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MARINHA DO BRASIL 
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS 
ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO 
TÉCNICAS DE ESTIVAGEM 
(TES) 
1ª edição 
Belém-PA 
2009
2 
© 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas 
Autor: CLC Arlindo Nazareth Carvalho Santos 
Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana 
Revisão Ortográfica: Esmaelino Neves de Farias 
Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith 
Coordenação Geral: CC. Maurício Cezar Josino de Castro e Souza 
____________ exemplares 
Diretoria de Portos e Costas 
Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro 
Rio de Janeiro, RJ 
20090-070 
http://www.dpc.mar.mil.br 
secom@dpc.mar.mil.br 
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro 
de 1907 
IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
3 
SUMÁRIO 
1. ESTIVA ........................................................................................................... 6 
1.1- Definição .................................................................................................. 6 
1.2- função e composição do terno de estiva .................................................. 6 
1.3- atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do 
contramestre ............................................................................................ 7 
1.4- finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra 
do trabalho portuário (ogmo) .................................................................. 11 
1.5- normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança 
e saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego ................ 13 
2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE ......................................... 19 
2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva ................................... 19 
2.2 - unitização de carga e sua finalidade ..................................................... 23 
2.3 - principais métodos de unitização de carga ............................................ 24 
2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres ...................... 25 
2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de 
contêineres ............................................................................................ 26 
2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de 
amarrado ................................................................................................ 28 
Tarefa 3 ......................................................................................................... 99 
3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM. ....................................................................... 33 
3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de 
estivagem ............................................................................................... 33 
3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina 
de estivagem .......................................................................................... 34 
3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas 
embaladas em caixarias, cartões e engradados. ................................... 35 
3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos ................. 36 
3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes ........................... 38 
3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido ................................. 38 
3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de 
aço, tubos, perfis e bobinas de chapas de aço ...................................... 39 
3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio ..................... 42 
3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada .................. 42
4 
3.10 - definição e uso de “big-bag” ................................................................ 43 
3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações 43 
3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do 
local de estivagem. ................................................................................ 44 
4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS .......................................................................... 48 
4.1 - Conceito e tipos de granéis ................................................................... 48 
4.2 -ângulo de repouso ................................................................................. 49 
4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar ........ 49 
4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados 
necessários quando da estivagem de granéis sólidos com outras 
cargas .................................................................................................... 50 
4.5 - escorregamento do grão em um porão ................................................. 51 
4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de 
granéis líquidos para evitar esse efeito .................................................. 52 
5. SEPARAÇÃO DE CARGA ............................................................................ 55 
5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos 55 
5.2 - finalidade da separação de cargas ........................................................ 55 
5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres ............ 56 
5.4 - processo de separação para ventilar a carga ........................................ 58 
5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga ....................... 58 
5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio ...... 58 
5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser 
segregados ............................................................................................ 59 
5.8 - utilização da tabela de segregação ....................................................... 60 
6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA ......................................................... 65 
6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas .............................................. 65 
6.2 - exemplos de cargas perigosas .............................................................. 65 
6.3 - classificação de cargas perigosas ......................................................... 66 
6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional 
para salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international 
maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas ...... 66 
6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para 
navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e 
transferência de combustível e produtos químicos. .............................. 67 
7. ESTIVAGEM DE CARGA NO CONVÉS ....................................................... 69
5 
7.1 - Principais cargas passíveis de serem estivadas no convés. ................. 69 
7.2 - importância da peação da carga estivada no convés ............................ 69 
7.3 - cuidados com a estivagem de carga no convés, e correta peação ....... 70 
8. AVARIAS ...................................................................................................... 72 
8.1 - Definição de avarias no transporte de carga e diferenciação entre 
avaria dano e avaria despesa ................................................................ 72 
8.2 - tipos de avarias ..................................................................................... 72 
8.3 - avarias à embarcação, à carga e a ambas ............................................ 73 
8.4 - avarias mais comuns verificadas no carregamento, no transcorrer do 
transporte e no descarregamento. ......................................................... 73 
8.5 - medidas a serem adotadas para evitar avarias ..................................... 74 
8.6 - atividades do consertador de carga....................................................... 75 
9. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES À ESTIVAGEM. ..................................... 79 
9.1 - Plano de carga e os principais pontos nele abordados ......................... 79 
9.2 - sequência de embarque da carga. ........................................................ 80 
9.3 - como a distribuição da carga a bordo pode afetar a estabilidade da 
embarcação. .......................................................................................... 81 
9.4 - principais marcas encontradas nas embalagens das cargas ................ 82 
9.5 - providências que devem ser tomadas antes da descarga de uma 
embarcação. .......................................................................................... 83 
9.6 - responsáveis nas diversas fainas de carregamento, transporte e 
descarga. ............................................................................................... 84 
Tarefa11 ...................................................................................................... 113 
10. ESTIVAGEM DE CARGAS FRIGORIFICADAS ......................................... 91 
10.1 - Processos mais usuais na estivagem de carga frigorificada ............... 91 
10.2 - tipos de cargas frigorificadas em função da temperatura de 
transporte ............................................................................................... 92 
10.3 - cuidados básicos na preparação de porões ou câmaras frigoríficas 
para recebimento da carga a ser transportada. ..................................... 93 
10.4 - cuidados durante o embarque de carga frigorificada. .......................... 93 
10.5 - procedimentos básicos para estivagem de carga em câmaras e 
porões frigoríficos. ................................................................................. 94 
10.6 - cuidados necessários no transporte de contêineres frigoríficos. ......... 94 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 116
6 
1. ESTIVA 
Nesta unidade, você vai: 
 Definir estiva 
 Diferenciar as atribuições dos operadores de estiva 
 Explicar a finalidade e atribuições dos OGMO 
 Citar as normas de segurança constantes da NR-29 
1.1 - Definição 
De acordo com o Dicionário Ilustrado de Marinha, é o ato ou efeito de estivar, ou 
seja, é o trabalho de carregar e descarregar navios. 
1.2 - função e composição do terno de estiva 
Os trabalhadores de estiva são operários sindicalizados que possuem 
autonomia no seu serviço. Esse tipo de operário tem como função carregar e 
descarregar toda a carga de uma embarcação e operar os serviços de limpeza dos 
porões e rechego da carga após o carregamento. 
Chamamos de terno a divisão da forma de serviço dos estivadores. Este poderá 
variar, na proporção da carga operada, na legislação de todos os portos ou país. De 
acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total de 14 
trabalhadores, a saber: 
a) um contramestre; 
b) dois homens de portaló; 
c) três guincheiros ou guindasteiros; e 
d) oito homens de porão.
1.3 - atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do 
7 
contramestre 
Os contratos, as convenções e os acordos coletivos de trabalho deverão 
estabelecer os processos de implantação progressiva da multifuncionalidade do 
trabalho portuário, que deve abranger as atividades de capatazia, estiva, conferência 
de carga, conserto de carga, vigilância de embarcações e bloco. 
Denominamos, como o responsável pelo terno, o contramestre de terno. O seu 
papel é o de orientar os serviços de acordo com as instruções recebidas do Imediato 
do navio ou através do contramestre geral. É o estivador responsável pela disciplina e 
pelo bom andamento dos trabalhos desenvolvidos por seus subordinados. 
O contramestre geral, conhecido abreviadamente por “Geral”, é a maior 
autoridade da estiva a bordo e a quem cabe resolver os casos pendentes, sempre 
observando as instruções do Imediato do navio, seguindo seu plano prévio de carga e 
a legislação em vigor. 
Os homens de portaló controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o 
desenvolvimento do trabalho dos guincheiros ou guindasteiros, o içamento das 
lingadas no cais e o momento em que elas são arriadas nos porões dos navios. Para 
que o trabalho seja bem feito, eles se posicionam estrategicamente à vista dos 
guincheiros ou guindasteiros, ficando um na borda falsa do navio do lado do cais e o 
outro junto à braçola da escotilha, com uma visão ampla do porão. 
Os guincheiros ou guindasteiros são os homens que operam os guinchos dos 
paus de carga e guindastes do navio. 
Os homens de porão operam no carregamento, desfazendo as lingadas no 
porão e transportam a carga por carrinho, empilhadeira, ou manualmente, até a 
posição determinada pelo plano de carga. Na descarga, eles trazem os volumes dos 
locais onde estão estivados até a direção vertical da boca da escotilha e aí preparam a 
lingada que será içada pelo guindaste ou paus de carga movidos pelo guincho do 
navio. 
Há casos em que é criada uma suplementação de mão-de-obra denominada 
“reforço”. Não existe, contudo, uma regra para utilização do reforço de estivadores; a 
decisão pertence à própria entidade estivadora ou ao Órgão Gestor de Mão-de-Obra 
(OGMO), algumas vezes por solicitação do próprio armador junto a um desses dois 
operadores, para agilizar a operação.
Os serviços de capatazia são efetuados por empregados das administrações 
dos portos, denominados de trabalhadores portuários. No porto, cada trabalhador 
tem uma função específica no desempenho do carregamento e descarregamento das 
embarcações, tais como: recebimento da carga nos portões do cais; transporte para os 
armazéns, arrumação da carga nesses depósitos ou retirada desses depósitos e 
transporte para a posição junto ao costado do navio, bem como o preparo da lingada; 
recebimento das cargas dos caminhões e vagões de estradas de ferro, junto ao navio, 
operação esta relacionada à exportação. 
Na importação, os trabalhadores portuários são responsáveis pelo recebimento 
da lingada em posição junto ao costado do navio, retirada do estropo da lingada do 
gato do aparelho de carga, transporte dos volumes até os armazéns de trânsito, 
arrumação nesses armazéns ou a entrega direta da carga ao caminhão ou vagão de 
trem da estrada de ferro. 
8 
ESTIVA SÃO AS OPERAÇÕES A BORDO E CAPATAZIA 
SÃO AS OPERAÇÕES EM TERRA. 
O conferente tem como finalidade, como o próprio nome indica, conferir a carga 
que é operada no porto. Essa conferência é feita por espécie, peso, número, marca, 
contramarca, procedência e destino, além da verificação do estado da mercadoria e 
checagem do peso com o manifesto da carga. Os conferentes podem ser de pátio, de 
guia, de balança, de porta, de lingadas, de plano e de manifesto. Nos navios de carga 
geral, os conferentes de lingadas são os mais importantes, pois trabalham diretamente 
com o navio. 
Esta classe de trabalhadores está vinculada a um sindicato e são considerados 
como trabalhadores avulsos; dessa forma, os conferentes são requisitados de acordo 
com a necessidade de seus serviços pelo OGMO. 
O controlista, também conhecido como separador, é um conferente que 
trabalha ligado ao agente do navio, separando a carga a ser embarcada de acordo com 
o plano de carga preparado pelo Imediato do navio. Na descarga, ele prepara e separa 
a carga para a entrega ao dono, através dos fiéis de armazéns. É o controlista que 
coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando que 
haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, caminhões,
carretas, etc. O controlista é, portanto, o braço direito do Imediato do navio, por ser o 
elo entre o navio e o sistema portuário; são profissionais que reúnem grande prática 
nas operações portuárias e bom conhecimento das características de cada carga, 
devendo sempre prevenir o Imediato dos riscos de carregar cargas incompatíveis no 
mesmo porão. São trabalhadores avulsos e, por essa razão, são requisitados em 
número necessário aos seus sindicatos de classe, pelo OGMO. 
Consertadores são trabalhadores avulsos que trabalham nas operações de 
carga e descarga dos navios. São os responsáveis pelo reparo das embalagens, 
marcação, remarcação, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura 
em caso de vistoria. O consertador só é dispensado para casos de cargas como 
maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpado, tratores, embarcações, 
bananas em cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, bujões com ou sem gás, 
carne frigorificada sem envoltório, contêineres, ou seja, carga às quais não se pode dar 
reparo simples e imediato. 
Vigia tem a função de controlar a entrada e saída das pessoas que circulam a 
bordo de uma embarcação, durante as vinte e quatro horas do dia. Durante a noite, 
controla a iluminação do navio, está atento à aproximação de embarcações suspeitas 
(com o navio atracado ou fundeado), observa a normalidade da amarração do navio ao 
cais ou do fundeio. É o responsável pelo içamento da bandeira nacional. Quando o 
navio está operando, zela também para evitar que sejam roubados materiais 
pertencentes ao navio. 
9 
O CONTRAMESTRE É O CHEFE DO TERNO. 
O CONTRAMESTRE GERAL OU SIMPLESMENTE GERAL É A 
MAIOR AUTORIDADE DA ESTIVA A BORDO. É O EXECUTOR DAS 
ORDENS DO IMEDIATO DO NAVIO REPASSADAS PELO 
CONTROLISTA OU SEPARADOR. 
CONFERENTES, CONTROLISTAS E CONSERTADORES SÃO 
MAIS TRÊS CATEGORIAS QUE TRABALHAM NA OPERAÇÃO DE 
CARGA E DESCARGA DE UM NAVIO.
10 
Tarefa 1.1 
Assinale a alternativa correta: 
1) Os estivadores que trabalham a bordo designados de homens de portaló: 
a) controlam a entrada ou a saída de pessoas pelo portaló do navio. 
b) controlam a entrada ou a saída de carga pelo portaló do navio. 
c) controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o guindasteiro na operação de 
carregamento, ao içar, movimentar e arriar as lingadas. 
d) separam a carga a ser movimentada, cumprindo o plano de carga do navio. 
2) A capatazia é a mão-de-obra exercida: 
a) dentro da orla do cais. 
b) fora da orla do cais. 
c) nos porões de carga dos navios 
d) pelos consertadores. 
Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!
1.4 - finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra do 
trabalho portuário (ogmo) 
A Lei 8630, de 25/02/1993, no artigo 18, capítulo IV, determina que os 
operadores portuários devam constituir, em todos os portos organizados, um Órgão de 
Gestão de Mão-de-obra do Trabalho Portuário, tendo como finalidade e atribuições: 
• administrar o fornecimento da mão-de-obra do trabalhador portuário e do 
trabalhador portuário avulso; 
• manter com exclusividade o cadastro do trabalhador portuário e o registro do 
trabalhador portuário avulso; 
• promover o treinamento e a habilitação profissional do trabalhador portuário, 
inscrevendo-o no cadastro; 
11 
• selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso; 
• estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao 
registro do trabalhador portuário avulso; 
• expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e 
• arrecadar e repassar aos respectivos beneficiários os valores devidos pelos 
operadores portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos 
correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários. 
ALÉM DE OUTRAS ATRIBUIÇÕES, CABE AO OGMO IMPLANTAR 
O PROCESSO PROGRESSIVO DE MULTIFUNCIONALIDADE DO 
TRABALHO PORTUÁRIO, ATRAVÉS DE TREINAMENTOS E DE 
CURSOS DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL.
12 
Tarefa 1.2 
Complete as lacunas com os termos apropriados de modo a tornar corretas as 
sentenças formuladas abaixo: 
1) O Órgão de Gestão de Mão-de-Obra é quem organiza e 
________________________ os trabalhadores portuários habilitados e mantém o 
registro dos trabalhadores portuários avulsos. 
2) Chamamos de _________________________ a divisão da forma de serviço dos 
estivadores. 
Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!
1.5 - normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança e 
13 
saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego 
Normas regulamentadoras (NR-29) 
29.1.1 Objetivo – Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças 
profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores 
condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. 
29.1.2 Aplicabilidade – As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos 
trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos 
demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações 
portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora do porto 
organizado. 
29.1.3 Definições 
Terminal Retroportuário – é o terminal situado em zona contígua ao porto organizado 
ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da 
zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os 
serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, 
embarcada em contêineres, reboques ou semi-reboques. 
Zona Primária – é a área alfandegada para a movimentação ou armazenagem de 
cargas destinadas ou provenientes do transporte aquaviário. 
Tomador de Serviço – é toda pessoa jurídica de direito público ou privado que, não 
sendo operador portuário ou empregador, requisite trabalhador portuário avulso. 
Pessoa Responsável – é aquela designada por operadores portuários, empregadores, 
tomadores de serviço, Comandantes de embarcações, Órgão de Gestão de Mão-de- 
Obra (OGMO), sindicatos de classe, fornecedores de equipamentos mecânicos e 
outros, conforme o caso, para assegurar o cumprimento de uma ou mais tarefas
específicas e que possuam suficientes conhecimentos e experiência, com a necessária 
autoridade para o exercício dessas funções. 
14 
29.1.4 – Competências 
29.1.4.1  Competem aos operadores portuários, empregadores, tomadores de serviço 
e OGMO, conforme o caso: 
a) cumprir e fazer cumprir esta NR no que tange à prevenção de riscos de acidentes 
do trabalho e doenças profissionais nos serviços portuários; 
b) fornecer instalações, equipamentos, maquinários e acessórios em bom estado e 
condições de segurança, responsabilizando-se pelo correto uso; 
c) zelar pelo cumprimento da norma de segurança e saúde nos trabalhos portuários. 
29.1.4.2  Compete ao OGMO ou ao empregador: 
a) proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança, saúde e higiene 
ocupacional no trabalho portuário, conforme o previsto nesta NR; 
b) responsabilizar-se pela compra, manutenção, distribuição, higienização, 
treinamento e zelo pelo uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e 
equipamentos de proteção coletiva (EPC); 
c) elaborar e implementar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) no 
ambiente de trabalho portuário; 
d) elaborar e implementar o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional 
(PCMSO) abrangendo todos os trabalhadores portuários. 
29.1.4.3  Compete aos trabalhadores: 
a) cumprir a presente NR, bem como as demais disposições legais de segurança e 
saúde do trabalhador; 
b) informar ao responsável pela operação de que estejam participando, as avarias ou 
deficiências observadas que possam constituir riscos para o trabalhador ou para a 
operação;
c) utilizar corretamente os dispositivos de segurança – EPI e EPC, que lhes sejam 
fornecidos, bem como as instalações que lhes forem confiadas. 
29.1.4.4  Compete às administrações portuárias, dentro dos limites da área do porto 
organizado, zelar para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência, 
segurança e respeito ao meio ambiente. 
Fazem parte ainda das disposições iniciais da NR-29 a determinação da criação do 
Plano de Controle de Emergência (PCE) e o Plano de Ajuda Mútua (PAM). 
15 
29.1.5 – Instruções Preventivas de Riscos nas Operações Portuárias 
29.1.5.1 – Para adequar os equipamentos e acessórios necessários à manipulação das 
cargas e providenciar medidas de prevenção, os operadores portuários, empregadores 
ou tomadores de serviço ficam obrigados a informar às entidades envolvidas com a 
execução dos trabalhos portuários, com antecedência de no mínimo 48 horas, o 
seguinte: 
a) peso dos volumes, unidades de carga e suas dimensões; 
b) tipo e classe do carregamento a manipular; 
c) características específicas das cargas perigosas a serem movimentadas ou em 
trânsito. 
29.1.6 – Plano de Controle de Emergência – PCE e Plano de Ajuda Mútua – PAM. 
29.1.6.1 – Cabe à administração do porto, ao OGMO e empregadores, a elaboração do 
PCE, contendo ações coordenadas a serem seguidas nas situações descritas neste 
subitem e compor com outras organizações o PAM. 
29.1.6.2 – Devem ser previstos os recursos necessários, bem como linhas de atuação 
conjunta e organizada, sendo objeto dos planos as seguintes situações: 
a) incêndio ou explosão; 
b) vazamento de produtos perigosos;
16 
c) queda de homem ao mar; 
d) condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias; 
e) poluição ou acidentes ambientais; 
f) socorro a acidentados. 
COMPETE À ADMINISTRAÇÃO DO PORTO, EMPREGADORES, 
TOMADORES DE SERVIÇO E OGMO CUMPRIR E FAZER CUMPRIR 
A NR-29 E A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTROLE DE 
EMERGÊNCIA (PCE) E O PLANO DE AJUDA MÚTUA (PAM).
17 
Teste de autoavaliação da unidade 1 
1) Denominamos ______________________________ o trabalho de carregar e 
descarregar navio. 
2) Os operários sindicalizados que possuem autonomia nos seus serviços, têm como 
função carregar e descarregar toda carga de uma embarcação, operar os serviços de 
limpeza dos porões e rechego da carga após o carregamento, são conhecidos por qual 
nome? 
3) Nos navios de carga geral, os conferentes considerados os mais importantes, pois 
trabalham diretamente com o navio, são os de: 
a) manifesto. 
b) balança. 
c) porta. 
d) lingada. 
