3. ISSN 0103-5355
brazilian
neurosurgery
Arquivos Brasileiros
de NEUROCIRURGIA
Órgão oficial: sociedade Brasileira de Neurocirurgia e sociedades de Neurocirurgia de Língua portuguesa
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pontuação, a sequência dos dados, o uso de maiúsculas e o
espaçamento):
Artigo de revista
Agner C, Misra M, Dujovny M, Kherli P, Alp MS, Ausman JI.
Experiência clínica com oximetria cerebral transcraniana. Arq
Bras Neurocir. 1997;16(1):77-85.
Capítulo de livro
Peerless SJ, Hernesniemi JA, Drake CG. Surgical management
of terminal basilar and posterior cerebral artery aneurysms. In:
Schmideck HH, Sweet WH, editors. Operative neurosurgical
techniques. 3rd ed. Philadelphia: WB Saunders; 1995. p. 1071-86.
Livro considerado como todo (quando não há colaboradores
de capítulos)
Melzack R. The puzzle of pain. New York: Basic Books Inc
Publishers; 1973.
6. Tese e dissertação
Pimenta CAM. Aspectos culturais, afetivos e terapêuticos
relacionados à dor no câncer. [tese]. São Paulo: Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo; 1995.
Anais e outras publicações de congressos
Corrêa CF. Tratamento da dor oncológica. In: Corrêa CF,
Pimenta CAM, Shibata MK, editores. Arquivos do 7º Congresso
Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor; 2005 outubro 1922; São Paulo, Brasil. São Paulo: Segmento Farma. p. 110-20.
Artigo disponível em formato eletrônico
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7. Volume 32 | Número 1 | 2013
1
Risk factors for infection in external ventricular drains
Fatores de risco para infecção em derivações ventriculares externas
Audrey Beatriz Santos Araujo, Sebastião Gusmão, Marcelo Magaldi, Alander Sobreira Vanderlei, Marina Brugnolli Ribeiro Cambraia
7
A mulher na neurocirurgia
The women in neurosurgery
Catarina Couras Lins, Rodrigo Antonio Rocha da Cruz Adry, Marcio Cesar de Mello Brandão
11
Análise morfométrica do acesso temporal lateral para amígdalo-hipocampectomia
baseada em imagens de ressonância e tomografia
Lateral approach for amigdalo-hippocampectomy: morphometric data based on MRI and CT scans
Tais Siqueira Olmo, Juan Antonio Castro Flores, Carlos Eduardo Roelke, Homero José de Farias e Melo
15
Traumatismo cranioencefálico em um hospital de referência no estado do Pará, Brasil:
prevalência das vítimas quanto a gênero, faixa etária, mecanismos de trauma, e óbito
Traumatic brain injury in a reference hospital in Para, Brazil: prevalence of
victims about gender, age group, mechanisms of trauma, and death
Maria Luana Carvalho Viégas, Edmundo Luís Rodrigues Pereira, Amanda Amaral Targino, Viviane Gonçalves Furtado,
Daniella Brito Rodrigues
19
Perfil epidemiológico dos pacientes com fraturas torácicas e lombares tratadas cirurgicamente
no Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal (Brasília-Brasil)
Epidemiological profile of patients with thoracic and lumbar fractures surgically treated
in Neurosurgery Service at Hospital de Base do Distrito Federal (Brasília, Brazil)
Cléciton Braga Tavares, Emerson Brandão Sousa, Igor Brenno Campbell Borges, Amauri Araújo Godinho Júnior,
Nelson Geraldo Freire Neto
26
Spontaneous intracerebral hemorrhage treated by neuroendoscopy – Technical note
Hematoma intracerebral espontâneo tratado por neuroendoscopia – Nota técnica
Flávio Ramalho Romero, Marco Antôno Zanini, Luiz Gustavo Ducatti, Roberto Colichio Gabarra
31
Brainstem cavernous malformation
Cavernomas de tronco cerebral
Ariel Roberto Estramiana, Diana Lara Pinto de Santana, Eberval Gadelha Figueiredo, Manoel Jacobsen Teixeira
37
Anomalias venosas nos cavernomas
Venous anomalies in cavernomas
Williams Escalante, Diana Lara Pinto de Santana, Eberval Gadelha Figueiredo, José Guilherme P. Caldas, Manoel Jacobsen Teixeira
40
Impacted cisterna magna without syringomyelia associated or not
with basilar impression and/or Chiari malformation
Cisterna magna impactada sem siringomielia associada ou não
à impressão basilar e/ou malformação de Chiari
José Alberto Gonçalves da Silva, Adailton Arcanjo dos Santos Júnior, José Demir Rodrigues
48
Paralisia do nervo oculomotor como manifestação inicial de
hematoma subdural crônico – Relato de caso
Oculomotor nerve palsy as initial manifestation of chronic subdural hematoma – Case report
Carlos Umberto Pereira, José Anísio Santos Júnior, Ana Cristina Lima Santos
51
Pseudoaneurisma traumático da artéria meníngea média tratado por via endovascular
Traumatic pseudoaneurysm of the middle meningeal artery treated by endovascular intervention
Daniel Gomes Gonçalves Neto, Guilherme Brasileiro de Aguiar, José Carlos Esteves Veiga,
Márcio Alexandre Teixeira da Costa, Maurício Jory, Nelson Saade, Mário Luiz Marques Conti
57 Erratas
8. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia
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9. Arq Bras Neurocir 32(1): 1-6, 2013
Risk factors for infection in
external ventricular drains
Audrey Beatriz Santos Araujo¹, Sebastião Gusmão², Marcelo Magaldi2,
Alander Sobreira Vanderlei3, Marina Brugnolli Ribeiro Cambraia3
Department of Surgery, Federal University of Minas Gerais and Hospital Odilon Behrens, Belo Horizonte, MG, Brazil.
ABSTRACT
Objective: The present study aims to define the main risk factors for infection in EVD implants performed
in a public tertiary hospital in Belo Horizonte, Brazil. Method: The present study performed a retrospective
review of 137 cases of EVD implants in 107 patients from January 2006 to December 2008. Of these
cases, 25 patients had to be re-operated, totally 141 implanted shunts. Results: Forty-eight (45%)
patients were male and 59 (55%) were female. The age ranged from 6 to 86 years of age (52.12 ± 15.51
years). The incidence of EVD-related infection was 32.7%, while the device permanence varied from
2 to 54 days (mean of 10 days). The EVDs that were maintained for more than 9.5 days, as well as the
device changes proved to be statistically significant factors for cerebrospinal fluid (CSF) infection (p <
0.001). Antibiotic prophylaxis did not change the infection rate (p = 0.395). Conclusions: Risk factors
for EVD infection included a continuing EVD permanence that lasted for more than 9.5 days and device
changes. The present study concluded that there is no advantage for antibiotic prophylaxis regarding
CSF infection with EVD implants.
KEYWORDS
Infection, cerebral ventriculitis, risk factors, antibiotic prophylaxis, hydrocephalus.
RESUMO
Fatores de risco para infecção em derivações ventriculares externas
Objetivo: Este estudo objetiva avaliar os fatores de risco para infecção em pacientes submetidos
a derivações externas em um hospital público terciário de Belo Horizonte. Método: Revisados
retrospectivamente 137 prontuários e selecionados 107 pacientes, dos quais 25 foram submetidos
a mais de uma DVE, totalizando 141 DVE instaladas no período de janeiro de 2006 a dezembro de
2008. Resultados: Dos 107 pacientes selecionados, 48 (45%) eram do gênero masculino e 59 (55%),
do feminino. A idade variou de 6 a 86 anos (média de 52,12 e desvio-padrão de 15,51 anos). Ocorreu
infecção em 32,7% dos pacientes (24,8% das DVE – 35 casos). O número total de dias de DVE variou
de 2 a 54 (média de 10 dias) e demonstrou-se que o uso por período maior que 9,5 dias e a troca do
sistema apresentaram significância estatística para o desenvolvimento de infecção (p < 0,001). O uso
de antibióticos não apresentou efeito protetor (p = 0,395). Conclusões: A troca do sistema e o tempo
de permanência da DVE determinaram a ocorrência de infecções, com aumento do risco após o 10º
dia de uso e nos pacientes submetidos a duas ou mais DVE. O uso de antibióticos profiláticos não foi
significativo para redução de infecção.
PALAVRAS-CHAVE
Infecção, ventriculite cerebral, fatores de risco, antibioticoprofilaxia, hidrocefalia.
1 MD, medical assistant, Department of Neurosurgery, Hospital Odilon Behrens, Belo Horizonte, MG, Brazil.
2 MD, medical assistant, Department of Surgery, Federal University of Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brazil.
3 MD, medical resident, Department of Surgery, UFMG, Belo Horizonte, MG, Brazil.
10. Arq Bras Neurocir 32(1): 1-6, 2013
Introduction
External ventricular drains (EVDs) are life-saving
procedures, frequently used to treat acute hydrocephalus due to intracranial hemorrhage, traumatic brain
injury, infections or tumors.1-7 The installation technique is quite simple, it is affordable for most health
systems, and it represents the best option to monitor
intracranial pressure (ICP). In addition, EVDs allow for
cerebrospinal fluid (CSF) drainage, aiding in the control
of intracranial hypertension (ICH).3,5-10
One of EVD’s main complications is the CSF infection, which can lead to prolonged hospitalization due
to antibiotic administration, repeated surgeries, and
increased morbidity.2,3,5-7,11-14 All these factors increase
health care costs.15 Ratilal et al.16 have described that
infection results in elevated mortality, seizure disorders
and decreased intellectual performance after recovery.
