1. A TRANSFORMAÇÃO DO HOMEM NA
ERA DA REGENERAÇÃO
Há duzentos anos, o notável pensador inglês, Thomas Hardy
asseverou com entusiasmo que o homem do seu tempo, havia
perdido o endereço de Deus.Periodicamente a humanidade
traduz as suas aflições através do verbo flamívolo daqueles
expoentes da cultura, da sabedoria ou da abnegação. O
notável filósofo latino, Cícero asseverou que a história é a
pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade. E
transcorridos 1.500 anos, Lord Bacon asseverou que uma
filosofia superficial conduz a mente dos homens ao
materialismo, enquanto que uma filosofia profunda condu-la
à verdadeira religião. Permitimo-nos então, viajar através da
história para que essa pedra de toque, apresente-nos o brilho
da verdade.Recordamo-nos do grande biógrafo de Jesus
Shoelem Nash, judeu, que no seu livro nazareno, relata a
grandiosa vida deste homem que dividiu a história, a
personagem mais notável de todos os tempos. Porque o seu
berço fez uma separação nos fastos do passado em relação ao
futuro. Ernesto Renan,por sua vez,o acadêmico imortal da
França, asseverava que Jesus era um homem
incomparável.Ademais de haver dividido a história, a sua, foi
a vida mais preciosa da humanidade. Para que possamos
pintar a paisagem psicológica do seu tempo. Digamos que
naquela oportunidade em Israel, vivia momentos de grande
amargura.Porque aqueles eram tempos semelhantes a estes
tempos.Fazia quatrocentos anos que o denominado povo eleito
havia perdido o contato com a divindade.A boca profética
silenciara a sua voz nos penetrais do infinito e o povo que se
considerava elegido padecia sobre o tacão das alpercatas das
legiões romanas.Nesse momento, sob o braço forte do
2. imperador Tibério.Mas um país, experimentava a urdidura
das paixões políticas porque era governado por um não judeu,
Heródes o grande.Históricamente, Heródes o grande tem
passado à posteridade como sendo uma das personagens mais
perversas do seu tempo, a ponto de haver mandado assassinar
a seus próprios filhos por suspeita de conspiração para
derrubá-lo do trono. Posteriormente mandou matar a própria
esposa sob a falsa alegação de adultério.E é ainda na sua
lavra, a denominada matança dos inocentes, os varões de até
dois anos para que dessa maneira pudesse impedir na terra a
chegada do Messias que fora anunciada pelos viajantes
orientais que ele hospedara em seu palácio em Jerusalem.
Esse homem bárbaro fazia que o povo padecesse impostos
rigorosos e experimentasse a crueldade de seu caráter vil para
poder mandar para Tibério todo o ouro possível a fim de por
sua vez, silenciar também as agruras e os tormentos
incomparáveis do imperador cujos dias finais em Ana Capri
caracterizaram sua psicose profunda de perseguição.De
alguma forma, essa era a paisagem.Israel tinha cerca de
500.000 pessoas no seu território, dividido então, em
tetrarquias, recurso político proposto por Heródes para que
após a sua morte, seus quatro filhos pudessem governar as
fatias de terra sem as lutas anti fraternas que eram comuns
na época. Merece ainda considerar-se que ao lado de todas
essas infelicidades para conquistar a simpatia do povo,
Herodes mandava incrustar no templo, aperfeiçoado por
Salomão e erguido por Zorobabel, uma parreira em ouro
maciço para granjear a simpatia daquele povo ao qual ele
odiava, e pelo povo era odiado. É nesse período que a boca
profética não diz mais uma palavra, como se Israel
expurgasse as dores terríveis da sua conduta distante dos
postulados transcedentais que repentinamente se escuta uma
voz quebrada, serem aqueles os dias terríveis do Senhor. Às
3. margens do rio Jordão, em um pedaço de terra, numa Val em
pé, amara a casa da passagem, um homem suto, seminu, com
o corpo coberto com peles de animais, uma corda atada à
cintura, o olhar selvagiado e a voz tonitroante bradava às
multidões que atravessavam a região na direção do orinte
médio: - Arrependei-vos, são chegados os dias terríveis do
Senhor e permiti que vos lave as imperfeições porque por
enquanto eu batizo com água mas aquele que vem depois de
mim, batizará com fogo do espírito santo.Era Iohanaan,
descendente da tribo de Judá que passara a sua juventude
praticamente como um ermitão no deserto, alimentando-se de
gafanhotos e de ervas para poder forjar aquele caráter
poderoso que seria o caráter do arauto da era nova.
Exatamente esse Iohanaan, João, quem abriu as portas de
Israel para a proposta extraordinária do reino de Deus. Era
Nissan, primavera em Israel.Abril, maio daquele ano 28 ou
talvez do ano 30. O calendário gregoriano ainda não
estabeleceu por definitivo o ano real daquele apostolado.Era
sábado, a natureza primaveril estava em festa porque ali no
lago de Genezaré, da região mais pobre da palestina, a
Galiléia, onde viviam as pessoas modestas, os agricultores,
vinhateiros, pescadores, pessoas modestas, naquele mar que
em realidade é um lago, cujo volume d’água é menor que o da
baía de Guanabara que é mantido pelo rio Jordão que o
atravessa de norte na direção do sul desaguando nas águas
tórridas do mar morto onde deixa de apresentar a mesma
paisagem rutilante da dourada Galiléia. A região da Galiléia
no entanto poderia ser considerada como um colar de pérolas.
As cidades famosas, Cafarnaum, Magdala eram
indubitavelmente representações do estilo greco-romano e as
províncias mais humildes eram como que um adorno diante
daquele mar espelho que periodicamente tem suas águas
revolvidas pelas tempestades por causa de sua situação
4. geográfica, duzentos metros abaixo do nível do mar
mediterrâneo.Em Magdala, de clima ameno, a rainha
Cleópatra passara alguns dos verões tórridos de Alexandria e
por isso mesmo, Cafarnaum era uma cidade debruçada na
praia de terra escura, com pedras arredondadas, mas
aureoladas pelas latadas em flor, as rosas de Sharon, os
tamarindeiros de grande porte e a doçura das rendas de
espuma que as beijam incessantemente em uma ternura da
natureza em festa.Exatamente nesse mês de Nissan, naquele
sábado de 28 ou 30 uma notícia havia percorrido a região da
Galiléia. Boca a ouvido que havia chegado o Messias. Israel
esperava o messias, mas um Messias bélico, que cavalgasse o
ginete para submeter Roma ao tacão do seu poder
arbitrário.O Messias que lhe concedesse a coroa de louros,
tornando Israel a grande esmeralda ou a pérola de ofir das
tradições orientais e ele veio, manso como a primavera que
faz reverdecer o campo e arranca das flores miúdas o suave
perfume da natureza, as onomatopeias mais grandiosas que
dão ao mundo a sinfonia eterna da vida. Era natural que ele
houvesse escolhido uma residência para iniciar o ministério e
elegeu a casa de Simão Barjonas, Simão, filho de Jonas. À
época, não havia sobrenomes, eram ápodos, Maria de
Magdala, Maria de Jerusalem,Maria de Bethânia, Maria de
Nazaré.Então Simão, filho de Jonas era um pescador de
quarenta anos aproximadamente.Acostumado ao movimento
das redes do mar,Tostado pelo sol ardente, a cabeleira
desgrenhada, barba abundante que lhe caía sobre o tórax e os
olhos de lince, que podiam penetrar na vastidão do mar e
encontrar nas águas piscosas o alimento do dia a dia. Segundo
os melhores historiadores, aquele mar, ou lago de Genezaré
era tão piscoso que ao tempo de Jesus estava adornado de
aproximadamente duas mil embarcações pesqueiras.