4) Quem coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, 
evitando que haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, 
caminhões, carretas. É chamado de ____________________ ou 
_____________________. 
5) Os serviços de ________________________________ são efetuados por 
empregados das administrações dos portos, denominados de trabalhadores portuários. 
6) De acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total 
de 14 trabalhadores, a saber: 
a) ______________________ b) ______________________ 
c) ______________________ d) ______________________
7) O OGMO seleciona e _________________________ o trabalhador portuário 
avulso. 
8) O que criou a Lei 8.630, que dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos 
portos organizados e das instalações portuárias, entre outras providências? 
_______________________________________________________________ 
9) Conforme as normas regulamentadoras NR-29.1.4.3 da Secretaria de 
Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e do Emprego, o que 
compete aos trabalhadores? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
10) O terminal situado em zona contígua ao porto organizado ou instalação 
portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona 
primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os 
serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, 
embarcados em contêineres, reboques ou semi-reboques são denominados de: 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
18
19 
2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE 
Nesta unidade, você vai: 
 Diferenciar fator de estiva e quebra de estiva 
 Descrever os principais métodos de unitização de carga 
 Definir carga pré-lingada 
 Citar as vantagens e desvantagens na utilização de contêineres 
2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva 
FATOR DE ESTIVA é o volume ocupado por uma tonelada de determinada 
carga. No sistema métrico decimal é apresentado em m³/tm. 
 O Fator de Estiva leva em consideração se a carga é ou não embalada, o tipo da 
embalagem e a forma em que ela é estivada. Exemplo: milho a granel, milho ensacado, 
milho em contêiner. 
 A granel apresentará um fator de estiva mais baixo se houver um preenchimento dos 
espaços mortos junto ao tope dos porões. 
 O Fator de Estiva seria o inverso da densidade, não fosse também considerados os 
espaços perdidos nas diversas modalidades de estivagem, também chamados de 
ESPAÇO MORTO OU QUEBRA DE ESTIVA. 
 Fator de Estiva do Navio é a relação entre o volume dos compartimentos de carga 
pelo peso máximo de carga que o navio pode transportar.
20 
CÁLCULO DO FATOR DE ESTIVA 
A) Cálculo para determinação do Fator de Estiva de determinada carga embalada, 
tirando-se as medidas de apenas um volume embalado. 
1.000V 
SISTEMA MÉTRICO  Fe =  
P 
V = volume em m³ 
P = peso em kg 
Fe = peso em m³/tm. 
NOTA: Na prática, para converter um fator de estiva do sistema inglês para 
unidade métrica, basta dividi-lo por 35; pois 1m³ = 35,317 pés³. 
B) Cálculo do fator de estiva, considerando uma partida ou bloco de um tipo de 
carga, estivada em determinado espaço ou praça do navio 
VOLUME 
Fe =  
PESO 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO 
1º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado 
mede 1,00m x 0,50m x 0,70m e pesa 175 Kg? 
1.000 (1,00m x 0,70m x 0,50m) 1.000 x 0,35 m³ 
Fe =  =  = 2 m³/tm 
175 Kg 175 Kg
2º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de uma carga pesando 800 tm, estivada em uma 
praça de 600 m³. 
21 
V 600 m 
Fe =  =  = 0,75m³/tm 
P 800 tm 
QUEBRA DE ESTIVA é a perda de espaço dentro do porão do navio, em 
consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga, do tipo de 
embalagem, do formato do porão etc. 
A quebra de estiva é dada em função de percentagem do fator de estiva e a 
mesma varia de navio para navio, de porão para porão, de estiva para estiva. 
Quebra de estiva pode ser obtida através da seguinte equação: 
(Fe final – Fe inicial) 100 
QE =  
Fe inicial 
V 
Fef =  
P 
Fef = fator de estiva final 
V = volume 
P = peso
22 
 
EXERCÍCIO RESOLVIDO 
3º EXERCÍCIO: Uma determinada carga com fator de estiva igual a 1,50 m³/tm ocupou 
1,75m³/tm no porão nº 1 e 1,60 m³/tm no porão nº 2. Qual é a quebra de estiva de cada 
porão para esta carga? 
PORÃO 1 PORÃO 2 
(1,75m³/t – 1,50m³/t) 100 (1,60m³/t – 1,50m³/t) 100 
QE =  QE =  
1,50 m³/t 1,50 m³/t 
QE (porão 1) = 16,7% QE (porão 2) = 6,7% 
4º EXERCÍCIO: Estivar 200 toneladas de fardos de tecidos com Fe = 3 m³/tm a uma 
altura de 4,50 m. Qual a extensão para vante que essa carga ocupará, já que ela será 
estivada na antepara de ré do porão, considerando uma quebra de estiva de 30% e 
que o porão mede 25m x 12m x 5m? Determinar também, quantos fardos terão em um 
lote, se a altura do fardo é de 0,90m. 
(I) 
Fe = 3,00 m3/tm 
QE 30% = 0,9 m3/tm 
Fe f. = 3,90 m3/tm 
(II) 
. 
Fef =__V_ . . V = P x Fef = 200t x 3,90 m3/tm = 780 m3 
P 
(III) ÁREA = Largura x altura = 12 x 5m = 60 m2 
(IV) Ext/AV = Volume : Área = 780 m3 : 60m2 = 13 metros 
(V) 4,50m : 0,90m = 5 fardos por lote 
Resposta: extensão para vante = 13m 5 fardos por lote
5º EXEMPLO: Um porão de carga com capacidade de 1.250 m³ recebeu 150 toneladas 
de chapas de ferro cujo Fe = 0,4 m³/tm. Quantos fardos de algodão de Fe = 3,0 m³/tm 
podem ser estivados nesse porão, sabendo-se que 6 fardos pesam 1 tonelada? 
Admite-se uma quebra de estiva de 4%. 
23 
(I) (II) 
Fe = 0,4 m³/t V = P x Fef = 150 t x 0,416 m³/t = 62,4 m³ 
QE 4% = 0,016 m³/t 
Fef = 0,416 m³/t 
(III) (IV) 
Porão = 1.250 m³ Fe = 3,00 m³/t 
Volume Ferro = 62,4m³ QE 4% = 0,12 m³/t 
Praça p/Fardos = 1.187,6m³ Fef = 3,12 m³/t 
(V) (VI) 
P = V : Fef = 1187,6 : 3,12 m³/t = 380,641 t 6 fardos ------- 1,0 t 
x fardos ------- 380,641 t 
Resposta: 2.283 fardos de algodão. 
2.2 - unitização de carga e sua finalidade 
Unitização de cargas é o processo de agrupar em uma só unidade, os volumes 
que podem ser pré-lingados, embandejados ou paletizados e estivados dentro de 
contêineres. 
O processo tem a finalidade de aumentar a produtividade nos portos e diminuir 
consideravelmente as estadias dos navios, que podem assim fazer mais viagens por 
ano, e ganhar mais fretes.
24 
2.3 - principais métodos de unitização de carga 
Prélingada – As lingadas de sacarias são confeccionadas utilizando fitas de 
nylon de 10cm de largura e resistência para três toneladas. As cargas são prélingadas 
desde o embarque até a sua entrega ao consignatário, quando então as fitas de nylon 
são retiradas para posterior devolução a seu proprietário. Apresenta maior rapidez na 
operação de carga e descarga; menor valor no custo da estiva; boa ventilação; 
despesas com lingas e maior quebra de estiva. 
FIG-01 
Referência: carga unitizada 
Embandejada ou Paletizada – É ideal para a operação com empilhadeira, tanto 
no cais e armazém, como no porão do navio. 
www.iea.sp.gov.br www.logismarket.pt 
FIG-2a FIG-2b 
Conteinerizada – Chamada também de carga contentorizada, necessita de 
equipamento especializado para a sua operação.
Naturalmente que a carga paletizada e a conteinerizada têm muito maior quebra 
de estiva do que a carga geral solta, e exigem equipamentos mais pesados e potentes 
para a sua movimentação, assim como pessoal especializado. 
25 
2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres 
Embora a conteinerização de cargas tenha revolucionado os meios de 
transporte, ainda não é o sistema perfeito, ideal, pois apesar das inúmeras vantagens, 
também apresenta desvantagens. 
VANTAGENS: 
• redução de perdas, roubos e avarias; 
• possíveis reduções de custos de embalagens e rotulagem; 
• estocagem de mercadorias em áreas descobertas; 
• redução de mão-de-obra na movimentação da carga; 
• redução das taxas de capatazia nos portos brasileiros; 
• melhor controle de qualidade dos perecíveis; 
• melhor segurança para o pessoal, carga e equipamentos; 
• redução do tempo entre o produtor e o consumidor; 
• melhoria no transporte de cargas perigosas; e 
• desconto sobre o frete básico, sob certas condições, sendo o “porta a porta” o 
mais usado. Os contêineres embarcam sobre carretas atreladas a cavalo mecânico, ou 
os cavalos mecânicos serão atrelados no destino. 
DESVANTAGENS: 
• perda de espaço dentro do contêiner – quebra de estiva; 
• exigência de equipamentos e acessórios de alto investimento para 
movimentação de contêineres, nos locais de expedição e recebimento, e nos terminais, 
por ocasião das operações de carga e descarga; 
• pagamento do aluguel do contêiner; 
• transporte de contêiner vazio para o local de estufagem;
• passível de pagamento de frete marítimo, que pode exceder o frete da 
mercadoria se transportada sob outra modalidade de acondicionamento; 
26 
• considerável custo de reparo; 
• acréscimos no valor do frete básico marítimo (“liner terms”) sobre certas 
condições, sendo as mais comuns “Pier to House” e “Pier to Pier”; e 
• custos elevados de administração. 
2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de 
contêineres 
Um ponto de grande importância, de menção indispensável, é a diferença entre 
o volume útil do contêiner e o volume efetivamente ocupado pela carga acondicionada 
dentro dele, provocada pela incompatibilidade entre as dimensões das embalagens e o 
espaço disponível no interior do contêiner. 
Essa diferença é chamada de Fator de Quebra de Estiva. A tabela a seguir é 
resultado de uma pesquisa. 
FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA 
TIPOS DE CONTÊINER QUEBRA DE ESTIVA 
ISO DE 10 PÉS 17% 
ISO DE 20 PÉS 12% 
ISO DE 30 PÉS 10% 
ISO DE 40 PÉS 8,9%
27 
www.astrotecnologia.com.br 
FIG-3 
Referência: estufar ou ovar o contêiner. 
Estufar um contêiner é enchê-lo de mercadoria. Em alguns portos e terminais 
brasileiros, costuma-se usar o termo ovar no lugar de estufar. Não confundir, estufar 
contêiner com estivar o contêiner, que é colocar o contêiner em sua posição correta. 
Na estufagem do contêiner, o peso deve estar bem distribuído, além do que, 
juntamente com o volume, não devem exceder seus limites de capacidade. 
A distribuição do peso no piso do contêiner não pode exceder 
4,5 tm/m² nos contêineres de 20 pés e 3,0 tm/m² nos de 40 pés. 
A arrumação dos volumes deve aproveitar ao máximo o volume interno do 
contêiner, reduzindo os riscos de movimentos internos durante o transporte. Nos 
espaços vazios, que não puderem ser preenchidos com carga, devem ser usados 
dunagem (barrotes, tábuas, caibros, papelão, isopor, sacos infláveis, papel etc.). 
As caixas mais frágeis e com material mais leve devem ser arrumadas na parte 
superior, diretamente em cima das mais pesadas. Caixas uniformes em peso e 
tamanho podem ser empilhadas uma sobre a outra. As caixas de diferentes dimensões 
e pesos, separadas, arrumadas e peadas adequadamente para evitar movimentos 
independentes.
A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes 
laterais cobrindo todo o piso e qualquer espaço no centro deve ser preenchido com 
material de dunagem. 
O conteúdo de barris e tambores pode ser perigoso e capaz de contaminar 
outras cargas. Estes recipientes devem ser vistoriados: são fortes, seguros, capazes de 
manter o seu conteúdo íntegro, inviolável? Sobre o assunto, John R. Immer enumera 
alguns itens sobre tambores de metal: 
1. devem ser sempre estivados em pé; 
2. as tampas devem ficar na parte superior do tambor bem bujonadas; 
3. não usar tambores de segunda mão. Caso o embarcador insista em usá-lo, faça 
anotações no recibo do Imediato, no B/L e no manifesto; 
4. use selos adequados para lacrar as tampas; 
5. não misture diferentes tipos de tambores. Não misture barris de aço, fibras ou 
madeira com tambores; 
6. rejeite qualquer tambor com indício de vazamento ou de área enfraquecida; e 
7. os tambores devem ser peados com cabo de arame de aço; bloquear e preencher os 
espaços vazios no centro com isopor ou madeira. Entre uma camada e outra de 
tambores devem ser separadas por compensado, para a distribuição uniforme da 
pressão. 
28 
2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de amarrado 
MADEIRA – Anos atrás a madeira apresentava-se para embarque em troncos ou 
em forma serrada. Atualmente, em forma de tronco, de acordo com as autoridades 
brasileiras, não é permitido o seu comércio. 
O carregamento de madeira serrada em tábuas, pranchas ou outras formas 
soltas, unidade por unidade, tornou-se uma operação bastante demorada, 
necessitando de reforço de estivadores por terno de estiva, tanto no carregamento 
quanto na descarga, dessa forma uma operação sujeita a muitas avarias nas peças de 
madeira é grandemente onerosa. 
As madeiras serradas, as caixas com compensados são carregadas 
embaladas, amarradas por fitas metálicas ou plásticas, e tomam o nome de amarrados. 
São movimentadas tanto no cais como nos porões dos navios por meio de
empilhadeiras e estivadas nos porões no sentido transversal (BB/BE). Podem ser 
escoradas e peadas com mais facilidade e eficiência do que quando eram embarcadas 
soltas. 
Outros tipos de carga são carregados em amarrados, tais como: chapas de 
29 
ferro, lingotes de chumbo, vergalhões, tubos de ferro e de PVC etc.
30 
Teste de Autoavaliação da unidade 2 
1) Quando carregamos o porão de um navio, o que significa a perda de espaço dentro 
deste porão, em consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga, 
do tipo de embalagem, do formato do porão etc.? 
_______________________________________________________________ 
2) Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado mede 0,60m x 
0,30m x 0,30m e pesa 80 Kg? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
3) O cobro do porão de carga nº 2 do navio “Solimões” tem a capacidade de 2.002m³. 
Quantas toneladas de certa mercadoria em caixa podem ser carregadas nele, se cada 
caixa pesa 40 kg e mede 0,50m x 0,40m x 0,40m? Admitir 10% de quebra de estiva. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________
4) Um porão de carga tem 2.079m³ de espaço para carga geral. Quantos sacos de 
cimento que pesam 50kg cada, com Fe = 1m³/tm podem ser estivados, admitindo-se a 
resistência do cobro em 5 tm/m² e uma quebra de estiva de 5%? Como o porão tem 
21m x 18m x 5,50m, determine também: a que altura ficará a carga. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
5) Cite três métodos de unitização de carga. 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
6) Cite cinco vantagens na utilização de contêineres. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
31
7) Quais os outros tipos de carga que são carregadas em amarrados, além da madeira 
serrada e caixas com compensados? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
8) Não confundir, estufar o contêiner com __________________________ o contêiner 
que é colocar o contêiner em sua posição correta. 
9) A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes laterais 
cobrindo todo o piso e preenchido com material de 
_______________________________ qualquer espaço no centro. 
10) Ao estufar contêiner com __________________________ de metal devemos 
arrumar os tambores sempre em pé, com as tampas para cima e bem bujonadas 
11) O cobro do porão de carga mede 16m de comprimento, 8m de largura e 4m de 
altura. Se estivarmos 160 toneladas de certa carga de Fe = 1,5 m³/tm com uma quebra 
de estiva de 5%, em quase toda a altura do porão junto à antepara de vante, qual a 
extensão para ré que essa carga ocupará? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
32
33 
3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM. 
Nesta unidade, você vai: 
 Identificar as atividades do pessoal de estivagem 
 Descrever as técnicas e processos de estivagem 
 Enumerar os cuidados na estivagem 
3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem 
De uma maneira geral, os navios devem ter um porto de início e de fim de 
viagem, onde os porões devem ficar vazios total ou parcialmente, quando então se 
providencia uma limpeza rigorosa dos porões, realizada pelo pessoal do bloco. 
Atualmente, as empresas de navegação com grande movimentação de carga, só 
conseguem ficar com os porões total ou parcialmente vazios, quando vão docar em 
estaleiro para obras. 
Outra faina que requer os serviços do bloco é quando, conforme a natureza da 
carga transportada, é conveniente uma baldeação com água doce para retirar os 
resíduos de certas cargas, os quais podem servir de causa de avarias para a carga a 
embarcar. 
Quando o navio encontra-se em um porto e recebe ordem de carregar sal a 
granel, também é requisitado pessoal do bloco para baldeação com água doce e a 
seguir, caiação das amuradas e do piso do cobro do porão. 
Quando, em um navio graneleiro, necessita-se acondicionar a carga de grãos, 
solicita-se junto à estiva pessoal do bloco para rechegar os grãos para cumprimento do 
Solas-74. Recorre-se ao pessoal do bloco para realizar o serviço de escoramento e 
peação da carga e se por acaso a estiva não possuir pessoal especializado, a 
guarnição de convés só assim pode realizar o serviço. 
O PESSOAL DO BLOCO É FORNECIDO PELA ESTIVA
3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina de 
34 
estivagem 
Nem todo tripulante está envolvido diretamente com a operação de carga e 
descarga do navio. Por exemplo, o eletricista é o responsável pelo bom 
funcionamento dos guindastes e guinchos do navio, sua iluminação (inclusive dos 
porões) etc.; os oficiais de máquinas, pelos grupos geradores elétricos, máquinas 
frigoríficas e supervisão geral de todas as máquinas motoras envolvidas nas 
operações. Porém, é o pessoal de convés que trabalha diretamente no planejamento, 
distribuição e acondicionamento de carga nos porões. 
O Comandante do navio é o responsável pela operação como um todo, 
inclusive pela estivagem perfeita das cargas recebidas para o transporte, e pela guarda 
dessa mercadoria enquanto ela estiver a bordo. Devido à complexidade que envolve a 
operação de carga/descarga de mercadorias, o Comandante delega poderes a seus 
tripulantes, para em seu nome executarem as diversas etapas dessa operação que 
envolve o navio, ficando as atribuições assim divididas: 
• O Imediato do navio é o encarregado geral de toda a operação. É ele o 
responsável pela confecção do plano de carregamento, pela distribuição das cargas 
nas praças (espaços vazios nos porões) disponíveis e pelo cuidado com a carga 
durante toda viagem, até a entrega no porto de destino, mantendo condições ideais 
para que não haja avarias. 
• Os oficiais de náutica auxiliam diretamente o Imediato nas seguintes fainas: 
trabalham no serviço de fiscalização do manuseio da carga no convés e nos porões; 
preparam a documentação necessária referente à carga, relatórios e protestos 
marítimos, quando necessário, e são os substitutos eventuais do Imediato. 
• O contramestre do navio é o responsável pelos equipamentos usados na carga 
e descarga, tais como: paus-de-carga, guinchos, guindastes, poleames, massames, 
etc. É ele que cuida do fechamento e abertura das escotilhas e de sua conservação. 
Efetua e supervisiona a peação da carga, e a manutenção dessas peações em viagem.
• O faroleiro é a denominação que se dá ao marinheiro que tem sob guarda o 
material de convés. É ele o encarregado do paiol do mestre. 
• O fiel do porão é um marinheiro que funciona como uma espécie de elo entre o 
pessoal do navio e a estiva. No início da operação de carga e descarga, ele recebe do 
faroleiro do navio o material que vai ser usado na operação e o entrega à estiva e, após 
a operação, recolhe-o ao paiol do mestre, através do faroleiro. Além dessa função, ele 
permanece no convés durante todo o trabalho, supervisionando todos os porões que 
estiverem operando, mantendo o Imediato do navio sempre a par de tudo o que está 
acontecendo: avarias ocorridas, má estivagem da carga, fechamento dos embornais do 
convés para evitar que subprodutos de petróleo ou cargas tóxicas venham a cair ao 
mar e poluir as águas do porto e fica também atento à ação da estiva a fim de evitar 
acidente no trabalho. Assim podemos dizer que os fiéis de porão são hoje marinheiros 
de convés que trabalham nos porões como fiscais do carregamento, para que as 
instruções ditadas pelo oficial encarregado da carga sejam cumpridas corretamente 
pelos estivadores. 
