apresentar, entre outras: a) Expansão das atividades econômicas. b) Tolerância política, ideológica, religiosa ou racial. c) Dinamismo econômico. d) Estímulos por parte do Estado. Podemos classificar os movimentos migratórios segundo alguns aspectos. Entre eles merecem destaque: QUANTO AO TIPO: a) Espontâneo ou voluntário - Quando a decisão da saída parte do próprio sujeito. Exemplo - Italianos, alemães, espanhóis que vieram para a América. b) Forçado – Quando o sujeito é obrigado a migrar. Exemplo – Tráfico de escravos africanos. c) Controlado – Quando a migração faz parte da política de um Estado que atua regulando o fluxo de pessoas tanto para fora quanto para dentro de suas fronteiras. Subdivide-se em: 1. Restringido - Quando o Estado impõe restrições, dificultando a imigração. Exemplo - A política atual de imigração dos EUA. 2. Estimulado – Quando o Estado possibilita o fluxo migratório tanto interna quanto externamente (entrada de estrangeiros). Exemplo – A migração estrangeira para as fazendas de café no Brasil. 32
  • 34. 4.4 - Urbanização - história, metropolização, hierarquia e redes urbanas. URBANIZAÇÃO E METROPOLIZAÇÃO NO BRASIL As metrópoles são as maiores e mais bem equipadas cidades de um país. No Brasil, desenvolveu-se uma urbanização concentradora, isto é, que forma grandes cidades e metrópoles. Em 1950, só existiam duas cidades com população acima de 1 milhão de habitantes: Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2000, ambas apresentam mais de 5 milhões de habitantes, e 13 municípios passaram a contar com população urbana superior a 1 milhão de habitantes. Em 1950, São Paulo não se incluía entre as 20 cidades mais populosas do mundo. No ano 2015, segundo estimativas da ONU, a região metropolitana de São Paulo, com 20,3 milhões de habitantes, será a quarta maior aglomeração urbana no mundo, antecedida por Tóquio, no Japão (28,9 milhões), Bombaim, na Índia (26,3 milhões) e Lagos, na Nigéria (24,6 milhões). Ela é a metrópole que melhor reflete o caráter concentrador da urbanização no País. O censo de 2000 mostrou que a população brasileira ainda se concentra nas grandes cidades e nas metrópoles. Em 1970, as regiões metropolitanas reuniam 24,3 milhões de pessoas; em 2000, passaram a contar com 67,8 milhões de pessoas, ou seja, esta população quase que triplicou em três décadas, representando 40,0% do total do País. No entanto a população das capitais estaduais vem crescendo mais lentamente do que a do País. Este é um dado recente e importante, porque as grandes cidades ficam um pouco mais aliviadas dos problemas gerados pelo excesso de população. 33
  • 35. REDE E HIERARQUIA URBANAS O processo de urbanização compõe a chamada rede urbana, um conjunto integrado ou articulado de cidades em que se observam a influência e a liderança das maiores metrópoles sobre as menores (centros locais). A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de liderar e influenciar outros por meio da oferta de bens e serviços à população. Pode ser uma metrópole nacional (se influencia todo o território nacional) ou uma metrópole regional (se influencia certa porção ou região do País). O ESPAÇO URBANO: PROBLEMAS E REFORMA De um lado, há a cidade formal, na maior parte das vezes bem planejada, com bairros ricos, ruas arborizadas, avenidas largas, privilegiada por equipamentos e serviços. Contrasta, de outro lado, com a cidade informal, composta pela periferia pobre, pelos subúrbios, pelas favelas, com ruas estreitas, sem planejamento, pela ocupação desordenada e sem infra-estrutura adequada. Na cidade informal ou “oculta”, concentram-se os problemas urbanos, e sua população engrossa as estatísticas dos desempregados, dos subempregados, da violência. A cidade formal, preocupada com a violência, cerca-se de muros, guaritas, equipamentos de segurança (alarme, interfones, câmeras), acentuando a segregação espacial. Curiosidades O censo 2000 mostra que São Paulo é o município mais populoso do país, com 10,4 milhões de habitantes. O menos populoso é Borá, no interior paulista, com apenas 795 habitantes. A METRÓPOLE É O CENTRO DA REDE URBANA: Cidades que se relacionam entre si, trocando bens, serviços e capitais, além do movimento de pessoas. Quanto mais desenvolvidos forem os meios de transporte e comunicação de uma região, mais integrada será a rede urbana. Países desenvolvidos têm redes urbanas mais integradas. · Metropolização: multiplicação de grandes cidades metropolitanas. · Região Metropolitana de São Paulo: 39 municípios e 20 milhões de hab. · Grande Rio: 17 municípios e 11 milhões de hab. · Grande BH: 34 municípios e 5 milhões de hab. 34
  • 36. · A urbanização aumenta rapidamente a partir de 1940; · Porém, o ímpeto da urbanização vem diminuindo. Isso indica que o processo está se esgotando TENDÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA · Interiorização: as populações começam a procurar as cidades menores, de vida mais fácil. · Na década de 1990, as cidades com população entre 100 mil e 500 mil hab. foram as que mais cresceram. · As metrópoles continuam crescendo, mas em ritmo menor. · Periferização da Metrópole: os núcleos centrais crescem menos que as cidades periféricas. CIDADE GLOBAL · Não importa a quantidade de habitantes e sim a capacidade de se relacionar com os grandes centros mundiais de poder econômico. · Sedes de empresas transnacionais, organizações financeiras (Banco e Bolsa de Valores), irradiam tecnologia. Existem várias categorias com diferentes graus de desenvolvimento. CIDADES ALFA - com serviço completo · 12 pontos: Londres, Nova York, Paris e Tóquio; · 10 pontos: Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão, Hong Kong e Singapura; CIDADES BETA - MAIORES CIDADES GLOBAIS · 9 pontos: San Francisco, Sydney, Toronto, Zurique; · 8 pontos: São Paulo, Cidade do México, Madri, Bruxelas · 7 pontos: Moscou e Seul; CIDADES GAMA - MENORES CIDADES GLOBAIS · 6 pontos: Amsterdã, Boston, Dallas, Caracas, Düsseldorf, Genebra, Houston, Jacarta, Johannesburgo, Melbourne, Osaka, Praga, Taipé e Washington. · 5 pontos: Bangcóc, Beijing, Montreal, Roma, Estocolmo, Varsóvia 35
  • 37. · 4 pontos: Atlanta, Barcelona, Berlim, Budapeste, Buenos Aires, Copenhague, Hamburgo, Istambul, Kuala Lumpur, Manila, Miami, Minneapolis, Munique e Xangai. · Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais básicos de uma determinada região .Trazendo consigo, sempre uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na cultura como na economia ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente. · A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que comporta uma ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua população;como os meios de transporte e comunicação podem influenciar para a industrialização de uma determinada região. Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região?Como fica o desenvolvimento de uma região pouco industrializada?Essas e outras questões, serão abordadas a seguir,tendo como principal objetivo,fazer que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA ! 4.5 - O espaço da atividade industrial. A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e também entre as regiões. Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos. A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata. A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo 36
