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SEMINÁRIO TRANSPLANTE RENAL 
Renan Miranda
Breve Histórico 
O Transplante Renal é o mais efetivo método para a reabilitação 
socioeconômica do paciente urêmico. Superando a diálise em relação 
à qualidade de vida do paciente. 
1960 – Associação da azatioprina com a prednisona tornou o 
transplante mais eficaz. Menos rejeição. 
1963 –Tratamento da rejeição aguda com altas doses de corticoides. 
1965- a tipagem HLA na seleção do doador e prova cruzada na 
prevenção da rejeição hiperaguda.
Tipos de Transplantes 
• Auto-enxerto:Doador e receptor 
são a mesma pessoa. 
• Isoenxerto:Doador e receptor são 
idênticos(Gêmeos univitelinos). 
• Aloenxerto:Doador e receptor são 
da mesma espécie, porém 
geneticamente distintos. 
• Xenoenxerto:Doador e receptor 
são de espécies 
distintas.Ex:Doador,macaco 
beduino e o homen, receptor.
Objetivos do Transplante Renal 
• Prolongar e manter a qualidade de vida; 
• Retorno às atividades produtivas normais; 
• Sobrevida: transplante > diálise; 
• Custo / manutenção / menor; 
• Programas / ABTO.
Normatizações 
• Técnicas de preservação do enxerto. ( Acondicionamento ideal do órgão) 
• Conhecimento da anatomia 
• Conhecimento / cirurgias vasculares 
• Técnicas de reconstrução do trato urinário 
• Controle de infecções 
• Controle dos processos imunológicos
Doença renal crônica 
• Lesão renal por 3 ou mais meses, definida por anormalidades estruturais 
ou funcionais do rim: 
• Anormalidades patológicas identificáveis 
• Marcadores de função e lesão renal ( Creatinina, TFG) 
• Anormalidades nos testes de imagem (Ultrassom = Rim atrofiado) 
• Anormalidades no perfil sanguíneo (uremia) 
• TFG < 60ml/min/1,73m² por ≥ 3 meses com ou sem lesão renal.
Prevalência 
• IRC em diálise 1200 pacientes por milhão (EUA) 
• Crescimento anual (EUA) 8,4 % 
• Idade média: 65 anos 
• Homens > mulheres 
Fatores pré- disponentes: Diabetes mellitus, HAS, glomerulonefrites. 
É uma doença comum e com rápido crescimento na sua prevalência.
Principais nefropatias causadoras de IRC 
Doença primária Idade média em anos Percentual (%) 
Diabetes 64 43,7 
Hipertensão 70 26,9 
Glomerulonefrites 55 9,4 
Nefrite intersticial/obstrutiva 66 3,8 
Doenças císticas 51 3,0 
GN secundárias/vasculites 47 2,3 
Neoplasias/tumores 69 1,9 
Miscelânias 58 3,9 
Desconhecidas 69 3,9 
Sem informação 56 1,8 
USRDS, 2002
INDICAÇÕES ABSOLUTAS 
• IRC em fase terminal. 
• Paciente em diálise ou pré-dialíticos 
com lesão renal extensa. 
• Clearence de Cr < 20ml / min / 1,73 m2
Principais exames do pré-transplante 
• Tipagem sangüínea: verifica-se a 
compatibilidade dos tipos de sangue 
do doador e do receptor. 
• Análise do HLA: exame realizado 
nos leucócitos. A tipagem identifica 
a compatibilidade entre os 
indivíduos. 
• Prova-cruzada de linfócitos (cross-match): 
revela se o receptor tem 
anticorpos dirigidos contra os 
antígenos do doador e se rejeitará o 
órgão.
