O documento apresenta uma introdução à pesquisa contabilística, discutindo conceitos como abordagens dedutiva e indutiva, normativa e positiva, além de categorias como pesquisa fundamental, interpretativa e crítica. Também aborda enfoques como fiscal, legal, ético e comportamental, além de apresentar exemplos do uso de estudos de caso nessa área.
2. Tópicos do Tema
Por. Sergio Alfredo Macore
Conceito de Pesquisa Contabilística (PC)
Enfoque das Contabilidade
Abordagem Dedutiva e Abordagem Indutiva na PC
Abordagem Normativa e Abordagem Positiva na PC
Categorias da Pesquisa contabilística
Uso do Método de Estudo de Caso na PC
Tipos de estudos de caso
Desenvolvimento do Estudo de Caso
Redação do estudo de caso
Papeis do autor de estudo de caso
Natureza social da matéria estudada
3. Conceito de Pesquisa Contabilística
Por. Sergio Alfredo Macore
A pesquisa é uma actividade realizada para a compreensão do
ambiente em que vivemos e para determinar o impacto
das nossas acções sobre ele.
A pesquisa tem diversas classificações: pesquisa académica,
pesquisa científica, pesquisa fundamental ou pesquisa aplicada.
Todas as formas de pesquisa tem um ponto comum: a descoberta.
muitos aspectos de contabilidade remontam nas origens da
humanidade.
A pesquisa em contabilidade é algo relativamente novo no mundo
académico porque a própria contabilidade como disciplina
intelectual é relativamente nova.
Mesmo nas universidade europeias a contabilidade só começou a
ser ensinada no século XIV.
Mas actualmente a contabilidade tem diferentes e ricas
àreas de estudos intelectuais.
4. Demanda da PC em Moçambique
Por. Sergio Alfredo Macore
A introdução de cursos superiores de contabilidade na
maior parte das instituições de ensino superior, incluindo
a criação duma instituição de ensino superior
especializada no ensino da contabilidade;
A Perspectiva de criação do organismo profissional dos
contabilistas e auditores.
A crescente introdução das Normas Internacionais de
Relato Financeiro no quadro de normalização
contabilística nacional.
A necessidade de melhorar os sistemas de reporte
financeiro nas entidades públicas e provadas, para elevar
o grau de prestação de contas, transparência e
responsabilização.
6. Enfoque Fiscal
Por. Sergio Alfredo Macore
O enfoque fiscal é o mais adoptado pelos principiantes de em
contabilidade e que consiste em perguntar o que é que as
autoridades tributárias tem a dizer a esse respeito.
Por exemplo, será que o fisco aceita que as despesas não
documentadas, mas que foram necessárias para a realização das
actividades da empresa, sejam reconhecidas como custo do
exercício?
Este enfoque peca por ignorar, e nem indagar, porquê as
autoridades tributárias teriam chegado às suas conclusões.
O ponto é que uma análise atenta às origens da teoria da
contabilidade fiscal, conclui-se rapidamente que os objectivos da
contabilidade fiscal são muito destintos dos objectivos do relato
financeiro.
Por isso, não é correcto avaliar a teoria contabilística na
base das normas fiscais.
7. Enfoque Fiscal (cont).
Por. Sergio Alfredo Macore
Infelizmente as normas de legislação fiscal têm exercido
efeitos adversos sobre a teoria e os princípios
contabilísticos (ex.):
O uso de metódos de depreciação aceitáveis para fins fiscais na
depreciação contabilística, independemente de obedecer ou não à
boa teoria contabilística na situação envolvida.
A adopção do critério LIFO para a avaliação das existências apenas
se o mesmo é aceite pelas normas fiscais.
A consideração como custos do período, tal como previsto no código
de Impostos Sobre Rendimento de Pessoas Colectivas, de despesas
que poderiam ser capitalizadas, para que a empresa possa fazer a
dedução fiscal o mais depressa possível.
Como a legislação fiscal não permite, a empresa não efectua
nenhuma provisão sobre custos futuros.
8. Enfoque Fiscal (Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
Portanto embora as normas fiscais tenham jogado
um papel importante na adopção das boas práticas
contabilísticas, ela pode constituir um obstáculo à
aceitação da boa teoria contabilística.
A legislação fiscal propriamente dita não pode ser
um pioneira do pensamento contabilístico.
9. Enfoque Legal
Por. Sergio Alfredo Macore
Alguns principiantes em contabilidade analisam os
fenómenos contabilísticos com base na opinião legal.
