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Uso Agrícola dos Solos
     Brasileiros




          Celso Vainer Manzatto
         Elias de Freitas Junior
      José Roberto Rodrigues Peres
Uso Agrícola dos Solos
     Brasileiros
República Federativa do Brasil
             Fernando Henrique Cardoso
                      Presidente



     Ministério da Agricultura e do Abastecimento
            Marcus Vinicius Pratini de Moraes
                         Ministro



Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)



             Conselho de Administração

               Márcio Forte de Almeida
                     Presidente

                Alberto Duque Portugal
                   Vice-Presidente

               Dietrich Gerhard Quast
                Alexandre Khalil Pires
                    Sérgio Fausto
               Urbano Campos Ribeiral
                      Membros



           Diretoria-Executiva da Embrapa

                Alberto Duque Portugal
                      Presidente

              Bonifácio Hideyuki Nakasu
            José Roberto Rodrigues Peres
            Dante Daniel Giacomelli Scolari
                 Diretores executivos



                   Embrapa Solos

                Doracy Pessoa Ramos
                     Chefe Geral

                Celso Vainer Manzatto
     Chefe-Adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento

                Paulo Augusto da Eira
     Chefe-Adjunto de Apoio Técnico/Administração
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa
                       Embrapa Solos
    Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento




Uso Agrícola dos Solos
     Brasileiros



                  Editores Técnicos
                 Celso Vainer Manzatto
                 Elias de Freitas Junior
             José Roberto Rodrigues Peres




                  Rio de Janeiro, RJ
                        2002
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Solos
Rua Jardim Botânico, 1.024
22460-000 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2274-4999
Fax: (21) 2274-5291
E-mail: sac@cnps.embrapa.br
Site: http://www.cnps.embrapa.br




Projeto gráfico e arte-final
Ingrafoto Reproduções em Fotolito Ltda


Capa
Paulo Maurício de Souza Magalhães


Tratamento editorial
Ingrafoto Reproduções em Fotolito Ltda


Revisão de Português
André Luiz da Silva Lopes


Revisão final
Claudia Regina Delaia


1a edição
1a impressão (2002): tiragem 250 exemplares


                               Embrapa Solos
                       Catalogação-na-publicação (CIP)

Manzatto, Celso Vainer
   Uso agrícola dos solos brasileiros / Celso Vainer Manzatto; Elias de Freitas
Junior; José Roberto Rodrigues Peres (ed.). – Rio de Janeiro: Embrapa Solos,
2002.

    174 p.

    ISBN 85-85864-10-9

     1. Solo brasileiro. 2. Uso agrícola – Solo brasileiro I. Freitas Junior, Elias de.
II. Peres, José Roberto Rodrigues. III. Embrapa Solos (Rio de Janeiro).


                                                                CDD (21.ed.) 631.4

                                                       Copyright © 2002. Embrapa
Instituições Parceiras



•   Associação de Plantio Direto no Cerrado - APDC

•   Instituto Agronômico de Campinas - IAC

•   Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

•   Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA

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•   Embrapa Agropecuária Oeste

•   Embrapa Amazônia Oriental

•   Embrapa Clima Temperado

•   Embrapa Florestas

•   Embrapa Meio Ambiente

•   Embrapa Sede/SEA – Secretária de Administração Estratégica

•   Embrapa Semi-árido

•   Embrapa Solos

•   Embrapa Trigo
Autores




Alberto Carlos de Campos Bernardi                    Clayton Campanhola
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Solos e Nutri-         Engenheiro Agrônomo, PhD em Entomologia,
ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos,        Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente,
e-mail: alberto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim          e-mail: clayton@cnpma.embrapa.br. Rod. Cam-
Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP:          pinas-Mogi Mirim, km 127,5, Bairro Tanquinho
22460-000.                                           Velho, Jaguariúna, SP, CEP: 13820-000.

Antonio Ramalho Filho
                                                     Elizabeth Presott Ferraz
Engenheiro Agrônomo, PhD em Estudo de So-
                                                     Bacharel em Estatística, Consultora Inter-
los, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:
                                                     na da Presidência do INCRA, e-mail:
ramalho@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni-
                                                     elizabeth@incra.gov.br. Ed. Palácio do Desen-
co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.
                                                     volvimento, 18 andar, sala 1811 – SBN, Brasília,
                                                     DF. CEP: 70o57-900.
Carlos Alberto Flores
Engenheiro Agrônomo, M.Sc. Manejo do Solo,
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, e-           Enio Fraga da Silva
mail: flores@cpact.embrapa.br. Br 392, Km 78,        Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Solos e Nutrição
Pelotas, RS, CEP: 96001-970.                         de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:
                                                     enio@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico, nº
Carlos Alberto Silva                                 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Ciência do Solo,
Professor da Universidade Federal de Lavras, e-
                                                     Fernando Falco Pruski
mail: csilva@ufla.br. DCS/UFLA, Cx. Postal: 37,
                                                     Engenheiro Agrícola, Doutor em Engenharia
Lavras, MG, CEP: 37200-000.
                                                     Agrícola – Recursos Hídricos e Ambientais, Pro-
                                                     fessor Titular da Universidade Federal de Viçosa
Celso de Castro Filho
                                                     – UFV, Pesquisador Bolsista do CNPq do De-
Engenheiro Agrônomo, PhD em Conservação de
                                                     partamento de Engenharia Agrícola, e-mail:
Solo, Pesquisador em Manejo e Conservação do
                                                     ffpruski@ufv.br. Av. P. H. Rolfs, s/nº, Viçosa, MG,
Solo do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR,
                                                     CEP: 36571-000.
e-mail: cccastro@pr.gov.br. Rod. Celso Garcia Cid,
km 375, Londrina, PR, CEP: 86001-970.
                                                     Fernando Luis Garagorry Cassales
Celso Vainer Manzatto                                Economista, PhD em Economia Agrícola,
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Produção Ve-           Pesquisador da Embrapa/SEA, e-mail:
getal, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:         garag@sede.embrapa.br. Parque Estação Bio-
manzatto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni-         lógica – PqEB, Final Av. W/3 Norte, Cx. Postal:
co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.     040315, Brasília, DF, CEP: 70770-901.
Flávio Hugo Barreto Batista da Silva               José Maria Gusman Ferraz
Engenheiro Agrônomo, M.Sc. em Engenharia           Biólogo, D. Sc. em Ecologia, Pesquisador
Agrícola, Pesquisador da Embrapa Solos – UEP       da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
Recife, e-mail: flaviohu@cnps.embrapa.br. Rua      ferraz@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP 340, Km
Antônio Falcão, 402 - Boa Viagem, Recife, PE,      127,5, Jaguariúna, SP, CEP: 13820.000.
CEP: 51020-240.
                                                   Ladislau Araújo Skorupa
Heloísa F. Filizola                                Engenheiro Florestal, D.Sc. em Botânica, Pes-
Pedóloga, D.Sc. em Ciências da Terra, Pesqui-      quisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
sadora da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:           skorupa@cnpma.embrapa.br. Rod. Campinas/
filizola@cnpma.embrapa.br, Rodovia SP-340,         Mogi Mirim, km 127,5, Jaguariúna, SP, CEP:
Km 127,5, Tanquinho Velho, Jaguariúna, SP, CEP:    13820-000.
13820-000.

Humberto Gonçalves dos Santos                      Luciano José de Oliveira Accioly
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Ciência do Solo,     Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Sistema Geo-
Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:              gráfico de Informação, Pesquisador da Embra-
humberto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni-       pa Solos, e-mail: oaccioly@cnps.embrapa.br.
co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.   Rua Antônio Falcão, 402 - Boa Viagem, Recife,
                                                   PE, CEP: 51020-240.
Iêdo Bezerra Sá
Engenheiro Florestal, D.Sc. em Geoprocessa-        Luís Carlos Hernani
mento/Sensoriamento Remoto, Pesquisador da         Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia –
Embrapa            Semi-Árido,          e-mail     Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisador da
iedo@cpatsa.embrapa.br, BR 428. km 152, Cai-       Embrapa Agropecuária Oeste, e-mail:
xa Postal 23, Petrolina, PE, CEP 56.300-970.       hernani@cpao.embrapa.br. Rodovia BR 163, Km
                                                   253,6, Caixa Postal 61, Dourados, MS, CEP:
Isabella Clerici De Maria                          79804-970
Engenheira Agrônoma, Doutora em Agronomia
- Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisadora Ci-    Magda Aparecida de Lima
entífica em Manejo e Conservação do Solo do        Ecóloga, Dra. em Geociências, Pesquisadora
Instituto Agronômico, e-mail: Icdmaria@iac.br,     da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
Caixa Postal 28, Campinas, SP, CEP: 13001-970.     magda@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP-340,
                                                   Km 127,5, Bairro Tanquinho Velho, Jaguariúna,
John Nicolas Landers                               SP, CEP: 13820-000.
Engenheiro Agrônomo, Consultor e Secretário
Executivo da Associação de Plantio Direto no       Manoel Dornelas de Souza
Cerrado           –      APDC,        e-mail:      Engenheiro Agrônomo, Doutor em Física de
john.landers@apis.com.br. SMDB, Conjunto 9,        Solos, Pesquisador da Embrapa Meio Ambien-
Lote 5, Brasília, DF. CEP: 71600-000.              te, e-mail: dornelas@cnpma.embrapa.br. Caixa
                                                   Postal 69, Jaguariúna SP, CEP 13820-000.
José Eloir Denardin
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nu-         Marco Antonio Ferreira Gomes
trição de Plantas, Pesquisador e Chefe Adjunto     Geólogo, D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas,
de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Tri-      Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
go, e-mail: denardin@cnpt.embrapa.br. Rodovia      gomes@cnpma.embrapa.br. Rod. SP 340, Km
BR 285, km 174, Caixa Postal 451, Passo Fun-       127,5, Cx. Postal 69, Jaguariúna, SP, CEP:
do, RS, CEP 99001-970.                             13.820-000.

José Flávio Dynia                                  Maria Conceição Peres Young Pessoa
Engenheiro Agrônomo, PhD Solos e Nutrição de       Matemática, D.Sc. em Automação, Pesquisado-
Plantas, Pesquisador da Embrapa Meio Ambi-         ra da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
ente, e-mail: dynia@cnpma.embrapa.br. Rodo-        young@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP 340, Km
via SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguari-    127,5, Tanquinho Velho, Jaguariúna, SP, CEP:
úna, SP, CEP 13800-000.                            13820-000.
Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin              Rainoldo Alberto Kochhann
Engenheira Agrônoma, PhD em Ciência do Solo          Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nu-
e Geomática, Pesquisadora da Embrapa Solos,          trição de Plantas, Pesquisador da Embrapa Tri-
e-mail: loumendonca@cnps.embrapa.br. Rua             go, e-mail: rainoldo@cnpt.embrapa.br. Rodovia
Jardim Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ,        BR 285, km 174, Caixa Postal 451, Passo Fun-
CEP: 22460-000.                                      do, RS, CEP 99001-970.

                                                     Ronaldo Pereira de Oliveira
Mário Luiz Diamante Aglio                             Engenheiro Eletrônico e Analista de Sistemas,
Geógrafo, M.Sc. em Cartografia Automatizada,         Mestrado em Sistemas de Geoinformação,
Técnico Nível Superior da Embrapa Solos, e-mail:     Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:
mario@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico,          ronaldo@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico,
nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.         nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.

                                                     Sérgio Ahrens
Maurício Rizzato Coelho
                                                     Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências Flo-
Engenheiro Agrônomo, M.Sc. em Solos e Nutri-
                                                     restais, Pesquisador da Embrapa Florestas, e-
ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos,
                                                     mail: sahrens@cnpf.embrapa.br. Estrada da Ri-
e-mail: mrcoelho@cnps.embrapa.br. Rua Jardim
                                                     beira, Km 111, Cx. Postal: 319, Colombo, PR.
Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP:
                                                     CEP: 83411-000.
22460-000.
                                                     Silvia Elizabeth de Castro Sampaio Cardim
Paulo Choji Kitamura                                 Bacharel em Administração, Gerente Estratégi-
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia,             ca do INCRA, e-mail: silviac@incra.gov.br, Ed.
Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:        Palácio do Desenvolvimento, 18 andar, sala 2105
kitamura@cnpma.embrapa.br. Rod. SP 340 km            – SBN, Brasília, DF. CEP: 70o57-900
127,5 km, Jaguariúna, SP, CEP 13 820-000.
                                                     Tatiana Deane de Abreu Sá
                                                     Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Fisiologia Ve-
Paulo de Tarso Loguercio                             getal, Pesquisadora da Embrapa Amazônia Ori-
Economista, M.Sc. em Antropologia, Sociologia        ental, e-mail: tatiana@cpatu.embrapa.br. Trav. Dr.
e Política, Assessor Parlamentar do INCRA, e-        Enéas Pinheiro, s/nº, Marco, Belém, PA, CEP:
mail: loguercio@incra.gov.br. Ed. Palácio do De-     66095-100.
senvolvimento, 18 andar, sala 2105 – SBN, Bra-
sília, DF. CEP: 70o57-900                            Thomaz Correia e Castro da Costa
                                                     Engenheiro Agrônomo, D.S. em Ciência Flores-
                                                     tal, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail:
Pedro Luiz de Freitas                                thomaz@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico,
Engenheiro Agrônomo, PhD em Ciência do Solo,         nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000.
Pesquisador da Embrapa Solos, Colaborador Téc-
nico e Diretor da Associação de Plantio Direto no    Valéria Sucena Hammes
Cerrado, e-mail: pfreitas@cnps.embrapa.br. Rua       Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Planejamento
Jardim Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP:   Ambiental, Pesquisadora da Embrapa Meio
22460-000.                                           Ambiente, e-mail: valeria@cnpma.embrapa.br.
                                                     Rod. SP-340, km 127,5 - Tanquinho Velho, Ja-
                                                     guariuna, SP, CEP: 13820-000.
Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado
Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Solos e Nutri-
                                                     Wagner Bettiol
ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos,
                                                     Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Fitopatologia,
e-mail: pedro@cnps.embrapa.br. Rua Jardim
                                                     Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail:
Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP:
                                                     bettiol@cnpma.embrapa.br. Caixa Postal 69,
22460-000.
                                                     Jaguariúna, SP, CEP: 13820-000.
Apresentação



      Este livro relata a evolução da agropecuária brasileira ao longo das últimas três décadas, com
foco principal no uso das terras. São relatos de vários pesquisadores das áreas de ciência do solo,
da sociologia e da economia, fundamentais para o entendimento de como e onde as terras foram
ocupadas e os resultados dessa ocupação, do ponto de vista econômico, social e ambiental. Retrata
claramente o desperdício dos recursos naturais ocorridos pelo mau uso das terras, levando a repen-
sar esta ocupação como forma de se evitar os erros do passado. O que se pretende com este
documento não é mudar a historia, mas chamar a atenção para o papel fundamental dos solos e de
seu uso adequado para a sustentabilidade da agropecuária que constitui hoje a base deste formidá-
vel complexo agroindustrial gerador de divisas, com o qual pode contar o Brasil de hoje. Como bem
diz Roberto Rodrigues na apresentação do livro “Agribusiness Brasileiro — A História” — editado
pela ABAG, a agricultura hoje se faz com muita pesquisa, muito trabalho e com uso intensivo das
tecnologias modernas. Por isto ela é responsável pelo superávit brasileiro, mas requer atenção redo-
brada quanto aos seus efeitos sobre os recursos naturais pelo uso inapropriado das terras, pela
mecanização intensiva, uso abusivo de fertilizantes e defensivos.
      Ao final dos diagnósticos realizados, pode-se concluir através de cenários que são evidentes
hoje, e que requerem medidas urgentes dos tomadores de decisão para manutenção ou aumento do
atual status da agropecuária brasileira. O primeiro deles mostra que embora nestas três décadas o
incremento do conhecimento e desenvolvimento tecnológico tenha sido relevante, aumentando con-
sideravelmente a produtividade da maioria das culturas, não foi suficiente para evitar o crescimento
da área agrícola, que cresceu em mais de 28%, e onde exerce atualmente grande pressão para
novas ocupações. O segundo cenário aponta para a necessidade de um grande esforço político de
recuperação e reintegração ao processo produtivo das chamadas terras velhas, que foram degrada-
das pelo mau e indevido uso. Chama-se este esforço de político, pois conhecimentos e tecnologia
são já disponíveis para esta recuperação. O terceiro cenário aponta para a necessidade do apoio
permanente à pesquisa de geração de conhecimentos e a transferência de tecnologias junto a gran-
de maioria dos pequenos e médios produtores, que não utilizando as tecnologias disponíveis deixam
de contribuir para o necessário aumento da produtividade. O quarto cenário está relacionado ao
melhor planejamento de uso das terras brasileiras, que necessita estar baseado nos Zoneamentos
agrícola e ecológico-econômico, que conjugam as informações relativas à potencialidade das terras,
com as necessidades de controle dos riscos de produção e ambientais, tornando-se ferramentas
essenciais aos processos de crédito e seguro agrícola.

                                                                    José Roberto Rodrigues Peres
                                                                       Diretor-Executivo, Embrapa
Sumário



Introdução, XXI

Capitulo 1    O Recurso Natural Solo, 1

Capítulo 2    O Potencial de Uso e o Uso Atual das Terras, 13

Capítulo 3    O Domínio do Uso do Solo, 23

Capítulo 4    Aspectos Gerais da Dinâmica de Uso da Terra, 31

Capítulo 5    A Erosão e Seu Impacto, 47

Capítulo 6    Fertilidade do Solo e Demanda por Nutrientes no Brasil, 61

Capítulo 7    Contaminação dos Solos em Áreas Agrícolas, 79

Capítulo 8    Utilização de Resíduos Urbanos e Industriais, 87

Capítulo 9    Outras Formas de Degradação do Solo, 93

Capítulo 10   Valores e Conscientização da Sociedade, 105

Capítulo 11   Legislação e Programas Nacionais, 121

Capítulo 12   Compromissos Internacionais: Convenção sobre Diversidade Biológica, 135

Capítulo 13   Compromissos Internacionais: Convenções-Quadro das Nações Unidas sobre
              Mudança do Clima (UNFCCC) e sobre o Combate à Desertificação (UNCCD), 145

Capítulo 14   Uma resposta conservacionista – O impacto do Sistema Plantio Direto, 151

Capítulo 15   Cenários sobre a adoção de práticas conservacionistas baseadas no plantio direto
              e seus reflexos na produção agrícola e na expansão do uso da terra, 163
Lista de Tabelas



CAPITULO 1                                     CAPÍTULO 4
Tabela 1 Extensão e distribuição dos solos     Tabela 1 Variação percentual nas áreas
         no Brasil, 1                                   totais utilizadas, de 1970 para
Tabela 2 Extensão e distribuição percentual             1995, para o país e por
         das classes de suscetibilidade                 região, 31
         natural dos solos à erosão, 10        Tabela 2 Estruturas de uso da terra
                                                        (em %), nos anos de 1970 e
                                                        1995, para o país e por
CAPÍTULO 2                                              região, 32
Tabela 1 Aptidão das terras do Brasil por      Tabela 3 Distribuição do número de
         região e por nível de manejo para              microrregiões, por quartil, e
         os diferentes tipos de usos                    índice de concentração de
         indicados, 14                                  Theil, 34
Tabela 2 Uso Atual das Terras do Brasil, 16    Tabela 4 Tabela de contingência para a
Tabela 3 Variáveis e Indicadores de Uso da              presença de microrregiões em
         Terra, 18                                      dois anos, 35
Tabela 4 Intensidade de uso agrosilvipatoril   Tabela 5 Freqüência da presença de
         das terras municipais por Regiões              microrregiões nos anos de 1976 e
         no Brasil, 19                                  1998, por grupo de contribuição, e
Tabela 5 Indicadores da Irrigação no                    medidas de persistência e
         Brasil, 20                                     distância, 36
                                               Tabela 6 Contribuição percentual da parte
                                                        persistente, no nível de 75%, em
CAPÍTULO 3                                              1976 e 1998, com respeito ao
Tabela 1 Brasil – Estabelecimentos, área,               volume total em cada ano, 37
         valor bruto da produção (VBP) e       Tabela 7 Freqüência da presença de
         financiamento total (FT), 25                   microrregiões nos anos de 1976 e
Tabela 2 Agricultores familiares –                      1998, por faixa de contribuição,
         Estabelecimentos, área, VBP e                  medidas de persistência e
         financiamento total segundo as                 distância, 37
         regiões, 26                           Tabela 8 Microregiões de rendimentos mais
Tabela 3 Variação do número de imóveis e da             altos da soja e do algodão
         área, segundo o Brasil e grandes               herbáceo, em 1976 e 1998, 39
         regiões (92/98), 27
Tabela 4 Brasil – Estabelecimentos, área,
         valor bruto da produção (VBP) e
         financiamento total (FT), 28          CAPÍTULO 5
Tabela 5 Agricultores familiares –             Tabela 1 Estimativa de perda anual de solo
         Estabelecimentos, área, VBP e                  e de água por erosão hídrica no
         financiamento total segundo as                 Brasil em função do tipo de
         regiões, 29                                    ocupação de solo, 55
Tabela 2   Estimativa de perda anual de          CAPÍTULO 7
           nutrientes e matéria orgânica         Tabela 1 Teores de metais naturalmente
           (t ha-1 ano-1) por erosão hídrica              presentes nos solos no Estado de
           em sistema convencional de                     S. Paulo, 83
           manejo do solo no Brasil em           Tabela 2 Teores de alguns metais pesados
           função do tipo de ocupação de                  em corretivos e fertilizantes, 84
           solo e total, 55                      Tabela 3 Teores de metais pesados em
Tabela 3   Estimativa(1) do custo adicional               solos agrícolas, 84
           em fertilizantes em função da         Tabela 4 Valores de alerta para metais
           perda anual de nutrientes (N, P, K,            pesados em solo, 84
           Ca, Mg e S) e adubação orgânica
           por erosão hídrica no Brasil de
           acordo com o tipo ocupação de         CAPÍTULO 8
           solo e total, 56                      Tabela 1 Teores de micronutrientes em
Tabela 4   Estimativa dos custos anuais                   alguns resíduos orgânicos e no
           externos à propriedade devidos à               lodo de esgoto, 89
           erosão dos solos no Brasil, 56        Tabela 2 Macronutrientes contidos em
Tabela 5   Resumo da estimativa de                        alguns resíduos orgânicos, 89
           valoração dos impactos anuais da      Tabela 3 Composição do lixo sólido urbano
           erosão dos solos no Brasil, 58                 no Brasil, 90


