1) O documento discute a campanha salarial do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) para 2014/2015, com reivindicações como aumento salarial de 10% e jornada de 30 horas semanais.
2) O SEESP realizou ato em homenagem ao Dia do Enfermeiro na Assembleia Legislativa de São Paulo, premiando 44 profissionais.
3) O sindicato participou de seminários durante a Semana da Enfermagem para debater direitos trabalhistas com os profissionais.
1. CONEXÃO
FILIADO À
E3DIÇÃO SE4AS EXCESSIVAS
CARGAS HORÁRIAS
NA ENFERMAGEM
#34 | 2º MESTRE DE 2014 ARTIGO CIENTÍFICO
Educação a distância no
contexto da graduação em
Enfermagem
SEESP EM CAMPO
Homenagem ao Dia do
Enfermeiro, Mesas de
Negociação, entre outros
PERFIL
Enfermeira Ritsuko Tanida
3. EDITORIAL
SEESP EM CAMPO 04
JURÍDICO 08 CARREIRA 20
PERFIL 10
REPORTAGEM 17
CIDADANIA 14
MOBILIZAÇÃO 24
ARTIGO CIENTÍFICO
( DESTACÁVEL )
CONEXÃO
ÍNDICE
Caro(a) leitor(a),
Receber salários justos, que supre as
necessidades, e com isso, abram as portas da
dignidade, não é um luxo, é um direito o qual
todos os homens têm garantido por lei.
“Quem trabalha tem direito a uma
remuneração equitativa e satisfatória, que
lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e
completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social”, Declaração
Universal dos Direitos Humanos, artigo 23.
Ter uma remuneração adequada é criar caminhos para que os trabalhadores
possam ter uma vida confortável, colhendo os frutos do empenho do exercício
da sua profissão. Por isso, O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São
Paulo (SEESP), juntamente de seus diretores, segue com a campanha salarial
2014/2015, que possui, além de outras várias reivindicações, um aumento real
de 10% sobre o salário já corrigido.
Somos contra a visão de uma remuneração não meritória, onde o trabalhador é
visto apenas como um gasto necessário. O profissional é a essência de qualquer
empresa. Na saúde, os enfermeiros são protagonistas indispensáveis para que
haja qualidade no tratamento e assistência ao paciente. E para conquistar salários
mais justos e compatíveis, o SEESP negocia incessantemente acordos com os
sindicatos patronais garantindo melhorias e mais benefícios.
Nesta campanha, destaca-se também a importância da regulamentação da
jornada de trabalho em 30 horas semanais. Precisamos combater as cargas de
trabalho excessivas as quais os profissionais estão sendo submetidos.
Não podemos deixar os enfermeiros à mercê de um mercado de trabalho que
marginaliza e sucateia a mão de obra. Por isso, lutamos para unir os profissionais.
Juntos, somos mais fortes para batalhar por salários justos, pela jornada de
trabalho de 30h e cobrar das autoridades os nossos direitos. A luta da categoria
não pode enfraquecer!
Um forte abraço,
Solange Caetano
DIRETORIA
PRESIDENTA
SOLANGE CAETANO
SECRETARIA GERAL
ELAINE LEONI
SECRETARIA DE FINANÇAS
JOSEFA BEZERRA DO VALE
SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS
ANA LUCIA FIRMINO
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA
NATANAEL COSTA
WWW.SEESP.COM.BR
PRESIDENCIA@SEESP.COM.BR
SEDE SÃO PAULO
RUA RONDINHA, 72 – CHÁCARA INGLESA
CEP 04140-010 | (11) 2858-9500
SUBSEDE BAURU
RUA XV DE NOVEMBRO, 3-70 – CENTRO
CEP 17015-010 90 | (14) 3227-7867
SUBSEDE RIBEIRÃO PRETO
RUA VISCONDE DE INHAÚMA, 868 – CENTRO
CEP 14010-100 | (16) 3234-9500
SUBSEDE TAUBATÉ
RUA SILVA JARDIM, 366 – CENTRO
CEP 12030-090 | (12) 3631-4485
SUDSEDE SOROCABA
RUA CESÁRIO MOTA, 482- CENTRO
CEP 18035-200 | (15) 3233-1115
SUBSEDE PRESIDENTE PRUDENTE
R. ULISSES RAMOS DE CASTRO, 268 – BOSQUE
CEP 019010-100 | (18) 3222-5248
SUBSEDE SANTOS
EM REVITALIZAÇÃO
JORNALISTA RESPONSÁVEL
VANESSA RIBOLDI - MTB 58463 / SP
PROJETO GRÁFICO
AGÊNCIA MOVI BRASIL
DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL
VANESSA RIBOLDI
REDAÇÃO
VANESSA RIBOLDI
JANDERSON DIFANTI
ASSESSORIA GRÁFICA
THYL PRODUÇÃO GRÁFICA
TIRAGEM: 40 MIL EXEMPLARES
4. SEESP EM CAMPO
HOMENAGEM AO DIA DO ENFERMEIRO E A SEMANA DA
4
SEESP REALIZA TRADICIONAL ATO SOLENE EM
Sindicato dos Enfermeiros
do Estado de São Paulo
(SEESP) realizou, em maio, mais uma
edição do tradicional Ato Solene em
Homenagem ao Dia do Enfermeiro
e a Semana da Enfermagem, na
Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo.
Com apoio da deputada
estadual Sarah Munhoz
(PCdoB-SP), o evento lotou o
Auditório Franco Montoro de
profissionais de enfermagem,
ENFERMAGEM
familiares e amigos que foram
prestigiar os homenageados
da noite.
A mesa de abertura,
composta pelas deputadas
estaduais Sarah Munhoz
(PCdoB-SP), Leci Brandão
(PCdoB-SP), pelo chefe de
gabinete do deputado estadual
Marcos Martins (PT-SP),
Amauri Lima, pela diretora
da Federação Nacional dos
Enfermeiros (FNE), Elisabete
Guse, pelo diretor da
Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Seguridade
Social (CNTSS), Ademir Portilho
Proni e pela presidente do
Sindicato dos Enfermeiros do
Estado de São Paulo (SEESP)
e presidente da FNE, Solange
Caetano, teve unanimidade no
discurso sobre importância do
trabalhador da enfermagem
nos atendimentos de saúde
e, principalmente, nas árduas
lutas pela categoria, em
especial, a regulamentação
da jornada de trabalho em 30
horas semanais.
Homenageados: 44
profissionais foram agraciados
pelo SEESP com Prêmio Anna
Nery, por sua dedicação a
enfermagem e histórias de vida
e carreira com destaque nos
hospitais em que trabalham.
Os músicos Janos Babicsak
e Sandro fizeram uma
apresentação musical também
em prestígio aos presentes.
“Muitas vezes o enfermeiro
não imagina que seu trabalho
é reconhecido, pois a correria
do dia-a-dia não permite que
esse profissional perceba o
quanto sua dedicação garante
a satisfação e alegria do
paciente e de seus familiares.
Ver no rosto de cada um desses
profissionais, a surpresa e
a emoção de receber uma
singela homenagem, faz
com que tenhamos a certeza
que representa-lo e lutar por
seus direitos é a nossa maior
missão. E temos o maior
orgulho disso!”, finalizou
Solange Caetano.
O SEESP entende que os
profissionais de enfermagem
devem ser valorizados por
sua dedicação incansável na
construção de uma saúde mais
digna para todos os brasileiros.
