1) O documento discute orações subordinadas adjetivas e apresenta exemplos destas orações extraídos de um poema.
2) É explicado que orações subordinadas adjetivas caracterizam um substantivo da oração principal, podendo ser classificadas como restritivas ou explicativas.
3) São apresentados exemplos e definições de outras classes de orações subordinadas, como adverbiais e seus tipos (causais, condicionais etc).
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Oracao subordinada adjetiva e adverbial
1. Português Orações Subordinadas Adjetivas
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Você já estudou que existem orações que exercem funções sintáticas em
outras orações e, por isso mesmo, são chamadas orações subordinadas. As
orações em que as subordinadas exercem funções são chamadas orações
principais.
Nesta aula, continuaremos nosso estudo das orações subordinadas.
Analisaremos agora as orações subordinadas adjetivas.
ORAÇÕES ADJETIVAS
Leia os versos a seguir, extraídos do poema Estas mãos, da poeta goiana
Cora Coralina.
Após a leitura atenta dos versos dessa poetisa, aponte qual é a principal
palavra desses versos.
2. Português
Orações Subordinadas Adjetivas
Mãos que varreram e cozinharam.
Lavaram e estenderam
roupas nos varais.
Pouparam e remendaram.
Mãos domésticas e remendonas.
(...)
Mãos de semeador...
Afeitas à sementeira do trabalho.
Minhas mãos raízes
Procurando a terra.
Semeando sempre.
Jamais para elas
os júbilos da colheita.
Mãos tenazes e obtusas,
feridas na remoção de pedras e tropeços,
quebrando as arestas da vida”
Estas mãos
“Olha para estas mãos
de mulher roceira,
esforçadas mãos cavouqueiras.
Pesadas, de falanges curtas,
sem trato e sem carinho.
Ossudas e grosseiras.
Mãos que jamais calçaram
luvas.
(...)
O substantivo mãos é a principal palavra no texto. Observe como a poeta constrói seu poema,
colocando ao lado do substantivo “mãos” vários adjetivos e locuções adjetivas.
3. Português Orações Subordinadas Adjetivas
A cada nova caracterização, as mãos se tornam mais ativas, mais sofridas. A emoção transmitida
por essas mãos rudes atinge um ponto elevado quando a poeta, fazendo uso do processo de
derivação imprópria, utiliza o substantivo raízes como adjetivo, e mostra-nos a capacidade de
gerar vida que suas mãos possuíam:
“Minhas mãos raízes
Procurando a terra”
Se fizermos a análise sintática da função exercida por todos esses termos que caracterizam o
substantivo mão, veremos que se trata sempre de adjuntos adnominais.
:
4. Português Orações Subordinadas Adjetivas
Observe atentamente o texto. Você perceberá que, além de empregar adjetivos e
locuções adjetivas para caracterizar suas mãos, Cora Coralina utilizou outro recurso.
Levante uma hipótese sobre a função que a oração “que jamais calçaram luvas” exerce.
Não é difícil perceber que a oração “que jamais calçaram luvas” exerce papel idêntico ao dos
adjetivos e locuções adjetivas: ela caracteriza, qualifica o substantivo mãos. Estamos diante de
uma oração que se prende, se subordina, a um termo de outra oração a fim de caracterizá-lo.
É uma oração subordinada que atua da mesma forma que atuaria um adjetivo ou uma locução
adjetiva. E, portanto, uma oração subordinada adjetiva.
RACIOCINANDO
Você pôde observar o comportamento das orações subordinadas adjetivas. Após essas
observações, você pode chegar a uma definição de oração subordinada adjetiva? Escreva
em seu caderno sua conclusão!
5. Português Orações Subordinadas Adjetivas
Oração Subordinada Adjetiva:
PRONOME RELATIVO E ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Observe a palavra QUE no exemplo abaixo. Se a retirássemos, que outra palavra poderia
substituí-la sem prejuízo de significado? Explique sua resposta.
O pronome relativo substitui o termo que o antecede. Esse termo, chamado antecedente, neste
caso, MÃOS, é o próprio termo caracterizado pela oração subordinada adjetiva.