The overall infection rate commonly ranges from 0% to
45% with a mean of 10% to 17%.3,4,6,7,9,11-13,15,16,18-20
Several factors have proven to lead to EVD infection,
the most reported of which is the amount of time that
the draining device remains in the patient.5,13,15 Other
contributing factors include the frequency with which
the device is changed, the lenght of subcutaneous device
traject, associated hemorrhage, skull fracture with CSF
leak, and sistemic infections.3,5-7,14,18,21,22 To the best of our
knowledge, only two others reports of EVD risk factors
are currently available in Latin American medical data.23,24
Therefore the present work aimed to report the EVD
infection rates as well as identify the risk factors related
to EVD procedures within a Brazilian hospital.
Methods
All patients had previously received an EVD implant
at the Odilon Behrens Hospital in Belo Horizonte, from
January 2006 to December 2008, and their medical records were reviewed. A total of 137 charts were analyzed,
with 107 patients selected for this study. Twenty-five
patients underwent more than one surgical procedure
to replace the EVD implant, totaling 141 EVD shunts.
Thirty patients were excluded (47 EVDs) due to infections diagnosed prior to the EVD implant (ventriculitis
or systemic infection), children of less than 2 years of
age, previous antibiotic usage, death, or hospital transfer
less than 24 hours after hospitalization and surgery. All
EVDs were implanted in an operating room, none of
them were installed in the intensive care unit. No EVD
implanted with antibiotics or silver impregnated devices
were used. During the three years of study, the only EVD
catheter used was the Codman EVD system.
2
In 68 patients one dose of Cephalotin was prescribed
30 minutes before EVD implantation, while 39 patients
received no antibiotic prophylaxis.
In the presence of systemic infectious clinical signs
(fever, meningism, obnubilation) and CSF analysis
with infectious evidence (more than 15 cels/mm3, elevated CSF protein, and low glucose), the ventriculitis
diagnosis was made and therapeutic antibiotics were
administered.
The patient data register consisted of patient name,
hospital chart number, age, birth date, medical records
of the cause of hydrocephalus, date of EVD implant,
antibiotic prophylaxis, EVD exchanges, amount of time
the EVD was maintained within the patient, previous
systemic diseases, systemic infections, signs and symptons of infections, follow up, and discharge date.
The Fisher’s and Chi-square tests were used in the
statistical analysis to determine the categorical variables, whereas the Student’s t test was used to compare
the averages, using the SPSS 17.0 program. This study
presents no conflicts of interest and has been approved
by the ethics committee of Odilon Behrens Hospital.
From the total sample of 107 patients, 48 were male
(45%) and 59 female (55%). The ages varied from 6 to 86
years, with a mean of 52.12 years (standard deviation of
15.51). Four patients were under 12 years of age.
Twenty-five cases (23.4%) required EVD revision/
reinsertion, due to the prolonged amount of time that
the device remained implanted within the patient
(more than 15 days), device dysfunction, or system
breakdown. The number of EVD changes varied from
1 to 3, the majority of which changed only once (17 of
25 total changes).
Results
A total of 107 patients, who had undergone 124
EVD procedures were included in the analysis. Overall
infection was reported in 35 cases, with an infection incidence of 32.7% and 24.8% per procedure. Prophylactic
antibiotic usage offered no protection from infection.
Of the 68 patients (63.4%) who received the antibiotic prophylaxis, 20 were diagnosed with ventriculitis
(29.4%). By contrast, of the 39 patients (36.4%) who
received no antibiotic prophylaxis, 15 were diagnosed
with ventriculitis (38,4%), at a significance level of p =
0.394. The prophylaxis consisted of one dose of Cephalotin prescribed 30 minutes before implantation.
The main hydrocephalus cause was hemorrhage
(Table 1), with 47 patients (43.9%) presenting subarachnoid hemorrhage upon hospitalization and 36
(33.6%) presenting hypertensive brain hemorrhage with
Risk factors for infection in external ventricular drains
Araujo ABS et al.
11. Arq Bras Neurocir 32(1): 1-6, 2013
ventricular hematoma. Other causes included tumors,
neurocysticercosis, and cerebellar hemorrhage found in
a total of 24 patients (22.4%). However, hydrocephalus
cause proved not be significant enough to cause infection (p = 0.095).
EVD exchanges, as well as the frequency of exchange, were statistically significant in contracting ventriculitis (p < 0.001), as can be seen in table 2. Infection
complications were strongly associated with new surgical procedures, and could be identified in all patients
who had undergone two or more EVD exchanges.
Table 1 – Hydrocephalus causes in 107 EVD procedures
at Odilon Behrens hospital from 2006 to 2008
Etiology
Patient numbers
%
Subarachnoid
hemorrhage
47
43.9
Supratentorial
hemorrhagic stroke
36
33.6
Infratentorial stroke
10
9.3
Tumor
9
8.4
Neurocysticercosis
2
2.0
Others
3
2.8
107
Total
Discussion
100
Intraventricular bleeding was present in 82 patients,
but proved not be significant enough to cause infection
(p = 0.257).
The presence of associated diseases were also not
significant enough to cause infection (p = 0.459), of
which, hypertension proved to be the most frequent,
whether alone or in association with other diseases,
such as diabetes.
Other infection complications could also be observed, the most important of which was pneumonia,
which was identified in 37 of the cases.
The length of stay in the hospital after the first EVD
varied from 1 to 104 days (mean of 31.1 ± 19.8 days
in EVD patients that were infected and 12.9 ± 17.3 in
patients without EVD infection complications).
The amount of time in which the EVD remained
implanted within the patient varied from 1 to 54 days
(mean of 10 days), and proved to be significant in shunt
infections, presenting an increased risk after the 10th day
of EVD implant (p < 0.001) (Figure 1).
Infection
Category
Yes
No
Total
≤ 9.5 days
Category
Yes
No
Total
%
8.3
91.7
56.1
%
32.7
67.3
100
n
35
72
107
Time of EVD in patient
>9.5 days
n
5
55
60
Category
Yes
No
Total
%
63.8
36.2
43.9
n
30
17
47
Figure 1 – CART tree to time of EVD use and infection.
Risk factors for infection in external ventricular drains
Araujo ABS et al.
Despite the technical simplicity of the implant, EVD
surgery does present some risks, including bleeding
along the catheter path, dislodging from the ventricle,
and the system’s overall dysfunction may require a
replacement of the shunt or a reoperation (5,6% of
cases).22 Infections (ventriculitis or meningitis) are
frequent causes of complication, reported in 0 to 45%
of the procedures, depending on the surgical technique
used.3,4,6,7,9,11-13,15,16,18-20
The most frequent hypothesis related to CSF infection is surgical installation contamination, or posterior
contamination, with a retrograde migration of infectious agents into the catheter. Previous (pre-operative)
infection of the central nervous system is also another
reported cause.3,5,6,9,22,25 Previous studies have shown a
wide range of definitions and methodologies concerning
both EVD-related infections and this difficult comparative analysis.23,25
In 1984, Mayhall et al.15 published a prospective
study with 172 consecutive patients who had undergone
213 ventriculostomies, in which infection rates of 11%,
and a time period in which the ventricular catheter was
maintained in the patient of more than 5 days were both
described as risk factors for infection. These authors
suggested that the device should be removed and be
replaced by a new implant after this time period, when
needed. Paramore and Turner retrospectively analyzed
161 patients who had undergone 253 EVD implants and
reported an infection rate of 4%. After six days with the
device is in the patient, the infection rate increased to
10.3%.22 In 2000, Alleyne et al.26 analyzed 308 patients
who had EVD implants for 3 or more days and reported
ventriculitis in 3.9% of the cases, with no risk factors
found in their analyzes. Their conclusion was that the
antibiotics did not in fact reduce the rate of ventriculitis
and could potentially select resistent microrganisms.
Lyke et al.6 performed a prospective study with 157
adult neurosurgical patients, detecting 11 infections
(5.6%) and reported the amount of time the EVD was
maintained within the patient (8.5 days for infection
as compared to 5.1 days for non-infected patients, p =
0.007) and CSF drainage out of the catheter (p = 0.003)
as risk factors.
3
12. Arq Bras Neurocir 32(1): 1-6, 2013
Table 2 – Analysis of risk factors for infection in EVD procedures at Odilon Behrens
Hospital, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, from 2006 to 2008
Variables
Non-infected
patients (n = 72)
Infected patients (n = 35)
p value
32
16
0.532
Male
Female
40
19
52.85 (15.88)
50.63 (14.83)
Subarachnoid hemorrhage
35
11
Supratentorial hemorrhagic stroke
22
14
Infratentorial stroke
7
4
Tumor
6
3
Neurocysticercosis
0
2
Others
2
1
Mean age (standard deviation), years
0.490
Hydrocephalus cause
0.095
Intaventricular bleeding
Yes
57
25
No
15
10
0.257
Associated diseases
Yes
45
23
No
27
12
7.2 ± 5.7
17.6 ± 9.8
< 0.0001
Yes
7
18
< 0.0001
No
65
17
0
65
17
1
7
10
2
0
1
3
0
1
Time of EVD in patients, days
0.459
EVD Exchange
Number of EVD exchanges
< 0.0001
Use of antibiotic prophylaxis
Yes
24
15
No
48
20
12.9 ± 17.3
31.1 ± 19.8
Time of hospitalization, days
0.394
Associated complications
No complications
38
11
Pneumonia
12
9
5
Pneumonia + other
11
HE disturbance
1
2
Others
10
8
We only find two Brazilian descriptions of EVD risk
factors: Larsen studied 110 patients with EVD implants
and found an infection rate of 29,09% and the risk
factors were emergency procedures, days in intensive
care unit, time of drainage, intracranial bleeding and
concurrent infection.24 Camacho et al.23, reports 119
patients datas (130 EVDs), with an infection rate of
18,3% (22,4% per 1000 cateter-day) and the time of
drainage was a risk factor for EVD infection.