                                                 CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 6                                       Tabela 1 Área em processo de
Tabela 1 Extensão geográfica das maiores                   desertificação nos estados do
         limitações na América Tropical, 63                Nordeste, 94
Tabela 2 Área cultivada, proporção da área       Tabela 2 Escala desertificação e
         que recebe fertilizantes e o                      respectivas áreas na Região
         consumo total de fertilizantes                    Nordeste do Brasil, 95
         dos principais países                   Tabela 3 Uso atual em percentagem por
         consumidores, 64                                  unidade de solos da área piloto
Tabela 3 Área plantada das principais                      com 75.000 há do Núcleo de
         culturas no Brasil, porcentagem                   Desertificação do Seridó – RN, 96
         daárea fertilizada, taxa de             Tabela 4 Biomassa da Caatinga por
         aplicação e utilização total de                   Unidade de solo da área Piloto
         nutrientes, dados referentes a                    de Desertificação do Seridó –
         1996, 64                                          RN, 97
Tabela 4 Consumo aparente de fertilizantes,      Tabela 5 Extensão e percentagem de
         nutrientes e matérias primas no                   ocorrência de Areais por Área
         Brasil no período de 1991 a                       Municipal da região sudeste
         2000, 65                                          do Estado do Rio Grande do
Tabela 5 Produção e consumo aparente de                    Sul, 97
         calcário no Brasil no período de        Tabela 6 Classificação dos solos quanto a
         1991 a 2000, 66                                   salinidade, 99
Tabela 6 Consumo aparente de calcário            Tabela 7 Dados referentes às áreas
         nos principais Estados                            salinizadas do Piauí, 100
         (1.000 t), 66                           Tabela 8 Áreas salinizadas nos perímetros
Tabela 7 Produtividade atual e ótima e                     irrigados do Ceará, 100
         extração de nutrientes das              Tabela 9 Áreas salinizadas no perímetro
         principais culturas no Brasil, 67                 irrigados do Rio Grande do
Tabela 8 Balanço de macronutrientes                        Norte, 100
         primários na agricultura                Tabela 10 Áreas salinizadas no perímetros
         brasileira, 69                                    irrigados da Paraíba, 100
Tabela 9 Áreas que podem ser salvas do           Tabela 11 Áreas salinizadas no perímetros
         desflorestamento por várias                       irrigados de Pernambuco, 100
         opções de manejo, estimada para         Tabela 12 Áreas salinizadas no perímetros
         Yurimaguas no Peru, 75                            irrigados da Bahia, 100
Tabela 13 Áreas de solos (em km2) afetados    Tabela 5   Outros impactos positivos, fora da
          por salinização nos estados do                 propriedade rural, devidos à
          Nordeste, 100                                  adoção de Sistema Plantio
Tabela 14 Danos Físicos do Uso do Fogo na                Direto, em área 14,3 milhões de
          Amazônia, 102                                  hectares, 159
Tabela 15 Danos Econômicos do Uso do          Tabela 6   Benefícios devidos ao Sistema
          Fogo na Amazônia, 102                          Plantio Direto, considerando a
                                                         área cultivada de 14,3 milhões de
                                                         hectares no Brasil, 159
CAPÍTULO 14
Tabela 1 Evolução da área cultivada em
         Sistema Plantio Direto no Brasil,
         em mil hectares, em alguns           CAPÍTULO 15
         Estados e região do Cerrado          Tabela 1 Cenários de área desmatada na
         (1996-2000), segundo Federação                Amazônia para fins agropecuários,
         Brasileira de Plantio Direto na               166
         Palha, 153                           Tabela 2 Produção, área colhida e
Tabela 2 Redução de fertilizantes e                    produtividade das culturas
         corretivos devido a menores perdas            selecionadas na safra 1999/2000,
         por erosão nos 14,3 milhões de                167.
         hectares cultivados sob Sistema      Tabela 3 Aumento da produtividade física
         Plantio Direto no Brasil, 157                 em áreas não irrigadas
Tabela 3 Resumo dos benefícios internos à              considerando apenas a adoção de
         propriedade rural para os 14,3                sistemas conservacionistas
         milhões de hectares em Sistema                baseados no plantio direto (safra +
         de Plantio Direto, 158                        safrinha ou safra de inverno), 168
Tabela 4 Benefícios externos á propriedade    Tabela 4 Incrementos de área com
         rural devidos à adoção de Sistema             lavouras anuais e pastagens
         Plantio Direto no Brasil, 158                 recuperadas, 172
Lista de Figuras



CAPITULO 1                                     Figura 8    Área média dos estabelecimentos
Figura 1 Mapa de solos do Brasil, 3                        patronais em hectares, 29
Figura 2 Mapa interpretativo da
         suscetibilidade natural dos solos à   CAPÍTULO 4
         erosão hídrica, 10                    Figura 1 Variações do uso da terra no Brasil
                                                        no período 1970 a 1985, 32
CAPÍTULO 2                                     Figura 2 Taxas de crescimento anuais de
Figura 1 Uso Atual das Terras por Região                produção de grãos (arroz, feijão,
         do Brasil, 16                                  milho, soja e trigo), 40
Figura 2 Evolução da área ocupada pela         Figura 3 Indicadores de desempenho
         agropecuária no Brasil no período              relativo das lavouras (arroz, batata
         de 1970 a 1998, 18                             inglesa, cebola, feijão, mandioca,
Figura 3 Índice relativo da intensidade de              milho, trigo, algodão em caroço,
         uso das terras dos municípios por              amendoim e soja), 41
         atividades Agrosilvipastoris, 19      Figura 4 Evolução da área colhida e
Figura 4 Evolução das áreas irrigadas no                produção agrícola de grãos –
         Brasil, 20                                     arroz, feijão, milho, soja e trigo, 42
                                               Figura 5 Uso atual, aptidão agrícola e
CAPÍTULO 3                                              balanço da disponibilidade das
Figura 1 Comportamento do índice de Gini                terras aptas para pastagem
         em 1992 e 1998, Segundo o Brasil               plantada por região do Brasil, 43
         e Grandes Regiões, 24                 Figura 6 Evolução da produção de carnes
Figura 2 Comportamento dos índices de                   no Brasil, 44
         concentração fundiária no Brasil -
         1972/1998, 26                         CAPÍTULO 5
Figura 3 Comportamento dos índices de          Figura 1 Degradação, perda de
         concentração fundiária no Brasil -             produtividade e conseqüências
         1972/1998, 27                                  econômicas, sociais e ambientais
Figura 4 Participação relativa das grandes              resultantes do preparo do solo na
         regiões no número total de                     agricultura tradicional, 50
         imóveis cadastrados no Brasil em      Figura 2 Áreas vulneráveis à erosão
         1992, 27                                       resultantes do cruzamento entre a
Figura 5 Participação relativa das grandes              pressão de uso das terras e a
         regiões no número total de área                susceptibilidade natural dos solos
         cadastrada no Brasil em 1992, 27               à erosão, 53
Figura 6 Participação relativa das grandes     Figura 3 Fator erosividade da chuva (R) na
         regiões no número total de área                bacia do rio Paraná, com a
         cadastrada no Brasil em 1998, 27               intensidade aumentando do azul
Figura 7 Área média dos estabelecimentos                para o verde e deste para o
         familiares em hectares, 29                     vermelho, 54
CAPÍTULO 6                                    Figura 2    Área de ocorrência de areais no
Figura 1 Economia de uso de área agrícola                 Sudoeste do Estado do Rio
         no Brasil no período de 1970-                    Grande do Sul, Brasil, 97
         1998, em função do acréscimo da      Figura 3    Localização esquemática dos
         produtividade média das                          solos com problemas de
         culturas, 62                                     salinidade no Brasil, 99
Figura 2 Consumo de fertilizante N, P2O5 e
         K2O no Brasil no período de 1975
         a 1999, 65                           Capítulo 14
Figura 3 Extração de macronutrientes          Figura 1 Evolução da área cultiva em
         primários N, P e K (A),                          Sistema Plantio Direto no Brasil
         secundários Ca, Mg e S (B) e                     (1972-2000), 153
         micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn   Figura 2 Evolução da área cultiva em
         (C), 68                                          Sistema Plantio Direto no Rio
Figura 4 Projeção de extração dos                         Grande do Sul, no período de
         macronutrientes N, P e K para                    1976 a 2000, 154
         produtividades ótimas, 69

                                              Capítulo 15
CAPÍTULO 7                                    Figura 1 Estrutura da sociedade civil no
Figura 1 Consumo de defensivos                            setor rural voltada à adoção do
         agrícolas, 79                                    Sistema Plantio Direto como
Figura 2 Consumo de agrotóxicos por                       sistema conservacionista no
         estado, 80                                       continente americano, 164
                                              Figura 2 Evolução e projeção da relação
                                                          entre a área agrícola total e a
CAPÍTULO 8                                                população brasileira, 166
Figura 1 Composição do esgoto                 Figura 3 Variação da Taxa Anual de
         doméstico, 88                                    Crescimento da Área de Adoção
                                                          do SPD no Brasil, 168
                                              Figura 4 Evolução da área de adoção de
CAPÍTULO 9                                                SPD, considerando três cenários
Figura 1 Mapa da Desertificação no                        quanto a taxa de adoção
         Brasil, 95                                       anual, 169
Introdução



        A idéia da realização de um livro abordando o Uso Agrícola dos Solos Brasileiros nasceu após
o convite formalizado pelo IBAMA — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renová-
veis, para que a Embrapa coordenasse a elaboração do Capítulo de Solos do “Geo Brasil 2002 —
Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil”. O esforço de elaborar um relatório sobre a qualidade do
meio ambiente brasileiro, informando à sociedade, sua real situação, principais problemas e avan-
ços, resultou numa série de contribuições de pesquisadores da Embrapa e de outras instituições,
aproveitados em sua versão expandida, na construção dos capítulos desta obra.
        Como resultado, esta obra apresenta quinze capítulos ordenados e elaborados utilizando-se
adaptações da metodologia utilizada pelo Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente para a
elaboração das séries GEO (Global Environment Outlook), como decorrência do viés agrícola ado-
tado. Possue ainda uma abordagem generalista, decorrência em parte, das orientações do Geo
Brasil 2002 e, de outra, das dimensões continentais do País e seus múltiplos condicionantes de
natureza local e regional.
        Os capítulos iniciais tratam do estado atual dos solos brasileiros, compreendendo sua consti-
tuição, tipos, distribuição geográfica, potencial de uso e uso agrícola atual. Os capítulos que se
seguem tratam das atividades e processos de origem antrópica, que agem sobre o recurso solo
produzindo mudanças no seu domínio e uso atual, como resultado das dinâmicas e transformações
verificadas na agropecuária ao longo das três últimas décadas.
        Nos capítulos cinco a nove são abordados os principais impactos decorrentes do uso dos
solos pela agropecuária e, nos seguintes, as ações adotadas para mitigar ou prevenir impactos
ambientais negativos ou mesmo conservar o recurso solo, que incluem a conscientização da socie-
dade, as leis nacionais e suas regulamentações, programas, convenções, acordos internacionais e
respostas conservacionistas ao uso das terras. No último capítulo apresentam-se alguns cenários
sobre este uso conservacionista e seus reflexos sobre a produção, produtividade e expansão do
espaço agrícola.
        Cada capítulo contou com a contribuição de vários autores-colaboradores, cujos créditos téc-
nicos encontram-se listados em conjunto no início do livro, e posteriormente, individualizados por
capítulos.
        Ressalta-se por fim, a importância que os diferentes aspectos do uso dos solos possuem
sobre o planejamento, ordenamento e desenvolvimento agrícola sustentável do País. A forte compe-
titividade no setor, decorrência da globalização e da abertura de mercados, vem determinando uma
crescente necessidade de se agregar valor aos produtos da agropecuária. Progressivamente estes
passam a ser avaliados ainda, não apenas pelo seu valor intrínseco, mas também como resultante
de mecanismos limpos e sustentáveis de produção. Ou seja, atualmente os mercados demandam
cada vez mais produtos socialmente justos e ambientalmente corretos, com amplos reflexos na
forma de uso e apropriação dos solos brasileiros.
1




                                                                                                                        Capítulo
                                    O Recurso
                                   Natural Solo


                                                                                          Maurício Rizzato Coelho
                                                                                 Humberto Gonçalves dos Santos
                                                                                                 Enio Fraga da Silva
                                                                                        Mario Luiz Diamante Aglio




Introdução                                                   de salinidade e/ou sodicidade em alguns solos nordes-
                                                             tinos são os principais fatores condicionantes à pro-
O solo é uma coleção de corpos naturais, constituídos        dução agrícola nesta região do país.
por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais,            A região Centro-Oeste, vasta superfície aplaina-
dinâmicos, formados por materiais minerais e orgâni-         da pelos processos erosivos naturais, é caracterizada
cos, contendo matéria viva e ocupando a maior por-           pelo Planalto Central Brasileiro. A predominância de
ção do manto superficial das extensões continentais          um clima tropical quente com veranicos acentuados é
do planeta (Embrapa, 1999).                                  característica da região, destacando-se grandes exten-
        O território brasileiro se caracteriza por uma       sões de solos profundos, bem drenados, de baixa ferti-
grande diversidade de tipos de solos, correspondendo,        lidade natural que são facilmente corrigidos pela adu-
diretamente, à intensidade de interação das diferentes       bação e calagem, porém com características físicas fa-
formas e tipos de relevo, clima, material de origem,         voráveis, além das condições topográficas que permi-
vegetação e organismos associados, os quais, por sua         tem intensa mecanização agrícola das lavouras.
vez, condicionam diferentes processos formadores dos                A região Sudeste se caracteriza por planaltos e
solos. A esta diversidade, deve-se a natureza de nosso       áreas serranas com vários pontos de altitudes superio-
país, suas potencialidades e limitações de uso e, em         res a 2.000 metros, clima tropical com verões quentes
grande parte, às diferenças regionais no que se refere às    nas baixadas e mais amenos nas áreas altimontanas;
diversas formas de ocupação, uso e desenvolvimento           predominância de solos bem desenvolvidos, geralmente
do território.                                               de baixa fertilidade natural.
        Assim, um quadro sintético das paisagens brasi-             Na região Sul, os solos originados de rochas
leiras, por região, mostra o Norte do país como um           básicas e de sedimentos diversos se encontram distri-
território de planícies e baixos planaltos, de clima equa-   buídos em uma paisagem com relevo diversificado,
torial, calor permanente e alto teor de umidade atmos-       onde predomina o clima subtropical, com estações bem
férica, com predominância de solos profundos, alta-          definidas e solos predominantemente férteis com ele-
mente intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade na-       vado potencial agrosilvipastoril.
tural, e comumente saturados por alumínio tóxico para               Como exposto, as diferenciações regionais são
a maioria das plantas, o que diminui significativamen-       resultantes da considerável variabilidade de seus solos,
te o potencial produtivo de suas terras, quando não          condições climáticas e geomorfológicas, refletindo di-
adequadamente manejadas.                                     retamente no potencial agrícola das terras, na diversi-
        Na região Nordeste, observam-se tipos climáti-       ficação das paisagens e aspectos vinculados ao tipo
cos que variam do quente e úmido ao quente e seco            predominante de uso do solo, com reflexos no desen-
(semi-árido), passando por uma faixa de transição semi-      volvimento diferenciado das regiões do país. A ocor-
úmida. Nela, ocorre, em grande parte, solos de média         rência, a diversidade e a distribuição geográfica das
a alta fertilidade natural, em geral pouco profundos         principais classes de solos do Brasil são genericamente
em decorrência de seu baixo grau de intemperismo. O          abordadas neste capítulo, salientando alguns dos atri-
déficit hídrico e, em menor proporção, a ocorrência          butos agronômicos e taxonômicos mais relevantes e

                                                                                                                   1
2                                                                                                O Recurso Natural Solo


pertinentes aos diferentes tipos de solo que dominam                apresentando pequena diferença no teor de argila
as paisagens das regiões brasileiras.                               em profundidade e, comumente, são de baixa ferti-
                                                                    lidade natural. Em geral, a macroestrutura é fraca
                                                                    ou moderada, no entanto, o típico horizonte latos-
Tipos, Características e Distribuição                               sólico apresenta forte microestruturação (pseudoa-
dos Solos                                                           reia), característica comum nos Latossolos Verme-
                                                                    lhos Férricos, solos de elevado teor de óxidos de
A diversidade dos ecossistemas do território brasileiro é           ferro. São típicos das regiões equatoriais e tropi-
extremamente grande e os solos, que são parte integran-             cais, distribuídos, sobretudo, em amplas e antigas
te desse complexo de recursos naturais, também variam               superfícies de erosão, pedimentos e terraços fluvi-
significativamente. Com base no Mapa de Solos do Brasil             ais antigos, normalmente em relevo suavemente on-
(Embrapa, 1981) e no atual Sistema Brasileiro de Classi-            dulado e plano. Os Latossolos são os solos mais
ficação de Solos (Embrapa, 1999), pode-se distinguir 13             representativos do Brasil, ocupando 38,7% da área
grandes classes de solos mapeáveis e representativas das            total do país e distribuem-se em praticamente todo
paisagens brasileiras (Figura 1 e Tabela 1).                        território nacional (Tabela 1). Existem variados ti-
        As grandes classes de solos subdividem-se em                pos de Latossolos, que se diferenciam, dentre vári-
diferentes tipos, conforme as características próprias              os outros atributos, pela sua cor, fertilidade natu-
de cada solo, separando-os em unidades mais homogê-                 ral, teor de óxidos de ferro e textura.
neas. As definições, conceitos e critérios taxonômicos           Argissolos: os Argissolos formam uma classe bastan-
utilizados na classificação e diferenciação dos mais vari-          te heterogênea que, em geral, tem em comum um
ados tipos de solos brasileiros estão detalhados no Siste-          aumento substancial no teor de argila em profun-
ma Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999).            didade. São bem estruturados, apresentam profun-
Neste capítulo, as classes de solos são descritas e concei-         didade variável e cores predominantemente aver-
tuadas sucintamente, generalizando-se as mais expressi-             melhadas ou amareladas, textura variando de are-
vas propriedades e características dos solos brasileiros,           nosa a argilosa nos horizontes superficiais e de
sua distribuição geográfica e aspectos agronômicos.                 média a muito argilosa nos subsuperficiais; sua fer-
                                                                    tilidade é variada e a mineralogia, predominante-
Latossolos: são solos resultantes de enérgicas trans-               mente caulinítica. Os argissolos ocupam aproxima-
   formações no material originário ou oriundos de                  damente 20,0% da superfície do país; em termos de
   sedimentos pré-intemperizados onde predominam,                   extensão geográfica só perdem para os Latossolos
   na fração argila, minerais nos últimos estádios de               (Tabela 1) e, semelhante a estes, distribuem-se em
   intemperismo (caulinitas e óxidos de ferro e alumí-              praticamente todas as regiões brasileiras, desde o
   nio), sendo a fração areia dominada por minerais                 Rio Grande do Sul até o Amapá e do Acre até Per-
   altamente resistentes ao intemperismo. São de tex-               nambuco. Habitualmente, ocupam terrenos de re-
   tura variável, de média a muito argilosa, geralmen-              levos mais dissecados quando comparados aos la-
   te muito profundos, porosos, macios e permeáveis,                tossolos.
                                    Tabela 1. Extensão e distribuição dos solos no Brasil

