O documento apresenta uma entrevista com Tânia Zagury, autora do livro "O Professor Refém", na qual ela discute os principais problemas da educação brasileira. Segundo Tânia, a educação no Brasil não fornece nem mesmo o "feijão com arroz" necessário para uma educação de qualidade, pois medidas são implantadas sem ouvir os professores e suas necessidades, e faltam recursos básicos como livros e infraestrutura nas escolas. Ela também defende que a educação precisa ser desvinculada da política partidária para que as mudan
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
O Professor Refém - por que fracassa o ensino
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Quarta, 25 de Julho de 2007
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Como fazer
O Professor Refém - porque
fracassa o ensino
Tânia Zagury - 12/9/2006
Tânia Zagury é mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Filósofa, graduada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Professora Adjunta da UFRJ, Pesquisadora em Educação e escritora com
13 livros publicados. O último livro lançado recentemente se encontra
entre os mais vendidos do mercado, um feito para um livro da
‘educação’.
Nesta entrevista, Tânia fala do seu livro “O Professor Refém” lançado
recentemente, no qual aponta dados concretos da realidade educacional
no país, obtida através de entrevista científica com 1127 educadores do
Esnino Básico de todo o país. Para ela o professor é refém por vários
fatores. Um deles é o fato de quem está nas instancias hierárquicas
superiores e, por vezes distantes da realidade da sala de aula, não
ouvirem os docentes, antes da implantação de mudanças educacionais,
que requereriam para ter sucesso treinamento dos professores e/ou
mudanças na infra-estrutura das escolas. Assim a educação no Brasil
não está realizando nem o “feijão com arroz” necessário a uma
educação de qualidade.
Aprendaki – Como pesquisadora e educadora experiente, você diz que
“estamos a léguas de distância do caviar (a escola idealizada, que encanta):
precisamos urgentemente de feijão com arroz (a escola que ensina bem)”. Por
que o ‘arroz e feijão’ deixou o cardápio diário da educação?
Tânia Zagury – Primeiro, porque o que venho sentindo após 36 anos de
trabalho no ensino público, é que me parece não haver real vontade política de
que as medidas sejam para melhorar de fato a qualidade. Mesmo as pessoas
bem intencionadas, muitas vezes, não ouvem quem está na sala de aula – os
professores que ocupam a “frente de batalha”. E este talvez seja um dos
motivos que me levaram a fazer esse livro. Acho que o professor é muito pouco
ouvido. É como se nós estivéssemos hoje fazendo uma dicotomia entre os que
pensam e os que fazem educação, o que, a meu ver, precisa acabar. O objetivo
do meu livro foi exatamente dar voz ao professor que atua em sala de aula
porque quando se implanta uma metodologia nova ou se muda a estrutura de
ensino e não se ouve o professor, muitas vezes se desconhece o que vai ser
necessário em nível de infra-estrutura ou de treinamento docente.
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Para dar um exemplo concreto: Uma das perguntas que fiz aos docentes foi
sobre o sistema de ensino por ciclos/ progressão continuada, que no meu estudo
apontou 92% dos professores contra, 3% de abstinência e apenas 5%
francamente favoráveis. Eles deixaram claro, no entanto, que não são contra o
sistema, mas contra a maneira como foi implantado - sem que eles tivessem
condições de efetivar na prática com sucesso. O que quero mostrar e o estudo
deixa claro é que uma proposta que fracassa se tivesse se ouvido o professor
antes da implantação, poderia ter sido sucesso, porque ele teria dito algo como:
“olha isso é ótimo, mas antes a gente precisa disso, disso e disso...” É
justamente a isso que chamo de “feijão com arroz”.