In a metanalyses that included 17 randomized or
almost randomized studies, with 2134 patients, the use
4
0.196
of prophylactic antibiotics in EVD was compared with
the use of placebos. Ratilal et al.16 found no statistically
significant difference in the antibiotic-impregnated
catheters and the use of no antibiotic-impregnated
catheters. The 24-hour prophylactic systemic use of
antibiotics demonstrated benefits against infectious
complications and they found no relation to age or
kind of shunt used. In 2008 Lozier25 published a critical
review, demonstrating that in retrospective studies the
exchange of EVD does not necessarily modify the risk
of late infections.
Risk factors for infection in external ventricular drains
Araujo ABS et al.
13. Arq Bras Neurocir 32(1): 1-6, 2013
The literature presents descriptions of successful prophylactic exchanges of EVD external parts (catheters are
not exchanged), asseptic, under 48 hours19 or of the entire
shunt, as a preventive measure within 5 or 6 days after device’s implantation.3,15,19 However, the literature presents
no overall consensus. In fact, many authors are against
EVD exchanges for preventive measures.5,7,9,14,19,21,25,27,28
Likewise, there is also no evidence that can support the
use of antibiotics to reduce infections during ventriculostomies. Moreover, antibiotics have proven to select
more resistant agents in ventriculitis.6,9,26,29
Other risk factors of infections stemming from
this procedure include age, intraventricular bleeding,
opened traumatic lesions, CSF fistulas, and previous
neurosurgery.6,7,13-15,20,25 The length of the subcutaneous
tunnel has also been point out as a predisposing factor.14
Khanna et al.2 described a new ventriculostomy technique with a subcutaneous tunnel for the ventricular
catheter reaching a final point in the inferior thoracic
region or superior abdominal region. In 100 consecutive
cases, using only perioperative prophylactic antibiotics,
these authors found a 4% infection rate, no infection
during the first 16 days of shunt implantation (average
of 18.3 days – 5 to 40 days) and a ventriculitis incidence
of 2.37/1000 shunting days.
Of the patients in the present study, 63.4% received
antibiotic prophylaxis 30 minutes prior to the EVD
insertion procedure; however, its use proved not to be
significant enough to prevent ventriculitis (p = 0.394).
Therefore the use of prophylactic antibiotics to prevent
drain-associated infection remains an unresolved issue.17,23 No conclusive evidence has been reported that
can support the use of prophylactic antibiotics, nor the
period of administration.17,26 Some studies have suggested that only a peri-procedure antibiotic use would
be sufficient enough to prevent infections, whereas others suggest antibiotic use for 24 hours or for prolonged
periods of administration.9,13,17,23,25,26,30-32 Prospective
randomized studies are required to define the proper
use of antibiotics in EVD procedures.
In the present study, hydrocephalus and intraventricular bleeding were not statistically significant
enough to cause infection.
The time of drainage was relevant when demonstrating the occurrence of infection. This study found no
difference in CSF drainages from 1 to 10 days; however,
an elevated risk of infection after the 10th EVD day could
be observed (p < 0.001).
Another risk factor that could be identified was
exchange of shunts, presenting more infections in
patients who had undergone new surgical procedures,
as well as infections in all cases in which the EVD was
exchanged two or more times. This suggests that preventive exchanges should not performed routinely and that
Risk factors for infection in external ventricular drains
Araujo ABS et al.
the shunt should be discontinued as soon as possible
(before the 10th EVD day).
This study detected infection in 35 EVDs, which
represents 32.7% of the patients or 24.8% of the EVD
procedures. This rate is in accordance with rates described
in the literature (0 to 45%). All efforts should be directed
toward reducing infection rates as a whole. As such,
neurosurgeons should be aware of the risk factors and
take measures to avoid them, such as intensifying aseptic
techniques, reducing system manipulation, avoiding daily
routine CSF collections for routine exams, managing of
the shunt only by trained personnel (nurses, neurosurgeons, fellows, ICU doctors); and trying to avoid shunt
exchanges or their maintenance for more than 10 days.
In conclusion, the rates of EVD-related infections proved to be high in the studied hospital. Shunt
exchanges and the maintenance of the system within
the patient represented independent risk factors for
ventriculitis, presenting an increased infection risk
after 9.5 days of EVD. Thus, it was impossible to prove
any reduction in infection risks through the use of
prophylactic antibiotics.
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Pharm Ther. 2006;31(3):231-5.
Correspondence address
Audrey Beatriz Santos Araujo
Av. Bernardo Vasconcelos, 2600/304, Ipiranga
31160-440 – Belo Horizonte, MG, Brasil
Telefone: (31) 3344-4838
E-mail: franciscoaudrey@uol.com.br.
Risk factors for infection in external ventricular drains
Araujo ABS et al.
15. Arq Bras Neurocir 32(1): 7-10, 2013
A mulher na neurocirurgia
Catarina Couras Lins1, Rodrigo Antonio Rocha da Cruz Adry2,
Marcio Cesar de Mello Brandão3
Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP, Brasil; Hospital Geral do Estado da Bahia e Hospital Geral Roberto
Santos, Salvador, BA, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Neste estudo, buscou-se analisar o crescimento da participação feminina na área
neurocirúrgica. Métodos: Trata-se de uma série temporal, realizada a partir do banco de dados da
Secretaria da Sociedade Brasileira de Medicina, que forneceu os gêneros dos residentes de neurocirurgia
registrados entre o período de 2006 e 2011. Foram utilizados também os dados dos números de membros
efetivos e seus respectivos gêneros na Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), na Academia
Brasileira de Neurocirurgia (ABNc), na American Association of Neurological Surgeons (AANS) e na
American Board of Neurological Surgery (ABNS). Resultados: Ao se analisar o número de membros
inscritos da AANS (2008), SBN (2010) e ABNc (2010), verificou-se que o sexo masculino é maioria,
com 95,34% na AANS, 94,54% na SBN e 94,80% na ABNc. Conclusão: A participação feminina tem
aumentado nos últimos anos na neurocirurgia, apesar de ainda existir preconceito e sobrecarga nas
atividades das mulheres que escolhem a neurocirurgia como carreira.
PALAVRAS-CHAVE
Mulheres, neurocirurgia, preconceito.
ABSTRACT
The women in neurosurgery
Objective: This study aims to analyze the growth of female participation in the neurosurgical field.
Methods: A prospective study was conducted from the database of the Department of Medicine of the
Brazilian Society of Medicine, which provided the genres of neurosurgery residents registered between
the period 2006 to 2011. We also used the data of the numbers of members and their respective genres
in Brazilian Society of Neurosurgery, the Brazilian Academy of Neurosurgery, the American Association
of Neurological Surgeons and the American Board of Neurological Surgery (ABNS). Results: By
analyzing the number of registered members of the AANS (2008), SBN (2010) and ABNc (2010), we
found that most males is 95.34% with the AANS, 94.54% in SBN, 94.80% in ABNc. Conclusion: The
female participation has increased in recent years in neurosurgery despite the presence of prejudice
and overhead activities of women who choose neurosurgery as a career.
KEYWORDS
Women, neurosurgery, prejudice.
1 Graduada em Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA, Brasil.
2 Médico-residente em Neurocirurgia do Hospital de Base de São José do Rio Preto, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp),
São José do Rio Preto, SP, Brasil.
3 Médico do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Geral do Estado da Bahia e Hospital Geral Roberto Santos, Salvador, BA, Brasil.
4 Coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Geral do Estado da Bahia e Hospital Geral Roberto Santos, Salvador, BA,
Brasil.
16. Arq Bras Neurocir 32(1): 7-10, 2013
Introdução
Apesar dos avanços na igualdade entre os gêneros,
ainda há uma barreira na hora de admitir uma mulher
na neurocirurgia.1 Ainda que nos últimos anos tenha
ocorrido aumento do número de mulheres entre os
formandos de medicina, na neurocirurgia elas ainda
são minoria. Os números de novos médicos inscritos no
Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado de
São Paulo2 evidenciam essa mudança: dentre os 3.029
formandos em Medicina que se inscreveram em 2009,
1.645 (54%) são mulheres e 1.384 (46%) são homens.