Mas os juristas normalmente estão interessados no lucro
disponível para pagamento de dividendos , e não no lucro no
sentido de aumento de valor ou como uma medida de
eficiência operacional.
Portanto, embora a lei certamente proporcione numerosos
exemplos que podem estimular o pensamento contabilístico,
ela raramente joga o papel decisivo.
Uma das manifestações claras do enfoque legal está plasmada
no Decreto Nº 13/84 , aprovou o primeiro Plano Geral de
Contabilidade de Moçambique que afirma que “a
contabilidade geral constitui o sistema de informação
destinada a exercer o papel jurídico de prova e de controlo”
(Conselho de Ministros 1984: 3).
10. Enfoque Ético
Por. Sergio Alfredo Macore
Neste enfoque a questão de fundo é: será que não é o caso de se
fazer mais do que simplesmente obedecer a um conjunto de
princípios contabilísticos geralmente aceites?
O enfoque ético não pode ser visto separadamente. Os outros
enfoques também tem conteúdo ético.
As questões éticas fundamentais são parte fundamental de toda a
moderna construção de teorias.
O enfoque ético à teoria da contabilidade dá enfase aos conceitos de
justiça, verdade e equidade.
Alguns conceitos e termos demonstrativos da dimensão ética da
contabilidade:
Neutralidade, ou seja, a característica de que a informação não deve receber
qualquer colorido tendente a influenciar o comportamente dos usuários;
Representação fidedigna, a qual tem a haver com a necessidade de a
informação contabilística retratar fielmente as operações e eventos ocorridos.
11. EnfoqueEstrutural
Por. Sergio Alfredo Macore
Trata-se do do enfoque clássico da contabilidade, porque se
concentra na estrutura do próprio sistema de contabilidade.
Ao nível da prática contabilística é comum o uso deste enfoque
procurando lidar com os problemas por semelhança.
Por exemplo, o contabilista procura dar o tratamento de uma
transação concreta socorrendo-se do tratamento dado às
transacções semelhantes no passado.
Neste enfoque o profissional de contabilidade busca a uniformidade
no registo e na divulgação da informação contabilística.
Os contabilistas apenas recorrem aos princípios e às teorias
fundamentais da contabilidade apenas quando são confrontados
com transacções que não se encaixam num modelo previamento
desenhado.
12. Enfoque Económico
Por. Sergio Alfredo Macore
Consiste na interpretação dos conceitos contabilísticos
em termos de conceitos económicos, na perpectiva
macronómica, micronómica e social-empresarial.
A questão de fundo que se coloca é sobre qual será o
impacto dos procedimentos contabilísticos sobre a
economia, sobre os accionistas e sobre outros grupos de
interesse.
A premissa básica do enfoque económico é de que a
informação financeira possui consequências económicas
inevitáveis.
A forma exacta assumida por essas consequências nem
sempre é de fácil determinação e está sujeita sempre a
alguma discussão.
13. Enfoque Comportamental
Por. Sergio Alfredo Macore
Consiste da combinação das visões da psicologia e da sociologia para
desenvolver ou analisar as teorias da contabilidade.
Preocupa-se com a relevância da informação transmitida aos
responsáveis da tomada de decisões e no comportamento de
indivíduos ou grupos como resultado da apresentação da
informação contabilística.
O enfoque comportamental tem estimulado os académicos e
profissionais na busca de objectivos fundamentais para a
contabilidade.
O enfoque comportamental busca o conhecimento sobre:
Quem são os usuários das demonstrações financeiras?
Qual é a natureza das informações específicas desejadas pelos usuários das
demonstrações financeiras?
Será que é possível encontrar necessidades comuns de apresentação das
demonstrações financeiras genéricas, ou devem ser atendidas as necessidades
específicas de grupos de usuários?
14. Abordagem Dedutiva
Por. Sergio Alfredo Macore
Em contabilidade as generalizações designam-se
postulados.
A partir dos postulados os contabilistas deduzem os
princípios contabilísticos que servem de base para
aplicações concretas ou práticas.
Os críticos da aboragem dedutiva defendem que se
qualquer dos postulados ou uma das suas premissas for
falso, os princípios derivados e as suas aplicações serão
igualmente falsos.
Aabordagem dedutiva é considerada como estando
demasiadamente distante da realidade para ser capaz de
produzir princípios realistas e eficazes, ou servir de base
para regras práticas.
