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Avaliação e tratamento
de feridas
orientações aos profissionais de saúde
Joseane Brandão dos Santos
Enfermeira da Unidade de Internação do 9º Norte.
Sheila Ganzer Porto
Enfermeira da Unidade de Internação do 8º Norte.
Lyliam Midori Suzuki
Enfermeira da Unidade de Internação do 3º Norte.
Luciana da Rosa Zinn Sostizzo
Enfermeira do Serviço de Enfermagem Pediátrica.
Jorge Luiz Antoniazzi
Professor Adjunto do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da UFRGS. Chefe do Serviço
de Cirurgia Geral do HCPA.
Isabel Cristina Echer (organizadora)
Professora Adjunta da Escola de Enfermagem da UFR-
GS. Doutora em Clínica Médica pela UFRGS. Chefe do
Serviço de Enfermagem Cirúrgica do HCPA.
Sumário
APRESENTAÇÃO		 5
1. Introdução				 7
2. Características das feridas			 8
3. Fisiologia do processo cicatricial	 11
4. Avaliação da ferida	 13
5. Tratamento da ferida	 15
5.1. Avaliação das condições clínicas		 16
5.2. Controle da dor e uso de analgésicos	 18
5.3. Cuidados na realização do curativo 	 21
5.4. Manutenção do meio úmido	 24
5.5. Desbridamento	 26
5.6. Produtos/coberturas padronizados	 27
6. Registros da evolução das feridas	 38
7. Considerações finais		 40
REFERÊNCIAS CONSULTADAS			 41
MELHORANDO ESTAS ORIENTAÇÕES		 43
5
Apresentação
Este manual, destinado à equipe interdiscipli-
nar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
contém informações explicativas sobre a avalia-
ção e o tratamento de feridas. Ele foi elaborado
para servir como apoio à equipe na atividade
de orientar e realizar de maneira eficiente o cui-
dado com feridas de pele.
O manual foi organizado por enfermeiros do
HCPA e professores da Escola de Enfermagem
e da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, com a participa-
ção de profissionais de diferentes áreas do co-
nhecimento do hospital. O texto foi escrito em
linguagem acessível e faz uso de ilustrações,
para facilitar sua compreensão pelo leitor, no
contexto da educação em saúde.
Neste manual são abordados os seguintes as-
suntos: as feridas de pele, a fisiologia do pro-
cesso cicatricial, a avaliação de uma ferida, os
critérios de classificação de uma ferida (causa,
etiologia, agente causador, conteúdo microbia-
no, característica do exsudato e dos tecidos) e
os fatores locais e sistêmicos que podem preju-
dicar o processo cicatricial.
6
O manual aborda também o tratamento das
feridas, destacando aspectos como a avaliação
das condições clínicas, o uso de analgésicos, os
cuidados com a realização do curativo, a manu-
tenção das lesões do paciente em meio úmido,
o desbridamento e o uso de coberturas/produ-
tos padronizados e, finalmente, os registros da
evolução da ferida, que devem ser criteriosos
e individualizados, destacando a evolução da
ferida e as reações do paciente à terapêutica.
Espera-se, assim, que este material forneça ele-
mentos capazes de contribuir para a construção
do conhecimento da equipe de saúde, o desen-
volvimento profissional e a melhora da assis-
tência prestada aos pacientes do HCPA.
Boa leitura!
7
1. Introdução
A pele tem várias funções, como por exemplo:
•	 proteger o organismo contra a ação de agentes externos (físi-
cos, químicos e biológicos)
•	 impedir a perda excessiva de líquidos
•	 manter a temperatura corporal
•	 sintetizar a vitamina D
•	 agir como órgão dos sentidos
Quando ocorre a descontinuidade do tecido epitelial, das mucosas ou
de órgãos, as funções básicas de proteção da pele são comprometidas.
A ferida resultante dessa descontinuidade pode ser causada por fato-
res extrínsecos, como incisão cirúrgica, trauma, e por fatores intrínse-
cos, como as produzidas por infecção.
Os profissionais que prestam cuidado ao paciente devem estar capaci-
tados para realizar uma avaliação efetiva das feridas.
Nessa avaliação, devem ser considerados fatores como causa e tempo
de existência da ferida e presença ou não de infecção. Além disso, é
preciso avaliar a dor, a presença de edema, a extensão e a profundida-
de da ferida e as características do leito da ferida, da pele perilesional
e do exsudato.
Além desta avaliação, é necessário fazer o diagnóstico preciso, identifi-
car o período evolutivo cicatricial e tratar a ferida de forma adequada,
bem como aproveitar ao máximo o desempenho das equipes de saúde
e dos materiais disponíveis.
Esta avaliação deve ser continuada: é fundamental acompanhar a evo-
lução do processo cicatricial, a cobertura da ferida e os produtos utili-
zados, devendo o profissional de saúde estar apto a realizar esta avalia-
ção e seu acompanhamento.
A cicatrização é um processo fisiológico e dinâmico que busca restau-
rar a continuidade dos tecidos. Conhecer a fisiopatologia da cicatriza-
ção e os fatores que podem acelerá-la ou retardá-la proporciona uma
melhor avaliação e a escolha do tratamento mais adequado.
Nesse sentido, o desenvolvimento de novas técnicas e produtos para a
realização de curativos e o tratamento de feridas tem exigido a criação
de grupos de estudo de feridas cutâneas. O Hospital de Clínicas de Por-
to Alegre possui um Programa de Prevenção e Tratamento de Ferida
que visa difundir as bases científicas do cuidado e tratamento de feri-
das, propiciando acesso a várias condutas de tratamento. Fazem parte
das atividades do programa educar e orientar os profissionais de saúde
que realizam esse cuidado, por meio de um trabalho interdisciplinar,
com participação em eventos, promoção de cursos e assessoria in loco
aos enfermeiros assistenciais.
Diante da complexidade do cuidado com as feridas, o papel do profis-
sional da saúde não se restringe à avaliação de feridas e a sugestões de
tratamento. Para garantir um cuidado efetivo, é necessário orientar e
educar a equipe de saúde para monitorar o progresso da cicatrização,
avaliar a efetividade das intervenções realizadas e o tratamento utiliza-
do. Também é importante a equipe multidisciplinar orientar e motivar
o paciente para a realização do autocuidado.
2. Características das feridas
As feridas podem ser classificadas quanto à causa, ao conteúdo micro-
biano, ao tipo de cicatrização, ao grau de abertura e ao tempo de du-
ração.
8
Quanto à causa, as feridas podem ser:
• Cirúrgicas, feridas provocadas intencionalmente, mediante:
Incisão: quando não há perda de tecido e as bordas são geral-
mente fechadas por sutura;
Excisão: quando há remoção de uma área de pele (por exem-
plo, área doadora de enxerto);
Punção: quando resultam de procedimentos terapêuticos
diagnósticos (por exemplo, cateterismo cardíaco, punção de
subclávia, biópsia, entre outros).
•	 Traumáticas, feridas provocadas acidentalmente por agente:
Mecânico: contenção, perfuração ou corte;
Químico: iodo, cosméticos, ácido sulfúrico etc.;
Físico: frio, calor ou radiação.
•	 Ulcerativas, feridas escavadas, circunscritas na pele (formadas
por necrose, sequestração do tecido), resultantes de traumatis-
mo ou doenças relacionadas com o impedimento do suprimento
sanguíneo. As úlceras de pele representam uma categoria de feri-
das que incluem úlceras por pressão, de estase venosa, arteriais e
diabéticas.
Quanto ao conteúdo microbiano, as feridas podem ser:
•	 Limpas, feridas em condições assépticas, sem micro-organis-
mos;
•	 Limpas contaminadas, feridas com tempo inferior a 6 horas
entre o trauma e o atendimento, sem contaminação significativa;
9
•	 Contaminadas, feridas ocorridas com tempo maior que 6 ho-
ras entre o trauma e o atendimento, sem sinal de infecção;
•	 Infectadas, feridas com presença de agente infeccioso no local
e com evidência de intensa reação inflamatória e destruição de
tecidos, podendo conter pus.
Quanto ao tipo de cicatrização, as feridas podem ser:
•	 De cicatrização por primeira intenção, feridas fechadas cirur-
gicamente com requisitos de assepsia e sutura das bordas; nelas
não há perda de tecidos e as bordas da pele e/ou seus compo-
nentes ficam justapostos;
•	 De cicatrização por segunda intenção, feridas em que há
perda de tecidos e as bordas da pele ficam distantes; nelas a ci-
catrização é mais lenta do que nas de primeira intenção;
•	 De cicatrização por terceira intenção, feridas corrigidas ci-
rurgicamente após a formação de tecido de granulação, ou para
controle da infecção, a fim de que apresentem melhores resulta-
dos funcionais e estéticos.
Quanto ao grau de abertura, as feridas podem ser:
•	 Abertas, feridas em que as bordas da pele estão afastadas;
•	 Fechadas, feridas em que as bordas da pele estão justapostas.
Quanto ao tempo de duração, as feridas podem ser:
•	 Agudas, quando são feridas recentes;
•	 Crônicas, feridas que têm um tempo de cicatrização maior que
o esperado devido a sua etiologia. São feridas que não apresen-
tam a fase de regeneração no tempo esperado, havendo um re-
tardo na cicatrização.
10
3. Fisiologia do processo cicatricial
A pele, quando lesada, inicia imediatamente uma série de fases sobre-
postas, denominada cicatrização. A cicatrização ocorre por meio de um
processo dinâmico, interdependente, contínuo e complexo, cuja fina-
lidade é restaurar os tecidos lesados. Este processo é composto pelas
seguintes fases: inflamatória, proliferativa e de maturação.
Fase inflamatória
Durante a reação imediata à injúria tecidual, ocorre hemostase e infla-
mação. Esta fase representa uma tentativa para limitar o dano, parando
o sangramento, selando a superfície da ferida e removendo qualquer
tecido necrótico, fragmentos estranhos ou bactérias presentes. A fase
inflamatória é caracterizada por aumento da permeabilidade vascular,
migração de células para a ferida por quimiotaxia, secreção de citocinas
e fatores de crescimento na ferida, e ativação da migração de células.
Durante a injúria tecidual aguda, o dano dos vasos sanguíneos resulta
em exposição do colágeno subendotelial às plaquetas, o que leva à
agregação plaquetária e ativação da via de coagulação. A vasocons-
trição local inicial das arteríolas e capilares é seguida de vasodilatação
e aumento da permeabilidade vascular. A cessação da hemorragia é
aumentada pelos eritrócitos e plaquetas que aderem ao capilar endo-
telial danificado.
O aumento da permeabilidade capilar e os vários fatores quimiotáti-
cos facilitam a diapedese dos neutrófilos para o sítio inflamatório. Ao
começar a migração, os neutrófilos liberam os componentes dos seus
lisossomos, enzimas e proteases na matriz extracelular, o que facilita a
sua migração.
A combinação de intensa vasodilatação e aumento da permeabilidade
vascular leva ao achado clínico de inflamação, caracterizado por rubor,
edema, calor e dor.
11
Fase proliferativa
Conforme as respostas agudas de hemostasia e inflamação, é iniciado
o reparo da ferida por meio da angiogênese, fibroplasia e epitelização.
Este estágio é caracterizado pela formação de tecido granuloso, que
consiste de leito capilar, fibroblasto, macrófagos e rede de colágeno,
fibronectina e ácido hialurônico.
A angiogênese é o processo de formação de novos vasos sanguíneos,
necessários para suportar o ambiente de cicatrização da ferida.
Os fibroblastos são células especializadas que se diferenciam a partir
das células mesenquimais em repouso no tecido conjuntivo, e que não
chegam ao local da ferida por diapedese das células circulantes. Após a
ferida, os fibroblastos quiescentes são atraídos quimicamente ao sítio
de inflamação, onde se dividem e produzem componentes da matriz
extracelular.
A epiderme serve como barreira física para prevenir perdas de fluidos
e invasão por bactérias. As apertadas junções celulares dentro do epi-
télio contribuem para sua impermeabilidade, e a membrana basal dá
suporte estrutural e provê ligação entre a epiderme e a derme. A re-
epitelização de feridas começa poucas horas após a lesão. Inicialmente,
a ferida é rapidamente selada pela formação de coágulos e, após, por
migração de células epiteliais. Queratinócitos localizados na camada
basal da epiderme residual, ou profundamente no epitélio, migram
para a superfície da ferida. A epitelização envolve uma sequência de
mudanças nos queratinócitos de feridas: o desapego, a migração, a
proliferação, a diferenciação e a estratificação.