Em 1980, os homens representavam 66,43% das novas
inscrições. No Brasil, assim como nos Estados Unidos
da América, as mulheres representam um pouco mais
que 5% dos neurocirurgiões. No entanto, de acordo
com o banco de dados da secretaria da Academia Brasileira de Neurocirurgia, em fevereiro de 2010, dos 808
membros titulares, 42 eram do sexo feminino.3
Com o crescimento da participação feminina na área
neurocirúrgica, uma série de discussões tem surgido
sobre o tema, principalmente o porquê de as mulheres atuarem tão pouco nessa área. Muitos pontos são
levantados, como o mito da falta de força física, a pressão
familiar (marido e filhos) e a pressão dos homens com
relação ao fato de que a maioria das mulheres realiza
outras atividades no lar.4
Neste estudo buscou-se analisar o crescimento da
participação feminina na área neurocirúrgica.
Materiais e métodos
O estudo consiste em uma série temporal, realizada
a partir do banco de dados da secretaria da Sociedade
Brasileira de Medicina, que forneceu os gêneros dos
residentes de neurocirurgia registrados entre o período
de 2006 e 2011. Foram utilizados também os dados dos
números de membros efetivos e seus respectivos gêneros
na Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), na
Academia Brasileira de Neurocirurgia, na American
Association of Neurological Surgeons (AANS) e na American Board of Neurological Surgery.
95,52% em 2007. Os residentes do sexo feminino em
sua minoria variaram de 5,12% em 2011 a 14,52% em
2010 (Tabela 1 e Figura 1)*.
Ao se analisar o número de membros inscritos da
AANS (2008), SBN (2010) e ABNc (2010), verificou-se
que o sexo masculino é maioria, com 95,34% na AANS,
94,54% na SBN e 94,80% na ABNc (Tabela 2)*.
A participação das mulheres vem aumentando
quando se avaliam os neurocirurgiões certificados nos
Estados Unidos da América pelo American Board of
Neurological Surgery, como mostra a figura 2.
Tabela 1 – Número de residentes do sexo masculino e feminino
inscritos na Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
Ano
Feminino
Masculino
Total
2006
4
60
64
2007
3
67
70
2008
4
63
67
2009
8
57
65
2010
9
53
62
2011
4
74
78
Número de residentes inscritos na SBN
100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
2006
2007
2008
Feminino
2009
Masculino
2010
2011
Figura 1* – Porcentagem dos residentes inscritos na Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia conforme o gênero.
Tabela 2 – Comparação entre os gêneros dos
membros inscritos na AANS, SBN e ABNc
Feminino
Masculino
Total
N (%)
N (%)
N (%)
AANS
165 (4,66%)
3380 (95,34%)
3545
SBN
98 (5,46%)
1698 (94,54%)
1796 (100%)
ABNc
42 (5,20%)
766 (94,80%)
808 (100%)
250
200
Resultados
Do número de residentes inscritos na Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia de 2006 a 2011, a maioria
é do sexo masculino, variando de 85,48% em 2010 a
* Dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia,
Secretaria. Eletronic communication in May 2012.
8
150
100
50
0
Mulheres
1960-1969 1970-1979 1980-1989 1990-1999
2000-2009 2010-
Figura 2 – Mulheres certificadas como neurocirurgiãs pela
American Board of Neurological Surgery nas últimas décadas.
A mulher na neurocirurgia
Lins CC et al.
17. Arq Bras Neurocir 32(1): 7-10, 2013
Discussão
O preconceito sobre as atividades laborais das mulheres em determinadas áreas existe há muitos séculos,
na área médica a mulher foi proibida de estudar em uma
escola de medicina até 1879, sendo a primeira médica
do Brasil a ser formada na Faculdade de Medicina da
Bahia, em 1887. Na última década, a participação feminina na medicina tem aumentado, embora a maioria dos
médicos seja do sexo masculino (33% dos médicos são
mulheres e 67% são homens: dados do CFM 1995), a
cada ano mais mulheres entram nos cursos de medicina.
Em algumas faculdades, as turmas têm porcentagem
maior do sexo feminino que do masculino.
Apesar dessa grande mudança na área médica
em geral, na neurocirurgia a situação mudou pouco
nas últimas décadas, mesmo com o crescimento da
participação feminina. Como se pode ver na tabela 1,
o número de residentes do sexo masculino equivale a
mais de 90% dos residentes registrados, assim como
membros titulares da SBN e ABNc; número semelhante
se encontra também na AANS. No Brasil, apenas em
1976 a primeira mulher virou membro da SBN, apesar
de a sociedade existir há 20 anos nessa época.5
A decisão para fazer neurocirurgia pode advir de diversos fatores como: pessoal, profissional e encanto pela
área de atuação. Hoje se discute muito a humanização
do trabalho médico, assim como a qualidade de vida.
Entretanto, nesse aspecto a neurocirurgia começa a ser
uma especialização a ser repensada no momento de se
escolher a residência médica, em virtude da alta carga
horária e do nível de estresse a que os residentes são submetidos. Essa situação leva muitas vezes as mulheres a
repensarem na sua escolha, por causa do desgaste físico
e emocional que terão durante a residência.
Outro fator que contribui para a dificuldade do
ingresso da mulher na neurocirurgia é o número de
anos necessários para se formar e entrar oficialmente
no mercado de trabalho. No Brasil são no mínimo cinco
anos de residência médica, ou seja, o neurocirurgião
formado tem geralmente mais de 28 anos de idade, tendo
que depois se subespecializar e se fixar no mercado de
trabalho. Esses anos todos são vistos como um empecilho
para as mulheres que desejam ser mãe, optando, assim,
por não seguir a especialidade neurocirúrgica, visto que
as mulheres, quando constituem família, acumulam
múltiplas funções como ser médica, dona de casa e mãe,
sobrecarregando-se física e emocionalmente.
Além dos problemas inerentes ao longo tempo de
formação e acúmulo de atividades, as mulheres precisam
enfrentar o preconceito ainda existente no meio neurocirúrgico. E isso ocorre já na tentativa do ingresso na
residência médica. As mulheres que prestam concursos
para residência médica em neurocirurgia podem até obter
ótimos resultados nas provas teóricas, ficando até mesmo
A mulher na neurocirurgia
Lins CC et al.
em excelentes colocações, no entanto, por motivação pessoal e falta de credibilidade em sua capacidade, em muitos
casos as candidatas são reprovadas durante a entrevista.
Muitas vezes, há medo de as mulheres não suportarem
a carga de trabalho e desistirem, deixando vagas vazias
no serviço e desestruturando-o. Há também receio de
gravidez durante a residência, fazendo com que a equipe
fique desfalcada. E esse preconceito não vem apenas da
preceptoria, mas também dos colegas residentes.
Após o desafio de entrar e passar pela residência
médica, vem o desafio de entrar no mercado de trabalho. Nos serviços públicos as chances são maiores, mas
nos privados é menor, fazendo-as muitas vezes optar
por áreas afins da neurologia.4 Além de encontrarem o
mesmo preconceito para ser aceitas em uma equipe já
em atuação, ainda há o preconceito do paciente. Muitos
pacientes ou familiares de pacientes preferem neurocirurgiões para realizar cirurgias por causa da grande
tradição do homem nas especialidades cirúrgicas. E é
nesse período que geralmente surgem os compromissos de ser dona de casa e mãe, podendo ser um grande
encargo para a mulher.
Essas dificuldades foram temas de diversas palestras em congressos e em revistas de neurocirurgia e de
medicina em geral, como os artigos escritos por Nelci
Zalnon para Child’s Nervous System e reportagem no
boletim da SBN.
O crescimento da participação feminina na neurocirurgia é visível, mas ainda está longe de haver igualdade
numérica com os homens. Nos Estados Unidos da
América existe até mesmo a Women in Neurosurgery,
organização para dar suporte às mulheres neurocirurgiãs.6 No entanto, essa maior participação demonstra
que as barreiras contra o preconceito estão sendo paulatinamente quebradas e que está ocorrendo aceitação
maior pela sociedade em geral.
Conclusão
A participação feminina tem aumentado nos últimos anos na neurocirurgia, apesar de ainda existir preconceito e sobrecarga nas atividades das mulheres que
escolhem a neurocirurgia. Esse aumento do número de
mulheres mostra que, aos poucos, estamos caminhando
para uma equidade entres sexos na área neurocirúrgica.
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Spetzler RF. Progress of women in neurosurgery. Asian J
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Endereço para correspondência
Catarina Couras Lins
Rua Corretor João de Freitas Feitosa, 513, Bairro dos Estados
58030-250 – João Pessoa, PB, Brasil
Telefone: (11) 98656-4539
E-mail: catarinacouras@hotmail.com
A mulher na neurocirurgia
Lins CC et al.
19. Arq Bras Neurocir 32(1): 11-4, 2013
Análise morfométrica do acesso
temporal lateral para
amígdalo-hipocampectomia
baseada em imagens de
ressonância e tomografia
Tais Siqueira Olmo1, Juan Antonio Castro Flores2,
Carlos Eduardo Roelke3, Homero José de Farias e Melo4
Hospital São Camilo Santana, São Paulo, SP, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Análise morfométrica do acesso lateral para amígdalo-hipocampectomia, com ênfase na
localização do “ponto hipocampal”. Métodos: Análise de 22 exames de ressonância magnética (RM) e
tomografia computadorizada (TC) com o sistema AIMNAV (Micromar Inst), para determinação do ponto
hipocampal, e o Advantage Workstation AW 4.3 (GE Medical Systems), para mensuração do corredor
cirúrgico. Resultados: O “ponto hipocampal” se localiza a 31,9 mm do canal auditivo. Conclusão: Os
dados morfométricos obtidos neste estudo têm utilidade prática na tática da abordagem lateral para
amígdalo-hipocampectomia.
