SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
“O Mundo em que vivi” de Ilse Losa
                                     O Tempo




          Professora Vanda Barreto
O Tempo
  O tempo é uma das categorias da narrativa. Entre outros aspetos, é

o tempo que estabelece a duração da ação e marca a sucessão

cronológica dos acontecimentos. Convém distinguir:

    Tempo histórico

    Tempo da diegese

    Tempo do discurso

    Tempo psicológico




                           Professora Vanda Barreto                2
Tempo Histórico
  O tempo histórico é a época ou o período histórico, no qual a ação
decorre.
  Atividade:
      •    Abre o livro na página 20.
      •    No 1º parágrafo, linha 8, podemos ler “Estava-se em tempo de
      guerra...”
      •    Que guerra será? Do que conheces da história, o narrador referir-
      se-á à 1ª ou à 2ª?
      •    No final da página seguinte, encontramos “O último ano da guerra
      estava a aproximar-se do fim.” (linha 29)



                               Professora Vanda Barreto                    3
• Data da 1ª Guerra Mundial: 28/07/1914- 11/11/1918
• Data da 2ª Guerra Mundial: 01/09/1939- 02/09/1945
• Encontra um novo indício temporal na página 22, 2º
parágrafo:
• “Só tinha um ano de idade quando fora mobilizado ... no ano
de 1914,...”
• Sabemos que Rose tem nesta altura 4 anos. (página 17).
• Ou seja, podemos localizar o início da ação em...
• ...1918
• Agora vais tu descobrir quando termina.
• Pistas: página 183, penúltimo parágrafo.




                     Professora Vanda Barreto               4
Tempo Histórico
Período entre as duas grandes guerras mundiais.
                 1918  1939




                Professora Vanda Barreto          5
Tempo da Diegese
   É o tempo durante o qual a ação se desenrola. Indícios do tempo da
diegese são referências a anos, estações, meses, dias, partes de
dias, horas, festividades, etc.
   Abre a página 66 do livro.
   Que marca temporal encontramos no início do capítulo?
   “O primeiro dia de escola.”
   E na página 68?
   “No fim do ano letivo,...”
   Podemos então deduzir que passou um ano letivo, ou seja, 10 meses.


                                  Professora Vanda Barreto              6
Tempo da Diegese
                        Continua a partir da página 77.
 “O Verão...” (p.77)
 “O primeiro grande dia de festa religiosa, o Rosh Hashanah ou dia do Ano
Novo,...” (p. 79)
 “O Natal... Com um mês de antecedência...” (p.80)
 “Numa tarde de Inverno...” (p.82)
 “Aparecia duas vezes por semana...”(p.83)




                              Professora Vanda Barreto                   7
Tempo da Diegese
                        Agora continua tu, até à página 93.
 “Um mês depois...” (p.85)
 “Uma tarde de Inverno.” (p.88)
 No dia seguinte,...” /“... naquela manhã.” (p.89)
 “... fizemos uma viagem...para passar as férias...” (p.90)
 “A festa de Passah, a Páscoa dos judeus,...” (p.90)
 “... a noite de festa.” (p.91)
 “Quando nos sentámos à mesa...” (p.91)
 “Num dia de Verão.” (p.93)




                                   Professora Vanda Barreto    8
Tempo do Discurso
   É a forma como o narrador conta os acontecimentos.
   Pode fazê-lo pela ORDEM LINEAR, ou seja, contar primeiro os
acontecimentos mais antigos e por último, os mais recentes.
   Mas, também pode fazê-lo alterando essa ordem linear, utilizando a
ANACRONIA.
   A anacronia é a alteração da ordem natural dos acontecimentos e pode
ocorrer de duas formas:
   Analepses – recuo na linha do tempo (o narrador recorda ou evoca
acontecimentos do passado);
   Prolepses – avanço na linha do tempo (o narrador antecipa os
acontecimentos, contando-nos algo que só aconteceria mais tarde)

                              Professora Vanda Barreto                9
Tempo do Discurso
   Abre o livro na página 35. Relê-a.
   “- Houve um tempo em que não era permitido aos judeus viverem e
trabalharem como lhes apetecesse ou lhes desse prazer. Forçados ao
isolamento em vielas escuras, só se podiam dedicar a determinados
negócios.”
   Aqui há uma analepse, um recuo no tempo. O avô Markus recorda algo do
passado para explicar a Rose o significado de “tradição”.


                          Procura outra na página 179.




