2. TRAUMA É UMA LESÃO CARACTERIZADA POR ALTERAÇÕES
ESTRUTURAIS OU FISIOLÓGICAS PROVOCADAS POR DIVERSAS
FORMAS DE ENERGIA: MECÂNICA, ELÉTRICA, TÉRMICA, QUÍMICA E
IRRADIAÇÃO.
(DEFINIÇÃO DO COMITÊ DE TRAUMA DO COLÉGIO AMERICANO DE
CIRURGIÕES)
TRAUMA
4. EPIDEMIOLOGIA
Internações por acidente de
trânsito – aumento de 42%
2002 = 102.007
2012 = 159.251
2ª causa de internação por
trauma no SUS
Custo = R$ 211 milhões (2012)
43.256 mortes no trânsito em
2011
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br
5. 5,8 milhões de mortes/ano
TRAUMA - 32% > malária +AIDS + TB
10% de todas as causa de
mortes
22,3 óbitos/100mil hab - 2010
Fonte: http://www.onu.org.br
EPIDEMIOLOGIA
6. HISTÓRICO
A abordagem ao doente
traumatizado que estava sendo
ensinado nas escolas médicas
incluía historia extensa com
antecedentes médicos, exame
físico pormenorizado da cabeça
aos pés
Essa abordagem não satisfazia as
necessidades do doente
traumatizado, precisava ser
mudada.
Feldbuch der Wundarznei, 1517
7. JAMES STYNER
1976 - "When I can provide better care in the
field with limited resources than what my children
and I received at the primary care facility, there is
something wrong with the system, and the
system has to be changed.“
“1ª hora”
ATLS
8. 1. Tratar primeiro a ameaça maior a vida
2. A falta de um diagnóstico definitivo
nunca deveria impedir o início do
tratamento adequado
3. Uma história detalhada não é essencial
para iniciar a avaliação de um
politraumatizado
9. ATLS
Esse curso baseou-se na premissa de que o
atendimento inicial, dado de forma adequada e em
tempo hábil, poderia melhorar significativamente o
prognóstico de traumatizados graves.
10. DISTRIBUIÇÃO GLOBAL DA MORTALIDADE
POR TRAUMA
1º pico segundos a minutos
do trauma.(ex: lesão aorta, coração,
gdes vasos).
2º pico minutos a várias
horas do trauma. (ex: ruptura de
baço, fígado, fraturas pélvicas).
3º pico dias a semanas do
trauma.
Distribuição tri modal das mortes
14. ATLS- INTRODUÇÃO
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação
6. Exame secundário (da cabeça aos dedos dos pés)
7. Medidas auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
As avaliações primaria e secundária devem ser repetidas com frequência
- com intuito de detectar qualquer deterioração no estado do doente e
- de identificar as medidas terapêuticas a serem adotadas tão logo se descubra a
mudança ocorrida.
15. Fase pré-Hospitalar:
-Manutenção das vias
aéreas;
-Controle dos
sangramentos externos e
do choque
-Imobilização do doente
-Transporte imediato ao
PS.
PREPARAÇÃO- PLANEJAMENTO
ANTECIPADO DA EQUIPE
16. EXAME PRIMÁRIO
A Vias aéreas com PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL
B Respiração e ventilação
C Circulação com controle da hemorragia
D “Disability” Incapacidade, Déficit neurológico
E Exposição/controle do ambiente
ATLS 2004
17. A VIAS AÉREAS COM CONTROLE
DA COLUNA CERVICAL
Assegurar a permeabilidade - corpos estranhos, fraturas
faciais, mandibulares ou tráqueo-laríngeas
Técnicas de manutenção das VAS:
- “chin lift”: elevação do queixo
- aspirador rígido
- “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula
subluxações de até 5mm, mesmo com o colar cervical
(APRAHAMIAN - 1984 ).
-cânula orofaríngea
19. A VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA
COLUNA CERVICAL
Considerar inicialmente lesão de coluna cervical
em todo politrauma
Retirar o colar: -conscientes
-após palpação
-dúvida: Rx Coluna Cervical
23. -Aspirar secreções e remover corpos
estranhos;
-Elevação do queixo e tração da
mandíbula;
-Cânula oro ou nasofaríngea
-Intubação oro ou nasotraqueal
-Obtenção de VA cirúrgica
Manobras
24. VIA AÉREA DEFINITIVA
Indicações:
Apnéia
Impossibilidade de manter uma via adequada por
outros métodos
Proteção das vias aéreas contra aspirações
comprometimento iminente ou potencial das vias
aéreas
TCE necessitando de hiperventilação
TRM
Necessidade de via aérea adequada antes de afastar
lesão cervical
25. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
Método mais rápido ( 64 segundos )
Estabilização cervical
Não exacerba lesões cervicais quando bem
realizada.
