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SALA DE AULA: UM
LUGAR PARA DISCUTIR
RELIGIÃO E RACISMO
Thyeles Moratti Preicilio Borcarte
Strelhow
Faculdades EST
Financiamento CNPq
Considerações iniciais
 O racismo presente nas relações cotidianas
no Brasil, em sua maioria, estão sempre
disfarçadas de “brincadeiras”.
 O presente artigo pretende apresentar que é
necessário um exercício constante de
desconstrução da ideia de inferioridade
vinculada à cultura afrodescendente, tendo
como apoio a valorização e o reconhecimento
da religiosidade presente em sala de aula.
Breve panorama geral
 A ocupação dos espaços pelas pessoas
afrodescentes afloram os discursos de ódio
das elites.
 Uma pesquisa feita pelo Labic (Laboratório de
Estudos sobre Imagem e Cibercultura) da
UFES constatou:
 há uma tendência por compartilhamentos
referentes a comentários e páginas vinculadas à
polícia.
 São construídas ideias de paz e justiça baseadas
na eliminação do/a outro/a.
 Dados do IPEA:
 O homem negro será abordado em 21% quando
dirigindo um carro de luxo, enquanto o branco em
2,6%.
 A expectativa de vida de uma pessoa negra é
1,73 ano menor do que uma pessoa branca.
 No Brasil, a morte de jovens negros é maior que
em países em guerra.
 Em caso de agressão, 61,8% não procuram a
polícia, pois 60,70% têm medo de represálias e
60,30% não acreditam que a força policial pode
ajudar.
Breve panorama geral
A religiosidade como ponto de
partida
 No mundo pós-moderno, os avanços da ciência e
o desenvolvimento da tecnologia tem substituído
as crenças religiosas e a função da
transcendência na vida das pessoas (mercado).
 Mas, as crenças fazem parte do imaginário das
pessoas, principalmente, das crianças.
 “Macumba é coisa do demônio?” “Macumba é
coisa do demônio?”.
 Religião: “um sistema comum de crenças e
práticas relativas a seres sobre-humanos dentro
de universos históricos e culturais específicos”
(SILVA, 2004, p. 04).
A religiosidade como ponto de
partida
 O que significa religião:
 Experiência familiar.
 Agradar a Deus.
 Deus é bom, Deus castiga.
 Pensamento abissal (Boaventura de Souza
Santos).
A religiosidade como ponto de
partida
 Romper com a linha abissal: conhecimento do
outro/a.
 Recontando a história.
 As relações presentes no cotidiano.
 Conceito de alteridade: ser-no-outro. (LEVINÁS).
 Responsabilidade com a história, cotidiano e
memória.
A religiosidade como ponto de
partida
 Pesquisa sobre como os/as colegas da escola
entendem o racismo.
 69 crianças achavam que existia racismo na escola e 36
achavam que não;
 18 crianças se caracterizaram como racistas e 87 não se
caracterizaram como racistas;
 65 crianças conheciam alguém racista e 40 não
conheciam alguém racista;
 49 crianças já praticaram um ato racista e 56 não
praticaram um ato racista;
 95 crianças sabiam o que é racismo e 10 não sabiam o
que é racismo.
A religiosidade como ponto de
partida
 A partir da discussão sobre o material
recolhido, as crianças puderam ir percebendo,
também a partir das provocações do
educador, que ações praticadas no recreio se
caracterizavam como racistas e que muitas
brincadeiras acabavam inferiorizando os/as
colegas.
A religiosidade como ponto de
partida
 Concluiu-se então que pequenos atos que muitas
desconsideravam sob o disfarce da “brincadeira”,
na verdade, era uma forma de racismo e que para
mudar esta situação as relações entre os/as
colegas deveriam evitar piadas, nomenclaturas ou
qualquer ato que desrespeitasse o/a outro/a.
 A partir disso, elaborou-se com a turma um painel
em que foram evidenciados os dados da pesquisa
realizada pela turma, juntamente com a
interpretação e as conclusões que foram
construídas pelos/as educandos/as.
A religiosidade como ponto de
partida
 LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade.
Coord. Trad. Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis: Vozes,
1997.
 SANTOS, Boaventura de Souza. Para além do pensamento
abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes.
Novos Estudos, n. 79, p. 71-94, 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/nec/n79/04.pdf>. Acesso em: 20
jan. 2015.
 SILVA, Eliane Moura da. Religião, Diversidade e valores
culturais: conceitos teóricos e a educação para a cidadania.