O
5. SEESP EM CAMPO
5
CONFIRA OS HOMENAGEADOS DE 2014
Hospital Santa Catarina
Euclydes D. Garcia Florentino
Hospital Estadual de
Sapopemba
Cyntia Kakiuchi Muhlpointner
Hospital do Servidor
Público Municipal
Beatriz Fátima Preto
Hospital Municipal
Pimentas Bonsucesso
Nanci Danielle de Sá
Hospital Municipal Doutor
José Soares Hungria
Ruthléa de Deus Teixeira
Hospital Estadual de
Franco da Rocha
Bruna Coimbra Rodrigues
Hospital Municipal de
Barueri
Carlos Alberto Araujo
Hospital Geral de
Pedreira
Adriana Maria Moreira
Hospital Estadual Mario
Covas de Santo André
Quitéria C. da Silva Torres
Hospital Santa Virgínia
Emilia Maria Gomes Dantas
Hospital Sírio Libanês
Jeovah Jerônimo Ferreira
Hospital Municipal São
Luiz Gonzaga
Evelyn Custódio Gama
Hospital A.C. Camargo
Paula Christina de S.Simões
Hospital do Servidor
Público Municipal
Alice Moreira de C. Silva
Hospital Geral de Itapevi
Adalha M. de Jesus Barbosa
Hospital Municipal Doutor
Arthur Ribeiro de Saboya
Cleonice Costa Novais
Hospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo
Cleide Maria F. da Silva Zorze
Hospital Municipal de
Jandira
Hiroko Iwahashi Seraphim
Hospital Oswaldo Cruz
Lindolfo de Oliveira Santos
Conjunto Hospitalar do
Mandaqui
Neusa Aparecida Cardoso
Santa Casa de São Paulo
Carmen Lúcia Cleto Arneiro
Hospital Sírio Libanês
Dayse Maioli Garcia
Hospital Anchieta
Maria Vanusa de S.Lemos
Hospital Geral de
Pirajussara
Ana Maria da Silva
Hospital São Vicente de
Paula
Valéria Regina Martins
Hospital Sírio Libanês
Maria Bernadete M.Souza
Hospital Beneficência
Portuguesa de São
Caetano do Sul
Teresa Cristina S.Papini
Hospital Cruz Azul
Marcia Maria Gasperini Melo
Hospital São Cristóvão
Andressa Lopes Bernardo
Hospital Municipal
Carmino Carichio
Joana de Lourdes da Silva
Hospital Santa Marcelina
Andréia Alves da S. Soncini
Fundação ABC/HMU
Maria Ap. Riva de Andrade
Hospital Maternidade
Leonor Mendes de Barros
Irene Batista dos Santos
Pró Saúde de Campo
Limpo Paulista
Mônica de Paula M. Silva
Santa Casa de Suzano
Aline Cristina M. da Silva
Hospital Vila Maria
Edimara Dias
Hospital Maternidade
Leonor Mendes de Barros
Maria Isabel Mota da Silva
Hospital de Clínicas
Municipal de São
Bernardo do Campo
Adriano Rodrigues de Sousa
Complexo Hospitalar
Edmundo Vasconcelos
Jacqueline Siqueira Mendes
Ambrozi
Instituto do Coração do
Hospital das Clínicas
Ritsuko Tanida
Hospital Estadual de
Diadema
Maria Inês da Costa
Hospital Municipal
Carmino Carichio
Maria Paula Vitale Fragoso
Hospital Geral do
Guaianazes
Vanli Araujo de Oliveira
SPDM
Hosana Alves Moreira
6. SEESP EM CAMPO
6
PALESTRAS SEMANA DE ENFERMAGEM
CAMPANHA SALARIAL: O SEESP REALIZA REUNIÕES
COM OS ENFERMEIROS
Sindicato dos Enfer-meiros
do Estado de
São Paulo (SEESP) já deflagrou
mais uma campanha salarial
realizando assembleias com
os enfermeiros em todo o Es-tado
para debater as 93 cláu-sulas
que poderão ser firma-das
em Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT) com vigên-cia
2014/2015.
Entre as cláusulas já
comumente asseguradas,
o SEESP pleiteia o aumento
real de 10% sobre o salário
já corrigido e a jornada
máxima de trabalho em 30
horas semanais. Adicionou-se
também o item que garante
aos enfermeiros e enfermeiras
o direito a dispensa de, pelo
menos, ½ dia de trabalho
por ano para realização de
exames de prevenção ao
câncer de próstata e mama,
respectivamente.
A data-base dos
enfermeiros – período em que
os sindicatos dos trabalhadores
e os patronais firmam as CCTs
e que também é utilizada
como referência na aplicação
dos direitos acordados – é 1º
de setembro.
É importante ressaltar
que, de acordo com a Lei
nº 7.238/84, o empregado
que foi dispensado sem justa
causa no mês que antecedeu
a sua data-base tem direito
a receber o valor de 01 (um)
salário contratual como
indenização.
“Os enfermeiros precisam
ficar atentos aos seus direitos.
Caso não haja o cumprimento
por parte da instituição
os trabalhadores devem
procurar o Sindicato para
que possamos orienta-los e,
se for necessário, ingressar
com ação judicial”, reforçou
Solange Caetano, presidente
do SEESP.
SEESP participou das
comemorações da
Semana de Enfermagem em
vários municípios do Estado,
levando para as instituições
assuntos que foram apresentados
em diversas palestras.
Os profissionais de enfermagem
acompanharam discussões de
temas como: assédio moral, luta
pela regulamentação da jornada
de trabalho em 30 horas semanais,
qualidade do exercício profissional
e apresentações sobre o trabalho
desenvolvido pelo SEESP. Este
ano, os debates procuraram
abranger temas que levassem ao
conhecimento dos profissionais os
seus direitos trabalhistas.
“Nesta semana tão importante
para a Enfermagem, o SEESP
buscou levar para os trabalhadores
informações e dicas para melhorar
a qualidade do trabalho, novidades
e conscientização dos seus deveres
e direitos”, lembrou Péricles
Cristiano Flores, diretor do SEESP.
“É preciso que os Enfermeiros
se apoderem dos mesmos para
saber o quê, como, quando, e
onde reivindicar. Devemos lembrar
que são os Sindicatos as entidades
criadas para fazer a defesa dos
profissionais”, ressaltou Péricles.
Caso você tenha dúvidas
trabalhistas, entre em contato com o
SEESP pelo telefone: (11) 2858-9500.
O
O
7. 7
SEESP EM CAMPO
SEESP APRESENTA REIVINDICAÇÕES
À PREFEITURA DE SÃO PAULO
A cordos sobre Plano
de Cargos, Carreiras
e Salários (PCCS) e da
valorização dos profissionais de
saúde são assuntos debatidos
com a prefeitura através da
Mesa Setorial de Negociação
Permanente da Secretaria
Municipal da Saúde de São
Paulo, que objetiva contribuir
para a democratização das
relações de trabalho, realizando
fóruns de debates entre gestores,
prestadores de serviços privados
e entidades sindicais, como o
Sindicato dos Enfermeiros do
Estado de São Paulo (SEESP).
Há uma batalha pela
aprovação de um Projeto de
Lei que altera o regime de
trabalho do emprego público
da Autarquia Hospitalar
Municipal (AHM) e do Hospital
do Servidor Público Municipal
(HSPM) para o regime
estatutário, que reorganize
o quadro dos colaboradores
da saúde do Nível Superior e
Técnico, e que crie um regime
de remuneração por subsídio.
O secretário municipal de
Saúde, José Filippi Junior, já
participou de reuniões com o
intuito de ouvir as considerações
dos profissionais a respeito do
funcionalismo público.
“É importante ter a
participação dos trabalhadores
nas negociações, pois eles
sabem os problemas existentes e
podem construir soluções para as
questões apresentadas”, lembra
Ana Firmino, diretora do SEESP.
Trabalhadores da saúde
municipal já chegaram a paralisar
suas atividades por conta de não
verem evolução das negociações
e nenhuma modificação
significativa do Projeto de Lei.
O SEESP está visitando as
autarquias da cidade, debatendo
com os enfermeiros o PL que cria
o PCCS no município. Se você
tem alguma dúvida, envie um
e-mail para presidencia@seesp.
com.br ou entre em contato pelo
telefone: (11) 2858-9500
“Estamos debatendo um PL
digno para o nosso setor, não
podemos esmorecer agora. A
luta é constante e precisamos
batalhar arduamente para obter
conquistas por melhorias”,
completou Ana Firmino.
SEESP NEGOCIA 24H DO
SAMU EM SÃO PAULO
Há muitos anos, enfermeiros
do Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (SAMU), trabalham
24 horas semanais com plantões
complementares distribuídos
ao longo do ano para que se
complete a carga de 30 horas. Só
que esta forma de escalonamento
pode não ser mais praticada.
Subitamente, os profissionais
foram informados que não seria
mais permitida esta jornada, o
que se realmente for proibido, irá
desestabilizar a organização do
serviço.
O SEESP foi acionado para que
pudesse intervir nesta mudança.
Como entidade representativa na
mesa de negociação da Prefeitura
de São Paulo, o Sindicato entrou com
discussões jurídicas e pesquisas de
outros municípios que já adotaram e
regulamentaram as 24h.
“Conquistamos por meio de
uma mesa de negociação, que
não fosse alterada as escalas”,
ressaltou Solange Caetano,
presidente do SEESP.
O SEESP propõe que este
modelo de jornada realizada
por enfermeiros do SAMU seja
legalmente regulamentada.
“Nossos argumentos provam
que os escalonamentos e jornadas
de 24 horas são práticas seguras
e que organizam a assistência
aos pacientes, finalizou Solange.
8. JURÍDICO
8
SEESP CONSEGUE ACORDO
COLETIVO COM FAMESP
A o perceber que a
Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT) em
vigência não estava sendo
cumprida devidamente
pela Fundação Para O
Desenvolvimento Médico
Hospitalar – FAMESP, que
tem como unidade própria
o SAE de Infectologia
Domingo Alves Meira e
convênios intervenientes
com o Hospital das Clínicas
de Botucatu, Hospital
Estadual Bauru, Hospital
Estadual Manoel de Abreu
Bauru, UTI do Hospital Geral
de Promissão, e os AME’s -
Bauru, Tupã, Itapetininga e
Ourinhos, o Sindicato dos
Enfermeiros do Estado de
São Paulo (SEESP) procurou
a empresa para poder
regulamentar a situação.