15. Abordagem Dedutiva (Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
Os defensores da abordagem dedutiva defendem que
não é necessário que a teoria seja inteiramente prática
para que seja útil ao estabelecimento de procedimentos
eficazes.
A principal finalidade da teoria da contabilidade é geral
um referencial para o desenvolvimento de novas ideias e
novos procedimentos, ajudando na escolha de
procedimentos alternativos.
Se esses objectivos forem alcançados não será necessário
a teoria seja baseda completamente em conceitos
práticos ou se limite ao desenvolvimento de
procedimentos práticos em termos de tecnologia
corrente.
16. Abordagem Indutiva
Por. Sergio Alfredo Macore
O processo inditivo consiste na formulação de conclusões
gerais com base em algo específico, que resulta de uma
pesquisa ou observação impírica.
A vantagem do enfoque indutivo reside em não se limitar
necessariamente a um modelo ou estrutura
Os pesquisadores tem a liberdade para fazer qualquer
observação que julguem relevante.
A principal desvantagem da abordagem indutiva reside no
facto de que os observadores tendem a ser influenciados por
ideias subconscientes sobre quais são as relações relevantes e
sobre que dados devem ser observados.
Outra desvantagem da abordagem indutiva é de que, em
contabilidade, os dados brutos das empresas tendem a ser
diferentes, o que dificulta as generalizações.
17. Abordagem Normativa e Abordagem
Positiva
Por. Sergio Alfredo Macore
Os profissionais e académicos da contabilidade
interessam-se por encontrar respostas a perguntas de
dois tipos:
o o normativo que visa descobrir a melhor maneira de registar
contabilisticamente uma certa transacção, e;
o o positivo, que procura descobrir como os administradores
decidem o que é melhor para eles.
A resposta a esses tipos de perguntas, juntamente com o
esforço para encontrar tais respostas representam o
campo teórico da contabilidade.
Tanto as teorias indutivas quanto as teorias dedutivas
podem ser descritivas (positivas) ou prescritivas
(normativas).
18. Abordagem Normativa e Abordagem
Positiva (Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
A abordagem positiva visa mostrar e explicar quais e
como são apresentadas e comunicadas as informações
financeiras aos usuários.
A abordagem normativa visa recomendar que dados
devem ser apresentados; ou seja procura explicar o que
deve ser, no lugar do que é.
Geralmente as teorias indutivas, por natureza, são teorias
positivas. Mas disso não decorre que as teorias dedutivas
são por conseguinte normativas.
Com efeito, numa pesquisa contabilística é possível partir
d e generalizações do que se acha existir e obter daí
deduções específicas que sejam completamente
dedutivas.
19. Abordagem Normativa e Abordagem Positiva
(Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
A teoria contabilística positiva explica a regulação
contabilística, como é o caso da legislação governamental e a
emergência de organismos de normalização contabilística, em
termos de carácter de bem público das demonstrações
financeiras.
A teoria contabilística positiva defende que a produção das
demonstrações financeiras pode conferir um valor social à
economia como um todo.
A pesquisa positiva envolve o estudo das consequências
económicas dos padrões de contabilidade, particularmente
para os gestores, accionistas e para a própria empresa em
termos de lucratividade.
A pesquisa positiva tem sido sujeita à crítica baseada no facto
de ser impossível divorciar o teste empírico da análise teórica.
21. Persquisa Contabilística Fundamental
Por. Sergio Alfredo Macore
A pesquisa contabilística fundamental deriva da
concepção sociológica de que a sociedade é um sistema
de elementos inter-relacionados, com cada um dos
elementos da vida social desempenhando uma função
específica.
O trabalho do pesquisador é o de descobrir a natureza
dessas funções.
Na pesquisa contabilística fundamental o pano de fundo
é o funcionamento do sistema de contabilidade.
Aqui o pesquisador parte da observação objectiva da
sociedade, tomando o comportamento individual como
determinístico, usando a observação empírica e a
metodologia positiva.
22. Pesquisa Contabilística Fundamental
(Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
A pesquisa contabilística fundamental baseia-se nos
seguintes pressupostos:
A teoria e a observação são independentes uma da outra, e os
métodos quantitativos de colecção de dados visam fornecer
dados para as generalizações.
A realidade empírica é objectiva e externa ao sujeito
(pesquisador). Os actores humanos são objectos
essencialmente passivos. A sociedade e as organizações são
basicamente estáveis, e o comportamento disfuncional pode
ser gerido através do desenho de sistemas de controlo.