PALAVRAS-CHAVE
Hipocampo/cirurgia, epilepsia do lobo temporal, craniotomia, imagem por ressonância magnética,
tomografia.
ABSTRACT
Lateral approach for amigdalo-hippocampectomy: morphometric data based on MRI and CT
scans
Objective: Morphometric analysis of lateral access to amygdalo-hippocampectomy, with emphasis
on the location of “hippocampal point”. Methods: Analysis of 22 magnetic resonance imaging (MRI)
and computed tomography (CT) system with AIMNAV (Micromar Inst) to determine hippocampal
point, and the Advantage Workstation AW 4.3 (GE Medical Systems) for measurement of the surgical
corridor. Results: The “hippocampal point” is located at 31,9 mm from the ear canal. Conclusion:
The morphometric data obtained in this study have practical utility of the tactical approach to lateral
amygdalo-hippocampectomy.
KEYWORDS
Hippocampus/surgery, epilepsy temporal lobe, craniotomy, magnetic resonance imaging, tomography.
1 Pós-graduanda em Ressonância Magnética da Faculdade Redentor/Instituto Cimas de Ensino, São Paulo, SP, Brasil.
2 Neurocirurgião Hospital São Camilo Santana, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP),
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São
Paulo, SP, Brasil.
3 Neurocirurgião do Hospital São Camilo Santana, IAMSPE, São Paulo, SP, Brasil.
4 Coordenador do Curso de Pós-graduação em Ressonância Magnética da Faculdade Redentor/Instituto Cimas de Ensino, São Paulo, SP, Brasil.
20. Arq Bras Neurocir 32(1): 11-4, 2013
Introdução
Materiais e métodos
A epilepsia temporal constitui a forma clínica mais
frequente de epilepsia refratária a tratamento medicamentoso. O substrato anatomopatológico é a atrofia
do corpo amigdaloide e hipocampo (esclerose mesial
temporal EMT). O tratamento cirúrgico constitui a primeira linha de tratamento e objetiva a remoção dessas
estruturas (amígdalo-hipocampectomia).1,2
Existem várias vias de abordagem (temporal lateral,
subtemporal, trans-silviana, cisternal). Em todas é necessária a corticectomia para acesso ao corno temporal
do ventrículo lateral.
O mais utilizado é o acesso temporal lateral. A
principal complicação dessa via é a quadrantopsia
homônima superior por lesão da radiação óptica na
parede lateral do ventrículo.3,4
Essa complicação pode ser evitada ou minimizada
quando a abertura da parede lateral do ventrículo é
realizada em sua porção mais anterior e inferior.5-7
Na tática cirúrgica, é importante localizar a projeção topográfica do hipocampo na superfície cutânea
e óssea, para planejamento adequado da craniotomia
e corticectomia, evitando ou minimizando a lesão da
radiação óptica (“acesso seguro”).7
Nessa etapa, o auxílio dos recursos de imagem é importante. Podem-se realizar mensurações, dissecações,
reconstruções em três dimensões de cada estrutura
cerebral e manipulações eletrônicas com riqueza de
detalhes e alta resolução, facilitando o planejamento
da via de abordagem, com a vantagem adicional de se
utilizarem imagens de ressonância magnética (RM) e
tomografia computadorizada (TC) do próprio paciente,
representando a situação in vivo e individualizada.8
Este estudo objetiva realizar análise morfométrica
do acesso lateral para a amígdalo-hipocampectomia,
baseada em imagens de RM e TC, para localizar a
projeção topográfica da cabeça do hipocampo na
superfície cutânea e óssea da região temporal (“ponto
hipocampal”), e realizar a mensuração do corredor
cirúrgico.
O trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética
Médica do Hospital São Camilo Santana em 23 de
março de 2012.
Foram selecionados do banco de imagens do nosso
Serviço exames RM e TC de encéfalo, de 22 pacientes
sem patologia neurológica. O grupo inclui 15 mulheres
e sete homens. A média de idade foi de 30 anos (mínimo
11-máximo 88 anos).
Foi seguido protocolo de adquisições de ressonância
no plano axial [TR 12,5, TE 5,3, TI 300, Flip Angle 20,
FOV 21X21, THK 0,8 mm, Matriz 256 x 256, 252 imagens e tempo 5:56 min. GE 1.5 T (SIGNA HDX) Release
16.0 bobina: dedicada crânio HNS de oito canais].
As imagens foram convertidas ao formato 3D e
armazenadas no sistema AIMNAV (Micromar Inst.),
permitindo a visualização volumétrica, com fusão de
imagens de TC e marcação de pontos e regiões de interesse com precisão.
Utilizou-se o programa Target (Micromar Inst.) para
obter a projeção topográfica da cabeça do hipocampo
na superfície cutânea e na escama do osso temporal.
A seguir, foi mensurada a distância desse ponto com o
canal auditivo externo, determinando a localização do
“ponto hipocampal” (Figura 1 A-B).
Posteriormente, mensurou-se o corredor cirúrgico
utilizando o Advantage Workstation AW 4.3 (GE Medical Systems), nas sequências M3D/BRAVO (Brain
Volume Imaging), técnica escolhida por proporcionar
volume isotrópico do cérebro, com alta resolução;
utiliza a técnica ASSET, que diminui o tempo de
varredura.
Foi realizado corte coronal na cabeça do hipocampo
e desenhado o corredor cirúrgico em formato de triângulo, delimitado pelos seguintes pontos anatômicos:
– A: ponto lateral basal do lobo temporal (representado pela curvatura lateral inferior do lobo
temporal);
– B: ponto medial superior (sulco ponto-mesencefálico);
A
B
Figura 1 (A-B) – Imagens de RM ilustrando os cortes utilizados no plano axial e coronal para localizar o “ponto".
12
Morfometria do acesso lateral para amígdalo-hipocampectomia
Olmo TS et al.
21. Arq Bras Neurocir 32(1): 11-4, 2013
– C: ponto medial inferior (borda superior do
tronco);
– D: ponto basal (ponto inferior da convexidade
temporal basal) (Figura 2).
Foram mensuradas as distâncias entre estes pontos:
1, 2, 3 (Figura 2).
A
B
Figura 2 – Corte coronal na topografia da cabeça do hipocampo,
ilustrando a mensuração do corredor cirúrgico. (A): ponto lateral
basal; (B): ponto medial superior; (C): ponto medial inferior;
D: ponto basal.
Resultados
A distância média (a) canal auditivo-ponto hipocampal foi de 31,9 mm [mínimo (c) 24,7 – máximo (b)
39,6 mm] (Figura 3 A-B).
A distância média ponto lateral basal-ponto medial
superior 1 foi de 40,9 mm (mínimo 36,3 – máximo 45,1
mm) (Figura 2).
A distância média ponto lateral basal-ponto medial
inferior 2 foi de 45,8 mm (mínimo 36,8 – máximo 53,4
mm) (Figura 2).
A distância média do ponto basal 3 foi de 7,4 mm
(mínimo 4,1 – máximo 10,1 mm) (Figura 2).
Essa última medida representa a profundidade da
convexidade temporal basal. Com base nessa medida,
foram identificados dois formatos: tipo I – 4,0-8,0 mm
(13 pacientes: 59%) e tipo II – 8,1-10,1 mm (9 pacientes:
40%) (Figuras 4 e 5).
Figura 3 – (A) Localização do “ponto hipocampal” na superfície
cutânea e (B) na superfície óssea.
Figura 4 – Convexidade temporal basal tipo 1 (59%).
Discussão
Por causa da localização mesial do corpo amigdaloide e hipocampo, as vias de acesso incluem a
corticectomia. Algumas complicações resultam dessa
primeira etapa. No acesso lateral, a lesão da radiação
óptica é frequente.
Morfometria do acesso lateral para amígdalo-hipocampectomia
Olmo TS et al.
Figura 5 – Convexidade temporal basal tipo II (40%).
13
22. Arq Bras Neurocir 32(1): 11-4, 2013
É possível evitar ou minimizar a lesão da radiação
óptica abordando a parede lateral do ventrículo em sua
porção mais anterior e inferior (“área livre” de fibras da
radiação óptica).
O ponto crucial no planejamento do corredor cirúrgico é a localização da área de projeção da cabeça
do hipocampo na superfície cutânea e óssea da região
temporal.
Neste estudo, identificou-se esse ponto craniométrico (ponto hipocampal), localizado em média a 31,9
mm do canal auditivo externo (Figura 3A e B).
O corredor cirúrgico foi delimitado com três pontos
anatômicos (Figura 2).
O vértice lateral desse triângulo representa o local da
corticectomia. Na base estão as estruturas-alvo (corpo
amigdaloide e hipocampo). Esse planejamento permite
orientar o acesso ao ventrículo através da porção anteroinferior da parede lateral (“área livre”), evitando a
lesão da radiação óptica (Figura 2).
A profundidade da convexidade temporal basal é
variável. Foram identificados dois formatos (tipo I e II)
(Figuras 4 e 5). É relevante considerar essa classificação
no posicionamento cirúrgico da cabeça. No tipo II é
recomendada maior deflexão lateral para obter melhor
ângulo de acesso (Figuras 4 e 5).
Conclusão
Os dados morfométricos obtidos neste estudo têm
utilidade prática na tática da abordagem lateral para
amígdalo-hipocampectomia.