Após assembleia com
enfermeiros realizada pelo
diretor Natanael da Costa, e
várias mesas de negociação
o SEESP conseguiu firmar
um acordo coletivo por
trabalho que é relacionado
ao período de vigência de
01de setembro 2013 a 31 de
agosto 2014, estabelecendo
correção salarial, piso para a
categoria, adicional noturno,
hora extra, entre outros
benefícios.
“O SEESP garantiu aos
Enfermeiros que seus
direitos fossem cumpridos.
Este é o nosso papel, estar
do lado do trabalhador.
Em qualquer lugar do
Estado que as Convenções
não estiverem sendo
cumpridas vamos batalhar
para que o profissional
não saia prejudicado”,
comentou Solange
Caetano, presidente do
SEESP.
SEESP FIRMA
ACORDO COM
SANTA CASA
O Sindicato dos Enfermeiros
do Estado de São Paulo (SEESP)
realizou reunião de conciliação
com a administração da
Santa Casa de Misericórdia
de Santo Amaro para discutir
o cumprimento dos plantões
realizados em feriados.
De acordo com a Súmula 444,
do Tribunal Superior do Trabalho,
dispõe que “é válida, em caráter
excepcional, a jornada de 12x36,
prevista em lei ou ajustada
exclusivamente mediante
acordo coletivo de trabalho ou
convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em
dobro dos feriados trabalhados”,
porém, esse direito não vinha
sendo cumprido.
Após acordo, determinou-se
o ajuste das horas laboradas
a partir de setembro 2013 e
também estabeleceu-se que as
homologações serão realizadas
somente pelo SEESP (antes
realizadas na DRT). O SEESP
ainda analisou os demonstrativos
apresentados pela Santa Casa
referentes a regularização do
depósito do FGTS.
“Continuaremos em contato
com os enfermeiros para garantir
que os valores das horas extras
sejam pagos e os demais direitos
sejam cumpridos. Mas é de
extrema importância que os
profissionais entrem em contato
conosco sempre que tiverem
dúvidas trabalhistas e até mesmo
sociais. O papel do SEESP é
garantir que os enfermeiros
estejam em condições adequadas
para laborar”, finalizou Péricles
Batista, diretor do SEESP.
9. JURÍDICO
STF APROVA SÚMULA QUE GARANTE APOSENTADORIA
Para o colaborador provar que trabalhou
por 25 anos em alguma atividade considerada
prejudicial à saúde é necessário apresentar
o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
documento que faz a distinção das funções
exercidas e os fatores nocivos dos quais o
trabalhador foi exposto. CPF, documento
de identidade e comprovante de residência
também são solicitados.
“O SEESP conta com uma equipe jurídica
preparada para atender qualquer enfermeiro
que sinta dificuldades com a solicitação e
reconhecimento do benefício. É válido lembrar
que, antes mesmo da súmula ser aprovada pelo
STF, o SEESP já ingressava com ações desse tipo
e conquistou esse direito para os enfermeiros do
setor público”, afirmou Elaine Leoni, secretaria
geral do SEESP.
Caso você, enfermeiro da administração
pública, esteja em tempo de se aposentar, procure
o SEESP para ingressarmos com uma ação.
9
ESPECIAL PARA SERVIDORES PÚBLICOS
ministro Gilmar Mendes do Superior
Tribunal Federal (STF) aprovou a
O
Proposta da Súmula Vinculante n.33, que agiliza
o processo de aposentadoria especial decorrida
de atividades consideradas insalubres para os
servidores públicos.
A Lei 8.213/91 já previa a aposentadoria
especial para os profissionais do setor privado.
Já os funcionários públicos tinham que ingressar
com processo judicial, em que o poder público
era obrigado a examinar a solicitação para
poder conceder o benefício.
Com a Súmula Vinculante 33, será possível
garantir maior agilidade nas decisões a favor
dos servidores. Caso o trabalhador ganhe o
pedido de aposentadoria na primeira instância
da Justiça e a administração pública recorra
à decisão, a segunda instância vai negar a
apelação, argumentando que a Corte máxima
do Judiciário já tem um entendimento pacificado
acerca do assunto.
10.
11. ENFERMEIRA
RITSUKO TANIDA
CARISMA, AMOR PELA PROFISSÃO E ENTENDIMENTO POLÍTICO E TRABALHISTA
SÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ENFERMEIRA DOUTORA RITSUKO
TANIDA.
Brasileira, mas com leve sotaque japonês, ela foi
homenageada pelo SEESP no Ato Solene em
Homenagem ao Dia do Enfermeiro e a Semana da Enfermagem
realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, tem
46 anos de profissão e não pensa em parar.
Saiba mais sobre sua carreira no setor de pediatria do
Instituto do Coração (InCor) e fatos marcantes da sua vida
nessa entrevista.
CONEXÃO SEESP – Por que você escolheu ser enfermeira?
RITSUKO TANIDA – A vontade de ser enfermeira vem desde
criança, de menina. Nós brincávamos muito, fazia curativo e a
partir daí surgiu a vontade fazer enfermagem. Eu fazia o colegial
e prestei o vestibular, passei e me formei em 1968. E na época,
foi um ano de revolução social e política que nós vivemos uma
ditatura militar, com o AI5*, etc.
Logo que me formei, a diretora do Instituto Central (o InCor
11
QUANDO
VOCÊ SAI DA
FACULDADE TEM
QUE “CORTAR
O CORDÃO
UMBILICAL”, MAS
TEM AQUELE
MEDO
PERFIL
12. PERFIL
ainda não existia), chamou
as formandas, e eu falo
formandas porque não tinha
nenhum homem na turma, e
prestamos um concurso. Eu fui
direto para a terapia de diálise
e era o primeiro aparelho de
hemodiálise que tinha chegado
no Hospital das Clínicas. E
eu pensei: será que vou dar
conta? Porque quando você sai
da faculdade tem que “cortar
o cordão umbilical”, mas tem
aquele medo. Depois de um
período eu fui para a unidade
terapia intensiva de coronárias.
12
E avaliando hoje como
que nós dávamos conta! Era
uma enfermeira para seis
pacientes! Depois na clínica,
eram 91 leitos, sendo 6 de UTI,
9 de pediatria e todos os demais
divididos em clínica médica,
cardiologia, pneumologia.
CONEXÃO SEESP – E
com relação a especialização?
RITSUKO TANIDA – Eu
sempre achei importante
estarmos nos atualizando,
fazendo cursos, porque a
Enfermagem é uma profissão
que você não pode parar.
Todo profissional, na minha
opinião, precisa ter uma visão
ampla das coisas, não só ler
sobre enfermagem.
Eu sempre tive esse
pensamento porque, por
exemplo, se você pega uma
criança desnutrida enquanto
está no hospital recebe a
dieta, os cuidados, e quando
for pra casa? Por que ela é
desnutrida? Essa visão que o
profissional precisa ter.
CONEXÃO SEESP
– Como foi o seu contato
com outros profissionais no
decorrer da carreira?
RITSUKO TANIDA – Na
época, tinha muito preconceito.
O atendente é atendente,
auxiliar é auxiliar, o enfermeiro
é enfermeiro. Não podia ter
contato, discutindo entre os
profissionais. Mas pra mim essa
interação sempre foi muito
normal, e eu aprendi muito com
os faxineiros, os atendentes, os
pacientes, os médicos, com os
enfermeiros. Eu aprendi com
todos os profissionais.
CONEXÃO SEESP – As
relações trabalhistas sempre
foram assuntos inerentes na
sua vida profissional. Conte-nos
um pouco sobre isso.
RITSUKO TANIDA – Eu
sou filiada da Associação de
Servidores do HC, depois
veio o sindicato e começamos
a nos mobilizar. A primeira
greve aconteceu em 1978. E
organizar greve em um hospital
é muito complicado! Porque
precisa ter uma organização
para não ter negligências no
pronto socorro, por exemplo,
precisa manter o atendimento
mínimo exigido por lei.
E as vezes eu ouço
pelos corredores o pessoal
reclamando do “vale
coxinha” (risos) e falo para
o pessoal que se eles estão
reclamando precisam ir
batalhar porque eu fui uma
das autoras desse benefício.
CONEXÃO SEESP – Essa
greve surgiu por conta de
quais reivindicações?
RITSUKO TANIDA –
Salário e melhores condições
de trabalho. Inclusive ainda
tínhamos resquício da
ditadura, a associação foi
cercada por policiais.
Foi uma greve total,
todos aderiram, os funcionários
do Hospital das Clínicas e os
Servidores Públicos Estaduais,
desde alunos até os médicos.
CONEXÃO SEESP –
Qual a sua opinião sobre
o envolvimento político e
sindical dos profissionais de
enfermagem atualmente?
RITSUKO TANIDA – Eu
tenho a impressão que não há
uma educação política desde a
formação do profissional.
Eu fui formada em uma
época em que o país vivia
esse movimento político,
então talvez tenha facilitado
no meu caso. Mas hoje em dia
eu vejo que as pessoas vão
do hospital pra casa, da casa
para o hospital.