Considerando a população de quinhentas mil almas e de dois
5. milhões de indivíduos na diáspora, fora de Israel pode-se
perceber a riqueza daquelas águas abençoadas pela natureza
e ali à margem, erguiam-se as casas, principalmente em
Cafarnaum que estava praticamente deitada sobre as areias
praieiras, casa de rocha vulcânica como a maioria delas,
ainda hoje.Quadrangular, com escada lateral para poder dar
acesso à parte superior onde havia uma claraboia imensa
através da qual, adentra-se ainda hoje a brisa do entardecer,
amenizando os dias tórridos. A casa de Simão Barjonas era
como todas as outras, voltando todos os seus cômodos para o
pátio interno que era abençoado pelos ventos brandos. E
Jesus havia escolhido exatamente aquele lugar porque ele
vinha pescar almas no oceano atormentado da vida. E como a
notícia havia corrido de aldeia em aldeia desde a véspera, os
excluídos, chamados aramaicos de maneira especial, aqueles
que eram detestados pela miséria, portadores da hanseníase
da tuberculose, na loucura das obsessões, a ralé, acorreram
precipites à casa de Simão onde deveria acontecer algo de
especial. Faria recordar o pátio dos milagres de Paris da obra
“Os Miseráveis de Victor Hugo”. E ele veio. Era um dia
ameno e quando o sol doirado flechava a terra com seus raios
oníferos, subitamente ele apareceu na porta que dava acesso à
praia.E a multidão que repletava a casa e os arredores de
Simão, no buliço, na algaravia, no sofrimentos mercadejando
as suas misérias, magetizada pela presença daquele homem
especial, silenciou a voz das angústias.Segundo os melhores
biógrafos, era um homem entre 1,75m – 1,78m, magro de
semblante austéro,de zigoma saliente, a cabeleira no tom de
metal sujo, ou do ouro velho, encaracolada, partida ao meio,
descia-lhe sobre os ombros magros e confundia-se com a
barba nazarena que lhe adornava o peito. A testa larga,os
olhos eram dois pedaços de céu azul que penetravam a
intimidade da criatura humana e desnudava-a par que ele
6. pudesse vesti-la de ternura com os doces atavios da
compaixão. Então ele aparece e as pessoas são dominadas pelo
fascínio que se irradia do magnetismo que dele se exterioriza
enquanto uma brisa perfumada e suave, melhora a ardência
daquele apertar de corpos imundos e dilacerados pelas
enfermidades cruéis. Então ele abre a sua boca e começa a
sinfonia. Eis que eu vos trago as boas novas de alegria. Em
grego, a palavra evangelho significa:”boas novas de
alegria”.Eu vos trago as boas novas de alegria que são o
pórtico de entrada do reino dos céus. Eu vos trago a minha
paz que vo-la doumas não a dou como o mundo a doa. A dou
como somente eu a posso doar, porque a paz do mundo é
ilusória e quimérica e a paz que eu proporciono vem da
consciência reta que é fruto do comportamento saudável de
ações nobilitantes. Alegrai-vos e enquanto a sua voz cantava a
sinfonia interna da misericórdia e os ouvidos aguçavam-se
para escutar-lhe cada palavra, repentinamente escutou-se
uma voz que aboiava miséria lá fora.-Rabi!apieda-te de mim.-
Jesus de Nazare, tem piedade de mim.As pessoas voltaram-se
para trás e contemplaram um homem sobre uma esteira
imunda. O seu corpo alquebrado, vitimado pela paralisia de
longo curso, dele fizeram um cadáver em cujos olhos
brilhavam uma estranha luz. O corpo coberto em parte por
farrapos, as veias destendidas como pequenas serpentes na
testa larga e suarenta e ele gritava Jesus de Nazaré apieda-te
de mim. E as pessoas, voltndo-se voluptuosamente nesse afã
de cada qual beneficiar-se antes de outro, disseram: - não há
lugar.Não há como passar.É impossível alguém chegar-se até
ele. E então, alguém bradou: -levem-no pelo telhado. De
imediato, no silêncio que se fez de espontâneo, escutaram-se
os passos agitados na escada e na parte superior, em uma
esteira imunda atada em cordas começou a baixar pela
claraboia sob a qual estava o homem esquálido. Lentamente
7. veio até o chão e as pessoas curiosamente olharam-no e o
homem agora enxugando o suor e o pranto continuava
suplicando: - Rabi, Mestre querido, tem piedade de mim. -
Cura-me!apieda-te das minhas dores e cura-me.Jesus olhou a
multidão, era a mesma de hoje, somente diferindo de
endereço e de cultura.E a multidão balançou a cabeça como
que dizia: - Cura-o para que vejamos e para que creiamos.
