4. Biografia pessoal
Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor
e contista, da segunda geração romântica brasileira.
Suas poesias retratam o seu mundo interior. É
conhecido como "o poeta da dúvida". Faz parte dos
poetas que deixaram em segundo plano, os temas
nacionalistas e indianistas, usados na primeira
geração romântica, e mergulharam fundo em seu
mundo interior. Seus poemas falam constantemente
do tédio da vida, das frustrações amorosas e do
sentimento de morte. A figura da mulher aparece em
seus versos, ora como um anjo, ora como um ser
fatal, mas sempre inacessível. Álvares de Azevedo é
Patrono da cadeira nº 2, da Academia Brasileira de
Letras.
5. Obras famosas
Poesias Diversas
-O Poema do Frade
-O Conde Lopo
-Noite naTaverna (prosa)
-Macário (teatro)
6. Álvares de Azevedo deixa transparecer em seus textos, a
marca de uma adolescência conflitante e dilacerada,
representando a experiência mais dramática do
Romantismo brasileiro. De todos os poetas de sua geração,
é o que mais reflete a influência do poeta inglês Byron,
criador de personagens sonhadores e aventureiros.
Em alguns poemas, Álvares de Azevedo surpreende o leitor,
pois além de poeta triste e sofredor, mostra-se irônico e
com um grande senso de humor, como no trecho do poema
"Lagartixa": "A lagartixa ao sol ardente vive,/ E fazendo
verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me dá vida,/
Tu és o sol e eu sou a lagartixa".
7. Trechos do livro 20 anos de
Azevedo
Os poemas do livro Lira dos Vinte Anos estão distribuídos em três
partes. Aparentemente, a última parte foi acrescentada ao projeto
original do autor, já que é a única a não trazer um prefácio. Como a obra
foi publicada postumamente, a hipótese ganha reforço. De uma forma
geral, essa terceira parte retoma os princípios e parâmetros da primeira.
No prefácio da primeira parte, o autor avisa: “É uma lira, mas sem
cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem
viço. // Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da lira interna
que agitava um sonho, notas que o vento levou – como isso dou a lume
essas harmonias”. A poesia aparece aqui como expressão de um estado
de espírito marcado pela tristeza e pela melancolia. Ela funciona como
um registro de vida, daí sua espontaneidade – sugestão de que não teria
passado pelo crivo da razão, originando-se diretamente do coração e da
alma do poeta. O anseio de algo que acabou por não se realizar, graças à
morte prematura do autor, está prenunciado na referência ao “sonho”.
8. O Poema do Frade
Meu herói é um moço preguiçoso
Que viveu e bebia porventura
Como vós, meu leitor... se era formoso
Ao certo não o sei. Em mesa impura
Esgotara com lábio fervoroso
Como vós e como eu a taça escura.
Era pálido sim. . . mas não d'estudo:
No mais . . era um devasso e disse tudo!
Dizer que era poeta é cousa velha!
No século da luz assim é todo
O que herói de novelas assemelha.
Vemos agora a poesia a rodo!
Nem há nos botequins face vermelha,
Amarelo caixeiro, alma de lado,
Nem Bocage d'esquina, vate imundo,
Que não se creia um Dante vagabundo!
9. O Conde Lopo
Era um fantasma
De macilento crânio enegrecido
Aqui e ali por fios de cabelos.
Tinha na fronte a reluzir – embora
O empanasse a podridão na tumba –
Um diadema d’oiro. –
Eu dizia
Que tu – outrora barregã – rainha
Caprichosa mulher de ardentes gozos,
Prostituta, sentaras-te num trono;
E davas como leito aos favoritos
Teus tálamos doirados e macios.
Hoje te apodreceu a rósea carne
Que os ossos te cobria, e eis-te aí, nua
Como nunca te viram teus amantes.
10. Noite na Taverna (prosa)
Na última narrativa, a presença física (na roda
dos moços) de personagens mencionadas em
uma narrativa anterior faz com que todo o
ambiente fantástico e irreal dos contos se
legitime como
verídico.
Noite naTaverna, obra escrita em tom bastante
emotivo, antecipa em vários aspectos a narração
da prosa moderna: a liberdade cênica, a dupla
narração e suas confluências, a mistura do real
ao fantástico conferem atualidade à obra, apesar
de toda a atmosfera byroniana.
11. E por ultimo o autor fez uma
grande obra de teatro
Neste video a obras de teatro ira mostrar
completamente um dos trabalhos de
12. analise
A marca mais saliente da poética romântica, a expressão do sentimentalismo,
está presente na Lira dosVinte Anos.A solidão é concebida como condição
fundamental para a imersão do indivíduo na reflexão melancólica: “Ai! Quando
de noite, sozinha à janela, / Co’a face na mão eu te vejo ao luar, / Por que,
suspirando, tu sonhas, donzela?”, em “Cismar”. É o momento da tristeza
provocada pelo saudosismo: “Foi esse o amor primeiro – requeimou-me / As
artérias febris de juventude”, em “Saudades”.
