2. Auguste Comte, pai da sociologia
O positivismo foi a primeira corrente teórica sistematizada de pensamento sociológico,
a primeira a definir com precisão o objeto, estabelecer conceitos e métodos de
investigação, Auguste Comte foi seu principal sistematizador.
O positivismo derivou do cientificismo (conhecimento científico como absoluto). Seus
conhecimentos pretendiam substituir as explicações teológicas , filosóficas e de senso
comum por meio das quais, até então, o homem explicava a realidade.
O positivismo também foi chamado de organicismo, pois a própria sociedade foi
constituída como um organismo constituído de partes integradas e coerentes que
funcionavam em harmonia, segundo um modelo físico e mecânico.
Conclui-se portanto, que o principio teórico desse pensamento foi, a tentativa de
constituir seu objeto, pautar seus métodos e elaborar seus conceitos se baseando nas
ciências naturais , procurando chegar na mesma objetividade e mesmo êxito nos
fenômenos estudados.
3. Auguste Comte, pai da sociologia
Comte formulou uma lei histórica de três estágios:
• Estágio teológico, quando recorria às ideias de deuses e espíritos para explicar os fenômenos naturais.
• Estágio metafísico, caracterizado por fundamentar o conhecimento em abstrações - como essências, causas finais ou
concepções idealizadas da natureza.
• Estágio positivo, que pressupõe a admissão das limitações do entendimento humano. Para ele, a razão não é capaz
de operar a não ser pela via da experiência concreta. Todo esforço da ciência e da filosofia deveria se restringir,
portanto, a encontrar as leis que regem os fenômenos observáveis.
• Comte dividiu a sociedade em dois movimentos: Movimento dinâmico (fator de progresso): que estudaria o
progresso (a industrialização e o avanço das ciências)
• Movimento estático (fator de permanência e harmonia): que estudaria a ordem (as instituições sociais: família,
igreja, forças armadas, leis, estado). Daí surge o lema "ordem e progresso", que figura na bandeira brasileira por
inspiração comtiana.
4. Emile Durkheim (1858-1917)
Foi um dos primeiros grandes teóricos, sua preocupação foi definir precisamente o objeto, o
método e as aplicações da nova ciência, em uma de suas obras em 1895, definiu com
clareza o objeto da sociologia “os fatos sociais”, são três características que distinguem os
fatos sociais, são elas:
1ª- coerção social: força que os atos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-
se às regras da sociedade em que vivem, independente de sua vontade ou escolha. A
coerção social se torna evidente pelas sanções que podem ser legais e espontâneas.
Legais são sanções prescritas pela sociedade, sob forma de leis, nas quais se estabelece a
infração e penalidade subsequente.
Espontâneas são as que aflorariam uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da
sociedade à qual o indivíduo pertence.
5. Demais Características e Objetividade (Durkhieim)
2ª É que são exteriores aos indivíduos, eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou adesão
consciente.
3ª É a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos na maioria deles.
Objetividade do fato social: para Durkheim assim como no positivismo, o pesquisador deveria manter distância e neutralidade
em relação aos fatos, deveria deixar de lado suas pré-noções ou seja, seus valores e sentimentos em relação aos fatos, exige
também a não interferência do cientista com o fato observado.
Ele pretendia com esse rigor, garantir o sucesso da sociologia como ciência, rompendo as ideias e o senso comum, que
interpretava de forma vulgar a realidade social.
Para apoderar-se dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais e repetitivos, aqueles que
apresentam características exteriores comuns. Vemos que os fenômenos devem ser sempre considerados em suas
manifestações coletivas, distinguindo-se dos acontecimentos individuais ou acidentais.
6. Sociedade: um organismo em adaptação (Durkheim)
Para Durkheim a sociologia além de explicar a sociedade, também tinha finalidade de encontrar soluções
para a vida social. Assim como todo organismo vivo a sociedade apresentaria estados normais e
patológicos:
Fatos sociais normais são aqueles que não atrapalham os limites dos acontecimentos mais gerais de
uma determinada sociedade, e que reflete as condutas e valores aceitos pela maioria da sociedade.
Fatos sociais patológicos são aqueles que se encontram fora dos limites permitidos pela ordem social e
pela moral vigente.
A generalidade de um fato social, é garantida de normalidade na medida que representa o consenso
social, vontade coletiva ou acordo de um grupo sobre determinada questão.
7. A consciência coletiva (Durkheim)
Durkheim pretende demonstrar que os fatos tem existência própria, independentemente do que pensa e
faz cada indivíduo em particular.
“Consciência coletiva é o conjunto de crenças e sentimentos comuns a média dos membros de uma mesma
sociedade”. se baseia na consciência espalhada por toda a sociedade, ela que revela o tipo psíquico da
sociedade, que atribuiria aos indivíduos e passaria através das gerações.