Então o mestre voltou-se para aquele homem e na melodia
dúcida da sua voz, disse-lhe: - Natanael Berlias, tu crês que eu
te posso curar? Ele sempre interrogava para criar essa
empatia no doente que desejava, porque ao deseja-lo havia
uma interação psicofísica em que os neurônios cerebrais
produziam fótons que eram absorvidos pelo sistema nervoso
central, transferindo-os às glândulas endócrinas e repassados
ao sistema imunológico pela força do pensamento. E então o
doente redarguiu: - Senhor! Tu sabes o meu nome?é a
primeira vez que te vejo e tu sabes o meu nome? Se tu sabes o
meu nome, sabes quanto eu sofro, são cinco lustros de
paralisia, cura-me Rabi. – Tu me conheces?Oh Natanael “Ego
sum pastor bônus.” Eu sou bom pastor e as ovelhas que o Pai
me confiou, nenhuma delas se perderá. Não estranhes pois eu
dizer Natanael Berlias: - levanta-te! E anda! O paciente
ergueu os braços magros, cravou os cotovelos no chão, deu um
impulso, a multidão desejou ajudar mas ele experimentou um
vâgado e tombou.Então a multidão teve uma expressão de
desencanto: oh! Jesus agora estava genufletido,seus olhos
mansos derramavam uma suave claridade nos olhos apagados
de Natanael. O paciente despertou da síncope e contemplou o
olhar transparente do Rabi então o Mestre lhe disse numa voz
suave, enérgica: - Natanael, filho de Elias eu te ordeno em
nome do meu pai: - levanta-te e anda!E também ele se foi
erguendo e Natanael, como se tivesse uma catapulta invisível
na retaguarda, pos-se de pé!e oscilou como o pêndulo de
8. relógio, enxugou o suor e bradou: Aleluia! Que queres que eu
faça?E agora que queres que eu faça? Que te apresentes aos
doutores para que eles coloquem teu nome no livro dos vivos;
porque em Israel, quando as pessoas eram portadoras de
enfermidades infecto-contagiosas, consideradas incuráveis,
dominadas pelas obcessões ou pela loucura, pelos transtornos
psicóticos profundos, eram expulsas da comunidade e tinham
o seu nome cortado do livro dos vivos.Por isso sempre Jesus
mandava que retornasse aos doutores, para que os
recolocassem entre as criaturas humanas dignas de respeito
na comunidade. Natanael dá um grito, enrola a esteira
imunda e parte e aqueles que ali estavam, estão em júbilo,
todos sorriem.Há um silêncio quando uma voz grita: - Rabi,
apieda-te da minha filha!É cega e uma mulher carregando
uma menina no doce enlevo da maternidade acerca-se e Ele
toca os olhos apagados da criança que, grita: - vejo! e
chora!Quando o sol dardejante penetra-lhe, atingindo o nervo
ótico e ela recupera a visão. E alguém pede: Senhor, tem
piedade de mim, ajuda-me, socorre-me, lava-me a lepra,
ajuda-me! E Ele atendendo a cada qual, libera-os e a medida
que os curados se vão, nova leva de miseráveis chega.Simão
Barjonas, mais tarde Pedro ou Pedra em homenagem a uma
declaração que ele fez e Jesus redarguiu sobre esta pedra, a
verdade eu edificarei a minha igreja. E as portas do mal não
prevalecerão contra ela.Simão Pedro estava feliz e ali naquela
porta defronte dele exultava-se e dizia de si para si mesmo: -
hoje a felicidade entrou nesta casa. O Rabi é meu amigo!ele
elegeu minha casa para construir o reino do céu, estava
exultante. Isso é tão comum, as personalidades nobres quando
visitam determinados lugares as pessoas enriquecem-se de
júbilos. Mas de repente Simão notou que o dia havia escoado
na ampulheta das horas, a noite acercava-se e a multidão
prosseguia e o Mestre olhou-o e ele percebeu que estava
9. muito pálido. Ele percebeu que Ele estava cansado e então
gritou: -fora! Deixamos-lhe descansar, o Mestre necessita
agora, de repouso.- Fora! E acercando-se do amigo qual se
fora um cão São Bernardo,tocou-lhe as mãos amigas e levou-
o suavemente à praia.É na cátedra da natureza que Jesus
compõe o hino das bem aventuranças. Em contato com o altar
da magia da natureza que Ele eleva o pensamento a Deus e
dignifica a história da humanidade. Então ali na praia, sobre
uma pedra, à sombra de um arvoredo imenso, ele senta e o
mar acalma as suas ânsias. Quando no veludo azul escuro da
noite, pirilampam as primeiras estrelas argênteas e selene
destende seu manto de noiva prateado sobre as águas,
deixando um rastro de luminosidade estranha.O mar está
calmo como um espelho a brisa é amena e Simão está
deslumbrado.Subitamente olha para o Mestre e pergunta-lhe:
-Estás chorando? Sim Simão.Eu estou chorando. Mas
Rabi!...certamente está chorando de alegria porque
inauguramos a era nova com o hino da cura dos
miseráveis.Não Simão, estou chorando de tristeza. Mas como?
Eu conheço Natanael Berelias.Dou-lhe peixes quase
diáriamente quase, para diminuir-lhe a miséria. Conheço
aquele leproso que limpaste das ulceras putrefatas. Aquela
mulher cega que eu atendo faz muitos anos. Eu a conheço e vi-
os recuperados e tu te entristeces? Simão, filho de Jonas, eu
não venho consertar as misérias do corpo, não venho colocar
remendo novo em buracos e tecidos velhos para provocar
rombos maiores.Nem venho trazer o vinho bom da boa nova
para colocá-lo em vasilhames a fim de que se avinagre por
estarem sujos. Eu venho para redimir as almas, para contruir
o homem integral, a criatura espírito para que o corpo não
tenha mais as suas mazelas. Mas eu te entendo. Tu dizes que
eu curei Natanael, é verdade, mas agora Natanael está numa
pasca, embriaga-se diante de companheiros e diz: -Agora, eu
10. vou recuperar os vinte e cinco anos perdidos na paralisia, eu
vou desfrutar do prazer e beber da taça da alegria até as
últimas gotas. O leproso, está no leito de uma mulher
equivocada e diz Jefe, eram feridas pútredas e o Rabi
recuperou-me, então eu vou me entregar ao prazer, terei a
oportunidade de viver a licenciosidade moral até a exaustão.E
a mulher cega, agora contempla as outras e diz: - vingar-me-
ei. Enquanto eu estava na escuridão da noite sem fim , na
cegueira, zombavam, vexavam-me, agora eu vejo e terei a
oportunidade de denunciar as misérias humanas que escutei
durante os dias de treva.Simão, será para isso que eu
venho?Para fazer que os indivíduos recuperem
equivocadamente a saúde orgânica?Eu sei que nesse momento
é necessário que assim ocorra para que se tenha ideia do
poder daquele que veio em nome do pai , mas, não será
sempre assim. Um dia que não está longe, nem perto, eu
mandarei alguém recordar minhas lições, dizer coisas novas e
programar o homem para a idade superior da regeneração da
sociedade. Em um dia que não está distante eu mandarei o
espírito consolador descer sobre a terra e conduzir a criatura
humana aos páramos da plenitude. A noite, coroada de
estrelas, murchou da boca da madrugada que raiou. Os dias
sucederam-se e nós conhecemos a história desse homem
singular que foi plantado numa cruz porque não havia
suplício pior do que esse. A crucificação era uma penalidade
dos fenícios que os romanos se utilizaram para punir os mais
hediondos criminosos. Mas apesar de ele ser colocado numa