Preparo do Doador 
• VIVO / RELACIONADO 
• CADÁVER
Doador Vivo 
MELHORES RESULTADOS 
• Idade > 21 anos / máximo de 70 anos 
• Função renal normal 
• Compatibilidade ABO 
• Compatibilidade HLA
Critérios de Exclusão do Doador Vivo 
•Doença mental ( Antiético) 
•Doença renal grave 
•Sorologias positivas 
•Incompatibilidade ABO / HLA 
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Seleção do Doador Cadáver 
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Anatomia do Transplante Renal
AACCOONNDDIICCIIOONNAAMMEENNTTOO RREENNAALL PPÓÓSS--PPEERRFFUUSSÃÃOO
AACCOONNDDIICCIIOONNAAMMEENNTTOO RREENNAALL PPÓÓSS--PPEERRFFUUSSÃÃOO
Trabalho de equipe Hospital das Clínicas 
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Seleção de Receptores 
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Técnica Cirúrgica
Técnica Cirúrgica
Técnica Cirúrgica
Técnica Cirúrgica
ANASTOMOSE ARTERIAL
AANNAASSTTOOMMOOSSEE VVEENNOOSSAA
Implante ureteral 
Lich-Gregoir (técnica mais usada): 
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Implante ureteral
Imunossupressão 
Azatioprina – Dose inicial-5mg/Kg/dia,por 5 dias e 
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Prednisona -0,5mg/Kg/dia até 0,2mg/Kg/dia entre o 
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Ciclosporina A-8mg/Kg/dia –dose inicial –Dose de 
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Complicações após o Transplante Renal 
• Necrose tubular aguda 
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• Rejeição hiperaguda: reação anti-HLA, rejeição completa em 24 hrs 
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Cadaver Transplantation in India
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SEMINÁRIO TRANSPLANTE RENAL 
Renan Miranda

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  • 2. Breve Histórico O Transplante Renal é o mais efetivo método para a reabilitação socioeconômica do paciente urêmico. Superando a diálise em relação à qualidade de vida do paciente. 1960 – Associação da azatioprina com a prednisona tornou o transplante mais eficaz. Menos rejeição. 1963 –Tratamento da rejeição aguda com altas doses de corticoides. 1965- a tipagem HLA na seleção do doador e prova cruzada na prevenção da rejeição hiperaguda.
  • 3. Tipos de Transplantes • Auto-enxerto:Doador e receptor são a mesma pessoa. • Isoenxerto:Doador e receptor são idênticos(Gêmeos univitelinos). • Aloenxerto:Doador e receptor são da mesma espécie, porém geneticamente distintos. • Xenoenxerto:Doador e receptor são de espécies distintas.Ex:Doador,macaco beduino e o homen, receptor.
  • 4. Objetivos do Transplante Renal • Prolongar e manter a qualidade de vida; • Retorno às atividades produtivas normais; • Sobrevida: transplante > diálise; • Custo / manutenção / menor; • Programas / ABTO.
  • 5. Normatizações • Técnicas de preservação do enxerto. ( Acondicionamento ideal do órgão) • Conhecimento da anatomia • Conhecimento / cirurgias vasculares • Técnicas de reconstrução do trato urinário • Controle de infecções • Controle dos processos imunológicos
  • 6. Doença renal crônica • Lesão renal por 3 ou mais meses, definida por anormalidades estruturais ou funcionais do rim: • Anormalidades patológicas identificáveis • Marcadores de função e lesão renal ( Creatinina, TFG) • Anormalidades nos testes de imagem (Ultrassom = Rim atrofiado) • Anormalidades no perfil sanguíneo (uremia) • TFG < 60ml/min/1,73m² por ≥ 3 meses com ou sem lesão renal.
  • 7. Prevalência • IRC em diálise 1200 pacientes por milhão (EUA) • Crescimento anual (EUA) 8,4 % • Idade média: 65 anos • Homens > mulheres Fatores pré- disponentes: Diabetes mellitus, HAS, glomerulonefrites. É uma doença comum e com rápido crescimento na sua prevalência.
  • 8. Principais nefropatias causadoras de IRC Doença primária Idade média em anos Percentual (%) Diabetes 64 43,7 Hipertensão 70 26,9 Glomerulonefrites 55 9,4 Nefrite intersticial/obstrutiva 66 3,8 Doenças císticas 51 3,0 GN secundárias/vasculites 47 2,3 Neoplasias/tumores 69 1,9 Miscelânias 58 3,9 Desconhecidas 69 3,9 Sem informação 56 1,8 USRDS, 2002
  • 9. INDICAÇÕES ABSOLUTAS • IRC em fase terminal. • Paciente em diálise ou pré-dialíticos com lesão renal extensa. • Clearence de Cr < 20ml / min / 1,73 m2
  • 10. Principais exames do pré-transplante • Tipagem sangüínea: verifica-se a compatibilidade dos tipos de sangue do doador e do receptor. • Análise do HLA: exame realizado nos leucócitos. A tipagem identifica a compatibilidade entre os indivíduos. • Prova-cruzada de linfócitos (cross-match): revela se o receptor tem anticorpos dirigidos contra os antígenos do doador e se rejeitará o órgão.