Veja, a mãe que tem
filho, ela tem direito a creche
ou o auxílio financeiro. Quando
eu tive filho, nós chamamos o
coordenador da pediatria e
um representante do Governo
para reestruturar a creche,
pois ela estava em situação
precária. Nós panfletamos
aqui no hospital chamando
as mães a participarem desse
projeto, de 100 mães, apenas
3 ou 4 iam nas reuniões.
Às vezes nem para o
próprio benefício há o interesse.
Enquanto o profissional
está na liderança ele tem
obrigação de saber e
esclarecer. Em coisas simples,
como uma compensação de
atraso, por exemplo. Eu busco
no dia-a-dia, nas situações
corriqueiras, apresentar aos
13. PERFIL
trabalhadores o que são seus
direitos e deveres.
CONEXÃO SEESP –
Sobre a regulamentação da
jornada de trabalho em 30
horas semanais, a senhora
tem acompanhado a luta pela
aprovação do PL 2295/00?
RITSUKO TANIDA – Eu
acho muito importante. No
dia da homenagem, quando
foi abordado esse assunto, eu
pensei o quanto isso vai mexer
com os hospitais particulares.
Porque muitos representantes
no Poder Público são donos
de hospitais.
É muito cansativo, muito
estressante. E no caso da
mulher, ainda tem a jornada
em casa.
Agora, seis horas eu
acho ideal. Mais do isso é
muito estressante. Em uma
terapia intensiva, aonde você
assiste a questão da morte, por
exemplo. E nós também não
temos um apoio psicológico.
Eu ouvi muito que “ah,
você é enfermeira”, “você vai
se tornar uma pessoa fria”.
Quem disse que nós vamos
nos tornando pessoas rígidas?
Claro que não! Nós seguimos
com a mesma sensibilidade.
Se o pai perde um filho, se a
mãe perde um filho, eu choro
junto com eles. Tem coisa mais
triste que isso?
Mas lembrando que não
só a regulamentação da jornada
é importante, mas também a
questão do piso salarial.
CONEXÃO SEESP – E
as atuações como enfermeira
fora do Brasil?
RITSUKO TANIDA –
Em 2007, eu fui convidada
pela Japan International
Cooperation Agency (JICA) para
trabalhar em Angola em uma
parceria tripartite entre Angola,
Japão e Brasil realizando um
treinamento dos profissionais
no Hospital Josina Machel
depois da reestruturação física
do hospital.
Eu fui homenageada
pela Embaixada de Relações
Exteriores e no Centenário da
Imigração Japonesa por conta
desse trabalho.
CONEXÃO SEESP – Com
tantos anos de profissão a
senhora deve ter histórias muito
especiais com os pacientes.
RITSUKO TANIDA – Eu
prezo sempre pelo cuidado
diferenciado. O paciente às
vezes esquece meu nome,
lembra da ‘enfermeira
japonesa’ (risos), mas cria
um envolvimento.
Tive um paciente
paraguaio, que foi
transplantado do coração com
menos de um ano de vida que
me encontrou aqui no InCor
com 19 anos e super saudável.
Eles mandam fotos,
cartas, e-mails, voltam para
nos visitar.
CONEXÃO SEESP – E a
senhora pensa em parar?
RITSUKO TANIDA – Sei
que em algum momento eu
vou ter que parar, mas não
penso nisso. Não sei o que eu
faria fora daqui.
1978: Ritsuko conversa com os trabalhadores durante a assembleia
EU TENHO A
IMPRESSÃO
QUE NÃO HÁ
UMA EDUCAÇÃO
POLÍTICA DESDE
A FORMAÇÃO DO
PROFISSIONAL
14. ENFERMAGEM ENTRA
EM CAMPO NA COPA
No mundial da FiFA que aconteceu em nosso país,
apenas 0,2% dos 3,4 milhões de torcedores
precisaram de cuidados médicos, segundo dados
divulgados pelo Centro Integrado de Operações Conjuntas
da Saúde Nacional (CIOCS), do Ministério da Saúde. Quem
foi conferir a competição pôde contar com assistência
dentro e fora dos gramados de um time de profissionais
em plantão durante todos os dias de jogos.
Em São Paulo, grupos de resgates e emergências realizaram
atividades e atendimentos no plano de contingência organizado
pela Secretaria Estadual de Saúde. Unidades móveis de
socorro e hospitais foram disponibilizados para atender
a demanda e contaram com uma equipe especializada e
treinada para tratar pessoas com possíveis acidentes, doenças,
intoxicação por produtos nocivos, inclusive vítimas de ataques
bioterrorista, ou terrorismo químico-biológico, como também
é conhecido o ato de liberar de forma intencional e maldosa
produtos químicos ou agentes infecciosos prejudiciais. Esses
cuidados foram tidos pela visibilidade do evento, mesmo aqui
CIDADANIA
AFINAL DE
CONTAS, SEM
ENFERMAGEM
NÃO SE FAZ SAÚDE
14
15. CIDADANIA
15
sendo um país sem histórico
de ataques deste tipo.
Solange Babolin Stöger,
enfermeira há cinco anos,
foi selecionada por meio de
uma empresa de eventos para
realizar avaliações de saúde
representando uma empresa
patrocinadora do mundial.
Solange trabalhou em todos
os jogos que aconteceram na
Arena Corinthians, no bairro
de Itaquera. Todo o serviço
oferecido ao paciente era
organizado por um grupo
de colaboradores, que após
analisarem o estado do
paciente, entregava um kit com
produtos de higiene pessoal.
“Tínhamos um local
apropriado, chegávamos bem
cedo, e nos disponibilizávamos
até 1 hora do início dos jogos.
Filas eram organizadas por
senha. Os serviços iam desde
Avaliação de IMC (Peso / Altura/
Índice de Gordura Corporal);
Verificação de Pressão Arterial;
Avaliação de Saúde Bucal
à Mensuração da Glicemia
Capilar”, comenta Solange.
Todo o trabalho foi
remunerado, segundo
a profissional que
paralelamente laborou como
gestora de Enfermagem no
seu emprego oficial.
O ministro da Saúde, Arthur
Chioro, afirmou que o balanço
durante o megaevento foi
positivo. No geral, dos 7.055
pacientes que precisaram de
socorros nas arenas, somente
192 foram transportados para
instituições de emergência. O
restante dos casos foi resolvido
no próprio lugar. Dor de
cabeça, hipertensão, mal
estar, lesões e quedas foram
as maiores reclamações.
“Havia temores de epidemia
de dengue, de casos de ebola,
sarampo. Não registramos
nenhum evento de saúde
pública digno de registro.
Inclusive houve redução de
65% dos óbitos causados por
16. CIDADANIA
dengue em relação ao mesmo
período do ano passado”,
analisou o ministro.
16
Muitos enfermeiros
participaram de cursos e
preparações para atender
adequadamente os turistas
e torcedores. Em São
Paulo, por exemplo, os
colaboradores além de
capacitações, contaram com
um dicionário de 11 idiomas
contendo as principais
doenças e seus sintomas
para que não houvesse
problemas na comunicação,
e por consequência, erros em
diagnósticos e tratamentos.
Além dos atendimentos
emergenciais, a prevenção
de doenças sexualmente
transmissíveis também ganhou
destaque na Copa do Brasil.
A campanha Projeta o Gol,
promoveu ações para chamar
a atenção da importância do
uso do preservativo em todos
os tipos de relações sexuais.
Milhares de camisinhas foram
distribuídas nas 12 sedes e
municípios que abrigaram
os centros de treinamento,
juntamente de panfletos com
textos educativos sobre HIV-DST.
“O papel da Enfermagem
é de extrema importância
em campanhas como essa.
Nossos companheiros de
profissão são líderes e
supervisores de uma equipe
que se dedica para prestar o
melhor amparo à população”,
comenta Solange Caetano,
presidente do Sindicato dos
Enfermeiros do Estado de São
Paulo (SEESP).
Durante todo o período da
competição, os apaixonados
pelo futebol puderam fazer
voluntariamente testes de
HIV disponibilizados pelo
Ministério da Saúde nas Fan-
Fests. Aconselhamentos com
o objetivo de conscientizar
homens e mulheres,
principalmente os jovens,
sobre os riscos do sexo
desprotegido, também foi
foco da iniciativa.
“O Enfermeiro possui
em suas mãos, além de
responsabilidades técnicas e
de liderança, o papel social e
educativo. O mundo todo pôde
conferir a importância deste
profissional para que fosse
possível oferecer um suporte
aos pacientes com qualidade”,
lembrou Solange.
O Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU)
também se manteve ativo
durante todos os dias em que
a bola rolou no gramado. Para
atender a demanda sem que
os procedimentos rotineiros
fossem prejudicados, em
muitos estados que receberam
os jogos, escalas dos socorristas
foram intensificadas. As
equipes também passaram por
diversas preparações especiais
para manter a qualidade e
agilidade nas ocorrências.
“Todas as formas de
assistência precisaram
contar com o desempenho
qualificado dos enfermeiros.
Outro grande evento está
por chegar, as Olimpíadas de
2016, que irá acontecer no
Rio de Janeiro e será outra
oportunidade de mostrar que
nossa classe é indispensável no
cuidado com o próximo, afinal
de contas, sem Enfermagem
não se faz saúde”, completou
Solange Caetano.
