Saúde mental e trabalho: prazer, sofrimento e adoecimento
1. Saúde Mental e Trabalho:
Prazer, Sofrimento e Adoecimento
Roberta Nunes
Psicóloga
Orientação: Profª Ana Carolina Schmidt de Oliveira
e Prof.Hewdy Lobo Ribeiro
UNIP
São Paulo/2013
2. Saúde Mental e Trabalho:
Prazer, Sofrimento e Adoecimento
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de
Saúde Mental para Equipes Multiprofissionais da
Universidade Paulista, como requisito para obtenção do
título de Especialista.
3. Introdução:
Mudança de cenário social e econômico:
Revolução Industrial;
Mudanças tecnológicas: mudanças em nível
produtivo e social;
Nova relação entre trabalho e capital:
Capitalismo
Novo modelo de trabalho: tarefas monótonas
e repetitivas;
Diversos fatores refletem diretamente na
saúde dos trabalhadores;
4. Introdução:
Necessidade de se pensar sobre a questão
da Saúde do Trabalhador;
Relação entre trabalho e saúde;
Objetivo: promoção e proteção da saúde do
trabalhador;
Quem é considerado trabalhador?
( Ministério da saúde)
5. Introdução:
Definição Saúde do Trabalhador – Lei
Orgânica da Saúde (1990):
“ Conjunto de atividades que se destina, por meio das
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à
promoção e proteção da saúde do trabalhador, assim
como visa à recuperação e à reabilitação dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
das condições de trabalho.”
6. Introdução:
Falta um olhar direcionado e diferenciado para
a Saúde do Trabalhador;
Predomínio do olhar capitalista: voltado aos
interesses das instituições.
7. Introdução:
Prefeitura do Município de São Paulo – Atlas Municipal de
Gestão de Pessoas 2012:
Aumento do número de licenças médicas de entre 2009 e 2011;
Licenças médicas: em torno de 20%;
Aposentadorias por invalidez: em torno de 50%;
Readaptação funcional: em torno de 30% (2ª maior causa);
Transtornos do humor são os que mais readaptam.
8. Introdução:
Previdência Social 2012:
3º lugar em concessão de auxílio doença acidentário;
Entre 12 e 13 mil afastamentos por ano (2008 – 2011);
Transtornos do humor.
9. Introdução:
Organização Mundial de Saúde (1997):
Transtornos mentais menores: cerca de 30%
Transtornos mentais graves: em torno de 05 à 10%
10. Introdução:
Transtornos Mentais relacionados ao trabalho: multifatorial;
Atividades relacionadas ao trabalho podem produzir tanto
lesões e disfunções biológicas quanto reações psíquicas;
Vivência e organização do trabalho: repercussão positiva ou
negativa.
11. Introdução:
Política Pública:
Decreto nº 7.602 (07/11/2011) – Dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador;
Portaria 1.823 (24/08/2012) – Institui a Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
12. Introdução:
Por que as pessoas estão adoecendo?
Formas de reabilitar e prevenir?
Necessidade de intervenções e políticas públicas;
Pouco material científico a respeito das possibilidades de
intervenção.
13. Justificativa:
Tema muito relevante e ainda pouco
estudado;
Aumento do número de trabalhadores
adoecidos;
Motivos dos adoecimentos já são conhecidos,
agora precisa-se pensar em intervenções.
14. Objetivo:
Levantar intervenções para prevenção e manejo
dos transtornos mentais relacionados ao trabalho
descritas na literatura acadêmica brasileira.
15. Metodologia:
Revisão bibliográfica sistemática;
Bases de Dados Científicas: LILACS e EBSCO;
Publicações relacionadas ao tema Saúde do Trabalhador;
LILACS: “saúde do trabalhador” AND “estudos de intervenção”
e “estresse ocupacional” AND “intervenções”;
EBSCO: “saúde do trabalhador” AND “intervenções”;
Em ambas as bases: Artigos completos e em português;
Critério de Inclusão: Leitura do título e resumo;
Critério de Exclusão: Fora da temática principal e artigos que
tratavam de categorias profissionais específicas.