Fase de maturação
A contração da ferida ocorre por movimento centrípeto em toda a es-
pessura ao redor da pele, reduzindo a quantidade de cicatriz desorga-
12
nizada. A contratura da ferida, resultado do processo de contração da
ferida, em contraste, é uma constrição física ou limitação da função. As
contraturas ocorrem quando a excessiva cicatriz excede a contração da
ferida normal, o que resulta em uma incapacidade funcional.
Nesse processo, os fibroblastos diminuem e a densa rede de capilares
regride. Dentro de 1-6 semanas, a força da ferida aumenta rapidamen-
te e, em seguida, aparece o platô, até um ano após a lesão. Quando
comparada com a pele intacta, a resistência à tração na cicatriz é de
apenas 30%. Apesar da rede de colágeno causar contração da ferida e
um aumento na força, ela também resulta em uma cicatriz, que é mais
frágil e menos elástica do que a pele normal.
4. Avaliação da ferida
Para a escolha de um curativo adequado, é essencial uma avaliação
criteriosa da ferida e o estabelecimento de um diagnóstico de enfer-
magem acurado. Para tanto, é necessário levar em consideração as
evidências clínicas observadas quanto à localização anatômica, forma,
tamanho, profundidade, bordos, presença de tecido de granulação e
quantidade de tecido necrótico, sua drenagem e as condições da pele
perilesional.
Na classificação de diagnósticos de enfermagem da NANDA –I (2009-
2011), no domínio 11, denominado segurança e proteção, na classe 2,
são apontados os seguintes diagnósticos a serem estabelecidos em
situações de lesões físicas definidas como dano ou ferimento ao orga-
nismo:
a) integridade da pele prejudicada;
b) integridade tissular prejudicada ;
c) risco de integridade da pele prejudicada.
13
14
Estes diagnósticos de enfermagem podem ser identificados de acordo
com as características de cada situação clínica e seus fatores relaciona-
dos ou de risco.
Os princípios do conceito clínico são baseados no manejo local de feri-
das estagnadas ou que não cicatrizam, a partir de desbridamento, ma-
nejo do exsudato e resolução do desequilíbrio bacteriano.
A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações
simples que visam remover as barreiras que impedem a cicatrização.
Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa
uma barreira a ser removida da lesão.
As letras da sigla TIME referem-se às palavras inglesas tissue (tecido
não viável), infection (infecção/inflamação), moisture (manutenção
do meio úmido) e edge (epitelização das bordas da lesão). São quatro
componentes da cicatrização da ferida importantes na preparação do
leito e na orientação das decisões terapêuticas dos profissionais.
Para atingir um bom resultado em termos de cicatrização, é preciso
observar esses quatro princípios, sendo necessário que cada um deles
apresente um status adequado para que seja possível a progressão do
processo cicatricial.
T (Tecido inviável) - Para o preparo da ferida, é necessário avaliar as
condições do tecido. Se ele estiver inviável, necrótico ou deficiente, é
recomendável realizar o desbridamento, que pode ser instrumental,
autolítico, enzimático, mecânico ou biológico.
O desbridamento tem a finalidade de remover o tecido desvitalizado,
restaurar a base da ferida e da matriz extracelular e obter tecido viável
no leito da ferida.
I (Infecção ou inflamação) - Trata-se aqui do tecido com alta conta-
15
gem bacteriana ou inflamação prolongada, com número elevado de
citocinas inflamatórias. Atividade das proteases e baixa atividade dos
fatores de crescimento são prejudiciais para a cicatrização. Nessa situ-
ação, é necessário realizar a limpeza da ferida e avaliar as condições
tópicas sistêmicas e o uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos.
M (Manutenção da umidade) - Para que ocorra a cicatrização, é ne-
cessário o equilíbrio da umidade da ferida. Enquanto o leito da ferida
ressecado ocasiona uma migração lenta das células epiteliais, o excesso
de exsudato também é prejudicial, pois pode provocar maceração da
margem e da pele perilesional. Nessas condições, é preciso estimular a
migração das células epiteliais, para evitar ressecamento e maceração,
e controlar o edema e o excesso de fluidos.
E (Epitelização das bordas) – É a situação em que, no processo de
cicatrização, há progressão da cobertura epitelial a partir das bordas.
Quando não há migração de queratinócitos, as células da ferida não
respondem; há matriz extracelular, mas a atividade das proteases é
anormal.
Nesse caso, deve-se avaliar todo o processo, observando as causas e
optando por uma das terapias corretivas, que poderá ser desbridamen-
to do tecido morto, enxerto de pele no local, uso de agentes biológicos
e terapias adjuntas.
Com o uso das terapias adequadas, ocorre a migração de queratinó-
citos e resposta das células, com restauração apropriada do perfil de
proteases, cujo resultado é o avanço da margem da ferida.
5. Tratamento da ferida
No tratamento das feridas, além dos fatores locais, existem fatores sis-
têmicos que podem afetar o processo de reparação da pele e dos te-
16
cidos, como a idade, a imobilidade, o estado nutricional, as doenças
associadas e o uso de medicamentos contínuos, principalmente dro-
gas imunossupressoras. Entre os fatores locais que afetam o processo,
destacam-se a localização anatômica da ferida e a presença de infec-
ção e de tecido desvitalizado.
O tratamento da ferida envolve a avaliação das condições clínicas do
paciente, o uso de analgésicos, o cuidado com o curativo e o desbri-
damento do tecido inviável. Também é necessária a avaliação diária da
evolução da ferida no sentido de continuar ou modificar as condutas
até então estabelecidas.
5.1. Avaliação das condições clínicas
Todo paciente deve ser avaliado de forma ampla, uma vez que um pa-
ciente descompensado clinicamente terá um processo de cicatrização
mais difícil. Apresentam-se a seguir os fatores a serem considerados
nesta avaliação.
• Idade: é um dos aspectos sistêmicos mais importantes, um co-
fator de risco tanto para o surgimento de lesões, como para a sua
manutenção, já que ela interfere no funcionamento de todos os
sistemas fisiológicos corporais. A idade avançada está associada
a uma série de alterações nutricionais, metabólicas, vasculares e
imunológicas e, muitas vezes, às doenças crônicas, que tornam o
indivíduo mais suscetível ao trauma e à infecção.
• Estado nutricional: as proteínas são fundamentais para todos
os aspectos da cicatrização, desde a síntese de colágeno e a pro-
liferação epidérmica, até a neovascularização. Destacam-se os se-
guintes nutrientes:
•	vitamina A: essencial à formação e manutenção da integrida-
de do tecido epitelial;
•	vitaminas do complexo B: necessárias para a efetiva ligação
cruzada entre as fibras colágenas, para a função linfocitária e
a produção de anticorpos;
•	vitamina C: essencial para a hidroxilação da lisina e da prolina
no processo de síntese de colágeno. É importante, também,
para a produção de fibroblastos e para a integridade capilar;
•	oligoelementos, como zinco, ferro, cobre e manganês: neces-
sários para a formação do colágeno;
•	água: o mais importante nutriente; corresponde a cerca de
55% do peso corporal e compõe todas as atividades celulares
e funções fisiológicas.
• Imobilidade: é um fator que limita e reduz a cicatrização da feri-
da, por diminuir o aporte sanguíneo e aumentar o risco de isque-
mia tecidual.
Pacientes com percepção sensorial diminuída e imobilizados no leito
não percebem ou não conseguem reagir ao desconforto ocasionado
pelo excesso de pressão nas regiões de proeminências ósseas e, por-
tanto, têm maior dependência para se movimentarem. Esses pacientes
precisam de assistência da enfermagem para aliviar a pressão nos te-
cidos. A pressão excessiva contribui para o desenvolvimento da úlcera
de pressão, por induzir à isquemia e à necrose dos tecidos.
• Vascularização: a oxigenação e perfusão tissular são condi-
ções essenciais para a manutenção da integridade e sucesso na
reparação tissular. Indivíduos portadores de insuficiência arterial
ou venosa podem desenvolver ulcerações distais que tendem
à cronificação. O tabagismo também é um componente impor-
tante na ocorrência da hipóxia, devido à ação vasoconstritora da
nicotina.
17
•	 Condições sistêmicas: uma das mais importantes é o diabetes
mellitus, que reduz a resposta inflamatória e aumenta o risco de
infecção. Já a neuropatia diminui a percepção sensorial, aumen-
tando o risco para o desenvolvimento de feridas.
A insuficiência renal, por sua vez, interfere na manutenção da
pressão arterial, no equilíbrio hidroeletrolítico e no processo de
coagulação. Além dessas, existem outras condições sistêmicas,
como as doenças reumatológica, hepática, neurológica, intes-
tinal, hematológica, que, por mecanismos diretos ou indiretos,
influenciam negativamente no processo de reparação tissular ou
predispõem o indivíduo a riscos maiores de desenvolvimento de
feridas.
Alguns tratamentos sistêmicos podem comprometer o processo
de reparação tissular, como radioterapia, quimioterapia, esteroi-
des e drogas anti-inflamatórias e imunossupressoras.
•	 Fatores locais: são desencadeados por doença arterial, infec-
ção bacteriana, uso de agentes tópicos citotóxicos ou presença
de tecido necrosado.
•	 Fatores psicossociais: ausência de redes sociais ou de siste-
mas de suporte, isolamento, dificuldades financeiras, comporta-
mento de não adesão aos protocolos de tratamento, não com-
parecimento às consultas, não remoção de curativos, abuso de
substâncias, dor etc.
5.2. Controle da dor e o uso de analgésicos
A dor é uma das principais causas de sofrimento humano, portanto,
sua avaliação se constitui numa premissa da prática clínica. Para iden-
tificar a causa desencadeante da dor e ter condições de aliviá-la, é ne-
cessário um cuidado individualizado.
18
O inadequado alívio da dor na presença de feridas e na troca da cober-
tura dificulta a realização adequada do curativo, com prejuízo à cicatri-
zação e desconforto ou dor ao paciente. Portanto, a analgesia prévia ao
curativo, conforme prescrição médica, é necessária para que se possam
remover do leito da ferida o curativo, os agentes inflamatórios, os cor-
pos estranhos e os tecidos desvitalizados com o mínimo de descon-
forto para o paciente. Nesse processo, o uso de soro morno também
auxilia a minimizar a dor.
A dor pode ser classificada como: a dor local, a dor ocasional, a dor
produzida durante o curativo e a dor relacionada aos procedimentos
cirúrgicos.
A dor local é aquela que o paciente sente sem haver manipulação da
ferida. Ela pode ser contínua ou intermitente. Está relacionada a fatores
subjacentes da ferida, a fatores locais como isquemia ou infecção, ou a
outras patologias relevantes, como neuropatia diabética, doença vas-
cular periférica, artrite reumatoide ou alterações dermatológicas. Os fa-
tores locais da dor nas feridas incluem a isquemia no sítio ou perilesio-
nal, a presença de infecção local ou subjacente, a umidade, a presença
de exsudato, o edema e a maceração da pele.
A dor ocasional, por sua vez, está relacionada com as atividades coti-
dianas, como a deambulação, a tosse ou o deslizamento da cobertura
sobre a ferida.
A dor produzida durante o curativo ou procedimento decorre de roti-
nas básicas, como a troca de cobertura, a limpeza da ferida e a aplica-
ção de nova cobertura.
Reduzir a dor requer avaliação, pelos profissionais da saúde, de fatores
subjacentes à ferida ou patologias associadas, já que ela é uma experi-
ência subjetiva, interna, complexa e pessoal.
19
20
A avaliação sistematizada da dor faz parte do Processo de Enferma-
gem. A dor é atualmente considerada o 5° sinal vital e, na sua presença,
é preciso tratá-la e reavaliar a eficácia do tratamento instituído, medi-
camentoso ou não. Para saber se o paciente tem dor na troca de cober-
turas, deve-se questioná-lo, aceitar e respeitar sua alegação, porque é
ele quem melhor pode definir sua dor. É necessário, ainda, intervir de
maneira eficaz para seu conforto antes, durante e após a troca de co-
berturas.
Também convém não esquecer que há pacientes que não conseguem
se comunicar. Para eles, uma adequada avaliação em relação à dor se
dá através de sinais indiretos que a identificam, como sudorese, taqui-
cardia, tensão muscular, posição antálgica e fácies de dor (franzir a tes-
ta, fechar os olhos).
A avaliação do paciente com dor, portanto, deve ser sistemática. O pro-
fissional da saúde deve avaliar a presença de dor antes de realizar a
troca da cobertura ou o tratamento da ferida e permanecer atento ao
relato ou sinais de dor, além de promover analgesia preventiva.