cruz da vergonha deixou-nos a mensagem de que era um
símbolo de duas asas. Para poder leva-lo na dimensão do
infinito havendo voltado para provar a imortalidade.Esteve
conosco reiteradas vezes. Na estrada de Emaús, no Cenáculo,
na Galiléia, na Bethânia e todas as vezes demonstrava ser ele
até o momento que as portas de Damasco, convidou o jovem
11. rabino Saulo de Tarso para a revolução da boa nova,
conforme aconteceu na figura Paulina. Esse homem a quem
devemos o conhecimento do cristianismo porque foi ele quem
se atirou nas águas do mar mediterrâneo para levar a
mensagem renovadora a todas as partes. A história então nos
conta que a doutrina de Jesus, a partir de Nero logo depois
do incêndio de Roma, passou a ser perseguida cruelmente e
durante aqueles quase duzentos e cinquenta anos, um milhão
de pessoas, esse um milhão de pessoas foi perseguido,
mandado para o exílio, empalado, queimado vivo. Essas
pessoas foram atiradas nas arenas para o deleite do império
que temia o rei solar. Mas é nesse período que a cultura, se
desenvolve graças ao renascer da escola neoplatônica da
Alexandria, fundada por Amônio Sacas e que nos oferece uma
plêiade de pensadores, Orígines, que escreveu a doutrina dos
princípios, Tertuliano que nos deu a Apologética, Agostinho
de Hipona, as suas confissões e a cidade de Deus, Próclos,
Jambrico e tantos outros que constitui o que a história chama
“Patrística”, os pais da igreja cristã primitiva.Até o dia 13 de
junho de 313, quando Constantino, após a vitória na batalha
contra Maxêncio na ponte Mílvia do rio Tibre às portas de
Roma conseguiu tornar-se imperador e na data referida
proclama o Edito de Milão no qual Roma tolerava o
Cristianismo. Nesse momento em que a perseguição cessa e
passa a ser tolerada a presença de Jesus, logo depois, em 384,
oficialmente se transforma na religião do estado e a beleza
pulcra do evangelho corrompe-se porque a nova ordem
permite que o representante de Cristo, sente-se ao lado do
imperador e em breve seja mais poderoso que os
imperadores.A degradação da mensagem experimenta a
partir desse momento a corrupção dos costumes,os negócios
do estado, a crueldade de qualquer natureza, para poder
eclodir no ano 552 quando Justiniano, no segundo Concílio de
12. Constantinopla,declara-se as doutrinas de origem
iconhereticas e porque? O imperador Justiniano que
governava o império romano do oriente, foi considerado pai
da cultura,benfeitor das letras e das artes, mas apaixonou-se
terrivelmente por uma cortesã.Uma mulher que vendia
favores num bordel e se apaixonou de tal forma que com ela
se consorciou.Teodora, Teodora, segundo a história era de
uma beleza incomum, uma inteligência brilhante que
conseguia interferir nos negócios do estado e nos negócios da
religião. E quando estava no trono, as suas companheiras de
bordel começaram a decantar que a prostituição era um ofício
nobre pois que dera uma imperatriz.E quando Teodora
soube, temperamental, mandou matá-las todas.552 passadas
ao fio de espadas.Como a doutrina de Jesus era
reencarnacionista, ele predicava a reencarnação. A escola
neoplatonica de Alexandria era reencarnacionista.O povo
começou a dizer que Teodora deveria reencarnar-se mais de
quinhentas vezes para pagar os crimes hediondos.E ela, a
mulher que governava metade do mundo conhecido, quando
adoeceu no ano de 548 em que morre, pediu ao marido que,
depois da sua morte tornasse a reencarnação, uma doutrina
herética.E ao morrer, ele foi tomado por uma depressão
bipolar, nunca mais saiu do palácio. E ao convocar o segundo
concílio ecumênico de Constantinopla, que o papa não aceitou
ele impôs ao papa as armas das legiões e trouxe-o
praticamente obrigado para que ele assistisse esse concílio no
qual as doutrinas de Orígines foram consideradas
heresias.Mas quais eram as doutrinas de Orígenes? A justiça
divina através da reencarnação, a multiplicidade das
existências físicas,era um ardil, porque se ele desejasse tornar
a reencarnação herética, não conseguiria porque os bispos de
então eram reencarnacionistas. Mas através desse ardil ele
conseguiu passar à história com as doutrinas de orígens
13. condenadas obviamente. Os rencarnacionistas passaram a ser
perseguidos.E os últimos a serem perseguidos foram os
Cátaros, Os Albigenses na França e na Espanha do século
XIX. Portanto equivale dizer que a perseguição durou apenas
14 séculos. Mas inegavelmente prosseguiu e a doutrina do
crucificado se foi corrompendo até o período bárbaro das
cruzadas. Quando a Europa, desejosa de poder, foi invadir as
terras do oriente em busca do ouro, do poder, da misca que
pairava a respeito daquela região. Na falsa defesa do túmulo
vazio de Jesus Cristo. Um dos espetáculos mais vergonhosos
da história da humanidade, cujo preço até hoje pagamos. Essa
animosidade entre oriente e ocidente, começada no período da
dominação das cruzadas. Mas se não bastasse, logo depois
veio a santa inquisição que na França matou mais pessoas do
que as guerras púnicas, isto é, as guerras entre persas e gregos
que se prolongaram por vários anos.Da doutrina de Jesus
foram ficando apenas traços que foram reavivados pela
presença augusta de Francesco Bernardone, pela presença
grandiosa de TerezaD’Avila ou mais tarde por aquele homem
que na República Tchecoeslováquia então pertencente à
Alemanha, dizia que era necessário pregar no idioma
nacional, porque se falava um idioma que o povo não
entendia, era o latim e ele desejava que o povo entendesse o
evangelho. Na pequenina igreja de Belém, na cidade de Praga.
Igreja que ainda está lá, ele pregava a doutrina do amor de
Jesus no século XV e por isso foi condenado pelo concílio de
Constança a ser queimado vivo em 1415 pelo crime hediondo
de querer trazer Jesus aos camponeses a quem eram vedadas
as possibilidades de instrução.Mas quando ele estava no poste
queimado vivo ele contemplou os céus, grandiosos de
Constança, hoje vós assais o pato, Mas virá um dia que um
cisne de luz voará tão alto que as vossas labaredas não
alcançarão. Morre e cem anos depois, Martinho Lutero
14. proclama a liberdade do livre exame. É necessário consultar o
texto que era proibido, somente os teólogos podiam ler o
evangelho.E quando Martinho Lutero, monge agostiniano
numa biblioteca , encontrou um exemplar do Novo
Testamento e conferiu, rebelou-se e naturalmente rebelou-se
contra a venda das indulgências.a imoralidade pregada pelo
papa, qualquer crime, infanticídio, adultério, genocídio. Se a
pessoa pagar, ganha indulgências e vai diretamente para o
reino dos céus. Martinho Lutero então, coloca na porta da
igreja, o seu protesto e daí nascera a palavra protestante e a
doutrina que ele prega é o recrudescer da mensagem de Jesus.
É a necessidade histórica de voltar-se ao evangelho. Mas as
lutas são terríveis, a inquisição persegue-o e ele se apoia nos
príncipes Alemães que por sua vez perseguiam os
camponeses.E Lutero apoia o poder contra a miséria.