16. Resultados:
Autor/Ano Título Amostra Metodologia Resultados Conclusões
MURTA, S.
G., 2007.
Avaliação de Processo
de um Programa de
Manejo de Estresse
Ocupacional.
Participaram 74
funcionários de
uma
Universidade,
dos quais 42
foram
designados para
uma intervenção
multimodal de
manejo de
estresse e 32
para um
treinamento em
habilidades
sociais.
Participantes
divididos em
dois grupos:
Manejo de
Estresse e
Habilidades
Sociais. Ambos
os grupos
receberem 12
sessões de 60
minutos cada,
com
periodicidade
semanal.
Os resultados
coletados
mostram que as
metas
intermediárias
foram alcançadas
de modo similar
entre as
intervenções e
que os
participantes de
ambas as
intervenções
perceberam
benefícios obtidos
no programa.
Ambas as
intervenções
produziram
atitudes
positivas nos
participantes
com relação aos
benefícios
percebidos
como sendo
derivados das
intervenções. O
programa foi
visto como
bastante
positivo e fonte
de inúmeros
benefícios.
17. Resultados:
Autor/Ano Título Amostra Metodologia Resultados Conclusões
MORENO, F.
N.; GIL, G. P.;
HADDAD,
M.C.L.;
VANNUCHI,
M.T.O.,2011.
Estratégias e
Intervenções no
Enfrentamento da
Síndrome de Burnout.
46 artigos, três
dissertações e
três livros.
Busca
bibliográfica
exploratória nas
bases de dados
LILACS e
SCIELO e
também em
livros,
dissertações e
teses, a partir
dos descritores
burnout and
tratamento,
coping and
burnout,
esgotamento
profissional,
estresse
ocupacional e
quemarse.
Da amostra final de
46 artigos, 18
citam que são
necessárias ou
sugerem que
sejam
desenvolvidas
estratégias de
enfrentamento do
estresse
ocupacional e
prevenção, porém
não as descrevem.
Apesar do
crescente
interesse pelo
estudo do
estresse ainda
há poucas
referências.
As estratégias
para o
enfrentamento
variam de acordo
com o objetivo
desejado.
18. Resultados:
Autor/Ano Título Amostra Metodologia Resultados Conclusões
MURTA, S.
G.;
TRÓCCOLI,
B. T.; 2009.
Intervenções
Psicoeducativas para
manejo de estresse
ocupacional: um estudo
comparativo.
Participaram 74
funcionários de
uma
Universidade de
Goiás, dos quais
42 foram
designados para
uma intervenção
multimodal de
manejo de
estresse e 32
para um
treinamento em
habilidades
sociais.
Comparação
entre uma
intervenção
multimodal de
manejo de
estresse e treino
de habilidades
sociais.
Os resultados
obtidos não
encontraram
superioridade de
um tipo de
intervenção sobre
outro, com exceção
de pressão arterial
diastólica, mais
baixa na
Intervenção de
Manejo de
estresse.
Os resultados
encontrados
contrariaram as
expectativas de
superioridade
dos resultados
da Intervenção
Manejo do
estresse sobre a
intervenção em
Habilidades
Sociais.
19. Resultados:
Autor/Ano Título Amostra Metodologia Resultados Conclusões
VASCONCELOS
, A.; FARIA, J.H.,
2008.
Saúde Mental no
Trabalho:
Contradições e
Limites.
Organização
empresarial de
grande porte, que
atua, entre
outros, no setor
educacional.
30 funcionários.
Pesquisa
realizada no
período entre
junho e
dezembro de
2006, pesquisa
qualitativa
aplicada a
estudo de caso.
Observação
não-
participante e
entrevistas
semi-
estruturadas.
Segundo a
pesquisa os sinais
subjetivos são as
primeiras
manifestações de
doenças mentais
ou
psicossomáticas.
Apesar dessa
percepção não há
mobilização dos
trabalhadores em
prol de um
ambiente com
menos riscos para
a Saúde Mental.
