3. Vida:
1882-1948, São Paulo-Argentina;
Advogado, jornalista, editor, adido
cultural brasileiro nos Estados Unidos.
4. Literatura Infantil
1920 - A menina do narizinho arrebitado
1921 - Fábulas de Narizinho
Obras: 1921 - Narizinho arrebitado
1921 - O Saci
1922 - O marquês de Rabicó
1922 - Fábulas
1924 - A caçada da onça
1924 - Jeca Tatuzinho
Temática adulta 1924 - O noivado de Narizinho
1927 - As aventuras de Hans Staden
O Saci Pererê: resultado de um inquérito 1928 - Aventuras do príncipe
(1918) 1928 - O Gato Félix
Urupês (1918) 1928 - A cara de coruja
Problema vital (1918) 1929 - O irmão de Pinóquio
Cidades mortas (1919) 1929 - O circo de escavalinho
Idéias de Jeca Tatu (1919) 1930 - Peter Pan
Negrinha (1920) 1930 - A pena de papagaio
A onda verde (1921) 1931 - Reinações de Narizinho
O macaco que se fez homem (1923) 1931 - O pó de pirlimpimpim
Mundo da lua (1923) 1932 - Viagem ao céu
Contos escolhidos (1923) 1933 - Caçadas de Pedrinho
O garimpeiro do Rio das Garças (1924) 1933 - Novas reinações de Narizinho
O choque (1926) 1933 - História do mundo para as crianças
Mr. Slang e o Brasil (1927) 1934 - Emília no país da gramática
Ferro (1931) 1935 - Aritmética da Emília
América (1932) 1935 - Geografia de Dona Benta
Na antevéspera (1933) 1935 - História das invenções
Contos leves (1935) 1936 - Dom Quixote das crianças
O escândalo do petróleo (1936) 1936 - Memórias da Emília
Contos pesados (1940) 1937 - Serões de Dona Benta
O espanto das gentes (1941) 1937 - O poço do Visconde
Urupês, outros contos e coisas (1943) 1937 - Histórias de Tia Nastácia
A barca de Gleyre (1944) 1938 - O museu da Emília
Zé Brasil (1947) 1939 - O Picapau Amarelo
Prefácios e entrevistas (1947) 1939 - O minotauro
Literatura do minarete (1948) 1941 - A reforma da natureza
Conferências, artigos e crônicas (1948) 1942 - A chave do tamanho
Cartas escolhidas (1948) 1944 - Os doze trabalhos de Hércules
Críticas e Outras notas (1948) 1947 - Histórias diversas
Cartas de amor (1948)
5. Características e temáticas
Preocupação em Região do vale do
denunciar os Paraíba-SP e sua
problemas das decadência;
pessoas do interior; Os problemas da
Formalmente ainda queda do café.
se aproximava da
literatura oficial da
época.
6. Urupês
Desmistificação da tradição “alencarina” de que a mestiçagem de
índio com branco gerava uma nação forte.
Urupês: espécie de fungo parasita, metáfora do caboclo que esgota
os recursos da terra e depois vai embora dela.
7. Negrinha – Monteiro Lobato
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e
trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo
reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e
o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas,
esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva sem filhos, não a calejara o choro da carne de
sua carne, e por isso não suportava o choro da carne alheia. Assim, mal vagia, longe, na cozinha, a triste criança, gritava logo
nervosa:
— Quem é a peste que está chorando aí?
Quem havia de ser? A pia de lavar pratos? O pilão? O forno? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e afastava-se
com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões de desespero.
— Cale a boca, diabo!
No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-
nos doer...
Assim cresceu Negrinha — magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã aos quatro anos, por ali ficou feito
gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a idéia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma
coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos. Aprendeu a andar, mas quase não andava. Com
pretextos de que às soltas reinaria no quintal, estragando as plantas, a boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão
da porta.
— Sentadinha aí, e bico, hein?
Negrinha imobilizava-se no canto, horas e horas.
— Braços cruzados, já, diabo!
9. Vida:
1884-1914, na Paraíba-Minas Gerais;
Advogado, professor de literatura,
colaborador em jornais.
10. Características e temáticas
Relação entre Pessimismo;
Parnasianismo (as Temas antipoéticos
formas e estruturas - (decomposição da
soneto) e Simbolismo matéria).
(a construção de
imagens);
Intertextualidade com
o Científico;
Divagações
metafísicas;
Angústia existencial;
Visão filosófica, niilista
e fatalista da
existência
12. Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
13. O pulso – Arnaldo Antunes
O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa...
Peste bubônica
Câncer, pneumonia
Raiva, rubéola
Tuberculose e anemia
Rancor, cisticircose
Caxumba, difteria
Encefalite, faringite
Gripe e leucemia...
E o pulso ainda pulsa
E o pulso ainda pulsa
Hepatite, escarlatina
Estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo
Esquizofrenia
Úlcera, trombose
Coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes
Asma, cleptomania...
E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco
Assim...
Reumatismo, raquitismo
Cistite, disritmia
Hérnia, pediculose
Tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide
Arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie
Câimba, lepra, afasia...
O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco
14. Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
17. Vida:
1868-1931no Maranhão-Rio de
Janeiro;
Advogado, diplomata;
Membro da Academia Brasileira de
Letras;
Participantes da Semana de Arte
Moderna.
18. Características e temáticas
Cientificismo; Imigração alemão
Naturalismo; para o Brasil.
Impressionismo;
Personagens
inverossímeis.
19. Obras:
Canaã, 1902
Malasarte, 1911
A Estética da Vida, 1921
Espírito Moderno, 1925
Futurismo (manifesto de Marinetti e seus
companheiros), 1926
A Viagem Maravilhosa, 1929
O manifesto dos mundos sociais, 1935