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O que a Internet está a fazer aos
nossos cérebros
Rea baseado no livro de Nicholas
Carr “Os Superficiais”
• Pretende-se que este trabalho seja um REA e que seja
utilizado, reutilizado, pensado, repensado, remixado de forma
livre na rede e fora dela de forma a que esta reflexão possa
colher diversas opiniões em volta do tema proposto, “ o que a
internet está a fazer aos nossos cérebros”, e que nos permitirá
refletir, discutir e repensar "O presente e o futuro da
educação online: perspectivas e desafios“ será que a rede se
vai tornar um entrave?
Introdução
• O livro tem 321 páginas, cinco capítulos e dez secções.
Durante esta viagem que o autor faz onde as hiperligações
estão presentes e não faltam referências científicas, sociais e
históricas, metáforas, citações, discursos, descobertas e
estudos, sobre a plasticidade do nosso cérebro e
correlacionando a evolução das tecnologias com a própria
evolução do cérebro e as repercussões que este fator está a
ter em nós. Carr argumenta e contrapõe pontos de vistas dos
”a favor” e dos “menos a favor” da Rede. Nicholas Carr vai
fazendo referência ao deixarmos de usar a escrita, o mapa, o
relógio mecânico, o livro palpável, e o que estes fatores
influênciam o funcionamento do cérebro humano, acaba por
nos encaminhar para as inquietantes e irreversíveis
mudanças, por influência da Internet, no nosso cérebro.
Prólogo - “O Cão de guarda e o ladrão”
• Durante estas páginas iniciais o autor refere que a ideia que
apresenta neste seu livro não é original, pois já em 1964
Marshall McLuhan tinha referenciado que os novos media
estavam a alterar o modo de pensar, alertando para os
perigos que estes poderiam apresentar. As pessoas ficariam
reféns dos meios de comunicação. Quando se debatiam sobre
o efeito dos seus conteúdos que não se debatia sobre o meio
em si e os seus efeitos, dispersavamo-nos em volta dos
conteúdos esquecendo o interior da nossa cabeça, não
percebendo, esquecendo, não tendo em conta os efeitos que
estes têm em nós.
• O autor demonstra como se está a transformar no HAL, o
supercomputador do filme “2001: Uma odisseia no espaço”.
• Refere as dificuldades em manter concentração ao realizar
tarefas mais longas, não sendo capaz de ler continuamente
um livro como já fez. A web criou um método de leitura com
textos curtos e interligados, onde clicando passamos de
página, muitas vezes sem reter a totalidade da informação
mas recolhendo o que consideramos essencial.
• Recordou como cresceu na geração analógica, como foi
contactando com os computadores, como alcançou a idade
adulta digital, como o seu primeiro computador alterou o seu
modo de trabalho e o transformou, abandonando o lápis e o
papel.
1- HAL E EU
• Ao aparecer o primeiro modem surge um mundo novo, uma
nova forma de comunicar e partilhar, contudo foi a Web 2.0
que tudo mudou, a publicação instantânea e o contacto direto
com os leitores transformou a sua atividade profissional e a
sua/nossa vida.
• Hoje o autor reconhece muita dificuldade em concentrar-se
em atividades mais de 2 minutos em algo que requeira
atenção, e reconhece como está viciado na internet, sentindo
uma atração constante em consultá-la e utilizá-la.
2 - CAMINHOS VITAIS
• Durante este capítulo o autor percorre o cérebro e o seu
funcionamento e com a descoberta da plasticidade do
cérebro e as implicações a nível médico, cultural e mesmo
filosófico, estabelece um ponto de contacto entre o
empirismo e o racionalismo. O primeiro considerava que o
conhecimento era adquirido apenas através da
experiência, sendo os indivíduos produtos puramente
culturais. O racionalismo defende a natureza determinística
do conhecimento enquanto estando pré-programado no
cérebro humano. A plasticidade do cérebro, em conjunto com
os avanços na genética tem demonstrado a
complementaridade entre as duas escolas filosóficas neste
ponto.
• O cérebro tem a capacidade para se adaptar e responder a
condições externas. A história da máquina de escrever de
Nietzche ilustra esta afirmação que, tendo sido adquirida com
o intuito de auxiliar o filósofo na escrita, acabou por inflênciar
a escrita.
• A plasticidade ou adaptabilidade do cérebro explica
também a melhoria nas funções sensoriais de indivíduos
que se vêem privados de alguma delas. O cérebro tem a
capacidade de se reorganizar de modo a optimizar os
seus recursos para maximizar a quantidade e qualidade
de informação que recebe do exterior, desativando
ligações neurais que se tornam desnecessárias e
reforçando outras com mais relevância.
• A compreensão das funções do cérebro tem sofrido uma
grande evolução, resultado da evolução tecnológica e
cultural da humanidade.
• A evolução tecnológica não parece ter ainda eliminado
uma certa resistência, de isolamento básico do cérebro
em relação ao mundo exterior.
3 - FERRAMENTAS DA MENTE
• Como afirma Carr, a capacidade de desenhar do ser humano
foi e vai evoluindo com o treino. Rabiscamos em criança, vai-
se evoluindo e, por vezes, pode vir-se a desenhar mapas
perfeitos. Esta evolução pode ser conetada com a evolução da
humanidade.
• O que o mapa fez com o espaço, o relógio fez com o tempo.
Observou-se as estações do ano, o movimento do sol, até ao
relógios de pulso, ganhou-se um conhecimento preciso do
tempo.
• Com a tecnologia a evoluir aparece o “determinismo
tecnológico” que vê o progresso tecnológico como uma força
fora do controlo humano que irá ganhar vontade própria e
descartar o Homem, e o “instrumentalismo” que vê os
artefactos tecnológicos como neutros, às ordens dos seus
utilizadores.
• É difícil perceber qual a influência da tecnologia no
cérebro das pessoas. As descobertas relativas à
neuroplasticidade, refere que a utilização de tecnologias
intelectuais altera os fluxos químicos das nossas sinapses.
• Ler e escrever foi possível com o desenvolvimento do
alfabeto. O ler e escrever implica uma modificação
intencional do cérebro. Ao ler e escrever em diferentes
línguas são acionadas partes diferentes do cérebro. A
escrita existe há 10.000 anos. Com os gregos, em 750
A.C., inventa-se o primeiro alfabeto fonético
completo, transfornando-o num sistema completo e
eficiente para a escrita e leitura. Com este avanço a
leitura começa a ativar uma parte consideravelmente
menor do cérebro do que a leitura de símbolos
pictóricos. O alfabeto grego originou o alfabeto romano.