35 
O ELETRICISTA É O RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DA 
PARTE ELÉTRICA DOS GUINDASTES E GUINCHOS DO NAVIO 
E PELA BOA ILUMINAÇÃO DOS PORÕES; ENQUANTO O 
CONTRAMESTRE É O RESPONSÁVEL PELOS EQUIPAMENTOS 
DE OPERAÇÃO DE CARGA QUANTO À SUA CONSERVAÇÃO, 
LUBRIFICAÇÃO, SEGURANÇA E SEU BOM FUNCIONAMENTO. 
3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas embaladas em 
caixarias, cartões e engradados. 
CAIXARIA 
A estivagem de caixarias de tamanho uniforme não apresenta dificuldades; 
porém, as caixarias de tamanho diferentes, são mais difíceis de serem estivadas, 
apresentando problemas na arrumação, provenientes de fatores como do peso, 
embalagem e dimensões, exigindo certos cuidados na estivagem. 
De um modo geral, as caixas mais pesadas e resistentes devem ser estivadas 
em lugares mais baixos, procurando-se preencher os claros por vezes deixados pelo
tipo de construção da caixa por outras menores, a fim de manter, tanto quanto possível, 
uma superfície plana. 
Quando as embalagens não apresentam uma resistência satisfatória para ser 
iniciada a segunda fiada, devem-se colocar pranchas de madeira ou compensado; isto 
não só protege a carga, como permite uma boa estivagem das outras cargas a 
embarcar. 
Ao se estivarem volumes pequenos sobre caixas grandes, tábuas devem ser 
colocadas de forma que o peso dos volumes pequenos seja exercido sobre as 
cantoneiras das caixas e não sobre os painéis das suas faces. Estrados devem 
também ser usados para nivelar a estivagem de volumes heterogêneos. 
36 
CARTÕES / ENGRADADOS 
Separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem 
fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo também é 
frágil. Devem-se fazer estrados completos de apoio para distribuir uniformemente a 
pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo. 
Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a 
quarta camada a contar de baixo; outro, entre a sexta e a sétima; e outro entre a 
décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas. O 
estrado pode ser substituído pelo compensado. 
Os engradados são de natureza bastante frágil e sua estivagem é feita como a 
dos cartões e caixas, mas sempre se evitando grandes alturas, e estivagem de outras 
cargas por cima. 
3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos 
SACARIAS / FARDOS 
As sacarias e os fardos devem ser estivados em lugares secos e muito bem 
protegidos, pois cobrem um número variado de artigos de diferentes espécies. 
Conforme a disponibilidade de praça, a ventilação e a segurança para o pessoal, 
podemos estivar: FARDO A FARDO e MEIO FARDO A MEIO FARDO. Na 
manipulação de fardos deve ser proibido o emprego de ganchos.
37 
Há três formas básicas de estivar sacarias: 
1ª SACO-A-SACO  quando a ventilação é necessária; 
2ª MEIO-SACO A MEIO-SACO  quando não necessita de muita ventilação, mas 
oferece menor quebra de espaço; 
3ª ESTIVAGEM AMARRADA  quando há necessidade de impedir o movimento 
dos sacos ou impedir que as pilhas se desfaçam ou quando a carga é de natureza 
muito móvel, como a soja; e 
4ª ESTIVAGEM PRÉ-LINGADA  maior rapidez na operação de carga e descarga, 
menor valor no custo da estiva, boa ventilação; porém, haverá despesas com lingas e 
maior quebra de estiva. 
FIG-4a FIG-4b FIG-4c 
FIG-4d
38 
3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes 
TAMBORES 
Tambores, barris, baldes e barricas devem ser estivados em pé, separados por 
estrados ou por compensados em cada camada, e devem ser estivadas junto ao piso 
do compartimento, sobre uma forração de dunagem chamada camada de drenagem. 
AS CAIXAS, CARTÕES E FARDOS PODEM SER ESTIVADOS 
COMO AS SACARIAS: SACO-A-SACO E MEIO-SACO A MEIO-SACO. 
3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido 
TUBOS DE FERRO FUNDIDO 
São estivados em sentido longitudinal, procurando posicionar os tubos de maior 
comprimento o mais próximo da linha de centro e os mais curtos nos bordos, por dois 
motivos: os tubos menores têm maior facilidade de movimentação fora de boca; têm 
melhores acomodações nos espaços restantes, nem sempre regulares, principalmente 
nos porões extremos. 
Os tubos dotados de flanges devem ser estivados alternadamente por camadas, 
voltadas para vante e para ré, de modo a ocupar menos espaço e se auto-escorar no 
sentido longitudinal. 
Se os tubos forem de ferro fundido, estarão sujeitos a avarias por choques na 
manipulação. Quanto maior o diâmetro do tubo, mais fraco ele é. 
Dois são os processos para estivar tubos de ferro fundido: 
• os tubos até 20cm de diâmetro aproveitam melhor o espaço e não podem ser 
estivados com tubos maiores, pois são sujeitos a muitos esforços e a pancadas na 
manipulação, tanto na carga como na descarga. A primeira camada de tubos no 
sentido longitudinal do porão, com os alargamentos ou flanges tocando-se todos, do 
mesmo lado e voltados para a antepara (a antepara deve ser revestida de chapas de 
compensado), e os corpos paralelos, mantidos na horizontal por meio de berço ou 
escoramento. Nos intervalos entre os corpos de uma camada são colocados os corpos 
da camada seguinte, sempre se alternando os flanges.
39 
FIG-5a e 5b 
• os tubos de mais de 20cm de diâmetro, estivagem das pilhas compactas, tubo 
ao lado de tubo, no sentido longitudinal, alternando os flanges. 
FIG- 
6a e 
6b 
No embarque, as trincas ou rachas produzidas por choques 
não são visíveis, mas, no fim da viagem, no porto de descarga, 
a ferrugem que brota das trincas ou rachaduras torna bem 
evidente a avaria. 
3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de aço, 
tubos, perfis e bobinas de chapas de aço 
TRILHOS 
Os trilhos devem ser estivados no sentido proa-popa, bem encostados uns aos 
outros, e apoiados sobre separação de madeira alta, não só no fundo do porão como
entre cada duas camadas, para facilitar a passagem das lingas de correntes, na 
descarga. 
 Para impedir o perigosíssimo movimento dos trilhos em viagem, eles devem ser 
bem escorados com madeira. As amuradas devem ser bem protegidas com 
madeirames verticais. 
40 
 Terminado o carregamento, deve ficar uma estivagem plana e lisa. 
 Trilhos mal manuseados podem furar o costado ou o fundo do navio. 
VERGALHÕES 
São operados com lingas e estropos de cabo de arame de aço, evitando que 
dobrem ou vergem. 
 A estivagem é feita no sentido proa-popa, com o apoio sobre madeira de 
separação, colocadas de BB/BE. 
 As peças de maior comprimento devem ser estivadas no centro, no meio do 
cobro do porão e as mais curtas, nos bordos. 
 As peças retas são estivadas retas para cima e, à medida que vai formando o 
espaço junto ao encolamento, este espaço deve ser usado para peças menores, carga 
de enchimento ou ser preenchido com madeira. 
FIG-7
41 
CHAPAS 
Em geral são movimentadas com patolas especiais e estivadas sobre madeira 
de separação, para que não empenem. É preciso evitar os movimentos causados pelo 
mar por meio de escoramento e acunhamento. Qualquer barriga que seja notada 
durante a estivagem, deve ser corrigida com enchimento de madeira. 
FIG-8 
BOBINAS DE CHAPAS DE AÇO E BOBINAS DE PAPEL 
Geralmente são estivadas com o “core” (alma) na horizontal, orientados proa-popa. 
O “core” não pode ser danificado. O escoramento da primeira camada é feito 
com cunhas e o espaço remanescente nos bordos deve ser preenchido com 
escoramento de madeira. As bobinas das camadas subsequentes são estivadas por 
sobre o encontro das bobinas inferiores, de modo a formar uma contenção das 
unidades, como mostra a ilustração. As empilhadeiras utilizadas para este tipo de carga 
facilitam a operação, pois já chegam ao local com as bobinas posicionadas. 
FIG-9
42 
3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio 
 Os lingotes, quando em grande quantidade, são embarcados a granel. 
 Para lingotes em pouca quantidade faz-se estivagem compacta e segura, 
escorando-se os lotes, quando necessários. Devem ser manuseados com muito 
cuidado, pois podem causar avarias e acidentes pessoais, devido a seu peso. 
3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada 
As toras são embarcadas uma a uma, escoradas e apoiadas sobre tábuas de 
separação, para permitir a retirada do estropo de arame de aço ou linga de corrente, 
por ocasião do carregamento, e para permitir não só a colocação da linga na descarga, 
como facilitar o dreno das águas. 
A madeira serrada se estiva de proa-popa e deve-se usar o máximo do 
comprimento de porão possível, para ganhar praça. Quando as tábuas são de 
tamanhos diferentes, há que escolher criteriosamente as peça a serem colocadas no 
sentido do comprimento, a fim de aproveitar a praça. 
As cargas de tábuas no convés devem ser apoiadas em barrotes para 
separação, colocados inclinados de meia nau para os bordos, de forma a permitir fácil 
drenagem da água embarcada ou da chuva. 
É preciso ter muita atenção ao se carregar madeira no convés para não obstruir 
cabeços, cunhos, buzinas, tubos de sonda, ventiladores, suspiros, tomadas de 
incêndio, etc. É também necessário deixar passagem fácil e segura, para que a 
tripulação possa circular livremente da proa para a popa. A carga deve ser bem peada 
com cabos de arame de aço, para impedir que o mar a desembarque debaixo de mau 
tempo. 
As madeiras serradas, quando são carregadas embaladas amarradas por fitas 
metálicas ou plásticas, que tomam o nome de amarrados, são movimentadas tanto no 
cais como nos porões dos navios por meio de empilhadeiras e estivadas nos porões no 
sentido transversal (BB/BE). Podem ser escoradas e peadas com mais facilidade e 
eficiência do que quando embarcadas soltas.
43 
3.10 - definição e uso de “big-bag” 
É importante notar que, de acordo com os padrões ISO, não só os recipientes 
metálicos, como os sacos com capacidade acima de uma tonelada, denominados de 
“big bags”, também são contêineres. Eles são projetados com aberturas em cima e em 
baixo e alças reforçadas (duas ou quatro) para sustentar o peso total quando 
suspenso. É um contêiner ideal para transporte de produtos agrícolas, fertilizantes, 
cimento a granel. 
www.todocontenedores.com 
FIG-10 
3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações 
O carregamento de cargas rodantes através de embarcações se processa por 
meio dos navios tipo “ROLL-ON/ROLL-OFF” (RO-RO). 
Como o próprio nome sugere, “roll-on/roll-off” é um sistema operacional onde as 
cargas embarcam e desembarcam sobre rodas, em movimentos horizontais, minutos 
após a manobra de atracação. Os navios tipo “RO-RO” têm provado sua grande
popularidade, principalmente nos períodos de férias, quando proprietários de veículos 
se deslocam em grandes números, para fazer turismo dirigindo seus próprios carros. 
Atualmente, a frota mercante de navios RO-RO, está subdividida em vários tipos 
com dezenas de projetos e equipamentos diferentes, para atender as mais diversas 
solicitações dos usuários e seus sistemas de apoio ao tráfego marítimo, com os 
seguintes tipos de embarcações: 
44 
 próprias para o transporte somente de veículos; 
 próprias para o transporte de veículos e passageiros; e 
 próprias para o transporte de veículos e contêineres. 
O conceito “drive-through” levou a projetos de pequenos “ferries” com portas 
e rampas na proa e popa, permitindo o rápido embarque e desembarque de veículos 
sem necessidade de manobras a bordo. 
O RO-RO Caboclo é constituído por uma balsa com rampas manuais na proa e 
na popa e, como não possui propulsão própria, são transportadas através de nossos 
rios, canais e vias de acesso por rebocadores empurradores. Atualmente, no rio 
Amazonas, a maioria das balsas não necessita mais de rampas, porque diversos 
portos são providos de rampas próprias, que são movimentadas por diversos 
processos. 
3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do local 
de estivagem. 
Na operação de estivagem de contêineres a bordo devemos observar os 
seguintes fatores: 
1. porto de destino; 
2. peso total da carga movimentada; 
3. número de contêiner térmico; 
4. cargas perigosas; 
5. peso de cada contêiner; 
6. os contêineres mais robustos (tanques) devem ser estivados nas “tier” mais 
baixas e “rows” mais externos;
7. os contêineres no convés devem ser estivados longitudinalmente e com a porta 
voltada para popa; 
8. a estivagem no convés é feita normalmente até cinco de altura e sem uso de 
células guias; 
9. sob o contêiner base, forrar com madeira; 
10. um contêiner de 40’ pode ser estivado sobre dois de 20’, mas nunca dois de 20’ 
sobre um de 40’ (só se o contêiner de 40’ for reforçado e assim o permitir); 
11. os contêineres mais altos de “tiers” adjacentes devem ser peados com pontes de 
topo (“bridge fitting”); 
12. o peso bruto do contêiner mais alto de cada “tier”, não deve exceder 70% do 
peso do contêiner da base; 
13. para cada empilhamento (“stack limit”), conforme ISO 1496/1, o peso máximo 
que um contêiner base estivado no cobro pode suportar é 192tm; 
14. contêineres “reefers” ou integrados (ativos) devem ser estivados próximos das 
tomadas, e os tipos “conair” nos “stacks” correspondentes à temperatura prescrita no 
contêiner; 
15. a estivagem deve obedecer à sequência dos portos de escala; e 
16. contêineres “open top” devem ser estivados nas “tiers” mais altas. 
45
46 
Teste de autoavaliação da unidade 3 
1) Quais as atividades realizadas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
2) Da seção de máquinas o __________________ é o responsável pelo bom 
funcionamento dos guinchos, guindastes, sua iluminação, inclusive dos porões. 
3) Quais os oficiais que são encarregados do bom funcionamento dos grupos 
geradores elétricos, máquinas frigoríficas e demais máquinas motoras envolvidas na 
operação de carga? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
4) O responsável pela operação de estivagem como um todo é o 
___________________ e o encarregado geral de toda a operação é o 
___________________. 
5) O marinheiro ____________________________ é o responsável pelo paiol do 
mestre; enquanto que o marinheiro ______________________ do porão é o elo de 
ligação entre o pessoal do navio e a estiva. 
6) Descreva as técnicas de estivagem quando carregando cartões. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________
7) Quais as três formas básicas de estivagem de sacarias? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
8) Como é efetuada a estivagem de tambores? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
9) Descreva o processo de estivar tubos de ferro fundido, quando o diâmetro do tubo 
for inferior a 20cm. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
10) Como são estivados os lingotes? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
47
48 
4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS 
Nesta unidade, você vai: 
 Conceituar granéis 
 Definir ângulo de repouso 
 Citar os métodos de rechegar 
 Descrever os procedimentos para estivagem de granéis sólidos e 
líquidos 
4.1 - Conceito e tipos de granéis 
As cargas a granel são aquelas embarcadas por “tombos” (largadas em queda 
livre) nos espaços de carga ou bombeadas através de redes, desprovidas de 
embalagem ou marcas, e têm sua quantidade embarcada definida não por contagem 
ou conferência de unidade física, caixas, amarrados ou similares, mas pelo peso 
calculado pelo volume ocupado nos compartimentos, associados ao fator de estiva, 
peso específico ou pela arqueação de carga, no final do carregamento, usando-se as 
marcas do calado do navio. 
A SOLAS de 1960 considera como grão: trigo, milho, aveia, centeio, cevada, 
arroz, legumes secos, sementes e formas beneficiadas dos mesmos, cujo 
comportamento seja similar àquele do grão em seu estado natural. 
Os grãos podem ser leves ou pesados. Os grãos pesados são quaisquer grãos 
que não sejam aveias, cevadas ligeiras ou sementes de algodão, que são 
considerados grãos leves. A cevada é ligeira quando tem 643,451 Kg/m³ como peso 
máximo. 
Consideram-se grãos pesados: trigo, milho, centeio, arroz, legumes secos e 
outras sementes Os minérios em geral, pão de gusa (briquetes), carvão, enxofre, sal, 
etc., são também cargas transportadas a granel.
49 
4.2 -ângulo de repouso 
O ângulo de repouso do grão é o ângulo compreendido entre o plano horizontal 
e a superfície do cone que forma a carga de grãos ao ser despejada no porão. 
O ângulo de repouso varia de produto para produto, de acordo com o formato 
das partículas, grau de umidade, fator de estiva e movimento de que sejam animados 
durante o tombo da esteira transportadora ou jogo do navio durante o transporte. 
Mesmo nos compartimentos totalmente cheios com grãos, a carga se acama, 
baixando de nível, criando uma superfície livre. Se o navio sofrer um balanço superior 
ao ângulo de repouso do grão carregado, este se movimentará, criando uma situação 
de peso descentralizado, adquirindo então uma banda permanente, e pondo em risco a 
estabilidade do navio. 
ÂNGULOS DE REPOUSO PARA DIFERENTES GRÃOS 
ARROZ 20 GRAUS 
MILHO 21 GRAUS 
AVEIA 21 GRAUS 
LINHAÇA 21 GRAUS 
SOJA 22 GRAUS 
TRIGO 23 GRAUS 
CENTEIO 32 GRAUS 
CEVADA 47 GRAUS 
4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar 
No enchimento dos porões de carga, a importância do movimento dos grãos 
varia com a profundidade do espaço vazio acima das superfícies dos grãos. Por 
esta razão, é de maior importância que o compartimento de carga esteja o mais 
cheio possível e as superfícies dos grãos niveladas, rechegadas ou 
acondicionadas nas extremidades, pois os navios têm os seus porões alto-estiváveis 
apenas lateralmente.
Rechego ou acondicionamento pode ser acertado, usando acessórios. Quando 
50 
se usa máquinas para rechego, deve-se guardar uma distância mínima. 
O outro método de rechego dos grãos é manual, utilizando pás e rodos de 
madeira, acondicionando os grãos para as extremidades dos porões, apresentando 
os porões o mais cheios possível e nivelados. 
Rechego dos porões quando existem cobertas que estão fechadas, o 
acondicionamento dos grãos será feito permitindo o acesso pelo agulheiro. A carga 
deverá ser nivelada de um bordo a outro, ou ser contida por meio de divisórias de 
madeira longitudinais, e a capacidade máxima de resistência da coberta deve ser 
respeitada de acordo com a Solas 74/88 Consolidada até 01/01/, Capítulo VI – Parte B, 
Regra 7, item 5. 
Quando o porão estiver parcialmente cheio (SLACK) deve-se nivelar a superfície 
do grão. Isto é aparente, pois mesmo com um pequeno balanço, o grão começará a 
movimentar-se, tendendo a se acamar, com isso permitindo que se origine uma 
inclinação natural. 
A AVEIA, CEVADA LIGEIRA E SEMENTE DE ALGODÃO SÃO 
CONSIDERADOS GRÃOS LEVES, PESANDO 643,451kg/m³ 
4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados necessários 
quando da estivagem de granéis sólidos com outras cargas 
ESPAÇO VAZIO designa os espaços que não foram possíveis encher de grãos 
a granel, no término do carregamento de um porão de carga. 
Sabe-se da dificuldade de encher completamente um porão de carga com grãos 
a granel, no entanto tenta-se minimizá-la através das seguintes técnicas: 
 a estiva com o pessoal do bloco interfere apenas na hora do rechego, o qual 
deve ser feito com o máximo de cuidado. 
 para evitar que fique espaço vazio quando o grão vai se acamando, construíam-se 
alimentadores de madeira – uma espécie de funil com maior altura que o porão, 
através do qual os grãos preenchiam o porão. Atualmente a SOLAS 74/88, consolidada 
até 01/01/2008, considera o método acima inadequado. Talvez para substituir os 
antigos alimentadores. Os navios graneleiros atuais possuem braçolas de escotilhas 
bastante altas.
para impedir que a carga, ao se acamar, forme espaços vazios, deixa-se um 
cavado na superfície da carga, como uma grande tigela, forra-se com encerado ou 
plástico, enchendo-se a tigela com carga geral apropriada ou sacarias. 
 quando se operam granéis com outro tipo de carga no mesmo porão, tomam-se 
as necessárias providências para evitar a contaminação da outra carga por poeira. 