A contabilidade centra-se nos meios, e não nos fins, pois ela
tem um papel neutral relativamente às estruturas
institucionais existentes.
23. Pesquisa Contabilística Interpretativa
Por. Sergio Alfredo Macore
Esta categoria de pesquisa respeita a compreensão do
mundo social, e inclui o trabalho que objectiva a
compreensão da natureza socialda prática contabilística.
Neste tipo de pesquisa a teoria é usada para fornecer
uma explicação das intenções humanas.
A adequação da teoria é avaliada através da consistência
lógica, interpretação subjectiva e concordância com o
senso-comum do autor.
Esta pesquisa assume que a realidade é uma social
concretizada através da interação humana; as acções
humanas são intencionais e tem significado enraizado no
contexto histórico e social.
24. Pesquisa Contabilística Interpretativa
Por. Sergio Alfredo Macore
A pesquisa contabilística interpretativa baseia-se nos
seguintes pressupostos teóricos:
A teoria é usada para fornecer explicações às intenções humanas. A
sua adequacidade é avaliada pela consistência lógica, interpretação
subjectiva e concordância com o senso comum do autor.
A realidade é uma construção construção social que objectiva através
da interação humana cujo significado é moldado pelo contexto
histórico e social.
A ordem social é assumida e a mediação do conflito é realizada
através da partilha de significados.
A pesquisa contabilística pretende explicar as acções e compreender
como a ordem social é produzida e é reproduzida.
25. Pesquisa Contabilística Interpretativa
Por. Sergio Alfredo Macore
A condução duma pesquisa interpretativa requer um
estudo detalhado das práticas contabilísticas.
É necessário situar as práticas correntes no seu
contexto histórico, assim como no seu contexto
económico, social e organizacional.
Assim os pesquisadores adoptam uma abordagem
holística em que a contabilidade é estudada como
uma parte dum sistema social unificado, com o
objectivo de construir teorias que ajudam a
compreender a natureza das estruturas sociais que
modelam as práticas sociais.
26. Pesquisa Crítica
Por. Sergio Alfredo Macore
Esta categoria de pesquisa assume que o julgamento das
teorias está limitado pelo contexto e pelo tempo.
Os objectos sociais podem ser compreendidos através de um
estudo do desenvolvimento histórico e mudanças num
contexto de relações totais.
A realidade empírica é caracterizada pela objectividade e
relações reais, mas que são transformadas e reproduzidas
através da interpretação subjectiva.
A intenção humana e a racionalidade são aceites, mas devem
ser sujeitas à análise crítica porque o potencial humano está
alienado pela falsa consciência e pelas ideologias.
A teoria tem um imperativo crítico, particularmente na
identificação e remoção da dominação e práticas ideológicas.
27. Pesquisa Crítica (Cont.)
Por. Sergio Alfredo Macore
A pesquisa contabilística crítica baseia-se nas seguintes
assumpções:
O critério de julgamento é sempre contextual e impírico. Os objectos
sociais apenas podem ser compreendidos através do estudo do seu
desenvolvimento histórico e contextual.
A intenção e a racionalidade humana são aceites, mas devem ser
sujeitas a análise crítica. O conflito fundamental é endémico das
sociedades devido à injustiça social.
A teoria tem um imperativo crítico: identificar e remover a
dominação e as práticas ideológicas.
Uma das críticas a este tipo de pesquisa é de que mesmo que ela
esteja preocupada em compreender a os processos sociais, ela não
incorpora um programa para a mudança social desejada.
28. USO DO MÉTODO DE ESTUDO DE CASO
Por. Sergio Alfredo Macore
O método de estudo de caso tem se tornado comum na
pesquisa contabilística.
O método de estudo de caso “fornece a possibilidade de
compreender a contabilidade na prática, tanto em termos de
técnicas, procedimentos, sistemas, etc. que são usados e a
forma como eles são usados” (Ryan, B. 2003:142).
Na pesquisa contabilística o estudo de caso está ganhando
aceitação como método apropriado de pesquisa, mas há um
conjunto de questões se levantam:
o O que é estudo de caso em contabiliade
o Como avaliar estudo de caso contabilística?
o Em que circunstâncias o método de estudo de caso é mais apropriado
que os outros métodos?
29. Tipos de estudos de caso
Por. Sergio Alfredo Macore
Estudo de caso descritivo
Estudo de caso ilustrativo.