Com a descoberta do alfabeto fonético, a cultura passou
a ser literária.
• O autor referencía “Fedro” de Platão e ao diálogo que Fedro
tem com Aristóteles. Para Aristóteles, a escrita iria
transformar as pessoas em pensadores superficiais. Platão
criticava a poesia porque esta era declamada e não era
escrita. A escrita mostrou o conhecimento das limitações da
memória individual, abrindo a mente a novas fronteiras do
pensamento e expressão. Temos de referir que nestes
tempos, a escrita estava ainda só reservada às elites. Teve de
se inventar outras opções para que os benefícios do alfabeto
pudessem vir a ser distribuídos às massas.
4 - A PÁGINA DO APROFUNDAMENTO
• Neste capítulo onde são referidos que os primeiros suportes
de escrita eram básicos, frágeis e de difícil arrumação, na sua
maioria não reutilizáveis e caros, o que apenas possibilitava o
seu acesso às elites.
• As leituras dos livros continuavam reservadas a essas elites e
feitas em voz alta. Os textos eram corridos, sem separação de
palavras ou regras gramaticais (a scriptura continua) o que
dificultava a sua percepção.
• Intensifica-se a transmissão escrita, surge a pontuação e
começa a ser comum. A escrita passa assim, a ser pensada
para a vista e não apenas para o ouvido.
• Ao colocar os espaços entre palavras, o alívio, o esforço
cognitivo envolvido na leitura, tornou possível a leitura rápida,
silenciosa e com uma maior compreensão. Claro que isto
requereu mudanças complexas nos circuitos do cérebro que
segundo alguns estudos, desenvolveu zonas especializadas
para o processo de leitura. Torna-se assim possível a
dedicação de mais recursos para a interpretação do sentido.
Os leitores não só se tornaram mais eficientes mas também
mais atentos.
• Com os parágrafos, com o espaço entre palavras, com a
escrita a evoluir, a tecnologia do livro para além de mudarem
as experiências pessoais de escrever e ler trouxeram também
consequências sociais com o alargar das possibilidades de
acesso às matérias escritas mudando a natureza da educação
nas escolas e universidades, passando as bibliotecas a
desempenhar um papel mais relevante.
• Com a invenção da imprensa por Gutenberg, que permite a
massificação do livro ou texto escrito, passamos a ter o livro
de indole popular.
• Estudos recentes dos efeitos neurológicos da leitura
concentrada apontam que os leitores estimulam
mentalmente cada nova situação que encontram na
narrativa, integrando-as nas suas experiências pessoais.
• A leitura de livros aumentou e refinou as experiências das
pessoas no que respeita à vida e à natureza.
5 - UM MEIO DE NATUREZA MUITO GERAL
• O matemático, Alan Turing suicida-se em 1954. Este criador da
máquina de cálculo imaginária que resultou no atual
computador compreendeu a ilimitada adaptabilidade de um
computador digital. Nunca sonhou foi com a sua rápida
evolução e que este se iria transformar num meio de
comunicação universal.
• A internet é constituída por milhões de computadores e
arquivos de dados interligados. A Rede é uma máquina com
um poder enorme que está a substituir parte das nossas
tecnologias intelectuais dada a conexão e comparação com a
máquina de escrever, o mapa, o relógio, a calculadora, o
telefone, o correio, a biblioteca, a rádio, a televisão, utilizamos
a rede para praticamente tudo o que necessitamos no nosso
dia-a-dia.
• A Rede permite-nos trabalhar em qualquer lugar. Inicialmente
estas máquinas eram muito lentas. Hoje a internet é um meio
de comunicação que está em constante evolução a uma
velocidade estonteante.
• Reparemos nos primeiros websites e nos atuais. A evolução é
enorme.
• Hoje lê-se mais que antigamente graças ao fácil acesso a
Pcs, telemóveis, tablets, smartphones, e ao acesso á
internet, mas tem diminuído o tempo que se passa a ler
materiais impressos, nomeadamente livros, jornais e revistas.
As novas tecnologias fazem parte das nossas vidas. Estamos
na geração sempre ligada. As própras bibliotecas têm a
presença das novas tecnologias: “enquanto antigamente
predominava o silêncio e as pessoas liam livros, atualmente
predomina o som das teclas de um computador”.
6 - A PRÓPRIA IMAGEM DO LIVRO
• O livro resistiu à supremacia da Internet, pelo menos, durante
muito tempo.
• O livro em papel tem várias vantagens senão vejamos: é mais
portátil, não fica sem bateria, quando se estraga o prejuízo é
mais contido, pode apanhar areia, ler-se ao sol e cair ao
chão, podemos deixá-lo aberto na página onde parámos a
leitura e retomar mais tarde, tomar notas nas margens, a
leitura em papel cansa menos a visão e a “navegação” é mais
intuitiva e flexível. O prazer de arrumar o livro na
estante, emprestar a um amigo, folheá-lo em busca da página
procurada ou ter a primeira página assinada pelo autor, é
incontornável.
• Já existem livros eletrónicos, mas ainda não conseguiram
impor-se. O preço é consideravelmente mais baixo nestas
edições. Segundo dados divulgados pela Amazon.com, o
ritmo de venda de livros eletrónicos tem vindo a crescer
muito mais do que a venda de livros impressos desde
2008, ano em que apenas 10% dos livros vendidos eram em
formato digital, contra 35% em 2009.
• A Amazon possui um leitor digital que com uma ligação à
Internet permite a incorporação de hiperligações nos
textos, transformando as palavras em hipertexto onde com um
clique nos lança para a Wikipédia, para o Google ou para o
dicionário.
• Com a introdução das hiperligações, do conteúdo extra, das
narrações, dos vídeos, das conversas, o livro eletrónico quase
que adquire a configuração de um website, com todos os pólos
de distração inerentes, a leitura perdeu a atenção que prende o
leitor. A forma como lemos um livro eletrónico é diferente da do
livro impresso.
• As editoras já estão a transformar os livros eletrónicos em
material multimédia, tendo já surgido um novo conceito, os
vooks, textos com vídeos incorporados.
• É verdade que o livro já sobreviveu ao fonógrafo, ao cinema, à
rádio e à televisão mas vivemos na era do imediatismo que
reduz os tempos de concentração necessários à leitura
profunda. Como afirma um investigador da Universidade de
Toronto, Mark Federman, chegou o tempo de professores e
alunos entrarem no mundo da “conectividade omnipresente e
proximidade penetrante” da web, onde a competência
máxima é conseguir “descobrir significados emergentes em
contextos que fluem continuamente”.