Consorciando-se logo depois com uma monja e também
realizando a sua inquisição.Porque a inquisição protestante
matou milhares de católicos e há um grande silêncio histórico
sobre esse revide.Nesse período avançamos para o século
XVII e nessa oportunidade a terra está numa ebulição desde
antes. Isaac Newton, detecta a lei da gravidade. Kepler, o
movimento dos astros, Galileu Galilei, demonstra que a terra
gira em torno do sol e não esse em torno dela. É silenciado
pela inquisição. Ficou célebre, aquele homem de 82 anos,
humilhado vergonhosamente que fez um telescópio doméstico
e pode constatar o movimento de translação do nosso planeta
em volta do astro rei.Ficou célebre quando proíbem que ele
enuncie uma palavra, que a terra é fixa. E ele movendo a
cabeça diz que se move. Por si mesma se movimenta.Vem esse
século e é restaurado o pensamento grego.A doutrina que se
opunha ao pensamento de Sócrates e Platão. A doutrina de
que a vida humana era resultado de três fatores:os átomos, o
vácuo e o movimento.Leucipo, Lucrécio e Demócrito, haviam
15. criado a doutrina do atomismo. O ser humano é uma
aglutinação de moléculas atômicas, partículas essas,
indivisíveis.que se aglutinam devido ao movimento do
vácuo.Quando uma partícula dessas se desajusta, vem a
morte, vem o aniquilamento.Essa doutrina atomista, opunha-
se ao idealismo de sócrates, Platão, Aristóteles e ela renasce no
século XVII para transformar-se no futuro materialismo.Que
a partir do século XVIII irrompe ao ser publicada
Enciclopedia, da palavra grandiosa de Voltaire, da revolução
de 89 na França, e quando dealba o século XIX, no dia 31 de
março de 1848 em Londres,o economista e filósofo tem a
oportunidade de apresentar a doutrina do capital, e Marx ao
apresentar a doutrina do capital, proclama que a religião é o
ópio das massas e na doutrina do capital ele abre espaço para
o materialismo dialético. O materialismo ganha as academias
e em breve personalidades da Fisiologia, anatomopatologia
como Flo Hans,teve oportunidade de dizer, dissecamos
milhares de cadáveres e não encontramos a alma. Químicos
alemães proclamaram que a alma é uma sudorese cerebral da
mesma forma que o fígado produz a bílis, os rins produzem a
urina, o cérebro produz a alma. Quando morre o corpo, a
alma desagrega-se. Então o fim do século XIX, doa-nos o
materialismo. Em três fascetas, O materialismo histórico o
materialismo eclesicista, o materialismo dialético, opondo-se
às religiões então vigentes. O protestantismo de Lutero, logo
que passou à Suiça em Genebra, João Calvino encontrou
algumas falhas e cria o Calvinismo e começam as divisões até
chegar ao cúmulo de hoje, nos Estados Unidos, existirem
duzentas denominações denominadas do primitivismo
pprotestantismo de Lutero. E no Brasil, como o
neopentecostalismo. As doutrinas do dízimo para o reino dos
céus m detrimento da renúncia e da abnegação, são uma
vergonha em nome daquele homem que nos recuperou da
16. dignidade perdida oferecendo-nos o reino dos céus. Nesse
ínterim, no dia 18 de abril de 1857 em Paris, num sábado,
entre dez e onze horas da manhã, começa a era do espírito
imortal, quando Hyppolite Léon Denizard Rivail, o emérito
professor Rivail, discípulo de Pestalozzi, publica “O Livro dos
Espíritos”, uma súmula dos contatos mantidos com os
imortais. A imortalidade sempre esteve presente na história
da humanidade. A moderna paleontologia, os fosseis, a
biologia e a doutrina da genética nos demonstram que a morte
é apenas um fenômeno biológico. É um passaporte para a
vida.É uma transição que nos leva a uma mudança de campo
vibratório.Então o professor Rivail que adotara o pseudônimo
de Allan Kardec em homenagem a uma reencarnação que
tivera nas velhas Gálias, vinte séculos antes, ao apresentar “O
Livro dos Espíritos”enuncia, o Espiritismo é uma
ciência.Porque para ideias novas, palavras novas.Já havia a
palavra Espiritualismo que é a doutrina em que se crê em
Deus e na imortalidade da alma e nos valores éticos.Mas o
espiritismo, palavra cunhada por ele, é uma doutrina que
estuda a origem, a naturez e o destino dos espíritos e as
relações que existem com o mundo corporal.É uma ciência de
laboratório que tem a sua própria metodologia. É uma ciência
que está ao lado das outras ciências em marcha, aceitando
tudo o que a ciência comprova mas não se detendo onde a
ciência para.Porque a ciência estuda efeitos e o espiritismo
remonta às causas. Mas no dia em que a ciência provar que
estamos errados em um ponto, abandonaremos esse ponto e
seguiremos a ciência. Essa doutrina notável, científica, tem
um viés filosófico que explica quem é o homem, de onde vem,
para onde vai, porque sofre. As quatro interrogações da
filosofia universal. E utilizando-se da reencarnação, apresenta
os postulados básicos. A crença em deus, a crença na
imortalidade da alma.A crença na comunicabilidade dos
17. espíritos, a crença na reencarnação, a crença na
multiplicidade de vida, dos planos , na pluralidade dos
mundos habitados. A crença no evangelho de Jesus, espírito
de verdade. Na sua pulcritude, conforme pregado e vivido por
Ele e os seus primeiros Apóstolos.Essa doutrina que é ético-
moral de consequências religiosas apresentasse como uma
tripóide, ciência, filosofia, religião e aqui repetimos o
pensamento de Lord Francis Bacon, uma filosofia superficial
leva ao materialismo.Uma filosofia profunda leva à
verdadeira religião.Essa doutrina mostrando-nos que há uma
causa cáusica e matando Deus antropomórfico, Deus dos
exércitos, o Deus de um povo que detestava outros povos,
acabando a figura mitológica da tradição de Adão e Eva, e
antecedendo as propostas de Charles Darwin. Porque o Livro
dos Espíritos foi publicado em 1857, Darwin apresenta seu
tratado evolucionista em 1859. O espiritismo abre a cortina da
ciência para mostrar que num mundo de energia, que matéria
nada mais é do que energia condensada como definiu Albert
Einstein e energia é matéria dissociada. Essa doutrina
extraordinária avança e vai conquistando os painéis da
humanidade e propõe: “O homem espiritual”.Nós tivemos o
homem de Sócrates, o homem dual. Tivemos o homem cristão,
da palavra de Jesus que foi asfixiada. Tivemos o homem de
Marx, materialista. Allan Kardec propõe o homem ternitário,
energia ppensante, energia sutil material e a energia densa da
matéria, espírito, perispírito e matéria. Somos psiquismo em
um processo de desenvolvimento porque criados simples e
ignorantes, temos o dever de intelectualizar a matéria, então
desenvolvendo o deus interno que dorme em nós, o deus das
tradições socrateplatônicas. O Eidos, o Cristo interno das
tradições esotéricas. O deus interior que Carl Gustav Jung, o
pai da psicologia analítica, esse extraordinário pensador,
neurologista,psiquiatra, terá ocasião de dizer que é necessário
18. o indivíduo avançar para atingir o estado luminoso, de lúmen,
luz, porque da luz divina somos gerados e devemos crescer até
encontrarmos esse estado luminoso que é nosso estado de
sublimação. Para tanto, asseverava Jung é importante
considerarmos que a psique não morre. A psique transfere-se
e através do inconsciente coletivo herda as realizações das
infelizes etapas para poder atingir o seu estado de plenitude.
Chegamos então ao momento que o espiritismo proclama que
tudo progride. é a resposta à questão 540.”Tudo progride,
tudo se transforma. O anjo de hoje foi átomo de ontem.Assim
como o átomo de hoje, será o anjo de amanhã.”Assim também
progridem os mundos. O ser humano, sai do barbarismo, do
estado primário, do estado do pitecantropus erectus para
homus sapiens – sapiens. Mas ainda somos um ensaio,
estamos avançando para um estágio superior, Nosso DNA,
nosso ADN, estão sofrendo alterações típicas e podemos ver
nas crianças da atualidade, algumas delas denominadas
índigo ou cristais embora não se devam denominar crianças
com determinadas posturas a uma geração nova de seres de
outra dimensão, que vêm habitar a terra para promover o seu
progresso porque os mundos também progridem. E a velha
terra, planeta de provas e expiações progride no rumo de um
mundo de regeneração, no qual a dor será arquivada, será
peça de museu e a criatura humana encontrará sua plenitude.