Note que, no caso acima, o substantivo “mãos” seria sujeito do verbo calçaram. Como esse
substantivo foi substituído pelo pronome relativo que, somos levados a concluir que é esse
pronome relativo que desempenha a função de sujeito do verbo calçaram.
Daí a importância de se estudar o pronome relativo que, pois a oração
subordinada adjetiva se liga a um termo da oração principal, caracterizando-o.
Essa ligação entre a oração subordinada e o termo caracterizado é feita por
um pronome relativo.
6. Português Orações Subordinadas Adjetivas
Dessa forma, podemos estabelecer a seguinte relação:
O pronome relativo introduz a oração subordinada adjetiva. Ao fazer isso, o pronome
relativo substitui seu próprio antecedente, desempenhando uma função sintática.
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Leia os exemplos abaixo.
Admiro as mulheres que lutam por seus direitos.
Admiro as mulheres, que lutam por seus direitos.
Os dois períodos compostos acima são bastante parecidos. Em ambos os períodos temos uma
oração principal e uma oração subordinada adjetiva.
Observe que os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas
substituem os antecedentes mulheres, e atuam como sujeitos do verbo lutam.
7. Português Orações Subordinadas Adjetivas
Há, no entanto, uma diferença muito importante entre esses dois períodos.
No primeiro deles, não há pausa entre a oração principal e a oração subordinada. Isso
significa que as mulheres que admiro não são todas: são apenas aquelas que lutam por seus
direitos. Sem pausa que a separe do termo mulheres, a oração subordinada adjetiva delimita,
restringe o significado do termo antecedente.
Por isso é uma oração subordinada adjetiva restritiva.
No segundo período, há uma pausa, representada por uma vírgula, entre o termo mulheres e
a oração subordinada adjetiva. Essa pausa indica que, na minha opinião, todas as mulheres já
se caracterizam por lutarem por seus direitos: a oração subordinada adjetiva apenas esclarece
ainda mais essa minha opinião.
Por isso, neste segundo caso, temos uma oração subordinada adjetiva explicativa.
8. Português
Leia atentamente a tirinha a seguir.
Orações Subordinadas Adjetivas
SUA VEZ
Agora, retire das falas dos personagens, exemplos de orações subordinadas adjetivas e em
seguida, classifique-as em restritivas ou explicativas.
RESUMINDO
Após essas considerações, você já pode definir as classificações de orações subordinadas
adjetivas. Complete, em seu caderno, as definições, que você pôde inferir.
As orações subordinadas adjetivas são classificadas em:
1) restritivas —
2) explicativas —
9. Português Orações Subordinadas Adverbiais
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Veremos, agora, o outro tipo de oração subordinada: aquela que faz o papel de um advérbio ou
locução adverbial. São as orações subordinadas adverbiais.
ORAÇÕES ADJETIVAS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
Compare as frases que aparecem, respectivamente, no primeiro e no segundo quadrinhos.
Observe a análise dos termos que formam a oração do segundo quadrinho.
10. Português Orações Subordinadas Adverbiais
Observe que o termo “naquele tempo” é um adjunto adverbial de tempo, ou seja, é um termo
acessório que se relaciona com o verbo “ERA” e indica uma circunstância de tempo.
Comparando as frases dos dois quadrinhos, podemos perceber que a expressão naquele tempo
equivale exatamente à época em que o Snoopy era jovem, ou seja, à oração quando eu era
jovem.
Concluímos, assim, que a oração quando eu era jovem atua exatamente como um termo de
valor adverbial, pois exprime uma circunstância, no caso, de tempo, em relação ao verbo
“tinha”. Por esse motivo, a oração quando eu era jovem é uma oração subordinada adverbial
temporal.
Note que o nome dado a essa oração nos diz tudo sobre a sua função e o seu significado.
É uma oração subordinada porque desempenha uma função sintática em outra oração.
É uma oração subordinada adverbial porque essa função sintática equivale à de um adjunto
adverbial. E é uma oração subordinada adverbial temporal porque exprime uma circunstância
de tempo.