É recomendado:
•	 avaliar tanto a dor local da ferida quanto a dor de todo tecido
perilesional;
•	 utilizar escalas de avaliação de intensidade de dor durante e
após o procedimento;
•	 registrar os dados para que se possa avaliar se a dor aumenta
ou diminui;
•	 avaliar as intervenções analgésicas propostas na troca de co-
berturas;
•	 registrar os acontecimentos que incrementam ou diminuem a
dor relacionada ao tratamento de feridas;
•	 promover um ambiente de cuidado humanizado, livre de sofri-
mentos quando é possível evitá-los.
5.3. Cuidados na realização de curativos
O curativo é um dos tratamentos utilizados para promover a cicatri-
zação da ferida e proporcionar um meio adequado ao processo de ci-
catrização. Para ocorrer a reparação tecidual e a cicatrização, é funda-
mental que o processo de limpeza seja realizado de modo adequado.
Portanto, é necessário atenção e conhecimento dos profissionais de
saúde para a escolha do curativo mais adequado às características de
cada ferida. Entre os objetivos e cuidados, incluem-se:
•	 proporcionar conforto e higiene ao paciente;
•	 promover a cicatrização;
•	 proteger a ferida para prevenir infecções;
•	 tornar a ferida impermeável a bactérias;
•	 manter a área limpa;
•	 permitir a troca gasosa;
•	 manter a umidade entre a ferida e o curativo para acelerar a
epitelização;
•	 diminuir a dor do paciente;
•	 remover o excesso de exsudato, evitando maceração dos teci-
dos próximos;
•	 fornecer isolamento térmico da ferida;
•	 realizar a remoção do curativo sem traumas;
•	 fazer bom uso dos meios e recursos disponíveis.
Conforme rotina estabelecida pelo HCPA por meio do procedimento
21
operacional padrão (POP), o material a ser preparado para o procedi-
mento inclui os seguintes itens: pacote de curativo, gazes estéreis, gaze
não aderente e não impregnada, frasco de soro fisiológico morno, o
produto ou cobertura prescrita, adesivo microporoso hipoalergênico,
saco de lixo branco, luvas de procedimento, agulha 40x12 e álcool 70%.
A técnica para a realização do curativo inclui os seguintes procedimen-
tos:
• Higienizar as mãos;
• Reunir o material necessário na bandeja;
• Identificar o paciente, conferindo pulseira de identificação;
• Orientar o paciente quanto ao procedimento a ser realizado, cha-
mando-o pelo nome;
• Proporcionar privacidade ao paciente;
• Higienizar novamente as mãos;
• Manter precaução padrão ou calçar as luvas de procedimento na
presença de exsudado no leito da ferida;
• Fixar o saco plástico com fita adesiva em plano inferior ao mate-
rial limpo;
• Abrir o pacote de curativo, usando técnica asséptica, tocando
apenas na face externa do campo;
• Expor o cabo de uma das pinças, pegando-a pela ponta com o
auxílio do campo, tocando-o somente na face externa. Com uso
desta pinça, dispor as demais com os cabos voltados para a borda
do campo;
• Colocar gazes suficientes para o procedimento sobre o campo;
• Realizar a desinfecção do frasco de soro fisiológico morno com
22
álcool 70% no local em que será inserida a agulha 40x12;
• Remover o curativo com o auxílio da pinça anatômica com den-
te e colocá-lo no saco, desprezando a seguir a pinça na borda do
campo, afastada das demais pinças;
• Umedecer com soro fisiológico as gazes que estão em contato
direto com a ferida antes de removê-las, porque a umidade mini-
miza a dor e o traumatismo da pele e ou o tecido de granulação
em feridas abertas;
• Observar o aspecto e as condições da ferida.
Orientações para feridas fechadas
• Limpar a ferida com jatos de soro fisiológico morno.
• Secar os bordos da ferida montando torundas com gaze, uti-
lizando a pinça de pressão.
• Colocar no leito da ferida gaze não aderente como cober-
tura primária, umedecida com soro fisiológico, ou o produto
indicado conforme prescrição, e, sobre ele, gaze de algodão.
• Após, como cobertura secundária, utilizar gazes secas ou
compressas, dependendo da quantidade de drenagem, e fi-
xar com adesivo microporoso hipoalergênico, com dobra em
uma das pontas para facilitar a retirada. Ou, dependendo do
local, fixar com faixa crepe, ou usar roupas íntimas para não
danificar a pele com a fixação do curativo. Ainda em relação
ao adesivo, deve-se evitar tração centrípeta do adesivo sobre
a pele.
Orientações para feridas abertas
• Lavar a ferida com soro fisiológico morno em forma de jato.
Utilizar torundas apenas para limpeza da pele circundante.
Na presença de tecido desvitalizado, solicitar a avaliação da
23
enfermeira para desbridamento. Colocar no leito da ferida
(cobertura primária) gaze não aderente (atadura de rayon) ou
gaze, ambas umedecidas com soro fisiológico. Após, utilizar,
como cobertura secundária, gazes secas e fixá-las com adesi-
vo microporoso hipoalergênico.
Orientações para feridas infectadas
• Limpar primeiramente a pele circundante e, após, a ferida,
seguindo a mesma orientação do curativo em feridas abertas.
• Organizar a unidade do paciente.
• Desprezar material conforme rotina.
• Retirar as luvas (quando forem utilizadas).
• Higienizar as mãos.
• Registrar o procedimento no prontuário, descrevendo a presença
ou nãode exsudado ou características, aspecto do leito da ferida,
condições da pele, evolução da ferida e as reações do paciente à
terapêutica.
5.4. Manutenção do meio úmido
Embora já se aceitasse o pressuposto de que a criação de um ambiente
úmido na ferida trazia efeitos extremamente benéficos para o processo
cicatricial, bem como para a redução da dor, até o início da década de
1960 os recursos para garantir esse ambiente ainda não haviam sido
desenvolvidos pela indústria. Só a partir de 1962, quando foi demons-
trado que a taxa de epitelização era 50% mais rápida em um ambiente
úmido e que a formação de crostas era minimizada, é que houve inte-
resse pelo desenvolvimento de pesquisas, produção e comercialização
de novos materiais, o que levou a uma verdadeira “revolução no con-
ceito de curativos”.
24
Nos Estados Unidos e Europa, registrou-se uma avalanche de novos
recursos a partir de 1970, o que gerou confusão entre os profissionais
quanto a sua adequada indicação e utilização. Com essa preocupação,
diversos órgãos (NPAUP, EPUAP) passaram a coordenar estudos para
estabelecer critérios para a avaliação adequada das feridas e, concomi-
tantemente, indicar parâmetros que direcionassem para a adequada
seleção desses recursos.
Esses critérios, parâmetros e escalas de avaliação têm sido exaustiva-
mente estudados por diversos grupos. Embora ainda exista muita con-
trovérsia, de forma geral todos eles buscam reunir as melhores evidên-
cias sobre as diversas tecnologias, materiais, recursos e procedimentos,
disponibilizando e divulgando o máximo de informações e referências.
Normalmente, os curativos são divididos em primários, quando usados
em contato direto com o tecido lesado, e secundários, quando coloca-
dos sobre o curativo primário. Alguns curativos requerem a utilização
de cobertura secundária para manter a umidade adequada.
São vantagens do meio úmido:
•	 Evitar traumas;
•	 Reduzir a dor;
•	 Manter a temperatura;
•	 Remover tecido necrótico;
•	 Impedir a formação de esfacelos;
•	 Estimular a formação de tecido viável;
•	 Promover maior vascularização.
25
5.5. Desbridamento
O desbridamento envolve a remoção de tecido não viável e de bactérias,
para permitir a regeneração do tecido saudável subjacente. Durante o
procedimento, é necessário evitar danos ao tecido de granulação.
O desbridamento pode ser efetuado através de técnica cirúrgica, me-
cânica, enzimática ou autolítica. Cada procedimento possui vantagens,
desvantagens e indicações para o seu uso. A combinação das técnicas
pode ser o método mais eficaz. Para definir a melhor conduta, cada caso
deve ser avaliado.
Tipos de desbridamento:
Desbridamento cirúrgico: remoção do tecido necrótico por meio de
procedimento cirúrgico. Deve-se desbridar a ferida que apresentar ne-
crose de coagulação (caracterizada pela presença de crosta preta ou es-
cura) ou necrose de liquefação (caracterizada pela presença de tecido
amarelo/esverdeado). O desbridamento só deve ser realizado por pro-
fissional qualificado da medicina ou da enfermagem.
O desbridamento cirúrgico é a técnica mais rápida e efetiva para re-
moção da necrose, principalmente quando o paciente necessita de in-
tervenção urgente. O desbridamento à beira do leito ou ambulatorial
poderá ser realizado em feridas em que a área de necrose não é muito
extensa. Nos casos de feridas extensas, o paciente deverá ser encami-
nhado ao centro cirúrgico para realizar o desbridamento com anestesia.
Técnica de square: utilização de lâmina de bisturi para realizar peque-
nos quadradinhos (2 mm a 0,5 cm) no tecido necrótico, que posterior-
mente podem ser delicadamente removidos da ferida, um a um, sem
risco de comprometimento tecidual mais profundo. Esta técnica tam-
bém pode ser utilizada para facilitar a penetração de substâncias desbri-
dantes no tecido necrótico.
26
Desbridamento mecânico: aplicação de força mecânica diretamen-
te sobre o tecido necrótico, a fim de facilitar sua remoção. Este proce-
dimento pode prejudicar o tecido de granulação ou de epitelização,
além de causar dor.
Desbridamento enzimático: aplicação tópica de enzimas desbridan-
tes diretamente no tecido necrótico. A escolha da enzima depende do
tipo de tecido existente. Aplica-se somente nas áreas com tecido ne-
crótico. Exemplo: papaína.
Desbridamento autolítico ou autólise: utiliza as enzimas do próprio
corpo para a destruição do tecido desvitalizado. A utilização de cober-
turas primárias promove um meio úmido adequado, estimula a migra-
ção leucocitária e a ação das enzimas (proteases, colagenases) no leito
da ferida sobre a necrose. O desbridamento autolítico está indicado
para todos os tipos de necroses, inclusive para pacientes que não su-
portam ou têm contraindicação para utilização de outros tipos de des-
bridamento. No entanto, é considerado o método mais lento.
5.6. Produtos/coberturas padronizadas no HCPA
A seleção correta da cobertura da ferida auxilia no processo de cica-
trização, reduz a dor, promove conforto ao paciente e recuperação
do tecido lesado. Os produtos mais utilizados e padronizados para o
tratamento de feridas estão descritos a seguir, acompanhados de sua
composição, ação, indicação, contraindicação e frequência de troca do
curativo.
27
Hidrogel
Composição
Água 77,7% + propilenoglicol 20% +
carboximetilcelulose 2,3%
Ação
- Mantém o meio úmido
- Promove desbridamento autolítico
- Estimula a cicatrização
Indicação
Remoção de crostas e tecidos desvitalizados de feridas
abertas
Contraindicação
- Pele íntegra
- Ferida operatória fechada
- Feridas muito exsudativas
Frequência da troca
- Uma vez por dia
- A cobertura secundária, conforme saturação
28
Alginato de cálcio
Composição
Fibras de tecido, derivado de algas marinhas, compostas
por ácido gulurônico e manurônico com íons de Ca e Na
incorporados às fibras
Ação
- Auxilia o desbridamento
-Tem alta capacidade de absorção
- Forma um gel que mantém o meio úmido
- Induz à hemostasia
Indicação
Feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas, com
ou sem infecção
Contraindicação
- Feridas superficiais
- Feridas pouco exsudativas
Frequência de troca
- A cada 48/72 horas
- A cobertura, conforme saturação
29
Filme transparente (em rolo não estéril)
Composição Filme de poliuretano
Ação
Proporciona meio úmido
Favorece a cicatrização
Indicação
- Proteção de proeminências ósseas
- Como cobertura secundária em curativos oclusivos
Contraindicação
- Aplicação direta em feridas abertas
- Feridas muito exsudativas
Frequência de troca
- A cada 72 horas
- Em proteção de proeminências ósseas, a cada 5 a 7 dias
30
Hidrocoloide extrafino
Composição
Camada interna: gelatina, pectina e carboximetilcelulose
sódica
Camada externa: espuma de poliuretano
Ação
- Absorve exsudatos, mantém o pH ácido e o meio úmido
- Estimula o desbridamento autolítico e a angiogênese
- Protege terminações nervosas
Indicação Tratamento de feridas abertas não infectadas e pouco
exsudativas
Contraindicação - Feridas infectadas
- Feridas cavitárias
- Feridas muito exsudativas
Frequência de troca A cada 3 a 7 dias, conforme características da ferida
31
Papaína
Composição
Complexo de enzimas proteolíticas retiradas do látex do
mamão papaia (Carica papaia)
Papaína 8g + ureia 10g + creme lanette 100g
Ação
- Provoca dissociação das moléculas de proteína,
resultando em desbridamento químico
- É bactericida e bacteriostático.