Quase sempre, o objeto dessa saudade e a razão da melancolia que assalta o
poeta é a amada.A imagem da mulher dormindo é bastante explorada na poesia
de Álvares de Azevedo, como se vê em “No mar” e “Quando a noite no leito
perfumado”, por exemplo.Assim como a atmosfera de sonho que parece
envolver toda a relação amorosa. Esses dados conferem à mulher certa aura
inacessível, o que conduz ao amor platônico, realizado apenas nos sonhos ou
previsto para depois da morte, como nos versos de “Cantiga”: “Acorda, minha
donzela, / Soltemos da infância o véu... / Se nós morrermos num beijo, /
Acordaremos no céu”.
13. Fato sobre o autor
foi um escritor da segunda geração romântica contista, dramaturgo, poeta e ensaísta
brasileiro, autor de Noite naTaverna, como já comentamos
→ Na faculdade de Direito passou à se destacar onde desde logo ganhou fama por
brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender
línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
→ É patrono da cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras.
→ Suas principais influências são: Lord Byron, Goethe, François-René de
Chateaubriand, mas principalmente Alfred de Musset.
→ Um aspecto característico de sua obra e que tem estimulado mais discussão, diz
respeito a sua poética, que ele mesmo definiu como uma "binomia", que consiste em
aproximar extremos, numa atitude tipicamente romântica.
15. NAVIO NEGREIRO
O Navio Negreiro é um poema (autoria deCastro Alves) de
alto valor significativo no romantismo brasileiro. Pois, o
autor toma de forma nada estética o negro como herói
de sua obra, diferentemente do que faziam outros
poetas, tais comoGonçalves Dias que tomava o índio
como herói. Sua abordagem difere-se totalmente do que
era recorrente no período do Ultra-Romantismo,
também conhecido como “Mal do Século”; ele faz uma
denúncia social acerca da escravidão e luta pela abolição
dos negros, isso tudo em poemas que emitem
pessimismo e angústia.
17. BIOGRAFIA DE CASTRO ALVES
Castro Alves (1847-1871) foi um poeta brasileiro.
O último grande poeta da terceira geração
romântica no Brasil. "O Poeta dos Escravos".
Expressou em suas poesias a indignação aos
graves problemas sociais de seu tempo.
Denunciou a crueldade da escravidão e clamou
pela liberdade, dando ao romantismo um
sentido social e revolucionário que o aproxima
do realismo. Foi também o poeta do amor, sua
poesia amorosa descreve a beleza e a sedução
do corpo da mulher. É patrono da cadeira nº 7 da
Academia Brasileira de Letras.
18. CastroAlves (1847-1871) nasceu no município de Muritiba,
Bahia, em 14 de março de 1847. Filho do médico Antônio
José Alves, e também professor da Faculdade de Medicina
de Salvador, e de Clélia Brasília da Silva Castro. No ano de
1853, vai com sua família morar em Salvador. Estudou no
colégio de Abílio César Borges, onde foi colega de Rui
Barbosa. Demonstrou vocação apaixonada e precoce pela
poesia. Em 1859 perde sua mãe. Em 24 de janeiro de 1862
perde seu pai. Casa com Maria Rosário Guimarães e nesse
mesmo ano foi morar no Recife, onde ingressou no curso de
Direito. A capital pernambucana efervescia com os ideais
abolicionistas e republicanos e CastroAlves recebe
influências do líder estudantilTobias Barreto.
19. ANÁLISE DA OBRA
Inicialmente nós temos o eu-lírico cantando a beleza
do alto mar, descrevendo os ventos nas velas, a
fusão do céu e do mar, o brilho da lua e dos astros, as
ondas do mar, a música que a brisa cria. Fala ainda
de como o navio caminha sem deixar rastros e de
como eram felizes aqueles que puderam contemplar
toda a majestade dessas cenas.
Depois ele fala da bravura dos marinheiros que
cantam glorificando suas pátrias ou os versos de
Homero ou ainda canções do passado, que
desvendam os mares no qual Ulisses velejou e de
como se tornam apenas filhos do mar.
20. Mas então o eu–lírico descobre o que há no interior
do navio. E então ele passa a cantar a horrorosa cena
que vê de homens, mulheres e até crianças, “negras
como a noite”, que dançavam como ordenava o
chicote do capitão, provocando um horrível barulho.
O eu–lírico, então, passa a descrever esses
tripulantes: mulheres nuas, espantadas e com os
seios suspensos; as crianças magras, com as bocas
pretas suplicando por comida; os homens que
dançam conforme o chicote e os velhos que se
arquejam também com a mesma dor. E diante dessa
cena os marinheiros e o próprio capitão riem-se e
dão continuidade àquele horror.