Agradecimentos
Agradecemos, por sua importante colaboração, ao
Sr. Fernando R. Sant’Ana, especialista de Aplicação,
14
Navegação e Planejamento Cirúrgico Micromar Ind.
Com. Ltda.
Referências
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normative morphometric data based on magnetic resonance
imaging scans. Neurosurgery. 2006;58(Suppl1):ONS22-8.
Endereço para correspondência
Juan Antonio Castro Flores
Rua Prof. Carolina Ribeiro 30, ap. 91, Chácara Klabin
04116-020 – São Paulo, SP, Brasil
Telefone: (11) 2157-7423
E-mail: castroja@me.com
Morfometria do acesso lateral para amígdalo-hipocampectomia
Olmo TS et al.
23. Arq Bras Neurocir 32(1): 15-8, 2013
Traumatismo cranioencefálico em
um hospital de referência no estado
do Pará, Brasil: prevalência das
vítimas quanto a gênero, faixa etária,
mecanismos de trauma, e óbito
Maria Luana Carvalho Viégas1, Edmundo Luís Rodrigues Pereira2,
Amanda Amaral Targino1, Viviane Gonçalves Furtado1, Daniella Brito Rodrigues3
Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), Ananindeua, PA, Brasil.
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico (TCE)
atendidos em hospital de referência em traumatologia do Pará, Brasil, com descrição da prevalência
de aspectos clínico-epidemiológicos como gênero, idade, faixa etária, mecanismo de trauma e óbito.
Método: Estudo epidemiológico, transversal, observacional, descritivo e individual, baseado na análise
de 250 prontuários de vítimas de TCE internadas no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência
(HMUE), Ananindeua, PA, no período de janeiro de 2007 a março de 2008. Resultados: Predominou
o gênero masculino (88%), na faixa etária dos 20-30 anos de idade (32,4%); o principal mecanismo
de trauma foram os acidentes de tráfego (36,4%), com os motociclísticos representando 44% deles;
o óbito ocorreu em 22% dos casos. Conclusão: A maior parte das vítimas foi de adultos jovens, do
gênero masculino, mais suscetível aos acidentes e à violência; as lesões ocorreram predominantemente
por acidentes de tráfego, apontando para a maior necessidade de fiscalização e conscientização da
população sobre a importância das medidas preventivas para se evitar a mortalidade por TCE, que
neste estudo foi de 22%.
PALAVRAS-CHAVE
Traumatismos craniocerebrais, acidentes de trânsito, epidemiologia.
ABSTRACT
Traumatic brain injury in a reference hospital in Para, Brazil: prevalence of victims about
gender, age group, mechanisms of trauma, and death
Objective: Analyze traumatic brain injury patients treated in a reference hospital in traumatology in Para,
Brazil, describing the prevalence of clinical and epidemiological aspects as gender, age, mechanism of
injury and death. Method: This study was cross-sectional and observational, based on analysis of 250
medical records of victims of head injury admitted to Urgency and Emergency Metropolitan Hospital
(HMUE), Ananindeua, PA, from January 2007 to March 2008. Results: Males predominated (88%), aged
20-30 years (32.4%), the main mechanism of injury were traffic accidents (36.4%), with the motorcycle
representing 44% of them, death occurred in 22% of cases. Conclusion: Most victims were young
adults, males more susceptible to accidents and violence, injuries occurred predominantly by traffic
accidents, pointing to the need for greater surveillance and public awareness of the importance of
preventive measures to avoid mortality from TCE, which in this study was 22%.
KEYWORDS
Craniocerebral trauma, accidents traffic, epidemiology.
1 Discente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil.
2 Mestre em Neurociências, neurocirurgião no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, docente da UFPA, Belém, PA, Brasil.
3 Discente de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil.
24. Arq Bras Neurocir 32(1): 15-8, 2013
Introdução
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é qualquer
agressão capaz de lesão anatômica ou comprometimento
funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.1 Ocorre por lesão direta ao parênquima encefálico
(arma branca ou de fogo) ou forças de impacto e inércia
sobre o crânio e o encéfalo, gerando deformação, aceleração ou desaceleração, consequentemente comprimindo
e destruindo estruturas vasculares e neuronais.2
Nos Estados Unidos, os traumas mecânicos são a
quarta causa de morte, considerada a principal entre a
faixa etária de 1 a 45 anos de idade, sendo 40% desses
óbitos ocorridos por TCE.3 Neste país, em 2009, foi
estimado que chegue a 500 mil por ano o número de
novos casos de TCE. Desses, 50 mil vão a óbito antes
de chegar ao hospital, de 15 a 20 mil morrem após o
atendimento hospitalar e, dos 430 mil restantes, 50
mil apresentaram sequelas neurológicas de maior ou
menor severidade.2
No Brasil, nos últimos 10 anos, constatou-se que
traumas mecânicos deixaram inválidos mais de 1 milhão
de pessoas, com destaque para os acidentes de trânsito.3
Além disso, segundo o Manual Merck, o traumatismo
cranioencefálico, em comparação com qualquer outra
lesão neurológica, é a principal causa de morte e invalidez entre os indivíduos com menos de 50 anos de
idade.4 Apesar do predomínio de adultos jovens como
vítimas de TCE, há também outros dois picos de incidência relevantes quanto à faixa etária, localizados nos
dois extremos: as vítimas na primeira década de vida e
os com mais de 60 anos de idade.3
Os principais mecanismos de trauma são os acidentes automobilísticos, os atropelamentos, os acidentes
ciclísticos (ou outros veículos não motorizados) e
motociclísticos, as agressões físicas, as quedas, as lesões
por arma de fogo, entre outros.5,6
de prontuários de uma população inicial de 394
pacientes que se enquadram como vítimas de traumatismo cranioencefálico internados no Hospital
Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE),
Ananindeua, PA, no período de janeiro de 2007 a
março de 2008. Desses, foram selecionados aleatoriamente 250. A coleta de dados foi realizada nos meses
de janeiro a março de 2010, no arquivo do HMUE,
mediante autorização do departamento de pesquisa
do hospital. Os dados foram obtidos por meio de um
protocolo-padrão de pesquisa elaborado pelos autores
deste estudo. Para inferências estatísticas e confecção
de tabelas, utilizou-se o programa Microsoft Excel
(versão 2007).
Resultados
A análise quanto ao perfil epidemiológico dos
pacientes permitiu a constatação de que a maior parte
das vítimas era de homens, 88% (220/250), jovens entre
20-30 anos (32,4%). O principal mecanismo de trauma
se relacionou aos acidentes de trânsito, incluindo os
motociclísticos, por atropelamento e os automobilísticos
(36,4%, 91/250) (Tabela 1).
Tabela 1 – Perfil pessoal dos pacientes vítimas de TCE atendidos
no HMUE-PA, no período de janeiro de 2007 a março de 2008
Perfil pessoal
n
%
Gênero
Feminino
30
12
Masculino
220
88
< 20
60
24
20-30
81
32,4
30-40
41
16,4
40-50
25
10
Objetivo
50-60
21
8,4
> 60
20
8
Analisar pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico atendidos em um hospital de referência em
traumatologia do Pará, Brasil, com descrição da prevalência de aspectos clínico-epidemiológicos como gênero, idade, faixa etária, mecanismo de trauma e óbito.
Não informado
2
0,8
Método
Estudo epidemiológico, transversal, observacional, descritivo e individual, baseado na análise
16
Idade (anos)
Os traumas cranianos estudados foram causados
principalmente pelos acidentes motociclísticos, sendo
a taxa de mortalidade geral da amostra igual a 22%
(55/250); 12% (30/250) das vítimas evoluíram para
morte encefálica apesar da intervenção cirúrgica; 4%
(10/250) morreram durante o atendimento inicial
no hospital; e os demais (6%, 15/250) decorreram de
complicações sistêmicas e/ou infecciosas nosocomiais
(Tabela 2 e Figura 1).
Traumatismo craniencefálico no estado do Pará
Viégas MLC et al.
25. Arq Bras Neurocir 32(1): 15-8, 2013
Tabela 2 – Prevalência dos mecanismos de trauma dos
pacientes vítimas de TCE atendidos no HMUE-PA,
no período de janeiro de 2007 a março de 2008
Mecanismo de trauma
n
%
Motociclismo
40
16
PAF*
36
14,4
Atropelamento
35
14
Agressão física
28
11,2
FAB**
27
10,8
Altura
26
10,4
Trauma direto
22
8,8
Automobilismo
16
6,4
Outros
20
8
Total
250
100
* Ferimento por arma de fogo (PAF); ** Ferimento por arma
branca (FAB). Fonte: Banco de dados da pesquisa.
Mortalidade
ME**
12%
MI***
4%
OMO****
6%
S*
78%
Figura 1 – Análise da evolução para a mortalidade dos pacientes
vítimas de TCE atendidos no HMUE-PA, no período de janeiro de
2007 a março de 2008.
* Sobrevida (S); ** Morte encefálica (ME); *** Morte imediata
(MI); **** Outros mecanismos de óbito (OMO).
Fonte: Banco de dados da pesquisa.