- Estimula a força tênsil das cicatrizes
- Acelera o processo de cicatrização
Indicação
-Tratamento de feridas abertas
- Desbridamento de tecidos desvitalizados
Contraindicação
- Pele íntegra
- Ferida operatória fechada
- Na presença de tecido de granulação
- Contato com metais, devido ao poder de oxidação
Frequência de troca
- Uma vez ao dia
- A cobertura secundária, conforme saturação
32
Gaze não aderente impregnada de petrolato
Composição
Tecido em malha de acetato de celulose e impregnado
de petrolato
Ação
- Protege a ferida
- Preserva o tecido de granulação
- Evita aderência ao leito da ferida
Indicação
Necessidade de evitar a aderência do curativo ao leito da
ferida, resultando numa troca sem dor e com proteção
do tecido
Contraindicação Feridas com secreção purulenta
Frequência de troca
- A cada 48 -72 horas
- A cobertura secundária, conforme saturação
33
Gaze não aderente impregnada de parafina
Composição Curativo estéril de gaze parafinado
Ação
- Protege e conforta a ferida, permitindo a livre
passagem do exsudato para o curativo secundário
- Não desfia ao ser cortado, mantendo seu formato
Indicação
Feridas em que é preciso evitar a aderência do curativo,
para ele poder ser mantido por 48 a 72 horas
Contraindicação Feridas com secreção purulenta
Frequência de troca
- A cada 48 - 72 horas
- A cobertura secundária, conforme saturação
34
Gaze não aderente e não impregnada
Composição Tecido de 100% viscose
Ação
- Protege a ferida
- Preserva o tecido de granulação
- Evita aderência ao leito da ferida
Indicação
- Necessidade de evitar a aderência do curativo ao
leito da ferida, resultando numa troca sem dor e com
proteção do tecido
- Cobertura primária na ferida aberta
Contraindicação
- Feridas com secreção purulenta e com muito exsudato
- Feridas fechadas
Frequência de troca A cada troca de curativo
35
Apósito absorvente
Composição
Compressa não aderente de acrílico e rayon de viscose 
altamente absorvente que tem em um de seus lados
um filme muito fino de poliéster perfurado, que
garante a absorção e impede a aderência à ferida
Ação
-Tem baixa aderência e alta absorção
- É confortável e minimiza a dor na hora da troca
Indicação
Feridas em que é preciso evitar a aderência do curativo,
para ele poder ser mantido por 48 a 72 horas
Contraindicação Feridas com secreção purulenta
Frequência de troca
- Sempre que necessário
- A cobertura secundária, conforme saturação
36
Curativo absorvente com prata
Composição
Curativo estéril com alta capacidade de absorção, com
espuma de poliuretano Sua formulação combina prata
iônica e alginato de cálcio
Ação
- Promove meio úmido ideal para processo de
cicatrização
- Não adere na ferida
- É fácil de aplicar e retirar
-Tem efetividade antimicrobiana por até 7 dias
Indicação
Feridas de espessura parcial a total, infectadas, não
infectadas, úlceras venosas e áreas doadoras de enxerto
Contraindicação Feridas pouco exsudativas
Frequência de troca
- A cada 48 - 72 horas, conforme saturação
- Aplicar com a matriz de prata (superfície escura) em
contato com a ferida
37
6. Registro da evolução das feridas
É responsabilidade da equipe de saúde proporcionar e manter um am-
biente terapêutico para o paciente durante as 24 horas do dia, o que
inclui garantir a qualidade e continuidade dos registros, devido a suas
implicações assistenciais e legais.
A descrição da ferida e das condutas adotadas qualifica a assistência
ao paciente, permitindo um acompanhamento preciso da evolução da
ferida por todos os membros da equipe de saúde. Ele também serve
de parâmetro para propor novas condutas objetivando a cicatrização.
Para planejar e prescrever a assistência ao paciente, é necessário avaliar
diariamente e fazer um bom diagnóstico das características da ferida.
Os registros devem traduzir o máximo de conhecimento sobre as con-
dições de saúde do paciente, incluindo informações referentes tanto
aos procedimentos quanto às necessidades e queixas dos mesmos.
Nesse sentido, o diagnóstico e o tratamento de feridas é um proces-
so complexo e dinâmico, que depende de avaliações sistematizadas,
prescrições de tipo de curativo ou coberturas necessárias e frequência
de suas trocas, de acordo com a evolução do processo cicatricial.
O aspecto do tecido presente no leito da ferida reflete a fase de sua
cicatrização, bem como a ocorrência ou não de complicações. Portan-
to, é imprescindível que o profissional envolvido no tratamento tenha
habilidade nessa avaliação e descrição.
Avaliar e registrar a evolução da ferida é necessário para determinar
o tratamento apropriado para cada caso. Isso deve ser feito de forma
sistemática, desde a ocorrência da ferida até sua resolução.
O registro deverá ser realizado de forma objetiva, incluindo o tipo de
ferida, o tempo de duração, a localização, a dimensão, o tipo de tecido,
o exsudato, a pele perilesional e o tipo de curativo. Ele também deverá
38
conter a descrição do procedimento realizado, informar se há dor du-
rante a troca do curativo, outros desconfortos relatados pelo paciente,
bem como o plano para a próxima troca do curativo.
Os registros devem ter uma linguagem objetiva e mensurável, sendo
fundamental que as informações permitam acompanhar a evolução
das feridas. Assim, eles devem incluir:
•	Tipo de ferida – informar a causa da ferida: cirúrgica, traumá-
tica ou ulcerativa. Se for úlcera por pressão, classificar seu está-
gio de acordo com a Classificação por Estágios das Úlceras por
Pressão.
•	Tempo de duração da ferida e sua origem - essa informação
permite classificar a ferida em aguda ou crônica, bem como esta-
belecer se a origem foi comunitária ou hospitalar.
•	Localização da ferida - descrever a região anatômica acometi-
da, o que permite a localização precisa da ferida.
•	Dimensão da ferida - medir os bordos da ferida, registrando
altura, largura e profundidade, em centímetros, utilizando a ré-
gua descartável.
•	Tipo de tecido - descrever o tipo de tecido do leito da ferida,
se existe infecção, como é o meio (umidade) e a epitelização dos
bordos (TIME).
•	Características do exsudato - registrar o aspecto, a quantida-
de ou a ausência de exsudato.
•	Pele perilesão - registrar o aspecto e as condições da pele pe-
rilesional.
•	Descrição do procedimento - descrever o aspecto do curati-
vo, a técnica de limpeza e a cobertura escolhida para o leito da
ferida e para a proteção dos bordos.
39
•	Previsão de troca do curativo - registrar a periodicidade da
próxima troca e incluir na prescrição de enfermagem.
•	Dor ou queixas do paciente em relação ao procedimento
- registrar se a analgesia prescrita está adequada, se está sendo
possível realizar a limpeza da ferida com desconforto tolerável
para o paciente, e demais queixas do paciente.
7. Considerações finais
Este manual procurou abordar alguns cuidados e ações da equipe mul-
tidisciplinar que podem auxiliar na realização de uma assistência eficaz
aos pacientes em tratamento de feridas. O cuidado destes pacientes
deve ser discutido pelas equipes responsáveis, buscando transformar
o ambiente do trabalho em um espaço de aprendizagem e discussão
das melhores práticas.
A eficácia do tratamento depende da educação e orientação do pa-
ciente para o autocuidado, bem como do constante aprimoramento
das equipes de saúde para a execução correta de cada curativo. Acredi-
ta-se que esse material educativo impresso facilita e uniformiza a con-
duta dos profissionais e contribui significativamente para o tratamento
e cuidado aos pacientes.
Devido à enorme relevância do tratamento de feridas para as políticas
de saúde, faz-se cada vez mais necessária a existência de um grupo de
profissionais para normatizar e orientar as diversas equipes no trata-
mento de feridas dentro de uma instituição. O Grupo de Enfermagem
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre conta com o Programa de Pre-
venção e Tratamento de Feridas (PPTF), que atua como facilitador na
indicação e orientação dos diversos produtos disponíveis no mercado.
A solicitação de consultoria pode ser realizada pelo Sistema Aplicativo
de Gestão Hospitalar (AGH).
Diante da dúvida, consulte os colegas.
40
41
Referências consultadas
Blanes L. Tratamento de feridas. Cirurgia vascular: guia ilustrado. São Paulo: Baptista-
Silva JCC editor [internet]; 2004. [citado 2010 out 15]. Disponível em: <htpp://www.
bapbaptista.com>. Acesso em: 15 out. 2010.
Dealey C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. 2ª ed. São Paulo: Atheneu;
2001.
Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011/NANDA
Internacional; tradução Regina machado Gracez. – Porto Alegre: Artmed, 2010.
European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP). Disponível em: www.epaup.org Aces-
so em: 20 maio 2011.
Vermeulen H, Ubbink D, Goossens A,Vos R, Legemate DA. Dressings and topical agents
for surgical wounds healing by secondary intention. Cochrane Database Syst Rev. 2004.
Fernandes LM, Caliri MH. Uso da escala de Braden e de Glasgow para identificação do
risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de terapia intensiva.
Rev Latino-am. Enfermagem, 2008, nov-dez; Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
rlae/v16n6/pt_06.pdf. Acesso em: 20 julho 2011
Ferreira A, Rigoti M. Intervenções de enfermagem do paciente com dor. Arquivos Ciên-
cias da Saúde. 2005 jan-mar;12(1):50-54.
Mandelbaum SH, Santis EP, Mandelbaum MH. Cicatrização: conceitos atuais e recursos
auxiliares - Parte I. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 2003 jul-ago;78(4):393-410.
Marcon SS, Venturini DA. Anotações de enfermagem em uma unidade cirúrgica de um
hospital escola. Rev Bras Enferm. 2008; 61(5): 570-5.
Meeks GRMD, Trenhaile TMD. Abdominal surgical incisions: prevention and treatment
of complications. UPDATE. 2009.
Menegon DB. Consulta de Enfermagem a Pacientes com Doenças Dermatológicas. In:
Tasca, A;. (Org.). Enfermagem Ambulatorial. Porto Alegre:2006, v. , p. –
Menegon DB, Bercini R, Jansen M, et all. Protocolo assistencial de prevenção e trata-
mento de úlcera de pressão. Disponível em: http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/pro-
tocolos/MED_229.pdf. Acesso em: 01 setembro 2011
42
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPAUP) Disponivel em: www.npaup.org Aces-
so em: 20 maio 2011.
Prazeres SJ, et al. Tratamento de feridas: teoria e prática. Londrina: Moriá; 2009.
Courtney M, Townsend Jr MD. Sabiston textbook of surgery. 18th ed - Expert Consult
Premium Edition: Enhanced.2008. Disponível em: www.textbookofsurgery.com. Aces-
so em: 23 junho 2011.
Vigo KO, Pace AE, Santos CB. Análise retrospectiva dos registros de enfermagem em
uma unidade especializada. Rev Latino-am Enfermagem. 2003;11(2):184-91. Disponí-
vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692003000200007&script=sci_
arttext Acesso em: 15 abril 2011.
Winter GD. Formation of the scab and rate of epithelization of superficial wounds in the
skin of the young domestic pig. Nature, 1962;193;293-4.
43
Melhorando estas orientações
Gostaríamos de aprimorar as instruções do Manual de Avaliação e
Tratamento de Feridas: orientações aos profissionais da saúde
e, para isso, as suas sugestões são muito importantes. Contamos com
sua colaboração respondendo esse questionário e entregando-o ao
secretário da unidade.
1. As orientações contidas neste manual:
(     ) são importantes	 (     ) são pouco importantes 	 (     ) não são importantes
2. A linguagem usada neste material:
(     ) é acessível	 	 (     ) é pouco acessível	   (     ) não é acessível
O que pode ser melhorado?
3. A leitura deste manual contribuiu para diminuir suas dúvidas?
(     ) Contribuiu	 	 (     ) Contribuiu pouco	   (     ) Não contribuiu
O que pode ser acrescentado ou melhorado?