As pessoas de maneira geral pensam que educação no Brasil é o que acontece
em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, locais
reconhecidamente mais desenvolvidos em termos educacionais (que ainda assim
têm decaído em termos de qualidade). Mas a realidade Brasil é bem mais que
esses grandes centros; é só sairmos das grandes cidades para a periferia e
verificar como as dificuldades físicas e operacionais aumentam - assim como a
qualidade decai. Estudos nacionais e internacionais estão provando isso,
inclusive os do MEC-INEP. Há uma derrocada da qualidade. Muitas vezes são
executadas medidas caríssimas (que chamo de “caviar”) e não se faz o “feijão
com arroz”; por exemplo, dotar todas as escolas públicas brasileiras de quadro-
negro, giz, bebedouro e até de cadernos e livros para os alunos. Pode parecer
estranho, mas são muitos os que não têm nem isso. Então antes de pensar em
dotar toda a rede de computadores é preciso verificar se todos os alunos têm
uma biblioteca mínima nas escolas. é mais barato e todos os docentes sabem
utilizar...
Aprendaki – Certamente seu livro foi causa de debate, concordâncias e
discordâncias. Certamente os educadores viram o “O Professor Refém” como seu
grito que estava ensurdecido pelas exigências contínuas... Como é que você vê
isso?
Tânia – Na verdade, eu sou uma pessoa que vivo e luto pela democracia e
liberdade de expressão e acredito que as pessoas têm o direito de se expressar
– e portanto de concordar ou discordar, mas faço uma ressalva: Tanto para
concordar quanto para discordar é preciso que a pessoa tenha lido o livro
integralmente e que apresente argumentos concretos sobre o porquê da
discordância. Esse estudo é fruto de uma pesquisa em nível nacional,
estatisticamente significativa, representativa do universo dos professores que
trabalham no ensino básico brasileiro, portanto tem um cunho científico que não
pode ser ignorado. Faço a ressalva porque já li uma crítica de pessoa que até
respeito, mas que não podia de forma alguma ter lido o livro, porque saiu numa
matéria publicada antes de o livro estar disponível nas livrarias. É preciso que os
educadores, todos nós, não emitamos opiniões apenas baseados em entrevistas,
que muitas vezes, todos sabemos, sofrem cortes perversos que alteram
totalmente o conteúdo do que foi dito. Especialmente nós, educadores, que
temos que formar leitores críticos e dar o exemplo...
Aprendaki – O que é preciso acontecer na educação para que se recupere o
tempo perdido nos últimos 30 anos?
Tânia – Vontade política real; união de todos os gestores de forma não
partidária - só para começar. Ouvir os docentes antes de implantar novas
medidas também seria uma boa estratégia.
Aprendaki – Você diz em seu livro que o professor não é ouvido. O que deveria
acontecer tanto nas instâncias superiores como na escola para que isso
aconteça?
Tânia – Não é uma proposta de inversão de hierarquias, ou seja, o Ministro ou
Secretário de Educação não iriam “pedir licença” ao professor para tomar uma
determinada medida, mas sim “ouvir o professor”. Muitas vezes as pessoas que
estão afastadas da sala de aula, até por estarem num cargo de direção, estão
distanciadas da realidade. Isso faz com que elas, ainda que com ótimas
intenções, não saibam que estão adotando uma medida que para dar certo,
precisaria ao mesmo tempo de outras, como o sistema de ciclos que está sendo
um fracasso total. Se os professores tivessem sido ouvidos primeiro, saberiam
que eles não eram favoráveis (66% disseram que aprovariam o sistema seria
uma medida boa se lhes tivessem dado condições de propiciar qualidade).
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Aprendaki – No livro é dito que seria preciso projetos pilotos antes de se
implantar uma medida em nível nacional... Como é isso?
Tânia – Acho que essa é uma das propostas importantes do livro: “Vamos fazer
da educação uma ciência”, e não mais, campo de experiências, e muito menos
um local onde as pessoas colocam os seus interesses pessoais acima dos
interesses do Brasil democrático e alfabetizado. É preciso separar a educação da
política partidária; não é proposta de uma educação apolítica, que isso não
existe, mas supra-partidária, ou seja, quando se iniciasse nova gestão, não se
poderia mudar o processo educacional em curso, a não ser que ele estivesse
dando errado – e avaliando-se de forma científica. Os últimos três ENEMs, por
exemplo, mostraram decréscimos de alunos com conceito “A” e aumento de
alunos com conceito “E”. Só isso já deveria ser um grito de alerta, para se
discutir, especialistas e regentes de turmas, o que fazer.