                                Professora Vanda Barreto              10

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Episódio de inês de castro
Episódio de inês de castroEpisódio de inês de castro
Episódio de inês de castro
Quezia Neves
 
Principais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesaPrincipais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesa
Thepatriciamartins12
 
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
inessalgado
 
Como fazer uma apresentação oral?
Como fazer uma apresentação oral?Como fazer uma apresentação oral?
Como fazer uma apresentação oral?
becastanheiradepera
 
O estado do tempo - geografia
O estado do tempo - geografiaO estado do tempo - geografia
O estado do tempo - geografia
Catarina Sequeira
 
A pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John SteinbeckA pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John Steinbeck
esodateliesbe
 

Mais procurados (20)

Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas" Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
 
Poesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - ResumoPoesia Trovadoresca - Resumo
Poesia Trovadoresca - Resumo
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
Episódio de inês de castro
Episódio de inês de castroEpisódio de inês de castro
Episódio de inês de castro
 
Trabalho 25 de abril 2
Trabalho 25 de abril   2 Trabalho 25 de abril   2
Trabalho 25 de abril 2
 
Uma aventura
Uma aventuraUma aventura
Uma aventura
 
Principais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesaPrincipais acidentes da costa portuguesa
Principais acidentes da costa portuguesa
 
Notas na flauta bisel
Notas na flauta biselNotas na flauta bisel
Notas na flauta bisel
 
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
"História da gata borralheira", de Sophia de Mello Breyner
 
Textos de opinião
Textos de opiniãoTextos de opinião
Textos de opinião
 
Amor de perdição
Amor de perdiçãoAmor de perdição
Amor de perdição
 
Como fazer uma apresentação oral?
Como fazer uma apresentação oral?Como fazer uma apresentação oral?
Como fazer uma apresentação oral?
 
O estado do tempo - geografia
O estado do tempo - geografiaO estado do tempo - geografia
O estado do tempo - geografia
 
13407362-As-palavras-Eugenio-de-Andrade.docx
13407362-As-palavras-Eugenio-de-Andrade.docx13407362-As-palavras-Eugenio-de-Andrade.docx
13407362-As-palavras-Eugenio-de-Andrade.docx
 
A pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John SteinbeckA pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John Steinbeck
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
 
Lagrima de preta, estrutura, opinião
Lagrima de preta, estrutura, opiniãoLagrima de preta, estrutura, opinião
Lagrima de preta, estrutura, opinião
 
Memorial do Convento - Cap. V
Memorial do Convento - Cap. VMemorial do Convento - Cap. V
Memorial do Convento - Cap. V
 
Atos de fala
Atos de falaAtos de fala
Atos de fala
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões lírico
 

Semelhante a O mundo em que vivi (9)

563551.pptx
563551.pptx563551.pptx
563551.pptx
 
Nenhum historiador realmente respeitado e autentico duvida da existência de j...
Nenhum historiador realmente respeitado e autentico duvida da existência de j...Nenhum historiador realmente respeitado e autentico duvida da existência de j...
Nenhum historiador realmente respeitado e autentico duvida da existência de j...
 
Newsletter out2012
Newsletter out2012Newsletter out2012
Newsletter out2012
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdftipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02.pdf
 
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdftipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
tipologiatextual-130813142120-phpapp02_(1).pdf
 
História 6º ano
História 6º anoHistória 6º ano
História 6º ano
 
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
[2º fase nodernismo] s.a. vidas secas
 

Mais de Vanda Marques (20)

Planif Anual 7.docx
Planif Anual 7.docxPlanif Anual 7.docx
Planif Anual 7.docx
 
A Tempestade
A TempestadeA Tempestade
A Tempestade
 
Poesias 7
Poesias 7Poesias 7
Poesias 7
 
A pontuação
A pontuaçãoA pontuação
A pontuação
 
A notícia
A notíciaA notícia
A notícia
 
As lendas
As lendasAs lendas
As lendas
 
Funções sintáticas 1
Funções sintáticas 1Funções sintáticas 1
Funções sintáticas 1
 
Formação de palavras
Formação de palavrasFormação de palavras
Formação de palavras
 
Ilha dos Amores
Ilha dos AmoresIlha dos Amores
Ilha dos Amores
 
A história da língua
A história da línguaA história da língua
A história da língua
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Contextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadasContextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadas
 
Consílio
ConsílioConsílio
Consílio
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
A tempestade
A tempestadeA tempestade
A tempestade
 
A epopeia
A epopeiaA epopeia
A epopeia
 
Contextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadasContextualizando os lusiadas
Contextualizando os lusiadas
 