4. A quantidade de informações:
(     ) está adequada	 (     ) está pouco adequada  (     ) não está adequada
O que pode ser modificado?
5. O tamanho e estilo da letra:
(     ) são adequados	 (     ) são pouco adequados (     ) não são adequados
6. A forma de disposição das informações:
(     ) é adequada	 	 (     ) é pouco adequada	   (     ) não é adequada
O que pode ser modificado?
7. As gravuras do manual contribuem para o melhor entendimento do texto?
(     ) Sim		 	 (     ) Não		 	   (     ) Às vezes
44
8. As informações são facilmente localizadas no manual?
(     ) Sempre	 	 (     ) Na maioria das vezes	(     ) Raramente
9.Você  considera  que  as  informações  contidas  no  manual  favorecem  a  
realização de seus cuidados de saúde?
(     ) Sim		 	 (     ) Não		 	 (     ) Às vezes
Por quê?
Este espaço está reservado para suas sugestões, que nos auxiliarão a melhorar
este livreto:
Agradecemos sua colaboração
Às secretárias das unidades: Favor encaminhar esta folha
ao grupo de enfermagem para a Prof.ª Isabel Cristina Echer,
para que possamos dar seguimento a esse trabalho.
Obrigada.

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Protocolo feridas rs

  • 1. Avaliação e tratamento de feridas orientações aos profissionais de saúde Joseane Brandão dos Santos Enfermeira da Unidade de Internação do 9º Norte. Sheila Ganzer Porto Enfermeira da Unidade de Internação do 8º Norte. Lyliam Midori Suzuki Enfermeira da Unidade de Internação do 3º Norte. Luciana da Rosa Zinn Sostizzo Enfermeira do Serviço de Enfermagem Pediátrica. Jorge Luiz Antoniazzi Professor Adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Chefe do Serviço de Cirurgia Geral do HCPA. Isabel Cristina Echer (organizadora) Professora Adjunta da Escola de Enfermagem da UFR- GS. Doutora em Clínica Médica pela UFRGS. Chefe do Serviço de Enfermagem Cirúrgica do HCPA.
  • 2.
  • 3. Sumário APRESENTAÇÃO 5 1. Introdução 7 2. Características das feridas 8 3. Fisiologia do processo cicatricial 11 4. Avaliação da ferida 13 5. Tratamento da ferida 15 5.1. Avaliação das condições clínicas 16 5.2. Controle da dor e uso de analgésicos 18 5.3. Cuidados na realização do curativo 21 5.4. Manutenção do meio úmido 24 5.5. Desbridamento 26 5.6. Produtos/coberturas padronizados 27 6. Registros da evolução das feridas 38 7. Considerações finais 40 REFERÊNCIAS CONSULTADAS 41 MELHORANDO ESTAS ORIENTAÇÕES 43
  • 4.
  • 5. 5 Apresentação Este manual, destinado à equipe interdiscipli- nar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, contém informações explicativas sobre a avalia- ção e o tratamento de feridas. Ele foi elaborado para servir como apoio à equipe na atividade de orientar e realizar de maneira eficiente o cui- dado com feridas de pele. O manual foi organizado por enfermeiros do HCPA e professores da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com a participa- ção de profissionais de diferentes áreas do co- nhecimento do hospital. O texto foi escrito em linguagem acessível e faz uso de ilustrações, para facilitar sua compreensão pelo leitor, no contexto da educação em saúde. Neste manual são abordados os seguintes as- suntos: as feridas de pele, a fisiologia do pro- cesso cicatricial, a avaliação de uma ferida, os critérios de classificação de uma ferida (causa, etiologia, agente causador, conteúdo microbia- no, característica do exsudato e dos tecidos) e os fatores locais e sistêmicos que podem preju- dicar o processo cicatricial.
  • 6. 6 O manual aborda também o tratamento das feridas, destacando aspectos como a avaliação das condições clínicas, o uso de analgésicos, os cuidados com a realização do curativo, a manu- tenção das lesões do paciente em meio úmido, o desbridamento e o uso de coberturas/produ- tos padronizados e, finalmente, os registros da evolução da ferida, que devem ser criteriosos e individualizados, destacando a evolução da ferida e as reações do paciente à terapêutica. Espera-se, assim, que este material forneça ele- mentos capazes de contribuir para a construção do conhecimento da equipe de saúde, o desen- volvimento profissional e a melhora da assis- tência prestada aos pacientes do HCPA. Boa leitura!
  • 7. 7 1. Introdução A pele tem várias funções, como por exemplo: • proteger o organismo contra a ação de agentes externos (físi- cos, químicos e biológicos) • impedir a perda excessiva de líquidos • manter a temperatura corporal • sintetizar a vitamina D • agir como órgão dos sentidos Quando ocorre a descontinuidade do tecido epitelial, das mucosas ou de órgãos, as funções básicas de proteção da pele são comprometidas. A ferida resultante dessa descontinuidade pode ser causada por fato- res extrínsecos, como incisão cirúrgica, trauma, e por fatores intrínse- cos, como as produzidas por infecção. Os profissionais que prestam cuidado ao paciente devem estar capaci- tados para realizar uma avaliação efetiva das feridas. Nessa avaliação, devem ser considerados fatores como causa e tempo de existência da ferida e presença ou não de infecção. Além disso, é preciso avaliar a dor, a presença de edema, a extensão e a profundida- de da ferida e as características do leito da ferida, da pele perilesional e do exsudato. Além desta avaliação, é necessário fazer o diagnóstico preciso, identifi- car o período evolutivo cicatricial e tratar a ferida de forma adequada, bem como aproveitar ao máximo o desempenho das equipes de saúde e dos materiais disponíveis.
  • 8. Esta avaliação deve ser continuada: é fundamental acompanhar a evo- lução do processo cicatricial, a cobertura da ferida e os produtos utili- zados, devendo o profissional de saúde estar apto a realizar esta avalia- ção e seu acompanhamento. A cicatrização é um processo fisiológico e dinâmico que busca restau- rar a continuidade dos tecidos. Conhecer a fisiopatologia da cicatriza- ção e os fatores que podem acelerá-la ou retardá-la proporciona uma melhor avaliação e a escolha do tratamento mais adequado. Nesse sentido, o desenvolvimento de novas técnicas e produtos para a realização de curativos e o tratamento de feridas tem exigido a criação de grupos de estudo de feridas cutâneas. O Hospital de Clínicas de Por- to Alegre possui um Programa de Prevenção e Tratamento de Ferida que visa difundir as bases científicas do cuidado e tratamento de feri- das, propiciando acesso a várias condutas de tratamento. Fazem parte das atividades do programa educar e orientar os profissionais de saúde que realizam esse cuidado, por meio de um trabalho interdisciplinar, com participação em eventos, promoção de cursos e assessoria in loco aos enfermeiros assistenciais. Diante da complexidade do cuidado com as feridas, o papel do profis- sional da saúde não se restringe à avaliação de feridas e a sugestões de tratamento. Para garantir um cuidado efetivo, é necessário orientar e educar a equipe de saúde para monitorar o progresso da cicatrização, avaliar a efetividade das intervenções realizadas e o tratamento utiliza- do. Também é importante a equipe multidisciplinar orientar e motivar o paciente para a realização do autocuidado. 2. Características das feridas As feridas podem ser classificadas quanto à causa, ao conteúdo micro- biano, ao tipo de cicatrização, ao grau de abertura e ao tempo de du- ração. 8
  • 9. Quanto à causa, as feridas podem ser: • Cirúrgicas, feridas provocadas intencionalmente, mediante: Incisão: quando não há perda de tecido e as bordas são geral- mente fechadas por sutura; Excisão: quando há remoção de uma área de pele (por exem- plo, área doadora de enxerto); Punção: quando resultam de procedimentos terapêuticos diagnósticos (por exemplo, cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia, entre outros). • Traumáticas, feridas provocadas acidentalmente por agente: Mecânico: contenção, perfuração ou corte; Químico: iodo, cosméticos, ácido sulfúrico etc.; Físico: frio, calor ou radiação. • Ulcerativas, feridas escavadas, circunscritas na pele (formadas por necrose, sequestração do tecido), resultantes de traumatis- mo ou doenças relacionadas com o impedimento do suprimento sanguíneo. As úlceras de pele representam uma categoria de feri- das que incluem úlceras por pressão, de estase venosa, arteriais e diabéticas. Quanto ao conteúdo microbiano, as feridas podem ser: • Limpas, feridas em condições assépticas, sem micro-organis- mos; • Limpas contaminadas, feridas com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem contaminação significativa; 9
  • 10. • Contaminadas, feridas ocorridas com tempo maior que 6 ho- ras entre o trauma e o atendimento, sem sinal de infecção; • Infectadas, feridas com presença de agente infeccioso no local e com evidência de intensa reação inflamatória e destruição de tecidos, podendo conter pus. Quanto ao tipo de cicatrização, as feridas podem ser: • De cicatrização por primeira intenção, feridas fechadas cirur- gicamente com requisitos de assepsia e sutura das bordas; nelas não há perda de tecidos e as bordas da pele e/ou seus compo- nentes ficam justapostos; • De cicatrização por segunda intenção, feridas em que há perda de tecidos e as bordas da pele ficam distantes; nelas a ci- catrização é mais lenta do que nas de primeira intenção; • De cicatrização por terceira intenção, feridas corrigidas ci- rurgicamente após a formação de tecido de granulação, ou para controle da infecção, a fim de que apresentem melhores resulta- dos funcionais e estéticos. Quanto ao grau de abertura, as feridas podem ser: • Abertas, feridas em que as bordas da pele estão afastadas; • Fechadas, feridas em que as bordas da pele estão justapostas. Quanto ao tempo de duração, as feridas podem ser: • Agudas, quando são feridas recentes; • Crônicas, feridas que têm um tempo de cicatrização maior que o esperado devido a sua etiologia. São feridas que não apresen- tam a fase de regeneração no tempo esperado, havendo um re- tardo na cicatrização. 10
  • 11. 3. Fisiologia do processo cicatricial A pele, quando lesada, inicia imediatamente uma série de fases sobre- postas, denominada cicatrização. A cicatrização ocorre por meio de um processo dinâmico, interdependente, contínuo e complexo, cuja fina- lidade é restaurar os tecidos lesados. Este processo é composto pelas seguintes fases: inflamatória, proliferativa e de maturação. Fase inflamatória Durante a reação imediata à injúria tecidual, ocorre hemostase e infla- mação. Esta fase representa uma tentativa para limitar o dano, parando o sangramento, selando a superfície da ferida e removendo qualquer tecido necrótico, fragmentos estranhos ou bactérias presentes. A fase inflamatória é caracterizada por aumento da permeabilidade vascular, migração de células para a ferida por quimiotaxia, secreção de citocinas e fatores de crescimento na ferida, e ativação da migração de células. Durante a injúria tecidual aguda, o dano dos vasos sanguíneos resulta em exposição do colágeno subendotelial às plaquetas, o que leva à agregação plaquetária e ativação da via de coagulação. A vasocons- trição local inicial das arteríolas e capilares é seguida de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A cessação da hemorragia é aumentada pelos eritrócitos e plaquetas que aderem ao capilar endo- telial danificado. O aumento da permeabilidade capilar e os vários fatores quimiotáti- cos facilitam a diapedese dos neutrófilos para o sítio inflamatório. Ao começar a migração, os neutrófilos liberam os componentes dos seus lisossomos, enzimas e proteases na matriz extracelular, o que facilita a sua migração. A combinação de intensa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular leva ao achado clínico de inflamação, caracterizado por rubor, edema, calor e dor. 11
  • 12. Fase proliferativa Conforme as respostas agudas de hemostasia e inflamação, é iniciado o reparo da ferida por meio da angiogênese, fibroplasia e epitelização. Este estágio é caracterizado pela formação de tecido granuloso, que consiste de leito capilar, fibroblasto, macrófagos e rede de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. A angiogênese é o processo de formação de novos vasos sanguíneos, necessários para suportar o ambiente de cicatrização da ferida. Os fibroblastos são células especializadas que se diferenciam a partir das células mesenquimais em repouso no tecido conjuntivo, e que não chegam ao local da ferida por diapedese das células circulantes. Após a ferida, os fibroblastos quiescentes são atraídos quimicamente ao sítio de inflamação, onde se dividem e produzem componentes da matriz extracelular. A epiderme serve como barreira física para prevenir perdas de fluidos e invasão por bactérias. As apertadas junções celulares dentro do epi- télio contribuem para sua impermeabilidade, e a membrana basal dá suporte estrutural e provê ligação entre a epiderme e a derme. A re- epitelização de feridas começa poucas horas após a lesão. Inicialmente, a ferida é rapidamente selada pela formação de coágulos e, após, por migração de células epiteliais. Queratinócitos localizados na camada basal da epiderme residual, ou profundamente no epitélio, migram para a superfície da ferida. A epitelização envolve uma sequência de mudanças nos queratinócitos de feridas: o desapego, a migração, a proliferação, a diferenciação e a estratificação. Fase de maturação A contração da ferida ocorre por movimento centrípeto em toda a es- pessura ao redor da pele, reduzindo a quantidade de cicatriz desorga- 12