7 - O CÉREBRO DO MALABARISTA
• Dados de investigação demonstram que normalmente quando o
individuo está online o pensamento torna-se apressado e distraído
e a aprendizagem superficial. A internet domina a nossa
atenção, ela agarra a nossa atenção para depois a dispersar.
Ganhamos novas competências, mas perdemos outras.
• Temos dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo.
A memória de trabalho só é capaz de guardar uma pequena
quantidade de informação. Estudos indicam que quando atingimos
o limite da nossa memória de trabalho torna-se difícil distinguir a
informação relevante da irrelevante, passamos assim a
consumidores irrefletidos de dados.
• Ao navegarmos na internet, temos uma forma particularmente
intensa de multitarefas mentais. Sempre que deslocamos a nossa
atenção, o cérebro tem que se reorientar novamente, exercendo
mais pressão sobre os nossos recursos mentais.
• Muitos estudos demonstram que a alternância entre duas
tarefas pode incrementar substancialmente a nossa carga
cognitiva, impedindo o nosso pensamento e aumentando a
probabilidade de nos esquecermos, ou que interpretemos
mal, informações muito importantes.
• Como é afirmado por investigadores alemães a maioria das
páginas da Web são vistas em dez segundos ou menos.
Durante dois meses, a empresa Cliektale (israelita) recolheu
dados sobre o comportamento de um milhão de visitantes de
sites do mundo inteiro. Os resultados foram na maioria dos
países, as pessoas gastam, em média, entre dezanove a vinte
e sete segundos a analisar uma página antes de passarem
para a próxima, incluindo o tempo que a página demora a
abrir.
• Sam Anderson em “In Defense of Distraction” um artigo de
2009 da revista New York ” os nossos empregos dependem da
conectividade” e “os nossos ciclos de prazer estão cada vez
mais ligados a ela”. Quanto mais funcionamos em
multitarefa, menos capazes somos de pensar e raciocinar
sobre um problema.
• Nos anos 80, James Flynn, avaliou dados estatísticos de QI
entre gerações e constatou que o QI aumentava de geração
para geração. Ficou conhecido como o efeito Flynn.
• Flynn conclui que houve uma mudança no modo de
considerar a inteligência, mas nós não somos mais
inteligentes do que nossos antepassados, apenas aplicamos a
nossa inteligência a outros problemas os nossos cérebros não
são melhores, são diferentes.
8- A Igreja Google
• Segundo Carr, a internet segue os mesmos fundamentos do
Taylorismo na procura de “um método ótimo - o algoritmo
perfeito - para realizar os movimentos mentais daquilo a que
agora chamamos trabalho do conhecimento’” através da
quantificação dos dados, argumentando que “aquilo que
Taylor fez para o trabalho manual, a Google está a fazer para o
trabalho mental” (p.189) e “de acordo com a visão da
Google, a informação é uma espécie de mercadoria, um
recurso utilitário que pode, e deve, ser extraído e processado
com eficiência industrial” (p.191).
• Carr é defendido pelos executivos da Google que afirmam que
“temos de tentar tornar as palavras menos humanas e mais
como uma parte de uma máquina” (p.190), esta ideia é
reforçada nas palavras de Larry Page, “o cérebro humano não
se parece apenas com um computador, ele é um
computador”, e cujo pensamento pode ser considerado como
visão ou embrião de Inteligência Artificial (pp. 214-215).
• Na ideia de que o computador pode substituir o cérebro, ou a
máquina o humano é falsa pois “ignoram a natureza
fundamentalmente orgânica da memória biológica, que está
num perpétuo estado complexo de renovação” (p.237), que
“memórias a curto e a longo prazo implicam processos
biológicos diferentes” (p. 229) ou que “o número de sinapses
altera-se com a aprendizagem” (p. 230).
• Neste capítulo nota-se a inquietação do autor com a internet,
e como esta pode ameaçar a identidade do indivíduo, da
“profundidade e a especificidade do eu” e a “profundidade e
especificidade da cultura que todos partilhamos” (p. 243);
com a “concepção oprimida da mente humana que dá
origem” ao desejo de se criar uma máquina que seja capaz de
“suplantar os seus criadores”, que os fundadores/criadores da
Google manifestam ter na sua procura da Inteligência Artificial
(p. 220).
9 – Procura, memória
• Ao contrário dos livros, que proporcionam um suplemento à
memória e, segundo Eco: “desafiam e melhoram a
memória, não a anestesiam”, o autor defende que, pelos seus
efeitos na nossa memória, a internet é “uma tecnologia do
esquecimento”, anestesia a memória, a imaginação e a
criatividade. (pp. 222-239)
• O que é que determina o que lembramos e o que
esquecemos? (p. 239) Na opinião de Carr, a resposta
encontra-se na atenção, neste mecanismo através do qual a
nossa memória se consolida e onde a internet influi
fortemente. O fluxo de informação que corre quando estamos
online, não só sobrecarrega a nossa memória de trabalho
como também torna mais difícil a nossa concentração, ou
seja, como afirma o autor, devido à plasticidade das nossas
sinapses, “quanto mais utilizamos a internet, mais treinamos
o nosso cérebro para ser distraído”. (p. 240)
• Efetivamente, a nossa memória alterou-se com a Internet, até
porque o mecanismo mais importante da memória é a
atenção. Ora, a Internet dispersa a nossa atenção, tendo
como consequência a não retenção do material que é
adquirido ou das aprendizagens que realizamos.
• A Internet foi vista (e ainda é) como um bem supremo uma
forma de conseguirmos aumentar a nossa memória pessoal e
a nossa capacidade de trabalho mas isso tem um preço, como
o autor refere: “A internet proporciona um suplemento
conveniente e irresistível à memória pessoal, mas quando
começamos a utilizá-la como substituto da memória
pessoal, sem passar pelos processos interiores de
consolidação, corremos o risco de esvaziar as nossas mentes
das suas riquezas.” (p. 238)
10 - Uma coisa igual a mim
• Nicholas Carr, está ciente que existem muitos aqueles que
apontam, e defendem, efeitos benéficos da internet sobre as
nossas mentes “nós poderemos vir a perder a nossa
capacidade de concentração numa tarefa complexa no inicio e
no fim, mas em compensação ganharemos novas
competências, tais como a capacidade de envolvermo-nos
simultaneamente em 34 conversas através de 6 meios de
comunicação diferentes” (p. 279), e, ainda mais, aqueles que
gostariam de nestes acreditar. Mas, segundo o autor, não
podemos esquecer ”o preço que pagamos para assumir o
poder da tecnologia é a alienação” (p. 258), “mais informação
pode significar menos conhecimento” (p. 262), e que “ao
transferir para o software a maior parte do trabalho árduo de
pensar, estamos provavelmente a diminuir o nosso próprio
poder mental de um modo subtil mas significativo” (p.265).