Mas como será este homem. Homem, como será este
indivíduo, masculino e feminino, nesse período de transição
planetária, é claro que o seu biótipo é o mesmo pois ele será
um ser eminentemente espiritual. Nunca houve na terra tanto
amor como hoje. Embora as matérias de jornal assustem-nos,
mostrando somente violência, degradação,
suborno.Toxicomania, sexolatria,apresentando-nos o lado
perverso de nossa sobra. Essa sobra que é típica da psicologia
Junguiana. A humanidade nunca teve tantas organizações não
19. governamentais. Praticando o bem. Nunca houve tantas almas
devotadas à renúncia, à abnegação, a ciência está com os seus
laboratórios refertos de imunologistas, trabalhando para
encontrar vacinas para acabar com as enfermidades infecto-
contagiosas. Nesse mundo breve de regeneração que começou
no último quartel do século passado, nas grandes mudanças
climáticas, nos fenômenos de tsunâmes, quando as placas
tectônicas do planeta se vão ajustando no degelo progressivo
da Groelândia, do polo norte, para que haja verticalização do
eixo da terra e um clima ameno tome conta do nosso
planeta.Nas erupções vulcânicas, nos terremotos, nos
maremotos, nas secas e nas enchentes e calamidades que têm
sacudido a cultura terrestre. A abnegação, o amor, a
caridade, estão presas no sentimento das criaturas humanas.
E invariavelmente eu ouço dizerem, eu vejo um mundo muito
pior, depende muito da ótica de cada um.Certo psicólogo,
oportunamente pegou dois copos e colocou líquido, na mesma
postura e perguntou a um grupo de pessoas: - O que vêem? E
aquelas pessoas disseram: - Um copo quase cheio d’água.
Eram pessoas otimistas.Apresentou a outro grupo:O que
veem?E o outro grupo respondeu: - um copo quase vazio de
água. Eram pessoas pessimistas. A água era a mesma, mas a
visão de cada um,jamais tantos repetiram o que disse
Churchill: “nunca Tantos se preocuparam com tantos outros
como nos dias que nós vivemos”.Há uma sede da verdade,
uma procura, porque há um vazio existencial. O materialismo
deixou as suas garras fincadas em nosso comportamento e
hoje nos Estados Unidos, existem 50 milhões de depressivos.
Na Alemanha, 5 milhões de catalogados, depressivos crônicos.
A depressão transformou-se numa pandemia, graças a três
fatores sociológicos: o medo, a solidão e a ansiedade, além dos
fatores endógenos e exogenos. Que contribuem para o
distúrbio do pânico. A depressão bipolar, unipolar, Os
20. transtornos cardíacos e psicológicos. Então o materialismo
falhou, porque não deu sentido à vida.Então nós vemos um
psicólogo, psiquiatra notável como Victor Frankl que esteve
no campo de concentração de Auchwitz, sobreviveu ao
holocausto porque elegeu esta fórmula”eu tenho que
sobreviver para denunciar a farsa nazista. A minha vida tem
um sentido psicológico, porque todos nós lutamos para ter
felicidade. Mas o que é felicidade?o que é felicidade para uns,
não é para outros.Os adonistas dizem que a felicidade é o
prazer, é o ter, porque quem tem compra, quem compra goza.
Mas aí é o prazer sensorial, comer dormir, fazer sexo.Mas
quem come muito, tem indigestão,quem dorme muito fica
aboletado, e quem faz muito sexo, fica impotente. Então será
isso a felicidade? Óbvio que não! A felicidade portanto é uma
emoção. Uma emoção de beleza, de estética, de harmonia. O
sentido psicológico, o ideal de vida, então Victor Frankl
proclama na sua doutrina da logoterapia, a terapia do
sentido. Que devemos dar à nossa vida um sentido objetivo.E
é o que vem dar o espiritismo, o sentido de imortalidade. Nós
somos o que estamos. E estamos o que fizemos de nós. Nós
Não somos o corpo. O corpo é uma veste transitória que
utilizamos para o desenvolvimento intelecto moral. É
necessário que sutilizemos a matéria através da ética do
evangelho de Jesus. Que façamos a viagem de volta aos
sublimes tons do amor. Na psicologia contemporânea diz o
Dr.Volney, Teólogo e Psicólogo americano que desencarnou
há três anos: “ nós temos tanto medo de ter medo que temos
medo de amar”.Por uma razão lógica: Não nos amamos. As
doutrinas religiosas ensinaram-nos o desprezo, a auto
flagelação,como se o nosso corpo fosse responsável por nossa
desdita.O espiritismo traz uma doutrina otimista: “Ame-se,
ame o corpo, como dizia a a notável mística Be Biden: “o
corpo é o santuário da alma”.É necessário trata-lo bem para
21. que a alma desempenhe o seu papel da jornada
demorada.Então a proposta de Jesus que está sintetizada em
duas frases “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu
próximo como a ti mesmo”, e “Não fazer a outrem o que não
deseja que outrem te faça”. A psicologia moderna no
espiritismo toma da primeira frase e Jesus inverte-a. Auto
amor, primeiro amar-se, porque o amor ao próximo como a si
mesmo. E quem não se ama, a ninguém ama. E por incrível
que pareça, a depressão é fruto da ausência de auto amor. Da
culpa, do conflito,da insegurança, da presunção,das
prepotência. quando uma pessoa não consegue manipular
outro, faz a depressão, porque manipula inconscientemente é
a tese do psiquiatra Alfredo Adler, o discípulo de Sigmund
Freud. Então é necessário que nós nos amemos. Quando nós
dizemos que é necessário o auto amor, as pessoas puritanas
dizem: - mas como?Isso é vaidade.Nunca consultaram o
dicionário. O auto amor é o respeito que nós demos ter por
nós mesmos. É o cuidado do corpo que nos foi confiado por
Deus, através de nossos atos pregressos. Temos a necessidade
de bem alimentar-nos, de bem nutrir-nos, de preservarmos a
matéria, no asseio e no cuidado, da maneira de nos
apresentarmos socialmente, para poder fomentar a indústria
e atender a milhares de pessoas que vivem da indústria da
moda. Bem é claro que não me refiro aqui às grandes grifes.