                    Brasil                               Relativa por Regiões

 Tipos de Solos     Absoluta              Relativa       Norte         Nordeste      Centro-Oeste     Sudeste     Sul
                    (km2)                 ao total (%)                                 (%)
 Alissolos          371.874,48            4,36           8,67          0,00          0,00             0,00        6,34
 Argissolos         1.713.853,49          19,98          24,40         17,20         13,77            20,68       14,77
 Cambissolos        232.139,19            2,73           1,06          2,09          1,59             8,64        9,28
 Chernossolos       42.363,93             0,53           0,00          1,05          0,27             0,21        3,94
 Espodossolos       133.204,88            1,58           3,12          0,39          0,26             0,37        0,00
 Gleissolos         311445,26             3,66           6,41          0,78          2,85             0,5         0,4
 Latossolos         3.317.590,34          38,73          33,86         31,01         52,81            56,30       24,96
 Luvissolos         225.594,90            2,65           2,75          7,60          0,00             0,00        0,00
 Neossolos          1.246.898,89          14,57          8,49          27,55         16,36            9,38        23,23
 Nitossolos         119.731,33            1,41           0,28          0,05          1,22             2,56        11,48
 Planossolos        155.152,13            1,84           0,16          6,61          1,73             0,16        3,00
 Plintossolos       508.539,37            5,95           7,60          4,68          8,78             0,00        0,00
 Vertissolos        169.015,27            2,01           3,20          0,99          0,36             1,20        2,60
 Água               160.532,30            1,88           3,20          0,36          0,31             1,20        2,60
 Total              8.547.403,50          100,00         100,00        100,00        100,00           100,00      100,00
O Recurso Natural Solo                                                             3




Figura 1. Mapa de Solos do Brasil. Adaptado de EMBRAPA (1981) por Embrapa Solos.
4                                                                                       O Recurso Natural Solo


Alissolos: compreendem solos de baixa fertilidade na-         costa leste do país, especialmente na Bahia, em Ser-
   tural e elevados teores de alumínio extraível (Al3+);      gipe, Alagoas e Rio de Janeiro, nas baixadas areno-
   em alguns solos desta classe ocorre um significativo       sas do Rio Grande do Sul e em áreas interioranas
   aumento do conteúdo de argila em profundidade;             da Amazônia Ocidental, onde são expressivos.
   em outros este aumento é menos pronunciado. Em          Gleissolos: ocupam, geralmente, as partes depressio-
   geral, são bem estruturados e distribuem-se na re-         nais da paisagem e, como tal, estão permanente ou
   gião subtropical do Brasil, especialmente nos Esta-        periodicamente encharcados, salvo se artificialmente
   dos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,         drenados. Comumente, desenvolvem-se em sedimen-
   mas as maiores extensões deles é na Amazônia Oci-          tos recentes nas proximidades dos cursos d’água e
   dental, sob condições tropicais e equatoriais, predo-      em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições
   minantemente.                                              de hidromorfismo, como as várzeas e baixadas. As-
Cambissolos: devido à heterogeneidade do material             sim, situam-se indiscriminadamente em todas as
   de origem, das formas de relevo e condições climá-         áreas úmidas do território brasileiro, onde o lençol
   ticas em que são formados, as características destes       freático fica elevado durante a maior parte do ano.
   solos variam muito de um local para outro. No              Como ocorrências expressivas, no entanto, podem-
   entanto, uma característica comum é o incipiente           se citar aquelas relacionadas às várzeas da planície
   estádio de evolução do horizonte subsuperficial,           amazônica, em Goiás e Tocantins ao longo do Rio
   apresentando, em geral, fragmentos de rochas per-          Araguaia, em São Paulo e Rio de Janeiro às mar-
   meando a massa do solo e/ou minerais primários             gens do rio Paraíba, no Rio Grande do Sul às mar-
   facilmente alteráveis (reserva de nutrientes), além        gens das lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira (Oli-
   de pequeno ou nulo incremento de argila entre os           veira et al., 1991).
   horizontes superficiais e subsuperficiais. Ocorrem      Luvissolos: compreendem solos com elevada fertili-
   em praticamente todo o território brasileiro. São          dade natural, dotados de argilas com alta capacida-
   particularmente importantes na parte oriental dos          de de retenção de íons trocáveis (argila de atividade
   planaltos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e           alta) e saturação por bases também alta (elevada
   Paraná, onde os Cambissolos existentes têm alto            capacidade de retenção de nutrientes) nos horizon-
   teor de matéria orgânica e elevados conteúdos de           tes subsuperficiais, imediatamente abaixo de hori-
   alumínio extraível. Outras ocorrências significati-        zontes do tipo A fraco ou moderado (baixos teores
   vas são aquelas relacionadas com a Serra do Mar,           de matéria orgânica, pouco espessos e baixa a média
   estendendo-se desde o nordeste do Rio Grande do            capacidade de retenção de nutrientes). Áreas expres-
   Sul até o Espírito Santo, serra da Mantiqueira e           sivas são encontradas no nordeste brasileiro, onde se
   regiões interioranas de Minas Gerais (Oliveira et          distribuem principalmente na zona semi-árida.
   al., 1992). Cambissolos de elevada fertilidade natu-    Neossolos: pouco evoluídos, apresentam pequena
   ral são comuns na região nordestina e no Estado            expressão dos processos responsáveis pela sua for-
   do Acre.                                                   mação, que não conduziram, portanto, a modifica-
Chernossolos: compreendem solos que apresentam                ções expressivas do material originário. Diferenci-
   atividade da fração argila bastante elevada no hori-       am-se em grande parte pelo seu material de origem
   zonte subsuperficial, sendo o superficial do tipo A        e paisagem, como depósitos sedimentares (planíci-
   chernozêmico (espesso, escuro, bem estruturado,            es fluviais, sedimentos arenosos marinhos ou não)
   rico em matéria orgânica e com alta saturação por          e regiões de relevo acidentado. Existem quatro gran-
   bases). São normalmente escuros, pouco coloridos,          des tipos de Neossolos, que apresentam, generica-
   moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, por-          mente, as seguintes características: Neossolos Li-
   tanto, de elevada fertilidade natural e com presen-        tólicos – solos rasos, com espessura inferior a 50cm,
   ça de minerais de esmectita e/ou vermiculita na            possuindo, em geral, uma estreita camada de mate-
   fração argila. Distribuem-se predominantemente em          rial terroso sobre a rocha; Neossolos Regolíticos
   duas grandes áreas situadas ao sul (Rio Grande do          – solos mais profundos com espessura superior a
   Sul) e leste do Brasil (Bahia).                            50cm e presença de minerais alteráveis ou fragmen-
Espodossolos: são predominantemente arenosos, com             tos de rocha; Neossolos Quartzarênicos – solos
   acúmulo de matéria orgânica e compostos de alu-            mais profundos, com espessura superior a 50cm,
   mínio em profundidade, podendo ou não conter               de textura essencialmente arenosa por todo o solo
   compostos de ferro. São muito pobres e muito áci-          e, praticamente, ausência de minerais primários al-
   dos, sendo peculiares os teores de alumínio extraí-        teráveis (sem reserva de nutrientes); Neossolos Flú-
   vel relativamente elevados em relação aos outros           vicos – solos provenientes de sedimentos aluviais.
   íons básicos presentes no solo. Distribuem-se es-          Normalmente, possuem um horizonte escurecido
   parsamente nas baixadas litorâneas ao longo da             à superfície sobre camadas estratificadas. Os Neos-
O Recurso Natural Solo                                                                                        5


   solos Litólicos, em geral, estão associados a muitos      baixa reserva de nutrientes. Encontram-se em rele-
   afloramentos de rocha. No mapa de solos estão             vo plano e suave ondulado, em áreas deprimidas,
   apresentados como forma alongada, refletindo as           planícies aluvionais e terços inferiores de encosta,
   cristas e partes mais instáveis da paisagem (Resen-       situações que impliquem no escoamento lento da
   de, et al., 1988). Não há distribuição regionalizada,     água do solo. As maiores extensões se encontram
   ocorrendo por todo o território brasileiro. Os Ne-        na região Amazônica (alto Amazonas do território
   ossolos Regolíticos também são comuns no Brasil           brasileiro), Amapá, Ilha de Marajó, baixada Mara-
   como um todo. No entanto, extensas áreas ocor-            nhense, norte do Piauí, sudeste de Tocantins e nor-
   rem na região semi-árida nordestina. As maiores           deste de Goiás, Pantanal Mato-Grossense e baixa-
   ocorrências de Neossolos Quartzarênicos estão nos         das da região da Ilha do Bananal (Oliveira et al.,
   Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato            1992). Plintossolos com predominância de nódu-
   Grosso, oeste e norte da Bahia, sul do Pará, sul e        los ou concreções (Plintossolos Pétricos) são comuns
   norte do Maranhão, no Piauí e Pernambuco, em              nas rupturas de chapadas em todo o Planalto Cen-
   relevo predominantemente plano. Os Neossolos              tral Brasileiro e em muitas rupturas de declive na
   Flúvicos raramente ocupam apreciáveis áreas con-          Amazônia (Resende, et al., 1988).
   tínuas, pois são restritos às margens dos cursos        Vertissolos: são solos de coloração acinzentada ou
   d’água, lagoas e planícies costeiras onde, geralmen-      preta, sem diferença significativa no teor de argila
   te, ocupam as pequenas porções das várzeas (Oli-          entre a parte superficial e a subsuperficial do solo.
   veira et al., 1992).                                      No entanto, a característica mais importante é a
Nitossolos: são solos de textura argilosa ou mais fina       pronunciada mudança de volume com a variação
   que apresentam pouco ou nenhum incremento de              do teor de umidade devido ao elevado teor de argi-
   argila em profundidade. São normalmente profun-           las expansivas (argila de atividade alta), tendo como
   dos, bem drenados, estruturados e de coloração            feição morfológica característica e facilmente iden-
   variando de vermelho a brunada. Em geral, são             tificável, a presença de fendas de retração largas e
   moderadamente ácidos, com saturação por bases             profundas que se abrem desde a superfície do solo
   de baixa a alta, argila de atividade baixa e as vezes     nos períodos secos. São de elevada fertilidade quí-
   contendo elevados conteúdos de alumínio extraí-           mica, mas apresentam problemas de natureza físi-
   vel. As maiores áreas contíguas estão nos Estados         ca. Ocorrem, predominantemente, na zona seca do
   sulinos. No entanto, no Estado de São Paulo, ex-          Nordeste, no Pantanal Mato-grossense, na Campa-
   tensas áreas são encontradas nos planaltos basálti-       nha Rio Grandense e no Recôncavo Baiano (Oli-
   cos que se estendem até o Rio Grande do Sul.              veira et al., 1992).
Planossolos: são mal drenados, com horizonte su-
   perficial de textura mais leve, em geral arenosa,
   que contrasta abruptamente com o horizonte sub-         Ocorrência e aspectos gerais dos solos por
   superficial imediatamente subjacente, adensado e        grandes regiões.
   extremamente endurecido quando seco, geralmente         As diferentes regiões do território brasileiro apresen-
   de acentuada concentração de argila, bem estrutu-       tam peculiaridades ambientais e culturais que refletem
   rado e de permeabilidade muito lenta, apresen-          a ocorrência, a distribuição, a aptidão agrícola de suas
   tando visíveis sinais de hidromorfismo. Esses so-       terras, o uso e manejo diferenciados de seus solos. As-
   los ocorrem predominantemente em áreas de rele-         pectos dessa natureza adquirem, em termos gerais, o
   vo plano ou suave ondulado, muito utilizados com        seguinte quadro sintético das paisagens brasileiras por
   arroz irrigado no Rio Grande do Sul e com pasta-        região.
   gem na região nordeste do país (Resende, et al.,
   1988).
                                                           Região Norte
Plintossolos: apresentam uma diversificação morfo-
   lógica e analítica muito grande, no entanto, a ca-      A região Norte abrange 3.878 mil km2, ocupando apro-
   racterística mais importante desses solos é a pre-      ximadamente a metade do território brasileiro. Solos
   sença de manchas ou mosqueados avermelhados             profundos, bem drenados, muito intemperizados e de
   (plintita), geralmente compondo um emaranhado           baixa fertilidade natural, como os Latossolos, são os
   de cores bem contrastante com a matriz do solo,         mais representativos, estendendo-se por 34% da região.
   podendo ou não conter nódulos ou concreções (pe-        Os Latossolos Amarelos ocorrem na depressão do
   troplintita), os quais são constituídos por uma mis-    Médio-Baixo Rio Amazonas (Figura 1); são originados
   tura de argila, pobre em carbono orgânico e rica        de sedimentos psamíticos, pelíticos e rudáceos e ocu-
   em ferro, ou ferro e alumínio, com quartzo e ou-        pam uma área de 582,5 mil km2, correspondendo a
   tros materiais. Freqüentemente são ácidos e com         15% da região Norte. No entorno dos Latossolos
6                                                                                          O Recurso Natural Solo


Amarelos predominam os Latossolos Vermelho-Ama-              madamente, 70% da área daquela região, bem como
relos, que se distribuem de maneira esparsa na paisa-        63% da população nordestina. Uma característica pe-
gem e ocupam 726,3 mil km2, correspondendo a 18,7%           culiar do Nordeste brasileiro é a grande variabilidade
de toda a região Norte.                                      de seus solos e condições ambientais, com diferentes
       Outra classe de solos de grande representativi-       vocações e potenciais para fins de produção. Conside-
dade é a dos Argissolos, que se distribuem por 26,6%         rando apenas duas grandes faixas – a úmida (Litorâ-
da região, normalmente em relevos ondulados. Entre os        nea) e a semi-árida – seria possível caracterizar aproxi-
Argissolos, a classe de maior ocorrência é o Argissolo       madamente os solos de cada uma delas de acordo com
Vermelho-Amarelo, distribuídos em aproximadamente            Souza (1979). A primeira faixa revela solos bem dife-
22% da região, sendo a classe de maior ocorrência indi-      renciados. Compreende grande parte do Maranhão,
vidual do norte do Brasil. Nas áreas declivosas, sob rele-   amplas áreas do Piauí e a faixa costeira que vai do Rio
vos ondulados a montanhosos, ocorrem os Neossolos            Grande do Norte até o sul da Bahia, incluindo os Ta-
Litólicos, ocupando 165 mil km2 (4,2% da região).            buleiros Costeiros. Sobre ela repousa a economia agrí-
       Os Alissolos se distribuem na depressão do So-        cola do litoral úmido – a cana-de-açúcar, o cacau, as
limões e são originados de sedimentos pleistocênicos         frutas, o arroz, etc. – em substituição às matas desapa-
psamíticos. Ocupam 347,5 mil km2, o que correspon-           recidas. Os solos aí são de profundidade variada, dota-
de a 9% da região. Nesses mesmos ambientes são co-           dos de boa precipitação anual, e tiveram sua fertilidade
muns os Plintossolos, ocupando 269 mil km2 ou apro-          reduzida graças ao uso agrícola contínuo e à grande
ximadamente 7% da região. Já nas planícies fluviais ou       pluviosidade, favorecendo a lixiviação e a erosão. Nes-
flúvio-lacustre há a predominância de Gleissolos que se      tas condições, dominam os Latossolos que ocorrem em
distribuem por 254 mil km2, cerca de 6,5% da região.         relevos plano e suave ondulado e ocupam 488 mil km2,
       As principais limitações, comuns na maioria dos       correspondendo a 31% da área total do Nordeste.
solos da Amazônia, são a acidez elevada, a saturação                 A Segunda, zona semi-árida (Agreste e Sertão),
alta por alumínio e a disponibilidade baixa de nutri-        com índices de pluviosidade mais baixos, abrange vá-
entes. Estima-se que 90% de suas terras apresentam           rias áreas do interior do Nordeste. Em geral, os solos
deficiência em fósforo, 75% toxicidade por alumínio,         aí são mais rasos, dotados de boa fertilidade natural,
50% baixa reserva de potássio, além do fato de que           tendo em vista a retenção de elementos minerais. Sua
50% da região estar sujeita a déficits hídricos elevados     extensão compreende a maior parte do polígono das
(Rodrigues, 1996). Entretanto, existem tecnologias que       secas. Ocupando as áreas mais movimentadas, apare-
possibilitam contornar satisfatoriamente esses proble-       cem tanto os Argissolos com baixa reserva de nutrien-
mas, mas que refletem, necessariamente, no aumento           tes, distribuídos por 290 mil km2 (18,4%), como os
dos custos com insumos. As limitações de ordem físi-         Luvissolos; esses, de elevada fertilidade natural, ocu-
ca para exploração agrícola intensiva das terras do norte    pam 107 mil km2. Nestas condições ocorrem, também,
do país são pouco representativas. Apenas 10% da área        os Neossolos, solos jovens que se diferenciam em Litó-
apresenta declividade superior a 20%. Entretanto, a          licos, Quartzarênicos, e Regolíticos, ocupando 28,5%
elevada precipitação em algumas sub-regiões, acima de        da região nordeste (451 mil km2). Em relevo plano e
2.000mm anuais, conjugada com solos de textura argi-         suave ondulado, destacam-se os Planossolos e Plintos-
losa e drenagem deficiente, como Latossolos Amarelos         solos, solos mal drenados, freqüentemente utilizados
e Plintossolos, dificulta ou mesmo inviabiliza o uso         com pastagens.
agrícola sustentável.                                                Os solos do Nordeste se diversificam segundo
       A ampliação da fronteira agrícola na região           os variados fatores de formação que lhes deram ori-
Amazônica, apesar da grande oferta de terras com po-         gem. Há solos ricos, pobres e degradados pela erosão e
tencial para suportar atividades agrícolas, deverá ser       pelo fogo. O uso irracional pela agricultura itinerante
acompanhada de um incremento da difusão de tecno-            tem sido a causa mais importante de sua devastação.
logias que permitam alcançar uma maior produtivida-          Isto tudo leva a afirmar que o Nordeste possui amplas
de com sustentabilidade, contribuindo para o desen-          áreas de solos plenamente satisfatórios e diversifica-
volvimento socioeconômico e a preservação dos recur-         dos que, uma vez explorados, permitiriam alimentar
sos naturais da região.                                      uma grande população, desenvolvendo condições para
                                                             que esta tenha renda mais alta e melhor nível de vida,
Região Nordeste
                                                             diferente da realidade atual nesta região.