É a forma vigente na sociedade, em certo sentido. Ela aparece como um conjunto de regras fortes e
estabelecidas que atribuem valor e delimitam os atos individuais, também define o que é imoral,
reprovável ou criminoso.
8. Morfologia social (Durkheim)
É a classificação das espécies sociais numa referência as espécies estudadas na biologia. Durkheim
considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda, ou seja, da forma social mais
primitiva, onde os indivíduos se assemelhavam a átomos, justapostos e iguais.
Guiado pelo procedimento de que o trabalho de classificação fosse uma apurada observação
experimental, estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica
como motor de transformação de toda e qualquer sociedade.
Solidariedade mecânica era aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os
indivíduos se identificavam por meio da família, religião, tradição, costumes, permanecendo autônomos
referindo a trabalho social.
Solidariedade orgânica típica das sociedades capitalistas onde os indivíduos se tornam
interdependentes pela acelerada divisão do trabalho social, isso garante a união social no lugar dos
costumes e tradições. Cada um se especializa numa atividade e desenvolve autonomia pessoal.
9. Durkheim e a sociologia científica
Ele se diferenciou dos estudos positivistas porque seus estudos não ficaram somente na
reflexão, mas sim através de métodos, análises e pesquisas, realizou estudos
sistemáticos e metodológicos sobre a sociedade.
Procurou estabelecer limites e diferenças entre particularidades e a natureza dos
acontecimentos filosóficos, históricos, psicológicos e sociológicos.
Elaborou um conjunto coordenado de conceitos e de técnicas de pesquisa que, embora
norteado por princípios das ciências naturais, guiava o cientista para o discernimento
de um objeto de estudo próprio e dos meios adequados para interpretá-lo.
10. Max Weber (1864-1920), principais ideias
Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia alemã , uma característica marcante
do pensamento alemão é a diversidade enquanto o francês e inglês para a universidade.
Para Weber, a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades.
O homem passou a ter significado e especificidade. É o homem que da sentido a sua ação
social; estabelece conexão entre motivo da ação e a ação propriamente dita e os efeitos.
Weber opõe-se a Durkheim que afirmava “determinadas pessoas nascem naturalmente
superiores a outras, portanto não haverá forma de alterar essa realidade”
Explica que a pesquisa histórica é fundamental para o entendimento das sociedades e
que a coleta de dados e o esforço na interpretação das fontes permite entender as
diferenças.
11. Max Weber e seu método compreensivo
• Seus estudos não foram influenciados pelos ideais políticos, muito menos pelo racionalismo
positivista (Auguste Comte)
• Teoria de grande importância, pois, buscou compreender os fatos através de análise históricas e
sociais que são qualitativas.
• A formação social e histórica deve ser respeitada; o conhecimento histórico busca evidências e é um
poderoso instrumento para o cientista social.
• Weber combina duas perspectivas: a histórica , que respeita as particularidades de cada sociedade; e
a sociológica que ressalta os elementos mais gerais de cada processo histórico.
12. Max Weber e seu objeto de estudo
• A ação social “É o objeto de investigação, conduta humana dotada de sentido, de uma justificativa subjetivamente
elaborada”.
• Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais
que as determinam. Pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:
• 1ª Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então,
racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;
• 2ª Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso,
político ou estético;
• 3ª Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo,
etc., e
• 4ª Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas
são irracionais).
13. Papel do cientista, organização do estudo (Weber)
A tarefa do cientista é a de descobrir os possíveis sentidos das ações humanas; um indivíduo age
segundo sua motivação e consciência; há um grau significativo de interdependência entre os
indivíduos; a atitude compreensiva permite ao cientista atribuir aos fatos um sentido social e
histórico.
Weber rejeita as proposições positivistas, evolucionismo, o isolamento (ou prenoção pelo cientista),
pois, o cientista também age segundo seus motivos.
Para Weber cada indivíduo age levado por um motivo que é dado pela tradição, por interesses
racionais ou pela emotividade.
O motivo que aparece na ação social permite desvendar seu sentido, que é social na medida em que
cada indivíduo age por conta da resposta de outros indivíduos.
14. Weber
É o indivíduo que, por meio dos fatores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação social. Mas não
significa que consiga prever as consequências da ação. Não significa também que a análise sociológica se
confunda com a análise psicológica.
Por mais individual que seja uma ação, o fato de agir levando em consideração o outro, da a ela um caráter
social.
Weber distingue a ação social da relação social. Por exemplo: um sujeito pede uma informação a outro esta
estabelecendo uma ação social. Para que haja relação social é preciso que o sentido seja compartilhado, por
exemplo: numa sala de aula onde o objetivo de vários indivíduos é compartilhado.
Portanto para a sociologia de Weber, os acontecimentos que integram a sociedade tem origem nos indivíduos.