11. Português Orações Subordinadas Adverbiais
RACIOCINANDO
Você pôde observar o comportamento das orações subordinadas adverbiais. Após essas
observações, você pode chegar a uma definição de oração subordinada adjetiva? Escreva
em seu caderno sua conclusão!
Oração Subordinada Adverbial:
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações subordinadas adverbiais são classificadas de acordo com a circunstância que
exprimem. Isso quer dizer que o que importa no momento de sua classificação é o seu significado
— a ideia que transmitem em relação ao que está expresso na oração principal. Aprender a
classificar as orações subordinadas adverbiais é uma demonstração de sua boa compreensão dos
significados linguísticos.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CAUSAIS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
12. Português Orações Subordinadas Adverbiais
Observe a fala do Snoopy no terceiro quadrinho.
“Eu como porque me sinto frustrado”
A oração “porque me sinto frustrado” determina o acontecimento expresso na oração “Eu
como”. O fato de o Snoopy comer tem como causa a sua frustração. Daí classificarmos a oração
porque me sinto frustrado como oração subordinada adverbial causal.
No quarto quadrinho, há uma outra oração subordinada adverbial causal.
A conjunção típica para exprimir a circunstância de causa é porque. Também exprimem causa as
locuções pois que, uma vez que, visto que, já que, etc. Em orações sempre colocadas antes da
principal, a conjunção como também pode significar uma circunstância de causa. Veja o
exemplo a seguir.
13. Português Orações Subordinadas Adverbiais
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONSECUTIVAS
Se modificarmos levemente uma das falas do Snoopy na tira vista há pouco, obteremos a seguinte
oração:
Comi tão pouco que me sinto frustrado.
Temos agora uma pequena inversão sintática. O fato de comer pouco tem como consequência a
frustração do Snoopy. A oração que exprime essa consequência é uma oração subordinada
adverbial consecutiva.
A ideia de consequência é transmitida pela estrutura tão... que.... Além dessa estrutura, podemos
utilizar tanto... que..., tamanho... que... e a simples conjunção que.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONDICIONAIS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
14. Português Orações Subordinadas Adverbiais
Observe a oração do último quadrinho:
“Se eu quisesse falar de um helicóptero, eu teria dito helicóptero!”
A primeira oração nos mostra uma condição para que se realize o que diz a segunda oração. Note
bem: ele teria dito helicóptero a fim de satisfazer uma condição — a de querer falar de um
helicóptero.
Por exprimir uma condição necessária à realização do que se declara na segunda oração, a
primeira oração é classificada como oração subordinada adverbial condicional.
É a conjunção se que, no caso, indica a ideia de condição. Poderíamos utilizar, também, a fim de
expressar essa mesma circunstância, as conjunções caso, desde que, contanto que.
15. Português Orações Subordinadas Adverbiais
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONCESSIVAS
Vamos modificar levemente o exemplo utilizado para o estudo das condicionais.
Mesmo que eu quisesse falar de um helicóptero, eu teria dito helicãoptero.
Observe que, nesse caso, nada seria capaz de mudar a vontade de falar helicãoptero. Embora a
intenção de falar de um helicóptero pudesse, teoricamente, fazer o personagem deixar de falar
helicãoptero, isso não aconteceu. Ou seja, estamos diante de uma concessão — uma situação
em que um fato, mesmo sendo capaz de modificar outro, não o modifica. A oração em que se
exprime a concessão é classificada como oração subordinada adverbial concessiva.
A locução mesmo que exprime, no exemplo acima, a ideia de concessão. Podemos usar, para
exprimir essa mesma circunstância, embora, ainda que, apesar de.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS COMPARATIVAS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
16. Português Orações Subordinadas Adverbiais
Observe que no terceiro quadrinho, temos a oração:
“Esse Snoopy não é tão distinto quanto eu pensava...”
Note a comparação que há nas palavras acima: o Snoopy da vida real é comparado com o Snoopy
que existia no pensamento do personagem. É a segunda oração da frase que nos apresenta a
imagem com a qual se compara o Snoopy da primeira oração. É essa segunda oração que
chamamos de oração subordinada adverbial comparativa.