A região Nordeste é tradicionalmente dividida em três
                                                             Centro-Oeste
zonas: Litorânea, Agreste e Sertão, as quais, totaliza-
das, ocupam 1.582 mil km2. Estas duas últimas se ca-         A fisiografia e o clima quente e subúmido, a vegetação
racterizam pelo clima semi-árido, abrangendo, aproxi-        predominante de cerrados e de matas ao longo dos
O Recurso Natural Solo                                                                                           7


cursos d’água ocupando chapadas e chapadões, dão ao                  Os Neossolos Quartzarênicos têm expressiva
Centro-Oeste uma fisionomia típica, estendendo-se por        ocorrência na região. São amplamente distribuídos nas
uma área total de 1.879.455km2. A pecuária constituiu a      regiões Norte, Oeste, Centro e Sudeste do estado de
atividade tradicional mais importante durante décadas        Mato Grosso, Centro e Norte do Mato Grosso do Sul
na região, provavelmente devido ao seu isolamento até        e Nordeste de Goiás, englobando aproximadamente
a transferência da capital do país do Rio de Janeiro para    15% da superfície do Centro-Oeste brasileiro. Apre-
o Planalto Central Brasileiro, nos idos de 1960.             sentam severas limitações ao uso agrícola, seja pela tex-
        A ocupação do novo espaço, abertura de áreas         tura muito arenosa, fertilidade muito baixa, ou ainda
para agropecuária, pesquisas direcionadas, melhor co-        devido ao alumínio em níveis de toxicidade, baixa ca-
nhecimento do ambiente físico com o aumento de               pacidade de retenção de água ou elevada suscetibilida-
investimentos na região, construção de rodovias e a          de à erosão. O desenvolvimento de processo erosivo
grande mobilização de empresas agrícolas do Sul e do         nestes solos é rápido e tem início imediatamente após
Sudeste do país contribuíram para mostrar outra reali-       a intervenção antrópica.
dade. Dentre as mudanças mais significativas ocorri-                 Os Cambissolos, Neossolos Litólicos e Plin-
das, destaca-se a expansão da agricultura nas áreas de       tossolos Pétricos, são solos pouco intemperizados,
cerrados, em sua maior parte constituídas de grandes         rasos ou pouco profundos, cascalhentos, concrecio-
extensões de Latossolos de texturas variando de média        nários, geralmente pedregosos, ocorrendo em relevos
a muito argilosa, em relevos altamente favoráveis à          desde planos até fortemente ondulados, ocupam em
mecanização, de excelentes propriedades físicas e de         torno de 17% da região Centro-Oeste. São de poten-
fertilidade facilmente corrigida pela adubação e cala-       cial agrícola praticamente nulo, com limitações de
gem. Com este potencial agrícola indiscutível, abriu-se      fertilidade, profundidade efetiva, impedimento ao
uma nova fronteira para a produção de soja, milho,           emprego da mecanização e altamente susceptíveis à
trigo, arroz, feijão, café, algodão e outras culturas cli-   erosão, constituindo, em geral, as áreas onde se ob-
maticamente adaptadas, superando a importância da            servam os altos índices de degradação quando culti-
pecuária na região.                                          vadas.
        De acordo com o Delineamento Macroagroeco-                   Outras áreas de características peculiares com-
lógico do Brasil (Embrapa, 1992), o Centro-Oeste apre-       preendem as planícies fluviais inundáveis, como o
senta 31% de suas terras indicadas para preservação          Pantanal Mato-Grossense e a Ilha de Bananal, onde
permanente, 3% para extrativismo e 66% para lavou-           predominam tipos de solos como Planossolos, Plin-
ras de ciclo curto e longo. Portanto, o potencial para       tossolos, Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Neossolos
pecuária é considerado nulo segundo os critérios do          Quartzarênicos Hidromórficos e Vertissolos. Estas áre-
zoneamento agroecológico. Não obstante, considerá-           as requerem manejo especial e culturas adaptadas às
veis áreas são ocupadas com pastagens plantadas e na-        condições de hidromorfismo, em função do regime
turais, revelando uma distorção de uso da terra, prin-       hídrico e da drenagem deficiente. Em caso de utilizá-
cipalmente pelo avanço de pastagens sobre áreas indi-        las com sistemas produtivos, permanece o risco da
cadas para preservação. Se não são essas áreas de pre-       proximidade do lençol freático e dos numerosos cur-
servação invadidas, aquelas com vocações mais inten-         sos d’água quando da aplicação de defensivos agríco-
sivas, atualmente se encontram em estado de subutili-        las e adubação, constituindo uma ameaça a contami-
zação com pastagens de má qualidade.                         nação de mananciais, com reflexos diretos ao meio
        Os Latossolos dominam nas paisagens do Cen-          ambiente. Áreas com estas características representam
tro-Oeste. Distribuem-se em aproximadamente 35% da           cerca de 10% da região Centro-Oeste e são indicadas
região, ocupando áreas aplainadas, geralmente sob ve-        para preservação, constituindo ambientes ecológicos
getação de cerrado, de textura variando de média a           frágeis.
muito argilosa, fertilidade baixa a média e elevado
potencial agrícola (Carvalho Filho et al., 1991). Devi-
                                                             Região Sul
do à sua média suscetibilidade à erosão, atualmente
tem-se implantado sistemas de manejo adotando o              Com uma extensão geográfica de 577.723km2 é a me-
cultivo mínimo e o plantio direto; técnicas amplamente       nor das regiões brasileiras, com alta densidade popula-
difundidas e incentivadas por associações de produto-        cional, clima subtropical e cobertura vegetal nativa de
res regionais (Freitas, 2001).                               florestas e campos, atualmente desaparecidos quase por
        Outros solos comuns são os Argissolos, geralmen-     completo para dar lugar à exploração agropecuária e
te ocupando relevos mais dissecados, de fertilidade na-      florestal mais desenvolvida do país.
tural média a alta e, semelhante aos latossolos, apresen-            A região mantém grande atividade comercial
tam considerável potencial agrícola. Distribuem-se em        com os países do Mercosul e com outras regiões do
aproximadamente 20% da região Centro-Oeste.                  Brasil, destacando-se, no setor agropecuário, como gran-
8                                                                                        O Recurso Natural Solo


de produtora de milho, soja, trigo, arroz, além de des-     Região Sudeste
tacar-se na indústria madeireira, celulose, manufatura-     Os latossolos abrangem aproximadamente 56% da re-
dos e a já conhecida indústria vinícola. Em grandes         gião Sudeste e somados aos Argissolos, perfazem cerca
propriedades desenvolve-se a pecuária extensiva, ativi-     de 78% desta importante região do país (Tabela 1), de
dade tradicional, onde se encontra um grande reba-          elevado desenvolvimento social, técnico e cultural e
nho bovino, além de suíno e ovino, constituindo pra-        responsável por setores estratégicos da cadeia produti-
ticamente a metade do rebanho nacional.                     va brasileira. Parte desses ambientes, de solos profun-
        Constituída de três estados, Paraná, Santa Cata-    dos, muito porosos, bem drenados e situados em rele-
rina e Rio Grande do Sul, é uma região típica de pla-       vos de relativa planura de superfície, características
naltos e serras com terras férteis originadas, em grande    inerentes aos Latossolos, dominam nas zonas de recar-
parte, do derrame basáltico que se estende por toda a       ga dos aqüíferos, contribuindo efetivamente para a sua
Bacia Sedimentar do Paraná. Na região predominam            capacidade de armazenamento de água; esta depende
os Latossolos Vermelho-Amarelos, Vermelhos e Bru-           diretamente da facilidade de infiltração da água da
nos, profundos, de excelentes propriedades físicas e de     chuva, daí a relevância dos Latossolos na manutenção
fertilidade facilmente corrigível pela adubação e cala-     e recarga dos aqüíferos (Freitas, 2001).
gem (Fasolo, 1991). São muito susceptíveis à erosão e               Em termos gerais, há uma estreita relação entre
as áreas cultivadas seguem recomendações técnicas de        os grandes domínios geológicos da região Sudeste e os
contenção da erosão, onde começam a surgir cultivos         principais tipos e uso dos solos, conforme exposto a
segundo o método do plantio direto e estudos para           seguir.
aumento da eficiência da aplicação de corretivos e adu-             Nos domínios de rochas pré-cambrianas do
bos através de técnicas de agricultura de precisão. Ou-     embasamento cristalino, constituídos por complexos
tros solos, como os Nitossolos, Argissolos, Cambisso-       gnáissicos-graníticos-migmatíticos, região denominada
los e Chernossolos, de média a alta fertilidade natural     por Ab’Saber (1970) de Mares de Morros, há uma pre-
são comuns na região Sul e respondem por grande             dominância de Argissolos, Latossolos e Cambissolos.
parte da produção de grãos.                                 São solos, em sua maioria, de baixa fertilidade natural,
        As planícies representam grandes extensões no       e acidentados, no entanto, é a área de maior densidade
sul do país, predominantemente no Rio Grande do             rural do país, originalmente coberta por floresta tropi-
Sul. A maior parte se encontra destituída de sua co-        cal (Rezende & Resende, 1996). Na região Sudeste, os
bertura vegetal original, devido à utilização pelo ho-      Mares de Morros envolvem predominantemente o Leste
mem com sistemas produtivos, principalmente, pe-            do Estado de São Paulo, o Sul e o Leste de Minas
cuária e orizicultura. Em virtude destas explorações,       Gerais, o Estado do Rio de Janeiro e a maior parte do
tais planícies foram submetidas a sistemas intensivos       Espírito Santo (Ab’Saber, 1996). Essas áreas foram in-
de drenagens, a ponto de não se legitimar as condi-         tensivamente ocupadas com lavoura cafeeira a partir
ções hídricas originais da grande maioria dos solos.        da segunda metade do século XIX. Os nutrientes da
Esta consideração é fortemente ratificada em situa-         mata original sustentavam a lavoura por algum tem-
ções onde se observam plantios de soja, o qual neces-       po, no entanto, com o manejo inadequado dos cafe-
sita rebaixamento definitivo do lençol freático. Solos      zais e enfraquecimento das terras, essas eram transfor-
como Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Cambissolos            madas em pastagens (Rezende & Resende, 1996). Atu-
(derivados de sedimentos fluviais), Planossolos, Plin-      almente, o parque cafeeiro dessas regiões montanho-
tossolos e Organossolos são os mais representativos         sas permanece significativo, representando aproxima-
desses ambientes, muito importantes na economia             damente 35% da cafeicultura nacional (Guimarães,
da região.                                                  1996), embora sejam as pastagens plantadas mais ex-
        O uso intensivo do recurso solo é uma caracte-      tensivas, as quais, em geral, estão mal manejadas, com
rística desta região que, aliado à mecanização agrícola,    baixa capacidade suporte e degradadas.
é responsável pelos altos índices de erosão hídrica,                A Bacia Sedimentar do Paraná é outra ocorrên-
observados principalmente nos Estados do Rio Gran-          cia geológica expressiva no Sudeste brasileiro, ocupan-
de do Sul e Paraná. Em Santa Catarina, as serras domi-      do cerca de 40% Estado de São Paulo, predominante-
nam extensas áreas de relevo forte ondulado a monta-        mente na sua porção Centro-Oeste, bem como o Oes-
nhoso, fator restritivo à utilização dos solos com cul-     te de Minas Gerais (região do Triângulo). Nesses ambi-
turas anuais. Não obstante, técnicas de manejo adap-        entes predominam os arenitos cretácicos do Grupo
tadas a relevos acidentados têm sido implementadas          Bauru, em sua maioria com cimentos ou nódulos car-
com bons resultados, tais como o preparo mínimo do          bonáticos (IPT, 1981). Uma estreita relação solo-rele-
solo, plantio na palha, não remoção de restos cultu-        vo-uso atual pode ser genericamente verificada na re-
rais e o cultivo em faixas e em curvas de nível, reduzin-   gião: latossolos de textura média e baixa fertilidade
do significativamente as perdas por erosão.                 natural ocorrem nos topos em relevos aplainados, pre-
O Recurso Natural Solo                                                                                            9


dominantemente cultivados com café, pastagens e              natural, são expressivos nos domínios do Grupo Bam-
menos freqüentes a culturas anuais, reflorestamento e        buí, ocorrência geológica significativa no Estado mi-
fruticultura. Em seqüência, na parte intermediária das       neiro. Esses locais são predominantemente destinados
encostas, tem-se Argissolos de textura arenosa/média         à pastagens extensivas, à culturas anuais (milho e fei-
que se caracterizam por um manto arenoso superfici-          jão) e à fruticultura (bananicultura).
al, geralmente transitando abruptamente para um ho-
rizonte inferior de textura média, as vezes argilosa, e
de melhor fertilidade em relação aos latossolos. Esses       A suscetibilidade natural dos solos aos
solos predominam em relevos acidentados e são alta-          processos erosivos
mente susceptíveis aos processos erosivos lineares, sen-
do comuns o desenvolvimento de ravinas e voçorocas           A suscetibilidade natural dos solos à erosão é uma
com pouco tempo de uso (Salomão, 1994). A vegeta-            função da interação entre as condições de clima, mo-
ção primitiva praticamente não existe na região, com         delado do terreno e tipo de solo, sendo um processo
predominância de pastagens extensivas e degradadas           natural que pode ser intensificado pela ação antrópi-
nos locais de ocorrência dos Argissolos. Juntos, Latos-      ca. Da análise empírica da interação destes fatores,
solos e Argissolos, perfazem aproximadamente 70%             juntamente com a avaliação de estimativas experimen-
dos solos da região Sudeste, sob domínio dos arenitos        tais de perdas de solo, foi possível estabelecer e classi-
do Grupo Bauru.                                              ficar os solos em cinco classes de suscetibilidade na-
        Os derrames basálticos mesozóicos da Bacia           tural à erosão das terras do país. As classes de susceti-
Sedimentar do Paraná constituem outro grande domí-           bilidade muito baixa e baixa englobam tanto os solos
nio litológico do Sudeste. Restrito basicamente ao Es-       de baixadas, hidromórficos ou não, como aqueles de
tado de São Paulo, predominantemente na província            planalto, muito porosos, profundos e bem drenados,
geomorfológica denominada por Almeida (1964) de              todos localizados em relevo de relativa planura da
Depressão Periférica, é composto na sua maioria por          superfície.
Latossolos Vermelhos, Nitossolos e Argissolos Verme-                 Em condições mais favoráveis ao desenvolvimen-
lhos; solos com elevado teor de óxidos de ferro e de         to de processos erosivos, destacam-se solos comumen-
fertilidade variada, predominando os de relativa po-         te arenosos ou com elevada mudança de textura em
breza em nutrientes. Esses domínios, principalmente          profundidade, bem como aqueles rasos, localizados,
em relevos planos ocupados com os Latossolos, são            em geral, em relevos dissecados, configurando classes
intensamente cultivados com cana-de-açúcar, que de-          de suscetibilidade à erosão média, alta ou muito alta,
salojou importantes áreas outrora ocupadas com café          dependendo, como relatado anteriormente, da intera-
(Oliveira & Menk, 1984), embora esta cultura ainda           ção entre os diversos fatores responsáveis pela susceti-
permaneça em grandes extensões, predominantemen-             bilidade dos mesmos à erosão (Figura 2 e Tabela 2).
te no leste paulista. Além dessas atividades, tais solos             Com base nestas interpretações, as terras brasi-
são aproveitados com citrus, culturas anuais, princi-        leiras podem situam-se, em sua maior porção, nas clas-
palmente milho, algodão, soja, sorgo, com pastagens          ses de baixa a alta suscetibilidade à erosão (84% das
e, em menor extensão, reflorestamento. Os Latossolos         terras), porém com composições regionais distintas,
Vermelhos, argilosos, muito porosos e com elevados           como resultado das peculiaridades em relação aos va-
conteúdos de ferro (Fe O ≥ 180g/kg) provenientes do          riados ambientes edafoclimáticos e ao grau de susceti-
intemperismo das rochas 3básicas da Bacia Sedimentar
                        2
                                                             bilidade natural dos solos (Tabela 2 e Figura 2).
do Paraná, ocupam aproximadamente 14% do Estado                      A região Norte se caracteriza pelos baixos níveis
de São Paulo (Oliveira & Menk, 1984).                        de suscetibilidade nas várzeas do rio Amazonas e seus
        Finalmente, os domínios representados por se-        afluentes, bem como nos baixos platôs, onde se desen-
qüências metamórficas (pré-cambriano), englobam gru-         volvem solos argilosos ou muito argilosos, muito pro-
pos e formações geológicas diversas e distribuem-se          fundos, geralmente em relevo plano. Esses ambientes,
predominantemente por todo o Centro-Oeste do Esta-           sob domínio de Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Latos-
do de Minas Gerais. Genericamente, recobrem o em-            solos Amarelos e Latossolos Vermelho-Amarelos, re-
basamento cristalino e caracterizam-se por ocorrênci-        presentam aproximadamente 46% dessa região do Bra-
as de gnáisses variados, xistos, filitos, quartzitos, már-   sil (Tabela 2). As terras com o maior potencial de ero-
mores, ardósias e rochas carbonáticas, bem como for-         são, distribuídas em aproximadamente 36% da região,
mações ferríferas localizadas, onde as explorações mi-       ocorrem em relevos mais dissecados sob domínio de
nerais são expressivas. A diversidade de solos nessa re-     Argissolos, Luvissolos e Cambissolos.
gião reflete a diversidade litológica, no entanto, exten-            No Nordeste do Brasil, 33% das terras apresen-
sas áreas de Cambissolos e Latossolos com elevados           tam suscetibilidade muito baixa e baixa, 34% média e
teores de alumínio extraível, solos de baixa fertilidade     33% tem classes de suscetibilidade alta e muito alta (Ta-
10                                                                                                    O Recurso Natural Solo




Figura 2. Mapa interpretativo da suscetibilidade natural dos solos à erosão hídrica.


            Tabela 2. Extensão e distribuição percentual das classes de suscetibilidade natural dos solos à erosão.

                                                          Regiões
     Classes de            N               NE               CO                 SE                  S            BRASIL
      Erosão
                       km2       %      km2       %      km2        %      km2         %     km2       %      km2        %
       M.Baixa       306.533     8    38.389      3    82.518        5    7.493         1    5.690     1     440.623      5
       Baixa        1.427.765   39    461.989    30    732.576      45   423.368       46   154.863    28   3.200.561    39
       Média         647.286    17    517.856    34    319.543      20   125.002       14   151.257    27   1.760.944    21
       Alta         1.141.371   31    349.041    23    229.260      14   189.422       21    82.124    15   1.991.218    24
       M.Alta        198.114     5    155.860    10    256.177      16   168.970       18   164.859    29    943.980     11



bela 2). Solos como os Neossolos Quartzarênicos, Litó-              cados, representam as terras com elevada suscetibilidade
licos e Regolíticos são os com maior potencial de ero-              à erosão. Já áreas expressivas de Latossolos, representan-
são devido à presença de conteúdos significativos de                do cerca de 30% da região, são aquelas representativas
areia, associado, em alguns casos, a relevos dissecados.            das terras com baixa suscetibilidade à erosão. A ocor-
Embora as chuvas no semi-árido nordestino sejam de                  rência de horizontes superficiais arenosos, bem como o
baixa duração e freqüência, sua elevada intensidade em              aumento do teor de argila em profundidade torna os
alguns locais favorece o escoamento superficial, desa-              Argissolos e Planossolos medianamente suscetíveis à ero-
gregação e transporte dos solos, mesmo em relevos mais              são nas condições climáticas características da região.
aplainados. Solos como os Luvissolos, em geral com                         A região Centro-Oeste apresenta cerca de 70% de
maiores conteúdos de argila e em relevos bastante disse-            seus solos com suscetibilidade à erosão variando de muito
O Recurso Natural Solo                                                                                                       11


baixa a média, em decorrência da dominância de rele-              ALMEIDA, F. F. M. Fundamentos geológicos do relevo paulista.
vos aplainados do Planalto Central Brasileiro, associa-           Boletim do Instituto Geográfico e Geológico, São Paulo, n.
                                                                  41, p.169-262, 1964.
dos a solos profundos e bem drenados, como os Latos-
solos. O restante das terras (30%) corresponde, em ge-            CARVALHO FILHO, A.; MOTA, P. E. F.; COSTA, L. D. da. Solos
                                                                  da região Centro – Oeste. Goiânia: Embrapa-SNLCS- Coordena-
ral, aos solos com elevados teores de areia, como os
                                                                  doria Centro Oeste, 1991. 1 v. Digitado.
Neossolos Quartzarênicos e alguns Latossolos de textu-
ra média, os quais apresentam fraca estruturação e são            EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Delineamen-
                                                                  to macroagroecológico do Brasil, escala 1:5.000.000. Rio de Ja-
facilmente desagregados e carregados pelas águas da chu-          neiro, 1992. 1 mapa color.
va, mesmo em relevo relativamente plano. Ressalta-se a
ocorrência, nessa região, de severos processos erosivos           EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Sistema bra-
                                                                  sileiro de classificação de solos. Brasília, DF: Embrapa Produção
lineares (ravinas e voçorocas) nas terras situadas em al-         de Informação, 1999. 412 p.
gumas cabeceiras de drenagem, resultando da conjuga-
                                                                  EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de
ção de solos de fraca estruturação e relevo movimenta-
                                                                  Solos. Mapa de Solos do Brasil, escala 1:5.000.000. Rio de Janei-
do, como ocorre, por exemplo, nos chapadões da divisa             ro, 1981. 1 mapa color.
dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Ge-
                                                                  FASOLO, P. J. Situação atual do solo brasileiro nos Estados
ras e Mato Grosso, onde se originam diversos rios que             do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Curitiba:
formam as bacias do Prata e do Amazonas. A Tabela 2               Embrapa - SNLCS - Coordenadoria Regional Sul, 1991. 1 v. Digi-
mostra a região Sudeste com predominância de solos                tado.
com baixa suscetibilidade aos processos erosivos (46%).           FREITAS, P. L. de. Sistemas conservacionistas, baseados no plantio
Semelhante à região Centro-Oeste, a ocorrência expres-            direto e na integração lavoura-pecuária, como instrumentos efeti-
siva de Latossolos em relevos aplainados, com elevados            vos de manejo e conservação do solo, da água, do ar e da biodiver-
conteúdos de argila e porosos, condicionam a baixa sus-           sidade. In: REUNIÃO TÉCNICA DE MANEJO E CONSERVA-
                                                                  ÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 2001, Brasília, DF. Anais... Brasí-
cetibilidade à erosão. As terras muito erodíveis corres-          lia, DF: Agência Nacional de Águas, 2001.
pondem a 40% da região e estão associadas a relevos
dissecados e aos solos com elevados conteúdos de areia            GUIMARÃES, R. T. Desenvolvimento da Cafeicultura de Monta-
                                                                  nha. In: ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos gran-
ou significativa diferença textural em profundidade,              des domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento
como ocorre, por exemplo, nos domínios dos arenitos               sustentado. Viçosa: SBCS: UFV, 1996. p. 251-260.
do Grupo Bauru, predominantemente na região Oeste
                                                                  IPT. Mapa geológico do Estado de São Paulo: escala 1:500.000.
do Estado de São Paulo e nos relevos acidentados ao               São Paulo: IPT- Divisão de Minas e Geologia Aplicada, 1981. v.1,
longo da Serra do Mar.                                            126 p.
        Para a região Sul, observa-se a predominância
                                                                  OLIVEIRA, J. B. de; MENK, J. R. F. Latossolos roxos do Estado
de solos com alta e muito alta suscetibilidade à erosão           de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1984. 132 p. (IAC.
(Tabela 2), condicionados pela presença significativa             Boletim Técnico, 82).
de solos rasos, como os Cambissolos e Neossolos Litó-             OLIVEIRA, J. B.; JACOMINE, P. K. T.; CAMARGO, M. N. Classes
licos, ou mesmo mais profundos, como os Argissolos,               gerais de solos do Brasil. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 201 p.
todos localizados em relevos acidentados das serras e
                                                                  RESENDE, M.; CURI, N.; SANTANA, D. P. Pedologia e fertili-
planaltos sulinos. Os solos com suscetibilidade muito             dade do solo: interações e aplicações. Brasília, DF: MEC; [La-
baixa e baixa perfazem 29% da região, geralmente as-              vras]: ESAL; [Piracicaba]: POTAFOS, 1988. 81 p.
sociados aos planaltos e planícies sedimentares de rele-
                                                                  REZENDE, S. B. de; RESENDE, M. Solos dos mares de morros:
vos aplainados, onde ocorrem Latossolos e Planosso-               ocupação e uso. In: ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O
los respectivamente. Na classe de suscetibilidade mé-             solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o
dia, destacam-se os Alissolos, Nitossolos e Chernosso-            desenvolvimento. Viçosa: SBCS: UFV, 1996. p. 261-288.
los, em geral em relevo movimentado.                              RODRIGUES, T, E. Solos da Amazônia. In: ALVAREZ, V. H.;
                                                                  FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos grandes domínios morfocli-
                                                                  máticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa:
Referências Bibliográficas                                        SBCS: UFV, 1996. p. 51-260.
AB’SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos e solos do Brasil. In:   SALOMÃO, F. X. T. Solos do arenito Bauru. In: PEREIRA, V. de;
ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos grandes         FERREIRA, M. E.; CRUZ, M. C. P. da. (Ed.) Solos altamente
domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento            suscetíveis à erosão. Jaboticabal: UNESP-FCAV: SBCS, 1994. p.
sustentado. Viçosa: SBCS; UFV, 1996. p.1-18.                      51-55.
AB’SABER, A. N. Províncias geológicas e domínios morfocli-        SOUZA, J, G. O Nordeste brasileiro: uma experiência de desen-
máticos no Brasil. São Paulo: USP-Instituto de Geografia, 1970.   volvimento regional. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1979.
26 p. (USP. Geomorfologia, 20).                                   410 p.
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Uso agricola solos brasileiros