Discussão
Em estudo realizado em 2004, a partir da análise de
555 prontuários de pacientes vítimas de traumatismo
cranioencefálico em hospital de referência da Bahia, detectou-se predomínio do gênero masculino em 83% dos
casos, estando a maior parte dos pacientes na faixa etária
compreendida entre 21 e 30 anos (23,2%).3 No hospital
da presente pesquisa, 88% (n = 30) das vítimas eram de
indivíduos do gênero masculino, contra um percentual
inferior de mulheres (12%/n = 230). Predominaram indivíduos entre os 20 e 30 anos de idade, com prevalência
de 32,4% (n = 81), seguida por jovens com idade inferior
Traumatismo craniencefálico no estado do Pará
Viégas MLC et al.
a 20 anos, indicando o TCE ser um dos principais fatores
de morbimortalidade por causas externas na faixa etária
mais nova da população. Tal distribuição também foi
analisada em outro estudo7 realizado em São Paulo, em
2008, em que houve predomínio da faixa etária entre
os 16 e os 30 anos, o adulto jovem, entre as vítimas de
TCE, sendo a inexperiência e a imprudência prováveis
justificativas de tal envolvimento.
Nos Estados Unidos8 trabalhos que analisam os
aspectos epidemiológicos e as complicações cirúrgicas
do traumatismo cranioencefálico apontam média de
idade igual a 45 anos, embora os homens continuem
sendo os mais acometidos (80% dos casos). Essa diferença de faixa etária predominante com relação ao
presente estudo (maioria de 20-30 anos) pode decorrer
das diferenças entre as leis de tráfego e a organização/
fiscalização do Brasil, em relação aos Estados Unidos,
uma vez que lá os jovens começam a dirigir mais tardiamente, aliado a maior punição e incorruptibilidade
das forças de fiscalização.
Cardoso et al.1 afirmam que, dentre todas as causas,
o principal responsável por traumas cranianos é o acidente de tráfego, sendo apontado como preponderante
(36,4%/n = 91) no mecanismo de trauma do presente
estudo. Estão entre os mais comuns acidentes os motociclísticos (16%/n = 40), por atropelamento (14%/n =
35) e automobilísticos (6,4%/n = 16). Esse fato se deve
à alta velocidade, à falta de atenção, ao alcoolismo, ao
não uso de equipamentos de proteção e à falta de fiscalização e mau planejamento das vias de tráfego, fatores
verificados por estudo em grandes cidades brasileiras,
como São Paulo e Brasília, onde houve destaque primeiramente para a colisão entre veículos, seguida dos
atropelamentos.3
Esse mecanismo de agressão deve ser analisado com
atenção, pois acidentes automobilísticos são as causas
mais graves de lesões no crânio e na face, gerando
elevada incapacidade/mortalidade dos pacientes. Provavelmente, isso ocorre em virtude de os equipamentos
de segurança para a proteção individual, como o cinto
e o airbag, não serem totalmente seguros, ou ainda por
não serem utilizados pela maioria da população.7
Violência urbana e agressões físicas são causas crescentes de trauma mecânico em grandes metrópoles.3
Foi verificado na presente pesquisa que 14,4% (n = 36)
das internações por TCE ocorreram por ferimentos
com armas de fogo e, ainda, 11,2% (n = 28) foram
ocasionados por agressão física direta, evidenciando a
importância da violência urbana como causa de traumatismo cranioencefálico.
Na região amazônica, deve-se dar atenção para os
casos de quedas de alturas ocorridos em 10,4% (n =
26), em sua maioria relacionados à atividade de extrativismo vegetal desenvolvida no interior do estado do
Pará. Outros estudos analisados3 demonstram que a
17
26. Arq Bras Neurocir 32(1): 15-8, 2013
frequência dessas quedas depende essencialmente do
meio e da população estudados, vinculados também
ao nível socioeconômico e ocupacional da população.
Uma dessas pesquisas9 investigou a evolução de pacientes vítimas de TCE grave atendidos em hospital de
referência de Campinas no ano de 2004, tendo encontrado 75 falecimentos (36,40%), 38 (18,45%) receberam alta
sem responder a comandos verbais simples e 48 (23,30%)
saíram do hospital respondendo normalmente aos comandos verbais. As vítimas de TCE atendidas no hospital
do presente estudo apresentaram taxa de mortalidade
igual a 22%, sendo 12% por morte encefálica e 10% por
outros mecanismos de falecimento. As diferenças entre as
taxas de morte observadas podem ser atribuídas ao fato
de a pesquisa de Campinas ter selecionado previamente
pacientes com TCE grave e, portanto, com mau prognóstico, enquanto o presente estudo não fez essa seleção.
Em inquérito epidemiológico sobre a morbimortalidade
por TCE na cidade de São Paulo em 2000,10 ocorreram
10,2% de óbitos entre a população analisada, a qual não
estava estratificada pela gravidade das lesões.
Referências
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7.
8.
Conclusão
A maior parte das vítimas de TCE se constitui de
adultos jovens e do gênero masculino, mais suscetível
à violência, à imprudência e aos acidentes de trabalho.
Dentre as causas do trauma, destacam-se os acidentes com
veículos por causa da alta velocidade e da falta de atenção.
Os dados revelam a necessidade de programas
voltados à faixa etária entre os 20-30 anos que aborde
a necessidade da prevenção pessoal diante do perigo de
morbimortalidade das lesões traumáticas.
Sendo assim, conclui-se que é de grande importância
a elaboração de políticas de prevenção mais direcionadas
e um atendimento mais eficaz ao paciente traumatizado,
priorizando-se as medidas de conscientização e fiscalização do trânsito, a fim de reduzir os acidentes por tráfego.
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Endereço para correspondência
Maria Luana Carvalho Viégas
Av. José Bonifácio 2464, casa 5, Guamá
66065-362 – Belém, PA, Brasil
E-mail: mluanaviegas@gmail.com
Traumatismo craniencefálico no estado do Pará
Viégas MLC et al.
27. Arq Bras Neurocir 32(1): 19-25, 2013
Perfil epidemiológico dos pacientes
com fraturas torácicas e lombares
tratadas cirurgicamente no Serviço
de Neurocirurgia do Hospital de Base
do Distrito Federal (Brasília-Brasil)
Cléciton Braga Tavares¹, Emerson Brandão Sousa¹, Igor Brenno Campbell Borges¹,
Amauri Araújo Godinho Júnior², Nelson Geraldo Freire Neto3
Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil.
RESUMO
Objetivos: Apresentar o perfil epidemiológico e os fatores de risco para déficit neurológico de 52
pacientes com fratura traumática da coluna torácica e lombar tratados cirurgicamente no Serviço de
Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal. Métodos: Trata-se de trabalho retrospectivo
de pacientes com fratura da coluna torácica e lombar tratados cirurgicamente no período de julho de
2007 a julho de 2012. Resultados: Predomínio do sexo masculino (78,8%); faixa etária mais comum
é 20-40 anos (57,6%); segmento fraturado: T1-T10 (19,2%), T11-L2 (61,5%), L3-L5 (19,3%); 48% dos
indivíduos tinham déficit neurológico; fratura tipo A é mais comum (42,3%); mecanismo do trauma:
acidente automobilístico (23%), queda de altura (42,3%), motociclístico (26,9%); predomínio da fratura
tipo C no segmento torácico 45,4% e tipo A no lombar 63,3% (p < 0,01); déficit neurológico: torácico
81,8%, lombar 23,3% (p < 0,05); déficit neurológico toracolombar: tipo A 31,8%, tipo B 47,3%, tipo C
81,8% (p = 0,02). Conclusão: A maioria dos pacientes era do sexo masculino e adulto jovem. Cerca
de 48% apresentavam déficit à admissão hospitalar e tinham a junção T11-L2 como principal local de
ocorrência. A fratura tipo A da AO foi mais encontrada entre as lesões lombares e a tipo C entre as
torácicas. O principal mecanismo do trauma foram os acidentes de trânsito. As fraturas torácicas e as
lesões do tipo C são fatores de risco para lesão neurológica.
PALAVRAS-CHAVE
Coluna vertebral, fraturas da coluna vertebral/epidemiologia, vértebras torácicas/lesões, vértebras
lombares/lesões, traumatismo da coluna vertebral/epidemiologia.
ABSTRACT
Epidemiological profile of patients with thoracic and lumbar fractures surgically treated in
Neurosurgery Service at Hospital de Base do Distrito Federal (Brasília, Brazil)
Objective: We present the epidemiological and risk factors for neurological deficit of 52 patients with
traumatic fracture of the thoracic and lumbar spine were surgically treated in the neurosurgery service
at the Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília-Brazil. Methods: This was a retrospective study
of patients with fractures of the thoracic and lumbar spine treated surgically in the period July 2007 to
July 2012. Results: Predominantly male (78.8%) is the most common age group 20-40 years (57.6%);
fractured segment: T1-T10 (19.2%), T11-L2 (61.5% ) L3-L5 (19.3%), 48% of subjects had neurologic
deficit; fracture type A is the most common (42.3%), mechanism of injury: motor vehicle accidents
(23%), falls (42.3%), motorcycle (26.9%); predominance of type C fractures in the thoracic segment
(45.4%) inin lumbar type A (63.3%) (p < 0.01); neurological deficit: 81.8% thoracic, lumbar 23.3% (p
< 0.05); neurologic deficit thoracolumbar: 31.8% type A, type B 47.3% and 81.8% type C (p = 0.02).
Conclusion: Most patients were male and young adult. About 48% had deficits on admission and had
the junction T11-L2 as the main place of occurrence. The fracture of AO type A was more frequently
found among back injury and type C between chest. The main mechanism of injury were traffic accidents.