Para isso, pode-se proteger a outra carga com encerados, plásticos, ou, o que é mais 
eficaz, fazer uma espécie de poço de encerado em volta da escotilha, desde a sua 
boca até o lugar onde está sendo estivado o granel. Carrega-se primeiro o granel, 
espera-se assentar a poeira, varre-se e colocam-se as demais cargas. 
51 
4.5 - escorregamento do grão em um porão 
O grão a granel tem a propriedade de um semi-fluído e, portanto, está sujeito a 
movimento, devido a um balanço forte sofrido pelo navio em mar duro. 
Em 1967/68, um estudo foi feito pela “U.S.Coast Guard” e o “British Department 
of Trade” para determinar o procedimento do grão a granel quando carregado em 
navios com vários porões. Esse estudo, feito com experimentos usando modelos 
simulados do movimento da carga dentro do porão, em tempo duro, traz a seguinte 
conclusão a seguir. 
Com o navio carregado com grãos a granel, existe a possibilidade de haver um 
movimento de grãos quando o navio estiver sofrendo balanços de amplitudes 
superiores ao ângulo de repouso do grão. Este movimento acarreta uma mudança na 
posição do centro de gravidade do navio na condição considerada, o que diminui a 
estabilidade para o bordo do movimento. Em consequência deste fato, os requisitos de 
estabilidade para este tipo de carga diferem dos requisitos mencionados nos “Critérios 
de Estabilidade da IMO” para navios de carga geral. 
O TRIGO E DEMAIS GRÃOS COM ÂNGULO DE REPOUSO EM 
TORNO DE 23º SÃO CONSIDERADOS CARGAS PERIGOSAS 
PORQUE O ÂNGULO DE REPOUSO É MENOR QUE 35º.
4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de granéis 
52 
líquidos para evitar esse efeito 
Efeito de superfície livre é a relação entre o produto da inércia máxima da 
superfície livre e a densidade do líquido no tanque pelo deslocamento do navio, ou 
seja: 
I.M.S.L x d Liq.Tq 
E.S.L. =  
D mx. 
E.S.L. = Efeito da superfície livre 
I.M.S.L = Inércia máxima da superfície livre 
d Liq.Tq = Densidade do líquido no tanque 
Dmx. = Deslocamento máximo do navio 
Quando um tanque está parcialmente cheio com um líquido, o navio sofre uma 
perda virtual na altura metacêntrica, que pode ser calculada usando a fórmula acima. 
Quando um tanque estiver completamente cheio, não existe possibilidade de 
nenhum movimento do líquido contido em seu interior, e o efeito produzido por esse 
tanque na estabilidade do navio é nulo. 
Quando um tanque estiver completamente vazio, o efeito da superfície livre na 
estabilidade do navio também é nulo. 
Assim que uma quantidade de líquido é retirada do tanque, a situação muda 
completamente e a estabilidade do navio passa a ser afetada pelo chamado “efeito de 
superfície livre”. Esse efeito adverso na estabilidade é conhecido como uma redução 
de GM.
53 
Teste de auto-avaliação da unidade 4 
1) Quais os tipos de granéis que o Solas 60 consideram como grãos? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
2) Quais os grãos considerados pesados de acordo com o Solas 60? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
3) Quando o SOLAS considera que o grão é leve? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
4) Defina ângulo de repouso do grão. 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
5) Um navio carregado de trigo a granel, mas com um dos porões parcialmente cheio, 
enfrentando um temporal, sofre balanços superiores ao ângulo de repouso do trigo. O 
que ocorrerá? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
6) Defina espaço vazio. 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________
7) A importância do corrimento dos grãos varia com a profundidade do espaço vazio 
acima das superfícies dos grãos; por esta razão, o que é de maior importância fazer? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
8) Por que o trigo e demais grãos com ângulo de repouso em torno de 23º, são 
considerados carga perigosa? 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
9) O duplo fundo nº 7 BB/BE estão com superfície livre e a inércia máxima obtida na 
tabela é 1030m³, a densidade do óleo combustível 0,970 t/m³ e deslocamento máximo 
de 76.814tm. Calcular o efeito da superfície livre que ocasionará uma perda na altura 
metacêntrica. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
10) Quando é que o efeito da superfície livre é nulo? 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
54
55 
5. SEPARAÇÃO DE CARGA 
Nesta unidade, você vai: 
 Conceituar separação de cargas 
 Explicar a finalidade e os processos de separação de cargas 
 Definir segregação 
 Demonstrar a utilização da tabela de segregação 
5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos 
Separação de carga é estivá-la em compartimentos diferentes. Tambores com 
querosene e sacarias não devem ficar no mesmo compartimento; devem ser estivados 
em compartimentos diferentes, ou seja, “separados”. Carga geral e a granel, do ponto 
de vista da estivagem, não podem ser misturadas. Podem ser estivadas no mesmo 
porão desde que convenientemente “separadas” por material adequado. 
O material adequado utilizado para a proteção e a separação de cargas é a 
“DUNAGEM”. Significa toda espécie de artigo que é usado com o fim de proteger a 
carga das avarias provenientes do fato de uma ficar em contato com outra, ou de 
proteger a carga de ficar em contato com as partes estruturais do navio, ou ainda de 
protegê-la de condensação das amuradas e de infiltrações nos porões. 
O material de proteção ou separação, geralmente é constituído de madeira, mas 
pode ser também de esteira, lona, papel, etc. A escolha desse material compete ao 
encarregado da operação do navio e depende da natureza da carga a estivar, mas, 
além de adequado, o material deve ser bem estivado. 
5.2 - finalidade da separação de cargas 
A separação tem também a finalidade de ventilar a carga; de proteger contra 
possíveis contatos com líquidos, provenientes de avarias em cargas úmidas ou suor 
dos porões; evitar avarias por pressão e evitar extravio. Assim, por exemplo:
• Para evitar mistura entre as partidas de portos diferentes, pode-se usar para 
separá-las papel, encerado, sarrapilheira, esteira, rede, etc; 
• Para tambores, barris, baldes etc, a separação pode ser com estrados de 
madeira ou compensado, com a finalidade de distribuir uniformemente a pressão da 
camada que está em cima exerce sobre a que fica por baixo. 
• Currais de madeira – com a finalidade de separar as castanhas-do-pará a 
granel, por serem de tamanhos diferentes. 
56 
5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres 
Para evitar que a carga seja avariada por carga úmida, aquela que pode 
desprender líquidos, que podem vazar (tambores, barris, barricas, baldes etc), 
devemos estivá-las junto ao piso do compartimento, sobre uma forração de dunagem 
chamada camada de drenagem. 
Camada de Drenagem – para evitar que outras cargas sejam avariadas 
por líquidos livres de cargas úmidas, deve-se providenciar para que tais 
líquidos corram livremente para as dalas ou pocetos dos porões, ou em bornais das 
cobertas. 
A carga úmida, sempre que possível, deve ser estivada no cobro dos 
porões, na parte de ré. Nos navios que possuem “dalas” no cobro, a camada de 
drenagem é feita em “espinha de peixe”. 
Quando o porão é de “pocetos”, a camada de drenagem é feita com 
“caibros longitudinais”, conforme as figuras abaixo.
57 
POCETO 
DALA 
proa proa 
CAIBROS LONGITUDINAIS CAIBROS “ESPINHA DE PEIXE” 
FIG-11 FIG-12 
A fim de permitir a livre drenagem das dalas, pocetos e embornais, a 
carga é separada nas amuradas pelas sarretas (dunagem permanente), havendo 
entre estas e as amuradas um espaço de ventilação e escoamento para as dalas 
do porão. Em ocasiões em que se possa prever grande quantidade de líquidos livres no 
cobro, a camada de drenagem pode ser dupla. 
NAVIOS CARGA GERAL POSSUEM DALAS  CAMADA DE 
DRENAGEM EM “ESPINHA DE PEIXE”. 
NAVIOS GRANELEIROS POSSUEM POCETOS  CAMADA DE 
DRENAGENS “LONGITUDINAIS”.
58 
5.4 - processo de separação para ventilar a carga 
A ventilação de certas cargas é necessária para evitar mofo, aquecimento, 
umidade, etc, e também para evitar a condensação do vapor d’água contido no ar, 
fazendo a sua permanente circulação e renovação. 
Com esse fim, utiliza-se madeira de separação no meio das partidas de carga, 
além de estrados no piso do cobro e das cobertas, armados no sentido dos dutos de 
ventilação, ou seja, de bombordo para boreste. 
As sacarias estivadas saco a saco podem ser separadas com madeira, com a 
finalidade de ventilar e proteger. 
As partidas de carga homogêneas de sacarias podem ser estivadas amarradas 
em lotes separados de pequenas distâncias, para receber melhor ventilação. 
5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga 
A separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem 
fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo 
também é frágil, devendo-se fazer estrados completos de apoio, para distribuir 
uniformemente a pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo. 
Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira 
e a quarta camada a contar de baixo, outro entre a sexta e a sétima, e outro entre 
a décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas. 
O estrado pode ser substituído pelo compensado. 
Tambores e barricas em pé devem ser separados por estrados ou compensados 
em cada camada. 
5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio 
Separação para evitar extravio é necessária principalmente em cargas 
ditas homogêneas, destinadas a diversos portos, ou mesmo para vários 
consignatários num mesmo porto. Quando os volumes são diferentes no tipo, 
tamanho, cor etc, a separação é natural. Mas, quando diferem apenas pelas marcas, é 
preciso fazer a separação artificial, que se coloca entre as partidas a separar. 
As cargas sujeitas a roubos ou furtos, devem ser estivadas em porão de carga 
especial, trancadas.
5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser segregados 
Segregar uma carga é distanciá-la das demais, a fim de que não avarie, nem 
59 
venham a ser avariadas pelas cargas que lhe são incompatíveis. 
Cargas que precisam ser segregadas 
CARGA ÚMIDA é aquela que pode desprender líquidos, que pode vazar. 
Geralmente é estivada junto ao piso do porão, no cobro, próximo das dalas ou dos 
pocetos, sobre uma forração de dunagem. Exemplo: Engradados de garrafas de 
cervejas, tambores de óleo, baldes de tintas, latas de sucos, etc. 
CARGA SECA é aquela que não desprende líquido e pode ser avariada em 
contato com cargas úmidas. Exemplo: sacarias de grãos, produtos de papel, aço, 
metais, artigos elétricos, eletrônicos, etc. 
CARGA LIMPA é aquela que não desprende sujeira, mas que pode ser avariada 
com contato com carga suja. Exemplo: produtos de papel, artigos de seda, tecidos de 
algodão, etc. 
CARGA ODORÍFERA é aquela que desprende odor que impregna outras 
cargas, quando estivadas no mesmo porão e às vezes, até em compartimento 
adjacente. Exemplo: querosene, amoníaco, fertilizante, couros crus, frutas cítricas, etc. 
CARGA DELICADA é aquela que se avaria facilmente com os odores de outras 
mercadorias. Exemplo: farinha de trigo, queijo, arroz, etc. 
CARGA HIGROSCÓPICA é aquela que desprende muita umidade. Uma 
ventilação apropriada pode controlar a umidade desprendida por esta carga, porém, se 
não a executar corretamente, o vapor d’água contido no ar pode se condensar e avariar 
as cargas limpas e secas. Exemplo: fibras vegetais, arroz, sal, etc.
CARGAS LEVES E PESADAS – De modo geral, a carga pesada deve ser 
estivada no cobro do porão, colocando-se a carga mais leve por cima. Não que sejam 
propriamente incompatíveis, é que geralmente as cargas leves são mais frágeis. 
CARGAS FRÁGEIS são as que não suportam esforços. Devem ser protegidas 
60 
por dunagem, ou estivadas em separado. 
CARGAS ALIMENTÍCIAS são aquelas que não vêm acondicionadas em latas 
hermeticamente fechadas. 
CARGAS VENENOSAS são cargas perigosas e estão catalogadas na classe 
6.1 da regra 2, do capítulo VII da SOLAS. Devem ser estivadas separadas de todas as 
substâncias alimentícias, inclusive daquelas hermeticamente fechadas. 
INCOMPATIBILIDADE DAS CARGAS 
SECAS (S) ÚMIDAS (U) 
LIMPAS (L) SUJAS (SU) 
SECAS (S) ALTAMENTE HIGROSCÓPICA (H) 
DELICADAS (D) ODORÍFERAS (O) 
FRÁGEIS (F) PESADAS (P) 
ALIMENTÍCIAS (A) VENENOSAS (VE) 
GERAL (GN) A GRANEL (B) 
GRANEL A GRANEL B 
5.8 - utilização da tabela de segregação 
ÍNDICE NUMÉRICO DO IMDG CODE 
O índice foi compilado para capacitar o usuário do IMDG CODE, a encontrar a 
página correspondente (IDMG CODE PAGE) do número das Nações Unidades (UN Nº) 
de certa substância. O número da lista de emergência (EMS Nº) encontra-se em 
publicação em separado, assim como existe uma publicação específica para o número 
da lista no Guia Médico de Primeiros Socorros (MFAG TABLE Nº).
61 
EXEMPLO: PARA FORMIC ACID UN Nº 1779 
UN Nº    9 MEANING 
8 1 7 7 IMDG CODE PAGE Nº 
1 7 7 8 – 0 5 EMS Nº 
7 0 0 MFAG TABLE Nº 
/ A linha inclinada indica que a entrada com UN Nº foi apagada do capítulo 2 da 
lista de carga perigosa. 
 A linha horizontal indica que a substância ainda não foi incluída no IMDG CODE. 
PACKAGING GROUP 
GRUPO I GRANDE PERIGO 
GRUPO II MÉDIO PERIGO 
GRUPO III MENOR PERIGO 
CATEGORIA A On deck or 
under deck 
Navios carguerios e de 
passageiros 
CATEGORIA B On deck or 
under deck 
Navios cargueiros e navios de até 
25 passageiros 
On deck only Navios de passageiros 
CATEGORIA C On deck only Navios cargueiros e de 
passageiros 
CATEGORIA D On deck only Navios cargueiros e navios de até 
25 passageiros 
Prohibited Navios de passageiros 
CATEGORIA E On deck or 
under deck 
Navios cargueiros e navios de até 
25 passageiros 
Prohibited Navios de passageiros
62 
TABELA DE SEGREGAÇÃO 
CLASSE 
1.1 
1.2 
1.5 
1.3 
1.6 
1.4 2.1 2.2 2.3 3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 6.1 6.2 7 8 9 
Explosivo 1.1, 1.2, 1.5 * * * 4 2 2 4 4 4 4 4 4 2 4 2 4 X 
Explosivo 1.3, 1.6 * * * 4 2 2 4 3 3 4 4 4 2 4 2 2 X 
Explosivo 1.4 * * * 2 1 1 2 2 2 2 2 2 X 4 2 2 X 
Gases Inflamáveis 2.1 4 4 2 X X X 2 1 2 X 2 2 X 4 2 1 X 
Gases Não Tóxicos, Não 
Inflamáveis 2.2 2 2 1 X X X 1 X 1 X X 1 X 2 1 X X 
Gases Tóxicos 2.3 2 2 1 X X X 2 X 2 X X 2 X 2 1 X X 
Líquidos Inflamáveis 3 4 4 2 2 1 2 X X 2 1 2 2 X 3 2 X X 
Sólido Inflamáveis 4.1 4 3 2 1 X X X X 1 X 1 2 X 3 2 1 X 
Substâncias Sujeitas à 
Combustão Espontâneas 4.2 4 3 2 2 1 2 2 1 X 1 2 2 1 3 2 1 X 
Substâncias Que São Perigosas 
Quando Molhadas 4.3 4 4 2 X X X 1 X 1 X 2 2 X 2 2 1 X 
Substâncias Oxidantes 5.1 4 4 2 2 X X 2 1 2 2 X 2 1 3 1 2 X 
Peróxidos Orgânicos 5.2 4 4 2 2 1 2 2 2 2 2 2 X 1 3 2 2 X 
Venenos 6.1 2 2 X X X X X X 1 X 1 1 X 1 X X X 
Substâncias Infectantes 6.2 4 4 4 4 2 2 3 3 3 2 3 3 1 X 3 3 X 
Materiais Radioativos 7 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 X 3 X 2 X 
Corrosivos 8 4 2 2 1 X X X 1 1 1 2 2 X 3 2 X X 
Substâncias Perigosas Diversas 9 X X X X X X X X X X X X X X X X X 
1. AWAY FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO SEPARADAS DE NO MÍNIMO 3 METROS) 
2. SEPARATED FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO AFASTADAS DE NO MÍNIMO 6 METROS) 
3 SEPARATED BY A COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM (EM COMPARTIMENTO DIFERENTE – NO 
CONVÉS AFASTADAS DE NO MÍNIMO 12 METROS) 
4. SEPARATED LONGITUDINALLY BY AN INTERVENING COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM 
(SEPARADO LONGITUDINALMENTE POR UM COMPARTIMENTO COMPLETO – NO CONVÉS 24 m.) 
X NO GENERAL SEGREGATION RECOMMENDED. (NÃO HÁ SEGREGAÇÃO, CASO HAJA, VER NO IMDG) 
* SEE SUB-SECTION 5.4 OF THE INSTRODUCTION TO CLASS 1 IN THE IMDG CODE. 
NORMAM -02 /DPC/2005 
FIG-13
63 
Teste de autoavaliação da unidade 5 
1) Tambores com querosene e sacarias devem ser estivados 
________________________ em compartimentos diferentes. 
2) Como se chama o material utilizado na proteção e separação de cargas? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
3) Quais as finalidades da separação da carga? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
4) Como se faz a separação para ventilar a carga? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
5) Cite alguns tipos de dunagens. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
6) Como se faz a separação de partidas de tambores, e por que é feita? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________
7) Quais as incompatibilidades entre as seguintes cargas: secas, limpas, delicadas, 
alimentícias e frágeis, respectivamente? 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
8) Conforme o IMDG CODE, o que significam os grupos I, II e III, respectivamente? 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
9) Utilizando a tabela de segregação, determine a segregação das seguintes cargas 
perigosas: CL 5.1, CL 3.2 e CL 2. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
10) O que significa as cargas perigosas da classe 1, 3, 5 e 7? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________ 
64
65 
6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA 
Nesta unidade, você vai: 
 Definir carga perigosa e mercadoria perigosa 
 Exemplificar e classificar as cargas perigosas 
 Citar os procedimentos legais determinados pela CISVHM e IMO 
para o transporte de cargas perigosas 
 Descrever o procedimento preconizado pelo ISGOTT para o 
recebimento e transferência de combustíveis e produtos químicos 
6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas 
Cargas perigosas são aquelas identificadas através do International Maritime 
Dangerous Goods Code (IMDG CODE). 
Mercadorias perigosas são as substâncias, materiais e artigos abrangidos pelo 
IMDG CODE. 
6.2 - exemplos de cargas perigosas 
01 CASE ARGENT NITRATE (01 caixa nitrato de 
prata) 
CL 5.1 UN Nº 1493 
37 CYLINDER CARBON DIOXIDE (37 cilindro gás 
carbônico) 
CL 2 UN Nº 1013 
06 PALLETS INK (06 paletes tinta p/escrever) CL 3.2 UN Nº 1993 
10 DRUMS FERRIC NITRATE (10 tambores nitrato 
CL 5.1 UN Nº 1466 
ferro)
66 
6.3 - classificação de cargas perigosas 
CLASSE 1 EXPLOSIVOS 
CLASSE 2 GASES (Comprimido, Liquefeito ou Dissolvido sobre Pressão) 
CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS 
CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS 
CLASSE 5 SUBSTÂNCIAS OXIDANTES 
CLASSE 6 SUBSTÂNCIAS VENENOSAS E INFECCIOSAS 
CLASSE 7 SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS 
CLASSE 8 CORROSIVAs 
CLASSE 9 OUTRAS SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS 
6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional para 
salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international 
maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas 
SOLAS 74/88 Consolidada até 01/01/2008  Capítulo VII Parte A 
Regra 3 
Prescrições para o transporte de mercadorias perigosas. 
O transporte de mercadorias perigosas sob a forma de embalagens deverá ser 
feito de acordo com os dispositivos pertinentes do Código IMDG. 
Regra 4 
Documentos 
1. Em todos os documentos relativos ao transporte por mar de mercadorias perigosas 
sob a forma de embalagens, deverá ser utilizado, para o embarque o nome adequado 
das mercadorias para embarque (não deverão ser utilizados apenas os nomes 
comerciais) e deverá ser fornecida a sua descrição correta de acordo com a 
classificação apresentada no Código IMDG.