  • 1. Uso Agrícola dos Solos Brasileiros Celso Vainer Manzatto Elias de Freitas Junior José Roberto Rodrigues Peres
  • 2. Uso Agrícola dos Solos Brasileiros
  • 3. República Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso Presidente Ministério da Agricultura e do Abastecimento Marcus Vinicius Pratini de Moraes Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Conselho de Administração Márcio Forte de Almeida Presidente Alberto Duque Portugal Vice-Presidente Dietrich Gerhard Quast Alexandre Khalil Pires Sérgio Fausto Urbano Campos Ribeiral Membros Diretoria-Executiva da Embrapa Alberto Duque Portugal Presidente Bonifácio Hideyuki Nakasu José Roberto Rodrigues Peres Dante Daniel Giacomelli Scolari Diretores executivos Embrapa Solos Doracy Pessoa Ramos Chefe Geral Celso Vainer Manzatto Chefe-Adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento Paulo Augusto da Eira Chefe-Adjunto de Apoio Técnico/Administração
  • 4. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Embrapa Solos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Uso Agrícola dos Solos Brasileiros Editores Técnicos Celso Vainer Manzatto Elias de Freitas Junior José Roberto Rodrigues Peres Rio de Janeiro, RJ 2002
  • 5. Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Solos Rua Jardim Botânico, 1.024 22460-000 Rio de Janeiro, RJ Tel: (21) 2274-4999 Fax: (21) 2274-5291 E-mail: sac@cnps.embrapa.br Site: http://www.cnps.embrapa.br Projeto gráfico e arte-final Ingrafoto Reproduções em Fotolito Ltda Capa Paulo Maurício de Souza Magalhães Tratamento editorial Ingrafoto Reproduções em Fotolito Ltda Revisão de Português André Luiz da Silva Lopes Revisão final Claudia Regina Delaia 1a edição 1a impressão (2002): tiragem 250 exemplares Embrapa Solos Catalogação-na-publicação (CIP) Manzatto, Celso Vainer Uso agrícola dos solos brasileiros / Celso Vainer Manzatto; Elias de Freitas Junior; José Roberto Rodrigues Peres (ed.). – Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2002. 174 p. ISBN 85-85864-10-9 1. Solo brasileiro. 2. Uso agrícola – Solo brasileiro I. Freitas Junior, Elias de. II. Peres, José Roberto Rodrigues. III. Embrapa Solos (Rio de Janeiro). CDD (21.ed.) 631.4 Copyright © 2002. Embrapa
  • 6. Instituições Parceiras • Associação de Plantio Direto no Cerrado - APDC • Instituto Agronômico de Campinas - IAC • Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR • Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA • Universidade Federal de Lavras – UFLA • Universidade Federal de Viçosa - UFV • Embrapa Agropecuária Oeste • Embrapa Amazônia Oriental • Embrapa Clima Temperado • Embrapa Florestas • Embrapa Meio Ambiente • Embrapa Sede/SEA – Secretária de Administração Estratégica • Embrapa Semi-árido • Embrapa Solos • Embrapa Trigo
  • 7. Autores Alberto Carlos de Campos Bernardi Clayton Campanhola Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Solos e Nutri- Engenheiro Agrônomo, PhD em Entomologia, ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos, Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: alberto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim e-mail: clayton@cnpma.embrapa.br. Rod. Cam- Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: pinas-Mogi Mirim, km 127,5, Bairro Tanquinho 22460-000. Velho, Jaguariúna, SP, CEP: 13820-000. Antonio Ramalho Filho Elizabeth Presott Ferraz Engenheiro Agrônomo, PhD em Estudo de So- Bacharel em Estatística, Consultora Inter- los, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: na da Presidência do INCRA, e-mail: ramalho@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni- elizabeth@incra.gov.br. Ed. Palácio do Desen- co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. volvimento, 18 andar, sala 1811 – SBN, Brasília, DF. CEP: 70o57-900. Carlos Alberto Flores Engenheiro Agrônomo, M.Sc. Manejo do Solo, Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, e- Enio Fraga da Silva mail: flores@cpact.embrapa.br. Br 392, Km 78, Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Solos e Nutrição Pelotas, RS, CEP: 96001-970. de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: enio@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico, nº Carlos Alberto Silva 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Ciência do Solo, Professor da Universidade Federal de Lavras, e- Fernando Falco Pruski mail: csilva@ufla.br. DCS/UFLA, Cx. Postal: 37, Engenheiro Agrícola, Doutor em Engenharia Lavras, MG, CEP: 37200-000. Agrícola – Recursos Hídricos e Ambientais, Pro- fessor Titular da Universidade Federal de Viçosa Celso de Castro Filho – UFV, Pesquisador Bolsista do CNPq do De- Engenheiro Agrônomo, PhD em Conservação de partamento de Engenharia Agrícola, e-mail: Solo, Pesquisador em Manejo e Conservação do ffpruski@ufv.br. Av. P. H. Rolfs, s/nº, Viçosa, MG, Solo do Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, CEP: 36571-000. e-mail: cccastro@pr.gov.br. Rod. Celso Garcia Cid, km 375, Londrina, PR, CEP: 86001-970. Fernando Luis Garagorry Cassales Celso Vainer Manzatto Economista, PhD em Economia Agrícola, Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Produção Ve- Pesquisador da Embrapa/SEA, e-mail: getal, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: garag@sede.embrapa.br. Parque Estação Bio- manzatto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni- lógica – PqEB, Final Av. W/3 Norte, Cx. Postal: co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. 040315, Brasília, DF, CEP: 70770-901.
  • 8. Flávio Hugo Barreto Batista da Silva José Maria Gusman Ferraz Engenheiro Agrônomo, M.Sc. em Engenharia Biólogo, D. Sc. em Ecologia, Pesquisador Agrícola, Pesquisador da Embrapa Solos – UEP da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: Recife, e-mail: flaviohu@cnps.embrapa.br. Rua ferraz@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP 340, Km Antônio Falcão, 402 - Boa Viagem, Recife, PE, 127,5, Jaguariúna, SP, CEP: 13820.000. CEP: 51020-240. Ladislau Araújo Skorupa Heloísa F. Filizola Engenheiro Florestal, D.Sc. em Botânica, Pes- Pedóloga, D.Sc. em Ciências da Terra, Pesqui- quisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: sadora da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: skorupa@cnpma.embrapa.br. Rod. Campinas/ filizola@cnpma.embrapa.br, Rodovia SP-340, Mogi Mirim, km 127,5, Jaguariúna, SP, CEP: Km 127,5, Tanquinho Velho, Jaguariúna, SP, CEP: 13820-000. 13820-000. Humberto Gonçalves dos Santos Luciano José de Oliveira Accioly Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Ciência do Solo, Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Sistema Geo- Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: gráfico de Informação, Pesquisador da Embra- humberto@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botâni- pa Solos, e-mail: oaccioly@cnps.embrapa.br. co, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. Rua Antônio Falcão, 402 - Boa Viagem, Recife, PE, CEP: 51020-240. Iêdo Bezerra Sá Engenheiro Florestal, D.Sc. em Geoprocessa- Luís Carlos Hernani mento/Sensoriamento Remoto, Pesquisador da Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia – Embrapa Semi-Árido, e-mail Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisador da iedo@cpatsa.embrapa.br, BR 428. km 152, Cai- Embrapa Agropecuária Oeste, e-mail: xa Postal 23, Petrolina, PE, CEP 56.300-970. hernani@cpao.embrapa.br. Rodovia BR 163, Km 253,6, Caixa Postal 61, Dourados, MS, CEP: Isabella Clerici De Maria 79804-970 Engenheira Agrônoma, Doutora em Agronomia - Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisadora Ci- Magda Aparecida de Lima entífica em Manejo e Conservação do Solo do Ecóloga, Dra. em Geociências, Pesquisadora Instituto Agronômico, e-mail: Icdmaria@iac.br, da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: Caixa Postal 28, Campinas, SP, CEP: 13001-970. magda@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP-340, Km 127,5, Bairro Tanquinho Velho, Jaguariúna, John Nicolas Landers SP, CEP: 13820-000. Engenheiro Agrônomo, Consultor e Secretário Executivo da Associação de Plantio Direto no Manoel Dornelas de Souza Cerrado – APDC, e-mail: Engenheiro Agrônomo, Doutor em Física de john.landers@apis.com.br. SMDB, Conjunto 9, Solos, Pesquisador da Embrapa Meio Ambien- Lote 5, Brasília, DF. CEP: 71600-000. te, e-mail: dornelas@cnpma.embrapa.br. Caixa Postal 69, Jaguariúna SP, CEP 13820-000. José Eloir Denardin Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nu- Marco Antonio Ferreira Gomes trição de Plantas, Pesquisador e Chefe Adjunto Geólogo, D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas, de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Tri- Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: go, e-mail: denardin@cnpt.embrapa.br. Rodovia gomes@cnpma.embrapa.br. Rod. SP 340, Km BR 285, km 174, Caixa Postal 451, Passo Fun- 127,5, Cx. Postal 69, Jaguariúna, SP, CEP: do, RS, CEP 99001-970. 13.820-000. José Flávio Dynia Maria Conceição Peres Young Pessoa Engenheiro Agrônomo, PhD Solos e Nutrição de Matemática, D.Sc. em Automação, Pesquisado- Plantas, Pesquisador da Embrapa Meio Ambi- ra da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: ente, e-mail: dynia@cnpma.embrapa.br. Rodo- young@cnpma.embrapa.br. Rodovia SP 340, Km via SP 340, km 127,5, Caixa Postal 69, Jaguari- 127,5, Tanquinho Velho, Jaguariúna, SP, CEP: úna, SP, CEP 13800-000. 13820-000.
  • 9. Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin Rainoldo Alberto Kochhann Engenheira Agrônoma, PhD em Ciência do Solo Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nu- e Geomática, Pesquisadora da Embrapa Solos, trição de Plantas, Pesquisador da Embrapa Tri- e-mail: loumendonca@cnps.embrapa.br. Rua go, e-mail: rainoldo@cnpt.embrapa.br. Rodovia Jardim Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, BR 285, km 174, Caixa Postal 451, Passo Fun- CEP: 22460-000. do, RS, CEP 99001-970. Ronaldo Pereira de Oliveira Mário Luiz Diamante Aglio Engenheiro Eletrônico e Analista de Sistemas, Geógrafo, M.Sc. em Cartografia Automatizada, Mestrado em Sistemas de Geoinformação, Técnico Nível Superior da Embrapa Solos, e-mail: Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: mario@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico, ronaldo@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. Sérgio Ahrens Maurício Rizzato Coelho Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências Flo- Engenheiro Agrônomo, M.Sc. em Solos e Nutri- restais, Pesquisador da Embrapa Florestas, e- ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos, mail: sahrens@cnpf.embrapa.br. Estrada da Ri- e-mail: mrcoelho@cnps.embrapa.br. Rua Jardim beira, Km 111, Cx. Postal: 319, Colombo, PR. Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: CEP: 83411-000. 22460-000. Silvia Elizabeth de Castro Sampaio Cardim Paulo Choji Kitamura Bacharel em Administração, Gerente Estratégi- Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia, ca do INCRA, e-mail: silviac@incra.gov.br, Ed. Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: Palácio do Desenvolvimento, 18 andar, sala 2105 kitamura@cnpma.embrapa.br. Rod. SP 340 km – SBN, Brasília, DF. CEP: 70o57-900 127,5 km, Jaguariúna, SP, CEP 13 820-000. Tatiana Deane de Abreu Sá Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Fisiologia Ve- Paulo de Tarso Loguercio getal, Pesquisadora da Embrapa Amazônia Ori- Economista, M.Sc. em Antropologia, Sociologia ental, e-mail: tatiana@cpatu.embrapa.br. Trav. Dr. e Política, Assessor Parlamentar do INCRA, e- Enéas Pinheiro, s/nº, Marco, Belém, PA, CEP: mail: loguercio@incra.gov.br. Ed. Palácio do De- 66095-100. senvolvimento, 18 andar, sala 2105 – SBN, Bra- sília, DF. CEP: 70o57-900 Thomaz Correia e Castro da Costa Engenheiro Agrônomo, D.S. em Ciência Flores- tal, Pesquisador da Embrapa Solos, e-mail: Pedro Luiz de Freitas thomaz@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Botânico, Engenheiro Agrônomo, PhD em Ciência do Solo, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 22460-000. Pesquisador da Embrapa Solos, Colaborador Téc- nico e Diretor da Associação de Plantio Direto no Valéria Sucena Hammes Cerrado, e-mail: pfreitas@cnps.embrapa.br. Rua Engenheira Agrônoma, D.Sc. em Planejamento Jardim Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: Ambiental, Pesquisadora da Embrapa Meio 22460-000. Ambiente, e-mail: valeria@cnpma.embrapa.br. Rod. SP-340, km 127,5 - Tanquinho Velho, Ja- guariuna, SP, CEP: 13820-000. Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Solos e Nutri- Wagner Bettiol ção de Plantas, Pesquisador da Embrapa Solos, Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Fitopatologia, e-mail: pedro@cnps.embrapa.br. Rua Jardim Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, e-mail: Botânico, nº 1024, Rio de Janeiro, RJ, CEP: bettiol@cnpma.embrapa.br. Caixa Postal 69, 22460-000. Jaguariúna, SP, CEP: 13820-000.
  • 10. Apresentação Este livro relata a evolução da agropecuária brasileira ao longo das últimas três décadas, com foco principal no uso das terras. São relatos de vários pesquisadores das áreas de ciência do solo, da sociologia e da economia, fundamentais para o entendimento de como e onde as terras foram ocupadas e os resultados dessa ocupação, do ponto de vista econômico, social e ambiental. Retrata claramente o desperdício dos recursos naturais ocorridos pelo mau uso das terras, levando a repen- sar esta ocupação como forma de se evitar os erros do passado. O que se pretende com este documento não é mudar a historia, mas chamar a atenção para o papel fundamental dos solos e de seu uso adequado para a sustentabilidade da agropecuária que constitui hoje a base deste formidá- vel complexo agroindustrial gerador de divisas, com o qual pode contar o Brasil de hoje. Como bem diz Roberto Rodrigues na apresentação do livro “Agribusiness Brasileiro — A História” — editado pela ABAG, a agricultura hoje se faz com muita pesquisa, muito trabalho e com uso intensivo das tecnologias modernas. Por isto ela é responsável pelo superávit brasileiro, mas requer atenção redo- brada quanto aos seus efeitos sobre os recursos naturais pelo uso inapropriado das terras, pela mecanização intensiva, uso abusivo de fertilizantes e defensivos. Ao final dos diagnósticos realizados, pode-se concluir através de cenários que são evidentes hoje, e que requerem medidas urgentes dos tomadores de decisão para manutenção ou aumento do atual status da agropecuária brasileira. O primeiro deles mostra que embora nestas três décadas o incremento do conhecimento e desenvolvimento tecnológico tenha sido relevante, aumentando con- sideravelmente a produtividade da maioria das culturas, não foi suficiente para evitar o crescimento da área agrícola, que cresceu em mais de 28%, e onde exerce atualmente grande pressão para novas ocupações. O segundo cenário aponta para a necessidade de um grande esforço político de recuperação e reintegração ao processo produtivo das chamadas terras velhas, que foram degrada- das pelo mau e indevido uso. Chama-se este esforço de político, pois conhecimentos e tecnologia são já disponíveis para esta recuperação. O terceiro cenário aponta para a necessidade do apoio permanente à pesquisa de geração de conhecimentos e a transferência de tecnologias junto a gran- de maioria dos pequenos e médios produtores, que não utilizando as tecnologias disponíveis deixam de contribuir para o necessário aumento da produtividade. O quarto cenário está relacionado ao melhor planejamento de uso das terras brasileiras, que necessita estar baseado nos Zoneamentos agrícola e ecológico-econômico, que conjugam as informações relativas à potencialidade das terras, com as necessidades de controle dos riscos de produção e ambientais, tornando-se ferramentas essenciais aos processos de crédito e seguro agrícola. José Roberto Rodrigues Peres Diretor-Executivo, Embrapa
  • 11. Sumário Introdução, XXI Capitulo 1 O Recurso Natural Solo, 1 Capítulo 2 O Potencial de Uso e o Uso Atual das Terras, 13 Capítulo 3 O Domínio do Uso do Solo, 23 Capítulo 4 Aspectos Gerais da Dinâmica de Uso da Terra, 31 Capítulo 5 A Erosão e Seu Impacto, 47 Capítulo 6 Fertilidade do Solo e Demanda por Nutrientes no Brasil, 61 Capítulo 7 Contaminação dos Solos em Áreas Agrícolas, 79 Capítulo 8 Utilização de Resíduos Urbanos e Industriais, 87 Capítulo 9 Outras Formas de Degradação do Solo, 93 Capítulo 10 Valores e Conscientização da Sociedade, 105 Capítulo 11 Legislação e Programas Nacionais, 121 Capítulo 12 Compromissos Internacionais: Convenção sobre Diversidade Biológica, 135 Capítulo 13 Compromissos Internacionais: Convenções-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e sobre o Combate à Desertificação (UNCCD), 145 Capítulo 14 Uma resposta conservacionista – O impacto do Sistema Plantio Direto, 151 Capítulo 15 Cenários sobre a adoção de práticas conservacionistas baseadas no plantio direto e seus reflexos na produção agrícola e na expansão do uso da terra, 163
  • 12. Lista de Tabelas CAPITULO 1 CAPÍTULO 4 Tabela 1 Extensão e distribuição dos solos Tabela 1 Variação percentual nas áreas no Brasil, 1 totais utilizadas, de 1970 para Tabela 2 Extensão e distribuição percentual 1995, para o país e por das classes de suscetibilidade região, 31 natural dos solos à erosão, 10 Tabela 2 Estruturas de uso da terra (em %), nos anos de 1970 e 1995, para o país e por CAPÍTULO 2 região, 32 Tabela 1 Aptidão das terras do Brasil por Tabela 3 Distribuição do número de região e por nível de manejo para microrregiões, por quartil, e os diferentes tipos de usos índice de concentração de indicados, 14 Theil, 34 Tabela 2 Uso Atual das Terras do Brasil, 16 Tabela 4 Tabela de contingência para a Tabela 3 Variáveis e Indicadores de Uso da presença de microrregiões em Terra, 18 dois anos, 35 Tabela 4 Intensidade de uso agrosilvipatoril Tabela 5 Freqüência da presença de das terras municipais por Regiões microrregiões nos anos de 1976 e no Brasil, 19 1998, por grupo de contribuição, e Tabela 5 Indicadores da Irrigação no medidas de persistência e Brasil, 20 distância, 36 Tabela 6 Contribuição percentual da parte persistente, no nível de 75%, em CAPÍTULO 3 1976 e 1998, com respeito ao Tabela 1 Brasil – Estabelecimentos, área, volume total em cada ano, 37 valor bruto da produção (VBP) e Tabela 7 Freqüência da presença de financiamento total (FT), 25 microrregiões nos anos de 1976 e Tabela 2 Agricultores familiares – 1998, por faixa de contribuição, Estabelecimentos, área, VBP e medidas de persistência e financiamento total segundo as distância, 37 regiões, 26 Tabela 8 Microregiões de rendimentos mais Tabela 3 Variação do número de imóveis e da altos da soja e do algodão área, segundo o Brasil e grandes herbáceo, em 1976 e 1998, 39 regiões (92/98), 27 Tabela 4 Brasil – Estabelecimentos, área, valor bruto da produção (VBP) e financiamento total (FT), 28 CAPÍTULO 5 Tabela 5 Agricultores familiares – Tabela 1 Estimativa de perda anual de solo Estabelecimentos, área, VBP e e de água por erosão hídrica no financiamento total segundo as Brasil em função do tipo de regiões, 29 ocupação de solo, 55