“Todo paciente que chegar ao
hospital com intubação
traqueal prévia, deve ser
considerada a possibilidade
de que a sonda esteja mal
posicionada”
26. VIA AÉREA CIRÚRGICA
Indicações
Impossibilidade na intubação orotraqueal
edema de glote
fratura de laringe
hemorragia copiosa
lesões faciais extensas
28. EXAME PRIMÁRIO
A Vias aéreas com controle da coluna
cervical
B Respiração e ventilação
C Circulação com controle da
hemorragia
D Incapacidade , estado neurológico
E Exposição
29. RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO
Expor o tórax do paciente
Inspeção, palpação, ausculta, percussão
Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado
Via aérea pérvia não significa uma ventilação adequada
Não há necessidade de exame complementar para diagnosticar lesões
potencialmente fatais
Nesta fase o oxímetro de pulso deve ser conectado ao paciente
30. PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO
Lesões:
-Pneumotórax - trauma contuso de tórax / pulmão
Hipertensivo - “válvula unidirecional”
- diagnóstico clínico; nunca radiológico
- QC: dispnéia, hipotensão, desvio traquéia
contralateral, ausência MV, distensão veias
pescoço, timpanismo à percussão
- Tto: descompressão imediata( agulha 2ºEIC linha
hemiclavicular seguido da drenagem 5° EIC)
42. •Observa-se taquipnéia, roncos , sibilos, retração da
musculatura intercostal e uso da musculatura acessória
•Pode haver enfisema subcutâneo
Contusão Pulmonar
46. EXAME PRIMÁRIO
A Vias aéreas com controle da coluna
cervical
B Respiração e ventilação
C Circulação com controle da
hemorragia
D Incapacidade , estado neurológico
E Exposição
47. CIRCULAÇÃO
Hemorragia: principal causa de óbito no trauma
(Principal causa de mortes evitáveis)
Avaliação -nível de consciência
(menor perfusão cerebral)
-cor da pele (cianose – perda 30% volemia)
- PA (diminuição – perda 30% volemia)
- pulso (taquicardia, filiformes, ausentes)
- diurese (50ml/h); PVC
3 parâmetros rápidos: nível de consciência, cor de pele e pulso
48. - Controlar a hemorragia interrompendo o sangramento
- A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o
controle definitivo da hemorragia
CIRCULAÇÃO
49. - As hemorragias externas são coibidas por meio de
compressão externa sobre o sítio de sangramento,
previamente coberto com uma compressa ou pano
limpo.
- O emprego de pinças hemostáticas às cegas, bem
como o de garrotes e torniquetes, agrava lesões
isquêmicas e é desaconselhável.
CIRCULAÇÃO
51. TRATAMENTO
REPOSIÇÃO VOLÊMICA INICIAL
Ringer lactato é a solução isotônica de escolha
Menor sobrecarga clorídrica
Evita o desenvolvimento de acidose
hiperclorêmica
Fonte potencial de bicarbonato
Segundo as normas do ATLS, a reposição deve ser
iniciada com uma etapa rápida de RL (2 l no adulto e
20ml/Kg em crianças) com objetivo diagnóstico e
terapêutico.
52. TRATAMENTO
REPOSIÇÃO DE SANGUE- CONCENTRADO DE HEMÁCIAS/SANGUE
TOTAL
Está indicada:
perdas sanguíneas superiores a 25 a 30% da volemia,
apresentam resposta transitória ou ausente à etapa inicial de reposição
volêmica.
Preferencialmente os concentrados de hemácias devem ser
submetidos a todas as provas cruzadas antes de sua infusão.
Este procedimento demanda aprox. 1 hora, só pode ser empregado
em pacientes estáveis.