Epílogo, Posfácio e Notas
• Este livro começa por constatar a forma como se processam
as suas leituras e a sua força no poder de concentração e
como esta se alterou, relacionando estes fatos com a internet.
Defende esta ideia, dando exemplos de outros autores que
também descrevem a mesma situação. “A Cultura da internet
não é a cultura da juventude; é a cultura dominante.”
(p.279), isto hoje está presente na sociedade actual e em
todos os utilizadores da Internet.
• Carr refere que o reconhecimento de alterações trazidas pela
Internet, surge tembém um certo mecanismo de auto defesa
em relação à mesma, “ Começa a formar-se, ao que
parece, um movimento de resistência à internet...” (p.278)
mas isto é quase impossível de fazer, pois somos
bombardeados por todos os mecanismos e softwares que nos
facilitam a vida.
• Existe “quem se sinta animado com a facilidade com que as
nossas mentes se estão a adaptar à ética intelectual da
internet” (p. 271) mas Carr termina o livro deixando um apelo
à manutenção da lucidez, reflexão e espírito crítico sobre o
que a internet nos está a fazer, sobre como esta está a
transformar o nosso cérebro -
memória, atenção, pensamento,…-, e termina, fazendo-nos
um convite pedindo para entrar no seu barco, pegarmos num
remo e remarmos contra corrente.
Reflexão
• Ao fazermos um pequeno exercício de memória todos nos
conseguimos lembrar de como eram a vida e hábitos antes do
computador e da internet. A minha geração e superiores, ou
seja quem tem 30 anos ou mais, praticamente viveu sem
acesso à internet na infância.
• Fomos então numa fase adulta “obrigados” ou por
compromissos profissionais ou por obrigação da educação, ou
por laser, ou por contaminação a usar a tecnologia dos
computadores, smartphones, telemóveis, tabletes, internet…
Isto trouxe-nos mudanças positivas e as negativas.
• Ao lermos o livro sentimos e refletimos que as mudanças que
o autor refere no livro são uma realidade em todos nós que
gastamos tecnologia, e se nada fizermos a esse
respeito, continuarão assim.
• É verdade que sentimos ansiedade exagerada, trabalhamos
mais em multitarefas, mudamos a concepção do
tempo, aumentou-se o nível de exigência, resposta a
estímulos fragmentada, vivemos numa pressão
constante, entre outras. Carr demonstra de forma elucidativa
o efeito que a tecnologia tem nas nossas vidas e no nosso
cérebro.
• Considero o livro interessantíssimo e completamente atual.
• Como leitores sentimos dificuldade em ler um livro de forma
concentrada e continua. Fazemos apenas uma leitura
vertical, geralmente sem muito
aprofundamento, identificando palavras-chaves de um texto e
logo passamos para a ideia seguinte. Não refletimos sobre o
que lemos.
• Quem já não sentiu esta sensação? Parou para refletir?
Provavelmente já sentiu a sensação, mas não parou para
refletir. O autor vai enumerando as transformações e como
elas realmente afetam a nossa vida. A falta de memória é uma
delas. Para quê decorar um autor se a informação está à
distância de um click? Mais informação pode significar menos
conhecimento.
Internet, youtube, blogues, facebook, tweeter, motores de
busca, são todo um mundo de possibilidades que podemos
explorar. As vantagens da partilha de informação e de estar
ligado são conhecidas, mas Carr escreve sobre algumas
desvantagens.
• Ao sermos bombardeados por informação constante estamos
a influenciar os nossos cérebros para que estes percam quer a
capacidade de concentração, quer a capacidade de reflexão.
• O cérebro possui neuroplasticidade. O cérebro não é um
produto acabado e reage aos estímulos que vai recebendo.
• O livro é claro e preciso o que torna a sua leitura agradável.
• O próprio Carr confessa ter um blogue, conta no Facebook e
outras tecnologias virtuais o que o torna completamente
“normal” e atual, entrosado por completo na tecnologia.
• O próprio Carr afirma que não vai deixar de usar a Internet até
pensa que tal já nem é possível para ele e muitos de nós. Mas
vale a pena reflectir sobre o uso que dela fazemos.
• O excesso de informações oferecidas na internet tem causado
impacto negativo na nossa capacidade de reter
informações, tornando-nos “superficiais”.
• Com a internet somos incapazes de manter a concentração
por mais de dois parágrafos, numa leitura de qualquer artigo
ou livro pois somos interrompidos na leitura para visitar
alguma das outras janelas nas quais estamos conectados
simultaneamente. Paramos constantemente para verificar o
e-mail, ver um vídeo, responder a um SMS, ver o Twitter ou o
Facebook. Esta é a atitude típica entre utilizadores de
internet. Para Nicholas Carr a rede está a mudar, para pior, a
forma como pensamos e a própria estrutura e funcionamento
do nosso cérebro. Estamos a ficar incapazes de articular
raciocínios complexos.
• O próprio Carr reconhece que o uso da internet estimula a
inteligência visual e espacial, mas para Nicholas Carr “A web é
a tecnologia do esquecimento”.
• A memorização da informação depende da atenção dedicada
a ela no momento da aquisição. A dispercidade da internet
não favorece a concentração. Podemos navegar em várias
janelas ao mesmo tempo, mas não temos a capacidade
necessária para processar em simultaneo tantas
solicitações, chamadas, hiperlinks com que a internet nos
distrai. Assim podemos considerar que não somos “multitask”.
• Hoje em dia enfrentamos a cultura do multitask característica
da internet que representa uma ameaça à tradição da leitura
profunda e solitária. A web está a transformar-nos em leitores
incapazes de manter a atenção.
• Carr explica, com base na sua própria experiência, de amigos
e colegas da sua geração que já estamos habituados a lêr
saltitando na Net.
• O Google ganha dinheiro em publicidade a cada “clic” que
nós fazemos.
• Para se ser intelectualmente capaz nas nossas actividades
profissionais, temos que ler livros habitualmente, uns mais,
outros menos, mas a leitura de bons livros é essencial à saúde
intelectual.
• A capacidade de termos desenvolvido novas capacidades de
multitarefas e de ser tecnologicamente mais hábeis, mais
dotados nem sempre é positivo.
• Carr termina apelando para “pegarmos num remo e remar
contra esta maré.”