  • 13. Tabela 2 Estimativa de perda anual de CAPÍTULO 7 nutrientes e matéria orgânica Tabela 1 Teores de metais naturalmente (t ha-1 ano-1) por erosão hídrica presentes nos solos no Estado de em sistema convencional de S. Paulo, 83 manejo do solo no Brasil em Tabela 2 Teores de alguns metais pesados função do tipo de ocupação de em corretivos e fertilizantes, 84 solo e total, 55 Tabela 3 Teores de metais pesados em Tabela 3 Estimativa(1) do custo adicional solos agrícolas, 84 em fertilizantes em função da Tabela 4 Valores de alerta para metais perda anual de nutrientes (N, P, K, pesados em solo, 84 Ca, Mg e S) e adubação orgânica por erosão hídrica no Brasil de acordo com o tipo ocupação de CAPÍTULO 8 solo e total, 56 Tabela 1 Teores de micronutrientes em Tabela 4 Estimativa dos custos anuais alguns resíduos orgânicos e no externos à propriedade devidos à lodo de esgoto, 89 erosão dos solos no Brasil, 56 Tabela 2 Macronutrientes contidos em Tabela 5 Resumo da estimativa de alguns resíduos orgânicos, 89 valoração dos impactos anuais da Tabela 3 Composição do lixo sólido urbano erosão dos solos no Brasil, 58 no Brasil, 90 CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 6 Tabela 1 Área em processo de Tabela 1 Extensão geográfica das maiores desertificação nos estados do limitações na América Tropical, 63 Nordeste, 94 Tabela 2 Área cultivada, proporção da área Tabela 2 Escala desertificação e que recebe fertilizantes e o respectivas áreas na Região consumo total de fertilizantes Nordeste do Brasil, 95 dos principais países Tabela 3 Uso atual em percentagem por consumidores, 64 unidade de solos da área piloto Tabela 3 Área plantada das principais com 75.000 há do Núcleo de culturas no Brasil, porcentagem Desertificação do Seridó – RN, 96 daárea fertilizada, taxa de Tabela 4 Biomassa da Caatinga por aplicação e utilização total de Unidade de solo da área Piloto nutrientes, dados referentes a de Desertificação do Seridó – 1996, 64 RN, 97 Tabela 4 Consumo aparente de fertilizantes, Tabela 5 Extensão e percentagem de nutrientes e matérias primas no ocorrência de Areais por Área Brasil no período de 1991 a Municipal da região sudeste 2000, 65 do Estado do Rio Grande do Tabela 5 Produção e consumo aparente de Sul, 97 calcário no Brasil no período de Tabela 6 Classificação dos solos quanto a 1991 a 2000, 66 salinidade, 99 Tabela 6 Consumo aparente de calcário Tabela 7 Dados referentes às áreas nos principais Estados salinizadas do Piauí, 100 (1.000 t), 66 Tabela 8 Áreas salinizadas nos perímetros Tabela 7 Produtividade atual e ótima e irrigados do Ceará, 100 extração de nutrientes das Tabela 9 Áreas salinizadas no perímetro principais culturas no Brasil, 67 irrigados do Rio Grande do Tabela 8 Balanço de macronutrientes Norte, 100 primários na agricultura Tabela 10 Áreas salinizadas no perímetros brasileira, 69 irrigados da Paraíba, 100 Tabela 9 Áreas que podem ser salvas do Tabela 11 Áreas salinizadas no perímetros desflorestamento por várias irrigados de Pernambuco, 100 opções de manejo, estimada para Tabela 12 Áreas salinizadas no perímetros Yurimaguas no Peru, 75 irrigados da Bahia, 100
  • 14. Tabela 13 Áreas de solos (em km2) afetados Tabela 5 Outros impactos positivos, fora da por salinização nos estados do propriedade rural, devidos à Nordeste, 100 adoção de Sistema Plantio Tabela 14 Danos Físicos do Uso do Fogo na Direto, em área 14,3 milhões de Amazônia, 102 hectares, 159 Tabela 15 Danos Econômicos do Uso do Tabela 6 Benefícios devidos ao Sistema Fogo na Amazônia, 102 Plantio Direto, considerando a área cultivada de 14,3 milhões de hectares no Brasil, 159 CAPÍTULO 14 Tabela 1 Evolução da área cultivada em Sistema Plantio Direto no Brasil, em mil hectares, em alguns CAPÍTULO 15 Estados e região do Cerrado Tabela 1 Cenários de área desmatada na (1996-2000), segundo Federação Amazônia para fins agropecuários, Brasileira de Plantio Direto na 166 Palha, 153 Tabela 2 Produção, área colhida e Tabela 2 Redução de fertilizantes e produtividade das culturas corretivos devido a menores perdas selecionadas na safra 1999/2000, por erosão nos 14,3 milhões de 167. hectares cultivados sob Sistema Tabela 3 Aumento da produtividade física Plantio Direto no Brasil, 157 em áreas não irrigadas Tabela 3 Resumo dos benefícios internos à considerando apenas a adoção de propriedade rural para os 14,3 sistemas conservacionistas milhões de hectares em Sistema baseados no plantio direto (safra + de Plantio Direto, 158 safrinha ou safra de inverno), 168 Tabela 4 Benefícios externos á propriedade Tabela 4 Incrementos de área com rural devidos à adoção de Sistema lavouras anuais e pastagens Plantio Direto no Brasil, 158 recuperadas, 172
  • 15. Lista de Figuras CAPITULO 1 Figura 8 Área média dos estabelecimentos Figura 1 Mapa de solos do Brasil, 3 patronais em hectares, 29 Figura 2 Mapa interpretativo da suscetibilidade natural dos solos à CAPÍTULO 4 erosão hídrica, 10 Figura 1 Variações do uso da terra no Brasil no período 1970 a 1985, 32 CAPÍTULO 2 Figura 2 Taxas de crescimento anuais de Figura 1 Uso Atual das Terras por Região produção de grãos (arroz, feijão, do Brasil, 16 milho, soja e trigo), 40 Figura 2 Evolução da área ocupada pela Figura 3 Indicadores de desempenho agropecuária no Brasil no período relativo das lavouras (arroz, batata de 1970 a 1998, 18 inglesa, cebola, feijão, mandioca, Figura 3 Índice relativo da intensidade de milho, trigo, algodão em caroço, uso das terras dos municípios por amendoim e soja), 41 atividades Agrosilvipastoris, 19 Figura 4 Evolução da área colhida e Figura 4 Evolução das áreas irrigadas no produção agrícola de grãos – Brasil, 20 arroz, feijão, milho, soja e trigo, 42 Figura 5 Uso atual, aptidão agrícola e CAPÍTULO 3 balanço da disponibilidade das Figura 1 Comportamento do índice de Gini terras aptas para pastagem em 1992 e 1998, Segundo o Brasil plantada por região do Brasil, 43 e Grandes Regiões, 24 Figura 6 Evolução da produção de carnes Figura 2 Comportamento dos índices de no Brasil, 44 concentração fundiária no Brasil - 1972/1998, 26 CAPÍTULO 5 Figura 3 Comportamento dos índices de Figura 1 Degradação, perda de concentração fundiária no Brasil - produtividade e conseqüências 1972/1998, 27 econômicas, sociais e ambientais Figura 4 Participação relativa das grandes resultantes do preparo do solo na regiões no número total de agricultura tradicional, 50 imóveis cadastrados no Brasil em Figura 2 Áreas vulneráveis à erosão 1992, 27 resultantes do cruzamento entre a Figura 5 Participação relativa das grandes pressão de uso das terras e a regiões no número total de área susceptibilidade natural dos solos cadastrada no Brasil em 1992, 27 à erosão, 53 Figura 6 Participação relativa das grandes Figura 3 Fator erosividade da chuva (R) na regiões no número total de área bacia do rio Paraná, com a cadastrada no Brasil em 1998, 27 intensidade aumentando do azul Figura 7 Área média dos estabelecimentos para o verde e deste para o familiares em hectares, 29 vermelho, 54
  • 16. CAPÍTULO 6 Figura 2 Área de ocorrência de areais no Figura 1 Economia de uso de área agrícola Sudoeste do Estado do Rio no Brasil no período de 1970- Grande do Sul, Brasil, 97 1998, em função do acréscimo da Figura 3 Localização esquemática dos produtividade média das solos com problemas de culturas, 62 salinidade no Brasil, 99 Figura 2 Consumo de fertilizante N, P2O5 e K2O no Brasil no período de 1975 a 1999, 65 Capítulo 14 Figura 3 Extração de macronutrientes Figura 1 Evolução da área cultiva em primários N, P e K (A), Sistema Plantio Direto no Brasil secundários Ca, Mg e S (B) e (1972-2000), 153 micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn Figura 2 Evolução da área cultiva em (C), 68 Sistema Plantio Direto no Rio Figura 4 Projeção de extração dos Grande do Sul, no período de macronutrientes N, P e K para 1976 a 2000, 154 produtividades ótimas, 69 Capítulo 15 CAPÍTULO 7 Figura 1 Estrutura da sociedade civil no Figura 1 Consumo de defensivos setor rural voltada à adoção do agrícolas, 79 Sistema Plantio Direto como Figura 2 Consumo de agrotóxicos por sistema conservacionista no estado, 80 continente americano, 164 Figura 2 Evolução e projeção da relação entre a área agrícola total e a CAPÍTULO 8 população brasileira, 166 Figura 1 Composição do esgoto Figura 3 Variação da Taxa Anual de doméstico, 88 Crescimento da Área de Adoção do SPD no Brasil, 168 Figura 4 Evolução da área de adoção de CAPÍTULO 9 SPD, considerando três cenários Figura 1 Mapa da Desertificação no quanto a taxa de adoção Brasil, 95 anual, 169
  • 17. Introdução A idéia da realização de um livro abordando o Uso Agrícola dos Solos Brasileiros nasceu após o convite formalizado pelo IBAMA — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renová- veis, para que a Embrapa coordenasse a elaboração do Capítulo de Solos do “Geo Brasil 2002 — Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil”. O esforço de elaborar um relatório sobre a qualidade do meio ambiente brasileiro, informando à sociedade, sua real situação, principais problemas e avan- ços, resultou numa série de contribuições de pesquisadores da Embrapa e de outras instituições, aproveitados em sua versão expandida, na construção dos capítulos desta obra. Como resultado, esta obra apresenta quinze capítulos ordenados e elaborados utilizando-se adaptações da metodologia utilizada pelo Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente para a elaboração das séries GEO (Global Environment Outlook), como decorrência do viés agrícola ado- tado. Possue ainda uma abordagem generalista, decorrência em parte, das orientações do Geo Brasil 2002 e, de outra, das dimensões continentais do País e seus múltiplos condicionantes de natureza local e regional. Os capítulos iniciais tratam do estado atual dos solos brasileiros, compreendendo sua consti- tuição, tipos, distribuição geográfica, potencial de uso e uso agrícola atual. Os capítulos que se seguem tratam das atividades e processos de origem antrópica, que agem sobre o recurso solo produzindo mudanças no seu domínio e uso atual, como resultado das dinâmicas e transformações verificadas na agropecuária ao longo das três últimas décadas. Nos capítulos cinco a nove são abordados os principais impactos decorrentes do uso dos solos pela agropecuária e, nos seguintes, as ações adotadas para mitigar ou prevenir impactos ambientais negativos ou mesmo conservar o recurso solo, que incluem a conscientização da socie- dade, as leis nacionais e suas regulamentações, programas, convenções, acordos internacionais e respostas conservacionistas ao uso das terras. No último capítulo apresentam-se alguns cenários sobre este uso conservacionista e seus reflexos sobre a produção, produtividade e expansão do espaço agrícola. Cada capítulo contou com a contribuição de vários autores-colaboradores, cujos créditos téc- nicos encontram-se listados em conjunto no início do livro, e posteriormente, individualizados por capítulos. Ressalta-se por fim, a importância que os diferentes aspectos do uso dos solos possuem sobre o planejamento, ordenamento e desenvolvimento agrícola sustentável do País. A forte compe- titividade no setor, decorrência da globalização e da abertura de mercados, vem determinando uma crescente necessidade de se agregar valor aos produtos da agropecuária. Progressivamente estes passam a ser avaliados ainda, não apenas pelo seu valor intrínseco, mas também como resultante de mecanismos limpos e sustentáveis de produção. Ou seja, atualmente os mercados demandam cada vez mais produtos socialmente justos e ambientalmente corretos, com amplos reflexos na forma de uso e apropriação dos solos brasileiros.
  • 18. 1 Capítulo O Recurso Natural Solo Maurício Rizzato Coelho Humberto Gonçalves dos Santos Enio Fraga da Silva Mario Luiz Diamante Aglio Introdução de salinidade e/ou sodicidade em alguns solos nordes- tinos são os principais fatores condicionantes à pro- O solo é uma coleção de corpos naturais, constituídos dução agrícola nesta região do país. por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, A região Centro-Oeste, vasta superfície aplaina- dinâmicos, formados por materiais minerais e orgâni- da pelos processos erosivos naturais, é caracterizada cos, contendo matéria viva e ocupando a maior por- pelo Planalto Central Brasileiro. A predominância de ção do manto superficial das extensões continentais um clima tropical quente com veranicos acentuados é do planeta (Embrapa, 1999). característica da região, destacando-se grandes exten- O território brasileiro se caracteriza por uma sões de solos profundos, bem drenados, de baixa ferti- grande diversidade de tipos de solos, correspondendo, lidade natural que são facilmente corrigidos pela adu- diretamente, à intensidade de interação das diferentes bação e calagem, porém com características físicas fa- formas e tipos de relevo, clima, material de origem, voráveis, além das condições topográficas que permi- vegetação e organismos associados, os quais, por sua tem intensa mecanização agrícola das lavouras. vez, condicionam diferentes processos formadores dos A região Sudeste se caracteriza por planaltos e solos. A esta diversidade, deve-se a natureza de nosso áreas serranas com vários pontos de altitudes superio- país, suas potencialidades e limitações de uso e, em res a 2.000 metros, clima tropical com verões quentes grande parte, às diferenças regionais no que se refere às nas baixadas e mais amenos nas áreas altimontanas; diversas formas de ocupação, uso e desenvolvimento predominância de solos bem desenvolvidos, geralmente do território. de baixa fertilidade natural. Assim, um quadro sintético das paisagens brasi- Na região Sul, os solos originados de rochas leiras, por região, mostra o Norte do país como um básicas e de sedimentos diversos se encontram distri- território de planícies e baixos planaltos, de clima equa- buídos em uma paisagem com relevo diversificado, torial, calor permanente e alto teor de umidade atmos- onde predomina o clima subtropical, com estações bem férica, com predominância de solos profundos, alta- definidas e solos predominantemente férteis com ele- mente intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade na- vado potencial agrosilvipastoril. tural, e comumente saturados por alumínio tóxico para Como exposto, as diferenciações regionais são a maioria das plantas, o que diminui significativamen- resultantes da considerável variabilidade de seus solos, te o potencial produtivo de suas terras, quando não condições climáticas e geomorfológicas, refletindo di- adequadamente manejadas. retamente no potencial agrícola das terras, na diversi- Na região Nordeste, observam-se tipos climáti- ficação das paisagens e aspectos vinculados ao tipo cos que variam do quente e úmido ao quente e seco predominante de uso do solo, com reflexos no desen- (semi-árido), passando por uma faixa de transição semi- volvimento diferenciado das regiões do país. A ocor- úmida. Nela, ocorre, em grande parte, solos de média rência, a diversidade e a distribuição geográfica das a alta fertilidade natural, em geral pouco profundos principais classes de solos do Brasil são genericamente em decorrência de seu baixo grau de intemperismo. O abordadas neste capítulo, salientando alguns dos atri- déficit hídrico e, em menor proporção, a ocorrência butos agronômicos e taxonômicos mais relevantes e 1
  • 19. 2 O Recurso Natural Solo pertinentes aos diferentes tipos de solo que dominam apresentando pequena diferença no teor de argila as paisagens das regiões brasileiras. em profundidade e, comumente, são de baixa ferti- lidade natural. Em geral, a macroestrutura é fraca ou moderada, no entanto, o típico horizonte latos- Tipos, Características e Distribuição sólico apresenta forte microestruturação (pseudoa- dos Solos reia), característica comum nos Latossolos Verme- lhos Férricos, solos de elevado teor de óxidos de A diversidade dos ecossistemas do território brasileiro é ferro. São típicos das regiões equatoriais e tropi- extremamente grande e os solos, que são parte integran- cais, distribuídos, sobretudo, em amplas e antigas te desse complexo de recursos naturais, também variam superfícies de erosão, pedimentos e terraços fluvi- significativamente. Com base no Mapa de Solos do Brasil ais antigos, normalmente em relevo suavemente on- (Embrapa, 1981) e no atual Sistema Brasileiro de Classi- dulado e plano. Os Latossolos são os solos mais ficação de Solos (Embrapa, 1999), pode-se distinguir 13 representativos do Brasil, ocupando 38,7% da área grandes classes de solos mapeáveis e representativas das total do país e distribuem-se em praticamente todo paisagens brasileiras (Figura 1 e Tabela 1). território nacional (Tabela 1). Existem variados ti- As grandes classes de solos subdividem-se em pos de Latossolos, que se diferenciam, dentre vári- diferentes tipos, conforme as características próprias os outros atributos, pela sua cor, fertilidade natu- de cada solo, separando-os em unidades mais homogê- ral, teor de óxidos de ferro e textura. neas. As definições, conceitos e critérios taxonômicos Argissolos: os Argissolos formam uma classe bastan- utilizados na classificação e diferenciação dos mais vari- te heterogênea que, em geral, tem em comum um ados tipos de solos brasileiros estão detalhados no Siste- aumento substancial no teor de argila em profun- ma Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999). didade. São bem estruturados, apresentam profun- Neste capítulo, as classes de solos são descritas e concei- didade variável e cores predominantemente aver- tuadas sucintamente, generalizando-se as mais expressi- melhadas ou amareladas, textura variando de are- vas propriedades e características dos solos brasileiros, nosa a argilosa nos horizontes superficiais e de sua distribuição geográfica e aspectos agronômicos. média a muito argilosa nos subsuperficiais; sua fer- tilidade é variada e a mineralogia, predominante- Latossolos: são solos resultantes de enérgicas trans- mente caulinítica. Os argissolos ocupam aproxima- formações no material originário ou oriundos de damente 20,0% da superfície do país; em termos de sedimentos pré-intemperizados onde predominam, extensão geográfica só perdem para os Latossolos na fração argila, minerais nos últimos estádios de (Tabela 1) e, semelhante a estes, distribuem-se em intemperismo (caulinitas e óxidos de ferro e alumí- praticamente todas as regiões brasileiras, desde o nio), sendo a fração areia dominada por minerais Rio Grande do Sul até o Amapá e do Acre até Per- altamente resistentes ao intemperismo. São de tex- nambuco. Habitualmente, ocupam terrenos de re- tura variável, de média a muito argilosa, geralmen- levos mais dissecados quando comparados aos la- te muito profundos, porosos, macios e permeáveis, tossolos. Tabela 1. Extensão e distribuição dos solos no Brasil Brasil Relativa por Regiões Tipos de Solos Absoluta Relativa Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul (km2) ao total (%) (%) Alissolos 371.874,48 4,36 8,67 0,00 0,00 0,00 6,34 Argissolos 1.713.853,49 19,98 24,40 17,20 13,77 20,68 14,77 Cambissolos 232.139,19 2,73 1,06 2,09 1,59 8,64 9,28 Chernossolos 42.363,93 0,53 0,00 1,05 0,27 0,21 3,94 Espodossolos 133.204,88 1,58 3,12 0,39 0,26 0,37 0,00 Gleissolos 311445,26 3,66 6,41 0,78 2,85 0,5 0,4 Latossolos 3.317.590,34 38,73 33,86 31,01 52,81 56,30 24,96 Luvissolos 225.594,90 2,65 2,75 7,60 0,00 0,00 0,00 Neossolos 1.246.898,89 14,57 8,49 27,55 16,36 9,38 23,23 Nitossolos 119.731,33 1,41 0,28 0,05 1,22 2,56 11,48 Planossolos 155.152,13 1,84 0,16 6,61 1,73 0,16 3,00 Plintossolos 508.539,37 5,95 7,60 4,68 8,78 0,00 0,00 Vertissolos 169.015,27 2,01 3,20 0,99 0,36 1,20 2,60 Água 160.532,30 1,88 3,20 0,36 0,31 1,20 2,60 Total 8.547.403,50 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
  • 20. O Recurso Natural Solo 3 Figura 1. Mapa de Solos do Brasil. Adaptado de EMBRAPA (1981) por Embrapa Solos.
