3. Economia
A exemplo de seus governos provisório e constitucional,
Getúlio Vargas deu sequência à política de
desenvolvimento baseada no nacionalismo econômico e
no intervencionismo estatal, procurando modernizar e
integrar o Brasil ao capitalismo industrial. Para tanto,
buscou-se a diversificação da economia — sem
abandonar a proteção à cafeicultura — estimulando outras
culturas, ao mesmo tempo em que se afirmava o modelo
de substituição permanente das importações, através do
impulso dado à industrialização. Nesse passo, foi de
fundamental importância a conjuntura da Segunda Guerra
Mundial, que reduziu a oferta de artigos industrializados, a
diversificação agrícola e o crescimento do mercado
interno.
4. O Estado, por sua vez, passava a atuar como investidor em
setores da economia (indústrias de base) onde o capital
privado era insuficiente, criando para isso uma rede de
agências e órgãos que garantisse sua presença na vida
econômica nacional. Com isso, foram criados, logo de início
(1937-38), o CNP (Conselho Nacional do Petróleo), o
Instituto Nacional do Mate, o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) e o Conselho Técnico de Economia
e Finanças (CTP). Em 1939, o governo apresentou um
Plano Quinquenal para alavancar o desenvolvimento,
dando ênfase aos investimentos estratégicos em uma
usina de aço, uma fábrica de aviões, uma fábrica de
motores e a Hidrelétrica de Paulo Afonso, da CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional), da Cia. Vale do Rio
Doce, atuando na extração de minérios, e da Cia.
Hidrelétrica do São Francisco, fundamentais para a
produção siderúrgica e energética.
5. As Bases do Estado Novo
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP): assegurava o controle
da máquina burocrática do Estado, supervisionando, entre outras atribuições, a
ação dos interventores nos Estados, além de funcionar como um grande cabide
de empregos.
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP): exercia o controle ideológico da
Nação através da censura total aos meios de comunicação, da publicidade do
governo e do controle sobre a opinião pública. Responsável pela difusão da “boa
imagem” do governante como um verdadeiro culto à personalidade, através de
fotos, passeatas, concentrações ou outros eventos; e pela criação da Hora do
Brasil (Hoje “A Voz do Brasil”), programa radiofônico de emissão obrigatória por
todas as estações de rádio do País.
Polícia Política da ditadura estadonovista: comandada por Filinto Muller,
foiresponsável pela prisão, morte e tortura de milhares de “inimigos” do regime.
Política trabalhista de Vargas: de caráter nitidamente populista, suprimiu a luta
entre capital e trabalho através da organização corporativa dos sindicatos e da
eficiente política do peleguismo. O ponto culminante do populismo getulista,
voltado para o operariado urbano, deu-se com a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), concedida em 1943.
6. Foto de novembro de 1937,
após o golpe de Estado que
implantou o Estado Novo.
Fonte: Livro - Pelos
caminhos da História -
Adhemar Marques - Editora
Positivo-1ª Edição/2006
Ver vídeo da
Cremação das
bandeiras
estaduais
8. Moldando comportamentos – A
censura na música
O malandro (ou seja, a malandragem) foi condenado.
A importância da exaltação do trabalho no projeto do
Estado Novo.
A censura como objeto dominador político.
O DIP como instrumento de coerção social.
Lembre-se de comentar e explicar que:
O trabalho para Getúlio Vargas era um forte instrumento
de integração das massas trabalhadoras na política.
A concretização do Estado Novo dependia da formação
de um homem novo, lutador, trabalhador.
Ver a música de Wilson Batista
9. A letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais
um sócio otário/só eu não vou trabalhar”. O DIP
determinou que a letra fosse modificada. Veja como a letra
ficou:
O Bonde de São Januário
Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O Bonde de São Januário leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas hoje eu penso melhor no futuro
Graças a Deus sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
Passe bem!
10. Lembranças do Cangaço
Acorda Maria Bonita / Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando / E a polícia já está de pé
Se eu soubesse que chorando / Empato a tua viagem
Meus olhos eram dois rios / Que não te davam
passagem
Cabelos pretos anelados / Olhos castanhos delicados
Quem não ama a cor morena / Morre cego e não vê nada
11. O samba-exaltação: Aquarela
do Brasil
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
O Brasil, samba que dá
bamboleio que faz
gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim, pra
mim, pra mim
Ah! ouve estas fontes
murmurantes
Aonde eu mato a minha
sede
E onde a lua vem
brincar
Ah! esse Brasil lindo e
trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e
pandeiro
Brasil! Pra mim, pra
mim! Brasil!