Chest injuries and type C fractures are risk factors for neurological injury.
1 Médico-residente de Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil.
2 Médico neurocirurgião e preceptor do Programa de Residência Médica em Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília,
DF, Brasil.
3 Médico neurocirurgião, preceptor do Programa de Residência Médica e chefe da Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito
Federal, Brasília, DF, Brasil.
28. Arq Bras Neurocir 32(1): 19-25, 2013
KEYWORDS
Spine, spinal fractures/epidemiology, thoracic vertebrae/injuries, lumbar vertebrae/injuries, spinal
injuries/epidemiology.
Introdução
Material e métodos
As fraturas da coluna torácica e lombar são as mais
frequentes do esqueleto axial e correspondem a cerca
de 89% das fraturas da coluna vertebral, segundo alguns
autores.1
Dois terços dessas fraturas ocorrem na junção toracolombar, entre T11-L2 (50% das fraturas da coluna
torácica no nível T12 e 60% das fraturas da coluna lombar no nível L1). A coluna torácica entre T1-T10 corresponde a um segmento relativamente mais rígido entre
dois móveis que são a coluna cervical e lombossacra.1,2
A coluna torácica apresenta cifose no plano sagital
e possui maior rigidez pela configuração de suas estruturas anatômicas e também pela estabilidade adicional
proporcionada pela articulação com as costelas e o esterno, e isso quadriplica a sua resistência à compressão,
aumenta sua resistência à extensão em 70%, enquanto a
resistência à flexão e a rotação são menos significativas.
Nos últimos anos vem se observando um aumento
no número de pacientes vítimas de lesão na coluna torácica e lombar, sendo elevado o índice de morbidade
e mortalidade.3
Estudos mostram que 40,1 habitantes dos Estados
Unidos, em cada grupo de 1 milhão, sofrem trauma
da coluna torácica ou lombar a cada ano. Cunha et
al.4 apresentaram uma incidência de 11,8 lesões traumáticas nessa topografia por milhão de habitantes na
região metropolitana de Belo Horizonte. Essas fraturas
possuem grande impacto na vida do paciente e de suas
famílias. Acarretam elevado custo ao sistema de saúde
pública, incluindo internações, cirurgias e reabilitação,
associadas à perda da produtividade do indivíduo, algumas vezes definitivamente.5
Apresentamos neste trabalho o perfil epidemiológico e os fatores de risco para déficit neurológico de 52
(cinquenta e dois) pacientes com fratura traumática
da coluna torácica e lombar tratados cirurgicamente
no Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Base do
Distrito Federal. É um serviço de referência, da capital
federal e do centro-oeste brasileiro, no tratamento do
traumatismo raquimedular, com realização média de
100 cirurgias/ano para correção de fraturas vertebrais.
Os dados levantados são importantes do ponto de vista
de saúde pública e gestão de recursos.
Trata-se de um trabalho retrospectivo, baseado na
revisão de prontuários médicos, de pacientes com fratura da coluna torácica e lombar tratados cirurgicamente
no Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Base do
Distrito Federal, Brasília-Brasil, no período de julho
de 2007 a julho de 2012.
Nesse intervalo de tempo foram operados no hospital 515 pacientes com fratura vertebral, sendo 200
cervicais (31%) e 315 torácicas e lombares (69%).
Os dados levantados foram: faixa etária, sexo, mecanismo de trauma, vértebras fraturadas, tipo de fratura
(baseado na classificação da Magerl/AO) e déficit neurológico (baseado na classificação ASIA/Frankel). Os
prontuários que não apresentavam todos esses dados no
relatório de alta hospitalar foram excluídos do trabalho;
ao todo, 263 indivíduos.
Os pacientes foram agrupados quanto à idade
em cinco faixas etárias: 0-10 anos, 10-20 anos, 20-40
anos, 40-60 anos e acima de 60 anos. Os mecanismos
do trauma foram divididos em 10 grupos: acidentes
automobilísticos, acidentes motociclísticos, queda de
altura, queda da própria altura, lesão por arma de fogo,
mergulho em águas rasas, acidentes ciclísticos, acidente
com máquina agrícola, agressão física e queda de material pesado sobre o corpo.
A classificação das fraturas utilizada foi a de Magerl
et al.,6 adotada pelo grupo AO, que agrupa as fraturas
em três grandes tipos: A – lesões por compressão do
corpo vertebral; B – lesões por distração dos elementos
anterior e/ou posterior; e C – lesões tipo A ou B com
rotação e luxações complexas. Cada tipo, por sua vez, é
subdividido em três subtipos: 1, 2 e 3. E cada subtipo é
dividido em três subgrupos: 1, 2 e 3. No presente estudo,
optou-se por restringir a classificação aos tipos.
A avaliação da deficiência neurológica foi baseada na
escala de Frankel et al.,7 que foi modificada pela ASIA
(American Spine Injury Association) e consiste em cinco
graus de incapacidade: (A) Lesão completa, não existe
função motora ou sensitiva nos segmentos sacrais S4-S5;
(B) Lesão incompleta, preservação da sensibilidade e
perda total da força motora abaixo do nível neurológico,
estendendo-se até os segmentos sacrais S4-S5; (C) Lesão
incompleta, função motora é preservada abaixo do nível
20
Fraturas torácicas e lombares tratadas
Tavares CB et al.
29. Arq Bras Neurocir 32(1): 19-25, 2013
Discussão
Idade
60
40
20
0
Feminino
Sexo do paciente
Idade média: geral 33,4 anos (8-62 anos). Masculino: 34,2 anos.
Feminino: 30,7 anos (p = 0,447 teste T).
Masculino
Figura 2 – Distribuição segundo o sexo e a idade das fraturas
toracolombares tratadas cirurgicamente no Serviço de
Neurocirurgia do HBDF entre julho de 2007 e julho de 2012.
Fonte: Serviço de Arquivo Médico do Hospital de Base do Distrito
Federal (Brasília/Brasil).
30
30
Número de pacientes
neurológico, e a maioria dos músculos-chave possuem
força grau 1 ou 2; (D) Lesão incompleta, função motora
é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria
dos músculos-chave possuem força grau 3 ou 4; e (E)
Normal, sensibilidade e motricidade normais, grau 5.
A gradação da força muscular foi realizada de
acordo com o método do Medical Research Council.
Grau 0: Paralisia total; Grau 1: Contração fracamente
detectável; Grau 2: Força insuficiente para atuar contra
gravidade; Grau 3: Força suficiente para atuar contra a
gravidade; Grau 4: Força presente, porém ainda não é
normal; Grau 5: Força normal.8
As informações foram compiladas em uma planilha
do programa Excel-Windows, perfazendo um total de
cinquenta e dois indivíduos (n = 52). Todos os dados
foram analisados pelo software Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS) 18.0. As associações foram
avaliadas com teste do qui-quadrado e com o teste t
para comparação de médias aritméticas. Um valor de
p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
20
11
10
7
3
1
0
A maioria dos pacientes deste estudo foi do sexo
masculino (3,7:1), com predomínio na faixa etária de
20-40 anos de idade. A média de idade entre as mulheres com fratura vertebral (30,7 anos) foi menor que
a dos homens (34,2 anos), no entanto a diferença não
foi estatisticamente significativa, segundo o teste T para
comparação entre médias aritméticas (Figuras 1, 2 e 3).
Dados condizentes com a literatura vigente e explicados pelo fato de os homens jovens se exporem mais às
atividades laborativas e recreativas de risco e serem os
principais envolvidos em comportamentos violentos.1,9-11
Masculino
Feminino
11-20
21-40
41-60 Maior que 60
Faixa etária
Figura 3 – Distribuição segundo a faixa etária das fraturas
toracolombares tratadas cirurgicamente no Serviço de
Neurocirurgia do HBDF entre julho de 2007 e julho de 2012.
Fonte: Serviço de Arquivo Médico do Hospital de Base do Distrito
Federal (Brasília/Brasil).
Cerca de 48,1% dos pacientes deste trabalho apresentaram algum déficit neurológico à admissão hospitalar, de acordo com a classificação de ASIA/Frankel
(Figura 4), valor muito elevado quando comparado aos
dados da literatura. Wyndaele e Wyndaele12 apresentaram 35% dos pacientes com algum grau de comprometimento. Pereira et al.3 encontraram incidência de 4,28%.
Rodrigues et al.5 evidenciaram 11%. De modo geral, a
literatura demonstra incidência que varia de 15% a 40%
de pacientes com fratura da coluna torácica e lombar
com lesão neurológica associada.13-15
11
ASIA A, B, C, D
ASIA E
41
27
Figura 1 – Distribuição segundo o sexo das fraturas
toracolombares tratadas cirurgicamente no Serviço de
Neurocirurgia do HBDF entre julho de 2007 e julho de 2012.
Fonte: Serviço de Arquivo Médico do Hospital de Base do Distrito
Federal (Brasília/Brasil).
Fraturas torácicas e lombares tratadas
Tavares CB et al.
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Figura 4 – Distribuição segundo o déficit neurológico das
fraturas toracolombares tratadas cirurgicamente no Serviço de
Neurocirurgia do HBDF entre julho de 2007 e julho de 2012.
Fonte: Serviço de Arquivo Médico do Hospital de Base do Distrito
Federal (Brasília/Brasil).
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