O documento descreve o pneumotórax, definindo-o como o acúmulo de ar na cavidade pleural e classificando-o em fechado, aberto e hipertensivo. Também aborda a etiologia, diagnóstico e tratamento, incluindo observação, punção aspirativa ou drenagem pleural dependendo do tamanho e tipo de pneumotórax. O tratamento do pneumotórax espontâneo primário é discutido em detalhes.
3. Classificação
• De forma geral:
• Pneumotórax fechado
• Pneumotórax aberto
• Pneumotórax hipertensivo
• Quanto à origem:
• Pneumotórax Espontâneo
• Primário
• Secundário (a pneumopatias)
• Pneumotórax Adquirido
• Neonatal
• Iatrogênico
• Barotrauma
• Traumatismo
Figura 1. Atelectasia resultante da
compressão por um pneumotórax
4. Etiologia
• Três caminhos:
• Fluxo de ar passa dos pulmões através da perfuração da
pleura visceral
• Fluxo de ar passa do ar atmosférico através da perfuração
da parede torácica e da pleura parietal ou, raramente,
através de uma fístula esofágica ou perfuração de víscera
abdominal
• Formação de gás através de microorganismos de um
empiema na cavidade pleural (raro).
7. Diagnóstico
• História + Exame Físico + Radiologia
• 1. Anamnese:
• PSP – Paciente em repouso. Pneumotórax não tem relação causal
com esforço físico.
• Dor torácica + Dispneia: principais sintomas
• Clínica não tem relação proporcional com tamanho do Ptx.
• 2. Exame Físico:
• do Murmúrio vesicular
• da expansibilidade local
• do volume torácico ipsilateral
• Hiper-ressonância à percussão
• Cianose, taquicardia, taquipneia e hipotensão → Ptx Hipertensivo?
8. Diagnóstico
• História + Exame Físico + Radiologia
• 1. Radiologia:
• Raio-X de Tórax PA: modalidade mais usada.
• Guidelines:
• Separação das linhas pleurais (faixa de ar)
• Lâmina de ar no ângulo costofrênico
• Achados que sugerem:
• Hipertransparência (sem trama vascular)
• Desvio do mediastino (Ptx. hipertensivo)
• Tomografia Computadorizada: modalidade mais sensível – “Gold
Standart”
• Métodos de imagem permitem quantificar o tamanho do Ptx.
11. Figura 6. Separação das linhas pleurais por faixa hipertransparente sem
trama vascular.
12. Figura 7. Pneumotórax à esquerda. Observe a ponta do coração e o mediastino
afastando-se do pneumotórax hipertensivo.
13. Figura 8. Área de hipertransparência em hemitórax direito com desvio
mediastinal à esquerda
14. Figura 9. A, Desenvolvimento de um pequeno pneumotórax na parte inferior do pulmão direito. B,
(30 minutos depois) Observe a ponta do coração e o mediastino à esquerda do penumotórax. Note
também o rebaixamento do hemidiafragma direito.
16. Tratamento
• Na prática: a) Etiologia; b) Magnitude; c) Condições clínicas
• “A avaliação clínica provavelmente desempenha papel mais
importante na estratégia terapêutica” (British Thoracic Society, 2010)
• O tratamento a seguir é baseado pela Sociedade Brasileira
de Pneumologia e Tisiologia
17. Tratamento
Pneumotórax Espontâneo Primário (PSP)
Clínica
Estável Instável
Semelhante ao estável
> 3 cm (DFT)
Caráter emergencial
Oque
observo
Oquedevofazer
SSVV (N) e boa pO2 SSVV alterados e má pO2
Solicito Imagem
Tamanho < 3 cm Tamanho > 3 cm
Observação
Analgésicos e Repouso
Reavaliar em 4 – 6
horas
Melhora clínica e
radiológica é sinal de
alta
Internar por ≥ 24 horas
Considerar Punção
Aspirativa
Drenagem Fechada de
Tórax
19. Drenagem Pleural
• Aspectos técnicos:
• Subtipo mais usado: Drenagem Fechada Tubular Simples
• Outras: Aspiração contínua e aberta
• Dreno:
• Multifenestrado de plástico ou siliconizado
• Calibre variável
• Pig tail (9-12F): cateter maleável introduzido com auxílio de fio-guia
através de pequena incisão na pele
• Local do dreno:
• Pneumotórax espontâneo: 2º EIC x LHC
• Coleções líquidas livres: 5º EIC x LAA
• Coleções septadas? Ver alternativas de tratamento.
20. Drenagem Pleural
• Técnica Cirúrgica para DFT com dreno tubular:
• Antissepsia e bloqueio anestésico
• Incisão 1,5 – 2,0 cm e hemostasia
• Divulsão romba com Kelly e exploração digital
• Introduzir dreno para cima e posteriormente
• Conectar dreno ao sistema e fixá-lo, na pele, com ponto em
“U”
• Curativo oclusivo
• Verificar oscilação de coluna líquida
22. Drenagem Pleural
• Selo D’água
Figura 11. Sistema de drenagem por selo d’água
• Manutenção e retirada:
• Veriificar débito do frasco
• Verificar se coluna líquida oscila
• Manter frasco ao nível inferior ao do
tórax
• Retirar dreno se débito for < 75
ml/d com total expansibilidade
pulmonar
23. Considerações Finais
• O pneumotórax é condição clínica frequente em
emergências clínicas e cirúrgicas
• O aspecto clínico ainda desempenha essencial importância
no estabelecimento da estratégia terapêutica
• Constitui sinal clássico a separação das pleuras visceral e
parietal, evidenciado, não raramente, por um Raio-X simples
• O manejo adequado do pneumotórax depende de três
fatores: a) etiologia; b) magnitude; c) condições clínicas
• O limite de 3 cm da cúpula pleural à caixa torácica é fator
radiológico determinante à conduta, no ptx. Espontâneo
• Drenagem fechada tubular de tórax ainda constitui o
processo terapêutico mais eficaz e seguro
24. Referências Bibliográficas
• ANDRADE FILHO, Laert Oliveira; CAMPOS, José Ribas Milanez de; HADDAD,
Rui. Pneumotórax. Jornal brasileiro de pneumologia, São Paulo , v. 32, supl. 4,
Aug. 2006 . Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
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• BAUMANN, Michael H. et. al. Management of spontaneous pneumothorax: na
American Coleege pf Chest Physicians Delphi Consensus Statement. Chest,
february 2001, Vol 119, No. 2. Disponível
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• MACDUFF, Andrew; ARNOLD, Anthony; HARVEY, John. Management of
spontaneous pneumothorax: British Thoracic Society pleural disease guideline
2010. Disponível em: Thorax 2010; 56(Suppl 2): ii18-ii31. Disponível em:
<doi:10.1136/thx.2010.136986>.
• PFLEGER, René. GORROCHATEGUI, Martin. Pneumothorax. Disponível em: <
http://radiopaedia.org/articles/pneumothorax>.