Estudo de caso experimental.
Estudo de caso exploratório.
Estudo de caso esplanatória.
30. Estudo de caso descritivo
Por. Sergio Alfredo Macore
Este tipo de estudo de caso descreve os sistemas
de contabilidade, as técnicas e os procedimentos
usados na prática contabilística.
Para a realização da pesquisa selecciona-se um
certo número de empresas, que são tomados
como casos para descrever as diferentes práticas
contabilística.
Este tipo de pesquisa é bastante suportado pelos
organismos profissionais de contabilidade pelo facto
de que pode fornecer as “melhores” práticas
contabilísticas.
31. Estudo de caso ilustrativo.
Por. Sergio Alfredo Macore
Este tipo de estudos de caso tenta ilustrar práticas
contabilísticas inovativas duma empresa ou de um
país.
Esste estudo de caso demonstra o que tem sido
atingido em termos práticos.
32. Estudo de caso experimental.
Por. Sergio Alfredo Macore
Os pesquisadores contabilísticos tem
frequentemente desenvolvido novos
procedimentos e técnicas que visam
ajudar a prática profissional.
Estas técnicas e procedimentos são
desenvolvidos a partir da perspectiva
teórica existente, visando indicar o que
poderia ser feito na prática.
33. Estudo de Caso Exploratório.
Por. Sergio Alfredo Macore
Este tipo de estudo de caso é usado para para explorar
as razões duma prática contabilística particular.
Permite ao pesquisador gerar hipóteses a cerca de
uma prática contabilística.
Essas hipóteses podem ser testadas
subsequentemente num estudo de escala maior.
Neste sentido a pesquisa exploratória representa
uma investigação preliminar, que visa gerar ideias
e hipóteses para teste empírico num estágio
posterior.
O objectivo dessa pesquisa subsequente é de produzir
generalizações sobre as práticas contabilísticas.
34. Estudo de caso esplanatória.
Por. Sergio Alfredo Macore
Este tipo de estudo de caso explica as razões das
práticas contabilísticas observadas.
Neste tipo de estudo de caso a teoria é usada para
compreender e explicar aspectos específicos da
prática contabilística.
A teoria é util se ela permite ao pesquisador
fornecer explicações convicentes das práticas
observadas.
Se as teorias disponíveis não fornecem tais explicações,
será necessário modificar as teorias existentes ou
desenvolver novas teorias que depois podem podem ser
usadas noutros estudos de caso.
35. Desenvolvimento do Estudo de Caso
Por. Sergio Alfredo Macore
O planeamento dum estudo de caso envolve o
desenho do projecto, o plano de pesquisa, o plano de
entrevistas e levantamentos, etc.
Durante o trabalho de campo há consideráveis notas
tomadas e, possivelmente, relatórios preliminares.
Finalmente, a fase de redação envolve a produção
duma análise detalhada do caso bem como a sua
interpretação, que fará parte do relatório de pesquisa
e possivelmente duma dissertação.
Por isso o pesquisador deve ter apuradas habilidades
de linguagem.
36. Redação do estudo de caso
Por. Sergio Alfredo Macore
A fase da redação envolve a construção do estudo a
partir de uma montanha de dados, notas de
trabalho de campo, relatórios, etc.
Redigir um estudo de caso é um acto literário e
criativo, sendo o pesquisador um escritor-autor do caso.
Na redução do estudo de caso o pesquisador deve
produzir um texto convicente para os seus leitores. O
pesquisador deve:
Compreender completamente o que está a acontecer no estudo de
caso.
Estar convencido de que a plausibilidade selectiva foi evitada.
Aplausibilidade selectiva ocorre quando a evidência é
selecionada apenas porque encaixa na teoria do
pesquisador.
37. Estudo de caso convicente
Por. Sergio Alfredo Macore
Golden-Prodedle e Locke (1993) defende
que um texto convicente deve ser:
Autêntico
Plausível, e;
critico.
38. Qualidades do caso convicente
Por. Sergio Alfredo Macore
Autencidade.
Demonstração de que as interpretações do
pesquisador estão basedas no caso.
Demonstração de o autor esteve lá e
realmente fez o trabalho (detalhe das pessoas
entrevistadas, reuniões atendidas, etc.)
Uso de dados qualitativos e por uma
evidência extensiva para suportar os pontos,
as questões e os argumentos apresentados
pelo autor.
39. Qualidades do caso convicente
Por. Sergio Alfredo Macore
Plausibilidade.