Mas me refiro ao bom tom, ao bem vestir-se. Desde que possa,
porque não será o preço da indumentária, será o asseio
dela.Posso estar vestido de trapos, lavados, desinfetados e
coberto de pedras preciosas sem haver tomado banho, então é
necessário o auto amor, que é o auto respeito. Quem se ama,
intelectualiza-se, a minha mãe era analfabeta e ela me: dizia: -
Meu filho, leia para mim as obras do senhor Allan Kardec, e
como não dispunha de vocabulário rico eu lia-lhe
apresentando palavras singelas. Melancolia, por exemplo, ela
22. não sabia o que era e no capítulo melancolia do evangelho
dizia; “tristeza”. Quando uma grande tristeza toma conta da
gente, a gente fica murcho, aí ela entendia. Meu filho, o que é
isso? Melancolia. Ela dizia, melancolia é bom para rico
porque pobre não tem tempo. Ela teve treze filhos e três
abortos naturais.Não tinha auxiliar, não teve empregada, hoje
chamada minha secretária,eufemismo.Ela não teve nem
secretária , nem patrão, ela foi secretária e patroa de si
mesma.Mas então procurou iluminar-se pelo conhecimento
libertador e não teve tempo para o vazio existencial porque
tinha um objetivo psicológico. A prole, educar a família, e no
momento em que estava desencarnando, eu estava ao seu lado
e ela me olhou com dois olhos verdes que eu tenho uma inveja
terrível. Não sei porque Raul Teixeira saiu com aqueles olhos
e eu não. Filho de uma mãe de olhos azuis. Ela me disse: - meu
filho, eu voltarei para tomar conta de você e de sua irmã.
Eramos os últimos dos treze.E tomado de uma grande emoção
eu disse : - mãe,não volte, a senhora sofreu tanto na terra,
teve doenças dilaceradoras padeceu as agruras daquela época
difícil do passado e os bons espíritos reservam-lhe bênçãos, ela
sorriu e disse: - mas eu vou voltar para tomar conta de
vocês.E eu disse: - mãe! Minha mãe era baixinha e não há
quem convença mulher baixinha. Mulher baixinha é
terrível.As altas são como trovoadas, muito trovoadas e pouca
chuva.Mas as pequeninas já começam chovendo, são terríveis,
e minha mãe era baixinha. Morrendo ela me olhou e disse: -
você quer discutir com sua mãe na hora da morte?Eu aí calei.
Daí a pouco ela teve um pré coma, e quando voltou do pré –
coma, aqueles olhos luminosos disseram-me: - Meu filho,tudo
o que você me disse é verdade!, se pai está aqui, seus
irmãos,José, Nair,uma irmã minha que suicidou-se em 1939.
Minha mãe desencarnou 33 anos depois então ela disse
ofegante: -Nair está dizendo: - venha mãe!diminuir a minha
23. angústia, o meu sofrimento, porque o suicídio é o maior crime
que a criatura perpreta perante as leis divinas.-Eu vou, meu
filho, libertar a sua irmã do sofrimento e depois eu voltarei.
Então eu calei, ela silenciou e eu vi-a sair do corpo, os pés se
foram erguendo, o espírito imantado ao cordão de prata que
não é umbilical, é do centro coronário e logo os espíritos
diluíram e ela ficou em pé na nova gravidade.então Joana de
Angelis, acercouse-lhe e disse-lhe : -Ana,olha o seu corpo,
agradeça ao jumentinho, porque eu lhe contava a história de
São Francisco e quando ele estava muito mal, frei Leão
perguntou-lhe: -Pai, eu conheço um homem que tem um
jumento há 42 anos, maltrata-o. O jumentinho não tem mais
forças e ele continua maltratando, o que é que devo fazer com
esse homem?ele ofegante disse: - traga-me para eu repreender
este severo.Quem é esse homem? – sois vós, o jumentinho é o
vosso corpo ele vos sustenta e vós sois tão impiedoso com
ele.Então São Francisco caindo em si passou a mão naquele
corpo ulcerado e disse gentilmente: -oh meu doce jumentinho,
perdoa-me. Eu contava para a minha mãe, ela chorava.então
Joana de Angelis disse: - Ana,o jumentinho... minha mãe
muito humilde, ajoelhou-se e olhando para o corpo que esteve
vestida e disse: - eu te agradeço, doce jumentinho por me teres
carregado 86 anos sem nunca reclamar. Doze dias depois eu
me encontrava na cidade de Castro no Parana e falava sobre
a imortalidade da alma, quando me voltei, fui voltando, ei-la a
cinco metros de distância com o vestido que eu lhe havia dado
com meu primeiro ordenado.E ela disse: - meu filho, voltei!
Eu fiquei petrificado!Fale meu filho, diga-lhes que ninguém
morre, que a vida continua, é necessário entregar a vida à
vida. Porque o corpo por mais que viva, chega um momento
que ele degenera, decompõem-se e morre mas o ser vive.
Então voltei-me para a plateia e penso que proferi a mais
comovedora palestra da minha vida.Porque esse é o homem,
24. no sentido genérico, a mulher e o homem da era noa, da era
da regeneração, seres espirituais, seres que estamos buscando
a plenitude que nos estamos deixando dominar pela excelência
do amor, que começa em nós, amando-nos preservando-
nosNão tendo a coragem de fazer às ocultas o que não temos
coragem de fazer às claras.Que nos respeitamos sabemos que
por consequência sabemos como é difícil a transformação
moral, porque nos dá tolerância para compreender o nosso
próximo e amá-lo.Perceber quem é e o que conseguiu e não o
que desejaria.Da mesma forma que somos o que alcançamos,
mas não o que desejamos.Então nasce o amor pelo próximo e
em consequência o amor a Deus como disse Jesus, se vós não
amares ao que vedes, como amareis ao pai, a quem nunca
vistes. Então é necessário que esse auto amor esteja em nós e
que nstes dias de transição para um mundo de regeneração,
cada qual de nós dê a sua colaboração.Um sorriso jovial, um
aperto de mão,uma palavra gentil, um ato de tolerância, o
perdão das ofensas. Todos nós temos inimigos, quem não os
tem? Mas isso não é importante. Só é importante se lhe
dermos valor.Importante é não ser inimigo de ninguém. Ter
inimigos é natural, ser inimigo é patológico. E aquele que
encontrou Jesus, ama até mesmo os que se tornaram
adversários. É ncessário então que uma dúlcida alegria tome
conta de nós.Porque a nova era que o espiritismo está
implantando, não é para curar corpos, embora ajude-os, no
prolongamento da sua existência corporal.É para curar
almas,para fazer a transformação moral interna a fim de
alcançarmos o que Jung denomina a “individuação”, a
característica de um ser integral.É necessário que
aprendamos a entender as pessoas. Que não aceitemos
desaforos nem brigas. Contar-lhes-ei para terminar, uma
experiência muito curiosa. Eu estou sempre viajando desde
que me aposentei em 1980.Eu viajo uma média de 200 a 250
25. dias por ano, sempre estou em fila, até nos sonhos. Nos sonhos
estou no check in, perdi a pasta, estou procurando a minha
pasta com documentos e há dois anos, ou melhor, vai fazer
dois anos, eu estava no check in em Salvador, a cidade mais
linda do mundo, depois de Maceió. Então eu estava em
Salvador, na fila do check in, cinco horas da manhã, naquele
