O arcadismo brasileiro surgiu no século XVIII como oposição ao Barroco, defendendo uma poesia mais simples e baseada na natureza. Seus principais autores foram Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e José Basílio da Gama, que escreveram poemas como "Vila Rica", "Marília de Dirceu" e "O Uraguai".
2. Introdução
O arcadismo brasileiro defende uma
poesia mais simples, de imitação da natureza que se
opõe ao Barroco.
Nesta apresentação são tratadas as
características do movimento, contexto histórico, os
principais artistas e suas criações,
como o poema "Obras“ de Cláudio Manuel da Costa,
que é considerado um marco literário
deste movimento.
3. Contexto histórico
O marco inaugural do Arcadismo no Brasil deu-se em 1768
com a fundação da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica, e a
publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da
Costa.
O movimento literário do século
XVIII nasce em meio a momentos
marcantes da história mundial.
• Iluminismo
• Independência dos EUA (1776)
• Revolução Francesa (1789)
• Inconfidência Mineira (1789).
4. Mito da Arcádia
Quadro do pintor Friedrich, representando a Arcádia,
região da Grécia Antiga, situada no campo, trazendo
temas bucólicos e de natureza pura.
5. Proposta do movimento
Segundo Carmen Pimentel, a poesia árcade rejeitava
as coisas inúteis e valorizava o contato com a natureza,
símbolo de felicidade e harmonia.
Seus cenários eram as paisagens do campo, em
contraste com o avanço industrial e a realidade social
estabelecida na época.
Destacava-se o uso de frases latinas, como Carpe
diem e Aurea Mediocrita, além de pseudônimos
gregos e latinos adotados pelos poetas árcades.
6. Características
• OPOSIÇÃO AO BARROCO
Proposta de linguagem simples, de frases na ordem direta e de
palavras de uso popular.
• VERSOS BRANCOS
O poeta árcade pode usar o verso branco (sem rima), para simbolizar a
liberdade na criação.
• A POESIA COMO IMITAÇÃO DA NATUREZA
O poeta buscava, na natureza, a beleza, bondade e perfeição.
• COMPROMISSO COM A BELEZA, O BEM, A PERFEIÇÃO
Compromisso com a poesia descritiva e objetiva. Há mais preocupação
com situações do que com emoções.
7. Características
• O PASTORALISMO
O poeta do Arcadismo imagina-se, na hora de produzir poemas,
um “pastor de ovelhas”. E é esperado que um pastor não tenha
uma linguagem sofisticada.
• USO DE PSEUDÔNIMOS
O poeta árcade adota nome falso porque se considera um
“pastor de ovelhas”. É como se o escritor tivesse duas identidades: uma re
al, outra especial, usada apenas para compor poesias.
• PRESENÇA DE MUSAS
A maioria dos poetas árcades brasileiros ficaram conhecidos fazendo
poesias líricas para suas amadas, poucos focavam na poesia simples
dissociada da figura feminina.
8. Linguagem arcádica
• Inutilia truncat: Cortar o que é inútil. Linguagem
simples, de clara compreensão.
• Fugere urbem: Fuga da cidade, está relacionado ao
bucolismo. Viam a cidade como a origem da corrupção e
desprezavam o luxo.
• Locus amoenus: Refúgio ameno.
• Aurea mediocritas: Idealização de uma vida feliz e
pobre.
• Idealização feminina: Voz de um pastor que canta o seu
amor por uma moça do campo.
• Carpe diem: Aproveitar o dia e a pequenez da vida, viver
intensamente.
9. Principais autores
Estudou teologia em Coimbra e foi o
autor do poema épico Caramuru
(1781), Freire Santa Rita Durão foi
poeta e orador, considerado um dos
precursores do indianismo no Brasil.
Frei José de Santa Rita Durão
10. Frei José de Santa Rita Durão
Influenciado por Camões, o
poema Caramuru, com subtítulo
“Poema épico do Descobrimento
da Bahia”, é baseado no modelo
da epopeia tradicional:
proposição, invocação,
dedicatória, narração e epílogo.
O poema exalta a terra brasileira,
descrevendo a fauna e a flora, e
os costumes dos índios
Poema Épico: CARAMURU
11. Principais autores
Poeta mineiro e autor do poema épico O
Uraguai (1769), Basílio da Gama, nesse texto,
aborda as disputas entre os europeus, os
jesuítas e os índios sendo considerado um
marco no literatura brasileira.
Suas Principais obras são:
O Uraguai (1769)
Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona
Maria Amália (1769)
A Declamação Trágica (1772)
e Quitúbia (1791).
José Basílio da Gama (Termindo sipílio)
12. José Basílio da Gama
O trecho mais conhecido é o que
descreve a morte de Lindoia, a índia que
se deixa picar por uma serpente, como
prova de fidelidade e amor ao índio
Cacambo, assassinado pelos inimigos.
No aspecto formal, Basílio compõe a
obra em versos decassílabos brancos,
sem rima, não é dividido em estrofes e
consta de apenas cinco cantos.
Poema Épico: O Uraguai
13. Principais autores
Jurista, Político e Poeta luso-brasileiro,
Tomás Antônio Gonzaga é um dos
grandes poetas árcades de pseudônimo
Dirceu.
A obra que possui mais destaque é
Marília de Dirceu (1792) e é baseada no
seu romance com a brasileira Maria
Doroteia Joaquina de Seixas.
Suas principais obras:
Marília de Dirceu (1792)
Cartas Chilenas (1863)
Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)
14. Tomás Antônio Gonzaga.
Com fortes impulsos afetivos,
Dirceu declara-se para Marília, sua
pastora idealizada.
Os textos descrevem Marília e a
natureza que os rodeia.
• Parte foi escrita no cárcere pelo
inconfidente.
• Valorização da figura da mulher
amada.
• A natureza é o cenário perfeito
• Sonhos de felicidade futura.
Marília de Dirceu
15. Principais autores
Foi um dos mais importantes poetas do
Arcadismo no Brasil. A publicação de
“Obras Poéticas” (1768) representa o
marco inicial do movimento no País.
Além de escritor, ele foi advogado, jurista
brasileiro.
Cláudio Manuel da Costa é patrono da
cadeira n.º 8, na Academia Brasileira de
Letras (ABL).
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio)
16. Cláudio Manuel da Costa
O poema narra, desde a fundação,
a história de Vila Rica, atual Ouro
Preto e exalta os bandeirantes
Poema Épico: Vila Rica
Sonetos perfeitos na forma e na
linguagem, porém sem profundidade
em relação ao conteúdo.
Poesia: Obras Poéticas
17. Poema
Cláudio Manuel da Costa
Sonetos
X
Eu ponho esta sanfona, tu,
Palemo,
Porás a ovelha branca, e o
cajado;
E ambos ao som da flauta
magoado
Podemos competir de extremo a
extremo.
Principia, pastor; que eu te não
temo;
Inda que sejas tão avantajado
No cântico amebeu: para
louvado
Escolhamos embora o velho
Alcemo.
.
Que esperas? Toma a flauta,
principia;
Eu quero acompanhar te; os
horizontes
Já se enchem de prazer, e de
alegria:
Parece, que estes prados, e estas
fontes
Já sabem, que é o assunto da
porfia
Nise, a melhor pastora destes
montes.
18. Fim dos Inconfidentes
Foi preso e deportado para
Moçambique, onde falece,
em 1810.
Tomás Antônio Gonzaga Cláudio Manuel da Costa
Foi denunciado e preso.
Enforcou-se, em 1789, na cela da
prisão em que aguardava
julgamento.