Consílio
ConsílioConsílio
Consílio
 
Texto a abóbada
Texto a abóbadaTexto a abóbada
Texto a abóbada
 

O mundo em que vivi

  • 1. “O Mundo em que vivi” de Ilse Losa O Tempo Professora Vanda Barreto
  • 2. O Tempo O tempo é uma das categorias da narrativa. Entre outros aspetos, é o tempo que estabelece a duração da ação e marca a sucessão cronológica dos acontecimentos. Convém distinguir:  Tempo histórico  Tempo da diegese  Tempo do discurso  Tempo psicológico Professora Vanda Barreto 2
  • 3. Tempo Histórico O tempo histórico é a época ou o período histórico, no qual a ação decorre. Atividade: • Abre o livro na página 20. • No 1º parágrafo, linha 8, podemos ler “Estava-se em tempo de guerra...” • Que guerra será? Do que conheces da história, o narrador referir- se-á à 1ª ou à 2ª? • No final da página seguinte, encontramos “O último ano da guerra estava a aproximar-se do fim.” (linha 29) Professora Vanda Barreto 3
  • 4. • Data da 1ª Guerra Mundial: 28/07/1914- 11/11/1918 • Data da 2ª Guerra Mundial: 01/09/1939- 02/09/1945 • Encontra um novo indício temporal na página 22, 2º parágrafo: • “Só tinha um ano de idade quando fora mobilizado ... no ano de 1914,...” • Sabemos que Rose tem nesta altura 4 anos. (página 17). • Ou seja, podemos localizar o início da ação em... • ...1918 • Agora vais tu descobrir quando termina. • Pistas: página 183, penúltimo parágrafo. Professora Vanda Barreto 4
  • 5. Tempo Histórico Período entre as duas grandes guerras mundiais. 1918  1939 Professora Vanda Barreto 5
  • 6. Tempo da Diegese É o tempo durante o qual a ação se desenrola. Indícios do tempo da diegese são referências a anos, estações, meses, dias, partes de dias, horas, festividades, etc. Abre a página 66 do livro. Que marca temporal encontramos no início do capítulo? “O primeiro dia de escola.” E na página 68? “No fim do ano letivo,...” Podemos então deduzir que passou um ano letivo, ou seja, 10 meses. Professora Vanda Barreto 6
  • 7. Tempo da Diegese Continua a partir da página 77.  “O Verão...” (p.77)  “O primeiro grande dia de festa religiosa, o Rosh Hashanah ou dia do Ano Novo,...” (p. 79)  “O Natal... Com um mês de antecedência...” (p.80)  “Numa tarde de Inverno...” (p.82)  “Aparecia duas vezes por semana...”(p.83) Professora Vanda Barreto 7
  • 8. Tempo da Diegese Agora continua tu, até à página 93.  “Um mês depois...” (p.85)  “Uma tarde de Inverno.” (p.88)  No dia seguinte,...” /“... naquela manhã.” (p.89)  “... fizemos uma viagem...para passar as férias...” (p.90)  “A festa de Passah, a Páscoa dos judeus,...” (p.90)  “... a noite de festa.” (p.91)  “Quando nos sentámos à mesa...” (p.91)  “Num dia de Verão.” (p.93) Professora Vanda Barreto 8
  • 9. Tempo do Discurso É a forma como o narrador conta os acontecimentos. Pode fazê-lo pela ORDEM LINEAR, ou seja, contar primeiro os acontecimentos mais antigos e por último, os mais recentes. Mas, também pode fazê-lo alterando essa ordem linear, utilizando a ANACRONIA. A anacronia é a alteração da ordem natural dos acontecimentos e pode ocorrer de duas formas: Analepses – recuo na linha do tempo (o narrador recorda ou evoca acontecimentos do passado); Prolepses – avanço na linha do tempo (o narrador antecipa os acontecimentos, contando-nos algo que só aconteceria mais tarde) Professora Vanda Barreto 9
  • 10. Tempo do Discurso Abre o livro na página 35. Relê-a. “- Houve um tempo em que não era permitido aos judeus viverem e trabalharem como lhes apetecesse ou lhes desse prazer. Forçados ao isolamento em vielas escuras, só se podiam dedicar a determinados negócios.” Aqui há uma analepse, um recuo no tempo. O avô Markus recorda algo do passado para explicar a Rose o significado de “tradição”. Procura outra na página 179. Professora Vanda Barreto 10