  • 13. nizada. A contratura da ferida, resultado do processo de contração da ferida, em contraste, é uma constrição física ou limitação da função. As contraturas ocorrem quando a excessiva cicatriz excede a contração da ferida normal, o que resulta em uma incapacidade funcional. Nesse processo, os fibroblastos diminuem e a densa rede de capilares regride. Dentro de 1-6 semanas, a força da ferida aumenta rapidamen- te e, em seguida, aparece o platô, até um ano após a lesão. Quando comparada com a pele intacta, a resistência à tração na cicatriz é de apenas 30%. Apesar da rede de colágeno causar contração da ferida e um aumento na força, ela também resulta em uma cicatriz, que é mais frágil e menos elástica do que a pele normal. 4. Avaliação da ferida Para a escolha de um curativo adequado, é essencial uma avaliação criteriosa da ferida e o estabelecimento de um diagnóstico de enfer- magem acurado. Para tanto, é necessário levar em consideração as evidências clínicas observadas quanto à localização anatômica, forma, tamanho, profundidade, bordos, presença de tecido de granulação e quantidade de tecido necrótico, sua drenagem e as condições da pele perilesional. Na classificação de diagnósticos de enfermagem da NANDA –I (2009- 2011), no domínio 11, denominado segurança e proteção, na classe 2, são apontados os seguintes diagnósticos a serem estabelecidos em situações de lesões físicas definidas como dano ou ferimento ao orga- nismo: a) integridade da pele prejudicada; b) integridade tissular prejudicada ; c) risco de integridade da pele prejudicada. 13
  • 14. 14 Estes diagnósticos de enfermagem podem ser identificados de acordo com as características de cada situação clínica e seus fatores relaciona- dos ou de risco. Os princípios do conceito clínico são baseados no manejo local de feri- das estagnadas ou que não cicatrizam, a partir de desbridamento, ma- nejo do exsudato e resolução do desequilíbrio bacteriano. A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que visam remover as barreiras que impedem a cicatrização. Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa uma barreira a ser removida da lesão. As letras da sigla TIME referem-se às palavras inglesas tissue (tecido não viável), infection (infecção/inflamação), moisture (manutenção do meio úmido) e edge (epitelização das bordas da lesão). São quatro componentes da cicatrização da ferida importantes na preparação do leito e na orientação das decisões terapêuticas dos profissionais. Para atingir um bom resultado em termos de cicatrização, é preciso observar esses quatro princípios, sendo necessário que cada um deles apresente um status adequado para que seja possível a progressão do processo cicatricial. T (Tecido inviável) - Para o preparo da ferida, é necessário avaliar as condições do tecido. Se ele estiver inviável, necrótico ou deficiente, é recomendável realizar o desbridamento, que pode ser instrumental, autolítico, enzimático, mecânico ou biológico. O desbridamento tem a finalidade de remover o tecido desvitalizado, restaurar a base da ferida e da matriz extracelular e obter tecido viável no leito da ferida. I (Infecção ou inflamação) - Trata-se aqui do tecido com alta conta-
  • 15. 15 gem bacteriana ou inflamação prolongada, com número elevado de citocinas inflamatórias. Atividade das proteases e baixa atividade dos fatores de crescimento são prejudiciais para a cicatrização. Nessa situ- ação, é necessário realizar a limpeza da ferida e avaliar as condições tópicas sistêmicas e o uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos. M (Manutenção da umidade) - Para que ocorra a cicatrização, é ne- cessário o equilíbrio da umidade da ferida. Enquanto o leito da ferida ressecado ocasiona uma migração lenta das células epiteliais, o excesso de exsudato também é prejudicial, pois pode provocar maceração da margem e da pele perilesional. Nessas condições, é preciso estimular a migração das células epiteliais, para evitar ressecamento e maceração, e controlar o edema e o excesso de fluidos. E (Epitelização das bordas) – É a situação em que, no processo de cicatrização, há progressão da cobertura epitelial a partir das bordas. Quando não há migração de queratinócitos, as células da ferida não respondem; há matriz extracelular, mas a atividade das proteases é anormal. Nesse caso, deve-se avaliar todo o processo, observando as causas e optando por uma das terapias corretivas, que poderá ser desbridamen- to do tecido morto, enxerto de pele no local, uso de agentes biológicos e terapias adjuntas. Com o uso das terapias adequadas, ocorre a migração de queratinó- citos e resposta das células, com restauração apropriada do perfil de proteases, cujo resultado é o avanço da margem da ferida. 5. Tratamento da ferida No tratamento das feridas, além dos fatores locais, existem fatores sis- têmicos que podem afetar o processo de reparação da pele e dos te-
  • 16. 16 cidos, como a idade, a imobilidade, o estado nutricional, as doenças associadas e o uso de medicamentos contínuos, principalmente dro- gas imunossupressoras. Entre os fatores locais que afetam o processo, destacam-se a localização anatômica da ferida e a presença de infec- ção e de tecido desvitalizado. O tratamento da ferida envolve a avaliação das condições clínicas do paciente, o uso de analgésicos, o cuidado com o curativo e o desbri- damento do tecido inviável. Também é necessária a avaliação diária da evolução da ferida no sentido de continuar ou modificar as condutas até então estabelecidas. 5.1. Avaliação das condições clínicas Todo paciente deve ser avaliado de forma ampla, uma vez que um pa- ciente descompensado clinicamente terá um processo de cicatrização mais difícil. Apresentam-se a seguir os fatores a serem considerados nesta avaliação. • Idade: é um dos aspectos sistêmicos mais importantes, um co- fator de risco tanto para o surgimento de lesões, como para a sua manutenção, já que ela interfere no funcionamento de todos os sistemas fisiológicos corporais. A idade avançada está associada a uma série de alterações nutricionais, metabólicas, vasculares e imunológicas e, muitas vezes, às doenças crônicas, que tornam o indivíduo mais suscetível ao trauma e à infecção. • Estado nutricional: as proteínas são fundamentais para todos os aspectos da cicatrização, desde a síntese de colágeno e a pro- liferação epidérmica, até a neovascularização. Destacam-se os se- guintes nutrientes: • vitamina A: essencial à formação e manutenção da integrida- de do tecido epitelial;
  • 17. • vitaminas do complexo B: necessárias para a efetiva ligação cruzada entre as fibras colágenas, para a função linfocitária e a produção de anticorpos; • vitamina C: essencial para a hidroxilação da lisina e da prolina no processo de síntese de colágeno. É importante, também, para a produção de fibroblastos e para a integridade capilar; • oligoelementos, como zinco, ferro, cobre e manganês: neces- sários para a formação do colágeno; • água: o mais importante nutriente; corresponde a cerca de 55% do peso corporal e compõe todas as atividades celulares e funções fisiológicas. • Imobilidade: é um fator que limita e reduz a cicatrização da feri- da, por diminuir o aporte sanguíneo e aumentar o risco de isque- mia tecidual. Pacientes com percepção sensorial diminuída e imobilizados no leito não percebem ou não conseguem reagir ao desconforto ocasionado pelo excesso de pressão nas regiões de proeminências ósseas e, por- tanto, têm maior dependência para se movimentarem. Esses pacientes precisam de assistência da enfermagem para aliviar a pressão nos te- cidos. A pressão excessiva contribui para o desenvolvimento da úlcera de pressão, por induzir à isquemia e à necrose dos tecidos. • Vascularização: a oxigenação e perfusão tissular são condi- ções essenciais para a manutenção da integridade e sucesso na reparação tissular. Indivíduos portadores de insuficiência arterial ou venosa podem desenvolver ulcerações distais que tendem à cronificação. O tabagismo também é um componente impor- tante na ocorrência da hipóxia, devido à ação vasoconstritora da nicotina. 17
  • 18. • Condições sistêmicas: uma das mais importantes é o diabetes mellitus, que reduz a resposta inflamatória e aumenta o risco de infecção. Já a neuropatia diminui a percepção sensorial, aumen- tando o risco para o desenvolvimento de feridas. A insuficiência renal, por sua vez, interfere na manutenção da pressão arterial, no equilíbrio hidroeletrolítico e no processo de coagulação. Além dessas, existem outras condições sistêmicas, como as doenças reumatológica, hepática, neurológica, intes- tinal, hematológica, que, por mecanismos diretos ou indiretos, influenciam negativamente no processo de reparação tissular ou predispõem o indivíduo a riscos maiores de desenvolvimento de feridas. Alguns tratamentos sistêmicos podem comprometer o processo de reparação tissular, como radioterapia, quimioterapia, esteroi- des e drogas anti-inflamatórias e imunossupressoras. • Fatores locais: são desencadeados por doença arterial, infec- ção bacteriana, uso de agentes tópicos citotóxicos ou presença de tecido necrosado. • Fatores psicossociais: ausência de redes sociais ou de siste- mas de suporte, isolamento, dificuldades financeiras, comporta- mento de não adesão aos protocolos de tratamento, não com- parecimento às consultas, não remoção de curativos, abuso de substâncias, dor etc. 5.2. Controle da dor e o uso de analgésicos A dor é uma das principais causas de sofrimento humano, portanto, sua avaliação se constitui numa premissa da prática clínica. Para iden- tificar a causa desencadeante da dor e ter condições de aliviá-la, é ne- cessário um cuidado individualizado. 18
  • 19. O inadequado alívio da dor na presença de feridas e na troca da cober- tura dificulta a realização adequada do curativo, com prejuízo à cicatri- zação e desconforto ou dor ao paciente. Portanto, a analgesia prévia ao curativo, conforme prescrição médica, é necessária para que se possam remover do leito da ferida o curativo, os agentes inflamatórios, os cor- pos estranhos e os tecidos desvitalizados com o mínimo de descon- forto para o paciente. Nesse processo, o uso de soro morno também auxilia a minimizar a dor. A dor pode ser classificada como: a dor local, a dor ocasional, a dor produzida durante o curativo e a dor relacionada aos procedimentos cirúrgicos. A dor local é aquela que o paciente sente sem haver manipulação da ferida. Ela pode ser contínua ou intermitente. Está relacionada a fatores subjacentes da ferida, a fatores locais como isquemia ou infecção, ou a outras patologias relevantes, como neuropatia diabética, doença vas- cular periférica, artrite reumatoide ou alterações dermatológicas. Os fa- tores locais da dor nas feridas incluem a isquemia no sítio ou perilesio- nal, a presença de infecção local ou subjacente, a umidade, a presença de exsudato, o edema e a maceração da pele. A dor ocasional, por sua vez, está relacionada com as atividades coti- dianas, como a deambulação, a tosse ou o deslizamento da cobertura sobre a ferida. A dor produzida durante o curativo ou procedimento decorre de roti- nas básicas, como a troca de cobertura, a limpeza da ferida e a aplica- ção de nova cobertura. Reduzir a dor requer avaliação, pelos profissionais da saúde, de fatores subjacentes à ferida ou patologias associadas, já que ela é uma experi- ência subjetiva, interna, complexa e pessoal. 19
  • 20. 20 A avaliação sistematizada da dor faz parte do Processo de Enferma- gem. A dor é atualmente considerada o 5° sinal vital e, na sua presença, é preciso tratá-la e reavaliar a eficácia do tratamento instituído, medi- camentoso ou não. Para saber se o paciente tem dor na troca de cober- turas, deve-se questioná-lo, aceitar e respeitar sua alegação, porque é ele quem melhor pode definir sua dor. É necessário, ainda, intervir de maneira eficaz para seu conforto antes, durante e após a troca de co- berturas. Também convém não esquecer que há pacientes que não conseguem se comunicar. Para eles, uma adequada avaliação em relação à dor se dá através de sinais indiretos que a identificam, como sudorese, taqui- cardia, tensão muscular, posição antálgica e fácies de dor (franzir a tes- ta, fechar os olhos). A avaliação do paciente com dor, portanto, deve ser sistemática. O pro- fissional da saúde deve avaliar a presença de dor antes de realizar a troca da cobertura ou o tratamento da ferida e permanecer atento ao relato ou sinais de dor, além de promover analgesia preventiva. É recomendado: • avaliar tanto a dor local da ferida quanto a dor de todo tecido perilesional; • utilizar escalas de avaliação de intensidade de dor durante e após o procedimento; • registrar os dados para que se possa avaliar se a dor aumenta ou diminui; • avaliar as intervenções analgésicas propostas na troca de co- berturas; • registrar os acontecimentos que incrementam ou diminuem a dor relacionada ao tratamento de feridas; • promover um ambiente de cuidado humanizado, livre de sofri- mentos quando é possível evitá-los.