Enfermeira Solange Babolin
17. JUVENAL TADEU CANAS PRADO
EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NO
CONTEXTO DA GRADUAÇÃO
EM ENFERMAGEM
01
R E S U M O
Desenvolveu-se uma reflexão acerca dos benefícios
e malefícios que uma formação de Bacharel em
Enfermagem na modalidade exclusivamente
à distância pode sofrer em detrimento do
afastamento deste acadêmico das atividades
práticas nos semestres iniciais, ressalvando
os dois últimos semestres, quando ocorrem o
estagio curricular obrigatório. A enfermagem
tem, por princípio, o cuidado do próximo. O
contato humano é fator primordial para um
atendimento com qualidade e excelência exigindo,
por sua vez, o conhecimento das características e
individualidades de cada paciente.
A B T R AC T
Developed a reflection about the benefits
and disadvantages that a formation of a
Bachelor’s Degree in Nursing at modality
exclusively distance can suffer at the expense
of the remoteness of this academic in practical
activities in the initial semesters, apart
from the last two semesters, when occur the
maturation required curriculum. Nursing has,
in principle, the care with others.
The human contact is a key factor for a service
with quality and excellence by requiring, in
turn, the knowledge of the characteristics and
personalities of each patient.
K E Y-WO R D S
Distance Learning, Nursing; Learning.
PA L AV R A S C H AV E
Ensino à Distância; Enfermagem; Aprendizagem.
ARTIGO CIENTÍFICO
ESTE ARTIGO INTEGRA UMA SÉRIE DE TEXTOS CIENTÍFICOS PRESENTES
NAS EDIÇOES DE CONEXÃO SEESP. DESTAQUE E COLECIONE.
1
2
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
18. ARTIGO CIENTÍFICO
INTRODUÇÃO
Atualmente estamos vivendo um período
de reflexão sobre a prática da enfermagem
por parte de todas as instituições envolvidas,
sejam elas conselhos profissionais, sindicato,
associações, órgão de formação e contratantes
de uma maneira geral.
É notável o crescimento que a Educação
Superior no Brasil vem tomando desde os últimos
anos. Tal cenário coloca-nos diante de uma
crescente complexificação da educação superior
e dos processos de avaliação que a mesma
demanda, bem como diante das alterações nas
políticas de regulação e de gestão entre o ensino
privado e o ensino público. (PRADO, 2006)
Hoje se discute carga horária de formação
e quais os conteúdos a serem ensinados a este
futuro enfermeiro, mas não podemos deixar de
considerar que as diretrizes curriculares nacionais
de enfermagem sugerem um eixo norteador,
dando margem para adaptações regionais.
Já está se tornando natural pensarmos
na educação como um processo cada vez
mais informatizado e integrado às novas
tecnologias. Tanto as famosas tecnologias de
informação e comunicação (TIC) quanto às
outras novas teorias (como a de sistemas, por
exemplo), hoje, estão se unindo para modificar
nossa reflexão e entendimento acerca do
processo de ensino e aprendizagem.
A educação à distância (EAD) tem sido
desenvolvida e utilizada em diversas áreas
profissionais e acadêmicas com várias abordagens
e não sendo diferente para a Enfermagem.
Destaca-se que aumentou o interesse no EAD pelas
instituições de ensino superior (IES), após a aprovação
da Lei de Diretrizes e Base (LDB) da Educação
Brasileira em 1996 que regulamentou os cursos à
distância e permitiu assim a oferta de 20% da carga
horária aos cursos presenciais já regulamentados pelo
sistema. (RODRIGUES; PERES, 2008)
A EAD é uma alternativa pedagógica que se
utiliza e se incorpora às novas tecnologias como
um meio para alcançar os objetivos das práticas
educativas tendo em vista as concepções do
homem e sociedade assumidos e considerando as
necessidades das populações a que se pretende
servir. Portanto, a EAD, é um conjunto de
métodos, técnicas e recursos à disposição dos
estudantes dotados de maturidade e motivação
suficiente para a autoaprendizagem, de modo
a adquirir conhecimento e/ou qualificação a
qualquer nível. (PRESTI, 2005).
Assim, o debate acerca do uso crescente da
educação à distância toma corpo, não podendo
as instituições formadoras e as instituições
reguladoras do exercício profissional da
enfermagem ficarem fora desta discussão.
Ora, não se trata apenas de posicionar-se a
favor ou contra esta tendência mundial, mas sim,
de avaliar as consequências de sua massificação
na formação de Enfermeiros Bacharéis.
Portanto cabe aqui ressaltar que não se defende
a não utilização do EAD na formação do Bacharel
em Enfermagem, até porque seria minimamente
inocência e despreparo deste autor, no tocante da
realidade brasileira e mundial. Questiona-se qual o
limite desta estratégia na formação crítica e reflexiva
do Enfermeiro, que necessita em sua formação, de
um arsenal de competências, habilidades e atitudes
que são construídas ao longo de sua formação inicial
no Bacharelado e consequentemente continuam
em sua trajetória profissional.
Isto posto é logico que devo considerar que
a organização dos conteúdos selecionados no
currículo e materializado em componentes
curriculares específicos, que vão desde aulas
teóricas, aulas teórico-prática, aulas somente
práticas em laboratórios, ensino clinico e estágios
supervisionados, podem em seus determinados
momentos serem constituídos presencialmente
e a distância, sendo assim previsto na legislação
a parcela de 20% da carga horária aos cursos
presenciais, na modalidade EAD, cuja maioria
das instituições já utiliza esta estratégia, que
pessoalmente acredito ser válida se levarmos
em conta quais os componentes curriculares são
trabalhados à distância. Vale ressaltar que o EAD
é extremamente útil em caráter complementar,
proporcionando atividades que favoreçam
o domínio da competência para aprender a
aprender, entre as quais aquelas realizadas a
distância, valorizando a iniciativa do educando de
buscar complementação para o seu aprendizado.
Os professores Enfermeiros sabem e
vivenciam, seja em instituições publicas e/
ou particulares, que alguns conteúdos como:
técnicas básicas de enfermagem, anatomia,
2
19. ARTIGO CIENTÍFICO
semiologia e técnicas avançadas de enfermagem,
para uma adequada assimilação e apropriação
dos conhecimentos pelo discente, requerem além
de recursos audiovisuais, laboratórios adequados,
instrumental adequado, didática adequada;
requerem uma mediação imediata e constante do
docente no desenvolvimento da técnica associada
à fundamentação científica.
São inegáveis os avanços alcançados nas
diversas áreas do conhecimento onde os
esforços do indivíduo associado ao mundo
de possibilidades do espaço virtual produzem
aprendizado significativo capaz de conduzir
a ação segura e eficaz. Não obstante, as
ciências da saúde, entre as quais as ciências
da Enfermagem exigem outros espaços
e técnicas de aprendizagem diferentes,
alicerçadas na relação direta insubstituível
entre o ser que aprende o ser que ensina
e o ser que é objeto direto e imediato do
processo ensino aprendizagem: a pessoa em
situação de cuidado. Tal relação somente
pode ser garantida quando o instrutor que
ensina a teoria é o mesmo que acompanha a
prática, capaz de promover as aproximações
e adaptações necessárias para atender
solidária e humanamente as necessidades de
cuidados do outro, com todas as imprecisões
que o ser humano pode apresentar, com
toda a capacidade de tomada de decisão
que o enfermeiro precisa ter. (CONSELHO
FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2012)
Tenho noção e conhecimento que os
entusiastas do EAD, poderiam neste momento
apontar que em ambientes virtuais com
tecnologias realísticas, superariam facilmente
esta situação, mas questiono e a relação da
sensibilidade e da humanização?
Como o EAD, mesmo com um esquema
perfeito de tutoria (o que não é sempre verdade,
pois as instituições de Ensino Superior (IES)
utilizam do EAD, para diminuírem custos com
os docentes e com laboratórios presenciais),
retratariam ao discente as relações conflitantes
no desenvolvimento do processo de cuidar?
“Não se pode esquecer, porém, que novas
tecnologias e informações não tornam os
docentes dispensáveis, mas modificam o papel
destes em relação ao processo de aprendizagem,
e que o diálogo permanente transforma a
informação em conhecimento e compreensão
passa a ser fundamental.” (UNESCO, 2005)
A complexidade das ações necessárias para
o alcance do perfil desejado do egresso de
enfermagem, não podem ser desenvolvidas em
sua essência exclusivamente na modalidade
EAD. O contato com o usuário/paciente/cliente
é fundamental e necessário para o aprendizado
do acadêmico em todas as modalidades do
processo de cuidar. Como a modalidade EAD, vai
proporcionar ao acadêmico uma situação de uma
abordagem em crise em um paciente psiquiátrico?
Como a modalidade EAD vai realisticamente
proporcionar um contato com a morte e o morrer
no cotidiano da assistência?