O texto faz sentido para o leitor e se o
pesquisador demonstra um alto
conhecimento da matéria estudada.
As questões levantadas pelo caso devem estar
ligadas com a leiteratura existente e deve
reconhecer as relações com outros estudos de
caso e teorias, incluindo outras disciplinas
quando relevantes.
Escrita coerente e um caso bem estruturado .
40. Qualidades do caso convicente
Por. Sergio Alfredo Macore
Criticidade.
A criticidade de um texto respeita às
possibilidades de provocação.
O caso pode levantar ideias e/ou acrescentar
novas perspectivas à teoria existente.
O estudo de caso pode ter implicações, tanto
ao nível do caso em sí, como ao nível geral,
por exemplo, lançando aspectos teóricos que
podem ser considerados em outros estudos de
caso.
41. Papeis do autor de estudo de caso
Por. Sergio Alfredo Macore
Outsider. Como outsider o pesquisador mantem
uma distância do caso, mas baseia as suas análises
com base na evidência existente.
Visitante. O pesquisador assume-se como alguém
que visita o local do caso e entrevista os sujeitos do
caso. O pesquisador não está directamente envolvido
na matéria que é objecto da pesquisa.
Facilitador. O pesquisador levanta as questões
sobre a matéria que é objecto de estudo, modera a
discussão fornecendo as soluções alternativas.
42. Papeis do autor de estudo de caso
Por. Sergio Alfredo Macore
Participante. Em alguns estudos sociológicos, os
pesquisadores empregam-se na empresas onde
pretendem realizar o estudo. Trabalhando na
organização permite ao pesquisador tomar o pulso
directo sobre o dia a dia matéria objecto de estudo.
Actor. Neste caso o pesquisador está directamente
envolvido na organização, possivelmente
introduzindo novos sistemas ou procedimentos. O
pesquisador é um participante activo nos processos
em pesquisa.
43. Fraquesas do estudo de caso
Por. Sergio Alfredo Macore
O método de estudo de caso apresenta
três fragilidades e fraquezas
fundamentais, nomeadamente:
Delimitação da fronteira sobre a matéria
do caso.
Natureza social da matéria estudada.
Considerações éticas.
44. Fronteira sobre a matéria
Por. Sergio Alfredo Macore
A abordagem interpretativa enfatiza a
importância de situar as práticas
contabilísticas no ambiente geral e
no contexto interno da organização.
Mas até que ponto o pesquisador
deve expandir o caso estudando as
interlações entre a matéria estudada
àqueles ambientes e sistemas?
45. Natureza social da matéria estudada
Por. Sergio Alfredo Macore
O ponto é que os sistemas sociais não são
fenómenos naturais, por isso eles não
podem ser compreendidos
independentemente do papel do
homenm.
O pesquisador não pode ser considerado
um observador neutral.
O pesquisador interpreta a realidade
social da qual ele mesmo faz parte.
46. Considerações éticas
Por. Sergio Alfredo Macore
Muitos estudos de caso em contabilidade requerem o
acesso às informações confidenciais das
instituições objecto de estudos.
O grau de acesso depende da prévia garantia da
instituição de que a confidencialidade das
informações está asseguarada.
O sujeito pode estar mais aberto para com o investigador
se ele está confidente de que a informação entregue vai
ser tratada com a necessária confidencialidade.
Este aspecto pode levantar o problema de
plausibilidade selectiva ou de obtenção de evidências
suficientes para suportar as, interpretações, explicações e
argumentos apresentados.
47. Requisitos de um Bom Tema
1. Tema coberto nos conteudos temáticos do curso.
2. Tema específico para permitir ou seu manuseio.
3. Relevância do problema para a realidade Moçambicana.
4. Existência de um corpo de teoria para a revisão da literatura.
5. Apresentação de algo novo na pesquisa contabilística
Moçambicana.
6. Relacionamento com a perspectiva profissional futura do
estudante.
7. Existência de um modelo ou quadro conceptual para o estudo
teórico e para a análise de dados.
8. Facilidade ou possibilidade de obtenção de dados para o estudo,
dentro de um período de tempo razoável e a um custo
comportável.
Por. Sergio Alfredo Macore
48. Muito Obrigado
Em caso de duvida, entre em contacto comigo
pelo E-mail:
Sergio.macore@gmail.com
846458829
Pemba – Cabo Delgado
Por. Sergio Alfredo Macore