doce e terrível horário de verão e estava rindo, porque a vida
é tão linda. Eu sou feliz porque creio em Deus, eu tenho um
objetivo, tenho um sentido psicológico.Um amigo me disse há
pouco tempo:- Divaldo,com quantos anos você está? Ele é
muito bem educado...Eu disse: -oitenta e quatro! Nossa!...você
está conservado em formol?e eu disse: - negativo, quem está
conservado em formol, é cadáver, eu estou conservado em
alegria de viver.E é verdade! Então eu estava na fila sorrindo
quando alguém na terceira fila, gritou de lá: -Ei!porque é que
está rindo? E eu digo: - Eu não acredito! Eu não acredito,
cinco da manhã, eu encontrar esse psicopata. – continuei
sorrindoE ele gritou outra vez: - você está rindo para mim ou
está rindo de mim? Então eu fiz um movimento, as filas
pararam e olharam, como eu estou acostumado ao povo me
olhando eu sorri e disse assim: -Ah ! não estou rindo de você,
nem para você! E porque não? Porque eu sou cego. Ele teve
um choque! Todo mundo caiu na risada.E aquele veio, passou
a mão e eu ali cego! Porque era melhor ser cego do que tomar
uma bofetada.Mas os seus olhos são claros...!Eu disse, é
natural, quem vê olho, não vê nervo ótico.Essa voz eu
conheço, porque eu tenho um tal programa de televisão na TV
CEI, eu conheço essa voz, é do Divaldo Franco não é? Eu
disse: - é! Você não é cego coisa nenhuma.E eu digo: - sou!eu
sou cego à agressão humana.Eu sou surdo à loucura
humana,e eu sou mudo aos espíritos desequilibrados que
existem na terra.Então permita-me sorrir.Estou sorrindo de
mim mesmo.Mas seu Edivaldo, é que eu tenho problemas.Ué,
26. você dormiu mal a noite, teve uma descarga de bílis, está com
raiva do mundo e quer descarregar em mim?De maneira
nenhuma,mas seu Divaldo eu tenho um problema e eu disse:
mas quem não os tem?Só os esquizofrênicos não têm
problemas, eles são problemas para os outros.Mas seu
Divaldo, eu queria fazer uma consulta, eu disse: - mas aqui na
fila?e ele disse; - O senhor está indo para onde?Estou indo a
São Paulo e ele disse: - eu também.Em que voo?eu disse, no
voo tal e ele: - eu também eu disse: só falta ele ir no meu
colo.Não deu outra, eu peguei a fila 6 C , eu sempre pego
sempre o corredor para não incomodar ninguém, e ele a 6 B,
então ele pôs a mão na minha perna e disse: nós vamos
conversar bastante né? Eu disse: - não senhor! Avião não é
lugar de conversar, só as pessoas mal educadas, porque nós
alugamos uma poltrona e não temos o direito de obrigar o
avião inteiro ouvir nossos conflitos, nem as nossas
gargalhadas , nem os nossos deboches.o senhor está muito
irritado. Vamos fazer silêncio. Mas seu Divaldo, o senhor
pode me dar um passe?-posso; acalme-se, então pus a mão na
perna dele e disse “acalme-se”, durma um pouquinho,
durma... meu Deus, eu esqueci que sou um hipnotizador, aí o
homem arreiou e dormiu. Eu fiquei morrendo de inveja
porque ele dormiu e eu não. Quando chegamos a São Paulo,
na hora da bagagem, ele disse: - Seu Divaldo.Eu também
estou rindo, e eu disse: - graças a Deus!então a era nova
começa, quando nós mudamos em nós e nos tornamos pessoas
mais civilizadas, somos seres espirituais,esírita seja o nome do
teu nome, sisse Emmanuel através de uma mensagem
incomparável pelo venerando apóstolo Chico Xavier.
Doutrina espírita. Espírita seja o nome do teu nome. Isto é,
viver conforme os padrões”fora da caridade não há
salvação”.Preservando o trabalho, a solidariedade e a
tolerância.Eu sei que estes, são dias muito difíceis, de desafio,
27. de transição, mas a tormenta que sacode, é a véspera da
bonança que chega.A primavera põe sobre os muros
arrebentados as flores miúdas e sobre os escombros derrama
perfume.Então na nova geração, homem e a mulher da nova
era estarão de mãos dadas contruindo um mundo melhor, sem
queixas, sem reclamações, sem mau humor dizendo:- meu
Deus, eu gostaria de dizer-te que eu amo a vida, que para mim
é bela e é consentida. Muito obrigado senhor por tudo que me
deste por tudo que me dá. Obrigado pelo ar, pelo pão, pela
paz. Muito obrigado pela beleza que os meus olhos veem no
altar da natureza, olhos que fitam o céu, a terra e o mar,que
acompanha a ave fagueira que voa ligeira pelo céu de anil e se
dtem na terra verde salpicada de flores em tonalidades mil.
Muito obrigado senhor porque eu posso ver meu amor. Mas
diante da minha visão eu detecto os cegos que se bebatem na
escuridão, que sofre na solidão, que se perturbam na
multidão, por eles eu oro, eu te imploro comiseração, porque
eu sei que depois desta lida, na outra vida, eles também
enxergarão. Muito obrigado pelos ouvidos meus que me
foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem a musica do povo
que desce do morro na praça a cantar, a melodia dos imortais
ouve-se uma vez e não se esquece nunca mais.A voz
melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro e a dor que geme
e que chora no coração do mundo inteiro. Pela minha
faculdade de ouvir. Pelos surdos eu te quero pedir porque eu
sei que depois que sofrer eles voltarão a escutar, obrigado
pela minha voz e pela sua voz, pela voz que canta, que
alfabetiza, que ilumina, que pautea uma canção, que legisla,
que alfabetiza, pela voz que teu nome pronuncia com doce
emoção, mas diante da minha melodia eu encontro na terra os
que sofrem de afasia, eles não cantam de noite, eles não falam
de dia, oro por eles porque eu sei que depois desta prova na
vida nova, eles cantarão. Obrigado pelas minhas mãos, que
28. aram, que semeiam, que agasalham, mãos de ternura que
libertam da amargura. Mãos que apertam mãos, mãos dos
adeuses, mãos que limpam feridas, enxugam lágrimas e dores
das vidas, pelas mãos de sinfonias, mãos de psicografias, mãos
de cirurgias,mãos de poesias, pelas mãos que atendem a
velhice, a dor, o desamor, que no seio embala o corpo de um
filho alheio, sem receio e pelos pés que me levam a andar sem
reclamar, obrigado senhor porque eu posso caminhar diante
do meu corpo perfeito eu detecto na terra, os aleijados,
amputados, marcados paralisados que se não podem
movimentar, eu oro por eles porque eu sei que depois desta
expiação na outra reencarnação eles também bailarão.Muito
obrigado senhor pelo meu lar. Não é importante que seja um
duplex, um apartamento, uma mansão, uma casa na favela
um gramado de dor seja o que for mas que dentro dele exista
a figura do amor.amor de mãe ou de pai, de mulher ou de
marido, de filho ou de irmã, a presença de um amigo, alguém
que me dê a mão, pelo menos a companhia de um cão, porque
é muito triste viver na solidão.Mas se eu a ninguém tiver para
me amar, nem um teto para me agasalhar,nenhuma cama
para repousar, nem aí reclamarei pelo contrário direi,
obrigado senhor porque eu nasci, obrigado senhor porque eu
creio em ti. Pelo teu amor, obrigado senhor!