Em que seja apontado que estas situações não
serão prejudicadas, pois os estágios curriculares
supervisionados nos dois últimos semestres
serão preservados, questiono: o acadêmico vai
teorizar e simular em situações hipotéticas em
oito semestres e nos dois últimos colocará em
pratica tudo de uma vez só?
Na modalidade presencial, já enfrentamos
parte desta situação, pois algumas IES,
principalmente as privadas, procuram evitar
ao máximo as atividades práticas fora de salas
de aula, para reduzirem custos, pois nestes
componentes curriculares a relação quantitativa
de alunos por professor deve ser menor, para
viabilizar a atividade nos campos cedentes de
práticas e nos laboratórios da própria instituição.
Mas por outro lado conseguimos nas IES
sérias e com uma proposta pedagógica adequada,
fazer com que os acadêmicos tenham aulas
teóricas, práticas e desenvolvam as vivências
nas práticas clinicas, desde o primeiro semestre
até os semestres que antecedem o estagio
curricular obrigatório, onde o acadêmico vai
procurar correlacionar, integrar e vivenciar todos
os conceitos assistenciais, administrativos e
educativos de sua formação na realidade.
Fica neste momento posto o grande desafio: Como
organizar o processo de aprendizagem alternando e
integrando a aula física e a aula on-line?
Devemos ter em mente que a EAD não é
milagrosa e os alunos devem desempenhar
um papel ativo na construção de seu próprio
conhecimento. Entrando em contato com seus
3
20. ARTIGO CIENTÍFICO
potenciais são estimulados a desenvolvê-los e, ao
mesmo tempo, superar dificuldades e deficiências.
Por outro lado os docentes devem também estar
aptos e com condições de trabalho adequadas para
desenvolver esta modalidade de ensino.
• CARVALHO, Líscia Divana Pachêco. Enfermagem
: passado x presente x futuro.,2006, disponível em
http://www.jornalpequeno.com.br/200007546/6/26/.
Acesso em 10 de janeiro de 2013.
• CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Minuta
de recomendação ao Ministério da Educação,
Brasília, 2012. Disponível em www.cofen.gov.br
• PRADO, J.T.C. Prescrição e realização do
currículo:percepções de docentes e discentes
sobre o componente curricular estagio
supervisionado na graduação em Enfermagem.
Santos, Universidade Católica de Santos, 2006.
Dissertação de Mestrado, 112p.
• PRESTI, O. – Educação a distância: uma prática
educativa mediadora e mediatizada. Brasília 2005.
Acessado: 30/10/09. Disponível em:http://www.
dai.cefetma.br/cicero/Ensino/ED/5.pdf.
• RODRIGUES, R.C.V.; PERES, H.H.C. Panorama
brasileiro do ensino de Enfermagem On-line.
Rev. esc. enferm. USP. Vl. 42, n.2, SP Junho/2008
[periódico na Internet]. 42(2): 298-304.
Disponível em: http://www.revistasusp.sibi.usp.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342008000200013&lng=pt.
• UNESCO-Organização das nações unidades para
educação, ciências e cultura. Declaração Mundial
sobre educação superior no Século XXI: visão
e ação. Brasília (DF)1998, disponível em http//
interlegis.gov.br/processos_legislativos/copy_
of_20020319150521/200015478547
REFERÊNCIAS
1 ARTIGO ORIGINADO DA RELEITURA DE UM TRABALHO
DE CONCLUSÃO DE CURSO INTITULADO ADESÃO E
DESEMPENHO DOS GRADUANDOS DO CURSO DE
ENFERMAGEM SUBMETIDOS A EAD, APROVADO PELO
COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA UNIVERSIDADE
PAULISTA COM O PROTOCOLO Nº 416/09CEP/ICS/UNIP
2 ENFERMEIRO, MESTRE EM EDUCAÇÃO NA ÁREA DE
CONCENTRAÇÃO EM EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PELA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS, DOCENTE DA
UNIVERSIDADE PAULISTA, CAMPUS SANTOS.II DA ESCOLA
DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.
4
Não obstante é primordial destacar que
o problema do sucesso na relação de ensino/
aprendizagem não está somente no fato do
ensino ser presencial ou à distância e sim, na
metodologia utilizada pelos professores em
ambas às modalidades, pois temos o desafio de
conseguirmos ultrapassar a realidade imposta na
atualidade, que é a de alunos passivos, imaturos,
consumistas de informação pronta.
CONCLUSÃO
Cabem às autoridades educacionais em
consonâncias com os órgãos formadores e as
entidades de classe da Enfermagem Brasileira
repensar os formatos e limites do ensino à distância,
para a graduação em Enfermagem. Aspectos políticos
e econômicos não podem interferir na montagem
da estrutura que irá embasar essa alternativa para a
formação dos nossos profissionais. Devemos fugir de
uma formação tecnocrática, autoritária, centralizadora
e com qualidade questionável. A polêmica acerca
dessa questão é positiva, pois deve gerar uma reflexão
para que a modalidade EAD não seja um problema
para a formação do Bacharel em Enfermagem.
Fica a pergunta como os Órgãos reguladores
da educação e as Entidades de classe da
Enfermagem dividirão a responsabilidade
com a qualidade do profissional ENFERMEIRO
entregue a sociedade brasileira?
21. REPORTAGEM
AS EXCESSIVAS
CARGAS HORÁRIAS DA
ENFERMAGEM
6h, 8h, 12h e até 24h. Diversas são as jornadas de trabalho
que os profissionais de enfermagem realizam em seus
plantões. E, além disso, não é raro encontrar trabalhadores
que atuam em duas, até três instituições cumprindo plantões
seguidos e, consequentemente, dobrando suas jornadas diárias.
Sabe-se que qualquer excesso de trabalho, independente da
profissão, é prejudicial à saúde física e mental do ser humano,
uma vez que o corpo fica desgastado e a sua capacidade de
atuar com qualidade e eficiência fica prejudicada.
No caso da enfermagem, além dos prejuízos físicos, como dores
musculares e de cabeça, doenças de pele e problemas respiratórios,
há também o impacto psicológico uma vez que a equipe está
diariamente convivendo com o linear da vida e da morte. Altas
cargas de trabalho podem acarretar em Síndrome de Burnout,
distúrbio psíquico que pode levar a depressão devido a um estado
17
22. REPORTAGEM
de esgotamento mensal e físico.
18
Por vezes são noticiados
fatos de procedimentos
realizados de forma incorreta
por enfermeiros, técnicos ou
auxiliares de enfermagem que
podem causar sequelas ou,
infelizmente, levar a morte do
paciente. Quando a situação
em que o erro aconteceu é
analisada deve se levar em
consideração alguns pontos
como formação inadequada,
estrutura de atendimento
precária e desgaste fisico-psicológico
devido ao cansaço
para apurar os fatos antes de
condenar o profissional.
“É de suma importância que
todas as circunstâncias sejam
avaliadas de forma justa, e cabe
ao COREN fazer o julgamento
ético visando a defesa da
sociedade, enquanto ao Sindicato
cabe o amparo ao profissional
de forma justa e buscando a
segurança na atenção a saúde”,
comenta Solange Caetano,
presidente do SEESP.
Em 1993, a II Conferência
Nacional de Recursos Humanos
para a Saúde considerou que
a jornada dos profissionais
de enfermagem não deve
ultrapassar 30 horas semanais;
a 12ª Conferência Nacional de
Saúde, 3ª Conferência Nacional
de Gestão do Trabalho e
Educação na Saúde, também
concluíram que tal jornada
é a mais adequada. Na 13ª
Conferência Nacional de Saúde
foi aprovada por unanimidade
uma moção em prol da aprovção
do Projeto de Lei nº 2.295/00
que regulamenta esta jornada.
A Organização Internacional
do Trabalho (OIT) defende que,
pela natureza da atividade, não
se deve ultrapassar as 30 horas.
Mas esta não é a realidade
contemporânea, no Brasil
as 30 horas ainda não foi
regulamentada, há apenas
pouquíssimos municípios que
oferecem aos seus servidores
esta carga horária. Por isso,
desde o ano de 2000 transita
em Brasília o Projeto de
Lei 2295/2000, que exige
legalmente a regulamentação
da jornada de trabalho em 30
horas semanais.
“Já completou mais de 14
anos desde a criação do PL
2295/00. Avançamos muito
pouco por tanto tempo de
luta. Médicos, terapeutas
ocupacionais, assistentes sociais
e fisioterapeutas já gozam deste
benefício em várias regiões
do país. Não vamos parar de
pressionar nossos governantes
até que a Enfermagem consiga
as 30 horas. Somos os únicos
profissionais que se fazem
presentes 24 horas por dia, e
cujas ações visam a promoção,
proteção e recuperação do
paciente, além da administração
e de todo o planejamento
hospitalar também. A luta
não acabará enquanto não
alcançarmos nossos objetivos”,
lembrou Solange.
A Enfermagem é
predominantemente exercida
por mulheres, sabemos há
um aumento de homens que
entram para a enfermagem
ano após ano, mas ainda
tomos majoritariamente o sexo
feminino como grande parte
dos profissionais.