  • 21. 4 O Recurso Natural Solo Alissolos: compreendem solos de baixa fertilidade na- costa leste do país, especialmente na Bahia, em Ser- tural e elevados teores de alumínio extraível (Al3+); gipe, Alagoas e Rio de Janeiro, nas baixadas areno- em alguns solos desta classe ocorre um significativo sas do Rio Grande do Sul e em áreas interioranas aumento do conteúdo de argila em profundidade; da Amazônia Ocidental, onde são expressivos. em outros este aumento é menos pronunciado. Em Gleissolos: ocupam, geralmente, as partes depressio- geral, são bem estruturados e distribuem-se na re- nais da paisagem e, como tal, estão permanente ou gião subtropical do Brasil, especialmente nos Esta- periodicamente encharcados, salvo se artificialmente dos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, drenados. Comumente, desenvolvem-se em sedimen- mas as maiores extensões deles é na Amazônia Oci- tos recentes nas proximidades dos cursos d’água e dental, sob condições tropicais e equatoriais, predo- em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições minantemente. de hidromorfismo, como as várzeas e baixadas. As- Cambissolos: devido à heterogeneidade do material sim, situam-se indiscriminadamente em todas as de origem, das formas de relevo e condições climá- áreas úmidas do território brasileiro, onde o lençol ticas em que são formados, as características destes freático fica elevado durante a maior parte do ano. solos variam muito de um local para outro. No Como ocorrências expressivas, no entanto, podem- entanto, uma característica comum é o incipiente se citar aquelas relacionadas às várzeas da planície estádio de evolução do horizonte subsuperficial, amazônica, em Goiás e Tocantins ao longo do Rio apresentando, em geral, fragmentos de rochas per- Araguaia, em São Paulo e Rio de Janeiro às mar- meando a massa do solo e/ou minerais primários gens do rio Paraíba, no Rio Grande do Sul às mar- facilmente alteráveis (reserva de nutrientes), além gens das lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira (Oli- de pequeno ou nulo incremento de argila entre os veira et al., 1991). horizontes superficiais e subsuperficiais. Ocorrem Luvissolos: compreendem solos com elevada fertili- em praticamente todo o território brasileiro. São dade natural, dotados de argilas com alta capacida- particularmente importantes na parte oriental dos de de retenção de íons trocáveis (argila de atividade planaltos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e alta) e saturação por bases também alta (elevada Paraná, onde os Cambissolos existentes têm alto capacidade de retenção de nutrientes) nos horizon- teor de matéria orgânica e elevados conteúdos de tes subsuperficiais, imediatamente abaixo de hori- alumínio extraível. Outras ocorrências significati- zontes do tipo A fraco ou moderado (baixos teores vas são aquelas relacionadas com a Serra do Mar, de matéria orgânica, pouco espessos e baixa a média estendendo-se desde o nordeste do Rio Grande do capacidade de retenção de nutrientes). Áreas expres- Sul até o Espírito Santo, serra da Mantiqueira e sivas são encontradas no nordeste brasileiro, onde se regiões interioranas de Minas Gerais (Oliveira et distribuem principalmente na zona semi-árida. al., 1992). Cambissolos de elevada fertilidade natu- Neossolos: pouco evoluídos, apresentam pequena ral são comuns na região nordestina e no Estado expressão dos processos responsáveis pela sua for- do Acre. mação, que não conduziram, portanto, a modifica- Chernossolos: compreendem solos que apresentam ções expressivas do material originário. Diferenci- atividade da fração argila bastante elevada no hori- am-se em grande parte pelo seu material de origem zonte subsuperficial, sendo o superficial do tipo A e paisagem, como depósitos sedimentares (planíci- chernozêmico (espesso, escuro, bem estruturado, es fluviais, sedimentos arenosos marinhos ou não) rico em matéria orgânica e com alta saturação por e regiões de relevo acidentado. Existem quatro gran- bases). São normalmente escuros, pouco coloridos, des tipos de Neossolos, que apresentam, generica- moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, por- mente, as seguintes características: Neossolos Li- tanto, de elevada fertilidade natural e com presen- tólicos – solos rasos, com espessura inferior a 50cm, ça de minerais de esmectita e/ou vermiculita na possuindo, em geral, uma estreita camada de mate- fração argila. Distribuem-se predominantemente em rial terroso sobre a rocha; Neossolos Regolíticos duas grandes áreas situadas ao sul (Rio Grande do – solos mais profundos com espessura superior a Sul) e leste do Brasil (Bahia). 50cm e presença de minerais alteráveis ou fragmen- Espodossolos: são predominantemente arenosos, com tos de rocha; Neossolos Quartzarênicos – solos acúmulo de matéria orgânica e compostos de alu- mais profundos, com espessura superior a 50cm, mínio em profundidade, podendo ou não conter de textura essencialmente arenosa por todo o solo compostos de ferro. São muito pobres e muito áci- e, praticamente, ausência de minerais primários al- dos, sendo peculiares os teores de alumínio extraí- teráveis (sem reserva de nutrientes); Neossolos Flú- vel relativamente elevados em relação aos outros vicos – solos provenientes de sedimentos aluviais. íons básicos presentes no solo. Distribuem-se es- Normalmente, possuem um horizonte escurecido parsamente nas baixadas litorâneas ao longo da à superfície sobre camadas estratificadas. Os Neos-
  • 22. O Recurso Natural Solo 5 solos Litólicos, em geral, estão associados a muitos baixa reserva de nutrientes. Encontram-se em rele- afloramentos de rocha. No mapa de solos estão vo plano e suave ondulado, em áreas deprimidas, apresentados como forma alongada, refletindo as planícies aluvionais e terços inferiores de encosta, cristas e partes mais instáveis da paisagem (Resen- situações que impliquem no escoamento lento da de, et al., 1988). Não há distribuição regionalizada, água do solo. As maiores extensões se encontram ocorrendo por todo o território brasileiro. Os Ne- na região Amazônica (alto Amazonas do território ossolos Regolíticos também são comuns no Brasil brasileiro), Amapá, Ilha de Marajó, baixada Mara- como um todo. No entanto, extensas áreas ocor- nhense, norte do Piauí, sudeste de Tocantins e nor- rem na região semi-árida nordestina. As maiores deste de Goiás, Pantanal Mato-Grossense e baixa- ocorrências de Neossolos Quartzarênicos estão nos das da região da Ilha do Bananal (Oliveira et al., Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato 1992). Plintossolos com predominância de nódu- Grosso, oeste e norte da Bahia, sul do Pará, sul e los ou concreções (Plintossolos Pétricos) são comuns norte do Maranhão, no Piauí e Pernambuco, em nas rupturas de chapadas em todo o Planalto Cen- relevo predominantemente plano. Os Neossolos tral Brasileiro e em muitas rupturas de declive na Flúvicos raramente ocupam apreciáveis áreas con- Amazônia (Resende, et al., 1988). tínuas, pois são restritos às margens dos cursos Vertissolos: são solos de coloração acinzentada ou d’água, lagoas e planícies costeiras onde, geralmen- preta, sem diferença significativa no teor de argila te, ocupam as pequenas porções das várzeas (Oli- entre a parte superficial e a subsuperficial do solo. veira et al., 1992). No entanto, a característica mais importante é a Nitossolos: são solos de textura argilosa ou mais fina pronunciada mudança de volume com a variação que apresentam pouco ou nenhum incremento de do teor de umidade devido ao elevado teor de argi- argila em profundidade. São normalmente profun- las expansivas (argila de atividade alta), tendo como dos, bem drenados, estruturados e de coloração feição morfológica característica e facilmente iden- variando de vermelho a brunada. Em geral, são tificável, a presença de fendas de retração largas e moderadamente ácidos, com saturação por bases profundas que se abrem desde a superfície do solo de baixa a alta, argila de atividade baixa e as vezes nos períodos secos. São de elevada fertilidade quí- contendo elevados conteúdos de alumínio extraí- mica, mas apresentam problemas de natureza físi- vel. As maiores áreas contíguas estão nos Estados ca. Ocorrem, predominantemente, na zona seca do sulinos. No entanto, no Estado de São Paulo, ex- Nordeste, no Pantanal Mato-grossense, na Campa- tensas áreas são encontradas nos planaltos basálti- nha Rio Grandense e no Recôncavo Baiano (Oli- cos que se estendem até o Rio Grande do Sul. veira et al., 1992). Planossolos: são mal drenados, com horizonte su- perficial de textura mais leve, em geral arenosa, que contrasta abruptamente com o horizonte sub- Ocorrência e aspectos gerais dos solos por superficial imediatamente subjacente, adensado e grandes regiões. extremamente endurecido quando seco, geralmente As diferentes regiões do território brasileiro apresen- de acentuada concentração de argila, bem estrutu- tam peculiaridades ambientais e culturais que refletem rado e de permeabilidade muito lenta, apresen- a ocorrência, a distribuição, a aptidão agrícola de suas tando visíveis sinais de hidromorfismo. Esses so- terras, o uso e manejo diferenciados de seus solos. As- los ocorrem predominantemente em áreas de rele- pectos dessa natureza adquirem, em termos gerais, o vo plano ou suave ondulado, muito utilizados com seguinte quadro sintético das paisagens brasileiras por arroz irrigado no Rio Grande do Sul e com pasta- região. gem na região nordeste do país (Resende, et al., 1988). Região Norte Plintossolos: apresentam uma diversificação morfo- lógica e analítica muito grande, no entanto, a ca- A região Norte abrange 3.878 mil km2, ocupando apro- racterística mais importante desses solos é a pre- ximadamente a metade do território brasileiro. Solos sença de manchas ou mosqueados avermelhados profundos, bem drenados, muito intemperizados e de (plintita), geralmente compondo um emaranhado baixa fertilidade natural, como os Latossolos, são os de cores bem contrastante com a matriz do solo, mais representativos, estendendo-se por 34% da região. podendo ou não conter nódulos ou concreções (pe- Os Latossolos Amarelos ocorrem na depressão do troplintita), os quais são constituídos por uma mis- Médio-Baixo Rio Amazonas (Figura 1); são originados tura de argila, pobre em carbono orgânico e rica de sedimentos psamíticos, pelíticos e rudáceos e ocu- em ferro, ou ferro e alumínio, com quartzo e ou- pam uma área de 582,5 mil km2, correspondendo a tros materiais. Freqüentemente são ácidos e com 15% da região Norte. No entorno dos Latossolos
  • 23. 6 O Recurso Natural Solo Amarelos predominam os Latossolos Vermelho-Ama- madamente, 70% da área daquela região, bem como relos, que se distribuem de maneira esparsa na paisa- 63% da população nordestina. Uma característica pe- gem e ocupam 726,3 mil km2, correspondendo a 18,7% culiar do Nordeste brasileiro é a grande variabilidade de toda a região Norte. de seus solos e condições ambientais, com diferentes Outra classe de solos de grande representativi- vocações e potenciais para fins de produção. Conside- dade é a dos Argissolos, que se distribuem por 26,6% rando apenas duas grandes faixas – a úmida (Litorâ- da região, normalmente em relevos ondulados. Entre os nea) e a semi-árida – seria possível caracterizar aproxi- Argissolos, a classe de maior ocorrência é o Argissolo madamente os solos de cada uma delas de acordo com Vermelho-Amarelo, distribuídos em aproximadamente Souza (1979). A primeira faixa revela solos bem dife- 22% da região, sendo a classe de maior ocorrência indi- renciados. Compreende grande parte do Maranhão, vidual do norte do Brasil. Nas áreas declivosas, sob rele- amplas áreas do Piauí e a faixa costeira que vai do Rio vos ondulados a montanhosos, ocorrem os Neossolos Grande do Norte até o sul da Bahia, incluindo os Ta- Litólicos, ocupando 165 mil km2 (4,2% da região). buleiros Costeiros. Sobre ela repousa a economia agrí- Os Alissolos se distribuem na depressão do So- cola do litoral úmido – a cana-de-açúcar, o cacau, as limões e são originados de sedimentos pleistocênicos frutas, o arroz, etc. – em substituição às matas desapa- psamíticos. Ocupam 347,5 mil km2, o que correspon- recidas. Os solos aí são de profundidade variada, dota- de a 9% da região. Nesses mesmos ambientes são co- dos de boa precipitação anual, e tiveram sua fertilidade muns os Plintossolos, ocupando 269 mil km2 ou apro- reduzida graças ao uso agrícola contínuo e à grande ximadamente 7% da região. Já nas planícies fluviais ou pluviosidade, favorecendo a lixiviação e a erosão. Nes- flúvio-lacustre há a predominância de Gleissolos que se tas condições, dominam os Latossolos que ocorrem em distribuem por 254 mil km2, cerca de 6,5% da região. relevos plano e suave ondulado e ocupam 488 mil km2, As principais limitações, comuns na maioria dos correspondendo a 31% da área total do Nordeste. solos da Amazônia, são a acidez elevada, a saturação A Segunda, zona semi-árida (Agreste e Sertão), alta por alumínio e a disponibilidade baixa de nutri- com índices de pluviosidade mais baixos, abrange vá- entes. Estima-se que 90% de suas terras apresentam rias áreas do interior do Nordeste. Em geral, os solos deficiência em fósforo, 75% toxicidade por alumínio, aí são mais rasos, dotados de boa fertilidade natural, 50% baixa reserva de potássio, além do fato de que tendo em vista a retenção de elementos minerais. Sua 50% da região estar sujeita a déficits hídricos elevados extensão compreende a maior parte do polígono das (Rodrigues, 1996). Entretanto, existem tecnologias que secas. Ocupando as áreas mais movimentadas, apare- possibilitam contornar satisfatoriamente esses proble- cem tanto os Argissolos com baixa reserva de nutrien- mas, mas que refletem, necessariamente, no aumento tes, distribuídos por 290 mil km2 (18,4%), como os dos custos com insumos. As limitações de ordem físi- Luvissolos; esses, de elevada fertilidade natural, ocu- ca para exploração agrícola intensiva das terras do norte pam 107 mil km2. Nestas condições ocorrem, também, do país são pouco representativas. Apenas 10% da área os Neossolos, solos jovens que se diferenciam em Litó- apresenta declividade superior a 20%. Entretanto, a licos, Quartzarênicos, e Regolíticos, ocupando 28,5% elevada precipitação em algumas sub-regiões, acima de da região nordeste (451 mil km2). Em relevo plano e 2.000mm anuais, conjugada com solos de textura argi- suave ondulado, destacam-se os Planossolos e Plintos- losa e drenagem deficiente, como Latossolos Amarelos solos, solos mal drenados, freqüentemente utilizados e Plintossolos, dificulta ou mesmo inviabiliza o uso com pastagens. agrícola sustentável. Os solos do Nordeste se diversificam segundo A ampliação da fronteira agrícola na região os variados fatores de formação que lhes deram ori- Amazônica, apesar da grande oferta de terras com po- gem. Há solos ricos, pobres e degradados pela erosão e tencial para suportar atividades agrícolas, deverá ser pelo fogo. O uso irracional pela agricultura itinerante acompanhada de um incremento da difusão de tecno- tem sido a causa mais importante de sua devastação. logias que permitam alcançar uma maior produtivida- Isto tudo leva a afirmar que o Nordeste possui amplas de com sustentabilidade, contribuindo para o desen- áreas de solos plenamente satisfatórios e diversifica- volvimento socioeconômico e a preservação dos recur- dos que, uma vez explorados, permitiriam alimentar sos naturais da região. uma grande população, desenvolvendo condições para que esta tenha renda mais alta e melhor nível de vida, Região Nordeste diferente da realidade atual nesta região. A região Nordeste é tradicionalmente dividida em três Centro-Oeste zonas: Litorânea, Agreste e Sertão, as quais, totaliza- das, ocupam 1.582 mil km2. Estas duas últimas se ca- A fisiografia e o clima quente e subúmido, a vegetação racterizam pelo clima semi-árido, abrangendo, aproxi- predominante de cerrados e de matas ao longo dos
  • 24. O Recurso Natural Solo 7 cursos d’água ocupando chapadas e chapadões, dão ao Os Neossolos Quartzarênicos têm expressiva Centro-Oeste uma fisionomia típica, estendendo-se por ocorrência na região. São amplamente distribuídos nas uma área total de 1.879.455km2. A pecuária constituiu a regiões Norte, Oeste, Centro e Sudeste do estado de atividade tradicional mais importante durante décadas Mato Grosso, Centro e Norte do Mato Grosso do Sul na região, provavelmente devido ao seu isolamento até e Nordeste de Goiás, englobando aproximadamente a transferência da capital do país do Rio de Janeiro para 15% da superfície do Centro-Oeste brasileiro. Apre- o Planalto Central Brasileiro, nos idos de 1960. sentam severas limitações ao uso agrícola, seja pela tex- A ocupação do novo espaço, abertura de áreas tura muito arenosa, fertilidade muito baixa, ou ainda para agropecuária, pesquisas direcionadas, melhor co- devido ao alumínio em níveis de toxicidade, baixa ca- nhecimento do ambiente físico com o aumento de pacidade de retenção de água ou elevada suscetibilida- investimentos na região, construção de rodovias e a de à erosão. O desenvolvimento de processo erosivo grande mobilização de empresas agrícolas do Sul e do nestes solos é rápido e tem início imediatamente após Sudeste do país contribuíram para mostrar outra reali- a intervenção antrópica. dade. Dentre as mudanças mais significativas ocorri- Os Cambissolos, Neossolos Litólicos e Plin- das, destaca-se a expansão da agricultura nas áreas de tossolos Pétricos, são solos pouco intemperizados, cerrados, em sua maior parte constituídas de grandes rasos ou pouco profundos, cascalhentos, concrecio- extensões de Latossolos de texturas variando de média nários, geralmente pedregosos, ocorrendo em relevos a muito argilosa, em relevos altamente favoráveis à desde planos até fortemente ondulados, ocupam em mecanização, de excelentes propriedades físicas e de torno de 17% da região Centro-Oeste. São de poten- fertilidade facilmente corrigida pela adubação e cala- cial agrícola praticamente nulo, com limitações de gem. Com este potencial agrícola indiscutível, abriu-se fertilidade, profundidade efetiva, impedimento ao uma nova fronteira para a produção de soja, milho, emprego da mecanização e altamente susceptíveis à trigo, arroz, feijão, café, algodão e outras culturas cli- erosão, constituindo, em geral, as áreas onde se ob- maticamente adaptadas, superando a importância da servam os altos índices de degradação quando culti- pecuária na região. vadas. De acordo com o Delineamento Macroagroeco- Outras áreas de características peculiares com- lógico do Brasil (Embrapa, 1992), o Centro-Oeste apre- preendem as planícies fluviais inundáveis, como o senta 31% de suas terras indicadas para preservação Pantanal Mato-Grossense e a Ilha de Bananal, onde permanente, 3% para extrativismo e 66% para lavou- predominam tipos de solos como Planossolos, Plin- ras de ciclo curto e longo. Portanto, o potencial para tossolos, Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Neossolos pecuária é considerado nulo segundo os critérios do Quartzarênicos Hidromórficos e Vertissolos. Estas áre- zoneamento agroecológico. Não obstante, considerá- as requerem manejo especial e culturas adaptadas às veis áreas são ocupadas com pastagens plantadas e na- condições de hidromorfismo, em função do regime turais, revelando uma distorção de uso da terra, prin- hídrico e da drenagem deficiente. Em caso de utilizá- cipalmente pelo avanço de pastagens sobre áreas indi- las com sistemas produtivos, permanece o risco da cadas para preservação. Se não são essas áreas de pre- proximidade do lençol freático e dos numerosos cur- servação invadidas, aquelas com vocações mais inten- sos d’água quando da aplicação de defensivos agríco- sivas, atualmente se encontram em estado de subutili- las e adubação, constituindo uma ameaça a contami- zação com pastagens de má qualidade. nação de mananciais, com reflexos diretos ao meio Os Latossolos dominam nas paisagens do Cen- ambiente. Áreas com estas características representam tro-Oeste. Distribuem-se em aproximadamente 35% da cerca de 10% da região Centro-Oeste e são indicadas região, ocupando áreas aplainadas, geralmente sob ve- para preservação, constituindo ambientes ecológicos getação de cerrado, de textura variando de média a frágeis. muito argilosa, fertilidade baixa a média e elevado potencial agrícola (Carvalho Filho et al., 1991). Devi- Região Sul do à sua média suscetibilidade à erosão, atualmente tem-se implantado sistemas de manejo adotando o Com uma extensão geográfica de 577.723km2 é a me- cultivo mínimo e o plantio direto; técnicas amplamente nor das regiões brasileiras, com alta densidade popula- difundidas e incentivadas por associações de produto- cional, clima subtropical e cobertura vegetal nativa de res regionais (Freitas, 2001). florestas e campos, atualmente desaparecidos quase por Outros solos comuns são os Argissolos, geralmen- completo para dar lugar à exploração agropecuária e te ocupando relevos mais dissecados, de fertilidade na- florestal mais desenvolvida do país. tural média a alta e, semelhante aos latossolos, apresen- A região mantém grande atividade comercial tam considerável potencial agrícola. Distribuem-se em com os países do Mercosul e com outras regiões do aproximadamente 20% da região Centro-Oeste. Brasil, destacando-se, no setor agropecuário, como gran-
