2. Uma nova oralidade configura-se, na cultura da
sociedade moderna, estruturada pelo cinema, pelo
vídeo e principalmente pela televisão. Imagens e
sons desses meios fazem parte já a algum tempo da
formação da inteligibilidade do mundo para muitas
pessoas.
Acostumados que estamos a pensar a inteligência
a partir da expressão verbal - oral e escrita -
esquecemo-nos de indagar sobre essa "nova"
inteligência a partir dos sons e das imagens em
movimento que ocupam, hoje, a maior parte do
desenvolvimento cultural - icluindo o educacional
- de crianças, jovens e adultos.
3. “Nunca existiu uma demanda tão alta de introdução,
aprofundamento e estudo do cinema como hoje na
escola”.
“O problema não é mais, como ingenuamente se
acreditou e com resultados absolutamente
decepcionantes, introduzir alguns „subsídios
audiovisuais‟ na escola. O ensino através da imagem é
bem diferente do ensino da imagem”.
Antonio Costa - Compreender o cinema
4. semiótica:
etimologicamente do grego semeîon (signo) e sema (sinal)
Segundo Winfried Nöth "a semiótica é a ciência dos signos e dos
processos significativos (semiose) na natureza e na cultura".
A investigação semiótica abrange virtualmente todas as áreas do
conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de
significação, tais como a lingüística (linguagem verbal), a
matemática (linguagem dos números), a biologia (linguagem da
vida), o direito (linguagem das leis), as artes (linguagem estética)
etc. Para Lúcia Santaella, ela "é a ciência que tem por objeto de
investigação todas as linguagens possíveis".
5.
6. Ainda que para nós o texto escrito seja sempre
tomado como referência, devemos compreender
que, nós próprios e uma maioria, estejamos sendo
educados por uma cultura imagética e sonora.
Entretanto, o que se percebe é que somos
“analfabetos” quando se trata de leitura de
imagens!
7.
8.
9. A foto representa uma cruz num cemitério por semelhança.
A palavra "cruz", por exemplo, não se assemelha em nada ao
objeto representado na foto. A imagem, assim, indica a
existência material de um cemitério. Além de índice, essa
imagem da cruz pode significar uma característica da
religião do morto: trata-se de um suposto cristão. A cruz da
foto pode representar para alguém a própria doutrina
cristã, tornando-se nesse caso específico um símbolo, isto
é, uma representação abstrata, convencional, de algo.
10. O olhar de cada um: repertório e referencial histórico/cultural
O caso Carrière/Buñuel: A bela da tarde
Pág. 66-67
30. E a escola com tudo isso?
“Que interesse tem, para nós, professores, o modo como os
espectadores se relacionam com o cinema? Que
implicações tem para o trabalho que desenvolvemos em
escolas e universidades, o processo pelo qual eles
atribuem sentido aos filmes que vêem?”
“Saber como o cinema atua nos leva a admitir que a
transmissão/produção de saberes e conhecimentos não é
prerrogativa exclusiva da escola (embora ela tenha um
importante papel a desempenhar nesse processo), mas
que acontece também em outras instâncias de
socialização”.
31. “Pensar o cinema como uma importante instância
‘pedagógica’ nos leva a querer entender melhor o papel que
ele desempenha junta àqueles com os quais nós também
lidamos, só que em ambientes escolares e acadêmicos”.
“Se o domínio dos códigos que compõem a linguagem
audiovisual constitui poder em sociedades que produzem e
consomem esse tipo de artefato, é tarefa dos meios
educacionais oferecer os recursos adequados para a
aquisição desse domínio e para a ampliação da competência
para ver, do mesmo modo como fazemos com a
competência para ler e escrever”.
Rosália Duarte: cinema e educação, p. 81-2
32. O cinema, enquanto expressão mais avançada de
produção do visível pode (deve) constituir, por si mesmo,
objeto de reflexão.
“A cultura localizada num saber-fazer e a escola num
saber-usar, e nesse saber-usar restrito desqualifica-se
o educador, que vai ser sempre um instrumentista
desatualizado. Essa é uma das razões da separação
entre educação e cultura. Outra, talvez mais
importante, é que, atualmente, há uma grande maioria
de pessoas cuja inteligência foi e está sendo educada
por imagens e sons, pela quantidade e qualidade de
cinema e televisão a que assistem e não mais pelo texto
escrito.” Milton José de Almeida - Imagens e sons: a nova cultura oral.
40. O explicador: uma nova linguagem se configura
“A maior parte de nós aprende a ver filmes pela
experiência, ou seja, vendo (na telona ou na telinha) e
conversando sobre eles com outros espectadores”.
Rosália Duarte: cinema e educação, p. 38.
A linguagem técnica:
Planos, “Recorte”, Ângulos, Luz e Sombra, Movimento da Câmera
41. Pier Paolo Pasolini. "Gennariello: a linguagem pedagógica das coisas" em: Os jovens infelizes: antologia de
ensaios corsários. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 125.
"As primeiras lembranças da vida são lembranças visuais. A
vida, na lembrança, torna-se um filme mudo. Todos nós temos
na mente a imagem que é a primeira, ou uma das primeiras, da
nossa vida. Essa imagem é um signo, e, para sermos mais
exatos, um signo lingüístico, comunica ou expressa alguma
coisa."
42. Referências e Indicações
Milton José de ALMEIDA. Imagens e Sons: a nova cultura oral. SP: Ed. Cortez, 2004
Rosália DUARTE. Cinema e Educação. BH: Ed. Autêntica, 2002
www.adorocinema.com.br
www.curtaescola.org.br
www.cinemateca.org.br
www.estacaovirtual.com
www.curtagora.com
www.cinemabrasil.org.br
www.cineduc.org.br
www.taitson.xpg.com.br
taitsonsantos @ yahoo.com.br