  • 11. Preparo do Doador • VIVO / RELACIONADO • CADÁVER
  • 12. Doador Vivo MELHORES RESULTADOS • Idade > 21 anos / máximo de 70 anos • Função renal normal • Compatibilidade ABO • Compatibilidade HLA
  • 13. Critérios de Exclusão do Doador Vivo •Doença mental ( Antiético) •Doença renal grave •Sorologias positivas •Incompatibilidade ABO / HLA •Cross-matching positivo •Diabetes mellitus
  • 14. Critérios de Exclusão do Doador Vivo • Sorologia positiva para HIV • Neoplasias malignas • DPOC avançada • Cardiopatia grave • Vasculopatia periférica grave • Cirrose hepática avançada • Hepatite C
  • 15. Critérios de Exclusão do Doador Vivo • Proteinúria > 300mg / dia • Litíase renal / múltipla / recidivante • Múltiplos cistos renais • Doenças oncológicas • Dependente de drogas ilícitas
  • 16. Seleção do Doador Cadáver • Protocolos de morte encefálica / ABTO: Diagnóstico de morte encefálica realizado por dois médicos não pertencentes à equipe de transplante. Um exame subsidiário que documente a ausência de fluxo sanguíneo ou atividade cerebral. Exames : creatinina sérica, equilíbrio ácido-básico e eletrolítico, sorologia para chagas, hepatite B e C, CMV e HIV. • Parâmetros fisiológicos: • PAS ≥ 90 mmHg, FC = 60-100 bpm • Débito urinário > 0,5 mL/kg/h • Equilíbrio eletrolítico (checado a cada 4 h) • Evitar aminas vasoativas (máximo 10mcg/kg/min) • Combater hipotermia
  • 17. Seleção do Doador Cadáver •Idade entre 6 e 45 anos •Função renal normal •Ausência de HAS ou DM •Ausência de malignidades •Ausência de infecções generalizadas •Urocultura negativa( bactérias , fungos) •Sorologias negativas
  • 18. CONTRA - INDICAÇÕES • Transmissão de doenças infecciosas • Doenças oncológicas • Choque > 12 horas
  • 19. Preservação do Enxerto PREPARO DO RIM / DOADOR • Isolamento e preparo dos vasos e ureteres •Múltiplas artérias: anastomose látero-lateral ou término-lateral • Ligadura de veias supranumerárias • Perfusão renal e resfriamento superficial • Irrigação hiperosmolar com manitol •Perfusão com ringer lactato Sucesso em até 48 h
  • 21.
  • 24. Trabalho de equipe Hospital das Clínicas Universidade Federal de Goiás
  • 25. Seleção de Receptores •Prevenção de infecções •Controle de comorbidades / malignidade •Adesão ao tratamento / imunológico •Estudos de imagens / anatômico
  • 26. PREPARO DO RECEPTOR • Sistema ABO • Histocompatibilidade HLA • Prova Cruzada  CROSS – MATCH • Exames bioquímicos de rotina • Exames de imagens • Assistência do nefrologista • Assistência do anestesista
  • 27. Técnica Cirúrgica • Incisão • Arciforme pararetal externa à direita • Preparo do leito • Exposição da fáscia transversal e do peritôneo • Abertura da fáscia transversal • Dissecção espaço retroperitoneal • Exposição dos vasos ilíacos • O rim é implantado na cavidade abdominal, sendo a veia renal anastomosada na veia ilíaca externa e a artéria renal anastomosada na artéria ilíaca externa, término-lateralmente.
  • 30.
  • 31.
  • 36. Implante ureteral Lich-Gregoir (técnica mais usada): - Anastomose ureter-mucosa vesical - Fechamento da camada muscular sob o ureter - Cuidados / tração / isquemia / obstruções
  • 38. Imunossupressão Azatioprina – Dose inicial-5mg/Kg/dia,por 5 dias e dose de manutenção- 1,5 a 2,0mg/Kg/dia em uma única tomada . Prednisona -0,5mg/Kg/dia até 0,2mg/Kg/dia entre o 4°e 6° mês. Ciclosporina A-8mg/Kg/dia –dose inicial –Dose de manutenção de acordo com o nível sanguíneo até o 3° mês e 1000ng/ml até o 6°mês e 600 a 700ng/ml a longo prazo.
  • 39. Imunossupressão • A imunossupressão de manutenção consiste de esquemas variados de combinação entre Azatioprina e Prednisona: Azatioprina Efeitos colaterais • Leucopenia, infecção e hepatotoxidade. • Prednisona: mecanismo imunossupressor não esclarecido. Prednisona Efeitos colaterais: • Alteração no metabolismo da glicose, lipídios, água, e eletrólitos. • H.A.S • Catarata • Obesidade • Necrose
  • 40. Complicações após o Transplante Renal • Necrose tubular aguda • Complicações cirúrgicas: Fístula urinária, trombose • Vascular,hematoma perirrenal. • Rejeição hiperaguda: reação anti-HLA, rejeição completa em 24 hrs • Rejeição aguda: Rejeição humoral,1° semana até os 3 primeiros meses • Rejeição crônica: Humoral + HLA, mais lenta. Após no mínimo, 4 meses de transplante. • Glomerulonefrites • Infecções
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