6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para 
navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e 
transferência de combustível e produtos químicos. 
67 
ISGOTT 7.10 – 7.10.1 –Transferência de Navio para Navio 
Nas transferências entre navios, os dois petroleiros devem observar 
integralmente as precauções de segurança exigidas para as operações de carga 
normais. 
Se as precauções de segurança não estiverem sendo observadas em um dos 
navios, as operações não devem ser iniciadas ou, se em andamento, devem ser 
interrompidas. 
ISGOTT 7.10 – 7.10.2 – Transferência de Navio para Barcaças 
Nas transferências navio/barcaça, somente barcaças autorizadas e devidamente 
equipadas devem ser usadas. 
Precauções semelhantes àquelas estabelecidas para o transbordo de carga 
entre Navios; no “Ship to Ship Transfer Guide (Petroleum)” da ICS / OCINF 
também devem ser seguidas. Se as precauções de segurança não estão 
sendo observadas ou na barcaça ou no navio, as operações não devem ser 
iniciadas ou, se em andamento, devem ser interrrompidas.
68 
Teste de Autoavaliação da unidade 6 
1) Defina carga perigosa. 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
2) Qual a prescrição para o transporte de mercadorias perigosas sob a forma de 
embalagens? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
3) De acordo com o ISGOTT, o que os petroleiros devem observar na transferência de 
navio para navio? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
4) O que deve ser fornecido pelo documento relativo ao transporte por mar de carga 
perigosa? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
5) Como proceder quando as precauções de segurança não estão sendo seguidas de 
acordo com ICS / OCINF? 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________
4 técnicas de estivagem (tes)
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  • 1. MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO TÉCNICAS DE ESTIVAGEM (TES) 1ª edição Belém-PA 2009
  • 2. 2 © 2009 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas Autor: CLC Arlindo Nazareth Carvalho Santos Revisão Pedagógica: Erika Ferreira Pinheiro Guimarães Suzana Revisão Ortográfica: Esmaelino Neves de Farias Digitação/Diagramação: Roberto Ramos Smith Coordenação Geral: CC. Maurício Cezar Josino de Castro e Souza ____________ exemplares Diretoria de Portos e Costas Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro Rio de Janeiro, RJ 20090-070 http://www.dpc.mar.mil.br secom@dpc.mar.mil.br Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro de 1907 IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
  • 3. 3 SUMÁRIO 1. ESTIVA ........................................................................................................... 6 1.1- Definição .................................................................................................. 6 1.2- função e composição do terno de estiva .................................................. 6 1.3- atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do contramestre ............................................................................................ 7 1.4- finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário (ogmo) .................................................................. 11 1.5- normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança e saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego ................ 13 2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE ......................................... 19 2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva ................................... 19 2.2 - unitização de carga e sua finalidade ..................................................... 23 2.3 - principais métodos de unitização de carga ............................................ 24 2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres ...................... 25 2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de contêineres ............................................................................................ 26 2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de amarrado ................................................................................................ 28 Tarefa 3 ......................................................................................................... 99 3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM. ....................................................................... 33 3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem ............................................................................................... 33 3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina de estivagem .......................................................................................... 34 3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas embaladas em caixarias, cartões e engradados. ................................... 35 3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos ................. 36 3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes ........................... 38 3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido ................................. 38 3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de aço, tubos, perfis e bobinas de chapas de aço ...................................... 39 3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio ..................... 42 3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada .................. 42
  • 4. 4 3.10 - definição e uso de “big-bag” ................................................................ 43 3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações 43 3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do local de estivagem. ................................................................................ 44 4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS .......................................................................... 48 4.1 - Conceito e tipos de granéis ................................................................... 48 4.2 -ângulo de repouso ................................................................................. 49 4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar ........ 49 4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados necessários quando da estivagem de granéis sólidos com outras cargas .................................................................................................... 50 4.5 - escorregamento do grão em um porão ................................................. 51 4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de granéis líquidos para evitar esse efeito .................................................. 52 5. SEPARAÇÃO DE CARGA ............................................................................ 55 5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos 55 5.2 - finalidade da separação de cargas ........................................................ 55 5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres ............ 56 5.4 - processo de separação para ventilar a carga ........................................ 58 5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga ....................... 58 5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio ...... 58 5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser segregados ............................................................................................ 59 5.8 - utilização da tabela de segregação ....................................................... 60 6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA ......................................................... 65 6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas .............................................. 65 6.2 - exemplos de cargas perigosas .............................................................. 65 6.3 - classificação de cargas perigosas ......................................................... 66 6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional para salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas ...... 66 6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e transferência de combustível e produtos químicos. .............................. 67 7. ESTIVAGEM DE CARGA NO CONVÉS ....................................................... 69
  • 5. 5 7.1 - Principais cargas passíveis de serem estivadas no convés. ................. 69 7.2 - importância da peação da carga estivada no convés ............................ 69 7.3 - cuidados com a estivagem de carga no convés, e correta peação ....... 70 8. AVARIAS ...................................................................................................... 72 8.1 - Definição de avarias no transporte de carga e diferenciação entre avaria dano e avaria despesa ................................................................ 72 8.2 - tipos de avarias ..................................................................................... 72 8.3 - avarias à embarcação, à carga e a ambas ............................................ 73 8.4 - avarias mais comuns verificadas no carregamento, no transcorrer do transporte e no descarregamento. ......................................................... 73 8.5 - medidas a serem adotadas para evitar avarias ..................................... 74 8.6 - atividades do consertador de carga....................................................... 75 9. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES À ESTIVAGEM. ..................................... 79 9.1 - Plano de carga e os principais pontos nele abordados ......................... 79 9.2 - sequência de embarque da carga. ........................................................ 80 9.3 - como a distribuição da carga a bordo pode afetar a estabilidade da embarcação. .......................................................................................... 81 9.4 - principais marcas encontradas nas embalagens das cargas ................ 82 9.5 - providências que devem ser tomadas antes da descarga de uma embarcação. .......................................................................................... 83 9.6 - responsáveis nas diversas fainas de carregamento, transporte e descarga. ............................................................................................... 84 Tarefa11 ...................................................................................................... 113 10. ESTIVAGEM DE CARGAS FRIGORIFICADAS ......................................... 91 10.1 - Processos mais usuais na estivagem de carga frigorificada ............... 91 10.2 - tipos de cargas frigorificadas em função da temperatura de transporte ............................................................................................... 92 10.3 - cuidados básicos na preparação de porões ou câmaras frigoríficas para recebimento da carga a ser transportada. ..................................... 93 10.4 - cuidados durante o embarque de carga frigorificada. .......................... 93 10.5 - procedimentos básicos para estivagem de carga em câmaras e porões frigoríficos. ................................................................................. 94 10.6 - cuidados necessários no transporte de contêineres frigoríficos. ......... 94 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 116
  • 6. 6 1. ESTIVA Nesta unidade, você vai: Definir estiva Diferenciar as atribuições dos operadores de estiva Explicar a finalidade e atribuições dos OGMO Citar as normas de segurança constantes da NR-29 1.1 - Definição De acordo com o Dicionário Ilustrado de Marinha, é o ato ou efeito de estivar, ou seja, é o trabalho de carregar e descarregar navios. 1.2 - função e composição do terno de estiva Os trabalhadores de estiva são operários sindicalizados que possuem autonomia no seu serviço. Esse tipo de operário tem como função carregar e descarregar toda a carga de uma embarcação e operar os serviços de limpeza dos porões e rechego da carga após o carregamento. Chamamos de terno a divisão da forma de serviço dos estivadores. Este poderá variar, na proporção da carga operada, na legislação de todos os portos ou país. De acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total de 14 trabalhadores, a saber: a) um contramestre; b) dois homens de portaló; c) três guincheiros ou guindasteiros; e d) oito homens de porão.
  • 7. 1.3 - atribuições do estivador, do conferente, do consertador, do vigia e do 7 contramestre Os contratos, as convenções e os acordos coletivos de trabalho deverão estabelecer os processos de implantação progressiva da multifuncionalidade do trabalho portuário, que deve abranger as atividades de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, vigilância de embarcações e bloco. Denominamos, como o responsável pelo terno, o contramestre de terno. O seu papel é o de orientar os serviços de acordo com as instruções recebidas do Imediato do navio ou através do contramestre geral. É o estivador responsável pela disciplina e pelo bom andamento dos trabalhos desenvolvidos por seus subordinados. O contramestre geral, conhecido abreviadamente por “Geral”, é a maior autoridade da estiva a bordo e a quem cabe resolver os casos pendentes, sempre observando as instruções do Imediato do navio, seguindo seu plano prévio de carga e a legislação em vigor. Os homens de portaló controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o desenvolvimento do trabalho dos guincheiros ou guindasteiros, o içamento das lingadas no cais e o momento em que elas são arriadas nos porões dos navios. Para que o trabalho seja bem feito, eles se posicionam estrategicamente à vista dos guincheiros ou guindasteiros, ficando um na borda falsa do navio do lado do cais e o outro junto à braçola da escotilha, com uma visão ampla do porão. Os guincheiros ou guindasteiros são os homens que operam os guinchos dos paus de carga e guindastes do navio. Os homens de porão operam no carregamento, desfazendo as lingadas no porão e transportam a carga por carrinho, empilhadeira, ou manualmente, até a posição determinada pelo plano de carga. Na descarga, eles trazem os volumes dos locais onde estão estivados até a direção vertical da boca da escotilha e aí preparam a lingada que será içada pelo guindaste ou paus de carga movidos pelo guincho do navio. Há casos em que é criada uma suplementação de mão-de-obra denominada “reforço”. Não existe, contudo, uma regra para utilização do reforço de estivadores; a decisão pertence à própria entidade estivadora ou ao Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO), algumas vezes por solicitação do próprio armador junto a um desses dois operadores, para agilizar a operação.
  • 8. Os serviços de capatazia são efetuados por empregados das administrações dos portos, denominados de trabalhadores portuários. No porto, cada trabalhador tem uma função específica no desempenho do carregamento e descarregamento das embarcações, tais como: recebimento da carga nos portões do cais; transporte para os armazéns, arrumação da carga nesses depósitos ou retirada desses depósitos e transporte para a posição junto ao costado do navio, bem como o preparo da lingada; recebimento das cargas dos caminhões e vagões de estradas de ferro, junto ao navio, operação esta relacionada à exportação. Na importação, os trabalhadores portuários são responsáveis pelo recebimento da lingada em posição junto ao costado do navio, retirada do estropo da lingada do gato do aparelho de carga, transporte dos volumes até os armazéns de trânsito, arrumação nesses armazéns ou a entrega direta da carga ao caminhão ou vagão de trem da estrada de ferro. 8 ESTIVA SÃO AS OPERAÇÕES A BORDO E CAPATAZIA SÃO AS OPERAÇÕES EM TERRA. O conferente tem como finalidade, como o próprio nome indica, conferir a carga que é operada no porto. Essa conferência é feita por espécie, peso, número, marca, contramarca, procedência e destino, além da verificação do estado da mercadoria e checagem do peso com o manifesto da carga. Os conferentes podem ser de pátio, de guia, de balança, de porta, de lingadas, de plano e de manifesto. Nos navios de carga geral, os conferentes de lingadas são os mais importantes, pois trabalham diretamente com o navio. Esta classe de trabalhadores está vinculada a um sindicato e são considerados como trabalhadores avulsos; dessa forma, os conferentes são requisitados de acordo com a necessidade de seus serviços pelo OGMO. O controlista, também conhecido como separador, é um conferente que trabalha ligado ao agente do navio, separando a carga a ser embarcada de acordo com o plano de carga preparado pelo Imediato do navio. Na descarga, ele prepara e separa a carga para a entrega ao dono, através dos fiéis de armazéns. É o controlista que coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando que haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, caminhões,
  • 9. carretas, etc. O controlista é, portanto, o braço direito do Imediato do navio, por ser o elo entre o navio e o sistema portuário; são profissionais que reúnem grande prática nas operações portuárias e bom conhecimento das características de cada carga, devendo sempre prevenir o Imediato dos riscos de carregar cargas incompatíveis no mesmo porão. São trabalhadores avulsos e, por essa razão, são requisitados em número necessário aos seus sindicatos de classe, pelo OGMO. Consertadores são trabalhadores avulsos que trabalham nas operações de carga e descarga dos navios. São os responsáveis pelo reparo das embalagens, marcação, remarcação, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura em caso de vistoria. O consertador só é dispensado para casos de cargas como maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpado, tratores, embarcações, bananas em cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, bujões com ou sem gás, carne frigorificada sem envoltório, contêineres, ou seja, carga às quais não se pode dar reparo simples e imediato. Vigia tem a função de controlar a entrada e saída das pessoas que circulam a bordo de uma embarcação, durante as vinte e quatro horas do dia. Durante a noite, controla a iluminação do navio, está atento à aproximação de embarcações suspeitas (com o navio atracado ou fundeado), observa a normalidade da amarração do navio ao cais ou do fundeio. É o responsável pelo içamento da bandeira nacional. Quando o navio está operando, zela também para evitar que sejam roubados materiais pertencentes ao navio. 9 O CONTRAMESTRE É O CHEFE DO TERNO. O CONTRAMESTRE GERAL OU SIMPLESMENTE GERAL É A MAIOR AUTORIDADE DA ESTIVA A BORDO. É O EXECUTOR DAS ORDENS DO IMEDIATO DO NAVIO REPASSADAS PELO CONTROLISTA OU SEPARADOR. CONFERENTES, CONTROLISTAS E CONSERTADORES SÃO MAIS TRÊS CATEGORIAS QUE TRABALHAM NA OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA DE UM NAVIO.
  • 10. 10 Tarefa 1.1 Assinale a alternativa correta: 1) Os estivadores que trabalham a bordo designados de homens de portaló: a) controlam a entrada ou a saída de pessoas pelo portaló do navio. b) controlam a entrada ou a saída de carga pelo portaló do navio. c) controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o guindasteiro na operação de carregamento, ao içar, movimentar e arriar as lingadas. d) separam a carga a ser movimentada, cumprindo o plano de carga do navio. 2) A capatazia é a mão-de-obra exercida: a) dentro da orla do cais. b) fora da orla do cais. c) nos porões de carga dos navios d) pelos consertadores. Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!
  • 11. 1.4 - finalidade e principais atribuições do órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário (ogmo) A Lei 8630, de 25/02/1993, no artigo 18, capítulo IV, determina que os operadores portuários devam constituir, em todos os portos organizados, um Órgão de Gestão de Mão-de-obra do Trabalho Portuário, tendo como finalidade e atribuições: • administrar o fornecimento da mão-de-obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso; • manter com exclusividade o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador portuário avulso; • promover o treinamento e a habilitação profissional do trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro; 11 • selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso; • estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso; • expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e • arrecadar e repassar aos respectivos beneficiários os valores devidos pelos operadores portuários, relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários. ALÉM DE OUTRAS ATRIBUIÇÕES, CABE AO OGMO IMPLANTAR O PROCESSO PROGRESSIVO DE MULTIFUNCIONALIDADE DO TRABALHO PORTUÁRIO, ATRAVÉS DE TREINAMENTOS E DE CURSOS DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL.
  • 12. 12 Tarefa 1.2 Complete as lacunas com os termos apropriados de modo a tornar corretas as sentenças formuladas abaixo: 1) O Órgão de Gestão de Mão-de-Obra é quem organiza e ________________________ os trabalhadores portuários habilitados e mantém o registro dos trabalhadores portuários avulsos. 2) Chamamos de _________________________ a divisão da forma de serviço dos estivadores. Após realizar a tarefa, passe para a próxima subunidade!
  • 13. 1.5 - normas de segurança constantes da nr-29 da secretaria de segurança e 13 saúde no trabalho do ministério do trabalho e do emprego Normas regulamentadoras (NR-29) 29.1.1 Objetivo – Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. 29.1.2 Aplicabilidade – As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora do porto organizado. 29.1.3 Definições Terminal Retroportuário – é o terminal situado em zona contígua ao porto organizado ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, embarcada em contêineres, reboques ou semi-reboques. Zona Primária – é a área alfandegada para a movimentação ou armazenagem de cargas destinadas ou provenientes do transporte aquaviário. Tomador de Serviço – é toda pessoa jurídica de direito público ou privado que, não sendo operador portuário ou empregador, requisite trabalhador portuário avulso. Pessoa Responsável – é aquela designada por operadores portuários, empregadores, tomadores de serviço, Comandantes de embarcações, Órgão de Gestão de Mão-de- Obra (OGMO), sindicatos de classe, fornecedores de equipamentos mecânicos e outros, conforme o caso, para assegurar o cumprimento de uma ou mais tarefas
  • 14. específicas e que possuam suficientes conhecimentos e experiência, com a necessária autoridade para o exercício dessas funções. 14 29.1.4 – Competências 29.1.4.1 Competem aos operadores portuários, empregadores, tomadores de serviço e OGMO, conforme o caso: a) cumprir e fazer cumprir esta NR no que tange à prevenção de riscos de acidentes do trabalho e doenças profissionais nos serviços portuários; b) fornecer instalações, equipamentos, maquinários e acessórios em bom estado e condições de segurança, responsabilizando-se pelo correto uso; c) zelar pelo cumprimento da norma de segurança e saúde nos trabalhos portuários. 29.1.4.2 Compete ao OGMO ou ao empregador: a) proporcionar a todos os trabalhadores formação sobre segurança, saúde e higiene ocupacional no trabalho portuário, conforme o previsto nesta NR; b) responsabilizar-se pela compra, manutenção, distribuição, higienização, treinamento e zelo pelo uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC); c) elaborar e implementar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) no ambiente de trabalho portuário; d) elaborar e implementar o Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO) abrangendo todos os trabalhadores portuários. 29.1.4.3 Compete aos trabalhadores: a) cumprir a presente NR, bem como as demais disposições legais de segurança e saúde do trabalhador; b) informar ao responsável pela operação de que estejam participando, as avarias ou deficiências observadas que possam constituir riscos para o trabalhador ou para a operação;
  • 15. c) utilizar corretamente os dispositivos de segurança – EPI e EPC, que lhes sejam fornecidos, bem como as instalações que lhes forem confiadas. 29.1.4.4 Compete às administrações portuárias, dentro dos limites da área do porto organizado, zelar para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente. Fazem parte ainda das disposições iniciais da NR-29 a determinação da criação do Plano de Controle de Emergência (PCE) e o Plano de Ajuda Mútua (PAM). 15 29.1.5 – Instruções Preventivas de Riscos nas Operações Portuárias 29.1.5.1 – Para adequar os equipamentos e acessórios necessários à manipulação das cargas e providenciar medidas de prevenção, os operadores portuários, empregadores ou tomadores de serviço ficam obrigados a informar às entidades envolvidas com a execução dos trabalhos portuários, com antecedência de no mínimo 48 horas, o seguinte: a) peso dos volumes, unidades de carga e suas dimensões; b) tipo e classe do carregamento a manipular; c) características específicas das cargas perigosas a serem movimentadas ou em trânsito. 29.1.6 – Plano de Controle de Emergência – PCE e Plano de Ajuda Mútua – PAM. 29.1.6.1 – Cabe à administração do porto, ao OGMO e empregadores, a elaboração do PCE, contendo ações coordenadas a serem seguidas nas situações descritas neste subitem e compor com outras organizações o PAM. 29.1.6.2 – Devem ser previstos os recursos necessários, bem como linhas de atuação conjunta e organizada, sendo objeto dos planos as seguintes situações: a) incêndio ou explosão; b) vazamento de produtos perigosos;
  • 16. 16 c) queda de homem ao mar; d) condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias; e) poluição ou acidentes ambientais; f) socorro a acidentados. COMPETE À ADMINISTRAÇÃO DO PORTO, EMPREGADORES, TOMADORES DE SERVIÇO E OGMO CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A NR-29 E A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTROLE DE EMERGÊNCIA (PCE) E O PLANO DE AJUDA MÚTUA (PAM).