A comparação é expressa, no caso acima, pela estrutura tão... quanto.... Essa estrutura é utilizada
para indicar os graus do adjetivo e do advérbio, ao lado de outras como tão... como..., mais..,
(do)que,.., menos...(do)que.... Também pode exprimir comparação a conjunção como.
17. Português
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONFORMATIVAS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
Orações Subordinadas Adverbiais
Releia a oração que aparece no último quadrinho:
“Mas, segundo disse o médico, ainda não se inventou nada contra a normalidade”
A oração “segundo disse o médico” exprime um fato que está em perfeito acordo com a falta de
remédio para a “normalidade” — em outras palavras, aquilo que o médico disse se “encaixa”, se
conforma, se ajusta perfeitamente com o fato de ainda não se ter inventado nada contra a
“normalidade”. É por isso que a oração “segundo disse o médico” é uma oração subordinada
adverbial conformativa.
18. Português Orações Subordinadas Adverbiais
A circunstância de conformidade é expressa, no exemplo acima, pela conjunção segundo.
Poderíamos usar também as conjunções conforme, consoante e como.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS FINAIS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
Preste atenção à fala da pequena Liberdade, no último quadrinho da tira.
“Eu vim para me divertir, não para que me tomes por ignorante”
Nesse período há três orações, sendo que as duas últimas, “para me divertir/ não para que me
tomes por ignorante”, exprimem claramente a fim de que Liberdade foi à casa de Mafalda: sua
ida tinha como finalidade divertir-se, e não ser tomada por ignorante. Por exprimirem a
circunstância de finalidade é que essas duas orações são classificadas como orações
subordinadas adverbiais finais.
19. Português Orações Subordinadas Adverbiais
Para e para que exprimem a circunstância de finalidade nas orações acima. Poderíamos utilizar
também as locuções a fim de e a fim de que para exprimir essa mesma circunstância.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS PROPORCIONAIS
Leia atentamente a tirinha a seguir.
Veja como a Mafalda deixa clara sua maneira de pensar: o verdadeiro jornalismo deve sempre
mostrar as várias visões que um mesmo fato pode despertar. Releia a oração do filósofo
Diógenes que é citada pelo jornal.
“Quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cão”
Nessa frase, formada por duas orações, percebe-se uma relação entre o conhecimento que se vai
adquirindo sobre os homens e o aumento do amor ao cão — ambos crescem num mesmo
ritmo, crescem de forma proporcional. Dizemos, por isso, que entre esses dois fatos há uma
relação de proporcionalidade. Poderíamos, para deixar mais clara a noção de
proporcionalidade, iniciar a primeira oração com a locução à proporção que:
À proporção que conheço mais os homens, mais gosto do meu cão.
É por introduzir essa noção de proporcionalidade que a oração quanto mais conheço os homens,
transformada depois em “à proporção que conheço mais os homens”, é uma oração
subordinada adverbial proporcional.
20. Português
Orações Subordinadas Adverbiais
Atente para as formas possíveis de se estabelecer a circunstância de proporcionalidade. Podemos
usar estruturas como quanto mais..., mais...; quanto menos .., menos...; ou locuções do tipo à
proporção que, à medida que ou ao passo que.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS TEMPORAIS
Já vimos, no início desse estudo, um
exemplo de oração subordinada adverbial
temporal. Temos, na tirinha abaixo, um
outro exemplo. Observe a oração
“quando os homens leem os livros!”
httpwww.insite.pro.brQuadrinhosSérie Diálogos (2006) 2
Note que a circunstância de tempo foi expressa pela conjunção quando. Além dessa, podemos utilizar
enquanto, assim que, logo que, antes que, depois que para introduzir orações subordinadas
adverbiais temporais.
CONCLUSÃO: O objetivo desta aula não é apenas o estudo da teoria gramatical, usada
simplesmente como uma ferramenta de trabalho, mas sim, de levar você a uma reflexão
sobre a língua em situação de uso. Por isso, mesmo, agora é a sua vez! Pesquise nas
gramáticas, nos livros e em outros lugares mais exemplos das orações estudadas. Mas
fique atento: cada exemplo deverá ser contextualizado!