Bibliografia
• Carr, N. (2012) - Os Superficiais - O que a Internet está a fazer
aos nossos cérebros. Lisboa, Gradiva.
• Docente: Professor José Mota
• Aluno: Ricardo Carvalho
• Universidade Aberta 2013
• Disciplina: Materiaias e Recursos para elearning
• Mestrado em Pedagogia do elearning 2012/2014

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  • 1. O que a Internet está a fazer aos nossos cérebros Rea baseado no livro de Nicholas Carr “Os Superficiais”
  • 2. • Pretende-se que este trabalho seja um REA e que seja utilizado, reutilizado, pensado, repensado, remixado de forma livre na rede e fora dela de forma a que esta reflexão possa colher diversas opiniões em volta do tema proposto, “ o que a internet está a fazer aos nossos cérebros”, e que nos permitirá refletir, discutir e repensar "O presente e o futuro da educação online: perspectivas e desafios“ será que a rede se vai tornar um entrave?
  • 3. Introdução • O livro tem 321 páginas, cinco capítulos e dez secções. Durante esta viagem que o autor faz onde as hiperligações estão presentes e não faltam referências científicas, sociais e históricas, metáforas, citações, discursos, descobertas e estudos, sobre a plasticidade do nosso cérebro e correlacionando a evolução das tecnologias com a própria evolução do cérebro e as repercussões que este fator está a ter em nós. Carr argumenta e contrapõe pontos de vistas dos ”a favor” e dos “menos a favor” da Rede. Nicholas Carr vai fazendo referência ao deixarmos de usar a escrita, o mapa, o relógio mecânico, o livro palpável, e o que estes fatores influênciam o funcionamento do cérebro humano, acaba por nos encaminhar para as inquietantes e irreversíveis mudanças, por influência da Internet, no nosso cérebro.
  • 4. Prólogo - “O Cão de guarda e o ladrão” • Durante estas páginas iniciais o autor refere que a ideia que apresenta neste seu livro não é original, pois já em 1964 Marshall McLuhan tinha referenciado que os novos media estavam a alterar o modo de pensar, alertando para os perigos que estes poderiam apresentar. As pessoas ficariam reféns dos meios de comunicação. Quando se debatiam sobre o efeito dos seus conteúdos que não se debatia sobre o meio em si e os seus efeitos, dispersavamo-nos em volta dos conteúdos esquecendo o interior da nossa cabeça, não percebendo, esquecendo, não tendo em conta os efeitos que estes têm em nós.
  • 5. • O autor demonstra como se está a transformar no HAL, o supercomputador do filme “2001: Uma odisseia no espaço”. • Refere as dificuldades em manter concentração ao realizar tarefas mais longas, não sendo capaz de ler continuamente um livro como já fez. A web criou um método de leitura com textos curtos e interligados, onde clicando passamos de página, muitas vezes sem reter a totalidade da informação mas recolhendo o que consideramos essencial. • Recordou como cresceu na geração analógica, como foi contactando com os computadores, como alcançou a idade adulta digital, como o seu primeiro computador alterou o seu modo de trabalho e o transformou, abandonando o lápis e o papel. 1- HAL E EU
  • 6. • Ao aparecer o primeiro modem surge um mundo novo, uma nova forma de comunicar e partilhar, contudo foi a Web 2.0 que tudo mudou, a publicação instantânea e o contacto direto com os leitores transformou a sua atividade profissional e a sua/nossa vida. • Hoje o autor reconhece muita dificuldade em concentrar-se em atividades mais de 2 minutos em algo que requeira atenção, e reconhece como está viciado na internet, sentindo uma atração constante em consultá-la e utilizá-la.
  • 7. 2 - CAMINHOS VITAIS • Durante este capítulo o autor percorre o cérebro e o seu funcionamento e com a descoberta da plasticidade do cérebro e as implicações a nível médico, cultural e mesmo filosófico, estabelece um ponto de contacto entre o empirismo e o racionalismo. O primeiro considerava que o conhecimento era adquirido apenas através da experiência, sendo os indivíduos produtos puramente culturais. O racionalismo defende a natureza determinística do conhecimento enquanto estando pré-programado no cérebro humano. A plasticidade do cérebro, em conjunto com os avanços na genética tem demonstrado a complementaridade entre as duas escolas filosóficas neste ponto. • O cérebro tem a capacidade para se adaptar e responder a condições externas. A história da máquina de escrever de Nietzche ilustra esta afirmação que, tendo sido adquirida com o intuito de auxiliar o filósofo na escrita, acabou por inflênciar a escrita.
  • 8. • A plasticidade ou adaptabilidade do cérebro explica também a melhoria nas funções sensoriais de indivíduos que se vêem privados de alguma delas. O cérebro tem a capacidade de se reorganizar de modo a optimizar os seus recursos para maximizar a quantidade e qualidade de informação que recebe do exterior, desativando ligações neurais que se tornam desnecessárias e reforçando outras com mais relevância. • A compreensão das funções do cérebro tem sofrido uma grande evolução, resultado da evolução tecnológica e cultural da humanidade. • A evolução tecnológica não parece ter ainda eliminado uma certa resistência, de isolamento básico do cérebro em relação ao mundo exterior.
  • 9. 3 - FERRAMENTAS DA MENTE • Como afirma Carr, a capacidade de desenhar do ser humano foi e vai evoluindo com o treino. Rabiscamos em criança, vai- se evoluindo e, por vezes, pode vir-se a desenhar mapas perfeitos. Esta evolução pode ser conetada com a evolução da humanidade. • O que o mapa fez com o espaço, o relógio fez com o tempo. Observou-se as estações do ano, o movimento do sol, até ao relógios de pulso, ganhou-se um conhecimento preciso do tempo. • Com a tecnologia a evoluir aparece o “determinismo tecnológico” que vê o progresso tecnológico como uma força fora do controlo humano que irá ganhar vontade própria e descartar o Homem, e o “instrumentalismo” que vê os artefactos tecnológicos como neutros, às ordens dos seus utilizadores.
  • 10. • É difícil perceber qual a influência da tecnologia no cérebro das pessoas. As descobertas relativas à neuroplasticidade, refere que a utilização de tecnologias intelectuais altera os fluxos químicos das nossas sinapses. • Ler e escrever foi possível com o desenvolvimento do alfabeto. O ler e escrever implica uma modificação intencional do cérebro. Ao ler e escrever em diferentes línguas são acionadas partes diferentes do cérebro. A escrita existe há 10.000 anos. Com os gregos, em 750 A.C., inventa-se o primeiro alfabeto fonético completo, transfornando-o num sistema completo e eficiente para a escrita e leitura. Com este avanço a leitura começa a ativar uma parte consideravelmente menor do cérebro do que a leitura de símbolos pictóricos. O alfabeto grego originou o alfabeto romano. Com a descoberta do alfabeto fonético, a cultura passou a ser literária.