Revista de Estudos da Religião, n. 02, p. 01-14, 2004. p. 04.
Disponível em:
<http://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>. Acesso
em: 20 jan. 2015.

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Sala de aula um lugar para discutir religião e racismo

  • 1. SALA DE AULA: UM LUGAR PARA DISCUTIR RELIGIÃO E RACISMO Thyeles Moratti Preicilio Borcarte Strelhow Faculdades EST Financiamento CNPq
  • 2. Considerações iniciais  O racismo presente nas relações cotidianas no Brasil, em sua maioria, estão sempre disfarçadas de “brincadeiras”.  O presente artigo pretende apresentar que é necessário um exercício constante de desconstrução da ideia de inferioridade vinculada à cultura afrodescendente, tendo como apoio a valorização e o reconhecimento da religiosidade presente em sala de aula.
  • 3. Breve panorama geral  A ocupação dos espaços pelas pessoas afrodescentes afloram os discursos de ódio das elites.  Uma pesquisa feita pelo Labic (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura) da UFES constatou:  há uma tendência por compartilhamentos referentes a comentários e páginas vinculadas à polícia.  São construídas ideias de paz e justiça baseadas na eliminação do/a outro/a.
  • 4.  Dados do IPEA:  O homem negro será abordado em 21% quando dirigindo um carro de luxo, enquanto o branco em 2,6%.  A expectativa de vida de uma pessoa negra é 1,73 ano menor do que uma pessoa branca.  No Brasil, a morte de jovens negros é maior que em países em guerra.  Em caso de agressão, 61,8% não procuram a polícia, pois 60,70% têm medo de represálias e 60,30% não acreditam que a força policial pode ajudar. Breve panorama geral
  • 5. A religiosidade como ponto de partida  No mundo pós-moderno, os avanços da ciência e o desenvolvimento da tecnologia tem substituído as crenças religiosas e a função da transcendência na vida das pessoas (mercado).  Mas, as crenças fazem parte do imaginário das pessoas, principalmente, das crianças.  “Macumba é coisa do demônio?” “Macumba é coisa do demônio?”.  Religião: “um sistema comum de crenças e práticas relativas a seres sobre-humanos dentro de universos históricos e culturais específicos” (SILVA, 2004, p. 04).
  • 6. A religiosidade como ponto de partida  O que significa religião:  Experiência familiar.  Agradar a Deus.  Deus é bom, Deus castiga.  Pensamento abissal (Boaventura de Souza Santos).
  • 7. A religiosidade como ponto de partida  Romper com a linha abissal: conhecimento do outro/a.  Recontando a história.  As relações presentes no cotidiano.  Conceito de alteridade: ser-no-outro. (LEVINÁS).  Responsabilidade com a história, cotidiano e memória.
  • 8. A religiosidade como ponto de partida  Pesquisa sobre como os/as colegas da escola entendem o racismo.  69 crianças achavam que existia racismo na escola e 36 achavam que não;  18 crianças se caracterizaram como racistas e 87 não se caracterizaram como racistas;  65 crianças conheciam alguém racista e 40 não conheciam alguém racista;  49 crianças já praticaram um ato racista e 56 não praticaram um ato racista;  95 crianças sabiam o que é racismo e 10 não sabiam o que é racismo.
  • 9. A religiosidade como ponto de partida  A partir da discussão sobre o material recolhido, as crianças puderam ir percebendo, também a partir das provocações do educador, que ações praticadas no recreio se caracterizavam como racistas e que muitas brincadeiras acabavam inferiorizando os/as colegas.
  • 10. A religiosidade como ponto de partida  Concluiu-se então que pequenos atos que muitas desconsideravam sob o disfarce da “brincadeira”, na verdade, era uma forma de racismo e que para mudar esta situação as relações entre os/as colegas deveriam evitar piadas, nomenclaturas ou qualquer ato que desrespeitasse o/a outro/a.  A partir disso, elaborou-se com a turma um painel em que foram evidenciados os dados da pesquisa realizada pela turma, juntamente com a interpretação e as conclusões que foram construídas pelos/as educandos/as.
  • 11. A religiosidade como ponto de partida  LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Coord. Trad. Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis: Vozes, 1997.  SANTOS, Boaventura de Souza. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Novos Estudos, n. 79, p. 71-94, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n79/04.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2015.  SILVA, Eliane Moura da. Religião, Diversidade e valores culturais: conceitos teóricos e a educação para a cidadania. Revista de Estudos da Religião, n. 02, p. 01-14, 2004. p. 04. Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2015.