Notas do Editor
Introdução:
“A gramática que se deve estudar no ensino fundamental precisa estar a serviço do desenvolvimento da capacidade de expressão do aluno. Por isso, não pode ser encarada como mero estudo de metalinguagem”.
(VYGOTSKY, L. S. Linguagem e pensamento. 1ª. ed. São Paulo, Martins Fontes, 1987, p. 86)
A aceitação desse princípio implica mudanças profundas na seleção dos conteúdos e na maneira como se pretende conduzir o estudo gramatical.
Partindo de ocorrências dos textos nos slides, propusemos o estudo das Orações Subordinadas Adverbiais e Adjetivas. As ocorrências selecionadas são aquelas que nossa prática tem revelado como problemas frequentes no texto do aluno. O objetivo dessa parte não é o estudo da teoria gramatical, reduzida ao mínimo indispensável e vista apenas como ferramenta de trabalho, mas sim, a reflexão sobre a língua em situações de uso.
Como é impossível resolver todos os aspectos problemáticos de uma só vez, o/a professor/a deve eleger prioridades. Tendo como certo que o estudo sistematizado da gramática, desde que ligado ao funcionamento efetivo da língua, pode levar o aluno a tomar consciência de suas habilidades linguísticas, cabe ao professor reorganizar os itens relacionados à análise sintática.
Primeiramente apresentamos um texto que leve o aluno a construir os conceitos. Em seguida, procuramos reduzir a nomenclatura que se emprega tradicionalmente em nosso ensino gramatical. Mantivemos apenas os termos que consideramos fundamentais para o próprio estudo metalinguístico e para o aprofundamento futuro desse estudo, a ser feito em outro grau. Em resumo, aqueles que, de alguma forma, podem contribuir para que a criança realmente se torne “consciente do que está fazendo e aprenda a usar suas habilidades conscientemente” (Vygotsky, p. 86).
Para que ocorra essa tomada de consciência, partimos sempre do exemplo para o conceito, dando condições para que o aluno chegue à conclusão por ele mesmo, privilegiando, sobretudo, o estudo feito em grupo, contando com a finalização competente do/a professor/a. É sabido que o ensino puro e simples da gramática é árido, desconcertante e ineficaz para a maioria dos alunos, Importa, por isso, que o/a professor/a encare a gramática como meio, como recurso e não um fim em si. Essas mudanças implicam, ainda, deixar de lado a memorização pura e simples e o excessivo apego aos purismos gramaticais. Importante é conscientizar o aluno de que o padrão culto não é o único válido em Português e mostrar sempre o caráter dinâmico da língua.
Dessa maneira, as aulas de Oração Subordinada Adjetiva e Adverbial têm como objetivo principal fazer com que o aluno conheça os aspectos essenciais da língua padrão. Observando, contudo, que não se deve perder de vista o entendimento de que esse conhecimento está a serviço do aluno, proporcionando-lhe, ao mesmo tempo, a facilidade de uma leitura compreensiva, da escrita correta e clara de um texto, assim como a eficiência de sua expressão oral.
Tema: Oração Subordinada Adjetiva e Adverbial
Objetivos:
Ampliar as habilidades linguísticas a partir da reflexão sistemática sobre os recursos da língua disponíveis, seus significados e efeitos na comunicação.
Identificar e aplicar corretamente a Oração Subordinada Adjetiva e Adverbial em diversos textos.
Como desenvolver as aulas?
Apresentamos, no 1º slide, uma pequena introdução que retoma a definição de oração subordinada e oração principal, partimos da ideia de que o/a professor/a já trabalhou com seu aluno a Oração Subordinada Substantiva. O aluno deverá ler essa introdução com bastante atenção para interagir com o conteúdo dos próximos slides, em que procuramos discutir as ideias veiculadas.
Discussão de ideias
O professor pedirá que cada aluno preste atenção na leitura do poema, apresentado no 2º slide. Sugerimos que os alunos prestem atenção no substantivo mão e, depois, identifiquem as palavras, no caso adjetivos ou locuções adjetivas, que foram usadas para caracterizar o substantivo. O professor pode aproveitar o momento e fazer com que os alunos identifiquem, também, se há alguma oração que desempenhe o mesmo papel dos adjetivos ou das locuções adjetivas.