  • 11. • O autor referencía “Fedro” de Platão e ao diálogo que Fedro tem com Aristóteles. Para Aristóteles, a escrita iria transformar as pessoas em pensadores superficiais. Platão criticava a poesia porque esta era declamada e não era escrita. A escrita mostrou o conhecimento das limitações da memória individual, abrindo a mente a novas fronteiras do pensamento e expressão. Temos de referir que nestes tempos, a escrita estava ainda só reservada às elites. Teve de se inventar outras opções para que os benefícios do alfabeto pudessem vir a ser distribuídos às massas.
  • 12. 4 - A PÁGINA DO APROFUNDAMENTO • Neste capítulo onde são referidos que os primeiros suportes de escrita eram básicos, frágeis e de difícil arrumação, na sua maioria não reutilizáveis e caros, o que apenas possibilitava o seu acesso às elites. • As leituras dos livros continuavam reservadas a essas elites e feitas em voz alta. Os textos eram corridos, sem separação de palavras ou regras gramaticais (a scriptura continua) o que dificultava a sua percepção. • Intensifica-se a transmissão escrita, surge a pontuação e começa a ser comum. A escrita passa assim, a ser pensada para a vista e não apenas para o ouvido.
  • 13. • Ao colocar os espaços entre palavras, o alívio, o esforço cognitivo envolvido na leitura, tornou possível a leitura rápida, silenciosa e com uma maior compreensão. Claro que isto requereu mudanças complexas nos circuitos do cérebro que segundo alguns estudos, desenvolveu zonas especializadas para o processo de leitura. Torna-se assim possível a dedicação de mais recursos para a interpretação do sentido. Os leitores não só se tornaram mais eficientes mas também mais atentos.
  • 14. • Com os parágrafos, com o espaço entre palavras, com a escrita a evoluir, a tecnologia do livro para além de mudarem as experiências pessoais de escrever e ler trouxeram também consequências sociais com o alargar das possibilidades de acesso às matérias escritas mudando a natureza da educação nas escolas e universidades, passando as bibliotecas a desempenhar um papel mais relevante. • Com a invenção da imprensa por Gutenberg, que permite a massificação do livro ou texto escrito, passamos a ter o livro de indole popular. • Estudos recentes dos efeitos neurológicos da leitura concentrada apontam que os leitores estimulam mentalmente cada nova situação que encontram na narrativa, integrando-as nas suas experiências pessoais. • A leitura de livros aumentou e refinou as experiências das pessoas no que respeita à vida e à natureza.
  • 15. 5 - UM MEIO DE NATUREZA MUITO GERAL • O matemático, Alan Turing suicida-se em 1954. Este criador da máquina de cálculo imaginária que resultou no atual computador compreendeu a ilimitada adaptabilidade de um computador digital. Nunca sonhou foi com a sua rápida evolução e que este se iria transformar num meio de comunicação universal. • A internet é constituída por milhões de computadores e arquivos de dados interligados. A Rede é uma máquina com um poder enorme que está a substituir parte das nossas tecnologias intelectuais dada a conexão e comparação com a máquina de escrever, o mapa, o relógio, a calculadora, o telefone, o correio, a biblioteca, a rádio, a televisão, utilizamos a rede para praticamente tudo o que necessitamos no nosso dia-a-dia.
  • 16. • A Rede permite-nos trabalhar em qualquer lugar. Inicialmente estas máquinas eram muito lentas. Hoje a internet é um meio de comunicação que está em constante evolução a uma velocidade estonteante. • Reparemos nos primeiros websites e nos atuais. A evolução é enorme. • Hoje lê-se mais que antigamente graças ao fácil acesso a Pcs, telemóveis, tablets, smartphones, e ao acesso á internet, mas tem diminuído o tempo que se passa a ler materiais impressos, nomeadamente livros, jornais e revistas. As novas tecnologias fazem parte das nossas vidas. Estamos na geração sempre ligada. As própras bibliotecas têm a presença das novas tecnologias: “enquanto antigamente predominava o silêncio e as pessoas liam livros, atualmente predomina o som das teclas de um computador”.
  • 17. 6 - A PRÓPRIA IMAGEM DO LIVRO • O livro resistiu à supremacia da Internet, pelo menos, durante muito tempo. • O livro em papel tem várias vantagens senão vejamos: é mais portátil, não fica sem bateria, quando se estraga o prejuízo é mais contido, pode apanhar areia, ler-se ao sol e cair ao chão, podemos deixá-lo aberto na página onde parámos a leitura e retomar mais tarde, tomar notas nas margens, a leitura em papel cansa menos a visão e a “navegação” é mais intuitiva e flexível. O prazer de arrumar o livro na estante, emprestar a um amigo, folheá-lo em busca da página procurada ou ter a primeira página assinada pelo autor, é incontornável. • Já existem livros eletrónicos, mas ainda não conseguiram impor-se. O preço é consideravelmente mais baixo nestas edições. Segundo dados divulgados pela Amazon.com, o ritmo de venda de livros eletrónicos tem vindo a crescer muito mais do que a venda de livros impressos desde 2008, ano em que apenas 10% dos livros vendidos eram em formato digital, contra 35% em 2009.
  • 18. • A Amazon possui um leitor digital que com uma ligação à Internet permite a incorporação de hiperligações nos textos, transformando as palavras em hipertexto onde com um clique nos lança para a Wikipédia, para o Google ou para o dicionário. • Com a introdução das hiperligações, do conteúdo extra, das narrações, dos vídeos, das conversas, o livro eletrónico quase que adquire a configuração de um website, com todos os pólos de distração inerentes, a leitura perdeu a atenção que prende o leitor. A forma como lemos um livro eletrónico é diferente da do livro impresso. • As editoras já estão a transformar os livros eletrónicos em material multimédia, tendo já surgido um novo conceito, os vooks, textos com vídeos incorporados.
  • 19. • É verdade que o livro já sobreviveu ao fonógrafo, ao cinema, à rádio e à televisão mas vivemos na era do imediatismo que reduz os tempos de concentração necessários à leitura profunda. Como afirma um investigador da Universidade de Toronto, Mark Federman, chegou o tempo de professores e alunos entrarem no mundo da “conectividade omnipresente e proximidade penetrante” da web, onde a competência máxima é conseguir “descobrir significados emergentes em contextos que fluem continuamente”.