Muitas destas enfermeiras
enfrentam dupla ou até tripla
jornada de trabalho, o que
acaba comprometendo a
saúde desta trabalhadora que
ainda se divide com funções
de casa, filhos e casamentos.
“Além de ter um desgaste
físico e psicológico, estas
enfermeiras não conseguem
ter tempo para passar com
seus filhos, familiares, nem
se especializar. As 30 horas
já não é um benefício, é uma
emergência. Não dá mais para
estas profissionais se dedicarem
para a profissão e perderem
grande parte de suas vidas sem
poder gozar do fruto do seu
trabalho ao lado de pessoas
que ama, ou se preparando
ainda mais para enfrentar as
adversidades da arte do cuidar
em enfermagem”, comentou
Solange Caetano.
O perigo das cansativas
jornadas acaba trazendo
consequências para fora do
ambiente de trabalho também.
Muitos enfermeiros, após
longas horas laboradas, ainda
enfrentam trânsito, cursos,
entre outros afazeres que ficam
totalmente comprometidos.
O profissional que após
trabalhar em longas jornadas
ainda se dispõe a estudar
pode ter o seu rendimento
intelectual comprometido. O
cansaço interfere no processo
de aprendizagem, no humor e
na percepção.
Em 2012, a técnica de
enfermagem Jaqueline de
Lima, na época com 25 anos,
cumpria plantão de 12h e
conciliava seus afazeres com a
Faculdade de Enfermagem que
cursava no período da manhã.
Jaqueline trabalhava em
uma UTI Adulto, e tinha como
rotina, atenção em manusear
medicamentos e suas
23. REPORTAGEM
UNICAMP APROVA JORNADA DE
30 HORAS SEMANAIS PARA 5O
CATEGORIAS PROFISSIONAIS DA
ÁREA DA SAÚDE
A reivindicação pela jornada de 30 horas semanais para os
profissionais que atuam nas atividades de assistência vem desde 1982,
quando foi criada a Comissão de Funcionários do Hospital de Clínicas.
Muito embora as 30h fossem à prática corrente, os contratos
de trabalho previam 40h semanais. Mas em cumprimento à
determinação do Ministério Público do Trabalho, foi aprovada
a Deliberação CAD-A-03/2005, que adequou as jornadas de
trabalho aos contratos, o que causou insatisfação por parte dos
servidores envolvidos.
Após meses de negociação, foi aprovada pela CAD
a Deliberação-A-003/2006, que estabeleceu jornadas
diferenciadas para a área da saúde, entretanto, observando a
jornada contratual de 40h semanais.
Em março de 2013, o então candidato a reitor, Prof. Dr. José
Tadeu Jorge, assumiu o compromisso de viabilizar a implantação
da jornada de 30 h, e em maio de 2013, através da Portaria
GR-046 de 22/05/2013, designou membros para compor o
Grupo de Trabalho para analisar e propor as providências para
a implantação das 30h.
Sob a presidência do Enfº Adilton Dorival Leite, o GT se
debruçou sobre a questão atual que envolve os aspectos
relacionados à preservação da saúde dos trabalhadores, e as
consequências e impactos da redução da jornada nos indicativos
de qualidade dos serviços de saúde prestados pela Universidade.
O Consu aprovou no dia 5 de agosto a proposta para efetivar
a jornada de 30h. O objetivo é efetivar a medida a partir de
1º de dezembro de 2014 para os servidores que optarem pela
nova jornada. Por conta disso, 291 novas vagas abrangendo
51 categorias serão abertas. As vagas serão ocupadas por
19
profissionais concursados.
“A jornada de 30h atende
uma demanda histórica dos
trabalhadores da saúde da
Unicamp, além de ser instrumento
para preservação da saúde do
trabalhador, constitui condição
necessária para uma assistência
segura e de qualidade“, lembrou
o coordenador do GT, Enfermeiro
Adilton Dorival Leite.
aplicações, além de grandes
esforços físicos para garantir
à assistência de qualidade
aos pacientes. Após findar
sua jornada de trabalho,
ainda tinha que cumprir
mais de 5 horas diariamente
em seu estágio. E foi em
um desses dias, de plantão,
e estágio que a Técnica ao
retornar para a sua casa,
dormiu ao volante e sofreu
um sério acidente.
“Naquele dia, eu estava
exausta, e só me lembro de estar
dirigindo e de repente acordar
com muitas pessoas ao meu
redor perguntando se eu estava
bem, comentou Jaqueline. Por
sorte, a profissional não sofreu
graves lesões.
“Conheço outros parceiros
da Enfermagem que também
já sofreram acidentes por
estarem cansados. Se a
jornada de trabalho em 30
horas semanais já tivesse sido
regulamentada, com certeza
esse tipo de problema seria
evitado”, completou.
“Há uma cultura na
Enfermagem de múltiplos
empregos para poder ter
uma renda melhor. Por isso,
os trabalhadores precisam
unir força nesta luta pela
aprovação do PL 2295/00,
para que, além das 30h
semanais, a categoria também
garanta um piso salarial
nacional digno. Desta forma,
o enfermeiro terá mais tempo
para dedicar exclusivamente
no seu trabalho com um salário
que não o obrigue a ter vários
empregos, e também terá
tempo para família, estudos,
especialização e lazer”,
finalizou Solange Caetano.
24.
25. CARREIRA
ENSINO A DISTÂNCIA PODE NÃO
SER A MELHOR OPÇÃO PARA O
APRENDIZADO DA ENFERMAGEM
OS CURSOS, NO
GERAL, DÃO O
ALICERCE, A BASE
QUE O ACADÊMICO
NECESSITA PARA
DESENVOLVER
SUAS ATIVIDADES
PROFISSIONAIS
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC):
‘educação a distância é a modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias
de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos
diversos’, regulamentada a partir do Decreto 5.622, de 19 de
dezembro de 2005.
As instituições que oferecem esse tipo de modalidade
precisam estar credenciadas ao MEC e ter os cursos reconhecidos.
Especificamente os cursos de direito, medicina, odontologia
e psicologia devem também ser submetidos a avaliação do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do
Conselho Nacional de Saúde, respectivamente.
No caso da Enfermagem, há, no Brasil, mais de 700 cursos
de graduação contemplados em 685 universidades. Desses, 469
são ministrados no modelo de educação a distância (considera-se
que, em apenas uma universidade pode haver mais de um
polo de EAD).
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foi a primeira
instituição a oferecer esse tipo de curso. Hoje possui sete opções
21
26. de curso de graduação entre
ciências, humanas e exatas, e
nove cursos de pós-graduação,
que fazem parte do programa
Universidade Aberta do
Brasil (UAB), que pretende
melhorar a qualidade de
ensino nas regiões atendidas
por Polos de Apoio Presencial
da UAB parceiros da UFJF e,
consequentemente, formar
profissionais para o mercado
de trabalho.
No Brasil, há muito que se
fazer em prol da educação,
acesso à informação e ao
conhecimento. Cursos de
longa distância estão sendo
uma ferramenta social capaz
de levar o conhecimento,
principalmente para as pessoas
mais afastadas dos polos
educacionais. Entretanto, este
método não é o mais indicado
para quem deseja se formar
em alguma área da saúde,
como na enfermagem.
Por mais que vários cursos
já tenham sido reconhecidos
pelo MEC, o Conselho
Federal de Enfermagem
(COFEN) já chegou a mandar
recomendações ao MEC
para não reconhecerem as
graduações de Enfermagem
à distância, e sugeriu
que sejam revisadas as
autorizações que já tivessem
sido concedidas para cursos
desta modalidade.
Várias organizações
da Enfermagem estão, ao
longo dos anos, buscando
diversas formas de aumentar
a qualidade na forma de
qualificar adequadamente a
formação dos enfermeiros. É
uma função da qual merece
uma grande atenção pelo
peso da responsabilidade
em seu exercício na prática,
principalmente por ter como
objeto de trabalho a vida do
próximo.
“Os cursos no geral dão
o alicerce, a base que o
acadêmico necessita para
desenvolver suas atividades
profissionais, mas, o processo
de formação é permanente”
, afirma Rosemere Rosemira
da Silva Pegas, Enfermeira e
Docente.
Não tem como negar que
ao longo dos anos houve um
grande avanço nas diversas
áreas do conhecimento, e que
o indivíduo pode ser capaz de
exercer uma ação de maneira
segura e com eficácia por
um aprendizado adquirido à
distância. Entretanto, o motivo
da preocupação dentro da
área da Enfermagem, é pelo
fato de que muitas técnicas do
ensino da saúde necessitam de
uma abordagem diferenciada,
presencial.
“As disciplinas práticas
necessitam da presença do
professor, pois ele não ensina
somente como fazer, mas qual
a forma mais adequada em
cada situação, além de reforçar
o relacionamento interpessoal
tão necessário na formação do
Enfermeiro”, explica Rosemere.
