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José Régio
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Pequena nota biográfica sobre o autor na página 187 do manual acima referido. Biografia
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Jogo da Cabra-Cega (1934)
A Velha Casa (1944,1947, 1953, 1960 e 1966)Um pouco mais… 	José Régio escreveu cerca de 30 obras entre romances, novelas, peças de teatro, etc., destacando-se sobretudo na poesia. Colaborou em jornais como República , o Primeiro de Janeiro, Jornal de Notícias entre outros. Ganhou também alguns prémios literários como o Prémio Diário de Notícias e o Prémio Nacional de Poesia.   Obras
Cântico Negro"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidade! Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontadeCom que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada. Como, pois sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tectos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém. Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!				 inPoemas de Deus e do Diabo
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Nove estrofes de versos e sílabas métricas desiguais resultante de uma espécie de diálogo dramatizado.

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Jose Regio

  • 2.
  • 3. Pequena nota biográfica sobre o autor na página 187 do manual acima referido. Biografia
  • 4.
  • 6. A Velha Casa (1944,1947, 1953, 1960 e 1966)Um pouco mais… José Régio escreveu cerca de 30 obras entre romances, novelas, peças de teatro, etc., destacando-se sobretudo na poesia. Colaborou em jornais como República , o Primeiro de Janeiro, Jornal de Notícias entre outros. Ganhou também alguns prémios literários como o Prémio Diário de Notícias e o Prémio Nacional de Poesia. Obras
  • 7. Cântico Negro"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidade! Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontadeCom que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
  • 8. Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada. Como, pois sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tectos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
  • 9. Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém. Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí! inPoemas de Deus e do Diabo
  • 10.
  • 11. Nove estrofes de versos e sílabas métricas desiguais resultante de uma espécie de diálogo dramatizado.
  • 14.
  • 15. Proclamação da sua existência imposta
  • 16. Apresentação do orgulho como motivador das suas acções
  • 17. Importância de uma procura pessoal constante
  • 18. Pólos opostos morais (o bem e o mal, Deus e o Diabo)
  • 19. Procura do desconhecido como objectivo finalO poema
  • 20. Canção cruel Corpo de ânsia. Eu sonhei que te prostrava, E te enleava Aos meus músculos! Olhos de êxtase, Eu sonhei que em vós bebia Melancolia De há séculos! Boca sôfrega, Rosa brava Eu sonhei que te esfolhava Pétala a pétala! Seios rígidos, Eu sonhei que vos mordia Até que sentia Vómitos! Ventre de mármore, Eu sonhei que te sugava, E esgotava Como a um cálice! Pernas de estátua, Eu sonhei que vos abria, Na fantasia, Como pórticos! Pés de sílfide, Eu sonhei que vos queimava Na lava Destas mãos ávidas! Corpo de ânsia, Flor de volúpia sem lei! Não te apagues, sonho! mata-me Como eu sonhei. O Amor e a Morte
  • 21.
  • 22. Revelação de uma necessidade física/posse pela parte do “eu” poético
  • 23. Projecção do acto como sonho e do sonho como capítulo de morte.O poema
  • 24.
  • 26. Alexandre Dias Pinto etal, Português, 10ºano, Santilana, 2010, pp.186-191 Beatriz Melo S. 2010/2011 Fontes consultadas