  • 20. 7 - O CÉREBRO DO MALABARISTA • Dados de investigação demonstram que normalmente quando o individuo está online o pensamento torna-se apressado e distraído e a aprendizagem superficial. A internet domina a nossa atenção, ela agarra a nossa atenção para depois a dispersar. Ganhamos novas competências, mas perdemos outras. • Temos dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo. A memória de trabalho só é capaz de guardar uma pequena quantidade de informação. Estudos indicam que quando atingimos o limite da nossa memória de trabalho torna-se difícil distinguir a informação relevante da irrelevante, passamos assim a consumidores irrefletidos de dados. • Ao navegarmos na internet, temos uma forma particularmente intensa de multitarefas mentais. Sempre que deslocamos a nossa atenção, o cérebro tem que se reorientar novamente, exercendo mais pressão sobre os nossos recursos mentais.
  • 21. • Muitos estudos demonstram que a alternância entre duas tarefas pode incrementar substancialmente a nossa carga cognitiva, impedindo o nosso pensamento e aumentando a probabilidade de nos esquecermos, ou que interpretemos mal, informações muito importantes. • Como é afirmado por investigadores alemães a maioria das páginas da Web são vistas em dez segundos ou menos. Durante dois meses, a empresa Cliektale (israelita) recolheu dados sobre o comportamento de um milhão de visitantes de sites do mundo inteiro. Os resultados foram na maioria dos países, as pessoas gastam, em média, entre dezanove a vinte e sete segundos a analisar uma página antes de passarem para a próxima, incluindo o tempo que a página demora a abrir. • Sam Anderson em “In Defense of Distraction” um artigo de 2009 da revista New York ” os nossos empregos dependem da conectividade” e “os nossos ciclos de prazer estão cada vez mais ligados a ela”. Quanto mais funcionamos em multitarefa, menos capazes somos de pensar e raciocinar sobre um problema.
  • 22. • Nos anos 80, James Flynn, avaliou dados estatísticos de QI entre gerações e constatou que o QI aumentava de geração para geração. Ficou conhecido como o efeito Flynn. • Flynn conclui que houve uma mudança no modo de considerar a inteligência, mas nós não somos mais inteligentes do que nossos antepassados, apenas aplicamos a nossa inteligência a outros problemas os nossos cérebros não são melhores, são diferentes.
  • 23. 8- A Igreja Google • Segundo Carr, a internet segue os mesmos fundamentos do Taylorismo na procura de “um método ótimo - o algoritmo perfeito - para realizar os movimentos mentais daquilo a que agora chamamos trabalho do conhecimento’” através da quantificação dos dados, argumentando que “aquilo que Taylor fez para o trabalho manual, a Google está a fazer para o trabalho mental” (p.189) e “de acordo com a visão da Google, a informação é uma espécie de mercadoria, um recurso utilitário que pode, e deve, ser extraído e processado com eficiência industrial” (p.191).
  • 24. • Carr é defendido pelos executivos da Google que afirmam que “temos de tentar tornar as palavras menos humanas e mais como uma parte de uma máquina” (p.190), esta ideia é reforçada nas palavras de Larry Page, “o cérebro humano não se parece apenas com um computador, ele é um computador”, e cujo pensamento pode ser considerado como visão ou embrião de Inteligência Artificial (pp. 214-215).
  • 25. • Na ideia de que o computador pode substituir o cérebro, ou a máquina o humano é falsa pois “ignoram a natureza fundamentalmente orgânica da memória biológica, que está num perpétuo estado complexo de renovação” (p.237), que “memórias a curto e a longo prazo implicam processos biológicos diferentes” (p. 229) ou que “o número de sinapses altera-se com a aprendizagem” (p. 230). • Neste capítulo nota-se a inquietação do autor com a internet, e como esta pode ameaçar a identidade do indivíduo, da “profundidade e a especificidade do eu” e a “profundidade e especificidade da cultura que todos partilhamos” (p. 243); com a “concepção oprimida da mente humana que dá origem” ao desejo de se criar uma máquina que seja capaz de “suplantar os seus criadores”, que os fundadores/criadores da Google manifestam ter na sua procura da Inteligência Artificial (p. 220).
  • 26. 9 – Procura, memória • Ao contrário dos livros, que proporcionam um suplemento à memória e, segundo Eco: “desafiam e melhoram a memória, não a anestesiam”, o autor defende que, pelos seus efeitos na nossa memória, a internet é “uma tecnologia do esquecimento”, anestesia a memória, a imaginação e a criatividade. (pp. 222-239) • O que é que determina o que lembramos e o que esquecemos? (p. 239) Na opinião de Carr, a resposta encontra-se na atenção, neste mecanismo através do qual a nossa memória se consolida e onde a internet influi fortemente. O fluxo de informação que corre quando estamos online, não só sobrecarrega a nossa memória de trabalho como também torna mais difícil a nossa concentração, ou seja, como afirma o autor, devido à plasticidade das nossas sinapses, “quanto mais utilizamos a internet, mais treinamos o nosso cérebro para ser distraído”. (p. 240)
  • 27. • Efetivamente, a nossa memória alterou-se com a Internet, até porque o mecanismo mais importante da memória é a atenção. Ora, a Internet dispersa a nossa atenção, tendo como consequência a não retenção do material que é adquirido ou das aprendizagens que realizamos. • A Internet foi vista (e ainda é) como um bem supremo uma forma de conseguirmos aumentar a nossa memória pessoal e a nossa capacidade de trabalho mas isso tem um preço, como o autor refere: “A internet proporciona um suplemento conveniente e irresistível à memória pessoal, mas quando começamos a utilizá-la como substituto da memória pessoal, sem passar pelos processos interiores de consolidação, corremos o risco de esvaziar as nossas mentes das suas riquezas.” (p. 238)
  • 28. 10 - Uma coisa igual a mim • Nicholas Carr, está ciente que existem muitos aqueles que apontam, e defendem, efeitos benéficos da internet sobre as nossas mentes “nós poderemos vir a perder a nossa capacidade de concentração numa tarefa complexa no inicio e no fim, mas em compensação ganharemos novas competências, tais como a capacidade de envolvermo-nos simultaneamente em 34 conversas através de 6 meios de comunicação diferentes” (p. 279), e, ainda mais, aqueles que gostariam de nestes acreditar. Mas, segundo o autor, não podemos esquecer ”o preço que pagamos para assumir o poder da tecnologia é a alienação” (p. 258), “mais informação pode significar menos conhecimento” (p. 262), e que “ao transferir para o software a maior parte do trabalho árduo de pensar, estamos provavelmente a diminuir o nosso próprio poder mental de um modo subtil mas significativo” (p.265).