A natureza imprecisa
do homem impossibilita
prescrições prévias das quais
as reações e manifestações
ao se cuidar de um paciente
podem acontecer. O homem
é um ser ímpar, não se segue
premeditações acerca das
suas ações. Por isso, o curso
de Enfermagem, tal como
outros cursos que envolvem a
área da saúde, não pode ser
considerado uma boa opção
para ser cursado à distância.
Há uma grande complexidade
dentro das ações das quais um
estudante e futuro enfermeiro
irá exercer que não podem e
não devem ficar apenas no
ambiente virtual teórico.
O aperfeiçoamento de
algumas matérias, assim
como alguns cursos de pós-graduação
na área da saúde
e cursos de extensão, não
exige desempenho presencial.
Muitas matérias são de
competência administrativa
ou de conhecimento específico
com abordagem acerca
de raciocínios lógicos em
diagnósticos ou tratamentos
previamente já vistos em
graduação. Obviamente,
há cursos de extensão e
graduação, que divide sua
carga horária de forma
semipresencial, separando
assim, a teoria da prática em
diferentes momentos do curso.
Esta metodologia não é
tão prejudicial ao exercício
da função, se o básico, o
necessário e o indispensável,
dentro da graduação, forem
ensinados de maneira correta
e adequada.
“Algumas disciplinas podem
utilizar a modalidade à distância,
por ter seu conteúdo totalmente
teórico, e as disciplinas práticas
podem usar aulas à distância
como reforço do aprendizado.
Mas, desenvolver todo o currículo
do curso na modalidade à
distância vai comprometer
a qualidade da assistência
de Enfermagem” , completa
Rosemere.
Segundo dados do COFEN
CARREIRA
22
27. há, no Brasil, indicadores que
provam que a quantidade de
cursos presenciais oferecidos
supre a demanda de procura.
Este é mais um fator que faz
com que a entidade defenda
esse tipo de graduação.
“Um enfermeiro é formado
por um conjunto de fatores
que vão desde o conhecimento
científico ao conhecimento
prático. Um bom profissional
é aquele que domina não só
o conhecimento teórico, mas
a melhor maneira de tratar
o seu paciente, a quem deve
se dedicar de forma integral
para realizar um trabalho de
qualidade. A prática, o próprio
nome já diz, se aprende
fazendo. Esse é o melhor
método, onde o professor
passa adiante técnicas e
habilidades de como se
relacionar com um paciente”,
lembra Solange Caetano,
presidente do Sindicato dos
Enfermeiros do Estado de São
Paulo (SEESP).
O SEESP indica aos
estudantes da área da
saúde, tanto de cursos
técnicos, graduações e
pós-graduação, que se
atentem sobre a instituição
e modalidade de curso que
irão cursar. Acreditamos que
buscar a excelência na área
da Enfermagem significa
disposição para aprender a
teoria com total empenho
e aplicá-la com eficiência
na prática aos cuidados dos
pacientes.
É importante ressaltar
que as ações no dia a dia de
trabalho de um profissional de
enfermagem atingem graus de
complexidade que, somente
com um conhecimento prático,
são resolvidas com a atenção
necessária, por isso, o SEESP
é contra o aprendizado não
presencial em uma profissão
em que o preservar da vida é
o seu maior objetivo.
CARREIRA
A ESCOLHA DE
UM MÉTODO DE
QUALIDADE, QUE
PROPORCIONE
CONTATO COM
TEORIA E PRÁTICA,
SEMPRE SERÁ UMA
23
BOA ESCOLHA
“Acredito que os cidadãos
não se sentiriam seguros
ao saber que o enfermeiro,
técnico ou auxiliar de
enfermagem aprendeu a fazer
uma simples coleta de sangue
ou aplicação de medicamento
virtualmente, sem sequer ter
feito tal procedimento em
um boneco ou simulador de
procedimentos médicos. Por
isso, estudar em um modelo
de ensino de qualidade, que
proporcione contato com
teoria e prática, sempre será
uma boa escolha para formar
um profissional de qualidade.
É urgente a necessidade das
entidades representativas da
enfermagem se unirem contra
este modelo de formação que
não proporciona segurança
no atendimento a sociedade,
e que ainda poderá trazer
efeitos nefastos ao mercado
de trabalho num curto
intervalo de tempo”, finaliza
Solange Caetano.
28. 24
MOBILIZAÇÃO
ATO NO DIA MUNDIAL DA SAÚDE CONTA COM
REINVINDICAÇÕES E ATIVIDADES CULTURAIS
Movimentos populares,
a União Geral dos
Trabalhadores (UGT) e
entidades sindicais, como o
Sindicato dos Enfermeiros do
Estado de São Paulo (SEESP),
celebraram em São Paulo o
Ato Unificado pelo Dia Mundial
da Saúde, visando cobrar do
Estado a responsabilidade de
garantir o acesso universal à
saúde e criação de políticas
públicas que viabilizam um
Sistema Único de Saúde (SUS)
humanizado com qualidade.
Uma caminhada que partiu
da Praça da Sé objetivou alertar
a forma de privatização que o
setor vem sofrendo por meio
da atuação das Organizações
Sociais (OS’s), contratadas
pelo governo estadual que
acaba eliminando concursos
públicos, submetendo os
profissionais da saúde às
contratações com diminuição
de direitos trabalhistas e
salários diferenciados dos
servidores concursados.
“O Estado precisa investir
em concursos para aumentar
seu quadro de profissionais,
precisamos sempre estar
atentos e cobrar isso do
governo”, disse Ana Firmino,
diretora do SEESP.
Além dos debates, houve
atividades culturais. A Tenda
Paulo Freire foi uma das atrações,
com apresentações, malabarismo
e outras intervenções lúdicas.
Em comemoração aos
avanços e conquistas, no mesmo
dia, deu-se início a Semana
de Humanização do SUS. O
encerramento das atividades
da apelidada HumanizaSUS
aconteceu na Praça Júlio Prestes.
CENTRAIS REALIZAM MARCHA NA CAPITAL PAULISTA
POR PAUTA DE REIVINDICAÇÕES TRABALHISTAS
Em abril, aconteceu a
8ª Marcha da Classe
Trabalhadora, na Praça da Sé,
no centro de São Paulo, em
passeata até o Vão Livre do MASP.
Forças sindicais e movimentos
trabalhistas se uniram com o
objetivo de cobrar maior atenção
para reivindicações pendentes
que esperam uma tratativa pelo
Executivo e pelo Legislativo.
Mais de 40 mil pessoas
participaram da manifestação
organizada por seis centrais: CGTB,
CTB, CUT, Força Sindical, Nova
Central e UGT, que levou para
as ruas bancários, metalúrgicos,
profissionais da construção
civil, químicos, professores,
colaboradores da saúde, servidores
públicos, integrantes do movimento
dos sem-terra e sem-teto.
A pauta foi aprovada em
2010 e entregue aos então
candidatos à Presidência da
República, incluindo a atual
presidenta Dilma. Dentre vários
itens, destacam-se o pedido
pelo fim do fator previdenciário,
arquivamento do Projeto de
Lei 4.330, sobre terceirização,
regulamentação das convenções
151 (direito de greve e
negociação coletiva no setor
público) e 158 (contra demissão
imotivada) da Organização
Internacional do Trabalho (OIT),
pedidos de correção da tabela
do Imposto de Renda, reajuste
das aposentadorias, melhores
investimentos em saúde, mais
educação, segurança e melhoria
do transporte público.
“Unir forças é a melhor
forma de cobrar um maior
comprometimento com a agenda
sindical. Estávamos juntos de
outras classes, lutando pelos
ideais da Enfermagem, e também
por um Brasil mais justo com
os trabalhadores”, lembrou
Elaine Leoni, secretaria geral do
Sindicato dos Enfermeiros do
Estado de São Paulo (SEESP).
29. ( ) Enfermeiro / Capital - R$20,00
( ) Enfermeiro / Interior - R$15,00
25
Sindicalização Atualização
Dados Pessoais:
Nome:
Endereço:
Bairro: Cidade: UF:
CEP: Telefone:
RG: CPF: COREN:
E-mail:
Data de Nascimento:
Sexo: ( ) Masc ( ) Fem
Dados Profissionais:
Razão Social:
Endereço:
Cargo: Telefone:
Opções de Pagamento:
( ) Boleto Bancário - Mensal
( ) Anuidade - Estudantes
( ) Holerite*
Valores:
( ) Sócio Especial - R$12,00
*Autorizo o desconto mensal em holerite ( ) Estudantes - Taxa Anual
no valor selecionado a favor da Entidade
consignatária em referência.
Dependentes:
Deseja cadastrar dependentes: ( ) Sim ( ) Não
Nome: Nasc. Parentesco:
Nome: Nasc. Parentesco:
Nome: Nasc. Parentesco:
Local: Data:
Assinatura:
30. 26
DOBRE AQUI
CARTA - RESPOSTA
NÃO É NECESSÁRIO SELAR
O SELO SERÁ PAGO POR:
SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO
SEESP
AC SÃO MIGUEL PAULISTA
08010-999 - São Paulo - SP
DOBRE AQUI
COLE AQUI