Aprendaki – E o que fazer para desvencilhar a educação da política partidária?
Tânia – Ministro de Educação, Secretário de Educação, diretor de escola não
deveriam ser cargos políticos. Em alguns locais, o diretor já é eleito, mas muitos
ainda são nomeados. Então, quando acaba uma gestão, ele tem de sair e às
vezes, está fazendo um trabalho maravilhoso. No Brasil já temos leis excelentes;
que se cumpram as leis em todas as instâncias da sociedade. Por exemplo, se a
LDB atual (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que está quase fazendo dez
anos e cujos objetivos mais importantes não foram até hoje “nem de longe”
cumpridos, for colocada em prática já estaria bom demais. Todos os alunos em
tempo integral na escola, o professor com carreira dignificada e com nível
superior (mas não em qualquer curso, só para ter diploma de nível superior),
aumento significativo do salário para que ele tenha estímulo e não precise
trabalhar 40 horas semanais. Hoje temos colegas com 800 alunos. Quando não
mais... Como é que ele pode fazer um ensino de qualidade, principalmente se
levarmos em conta que as modernas metodologias e a avaliação qualitativa
preconizam um trabalho quase individualizado do professor em relação ao aluno.
Muitos docentes hoje, não sabem nem o nome de todos os seus alunos, como é
que poderão saber se aquele aluno específico cresceu ou não intelectualmente,
socialmente, em que área do conhecimento, em que nível de competência etc.?
Aprendaki – Como melhorar a educação e a formação do professor?
Tânia – Primeiro é preciso dar condições mínimas ao professor, porque
ganhando R$ 400,00 como ocorre ainda em vários municípios, ele não tem
dinheiro nem para a passagem no final do mês. Quanto mais para gastar em
cursos de aperfeiçoamento ou mesmo em assinatura de jornais e revistas...
Nesse momento pré-eleições, quase todos os candidatos que se propõem a
cargos eletivos estão falando em educação como prioridade, dignificação da
carreira docente etc. Cabe a nós, vendo o histórico de quem já trabalhou pela
educação, fazer a escolha correta.
Por Aprendaki.com.br
Comentários
Nome: SHEILA PLATTEK
Vc. já tinha visto este site do Aprendaki? Sheila
Nome: ADRIANA MELO VIANA
MUITO BOA A ENTREVISTA. SERIA INTERESSANTE QUE TODOS TIVESSEM
INTERESSE DE LER, INCLUSIVE OS POLÍTICOS. COMO FAÇO PARA
ADQUIRIR O LIVRO?
Nome: claudia
http://www.aprendaki.com.br/entrevista_ver.asp?id=13 (3 of 4) [25/7/2007 12:10:35]
4. :: AprendaKi.com ::
Gostei muito da entrevista e da ousadia de Tania. Já admirava o trabalho
dela e agora tenho certeza que não me enganei. Todo trabalho para ser bem
desenvolvido tem que ser compartilhado com seus funcionários. Em muitas
escolas particulares isso acontece e em uma pequena parcela acredito eu
que na rede pública isso aconteça. Quando políticos, diretores e demais
órgãos competentes começarem a respeitar a opinião e o diálogo de seus
funcionários e professores, a educação pode começar a comer o seu tão
amado "caviar". Salas com mais de 25 alunos e não acredito que dê um
resultado bom , quanto a que tem no máximo 20 alunos, acredito que o
diferencial da escola pública da escola particular começa por aí. Por mais que
o professor faça malabarismo seu trabalho não rende como gostaria. Quando
todos envolvidos com a educação serem ouvidos, o ensino começará a dar
resultado. Parabéns Tania.
Nome: marina mendonça guimarães
Sou cega e faço pedagogia na Unincor de Pará de MInas-Minas gerais.Estou
precisando de ler esse livro e gostaria de saber como consegui-lo em Braille
ou falado.Ficaria muito agradecida se pudessem me informar.Desde já
agradeço na certeza de ser atendida.Meu endereço eletronico segue
juntamente com meu tel:031 88117204
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