  • 17. 17 Teste de autoavaliação da unidade 1 1) Denominamos ______________________________ o trabalho de carregar e descarregar navio. 2) Os operários sindicalizados que possuem autonomia nos seus serviços, têm como função carregar e descarregar toda carga de uma embarcação, operar os serviços de limpeza dos porões e rechego da carga após o carregamento, são conhecidos por qual nome? 3) Nos navios de carga geral, os conferentes considerados os mais importantes, pois trabalham diretamente com o navio, são os de: a) manifesto. b) balança. c) porta. d) lingada. 4) Quem coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando que haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, caminhões, carretas. É chamado de ____________________ ou _____________________. 5) Os serviços de ________________________________ são efetuados por empregados das administrações dos portos, denominados de trabalhadores portuários. 6) De acordo com a antiga legislação, os ternos de estiva são compostos por um total de 14 trabalhadores, a saber: a) ______________________ b) ______________________ c) ______________________ d) ______________________
  • 18. 7) O OGMO seleciona e _________________________ o trabalhador portuário avulso. 8) O que criou a Lei 8.630, que dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias, entre outras providências? _______________________________________________________________ 9) Conforme as normas regulamentadoras NR-29.1.4.3 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e do Emprego, o que compete aos trabalhadores? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 10) O terminal situado em zona contígua ao porto organizado ou instalação portuária, compreendida no perímetro de cinco quilômetros dos limites da zona primária, demarcada pela autoridade aduaneira local, no qual são executados os serviços de operação, sob controle aduaneiro, com carga de importação e exportação, embarcados em contêineres, reboques ou semi-reboques são denominados de: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 18
  • 19. 19 2. PREPARAÇÃO DA CARGA PARA EMBARQUE Nesta unidade, você vai: Diferenciar fator de estiva e quebra de estiva Descrever os principais métodos de unitização de carga Definir carga pré-lingada Citar as vantagens e desvantagens na utilização de contêineres 2.1 - Definições de fator de estiva e quebra de estiva FATOR DE ESTIVA é o volume ocupado por uma tonelada de determinada carga. No sistema métrico decimal é apresentado em m³/tm. O Fator de Estiva leva em consideração se a carga é ou não embalada, o tipo da embalagem e a forma em que ela é estivada. Exemplo: milho a granel, milho ensacado, milho em contêiner. A granel apresentará um fator de estiva mais baixo se houver um preenchimento dos espaços mortos junto ao tope dos porões. O Fator de Estiva seria o inverso da densidade, não fosse também considerados os espaços perdidos nas diversas modalidades de estivagem, também chamados de ESPAÇO MORTO OU QUEBRA DE ESTIVA. Fator de Estiva do Navio é a relação entre o volume dos compartimentos de carga pelo peso máximo de carga que o navio pode transportar.
  • 20. 20 CÁLCULO DO FATOR DE ESTIVA A) Cálculo para determinação do Fator de Estiva de determinada carga embalada, tirando-se as medidas de apenas um volume embalado. 1.000V SISTEMA MÉTRICO Fe = P V = volume em m³ P = peso em kg Fe = peso em m³/tm. NOTA: Na prática, para converter um fator de estiva do sistema inglês para unidade métrica, basta dividi-lo por 35; pois 1m³ = 35,317 pés³. B) Cálculo do fator de estiva, considerando uma partida ou bloco de um tipo de carga, estivada em determinado espaço ou praça do navio VOLUME Fe = PESO EXERCÍCIO RESOLVIDO 1º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado mede 1,00m x 0,50m x 0,70m e pesa 175 Kg? 1.000 (1,00m x 0,70m x 0,50m) 1.000 x 0,35 m³ Fe = = = 2 m³/tm 175 Kg 175 Kg
  • 21. 2º EXERCÍCIO: Qual o fator de estiva de uma carga pesando 800 tm, estivada em uma praça de 600 m³. 21 V 600 m Fe = = = 0,75m³/tm P 800 tm QUEBRA DE ESTIVA é a perda de espaço dentro do porão do navio, em consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga, do tipo de embalagem, do formato do porão etc. A quebra de estiva é dada em função de percentagem do fator de estiva e a mesma varia de navio para navio, de porão para porão, de estiva para estiva. Quebra de estiva pode ser obtida através da seguinte equação: (Fe final – Fe inicial) 100 QE = Fe inicial V Fef = P Fef = fator de estiva final V = volume P = peso
  • 22. 22 EXERCÍCIO RESOLVIDO 3º EXERCÍCIO: Uma determinada carga com fator de estiva igual a 1,50 m³/tm ocupou 1,75m³/tm no porão nº 1 e 1,60 m³/tm no porão nº 2. Qual é a quebra de estiva de cada porão para esta carga? PORÃO 1 PORÃO 2 (1,75m³/t – 1,50m³/t) 100 (1,60m³/t – 1,50m³/t) 100 QE = QE = 1,50 m³/t 1,50 m³/t QE (porão 1) = 16,7% QE (porão 2) = 6,7% 4º EXERCÍCIO: Estivar 200 toneladas de fardos de tecidos com Fe = 3 m³/tm a uma altura de 4,50 m. Qual a extensão para vante que essa carga ocupará, já que ela será estivada na antepara de ré do porão, considerando uma quebra de estiva de 30% e que o porão mede 25m x 12m x 5m? Determinar também, quantos fardos terão em um lote, se a altura do fardo é de 0,90m. (I) Fe = 3,00 m3/tm QE 30% = 0,9 m3/tm Fe f. = 3,90 m3/tm (II) . Fef =__V_ . . V = P x Fef = 200t x 3,90 m3/tm = 780 m3 P (III) ÁREA = Largura x altura = 12 x 5m = 60 m2 (IV) Ext/AV = Volume : Área = 780 m3 : 60m2 = 13 metros (V) 4,50m : 0,90m = 5 fardos por lote Resposta: extensão para vante = 13m 5 fardos por lote
  • 23. 5º EXEMPLO: Um porão de carga com capacidade de 1.250 m³ recebeu 150 toneladas de chapas de ferro cujo Fe = 0,4 m³/tm. Quantos fardos de algodão de Fe = 3,0 m³/tm podem ser estivados nesse porão, sabendo-se que 6 fardos pesam 1 tonelada? Admite-se uma quebra de estiva de 4%. 23 (I) (II) Fe = 0,4 m³/t V = P x Fef = 150 t x 0,416 m³/t = 62,4 m³ QE 4% = 0,016 m³/t Fef = 0,416 m³/t (III) (IV) Porão = 1.250 m³ Fe = 3,00 m³/t Volume Ferro = 62,4m³ QE 4% = 0,12 m³/t Praça p/Fardos = 1.187,6m³ Fef = 3,12 m³/t (V) (VI) P = V : Fef = 1187,6 : 3,12 m³/t = 380,641 t 6 fardos ------- 1,0 t x fardos ------- 380,641 t Resposta: 2.283 fardos de algodão. 2.2 - unitização de carga e sua finalidade Unitização de cargas é o processo de agrupar em uma só unidade, os volumes que podem ser pré-lingados, embandejados ou paletizados e estivados dentro de contêineres. O processo tem a finalidade de aumentar a produtividade nos portos e diminuir consideravelmente as estadias dos navios, que podem assim fazer mais viagens por ano, e ganhar mais fretes.
  • 24. 24 2.3 - principais métodos de unitização de carga Prélingada – As lingadas de sacarias são confeccionadas utilizando fitas de nylon de 10cm de largura e resistência para três toneladas. As cargas são prélingadas desde o embarque até a sua entrega ao consignatário, quando então as fitas de nylon são retiradas para posterior devolução a seu proprietário. Apresenta maior rapidez na operação de carga e descarga; menor valor no custo da estiva; boa ventilação; despesas com lingas e maior quebra de estiva. FIG-01 Referência: carga unitizada Embandejada ou Paletizada – É ideal para a operação com empilhadeira, tanto no cais e armazém, como no porão do navio. www.iea.sp.gov.br www.logismarket.pt FIG-2a FIG-2b Conteinerizada – Chamada também de carga contentorizada, necessita de equipamento especializado para a sua operação.
  • 25. Naturalmente que a carga paletizada e a conteinerizada têm muito maior quebra de estiva do que a carga geral solta, e exigem equipamentos mais pesados e potentes para a sua movimentação, assim como pessoal especializado. 25 2.4 - vantagens e desvantagens na utilização de contêineres Embora a conteinerização de cargas tenha revolucionado os meios de transporte, ainda não é o sistema perfeito, ideal, pois apesar das inúmeras vantagens, também apresenta desvantagens. VANTAGENS: • redução de perdas, roubos e avarias; • possíveis reduções de custos de embalagens e rotulagem; • estocagem de mercadorias em áreas descobertas; • redução de mão-de-obra na movimentação da carga; • redução das taxas de capatazia nos portos brasileiros; • melhor controle de qualidade dos perecíveis; • melhor segurança para o pessoal, carga e equipamentos; • redução do tempo entre o produtor e o consumidor; • melhoria no transporte de cargas perigosas; e • desconto sobre o frete básico, sob certas condições, sendo o “porta a porta” o mais usado. Os contêineres embarcam sobre carretas atreladas a cavalo mecânico, ou os cavalos mecânicos serão atrelados no destino. DESVANTAGENS: • perda de espaço dentro do contêiner – quebra de estiva; • exigência de equipamentos e acessórios de alto investimento para movimentação de contêineres, nos locais de expedição e recebimento, e nos terminais, por ocasião das operações de carga e descarga; • pagamento do aluguel do contêiner; • transporte de contêiner vazio para o local de estufagem;
  • 26. • passível de pagamento de frete marítimo, que pode exceder o frete da mercadoria se transportada sob outra modalidade de acondicionamento; 26 • considerável custo de reparo; • acréscimos no valor do frete básico marítimo (“liner terms”) sobre certas condições, sendo as mais comuns “Pier to House” e “Pier to Pier”; e • custos elevados de administração. 2.5 - cuidados a serem observados na estufagem e na desestufagem de contêineres Um ponto de grande importância, de menção indispensável, é a diferença entre o volume útil do contêiner e o volume efetivamente ocupado pela carga acondicionada dentro dele, provocada pela incompatibilidade entre as dimensões das embalagens e o espaço disponível no interior do contêiner. Essa diferença é chamada de Fator de Quebra de Estiva. A tabela a seguir é resultado de uma pesquisa. FATOR DE QUEBRA DE ESTIVA TIPOS DE CONTÊINER QUEBRA DE ESTIVA ISO DE 10 PÉS 17% ISO DE 20 PÉS 12% ISO DE 30 PÉS 10% ISO DE 40 PÉS 8,9%
  • 27. 27 www.astrotecnologia.com.br FIG-3 Referência: estufar ou ovar o contêiner. Estufar um contêiner é enchê-lo de mercadoria. Em alguns portos e terminais brasileiros, costuma-se usar o termo ovar no lugar de estufar. Não confundir, estufar contêiner com estivar o contêiner, que é colocar o contêiner em sua posição correta. Na estufagem do contêiner, o peso deve estar bem distribuído, além do que, juntamente com o volume, não devem exceder seus limites de capacidade. A distribuição do peso no piso do contêiner não pode exceder 4,5 tm/m² nos contêineres de 20 pés e 3,0 tm/m² nos de 40 pés. A arrumação dos volumes deve aproveitar ao máximo o volume interno do contêiner, reduzindo os riscos de movimentos internos durante o transporte. Nos espaços vazios, que não puderem ser preenchidos com carga, devem ser usados dunagem (barrotes, tábuas, caibros, papelão, isopor, sacos infláveis, papel etc.). As caixas mais frágeis e com material mais leve devem ser arrumadas na parte superior, diretamente em cima das mais pesadas. Caixas uniformes em peso e tamanho podem ser empilhadas uma sobre a outra. As caixas de diferentes dimensões e pesos, separadas, arrumadas e peadas adequadamente para evitar movimentos independentes.
  • 28. A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes laterais cobrindo todo o piso e qualquer espaço no centro deve ser preenchido com material de dunagem. O conteúdo de barris e tambores pode ser perigoso e capaz de contaminar outras cargas. Estes recipientes devem ser vistoriados: são fortes, seguros, capazes de manter o seu conteúdo íntegro, inviolável? Sobre o assunto, John R. Immer enumera alguns itens sobre tambores de metal: 1. devem ser sempre estivados em pé; 2. as tampas devem ficar na parte superior do tambor bem bujonadas; 3. não usar tambores de segunda mão. Caso o embarcador insista em usá-lo, faça anotações no recibo do Imediato, no B/L e no manifesto; 4. use selos adequados para lacrar as tampas; 5. não misture diferentes tipos de tambores. Não misture barris de aço, fibras ou madeira com tambores; 6. rejeite qualquer tambor com indício de vazamento ou de área enfraquecida; e 7. os tambores devem ser peados com cabo de arame de aço; bloquear e preencher os espaços vazios no centro com isopor ou madeira. Entre uma camada e outra de tambores devem ser separadas por compensado, para a distribuição uniforme da pressão. 28 2.6 - vantagens e desvantagens da carga unitizada sob o processo de amarrado MADEIRA – Anos atrás a madeira apresentava-se para embarque em troncos ou em forma serrada. Atualmente, em forma de tronco, de acordo com as autoridades brasileiras, não é permitido o seu comércio. O carregamento de madeira serrada em tábuas, pranchas ou outras formas soltas, unidade por unidade, tornou-se uma operação bastante demorada, necessitando de reforço de estivadores por terno de estiva, tanto no carregamento quanto na descarga, dessa forma uma operação sujeita a muitas avarias nas peças de madeira é grandemente onerosa. As madeiras serradas, as caixas com compensados são carregadas embaladas, amarradas por fitas metálicas ou plásticas, e tomam o nome de amarrados. São movimentadas tanto no cais como nos porões dos navios por meio de
  • 29. empilhadeiras e estivadas nos porões no sentido transversal (BB/BE). Podem ser escoradas e peadas com mais facilidade e eficiência do que quando eram embarcadas soltas. Outros tipos de carga são carregados em amarrados, tais como: chapas de 29 ferro, lingotes de chumbo, vergalhões, tubos de ferro e de PVC etc.
  • 30. 30 Teste de Autoavaliação da unidade 2 1) Quando carregamos o porão de um navio, o que significa a perda de espaço dentro deste porão, em consequência da má distribuição da carga, da má estivagem da carga, do tipo de embalagem, do formato do porão etc.? _______________________________________________________________ 2) Qual o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado mede 0,60m x 0,30m x 0,30m e pesa 80 Kg? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) O cobro do porão de carga nº 2 do navio “Solimões” tem a capacidade de 2.002m³. Quantas toneladas de certa mercadoria em caixa podem ser carregadas nele, se cada caixa pesa 40 kg e mede 0,50m x 0,40m x 0,40m? Admitir 10% de quebra de estiva. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________
  • 31. 4) Um porão de carga tem 2.079m³ de espaço para carga geral. Quantos sacos de cimento que pesam 50kg cada, com Fe = 1m³/tm podem ser estivados, admitindo-se a resistência do cobro em 5 tm/m² e uma quebra de estiva de 5%? Como o porão tem 21m x 18m x 5,50m, determine também: a que altura ficará a carga. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Cite três métodos de unitização de carga. ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Cite cinco vantagens na utilização de contêineres. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 31
  • 32. 7) Quais os outros tipos de carga que são carregadas em amarrados, além da madeira serrada e caixas com compensados? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) Não confundir, estufar o contêiner com __________________________ o contêiner que é colocar o contêiner em sua posição correta. 9) A estufagem de paletes em contêineres deve ser feita ao longo das paredes laterais cobrindo todo o piso e preenchido com material de _______________________________ qualquer espaço no centro. 10) Ao estufar contêiner com __________________________ de metal devemos arrumar os tambores sempre em pé, com as tampas para cima e bem bujonadas 11) O cobro do porão de carga mede 16m de comprimento, 8m de largura e 4m de altura. Se estivarmos 160 toneladas de certa carga de Fe = 1,5 m³/tm com uma quebra de estiva de 5%, em quase toda a altura do porão junto à antepara de vante, qual a extensão para ré que essa carga ocupará? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 32
  • 33. 33 3. TÉCNICAS DE ESTIVAGEM. Nesta unidade, você vai: Identificar as atividades do pessoal de estivagem Descrever as técnicas e processos de estivagem Enumerar os cuidados na estivagem 3.1 - Atividades desenvolvidas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem De uma maneira geral, os navios devem ter um porto de início e de fim de viagem, onde os porões devem ficar vazios total ou parcialmente, quando então se providencia uma limpeza rigorosa dos porões, realizada pelo pessoal do bloco. Atualmente, as empresas de navegação com grande movimentação de carga, só conseguem ficar com os porões total ou parcialmente vazios, quando vão docar em estaleiro para obras. Outra faina que requer os serviços do bloco é quando, conforme a natureza da carga transportada, é conveniente uma baldeação com água doce para retirar os resíduos de certas cargas, os quais podem servir de causa de avarias para a carga a embarcar. Quando o navio encontra-se em um porto e recebe ordem de carregar sal a granel, também é requisitado pessoal do bloco para baldeação com água doce e a seguir, caiação das amuradas e do piso do cobro do porão. Quando, em um navio graneleiro, necessita-se acondicionar a carga de grãos, solicita-se junto à estiva pessoal do bloco para rechegar os grãos para cumprimento do Solas-74. Recorre-se ao pessoal do bloco para realizar o serviço de escoramento e peação da carga e se por acaso a estiva não possuir pessoal especializado, a guarnição de convés só assim pode realizar o serviço. O PESSOAL DO BLOCO É FORNECIDO PELA ESTIVA
  • 34. 3.2 - atividades desenvolvidas e responsabilidades dos tripulantes na faina de 34 estivagem Nem todo tripulante está envolvido diretamente com a operação de carga e descarga do navio. Por exemplo, o eletricista é o responsável pelo bom funcionamento dos guindastes e guinchos do navio, sua iluminação (inclusive dos porões) etc.; os oficiais de máquinas, pelos grupos geradores elétricos, máquinas frigoríficas e supervisão geral de todas as máquinas motoras envolvidas nas operações. Porém, é o pessoal de convés que trabalha diretamente no planejamento, distribuição e acondicionamento de carga nos porões. O Comandante do navio é o responsável pela operação como um todo, inclusive pela estivagem perfeita das cargas recebidas para o transporte, e pela guarda dessa mercadoria enquanto ela estiver a bordo. Devido à complexidade que envolve a operação de carga/descarga de mercadorias, o Comandante delega poderes a seus tripulantes, para em seu nome executarem as diversas etapas dessa operação que envolve o navio, ficando as atribuições assim divididas: • O Imediato do navio é o encarregado geral de toda a operação. É ele o responsável pela confecção do plano de carregamento, pela distribuição das cargas nas praças (espaços vazios nos porões) disponíveis e pelo cuidado com a carga durante toda viagem, até a entrega no porto de destino, mantendo condições ideais para que não haja avarias. • Os oficiais de náutica auxiliam diretamente o Imediato nas seguintes fainas: trabalham no serviço de fiscalização do manuseio da carga no convés e nos porões; preparam a documentação necessária referente à carga, relatórios e protestos marítimos, quando necessário, e são os substitutos eventuais do Imediato. • O contramestre do navio é o responsável pelos equipamentos usados na carga e descarga, tais como: paus-de-carga, guinchos, guindastes, poleames, massames, etc. É ele que cuida do fechamento e abertura das escotilhas e de sua conservação. Efetua e supervisiona a peação da carga, e a manutenção dessas peações em viagem.