  • 21. 5.3. Cuidados na realização de curativos O curativo é um dos tratamentos utilizados para promover a cicatri- zação da ferida e proporcionar um meio adequado ao processo de ci- catrização. Para ocorrer a reparação tecidual e a cicatrização, é funda- mental que o processo de limpeza seja realizado de modo adequado. Portanto, é necessário atenção e conhecimento dos profissionais de saúde para a escolha do curativo mais adequado às características de cada ferida. Entre os objetivos e cuidados, incluem-se: • proporcionar conforto e higiene ao paciente; • promover a cicatrização; • proteger a ferida para prevenir infecções; • tornar a ferida impermeável a bactérias; • manter a área limpa; • permitir a troca gasosa; • manter a umidade entre a ferida e o curativo para acelerar a epitelização; • diminuir a dor do paciente; • remover o excesso de exsudato, evitando maceração dos teci- dos próximos; • fornecer isolamento térmico da ferida; • realizar a remoção do curativo sem traumas; • fazer bom uso dos meios e recursos disponíveis. Conforme rotina estabelecida pelo HCPA por meio do procedimento 21
  • 22. operacional padrão (POP), o material a ser preparado para o procedi- mento inclui os seguintes itens: pacote de curativo, gazes estéreis, gaze não aderente e não impregnada, frasco de soro fisiológico morno, o produto ou cobertura prescrita, adesivo microporoso hipoalergênico, saco de lixo branco, luvas de procedimento, agulha 40x12 e álcool 70%. A técnica para a realização do curativo inclui os seguintes procedimen- tos: • Higienizar as mãos; • Reunir o material necessário na bandeja; • Identificar o paciente, conferindo pulseira de identificação; • Orientar o paciente quanto ao procedimento a ser realizado, cha- mando-o pelo nome; • Proporcionar privacidade ao paciente; • Higienizar novamente as mãos; • Manter precaução padrão ou calçar as luvas de procedimento na presença de exsudado no leito da ferida; • Fixar o saco plástico com fita adesiva em plano inferior ao mate- rial limpo; • Abrir o pacote de curativo, usando técnica asséptica, tocando apenas na face externa do campo; • Expor o cabo de uma das pinças, pegando-a pela ponta com o auxílio do campo, tocando-o somente na face externa. Com uso desta pinça, dispor as demais com os cabos voltados para a borda do campo; • Colocar gazes suficientes para o procedimento sobre o campo; • Realizar a desinfecção do frasco de soro fisiológico morno com 22
  • 23. álcool 70% no local em que será inserida a agulha 40x12; • Remover o curativo com o auxílio da pinça anatômica com den- te e colocá-lo no saco, desprezando a seguir a pinça na borda do campo, afastada das demais pinças; • Umedecer com soro fisiológico as gazes que estão em contato direto com a ferida antes de removê-las, porque a umidade mini- miza a dor e o traumatismo da pele e ou o tecido de granulação em feridas abertas; • Observar o aspecto e as condições da ferida. Orientações para feridas fechadas • Limpar a ferida com jatos de soro fisiológico morno. • Secar os bordos da ferida montando torundas com gaze, uti- lizando a pinça de pressão. • Colocar no leito da ferida gaze não aderente como cober- tura primária, umedecida com soro fisiológico, ou o produto indicado conforme prescrição, e, sobre ele, gaze de algodão. • Após, como cobertura secundária, utilizar gazes secas ou compressas, dependendo da quantidade de drenagem, e fi- xar com adesivo microporoso hipoalergênico, com dobra em uma das pontas para facilitar a retirada. Ou, dependendo do local, fixar com faixa crepe, ou usar roupas íntimas para não danificar a pele com a fixação do curativo. Ainda em relação ao adesivo, deve-se evitar tração centrípeta do adesivo sobre a pele. Orientações para feridas abertas • Lavar a ferida com soro fisiológico morno em forma de jato. Utilizar torundas apenas para limpeza da pele circundante. Na presença de tecido desvitalizado, solicitar a avaliação da 23
  • 24. enfermeira para desbridamento. Colocar no leito da ferida (cobertura primária) gaze não aderente (atadura de rayon) ou gaze, ambas umedecidas com soro fisiológico. Após, utilizar, como cobertura secundária, gazes secas e fixá-las com adesi- vo microporoso hipoalergênico. Orientações para feridas infectadas • Limpar primeiramente a pele circundante e, após, a ferida, seguindo a mesma orientação do curativo em feridas abertas. • Organizar a unidade do paciente. • Desprezar material conforme rotina. • Retirar as luvas (quando forem utilizadas). • Higienizar as mãos. • Registrar o procedimento no prontuário, descrevendo a presença ou nãode exsudado ou características, aspecto do leito da ferida, condições da pele, evolução da ferida e as reações do paciente à terapêutica. 5.4. Manutenção do meio úmido Embora já se aceitasse o pressuposto de que a criação de um ambiente úmido na ferida trazia efeitos extremamente benéficos para o processo cicatricial, bem como para a redução da dor, até o início da década de 1960 os recursos para garantir esse ambiente ainda não haviam sido desenvolvidos pela indústria. Só a partir de 1962, quando foi demons- trado que a taxa de epitelização era 50% mais rápida em um ambiente úmido e que a formação de crostas era minimizada, é que houve inte- resse pelo desenvolvimento de pesquisas, produção e comercialização de novos materiais, o que levou a uma verdadeira “revolução no con- ceito de curativos”. 24
  • 25. Nos Estados Unidos e Europa, registrou-se uma avalanche de novos recursos a partir de 1970, o que gerou confusão entre os profissionais quanto a sua adequada indicação e utilização. Com essa preocupação, diversos órgãos (NPAUP, EPUAP) passaram a coordenar estudos para estabelecer critérios para a avaliação adequada das feridas e, concomi- tantemente, indicar parâmetros que direcionassem para a adequada seleção desses recursos. Esses critérios, parâmetros e escalas de avaliação têm sido exaustiva- mente estudados por diversos grupos. Embora ainda exista muita con- trovérsia, de forma geral todos eles buscam reunir as melhores evidên- cias sobre as diversas tecnologias, materiais, recursos e procedimentos, disponibilizando e divulgando o máximo de informações e referências. Normalmente, os curativos são divididos em primários, quando usados em contato direto com o tecido lesado, e secundários, quando coloca- dos sobre o curativo primário. Alguns curativos requerem a utilização de cobertura secundária para manter a umidade adequada. São vantagens do meio úmido: • Evitar traumas; • Reduzir a dor; • Manter a temperatura; • Remover tecido necrótico; • Impedir a formação de esfacelos; • Estimular a formação de tecido viável; • Promover maior vascularização. 25
  • 26. 5.5. Desbridamento O desbridamento envolve a remoção de tecido não viável e de bactérias, para permitir a regeneração do tecido saudável subjacente. Durante o procedimento, é necessário evitar danos ao tecido de granulação. O desbridamento pode ser efetuado através de técnica cirúrgica, me- cânica, enzimática ou autolítica. Cada procedimento possui vantagens, desvantagens e indicações para o seu uso. A combinação das técnicas pode ser o método mais eficaz. Para definir a melhor conduta, cada caso deve ser avaliado. Tipos de desbridamento: Desbridamento cirúrgico: remoção do tecido necrótico por meio de procedimento cirúrgico. Deve-se desbridar a ferida que apresentar ne- crose de coagulação (caracterizada pela presença de crosta preta ou es- cura) ou necrose de liquefação (caracterizada pela presença de tecido amarelo/esverdeado). O desbridamento só deve ser realizado por pro- fissional qualificado da medicina ou da enfermagem. O desbridamento cirúrgico é a técnica mais rápida e efetiva para re- moção da necrose, principalmente quando o paciente necessita de in- tervenção urgente. O desbridamento à beira do leito ou ambulatorial poderá ser realizado em feridas em que a área de necrose não é muito extensa. Nos casos de feridas extensas, o paciente deverá ser encami- nhado ao centro cirúrgico para realizar o desbridamento com anestesia. Técnica de square: utilização de lâmina de bisturi para realizar peque- nos quadradinhos (2 mm a 0,5 cm) no tecido necrótico, que posterior- mente podem ser delicadamente removidos da ferida, um a um, sem risco de comprometimento tecidual mais profundo. Esta técnica tam- bém pode ser utilizada para facilitar a penetração de substâncias desbri- dantes no tecido necrótico. 26
  • 27. Desbridamento mecânico: aplicação de força mecânica diretamen- te sobre o tecido necrótico, a fim de facilitar sua remoção. Este proce- dimento pode prejudicar o tecido de granulação ou de epitelização, além de causar dor. Desbridamento enzimático: aplicação tópica de enzimas desbridan- tes diretamente no tecido necrótico. A escolha da enzima depende do tipo de tecido existente. Aplica-se somente nas áreas com tecido ne- crótico. Exemplo: papaína. Desbridamento autolítico ou autólise: utiliza as enzimas do próprio corpo para a destruição do tecido desvitalizado. A utilização de cober- turas primárias promove um meio úmido adequado, estimula a migra- ção leucocitária e a ação das enzimas (proteases, colagenases) no leito da ferida sobre a necrose. O desbridamento autolítico está indicado para todos os tipos de necroses, inclusive para pacientes que não su- portam ou têm contraindicação para utilização de outros tipos de des- bridamento. No entanto, é considerado o método mais lento. 5.6. Produtos/coberturas padronizadas no HCPA A seleção correta da cobertura da ferida auxilia no processo de cica- trização, reduz a dor, promove conforto ao paciente e recuperação do tecido lesado. Os produtos mais utilizados e padronizados para o tratamento de feridas estão descritos a seguir, acompanhados de sua composição, ação, indicação, contraindicação e frequência de troca do curativo. 27
  • 28. Hidrogel Composição Água 77,7% + propilenoglicol 20% + carboximetilcelulose 2,3% Ação - Mantém o meio úmido - Promove desbridamento autolítico - Estimula a cicatrização Indicação Remoção de crostas e tecidos desvitalizados de feridas abertas Contraindicação - Pele íntegra - Ferida operatória fechada - Feridas muito exsudativas Frequência da troca - Uma vez por dia - A cobertura secundária, conforme saturação 28
  • 29. Alginato de cálcio Composição Fibras de tecido, derivado de algas marinhas, compostas por ácido gulurônico e manurônico com íons de Ca e Na incorporados às fibras Ação - Auxilia o desbridamento -Tem alta capacidade de absorção - Forma um gel que mantém o meio úmido - Induz à hemostasia Indicação Feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas, com ou sem infecção Contraindicação - Feridas superficiais - Feridas pouco exsudativas Frequência de troca - A cada 48/72 horas - A cobertura, conforme saturação 29
  • 30. Filme transparente (em rolo não estéril) Composição Filme de poliuretano Ação Proporciona meio úmido Favorece a cicatrização Indicação - Proteção de proeminências ósseas - Como cobertura secundária em curativos oclusivos Contraindicação - Aplicação direta em feridas abertas - Feridas muito exsudativas Frequência de troca - A cada 72 horas - Em proteção de proeminências ósseas, a cada 5 a 7 dias 30
  • 31. Hidrocoloide extrafino Composição Camada interna: gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica Camada externa: espuma de poliuretano Ação - Absorve exsudatos, mantém o pH ácido e o meio úmido - Estimula o desbridamento autolítico e a angiogênese - Protege terminações nervosas Indicação Tratamento de feridas abertas não infectadas e pouco exsudativas Contraindicação - Feridas infectadas - Feridas cavitárias - Feridas muito exsudativas Frequência de troca A cada 3 a 7 dias, conforme características da ferida 31
  • 32. Papaína Composição Complexo de enzimas proteolíticas retiradas do látex do mamão papaia (Carica papaia) Papaína 8g + ureia 10g + creme lanette 100g Ação - Provoca dissociação das moléculas de proteína, resultando em desbridamento químico - É bactericida e bacteriostático. - Estimula a força tênsil das cicatrizes - Acelera o processo de cicatrização Indicação -Tratamento de feridas abertas - Desbridamento de tecidos desvitalizados Contraindicação - Pele íntegra - Ferida operatória fechada - Na presença de tecido de granulação - Contato com metais, devido ao poder de oxidação Frequência de troca - Uma vez ao dia - A cobertura secundária, conforme saturação 32