Intervenções
pontuais e
paliativas são
empregadas ao
invés de se
realizar uma real
análise
organizacional,
que permitiria
uma análise
mais profunda
dos fatores que
geram o
sofrimento e o
adoecimento do
trabalhador.
20. Discussão:
Fatores geradores do adoecimento já são
conhecidos;
Produzir pesquisas científicas tratando de
intervenções;
Prevenção, minimização de danos, reabilitação.
22. Discussão:
Tipos de Intervenção:
Técnicas únicas;
Técnicas multimodais;
Em nível organizacional;
Em nível individual;
Combinadas.
23. Discussão:
Intervenções Organizacionais:
Contexto ocupacional;
Modificação do ambiente e clima do trabalho;
Rever os processos de trabalho, estilos de
liderança, participação efetiva do grupo na
tomada de decisões.
26. Discussão:
Grupos de Reflexão:
Construção coletiva: formas de pensar,
organização do trabalho;
Melhoria da comunicação e relacionamentos
interpessoais;
Fóruns de discussão e reflexão;
Minimizar os impactos do estresse.
28. Discussão:
Programas de Promoção à Saúde:
Visão integrada do indivíduo;
Ginástica laboral;
Psicoeducação;
Aconselhamentos individual e coletivos.
29. Discussão:
Manejo do Estresse Ocupacional:
Modos de enfrentamento aos fatores estressores;
Mecanismos de enfrentamento Redução do risco de
adoecimento;
Formato psicoeducativo;
Redução da tensão, melhora nas habilidades de comunicação,
solução de problemas, manejo do tempo, autocontrole;
Minimizar o impacto dos estressores ocupacionais.
30. Discussão:
Ações de Prevenção:
Adoecimento entendido como
responsabilidade coletiva;
Responsabilidade
compartilhada;
Maior efetividade quando as
ações são combinadas e
quando todas as partes
envolvidas participam.
Processo de
Trabalho
Organização
Indivíduo
31. Conclusão:
Entendimento sobre a relação entre a questão
ocupacional x saúde/doença;
Trabalho x Adoecimento;
Doença x Produtividade;
Eficácia da parceria: indivíduo e organização.
32. Conclusão:
Literatura Brasileira:
Bastante estudos sobre fatores de adoecimento;
Poucos estudos sobre estratégias de intervenção;
Estudos não conclusivos: O que é efetivo? Para
quem? Em quais situações?
33. Referências:
BRASIL. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da
Saúde. Brasília, 19
set. 1990. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em:
17/05/2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho:
manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília:
Ministério da Saúde do Brasil, 2001. Disponível em:
<http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1.p
df>. Acesso em:16/05/2013.
BRASIL. Decreto 7602 de 07 de novembro de 2011. Política Nacional
de Segurança e Saúde no Trabalho. Brasília, 2011. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7602.htm> Acesso em: 13/08/2013.
34. Referências:
GRANDE, Antonio José et al . Comparação de intervenções de
promoção à saúde do trabalhador: ensaio clínico controlado
randomizado por cluster. Florianópolis, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-
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MORENO, Fernanda Novaes; GIL, Gislaine Pinn; HADDAD, Maria do
Carmo Lourenço; VANNUCHI, Marli Terezinha Oliveira. Estratégias e
Intervenções no enfrentamento da síndrome de burnout. Disponível em:
<http://www.facenf.uerj.br/v19n1/v19n1a23.pdf> Acesso em:
18/03/2013.
MURTA, Sheila Giardini; TROCCOLI, Bartholomeu Tôrres. Intervenções
psicoeducativas para manejo de estresse ocupacional: um estudo
comparativo. Rev. bras. ter. comport. cogn., São Paulo, v. 11, n.
1, jun. 2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
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35. Referências:
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manejo de estresse ocupacional. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v.
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
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OLIVEIRA, Juliana Roman dos Santos et al . Fadiga no trabalho: como o
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Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes
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36. Referências:
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Gestão de Pessoas. São Paulo, 2012.
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