  • 29. Epílogo, Posfácio e Notas • Este livro começa por constatar a forma como se processam as suas leituras e a sua força no poder de concentração e como esta se alterou, relacionando estes fatos com a internet. Defende esta ideia, dando exemplos de outros autores que também descrevem a mesma situação. “A Cultura da internet não é a cultura da juventude; é a cultura dominante.” (p.279), isto hoje está presente na sociedade actual e em todos os utilizadores da Internet.
  • 30. • Carr refere que o reconhecimento de alterações trazidas pela Internet, surge tembém um certo mecanismo de auto defesa em relação à mesma, “ Começa a formar-se, ao que parece, um movimento de resistência à internet...” (p.278) mas isto é quase impossível de fazer, pois somos bombardeados por todos os mecanismos e softwares que nos facilitam a vida. • Existe “quem se sinta animado com a facilidade com que as nossas mentes se estão a adaptar à ética intelectual da internet” (p. 271) mas Carr termina o livro deixando um apelo à manutenção da lucidez, reflexão e espírito crítico sobre o que a internet nos está a fazer, sobre como esta está a transformar o nosso cérebro - memória, atenção, pensamento,…-, e termina, fazendo-nos um convite pedindo para entrar no seu barco, pegarmos num remo e remarmos contra corrente.
  • 31. Reflexão • Ao fazermos um pequeno exercício de memória todos nos conseguimos lembrar de como eram a vida e hábitos antes do computador e da internet. A minha geração e superiores, ou seja quem tem 30 anos ou mais, praticamente viveu sem acesso à internet na infância. • Fomos então numa fase adulta “obrigados” ou por compromissos profissionais ou por obrigação da educação, ou por laser, ou por contaminação a usar a tecnologia dos computadores, smartphones, telemóveis, tabletes, internet… Isto trouxe-nos mudanças positivas e as negativas. • Ao lermos o livro sentimos e refletimos que as mudanças que o autor refere no livro são uma realidade em todos nós que gastamos tecnologia, e se nada fizermos a esse respeito, continuarão assim.
  • 32. • É verdade que sentimos ansiedade exagerada, trabalhamos mais em multitarefas, mudamos a concepção do tempo, aumentou-se o nível de exigência, resposta a estímulos fragmentada, vivemos numa pressão constante, entre outras. Carr demonstra de forma elucidativa o efeito que a tecnologia tem nas nossas vidas e no nosso cérebro. • Considero o livro interessantíssimo e completamente atual.
  • 33. • Como leitores sentimos dificuldade em ler um livro de forma concentrada e continua. Fazemos apenas uma leitura vertical, geralmente sem muito aprofundamento, identificando palavras-chaves de um texto e logo passamos para a ideia seguinte. Não refletimos sobre o que lemos. • Quem já não sentiu esta sensação? Parou para refletir? Provavelmente já sentiu a sensação, mas não parou para refletir. O autor vai enumerando as transformações e como elas realmente afetam a nossa vida. A falta de memória é uma delas. Para quê decorar um autor se a informação está à distância de um click? Mais informação pode significar menos conhecimento. Internet, youtube, blogues, facebook, tweeter, motores de busca, são todo um mundo de possibilidades que podemos explorar. As vantagens da partilha de informação e de estar ligado são conhecidas, mas Carr escreve sobre algumas desvantagens.
  • 34. • Ao sermos bombardeados por informação constante estamos a influenciar os nossos cérebros para que estes percam quer a capacidade de concentração, quer a capacidade de reflexão. • O cérebro possui neuroplasticidade. O cérebro não é um produto acabado e reage aos estímulos que vai recebendo. • O livro é claro e preciso o que torna a sua leitura agradável. • O próprio Carr confessa ter um blogue, conta no Facebook e outras tecnologias virtuais o que o torna completamente “normal” e atual, entrosado por completo na tecnologia.
  • 35. • O próprio Carr afirma que não vai deixar de usar a Internet até pensa que tal já nem é possível para ele e muitos de nós. Mas vale a pena reflectir sobre o uso que dela fazemos. • O excesso de informações oferecidas na internet tem causado impacto negativo na nossa capacidade de reter informações, tornando-nos “superficiais”. • Com a internet somos incapazes de manter a concentração por mais de dois parágrafos, numa leitura de qualquer artigo ou livro pois somos interrompidos na leitura para visitar alguma das outras janelas nas quais estamos conectados simultaneamente. Paramos constantemente para verificar o e-mail, ver um vídeo, responder a um SMS, ver o Twitter ou o Facebook. Esta é a atitude típica entre utilizadores de internet. Para Nicholas Carr a rede está a mudar, para pior, a forma como pensamos e a própria estrutura e funcionamento do nosso cérebro. Estamos a ficar incapazes de articular raciocínios complexos.
  • 36. • O próprio Carr reconhece que o uso da internet estimula a inteligência visual e espacial, mas para Nicholas Carr “A web é a tecnologia do esquecimento”. • A memorização da informação depende da atenção dedicada a ela no momento da aquisição. A dispercidade da internet não favorece a concentração. Podemos navegar em várias janelas ao mesmo tempo, mas não temos a capacidade necessária para processar em simultaneo tantas solicitações, chamadas, hiperlinks com que a internet nos distrai. Assim podemos considerar que não somos “multitask”.
  • 37. • Hoje em dia enfrentamos a cultura do multitask característica da internet que representa uma ameaça à tradição da leitura profunda e solitária. A web está a transformar-nos em leitores incapazes de manter a atenção. • Carr explica, com base na sua própria experiência, de amigos e colegas da sua geração que já estamos habituados a lêr saltitando na Net. • O Google ganha dinheiro em publicidade a cada “clic” que nós fazemos. • Para se ser intelectualmente capaz nas nossas actividades profissionais, temos que ler livros habitualmente, uns mais, outros menos, mas a leitura de bons livros é essencial à saúde intelectual.
  • 38. • A capacidade de termos desenvolvido novas capacidades de multitarefas e de ser tecnologicamente mais hábeis, mais dotados nem sempre é positivo. • Carr termina apelando para “pegarmos num remo e remar contra esta maré.”
  • 39. Bibliografia • Carr, N. (2012) - Os Superficiais - O que a Internet está a fazer aos nossos cérebros. Lisboa, Gradiva.
  • 40. • Docente: Professor José Mota • Aluno: Ricardo Carvalho • Universidade Aberta 2013 • Disciplina: Materiaias e Recursos para elearning • Mestrado em Pedagogia do elearning 2012/2014