  • 35. • O faroleiro é a denominação que se dá ao marinheiro que tem sob guarda o material de convés. É ele o encarregado do paiol do mestre. • O fiel do porão é um marinheiro que funciona como uma espécie de elo entre o pessoal do navio e a estiva. No início da operação de carga e descarga, ele recebe do faroleiro do navio o material que vai ser usado na operação e o entrega à estiva e, após a operação, recolhe-o ao paiol do mestre, através do faroleiro. Além dessa função, ele permanece no convés durante todo o trabalho, supervisionando todos os porões que estiverem operando, mantendo o Imediato do navio sempre a par de tudo o que está acontecendo: avarias ocorridas, má estivagem da carga, fechamento dos embornais do convés para evitar que subprodutos de petróleo ou cargas tóxicas venham a cair ao mar e poluir as águas do porto e fica também atento à ação da estiva a fim de evitar acidente no trabalho. Assim podemos dizer que os fiéis de porão são hoje marinheiros de convés que trabalham nos porões como fiscais do carregamento, para que as instruções ditadas pelo oficial encarregado da carga sejam cumpridas corretamente pelos estivadores. 35 O ELETRICISTA É O RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO DA PARTE ELÉTRICA DOS GUINDASTES E GUINCHOS DO NAVIO E PELA BOA ILUMINAÇÃO DOS PORÕES; ENQUANTO O CONTRAMESTRE É O RESPONSÁVEL PELOS EQUIPAMENTOS DE OPERAÇÃO DE CARGA QUANTO À SUA CONSERVAÇÃO, LUBRIFICAÇÃO, SEGURANÇA E SEU BOM FUNCIONAMENTO. 3.3 - técnicas de estivagem quando do carregamento de cargas embaladas em caixarias, cartões e engradados. CAIXARIA A estivagem de caixarias de tamanho uniforme não apresenta dificuldades; porém, as caixarias de tamanho diferentes, são mais difíceis de serem estivadas, apresentando problemas na arrumação, provenientes de fatores como do peso, embalagem e dimensões, exigindo certos cuidados na estivagem. De um modo geral, as caixas mais pesadas e resistentes devem ser estivadas em lugares mais baixos, procurando-se preencher os claros por vezes deixados pelo
  • 36. tipo de construção da caixa por outras menores, a fim de manter, tanto quanto possível, uma superfície plana. Quando as embalagens não apresentam uma resistência satisfatória para ser iniciada a segunda fiada, devem-se colocar pranchas de madeira ou compensado; isto não só protege a carga, como permite uma boa estivagem das outras cargas a embarcar. Ao se estivarem volumes pequenos sobre caixas grandes, tábuas devem ser colocadas de forma que o peso dos volumes pequenos seja exercido sobre as cantoneiras das caixas e não sobre os painéis das suas faces. Estrados devem também ser usados para nivelar a estivagem de volumes heterogêneos. 36 CARTÕES / ENGRADADOS Separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo também é frágil. Devem-se fazer estrados completos de apoio para distribuir uniformemente a pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo. Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a quarta camada a contar de baixo; outro, entre a sexta e a sétima; e outro entre a décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas. O estrado pode ser substituído pelo compensado. Os engradados são de natureza bastante frágil e sua estivagem é feita como a dos cartões e caixas, mas sempre se evitando grandes alturas, e estivagem de outras cargas por cima. 3.4 - estivagem de cargas embaladas em sacarias ou em fardos SACARIAS / FARDOS As sacarias e os fardos devem ser estivados em lugares secos e muito bem protegidos, pois cobrem um número variado de artigos de diferentes espécies. Conforme a disponibilidade de praça, a ventilação e a segurança para o pessoal, podemos estivar: FARDO A FARDO e MEIO FARDO A MEIO FARDO. Na manipulação de fardos deve ser proibido o emprego de ganchos.
  • 37. 37 Há três formas básicas de estivar sacarias: 1ª SACO-A-SACO quando a ventilação é necessária; 2ª MEIO-SACO A MEIO-SACO quando não necessita de muita ventilação, mas oferece menor quebra de espaço; 3ª ESTIVAGEM AMARRADA quando há necessidade de impedir o movimento dos sacos ou impedir que as pilhas se desfaçam ou quando a carga é de natureza muito móvel, como a soja; e 4ª ESTIVAGEM PRÉ-LINGADA maior rapidez na operação de carga e descarga, menor valor no custo da estiva, boa ventilação; porém, haverá despesas com lingas e maior quebra de estiva. FIG-4a FIG-4b FIG-4c FIG-4d
  • 38. 38 3.5 - cuidados na estivagem de barris, tambores e baldes TAMBORES Tambores, barris, baldes e barricas devem ser estivados em pé, separados por estrados ou por compensados em cada camada, e devem ser estivadas junto ao piso do compartimento, sobre uma forração de dunagem chamada camada de drenagem. AS CAIXAS, CARTÕES E FARDOS PODEM SER ESTIVADOS COMO AS SACARIAS: SACO-A-SACO E MEIO-SACO A MEIO-SACO. 3.6 - processo de estivagem de tubos de ferro fundido TUBOS DE FERRO FUNDIDO São estivados em sentido longitudinal, procurando posicionar os tubos de maior comprimento o mais próximo da linha de centro e os mais curtos nos bordos, por dois motivos: os tubos menores têm maior facilidade de movimentação fora de boca; têm melhores acomodações nos espaços restantes, nem sempre regulares, principalmente nos porões extremos. Os tubos dotados de flanges devem ser estivados alternadamente por camadas, voltadas para vante e para ré, de modo a ocupar menos espaço e se auto-escorar no sentido longitudinal. Se os tubos forem de ferro fundido, estarão sujeitos a avarias por choques na manipulação. Quanto maior o diâmetro do tubo, mais fraco ele é. Dois são os processos para estivar tubos de ferro fundido: • os tubos até 20cm de diâmetro aproveitam melhor o espaço e não podem ser estivados com tubos maiores, pois são sujeitos a muitos esforços e a pancadas na manipulação, tanto na carga como na descarga. A primeira camada de tubos no sentido longitudinal do porão, com os alargamentos ou flanges tocando-se todos, do mesmo lado e voltados para a antepara (a antepara deve ser revestida de chapas de compensado), e os corpos paralelos, mantidos na horizontal por meio de berço ou escoramento. Nos intervalos entre os corpos de uma camada são colocados os corpos da camada seguinte, sempre se alternando os flanges.
  • 39. 39 FIG-5a e 5b • os tubos de mais de 20cm de diâmetro, estivagem das pilhas compactas, tubo ao lado de tubo, no sentido longitudinal, alternando os flanges. FIG- 6a e 6b No embarque, as trincas ou rachas produzidas por choques não são visíveis, mas, no fim da viagem, no porto de descarga, a ferrugem que brota das trincas ou rachaduras torna bem evidente a avaria. 3.7 - técnicas básicas para estivagem de trilhos, vergalhões, chapas de aço, tubos, perfis e bobinas de chapas de aço TRILHOS Os trilhos devem ser estivados no sentido proa-popa, bem encostados uns aos outros, e apoiados sobre separação de madeira alta, não só no fundo do porão como
  • 40. entre cada duas camadas, para facilitar a passagem das lingas de correntes, na descarga. Para impedir o perigosíssimo movimento dos trilhos em viagem, eles devem ser bem escorados com madeira. As amuradas devem ser bem protegidas com madeirames verticais. 40 Terminado o carregamento, deve ficar uma estivagem plana e lisa. Trilhos mal manuseados podem furar o costado ou o fundo do navio. VERGALHÕES São operados com lingas e estropos de cabo de arame de aço, evitando que dobrem ou vergem. A estivagem é feita no sentido proa-popa, com o apoio sobre madeira de separação, colocadas de BB/BE. As peças de maior comprimento devem ser estivadas no centro, no meio do cobro do porão e as mais curtas, nos bordos. As peças retas são estivadas retas para cima e, à medida que vai formando o espaço junto ao encolamento, este espaço deve ser usado para peças menores, carga de enchimento ou ser preenchido com madeira. FIG-7
  • 41. 41 CHAPAS Em geral são movimentadas com patolas especiais e estivadas sobre madeira de separação, para que não empenem. É preciso evitar os movimentos causados pelo mar por meio de escoramento e acunhamento. Qualquer barriga que seja notada durante a estivagem, deve ser corrigida com enchimento de madeira. FIG-8 BOBINAS DE CHAPAS DE AÇO E BOBINAS DE PAPEL Geralmente são estivadas com o “core” (alma) na horizontal, orientados proa-popa. O “core” não pode ser danificado. O escoramento da primeira camada é feito com cunhas e o espaço remanescente nos bordos deve ser preenchido com escoramento de madeira. As bobinas das camadas subsequentes são estivadas por sobre o encontro das bobinas inferiores, de modo a formar uma contenção das unidades, como mostra a ilustração. As empilhadeiras utilizadas para este tipo de carga facilitam a operação, pois já chegam ao local com as bobinas posicionadas. FIG-9
  • 42. 42 3.8 - processos de estivagem de lingotes de cobre e alumínio Os lingotes, quando em grande quantidade, são embarcados a granel. Para lingotes em pouca quantidade faz-se estivagem compacta e segura, escorando-se os lotes, quando necessários. Devem ser manuseados com muito cuidado, pois podem causar avarias e acidentes pessoais, devido a seu peso. 3.9 - processos de estivagem de madeira em tora e aparelhada As toras são embarcadas uma a uma, escoradas e apoiadas sobre tábuas de separação, para permitir a retirada do estropo de arame de aço ou linga de corrente, por ocasião do carregamento, e para permitir não só a colocação da linga na descarga, como facilitar o dreno das águas. A madeira serrada se estiva de proa-popa e deve-se usar o máximo do comprimento de porão possível, para ganhar praça. Quando as tábuas são de tamanhos diferentes, há que escolher criteriosamente as peça a serem colocadas no sentido do comprimento, a fim de aproveitar a praça. As cargas de tábuas no convés devem ser apoiadas em barrotes para separação, colocados inclinados de meia nau para os bordos, de forma a permitir fácil drenagem da água embarcada ou da chuva. É preciso ter muita atenção ao se carregar madeira no convés para não obstruir cabeços, cunhos, buzinas, tubos de sonda, ventiladores, suspiros, tomadas de incêndio, etc. É também necessário deixar passagem fácil e segura, para que a tripulação possa circular livremente da proa para a popa. A carga deve ser bem peada com cabos de arame de aço, para impedir que o mar a desembarque debaixo de mau tempo. As madeiras serradas, quando são carregadas embaladas amarradas por fitas metálicas ou plásticas, que tomam o nome de amarrados, são movimentadas tanto no cais como nos porões dos navios por meio de empilhadeiras e estivadas nos porões no sentido transversal (BB/BE). Podem ser escoradas e peadas com mais facilidade e eficiência do que quando embarcadas soltas.
  • 43. 43 3.10 - definição e uso de “big-bag” É importante notar que, de acordo com os padrões ISO, não só os recipientes metálicos, como os sacos com capacidade acima de uma tonelada, denominados de “big bags”, também são contêineres. Eles são projetados com aberturas em cima e em baixo e alças reforçadas (duas ou quatro) para sustentar o peso total quando suspenso. É um contêiner ideal para transporte de produtos agrícolas, fertilizantes, cimento a granel. www.todocontenedores.com FIG-10 3.11 - carregamentos de cargas rodadas para transporte em embarcações O carregamento de cargas rodantes através de embarcações se processa por meio dos navios tipo “ROLL-ON/ROLL-OFF” (RO-RO). Como o próprio nome sugere, “roll-on/roll-off” é um sistema operacional onde as cargas embarcam e desembarcam sobre rodas, em movimentos horizontais, minutos após a manobra de atracação. Os navios tipo “RO-RO” têm provado sua grande
  • 44. popularidade, principalmente nos períodos de férias, quando proprietários de veículos se deslocam em grandes números, para fazer turismo dirigindo seus próprios carros. Atualmente, a frota mercante de navios RO-RO, está subdividida em vários tipos com dezenas de projetos e equipamentos diferentes, para atender as mais diversas solicitações dos usuários e seus sistemas de apoio ao tráfego marítimo, com os seguintes tipos de embarcações: 44 próprias para o transporte somente de veículos; próprias para o transporte de veículos e passageiros; e próprias para o transporte de veículos e contêineres. O conceito “drive-through” levou a projetos de pequenos “ferries” com portas e rampas na proa e popa, permitindo o rápido embarque e desembarque de veículos sem necessidade de manobras a bordo. O RO-RO Caboclo é constituído por uma balsa com rampas manuais na proa e na popa e, como não possui propulsão própria, são transportadas através de nossos rios, canais e vias de acesso por rebocadores empurradores. Atualmente, no rio Amazonas, a maioria das balsas não necessita mais de rampas, porque diversos portos são providos de rampas próprias, que são movimentadas por diversos processos. 3.12 - técnicas de estivagem de contêineres observando o “stack limit” do local de estivagem. Na operação de estivagem de contêineres a bordo devemos observar os seguintes fatores: 1. porto de destino; 2. peso total da carga movimentada; 3. número de contêiner térmico; 4. cargas perigosas; 5. peso de cada contêiner; 6. os contêineres mais robustos (tanques) devem ser estivados nas “tier” mais baixas e “rows” mais externos;
  • 45. 7. os contêineres no convés devem ser estivados longitudinalmente e com a porta voltada para popa; 8. a estivagem no convés é feita normalmente até cinco de altura e sem uso de células guias; 9. sob o contêiner base, forrar com madeira; 10. um contêiner de 40’ pode ser estivado sobre dois de 20’, mas nunca dois de 20’ sobre um de 40’ (só se o contêiner de 40’ for reforçado e assim o permitir); 11. os contêineres mais altos de “tiers” adjacentes devem ser peados com pontes de topo (“bridge fitting”); 12. o peso bruto do contêiner mais alto de cada “tier”, não deve exceder 70% do peso do contêiner da base; 13. para cada empilhamento (“stack limit”), conforme ISO 1496/1, o peso máximo que um contêiner base estivado no cobro pode suportar é 192tm; 14. contêineres “reefers” ou integrados (ativos) devem ser estivados próximos das tomadas, e os tipos “conair” nos “stacks” correspondentes à temperatura prescrita no contêiner; 15. a estivagem deve obedecer à sequência dos portos de escala; e 16. contêineres “open top” devem ser estivados nas “tiers” mais altas. 45
  • 46. 46 Teste de autoavaliação da unidade 3 1) Quais as atividades realizadas pelo pessoal do bloco na faina de estivagem? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Da seção de máquinas o __________________ é o responsável pelo bom funcionamento dos guinchos, guindastes, sua iluminação, inclusive dos porões. 3) Quais os oficiais que são encarregados do bom funcionamento dos grupos geradores elétricos, máquinas frigoríficas e demais máquinas motoras envolvidas na operação de carga? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) O responsável pela operação de estivagem como um todo é o ___________________ e o encarregado geral de toda a operação é o ___________________. 5) O marinheiro ____________________________ é o responsável pelo paiol do mestre; enquanto que o marinheiro ______________________ do porão é o elo de ligação entre o pessoal do navio e a estiva. 6) Descreva as técnicas de estivagem quando carregando cartões. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________
  • 47. 7) Quais as três formas básicas de estivagem de sacarias? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) Como é efetuada a estivagem de tambores? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 9) Descreva o processo de estivar tubos de ferro fundido, quando o diâmetro do tubo for inferior a 20cm. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 10) Como são estivados os lingotes? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 47
  • 48. 48 4. ESTIVAGEM DE GRANÉIS Nesta unidade, você vai: Conceituar granéis Definir ângulo de repouso Citar os métodos de rechegar Descrever os procedimentos para estivagem de granéis sólidos e líquidos 4.1 - Conceito e tipos de granéis As cargas a granel são aquelas embarcadas por “tombos” (largadas em queda livre) nos espaços de carga ou bombeadas através de redes, desprovidas de embalagem ou marcas, e têm sua quantidade embarcada definida não por contagem ou conferência de unidade física, caixas, amarrados ou similares, mas pelo peso calculado pelo volume ocupado nos compartimentos, associados ao fator de estiva, peso específico ou pela arqueação de carga, no final do carregamento, usando-se as marcas do calado do navio. A SOLAS de 1960 considera como grão: trigo, milho, aveia, centeio, cevada, arroz, legumes secos, sementes e formas beneficiadas dos mesmos, cujo comportamento seja similar àquele do grão em seu estado natural. Os grãos podem ser leves ou pesados. Os grãos pesados são quaisquer grãos que não sejam aveias, cevadas ligeiras ou sementes de algodão, que são considerados grãos leves. A cevada é ligeira quando tem 643,451 Kg/m³ como peso máximo. Consideram-se grãos pesados: trigo, milho, centeio, arroz, legumes secos e outras sementes Os minérios em geral, pão de gusa (briquetes), carvão, enxofre, sal, etc., são também cargas transportadas a granel.
  • 49. 49 4.2 -ângulo de repouso O ângulo de repouso do grão é o ângulo compreendido entre o plano horizontal e a superfície do cone que forma a carga de grãos ao ser despejada no porão. O ângulo de repouso varia de produto para produto, de acordo com o formato das partículas, grau de umidade, fator de estiva e movimento de que sejam animados durante o tombo da esteira transportadora ou jogo do navio durante o transporte. Mesmo nos compartimentos totalmente cheios com grãos, a carga se acama, baixando de nível, criando uma superfície livre. Se o navio sofrer um balanço superior ao ângulo de repouso do grão carregado, este se movimentará, criando uma situação de peso descentralizado, adquirindo então uma banda permanente, e pondo em risco a estabilidade do navio. ÂNGULOS DE REPOUSO PARA DIFERENTES GRÃOS ARROZ 20 GRAUS MILHO 21 GRAUS AVEIA 21 GRAUS LINHAÇA 21 GRAUS SOJA 22 GRAUS TRIGO 23 GRAUS CENTEIO 32 GRAUS CEVADA 47 GRAUS 4.3 - rechego no transporte de granéis sólidos e métodos de rechegar No enchimento dos porões de carga, a importância do movimento dos grãos varia com a profundidade do espaço vazio acima das superfícies dos grãos. Por esta razão, é de maior importância que o compartimento de carga esteja o mais cheio possível e as superfícies dos grãos niveladas, rechegadas ou acondicionadas nas extremidades, pois os navios têm os seus porões alto-estiváveis apenas lateralmente.
  • 50. Rechego ou acondicionamento pode ser acertado, usando acessórios. Quando 50 se usa máquinas para rechego, deve-se guardar uma distância mínima. O outro método de rechego dos grãos é manual, utilizando pás e rodos de madeira, acondicionando os grãos para as extremidades dos porões, apresentando os porões o mais cheios possível e nivelados. Rechego dos porões quando existem cobertas que estão fechadas, o acondicionamento dos grãos será feito permitindo o acesso pelo agulheiro. A carga deverá ser nivelada de um bordo a outro, ou ser contida por meio de divisórias de madeira longitudinais, e a capacidade máxima de resistência da coberta deve ser respeitada de acordo com a Solas 74/88 Consolidada até 01/01/, Capítulo VI – Parte B, Regra 7, item 5. Quando o porão estiver parcialmente cheio (SLACK) deve-se nivelar a superfície do grão. Isto é aparente, pois mesmo com um pequeno balanço, o grão começará a movimentar-se, tendendo a se acamar, com isso permitindo que se origine uma inclinação natural. A AVEIA, CEVADA LIGEIRA E SEMENTE DE ALGODÃO SÃO CONSIDERADOS GRÃOS LEVES, PESANDO 643,451kg/m³ 4.4 - espaço vazio, técnicas mais utilizadas para evitá-lo e cuidados necessários quando da estivagem de granéis sólidos com outras cargas ESPAÇO VAZIO designa os espaços que não foram possíveis encher de grãos a granel, no término do carregamento de um porão de carga. Sabe-se da dificuldade de encher completamente um porão de carga com grãos a granel, no entanto tenta-se minimizá-la através das seguintes técnicas: a estiva com o pessoal do bloco interfere apenas na hora do rechego, o qual deve ser feito com o máximo de cuidado. para evitar que fique espaço vazio quando o grão vai se acamando, construíam-se alimentadores de madeira – uma espécie de funil com maior altura que o porão, através do qual os grãos preenchiam o porão. Atualmente a SOLAS 74/88, consolidada até 01/01/2008, considera o método acima inadequado. Talvez para substituir os antigos alimentadores. Os navios graneleiros atuais possuem braçolas de escotilhas bastante altas.
  • 51. para impedir que a carga, ao se acamar, forme espaços vazios, deixa-se um cavado na superfície da carga, como uma grande tigela, forra-se com encerado ou plástico, enchendo-se a tigela com carga geral apropriada ou sacarias. quando se operam granéis com outro tipo de carga no mesmo porão, tomam-se as necessárias providências para evitar a contaminação da outra carga por poeira. Para isso, pode-se proteger a outra carga com encerados, plásticos, ou, o que é mais eficaz, fazer uma espécie de poço de encerado em volta da escotilha, desde a sua boca até o lugar onde está sendo estivado o granel. Carrega-se primeiro o granel, espera-se assentar a poeira, varre-se e colocam-se as demais cargas. 51 4.5 - escorregamento do grão em um porão O grão a granel tem a propriedade de um semi-fluído e, portanto, está sujeito a movimento, devido a um balanço forte sofrido pelo navio em mar duro. Em 1967/68, um estudo foi feito pela “U.S.Coast Guard” e o “British Department of Trade” para determinar o procedimento do grão a granel quando carregado em navios com vários porões. Esse estudo, feito com experimentos usando modelos simulados do movimento da carga dentro do porão, em tempo duro, traz a seguinte conclusão a seguir. Com o navio carregado com grãos a granel, existe a possibilidade de haver um movimento de grãos quando o navio estiver sofrendo balanços de amplitudes superiores ao ângulo de repouso do grão. Este movimento acarreta uma mudança na posição do centro de gravidade do navio na condição considerada, o que diminui a estabilidade para o bordo do movimento. Em consequência deste fato, os requisitos de estabilidade para este tipo de carga diferem dos requisitos mencionados nos “Critérios de Estabilidade da IMO” para navios de carga geral. O TRIGO E DEMAIS GRÃOS COM ÂNGULO DE REPOUSO EM TORNO DE 23º SÃO CONSIDERADOS CARGAS PERIGOSAS PORQUE O ÂNGULO DE REPOUSO É MENOR QUE 35º.