Sugerimos que a atividade de discutir ideias seja feita apenas oralmente, de preferência em pequenos grupos e, quando possível, com abertura de debates.
Trata-se, a nosso ver, de um excelente momento para desenvolver a fluência da expressão oral, proporcionando, também, uma avaliação dos conhecimentos sintáticos dos alunos, além de possibilitar a troca de ideias e a integração dos alunos nos grupos.
Cabe ao professor observar e orientar as reflexões. Essas reflexões deverão levar os alunos a condensarem e entenderem a regra geral da regência verbal e da nominal.
Obs.: Sugerimos que o professor faça essa atividade antes de mostrar o 3º slide.
Nos 3º e no 4º slides, o professor deverá verificar com os alunos se a análise que fizeram sobre o substantivo mão e os adjetivos ou as locuções adjetivas que a caracterizam, está correta. Discutir as opiniões divergentes. Levar o aluno a refletir sobre as considerações certas e as erradas. No final do 4º slide, o aluno deverá refletir sobre a definição de Oração Subordinada Adjetiva.
No 5º slide, o professor deverá mostrar aos alunos a importância do pronome relativo que e ajudá-lo a estabelecer uma relação entre o uso desse pronome e a Oração Subordinada Adjetiva. Discutir o exemplo dado e provocar nos alunos reflexões a respeito do pronome relativo que.
No 6º slide, discutir a classificação da Oração Subordinada Adjetiva. Discutir com os alunos se o uso da vírgula traz mudança de sentido entre as orações.
No 7º slide, o professor deverá mostrar aos alunos a diferença entre os dois exemplos dados.
No 8º slide, o professor deve levar o aluno a refletir sobre a classificação da Oração Subordinada Adjetiva. Pedir para o aluno ler a tirinha da Mafalda, observando a classificação da Oração Subordinada Adjetiva e, depois, sintetizar a definição. Comentar que a tirinha está redigida na língua portuguesa de Portugal.
No 9º e no 10º slides, há a introdução da Oração Subordinada Adverbial. Ler com os alunos a tirinha do Snoopy. Trabalhar com os alunos de forma que eles construam uma definição de Oração Subordinada Adverbial, a partir da leitura da tirinha.
No 11º slide, há a introdução da classificação da Oração Subordinada Adverbial. Apresentou-se uma tirinha do Snoopy. O aluno deverá lê-la com bastante atenção para interagir com o conteúdo do próximo slide, em que procuramos discutir as ideias veiculadas. O/A professor/a deverá alertar seus alunos para importância da conjunção e demonstrar que a classificação da Oração Subordinada Adverbial está diretamente ligada à semântica da oração.
Do 12º ao 19º slide, o professor deverá mostrar as classificações das Orações Subordinadas Adverbiais, sempre trabalhando com os textos dados e o contexto em que as orações foram utilizadas. O professor pode aproveitar o momento para instigar no aluno o hábito de pesquisar na gramática as conjunções e o uso delas.
Comentar que as tirinhas dos slides 17, 18 e 19 estão redigidas na língua portuguesa de Portugal.
O 20º slide proporciona a prática consciente do uso das Orações Subordinadas Adjetivas e Adverbiais. É importante nesse momento levar o aluno a tirar conclusões sobre o conteúdo estudado, perceber se foi construído o conceito, se ele consegue compreender a função das Orações Subordinadas Adjetivas e Adverbiais na construção e leitura dos textos.
SUGESTÃO:
Explore outros exemplos. Peça aos alunos que escrevam em seu caderno esses exemplos para treinarem o uso das Orações Subordinadas Adjetivas e Adverbiais em questão. O professor poderá pedir que os alunos pesquisem, nas gramáticas, outros exemplos, traçando um paralelo com os exemplos por eles levantados e o uso, por exemplo, das conjunções na linguagem não padrão.
Trabalhe com manchetes de jornal, textos de propaganda, músicas...