53. EXAME PRIMÁRIO
A Vias aéreas com controle da coluna cervical
B Respiração e ventilação
C Circulação com controle da hemorragia
D Incapacidade, estado neurológico
E Exposição
54. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Nível de consciência -Glasgow (< 8 – intubação)
- A (Alerta)
- V ( resposta ao estímulo Verbal )
- D ( só responde a Dor )
- I ( Inconsciente )
Pupilas : tamanho e reação (nl: isocóricas e fotorreagentes)
Rebaixamento - diminuição oxigenação - lesão cerebral ou
choque hipovolêmico
Diagnóstico de exclusão: hipoglicemia, álcool e/ou outras drogas
55. Escala de Coma de Glasgow
Avaliação Pontuação
1. Abertura ocular Espontânea 4 pontos
Por Estimulo Verbal 3 pontos
Por Estimulo A Dor 2 pontos
Sem Resposta 1 ponto
2. Resposta verbal Orientado 5 pontos
Confuso (Mas ainda responde) 4 pontos
Resposta Inapropriada 3 pontos
Sons Incompreensíveis 2 pontos
Sem Resposta 1 ponto
3. Resposta motora Obedece Ordens 6 pontos
Localiza Dor 5 pontos
Reage a dor mas não localiza 4 pontos
Flexão anormal – Decorticação 3 pontos
Extensão anormal - Decerebração 2 pontos
Sem Resposta 1 ponto
56. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Fraturas de base de crânio
otorréia
rinorréia
sinal de Battle (equimose reg. Mastóidea)
sinal de guaxinim (equimose periorbitária)
58. EXAME PRIMÁRIO
A Vias aéreas com controle da coluna
cervical
B Respiração e ventilação
C Circulação com controle da
hemorragia
D Incapacidade , estado neurológico
E Exposição
60. ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
61. REANIMAÇÃO
Vias aéreas
Respiração/ Ventilação/ Oxigenação
Circulação
Adoção de medidas agressivas de reanimação e
o tratamento de todas as lesões potencialmente
fatais.
62. Sondas Urinárias e Gástricas (reduz distensão, riscos de aspiração)
•Contra-indicação: A lesão de uretra deve ser suspeitada quando:
• Sangue no meato peniano, equimose perineal, sangue no escroto,
deslocamento cranial da próstata, fratura pélvica.
•A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura de
base de crânio (fratura da placa crivosa).
Monitorização (oximetria de pulso, PA, gasometria arterial, monitorização
eletrocardiográfica)
Transferência (lesões específicas)
Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO
63. •A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura
de base de crânio (fratura da placa crivosa).
66. ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à reanimação
6. Exame secundário (da cabeça aos dedos dos pés)
7. Medidas auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínuma
9. Cuidados definitivos
67. EXAME SECUNDÁRIO
Exame “da cabeça aos pés”
Avaliação de todas as regiões do corpo
História clínica, exame físico completos
Exame neurológico completo
68. EXAME SECUNDÁRIO
História - A (Alergia)
- M (Medicação)
- P (Passado médico)
- L (Líquidos e alimentos ingeridos)
- A (Ambiente e eventos relacionados ao trauma)
•Trauma fechado
•Trauma Penetrante
•Lesões devido a queimaduras e ao
frio
•Ambientes de riscos
69. EXAME SECUNDÁRIO
Períneo, Reto e Vagina
Avaliação Perineal:
-Contusões e hematomas
-Lacerações
-Sangramento uretral
Avaliação Retal
-Sangramento retal
-Tônus do esfíncter anal
-Integridade da parede intestinal
-Posição da próstata
Avaliação Vaginal:
-Presença de sangue na vagina
-Lacerações vaginais
70. MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME
SECUNDÁRIO
•Radiografias adicionais da coluna
•Tomografia computadorizada
•Urografia excretora
•Angiografia
•Estudo radiológico das extremidades
•Ultra-som
•Broncoscopia
•Esofagoscopia
71. REAVALIAÇÃO
Reavaliações constantes do paciente
Monitorização contínua dos sinais vitais, débito
urinário, e da resposta do doente ao
tratamento.
72. ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do
pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
Há necessidade de que uma equipe que presta atendimento tenha flexibilidade para agir e reagir de acordo com a gravidade e complexidade de cada caso
O trauma atinge especialmente indivíduos jovens e potencialmente mais produtivos
Um estudo na Califórnia demonstra que cerca 50% dos doentes morrem no local do acidente ou na primeira hora, justificando desta forma a necessidade de programas de prevenção