  • 52. 4.6 - efeito de superfície livre e procedimentos básicos para estivagem de granéis 52 líquidos para evitar esse efeito Efeito de superfície livre é a relação entre o produto da inércia máxima da superfície livre e a densidade do líquido no tanque pelo deslocamento do navio, ou seja: I.M.S.L x d Liq.Tq E.S.L. = D mx. E.S.L. = Efeito da superfície livre I.M.S.L = Inércia máxima da superfície livre d Liq.Tq = Densidade do líquido no tanque Dmx. = Deslocamento máximo do navio Quando um tanque está parcialmente cheio com um líquido, o navio sofre uma perda virtual na altura metacêntrica, que pode ser calculada usando a fórmula acima. Quando um tanque estiver completamente cheio, não existe possibilidade de nenhum movimento do líquido contido em seu interior, e o efeito produzido por esse tanque na estabilidade do navio é nulo. Quando um tanque estiver completamente vazio, o efeito da superfície livre na estabilidade do navio também é nulo. Assim que uma quantidade de líquido é retirada do tanque, a situação muda completamente e a estabilidade do navio passa a ser afetada pelo chamado “efeito de superfície livre”. Esse efeito adverso na estabilidade é conhecido como uma redução de GM.
  • 53. 53 Teste de auto-avaliação da unidade 4 1) Quais os tipos de granéis que o Solas 60 consideram como grãos? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Quais os grãos considerados pesados de acordo com o Solas 60? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Quando o SOLAS considera que o grão é leve? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Defina ângulo de repouso do grão. ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Um navio carregado de trigo a granel, mas com um dos porões parcialmente cheio, enfrentando um temporal, sofre balanços superiores ao ângulo de repouso do trigo. O que ocorrerá? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Defina espaço vazio. ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________
  • 54. 7) A importância do corrimento dos grãos varia com a profundidade do espaço vazio acima das superfícies dos grãos; por esta razão, o que é de maior importância fazer? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) Por que o trigo e demais grãos com ângulo de repouso em torno de 23º, são considerados carga perigosa? ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 9) O duplo fundo nº 7 BB/BE estão com superfície livre e a inércia máxima obtida na tabela é 1030m³, a densidade do óleo combustível 0,970 t/m³ e deslocamento máximo de 76.814tm. Calcular o efeito da superfície livre que ocasionará uma perda na altura metacêntrica. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 10) Quando é que o efeito da superfície livre é nulo? ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 54
  • 55. 55 5. SEPARAÇÃO DE CARGA Nesta unidade, você vai: Conceituar separação de cargas Explicar a finalidade e os processos de separação de cargas Definir segregação Demonstrar a utilização da tabela de segregação 5.1 - Separação de cargas e os recursos mais utilizados nesses processos Separação de carga é estivá-la em compartimentos diferentes. Tambores com querosene e sacarias não devem ficar no mesmo compartimento; devem ser estivados em compartimentos diferentes, ou seja, “separados”. Carga geral e a granel, do ponto de vista da estivagem, não podem ser misturadas. Podem ser estivadas no mesmo porão desde que convenientemente “separadas” por material adequado. O material adequado utilizado para a proteção e a separação de cargas é a “DUNAGEM”. Significa toda espécie de artigo que é usado com o fim de proteger a carga das avarias provenientes do fato de uma ficar em contato com outra, ou de proteger a carga de ficar em contato com as partes estruturais do navio, ou ainda de protegê-la de condensação das amuradas e de infiltrações nos porões. O material de proteção ou separação, geralmente é constituído de madeira, mas pode ser também de esteira, lona, papel, etc. A escolha desse material compete ao encarregado da operação do navio e depende da natureza da carga a estivar, mas, além de adequado, o material deve ser bem estivado. 5.2 - finalidade da separação de cargas A separação tem também a finalidade de ventilar a carga; de proteger contra possíveis contatos com líquidos, provenientes de avarias em cargas úmidas ou suor dos porões; evitar avarias por pressão e evitar extravio. Assim, por exemplo:
  • 56. • Para evitar mistura entre as partidas de portos diferentes, pode-se usar para separá-las papel, encerado, sarrapilheira, esteira, rede, etc; • Para tambores, barris, baldes etc, a separação pode ser com estrados de madeira ou compensado, com a finalidade de distribuir uniformemente a pressão da camada que está em cima exerce sobre a que fica por baixo. • Currais de madeira – com a finalidade de separar as castanhas-do-pará a granel, por serem de tamanhos diferentes. 56 5.3 - processo de separação para evitar contato com líquidos livres Para evitar que a carga seja avariada por carga úmida, aquela que pode desprender líquidos, que podem vazar (tambores, barris, barricas, baldes etc), devemos estivá-las junto ao piso do compartimento, sobre uma forração de dunagem chamada camada de drenagem. Camada de Drenagem – para evitar que outras cargas sejam avariadas por líquidos livres de cargas úmidas, deve-se providenciar para que tais líquidos corram livremente para as dalas ou pocetos dos porões, ou em bornais das cobertas. A carga úmida, sempre que possível, deve ser estivada no cobro dos porões, na parte de ré. Nos navios que possuem “dalas” no cobro, a camada de drenagem é feita em “espinha de peixe”. Quando o porão é de “pocetos”, a camada de drenagem é feita com “caibros longitudinais”, conforme as figuras abaixo.
  • 57. 57 POCETO DALA proa proa CAIBROS LONGITUDINAIS CAIBROS “ESPINHA DE PEIXE” FIG-11 FIG-12 A fim de permitir a livre drenagem das dalas, pocetos e embornais, a carga é separada nas amuradas pelas sarretas (dunagem permanente), havendo entre estas e as amuradas um espaço de ventilação e escoamento para as dalas do porão. Em ocasiões em que se possa prever grande quantidade de líquidos livres no cobro, a camada de drenagem pode ser dupla. NAVIOS CARGA GERAL POSSUEM DALAS CAMADA DE DRENAGEM EM “ESPINHA DE PEIXE”. NAVIOS GRANELEIROS POSSUEM POCETOS CAMADA DE DRENAGENS “LONGITUDINAIS”.
  • 58. 58 5.4 - processo de separação para ventilar a carga A ventilação de certas cargas é necessária para evitar mofo, aquecimento, umidade, etc, e também para evitar a condensação do vapor d’água contido no ar, fazendo a sua permanente circulação e renovação. Com esse fim, utiliza-se madeira de separação no meio das partidas de carga, além de estrados no piso do cobro e das cobertas, armados no sentido dos dutos de ventilação, ou seja, de bombordo para boreste. As sacarias estivadas saco a saco podem ser separadas com madeira, com a finalidade de ventilar e proteger. As partidas de carga homogêneas de sacarias podem ser estivadas amarradas em lotes separados de pequenas distâncias, para receber melhor ventilação. 5.5 - separação para evitar o efeito da compressão da carga A separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem fraca, como certos cartões, engradados, principalmente quando o conteúdo também é frágil, devendo-se fazer estrados completos de apoio, para distribuir uniformemente a pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo. Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a quarta camada a contar de baixo, outro entre a sexta e a sétima, e outro entre a décima segunda e a décima terceira; daí por diante, estrados a cada seis camadas. O estrado pode ser substituído pelo compensado. Tambores e barricas em pé devem ser separados por estrados ou compensados em cada camada. 5.6 - separação de carga como meio de evitar roubos, furtos e extravio Separação para evitar extravio é necessária principalmente em cargas ditas homogêneas, destinadas a diversos portos, ou mesmo para vários consignatários num mesmo porto. Quando os volumes são diferentes no tipo, tamanho, cor etc, a separação é natural. Mas, quando diferem apenas pelas marcas, é preciso fazer a separação artificial, que se coloca entre as partidas a separar. As cargas sujeitas a roubos ou furtos, devem ser estivadas em porão de carga especial, trancadas.
  • 59. 5.7 - conceito de segregação e exemplos materiais que precisam ser segregados Segregar uma carga é distanciá-la das demais, a fim de que não avarie, nem 59 venham a ser avariadas pelas cargas que lhe são incompatíveis. Cargas que precisam ser segregadas CARGA ÚMIDA é aquela que pode desprender líquidos, que pode vazar. Geralmente é estivada junto ao piso do porão, no cobro, próximo das dalas ou dos pocetos, sobre uma forração de dunagem. Exemplo: Engradados de garrafas de cervejas, tambores de óleo, baldes de tintas, latas de sucos, etc. CARGA SECA é aquela que não desprende líquido e pode ser avariada em contato com cargas úmidas. Exemplo: sacarias de grãos, produtos de papel, aço, metais, artigos elétricos, eletrônicos, etc. CARGA LIMPA é aquela que não desprende sujeira, mas que pode ser avariada com contato com carga suja. Exemplo: produtos de papel, artigos de seda, tecidos de algodão, etc. CARGA ODORÍFERA é aquela que desprende odor que impregna outras cargas, quando estivadas no mesmo porão e às vezes, até em compartimento adjacente. Exemplo: querosene, amoníaco, fertilizante, couros crus, frutas cítricas, etc. CARGA DELICADA é aquela que se avaria facilmente com os odores de outras mercadorias. Exemplo: farinha de trigo, queijo, arroz, etc. CARGA HIGROSCÓPICA é aquela que desprende muita umidade. Uma ventilação apropriada pode controlar a umidade desprendida por esta carga, porém, se não a executar corretamente, o vapor d’água contido no ar pode se condensar e avariar as cargas limpas e secas. Exemplo: fibras vegetais, arroz, sal, etc.
  • 60. CARGAS LEVES E PESADAS – De modo geral, a carga pesada deve ser estivada no cobro do porão, colocando-se a carga mais leve por cima. Não que sejam propriamente incompatíveis, é que geralmente as cargas leves são mais frágeis. CARGAS FRÁGEIS são as que não suportam esforços. Devem ser protegidas 60 por dunagem, ou estivadas em separado. CARGAS ALIMENTÍCIAS são aquelas que não vêm acondicionadas em latas hermeticamente fechadas. CARGAS VENENOSAS são cargas perigosas e estão catalogadas na classe 6.1 da regra 2, do capítulo VII da SOLAS. Devem ser estivadas separadas de todas as substâncias alimentícias, inclusive daquelas hermeticamente fechadas. INCOMPATIBILIDADE DAS CARGAS SECAS (S) ÚMIDAS (U) LIMPAS (L) SUJAS (SU) SECAS (S) ALTAMENTE HIGROSCÓPICA (H) DELICADAS (D) ODORÍFERAS (O) FRÁGEIS (F) PESADAS (P) ALIMENTÍCIAS (A) VENENOSAS (VE) GERAL (GN) A GRANEL (B) GRANEL A GRANEL B 5.8 - utilização da tabela de segregação ÍNDICE NUMÉRICO DO IMDG CODE O índice foi compilado para capacitar o usuário do IMDG CODE, a encontrar a página correspondente (IDMG CODE PAGE) do número das Nações Unidades (UN Nº) de certa substância. O número da lista de emergência (EMS Nº) encontra-se em publicação em separado, assim como existe uma publicação específica para o número da lista no Guia Médico de Primeiros Socorros (MFAG TABLE Nº).
  • 61. 61 EXEMPLO: PARA FORMIC ACID UN Nº 1779 UN Nº 9 MEANING 8 1 7 7 IMDG CODE PAGE Nº 1 7 7 8 – 0 5 EMS Nº 7 0 0 MFAG TABLE Nº / A linha inclinada indica que a entrada com UN Nº foi apagada do capítulo 2 da lista de carga perigosa. A linha horizontal indica que a substância ainda não foi incluída no IMDG CODE. PACKAGING GROUP GRUPO I GRANDE PERIGO GRUPO II MÉDIO PERIGO GRUPO III MENOR PERIGO CATEGORIA A On deck or under deck Navios carguerios e de passageiros CATEGORIA B On deck or under deck Navios cargueiros e navios de até 25 passageiros On deck only Navios de passageiros CATEGORIA C On deck only Navios cargueiros e de passageiros CATEGORIA D On deck only Navios cargueiros e navios de até 25 passageiros Prohibited Navios de passageiros CATEGORIA E On deck or under deck Navios cargueiros e navios de até 25 passageiros Prohibited Navios de passageiros
  • 62. 62 TABELA DE SEGREGAÇÃO CLASSE 1.1 1.2 1.5 1.3 1.6 1.4 2.1 2.2 2.3 3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 6.1 6.2 7 8 9 Explosivo 1.1, 1.2, 1.5 * * * 4 2 2 4 4 4 4 4 4 2 4 2 4 X Explosivo 1.3, 1.6 * * * 4 2 2 4 3 3 4 4 4 2 4 2 2 X Explosivo 1.4 * * * 2 1 1 2 2 2 2 2 2 X 4 2 2 X Gases Inflamáveis 2.1 4 4 2 X X X 2 1 2 X 2 2 X 4 2 1 X Gases Não Tóxicos, Não Inflamáveis 2.2 2 2 1 X X X 1 X 1 X X 1 X 2 1 X X Gases Tóxicos 2.3 2 2 1 X X X 2 X 2 X X 2 X 2 1 X X Líquidos Inflamáveis 3 4 4 2 2 1 2 X X 2 1 2 2 X 3 2 X X Sólido Inflamáveis 4.1 4 3 2 1 X X X X 1 X 1 2 X 3 2 1 X Substâncias Sujeitas à Combustão Espontâneas 4.2 4 3 2 2 1 2 2 1 X 1 2 2 1 3 2 1 X Substâncias Que São Perigosas Quando Molhadas 4.3 4 4 2 X X X 1 X 1 X 2 2 X 2 2 1 X Substâncias Oxidantes 5.1 4 4 2 2 X X 2 1 2 2 X 2 1 3 1 2 X Peróxidos Orgânicos 5.2 4 4 2 2 1 2 2 2 2 2 2 X 1 3 2 2 X Venenos 6.1 2 2 X X X X X X 1 X 1 1 X 1 X X X Substâncias Infectantes 6.2 4 4 4 4 2 2 3 3 3 2 3 3 1 X 3 3 X Materiais Radioativos 7 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 X 3 X 2 X Corrosivos 8 4 2 2 1 X X X 1 1 1 2 2 X 3 2 X X Substâncias Perigosas Diversas 9 X X X X X X X X X X X X X X X X X 1. AWAY FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO SEPARADAS DE NO MÍNIMO 3 METROS) 2. SEPARATED FROM (NO MESMO COMPARTIMENTO AFASTADAS DE NO MÍNIMO 6 METROS) 3 SEPARATED BY A COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM (EM COMPARTIMENTO DIFERENTE – NO CONVÉS AFASTADAS DE NO MÍNIMO 12 METROS) 4. SEPARATED LONGITUDINALLY BY AN INTERVENING COMPLETE COMPARTMENT OR HOLD FROM (SEPARADO LONGITUDINALMENTE POR UM COMPARTIMENTO COMPLETO – NO CONVÉS 24 m.) X NO GENERAL SEGREGATION RECOMMENDED. (NÃO HÁ SEGREGAÇÃO, CASO HAJA, VER NO IMDG) * SEE SUB-SECTION 5.4 OF THE INSTRODUCTION TO CLASS 1 IN THE IMDG CODE. NORMAM -02 /DPC/2005 FIG-13
  • 63. 63 Teste de autoavaliação da unidade 5 1) Tambores com querosene e sacarias devem ser estivados ________________________ em compartimentos diferentes. 2) Como se chama o material utilizado na proteção e separação de cargas? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Quais as finalidades da separação da carga? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Como se faz a separação para ventilar a carga? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Cite alguns tipos de dunagens. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Como se faz a separação de partidas de tambores, e por que é feita? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________
  • 64. 7) Quais as incompatibilidades entre as seguintes cargas: secas, limpas, delicadas, alimentícias e frágeis, respectivamente? ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) Conforme o IMDG CODE, o que significam os grupos I, II e III, respectivamente? ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 9) Utilizando a tabela de segregação, determine a segregação das seguintes cargas perigosas: CL 5.1, CL 3.2 e CL 2. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 10) O que significa as cargas perigosas da classe 1, 3, 5 e 7? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 64
  • 65. 65 6. ESTIVAGEM DE CARGA PERIGOSA Nesta unidade, você vai: Definir carga perigosa e mercadoria perigosa Exemplificar e classificar as cargas perigosas Citar os procedimentos legais determinados pela CISVHM e IMO para o transporte de cargas perigosas Descrever o procedimento preconizado pelo ISGOTT para o recebimento e transferência de combustíveis e produtos químicos 6.1 - Carga perigosa e mercadorias perigosas Cargas perigosas são aquelas identificadas através do International Maritime Dangerous Goods Code (IMDG CODE). Mercadorias perigosas são as substâncias, materiais e artigos abrangidos pelo IMDG CODE. 6.2 - exemplos de cargas perigosas 01 CASE ARGENT NITRATE (01 caixa nitrato de prata) CL 5.1 UN Nº 1493 37 CYLINDER CARBON DIOXIDE (37 cilindro gás carbônico) CL 2 UN Nº 1013 06 PALLETS INK (06 paletes tinta p/escrever) CL 3.2 UN Nº 1993 10 DRUMS FERRIC NITRATE (10 tambores nitrato CL 5.1 UN Nº 1466 ferro)
  • 66. 66 6.3 - classificação de cargas perigosas CLASSE 1 EXPLOSIVOS CLASSE 2 GASES (Comprimido, Liquefeito ou Dissolvido sobre Pressão) CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS CLASSE 5 SUBSTÂNCIAS OXIDANTES CLASSE 6 SUBSTÂNCIAS VENENOSAS E INFECCIOSAS CLASSE 7 SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS CLASSE 8 CORROSIVAs CLASSE 9 OUTRAS SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS 6.4 - procedimentos legais determinados pela convenção internacional para salvaguarda da vida humana no mar (cisvhm) e pela international maritime organization (imo) para o transporte de cargas perigosas SOLAS 74/88 Consolidada até 01/01/2008 Capítulo VII Parte A Regra 3 Prescrições para o transporte de mercadorias perigosas. O transporte de mercadorias perigosas sob a forma de embalagens deverá ser feito de acordo com os dispositivos pertinentes do Código IMDG. Regra 4 Documentos 1. Em todos os documentos relativos ao transporte por mar de mercadorias perigosas sob a forma de embalagens, deverá ser utilizado, para o embarque o nome adequado das mercadorias para embarque (não deverão ser utilizados apenas os nomes comerciais) e deverá ser fornecida a sua descrição correta de acordo com a classificação apresentada no Código IMDG.
  • 67. 6.5 - procedimento preconizado pelo guia internacional de segurança para navios tanques e terminais de óleo (isgott) para o recebimento e transferência de combustível e produtos químicos. 67 ISGOTT 7.10 – 7.10.1 –Transferência de Navio para Navio Nas transferências entre navios, os dois petroleiros devem observar integralmente as precauções de segurança exigidas para as operações de carga normais. Se as precauções de segurança não estiverem sendo observadas em um dos navios, as operações não devem ser iniciadas ou, se em andamento, devem ser interrompidas. ISGOTT 7.10 – 7.10.2 – Transferência de Navio para Barcaças Nas transferências navio/barcaça, somente barcaças autorizadas e devidamente equipadas devem ser usadas. Precauções semelhantes àquelas estabelecidas para o transbordo de carga entre Navios; no “Ship to Ship Transfer Guide (Petroleum)” da ICS / OCINF também devem ser seguidas. Se as precauções de segurança não estão sendo observadas ou na barcaça ou no navio, as operações não devem ser iniciadas ou, se em andamento, devem ser interrrompidas.
  • 68. 68 Teste de Autoavaliação da unidade 6 1) Defina carga perigosa. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Qual a prescrição para o transporte de mercadorias perigosas sob a forma de embalagens? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) De acordo com o ISGOTT, o que os petroleiros devem observar na transferência de navio para navio? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) O que deve ser fornecido pelo documento relativo ao transporte por mar de carga perigosa? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Como proceder quando as precauções de segurança não estão sendo seguidas de acordo com ICS / OCINF? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _________________________________________________________________