  • 25. 8 O Recurso Natural Solo de produtora de milho, soja, trigo, arroz, além de des- Região Sudeste tacar-se na indústria madeireira, celulose, manufatura- Os latossolos abrangem aproximadamente 56% da re- dos e a já conhecida indústria vinícola. Em grandes gião Sudeste e somados aos Argissolos, perfazem cerca propriedades desenvolve-se a pecuária extensiva, ativi- de 78% desta importante região do país (Tabela 1), de dade tradicional, onde se encontra um grande reba- elevado desenvolvimento social, técnico e cultural e nho bovino, além de suíno e ovino, constituindo pra- responsável por setores estratégicos da cadeia produti- ticamente a metade do rebanho nacional. va brasileira. Parte desses ambientes, de solos profun- Constituída de três estados, Paraná, Santa Cata- dos, muito porosos, bem drenados e situados em rele- rina e Rio Grande do Sul, é uma região típica de pla- vos de relativa planura de superfície, características naltos e serras com terras férteis originadas, em grande inerentes aos Latossolos, dominam nas zonas de recar- parte, do derrame basáltico que se estende por toda a ga dos aqüíferos, contribuindo efetivamente para a sua Bacia Sedimentar do Paraná. Na região predominam capacidade de armazenamento de água; esta depende os Latossolos Vermelho-Amarelos, Vermelhos e Bru- diretamente da facilidade de infiltração da água da nos, profundos, de excelentes propriedades físicas e de chuva, daí a relevância dos Latossolos na manutenção fertilidade facilmente corrigível pela adubação e cala- e recarga dos aqüíferos (Freitas, 2001). gem (Fasolo, 1991). São muito susceptíveis à erosão e Em termos gerais, há uma estreita relação entre as áreas cultivadas seguem recomendações técnicas de os grandes domínios geológicos da região Sudeste e os contenção da erosão, onde começam a surgir cultivos principais tipos e uso dos solos, conforme exposto a segundo o método do plantio direto e estudos para seguir. aumento da eficiência da aplicação de corretivos e adu- Nos domínios de rochas pré-cambrianas do bos através de técnicas de agricultura de precisão. Ou- embasamento cristalino, constituídos por complexos tros solos, como os Nitossolos, Argissolos, Cambisso- gnáissicos-graníticos-migmatíticos, região denominada los e Chernossolos, de média a alta fertilidade natural por Ab’Saber (1970) de Mares de Morros, há uma pre- são comuns na região Sul e respondem por grande dominância de Argissolos, Latossolos e Cambissolos. parte da produção de grãos. São solos, em sua maioria, de baixa fertilidade natural, As planícies representam grandes extensões no e acidentados, no entanto, é a área de maior densidade sul do país, predominantemente no Rio Grande do rural do país, originalmente coberta por floresta tropi- Sul. A maior parte se encontra destituída de sua co- cal (Rezende & Resende, 1996). Na região Sudeste, os bertura vegetal original, devido à utilização pelo ho- Mares de Morros envolvem predominantemente o Leste mem com sistemas produtivos, principalmente, pe- do Estado de São Paulo, o Sul e o Leste de Minas cuária e orizicultura. Em virtude destas explorações, Gerais, o Estado do Rio de Janeiro e a maior parte do tais planícies foram submetidas a sistemas intensivos Espírito Santo (Ab’Saber, 1996). Essas áreas foram in- de drenagens, a ponto de não se legitimar as condi- tensivamente ocupadas com lavoura cafeeira a partir ções hídricas originais da grande maioria dos solos. da segunda metade do século XIX. Os nutrientes da Esta consideração é fortemente ratificada em situa- mata original sustentavam a lavoura por algum tem- ções onde se observam plantios de soja, o qual neces- po, no entanto, com o manejo inadequado dos cafe- sita rebaixamento definitivo do lençol freático. Solos zais e enfraquecimento das terras, essas eram transfor- como Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Cambissolos madas em pastagens (Rezende & Resende, 1996). Atu- (derivados de sedimentos fluviais), Planossolos, Plin- almente, o parque cafeeiro dessas regiões montanho- tossolos e Organossolos são os mais representativos sas permanece significativo, representando aproxima- desses ambientes, muito importantes na economia damente 35% da cafeicultura nacional (Guimarães, da região. 1996), embora sejam as pastagens plantadas mais ex- O uso intensivo do recurso solo é uma caracte- tensivas, as quais, em geral, estão mal manejadas, com rística desta região que, aliado à mecanização agrícola, baixa capacidade suporte e degradadas. é responsável pelos altos índices de erosão hídrica, A Bacia Sedimentar do Paraná é outra ocorrên- observados principalmente nos Estados do Rio Gran- cia geológica expressiva no Sudeste brasileiro, ocupan- de do Sul e Paraná. Em Santa Catarina, as serras domi- do cerca de 40% Estado de São Paulo, predominante- nam extensas áreas de relevo forte ondulado a monta- mente na sua porção Centro-Oeste, bem como o Oes- nhoso, fator restritivo à utilização dos solos com cul- te de Minas Gerais (região do Triângulo). Nesses ambi- turas anuais. Não obstante, técnicas de manejo adap- entes predominam os arenitos cretácicos do Grupo tadas a relevos acidentados têm sido implementadas Bauru, em sua maioria com cimentos ou nódulos car- com bons resultados, tais como o preparo mínimo do bonáticos (IPT, 1981). Uma estreita relação solo-rele- solo, plantio na palha, não remoção de restos cultu- vo-uso atual pode ser genericamente verificada na re- rais e o cultivo em faixas e em curvas de nível, reduzin- gião: latossolos de textura média e baixa fertilidade do significativamente as perdas por erosão. natural ocorrem nos topos em relevos aplainados, pre-
  • 26. O Recurso Natural Solo 9 dominantemente cultivados com café, pastagens e natural, são expressivos nos domínios do Grupo Bam- menos freqüentes a culturas anuais, reflorestamento e buí, ocorrência geológica significativa no Estado mi- fruticultura. Em seqüência, na parte intermediária das neiro. Esses locais são predominantemente destinados encostas, tem-se Argissolos de textura arenosa/média à pastagens extensivas, à culturas anuais (milho e fei- que se caracterizam por um manto arenoso superfici- jão) e à fruticultura (bananicultura). al, geralmente transitando abruptamente para um ho- rizonte inferior de textura média, as vezes argilosa, e de melhor fertilidade em relação aos latossolos. Esses A suscetibilidade natural dos solos aos solos predominam em relevos acidentados e são alta- processos erosivos mente susceptíveis aos processos erosivos lineares, sen- do comuns o desenvolvimento de ravinas e voçorocas A suscetibilidade natural dos solos à erosão é uma com pouco tempo de uso (Salomão, 1994). A vegeta- função da interação entre as condições de clima, mo- ção primitiva praticamente não existe na região, com delado do terreno e tipo de solo, sendo um processo predominância de pastagens extensivas e degradadas natural que pode ser intensificado pela ação antrópi- nos locais de ocorrência dos Argissolos. Juntos, Latos- ca. Da análise empírica da interação destes fatores, solos e Argissolos, perfazem aproximadamente 70% juntamente com a avaliação de estimativas experimen- dos solos da região Sudeste, sob domínio dos arenitos tais de perdas de solo, foi possível estabelecer e classi- do Grupo Bauru. ficar os solos em cinco classes de suscetibilidade na- Os derrames basálticos mesozóicos da Bacia tural à erosão das terras do país. As classes de susceti- Sedimentar do Paraná constituem outro grande domí- bilidade muito baixa e baixa englobam tanto os solos nio litológico do Sudeste. Restrito basicamente ao Es- de baixadas, hidromórficos ou não, como aqueles de tado de São Paulo, predominantemente na província planalto, muito porosos, profundos e bem drenados, geomorfológica denominada por Almeida (1964) de todos localizados em relevo de relativa planura da Depressão Periférica, é composto na sua maioria por superfície. Latossolos Vermelhos, Nitossolos e Argissolos Verme- Em condições mais favoráveis ao desenvolvimen- lhos; solos com elevado teor de óxidos de ferro e de to de processos erosivos, destacam-se solos comumen- fertilidade variada, predominando os de relativa po- te arenosos ou com elevada mudança de textura em breza em nutrientes. Esses domínios, principalmente profundidade, bem como aqueles rasos, localizados, em relevos planos ocupados com os Latossolos, são em geral, em relevos dissecados, configurando classes intensamente cultivados com cana-de-açúcar, que de- de suscetibilidade à erosão média, alta ou muito alta, salojou importantes áreas outrora ocupadas com café dependendo, como relatado anteriormente, da intera- (Oliveira & Menk, 1984), embora esta cultura ainda ção entre os diversos fatores responsáveis pela susceti- permaneça em grandes extensões, predominantemen- bilidade dos mesmos à erosão (Figura 2 e Tabela 2). te no leste paulista. Além dessas atividades, tais solos Com base nestas interpretações, as terras brasi- são aproveitados com citrus, culturas anuais, princi- leiras podem situam-se, em sua maior porção, nas clas- palmente milho, algodão, soja, sorgo, com pastagens ses de baixa a alta suscetibilidade à erosão (84% das e, em menor extensão, reflorestamento. Os Latossolos terras), porém com composições regionais distintas, Vermelhos, argilosos, muito porosos e com elevados como resultado das peculiaridades em relação aos va- conteúdos de ferro (Fe O ≥ 180g/kg) provenientes do riados ambientes edafoclimáticos e ao grau de susceti- intemperismo das rochas 3básicas da Bacia Sedimentar 2 bilidade natural dos solos (Tabela 2 e Figura 2). do Paraná, ocupam aproximadamente 14% do Estado A região Norte se caracteriza pelos baixos níveis de São Paulo (Oliveira & Menk, 1984). de suscetibilidade nas várzeas do rio Amazonas e seus Finalmente, os domínios representados por se- afluentes, bem como nos baixos platôs, onde se desen- qüências metamórficas (pré-cambriano), englobam gru- volvem solos argilosos ou muito argilosos, muito pro- pos e formações geológicas diversas e distribuem-se fundos, geralmente em relevo plano. Esses ambientes, predominantemente por todo o Centro-Oeste do Esta- sob domínio de Gleissolos, Neossolos Flúvicos, Latos- do de Minas Gerais. Genericamente, recobrem o em- solos Amarelos e Latossolos Vermelho-Amarelos, re- basamento cristalino e caracterizam-se por ocorrênci- presentam aproximadamente 46% dessa região do Bra- as de gnáisses variados, xistos, filitos, quartzitos, már- sil (Tabela 2). As terras com o maior potencial de ero- mores, ardósias e rochas carbonáticas, bem como for- são, distribuídas em aproximadamente 36% da região, mações ferríferas localizadas, onde as explorações mi- ocorrem em relevos mais dissecados sob domínio de nerais são expressivas. A diversidade de solos nessa re- Argissolos, Luvissolos e Cambissolos. gião reflete a diversidade litológica, no entanto, exten- No Nordeste do Brasil, 33% das terras apresen- sas áreas de Cambissolos e Latossolos com elevados tam suscetibilidade muito baixa e baixa, 34% média e teores de alumínio extraível, solos de baixa fertilidade 33% tem classes de suscetibilidade alta e muito alta (Ta-
  • 27. 10 O Recurso Natural Solo Figura 2. Mapa interpretativo da suscetibilidade natural dos solos à erosão hídrica. Tabela 2. Extensão e distribuição percentual das classes de suscetibilidade natural dos solos à erosão. Regiões Classes de N NE CO SE S BRASIL Erosão km2 % km2 % km2 % km2 % km2 % km2 % M.Baixa 306.533 8 38.389 3 82.518 5 7.493 1 5.690 1 440.623 5 Baixa 1.427.765 39 461.989 30 732.576 45 423.368 46 154.863 28 3.200.561 39 Média 647.286 17 517.856 34 319.543 20 125.002 14 151.257 27 1.760.944 21 Alta 1.141.371 31 349.041 23 229.260 14 189.422 21 82.124 15 1.991.218 24 M.Alta 198.114 5 155.860 10 256.177 16 168.970 18 164.859 29 943.980 11 bela 2). Solos como os Neossolos Quartzarênicos, Litó- cados, representam as terras com elevada suscetibilidade licos e Regolíticos são os com maior potencial de ero- à erosão. Já áreas expressivas de Latossolos, representan- são devido à presença de conteúdos significativos de do cerca de 30% da região, são aquelas representativas areia, associado, em alguns casos, a relevos dissecados. das terras com baixa suscetibilidade à erosão. A ocor- Embora as chuvas no semi-árido nordestino sejam de rência de horizontes superficiais arenosos, bem como o baixa duração e freqüência, sua elevada intensidade em aumento do teor de argila em profundidade torna os alguns locais favorece o escoamento superficial, desa- Argissolos e Planossolos medianamente suscetíveis à ero- gregação e transporte dos solos, mesmo em relevos mais são nas condições climáticas características da região. aplainados. Solos como os Luvissolos, em geral com A região Centro-Oeste apresenta cerca de 70% de maiores conteúdos de argila e em relevos bastante disse- seus solos com suscetibilidade à erosão variando de muito
  • 28. O Recurso Natural Solo 11 baixa a média, em decorrência da dominância de rele- ALMEIDA, F. F. M. Fundamentos geológicos do relevo paulista. vos aplainados do Planalto Central Brasileiro, associa- Boletim do Instituto Geográfico e Geológico, São Paulo, n. 41, p.169-262, 1964. dos a solos profundos e bem drenados, como os Latos- solos. O restante das terras (30%) corresponde, em ge- CARVALHO FILHO, A.; MOTA, P. E. F.; COSTA, L. D. da. Solos da região Centro – Oeste. Goiânia: Embrapa-SNLCS- Coordena- ral, aos solos com elevados teores de areia, como os doria Centro Oeste, 1991. 1 v. Digitado. Neossolos Quartzarênicos e alguns Latossolos de textu- ra média, os quais apresentam fraca estruturação e são EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Delineamen- to macroagroecológico do Brasil, escala 1:5.000.000. Rio de Ja- facilmente desagregados e carregados pelas águas da chu- neiro, 1992. 1 mapa color. va, mesmo em relevo relativamente plano. Ressalta-se a ocorrência, nessa região, de severos processos erosivos EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Sistema bra- sileiro de classificação de solos. Brasília, DF: Embrapa Produção lineares (ravinas e voçorocas) nas terras situadas em al- de Informação, 1999. 412 p. gumas cabeceiras de drenagem, resultando da conjuga- EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de ção de solos de fraca estruturação e relevo movimenta- Solos. Mapa de Solos do Brasil, escala 1:5.000.000. Rio de Janei- do, como ocorre, por exemplo, nos chapadões da divisa ro, 1981. 1 mapa color. dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Ge- FASOLO, P. J. Situação atual do solo brasileiro nos Estados ras e Mato Grosso, onde se originam diversos rios que do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Curitiba: formam as bacias do Prata e do Amazonas. A Tabela 2 Embrapa - SNLCS - Coordenadoria Regional Sul, 1991. 1 v. Digi- mostra a região Sudeste com predominância de solos tado. com baixa suscetibilidade aos processos erosivos (46%). FREITAS, P. L. de. Sistemas conservacionistas, baseados no plantio Semelhante à região Centro-Oeste, a ocorrência expres- direto e na integração lavoura-pecuária, como instrumentos efeti- siva de Latossolos em relevos aplainados, com elevados vos de manejo e conservação do solo, da água, do ar e da biodiver- conteúdos de argila e porosos, condicionam a baixa sus- sidade. In: REUNIÃO TÉCNICA DE MANEJO E CONSERVA- ÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 2001, Brasília, DF. Anais... Brasí- cetibilidade à erosão. As terras muito erodíveis corres- lia, DF: Agência Nacional de Águas, 2001. pondem a 40% da região e estão associadas a relevos dissecados e aos solos com elevados conteúdos de areia GUIMARÃES, R. T. Desenvolvimento da Cafeicultura de Monta- nha. In: ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos gran- ou significativa diferença textural em profundidade, des domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento como ocorre, por exemplo, nos domínios dos arenitos sustentado. Viçosa: SBCS: UFV, 1996. p. 251-260. do Grupo Bauru, predominantemente na região Oeste IPT. Mapa geológico do Estado de São Paulo: escala 1:500.000. do Estado de São Paulo e nos relevos acidentados ao São Paulo: IPT- Divisão de Minas e Geologia Aplicada, 1981. v.1, longo da Serra do Mar. 126 p. Para a região Sul, observa-se a predominância OLIVEIRA, J. B. de; MENK, J. R. F. Latossolos roxos do Estado de solos com alta e muito alta suscetibilidade à erosão de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1984. 132 p. (IAC. (Tabela 2), condicionados pela presença significativa Boletim Técnico, 82). de solos rasos, como os Cambissolos e Neossolos Litó- OLIVEIRA, J. B.; JACOMINE, P. K. T.; CAMARGO, M. N. Classes licos, ou mesmo mais profundos, como os Argissolos, gerais de solos do Brasil. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 201 p. todos localizados em relevos acidentados das serras e RESENDE, M.; CURI, N.; SANTANA, D. P. Pedologia e fertili- planaltos sulinos. Os solos com suscetibilidade muito dade do solo: interações e aplicações. Brasília, DF: MEC; [La- baixa e baixa perfazem 29% da região, geralmente as- vras]: ESAL; [Piracicaba]: POTAFOS, 1988. 81 p. sociados aos planaltos e planícies sedimentares de rele- REZENDE, S. B. de; RESENDE, M. Solos dos mares de morros: vos aplainados, onde ocorrem Latossolos e Planosso- ocupação e uso. In: ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O los respectivamente. Na classe de suscetibilidade mé- solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o dia, destacam-se os Alissolos, Nitossolos e Chernosso- desenvolvimento. Viçosa: SBCS: UFV, 1996. p. 261-288. los, em geral em relevo movimentado. RODRIGUES, T, E. Solos da Amazônia. In: ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos grandes domínios morfocli- máticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa: Referências Bibliográficas SBCS: UFV, 1996. p. 51-260. AB’SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos e solos do Brasil. In: SALOMÃO, F. X. T. Solos do arenito Bauru. In: PEREIRA, V. de; ALVAREZ, V. H.; FONTES, L. E. F. (Ed.) O solo nos grandes FERREIRA, M. E.; CRUZ, M. C. P. da. (Ed.) Solos altamente domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento suscetíveis à erosão. Jaboticabal: UNESP-FCAV: SBCS, 1994. p. sustentado. Viçosa: SBCS; UFV, 1996. p.1-18. 51-55. AB’SABER, A. N. Províncias geológicas e domínios morfocli- SOUZA, J, G. O Nordeste brasileiro: uma experiência de desen- máticos no Brasil. São Paulo: USP-Instituto de Geografia, 1970. volvimento regional. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1979. 26 p. (USP. Geomorfologia, 20). 410 p.