A meta só cientista é buscar os nexos causais que deem o sentido da ação social.
15. Karl Max (1818-1883)
Com objetivo de entender o capitalismo, produziu obras de filosofia, economia e
sociologia. Sua intenção não era somente contribuir para a ciência, mas também
para a transformação politica e social.
Ideia de alienação , A industrialização, a propriedade privada e o assalariamento
separou o trabalhador dos meios de produção, que se tornaram propriedade
privada do capitalismo, separava ou alienava também o trabalhador do fruto de seu
trabalho , que também é apropriado pelo capitalista, essa é a base de alienação do
homem sobre o capital.
Politicamente também o homem se tornou alienado, pois o principio de
representatividade, base do liberalismo, criou a ideia de estado como órgão politico
imparcial, capaz de representar a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos
indivíduos. Porém na sociedade de classes o Estado representa apenas a classe
dominante e age conforme seus interesses.
Karl Max propôs não apenas um novo método de abordar a sociedade, mas
também um projeto para a ação sobre ela.
16. Karl Max, as classes sociais
As ideias liberais consideravam o homem, por natureza, iguais política e juridicamente. Liberdade e justiça eram
direitos inalienáveis de todo cidadão. Max por sua vez, diz que tal igualdade natural não existe, e observa que o
liberalismo vê os homens como átomos como se estivessem livres das evidentes desigualdades estabelecidas pela
sociedade. As desigualdades são a base da formação das classes sociais.
Max identificou a relação de exploração da classe dos proprietários (burguesia), sobre a classe dos trabalhadores
(proletariado). Isso porque a posse dos meios de produção pela propriedade privada, faz com que os
trabalhadores vendam sua força de trabalho para assegurar a sua sobrevivência.
Origem do capitalismo na produção artesanal da idade media, o trabalhador mantinha em casa os instrumentos
de produção. Aos poucos esses passaram para as mãos de indivíduos enriquecidos, que organizaram oficinas. A
revolução industrial introduziu inovações técnicas que aceleram a produção, que contribuiu para a separação entre
trabalhador e instrumentos de produção.
17. Karl Max, salário, trabalho, valor e lucro
o operário como nada possui, é obrigado a vender sua força de trabalho. No capitalismo a força de
trabalho se torna uma mercadoria. O salario é assim o valor da força de trabalho considerada como
mercadoria.
O salario deve corresponder à quantia que permitia ao trabalhador alimentar-se, vestir-se, cuidar dos
filhos, recuperar as energias e, assim estar de volta no dia seguinte, resumindo, o salário deve garantir
a reprodução das condições das condições do trabalhador e de sua família.
Trabalho, valor, lucro. Os economistas ingleses já haviam postulado que o valor das mercadorias
dependia do tempo de trabalho gasto na sua produção. Max acrescentou que esse tempo de trabalho
se estabelecia em relação às habilidades individuais médias e as condições técnicas vigentes na
sociedade. Por isso dizia que no valor de uma mercadoria, era incorporado o tempo de trabalho
socialmente gasto na sua produção.
18. Karl Max, a mais valia, relações politicas
Segundo Max, a mais valia era uma exploração capitalista sobre os trabalhadores, onde era destinado
ao trabalhador apenas uma pequena porcentagem do que era produzido. Resumindo, era a diferença
entre o salario recebido por um funcionário e o valor que ele produziu.
Mais valia absoluta, quando um trabalhador produz em 4 horas o suficiente para garantir seu salário,
quando a jornada é de 8 horas, as 4 horas restantes vai para o proprietário.
Mais valia relativa, aumento da produtividade através de processos tecnológicos, novas maquinas
grandes quantidades em menos tempo, isso aumenta o lucro e o salario dos trabalhadores é pago em
menos dias.
As relações politicas, as condições específicas geradas pela industrialização tendem a impulsionar a
sua organização politica para a ação, através dos interesses comuns da classe trabalhadora. Portanto
essa classe sofrendo progressivo empobrecimento em relação a exploração, acaba por se organizar
politicamente.
19. Karl Marx, materialismo histórico
Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a
produção social de bens. A produção social segundo ele engloba 2 fatores básicos: as forças produtivas e as relações de
produção.
Forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. Qualquer processo de trabalho implica em
matérias-primas identificadas e extraídas da natureza e determinados instrumentos como ferramentas e máquinas, etc... A
cada forma de organização de forças produtivas corresponde uma de ralação de produção.
Relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar uma atividade produtiva. Essas
relações se referem as diversas maneiras pelas quais são apropriados os elementos envolvidos no trabalho como matéria-
prima, instrumentos e a técnica, e o próprio trabalhador e produto final.
As relações podem ser: cooperativas (mutirão), escravistas (antiguidade), servis ( Europa feudal), capitalista( indústria
moderna.