  • 38. industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais. A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande concentração espacial da indústria no Sudeste. A concentração industrial no Sudeste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região metropolitana de São Paulo. Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL Sudeste: 37
  • 39. Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica, de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro poloindustrial, marcado pela variedade e volume de produção. Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas. O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhadores que as produziram? A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São Paulo. Constitui-se também, de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc. Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico. Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou com a ocorrência de matéria-prima. É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna (leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia (cereais), etc. O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão. No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial: comércio, serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte , etc. Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas. Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação. Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades. Sul: A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações. O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal. A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, implicou também na 38
  • 40. incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro- Sul. Objetivando a integração brasileira com os países do MERCOSUL, a indústria do Sul conta com empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e química fina). A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo. Nordeste: A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente mais sofisticado. A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool. As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras. A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e utilização de derivados do petróleo. Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada. As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população operária. O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza. Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió. A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia, ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção a este. Centro-Oeste: Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro- Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas. A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação. Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação. Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo. Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e 39
  • 41. matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal. Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que contribui para o maior valor de sua produção industrial. As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área. No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação industrial. Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial. Norte: A atividade industrial no Norte é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à exportação. Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos. A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se a produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelamento, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos. As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões. Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus. COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças culturais,e principalmente, mudanças na economia. A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior. Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam,fazendo-se aumentar o número de empregos informais surgidos nessa região. Além de mudanças na cultura e economia, surgem também, mudanças no espaço geográfico:em alguns casos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação dos danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas posteriormente. A ZONA FRANCA DE MANAUS (ZFM) 40
  • 42. A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997. Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica. A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e aumento do conteúdo importado dos produtos finais. A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma determinada região. Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação. Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando a obtenção de lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de comunicação. O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa, é necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final. OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA As economias capitalistas tiveram, do pós-guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica). A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da 41
  • 43. químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio ambiente. De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos. A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento. Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de efluentes poluidores. CONCLUSÃO Uma indústria em certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um povo.Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas inteiros,um prejuízo sem recuperação. Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos. Será que hoje em dia a humanidade conseguiria viver sem comodidade e tecnologia?Sem um celular ou um computador, ou mesmo uma televisão ou um rádio? E se não existisse o carro?Ou mesmo você não pudesse nem sonhar em ir de ônibus para o trabalho, tivesse que ir de carro de boi?Enfim, o mundo não seria o mesmo, sem seus produtos industrializados! 4.6 - A regionalização do espaço (regiões geoeconômicas - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia) REGIÕES GEOECONÔMICAS DO Brasil A divisão oficial do Brasil em cinco regiões foi criada, em 1969, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mas, antes disso, em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, 42