  • 33. Gaze não aderente impregnada de petrolato Composição Tecido em malha de acetato de celulose e impregnado de petrolato Ação - Protege a ferida - Preserva o tecido de granulação - Evita aderência ao leito da ferida Indicação Necessidade de evitar a aderência do curativo ao leito da ferida, resultando numa troca sem dor e com proteção do tecido Contraindicação Feridas com secreção purulenta Frequência de troca - A cada 48 -72 horas - A cobertura secundária, conforme saturação 33
  • 34. Gaze não aderente impregnada de parafina Composição Curativo estéril de gaze parafinado Ação - Protege e conforta a ferida, permitindo a livre passagem do exsudato para o curativo secundário - Não desfia ao ser cortado, mantendo seu formato Indicação Feridas em que é preciso evitar a aderência do curativo, para ele poder ser mantido por 48 a 72 horas Contraindicação Feridas com secreção purulenta Frequência de troca - A cada 48 - 72 horas - A cobertura secundária, conforme saturação 34
  • 35. Gaze não aderente e não impregnada Composição Tecido de 100% viscose Ação - Protege a ferida - Preserva o tecido de granulação - Evita aderência ao leito da ferida Indicação - Necessidade de evitar a aderência do curativo ao leito da ferida, resultando numa troca sem dor e com proteção do tecido - Cobertura primária na ferida aberta Contraindicação - Feridas com secreção purulenta e com muito exsudato - Feridas fechadas Frequência de troca A cada troca de curativo 35
  • 36. Apósito absorvente Composição Compressa não aderente de acrílico e rayon de viscose  altamente absorvente que tem em um de seus lados um filme muito fino de poliéster perfurado, que garante a absorção e impede a aderência à ferida Ação -Tem baixa aderência e alta absorção - É confortável e minimiza a dor na hora da troca Indicação Feridas em que é preciso evitar a aderência do curativo, para ele poder ser mantido por 48 a 72 horas Contraindicação Feridas com secreção purulenta Frequência de troca - Sempre que necessário - A cobertura secundária, conforme saturação 36
  • 37. Curativo absorvente com prata Composição Curativo estéril com alta capacidade de absorção, com espuma de poliuretano Sua formulação combina prata iônica e alginato de cálcio Ação - Promove meio úmido ideal para processo de cicatrização - Não adere na ferida - É fácil de aplicar e retirar -Tem efetividade antimicrobiana por até 7 dias Indicação Feridas de espessura parcial a total, infectadas, não infectadas, úlceras venosas e áreas doadoras de enxerto Contraindicação Feridas pouco exsudativas Frequência de troca - A cada 48 - 72 horas, conforme saturação - Aplicar com a matriz de prata (superfície escura) em contato com a ferida 37
  • 38. 6. Registro da evolução das feridas É responsabilidade da equipe de saúde proporcionar e manter um am- biente terapêutico para o paciente durante as 24 horas do dia, o que inclui garantir a qualidade e continuidade dos registros, devido a suas implicações assistenciais e legais. A descrição da ferida e das condutas adotadas qualifica a assistência ao paciente, permitindo um acompanhamento preciso da evolução da ferida por todos os membros da equipe de saúde. Ele também serve de parâmetro para propor novas condutas objetivando a cicatrização. Para planejar e prescrever a assistência ao paciente, é necessário avaliar diariamente e fazer um bom diagnóstico das características da ferida. Os registros devem traduzir o máximo de conhecimento sobre as con- dições de saúde do paciente, incluindo informações referentes tanto aos procedimentos quanto às necessidades e queixas dos mesmos. Nesse sentido, o diagnóstico e o tratamento de feridas é um proces- so complexo e dinâmico, que depende de avaliações sistematizadas, prescrições de tipo de curativo ou coberturas necessárias e frequência de suas trocas, de acordo com a evolução do processo cicatricial. O aspecto do tecido presente no leito da ferida reflete a fase de sua cicatrização, bem como a ocorrência ou não de complicações. Portan- to, é imprescindível que o profissional envolvido no tratamento tenha habilidade nessa avaliação e descrição. Avaliar e registrar a evolução da ferida é necessário para determinar o tratamento apropriado para cada caso. Isso deve ser feito de forma sistemática, desde a ocorrência da ferida até sua resolução. O registro deverá ser realizado de forma objetiva, incluindo o tipo de ferida, o tempo de duração, a localização, a dimensão, o tipo de tecido, o exsudato, a pele perilesional e o tipo de curativo. Ele também deverá 38
  • 39. conter a descrição do procedimento realizado, informar se há dor du- rante a troca do curativo, outros desconfortos relatados pelo paciente, bem como o plano para a próxima troca do curativo. Os registros devem ter uma linguagem objetiva e mensurável, sendo fundamental que as informações permitam acompanhar a evolução das feridas. Assim, eles devem incluir: • Tipo de ferida – informar a causa da ferida: cirúrgica, traumá- tica ou ulcerativa. Se for úlcera por pressão, classificar seu está- gio de acordo com a Classificação por Estágios das Úlceras por Pressão. • Tempo de duração da ferida e sua origem - essa informação permite classificar a ferida em aguda ou crônica, bem como esta- belecer se a origem foi comunitária ou hospitalar. • Localização da ferida - descrever a região anatômica acometi- da, o que permite a localização precisa da ferida. • Dimensão da ferida - medir os bordos da ferida, registrando altura, largura e profundidade, em centímetros, utilizando a ré- gua descartável. • Tipo de tecido - descrever o tipo de tecido do leito da ferida, se existe infecção, como é o meio (umidade) e a epitelização dos bordos (TIME). • Características do exsudato - registrar o aspecto, a quantida- de ou a ausência de exsudato. • Pele perilesão - registrar o aspecto e as condições da pele pe- rilesional. • Descrição do procedimento - descrever o aspecto do curati- vo, a técnica de limpeza e a cobertura escolhida para o leito da ferida e para a proteção dos bordos. 39
  • 40. • Previsão de troca do curativo - registrar a periodicidade da próxima troca e incluir na prescrição de enfermagem. • Dor ou queixas do paciente em relação ao procedimento - registrar se a analgesia prescrita está adequada, se está sendo possível realizar a limpeza da ferida com desconforto tolerável para o paciente, e demais queixas do paciente. 7. Considerações finais Este manual procurou abordar alguns cuidados e ações da equipe mul- tidisciplinar que podem auxiliar na realização de uma assistência eficaz aos pacientes em tratamento de feridas. O cuidado destes pacientes deve ser discutido pelas equipes responsáveis, buscando transformar o ambiente do trabalho em um espaço de aprendizagem e discussão das melhores práticas. A eficácia do tratamento depende da educação e orientação do pa- ciente para o autocuidado, bem como do constante aprimoramento das equipes de saúde para a execução correta de cada curativo. Acredi- ta-se que esse material educativo impresso facilita e uniformiza a con- duta dos profissionais e contribui significativamente para o tratamento e cuidado aos pacientes. Devido à enorme relevância do tratamento de feridas para as políticas de saúde, faz-se cada vez mais necessária a existência de um grupo de profissionais para normatizar e orientar as diversas equipes no trata- mento de feridas dentro de uma instituição. O Grupo de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre conta com o Programa de Pre- venção e Tratamento de Feridas (PPTF), que atua como facilitador na indicação e orientação dos diversos produtos disponíveis no mercado. A solicitação de consultoria pode ser realizada pelo Sistema Aplicativo de Gestão Hospitalar (AGH). Diante da dúvida, consulte os colegas. 40
  • 41. 41 Referências consultadas Blanes L. Tratamento de feridas. Cirurgia vascular: guia ilustrado. São Paulo: Baptista- Silva JCC editor [internet]; 2004. [citado 2010 out 15]. Disponível em: <htpp://www. bapbaptista.com>. Acesso em: 15 out. 2010. Dealey C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. 2ª ed. São Paulo: Atheneu; 2001. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011/NANDA Internacional; tradução Regina machado Gracez. – Porto Alegre: Artmed, 2010. European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP). Disponível em: www.epaup.org Aces- so em: 20 maio 2011. Vermeulen H, Ubbink D, Goossens A,Vos R, Legemate DA. Dressings and topical agents for surgical wounds healing by secondary intention. Cochrane Database Syst Rev. 2004. Fernandes LM, Caliri MH. Uso da escala de Braden e de Glasgow para identificação do risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de terapia intensiva. Rev Latino-am. Enfermagem, 2008, nov-dez; Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ rlae/v16n6/pt_06.pdf. Acesso em: 20 julho 2011 Ferreira A, Rigoti M. Intervenções de enfermagem do paciente com dor. Arquivos Ciên- cias da Saúde. 2005 jan-mar;12(1):50-54. Mandelbaum SH, Santis EP, Mandelbaum MH. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte I. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 2003 jul-ago;78(4):393-410. Marcon SS, Venturini DA. Anotações de enfermagem em uma unidade cirúrgica de um hospital escola. Rev Bras Enferm. 2008; 61(5): 570-5. Meeks GRMD, Trenhaile TMD. Abdominal surgical incisions: prevention and treatment of complications. UPDATE. 2009. Menegon DB. Consulta de Enfermagem a Pacientes com Doenças Dermatológicas. In: Tasca, A;. (Org.). Enfermagem Ambulatorial. Porto Alegre:2006, v. , p. – Menegon DB, Bercini R, Jansen M, et all. Protocolo assistencial de prevenção e trata- mento de úlcera de pressão. Disponível em: http://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/pro- tocolos/MED_229.pdf. Acesso em: 01 setembro 2011
  • 42. 42 National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPAUP) Disponivel em: www.npaup.org Aces- so em: 20 maio 2011. Prazeres SJ, et al. Tratamento de feridas: teoria e prática. Londrina: Moriá; 2009. Courtney M, Townsend Jr MD. Sabiston textbook of surgery. 18th ed - Expert Consult Premium Edition: Enhanced.2008. Disponível em: www.textbookofsurgery.com. Aces- so em: 23 junho 2011. Vigo KO, Pace AE, Santos CB. Análise retrospectiva dos registros de enfermagem em uma unidade especializada. Rev Latino-am Enfermagem. 2003;11(2):184-91. Disponí- vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692003000200007&script=sci_ arttext Acesso em: 15 abril 2011. Winter GD. Formation of the scab and rate of epithelization of superficial wounds in the skin of the young domestic pig. Nature, 1962;193;293-4.
  • 43. 43 Melhorando estas orientações Gostaríamos de aprimorar as instruções do Manual de Avaliação e Tratamento de Feridas: orientações aos profissionais da saúde e, para isso, as suas sugestões são muito importantes. Contamos com sua colaboração respondendo esse questionário e entregando-o ao secretário da unidade. 1. As orientações contidas neste manual: ( ) são importantes ( ) são pouco importantes ( ) não são importantes 2. A linguagem usada neste material: ( ) é acessível ( ) é pouco acessível ( ) não é acessível O que pode ser melhorado? 3. A leitura deste manual contribuiu para diminuir suas dúvidas? ( ) Contribuiu ( ) Contribuiu pouco ( ) Não contribuiu O que pode ser acrescentado ou melhorado? 4. A quantidade de informações: ( ) está adequada ( ) está pouco adequada ( ) não está adequada O que pode ser modificado? 5. O tamanho e estilo da letra: ( ) são adequados ( ) são pouco adequados ( ) não são adequados 6. A forma de disposição das informações: ( ) é adequada ( ) é pouco adequada ( ) não é adequada O que pode ser modificado? 7. As gravuras do manual contribuem para o melhor entendimento do texto? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes
  • 44. 44 8. As informações são facilmente localizadas no manual? ( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes ( ) Raramente 9.Você considera que as informações contidas no manual favorecem a realização de seus cuidados de saúde? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes Por quê? Este espaço está reservado para suas sugestões, que nos auxiliarão a melhorar este livreto: Agradecemos sua colaboração Às secretárias das unidades: Favor encaminhar esta folha ao grupo de enfermagem para a Prof.ª Isabel Cristina Echer, para que possamos dar seguimento a esse trabalho. Obrigada.