O coordenador (a) pedagógico (a) como agente da cultura da paz no ambiente escolar
1. O coordenador(a) pedagógico(a) como agente da Cultura da
Paz no ambiente escolar.
Como em qualquer outro lugar, a escola é um campo de grandes vivências para o
aluno. Ela propicia momentos diversos e fazem o aluno interagir nas diferentes áreas de
sua vida. Assim, ele faz amizades, cria perspectivas, socializa, forma conceitos, recebe
aprendizagem e adquire conhecimentos para as práticas e ações futuras, tanto na vida
social, quanto profissional . Na escola, estão presentes as portas para o mundo, porque
nela todas as classes se encontram e juntos compartilham suas diferentes concepções ,
pensamentos, ideologias, crenças e caráter. Todos querem conquistar seu espaço e
muitas vezes os que “brigam” se relacionam com os “apaziguadores e pacificadores”.
Este é um bom lugar para discutir e viver as concepções do respeito ao próximo, da
cultura da paz e da boa ordem ( disciplina). A escola nesse sentido pode construir essa
ponte de ligação para criar um ambiente cada vez mais tranqüilo e acolhedor. O “PPP”(
Projeto Político Pedagógico), documento maior que rege as ações escolares, deve
fomentar questões norteadoras e direcionadas no sentido de promover o bom andamento
de todo o ambiente escolar no sentido da construção de um espaço de paz. Sendo assim,
promover eventos, palestras, encontros, cursos para pais e alunos com parcerias de
órgãos competentes podem melhorar em muito essa questão em si.
Sabe-se que todos os fatos que acontecem no interior da escola e muitas vezes
nas imediações , são levados ao conhecimento da gestão. Assim, o coordenador (a) em
grande parte toma a frente desses fatos ( mesmo que não seja de sua função específica )
e procura ser um dos mediadores (as) na resolução dos problemas apresentados.
Assim, comunicar aos pais, por escrito ou via telefone e fazer registros faz parte do seu
dia a dia. Apesar de ser enriquecedor, esse momento tira muito tempo do coordenador
(a) que às vezes fica a desejar nas práticas das ações pedagógicas ( Eu me incluo nisto).
Alguns desses momentos podem até ser simples, outros porém, levam muito tempo
para serem feitos: Conversar com os alunos envolvidos, com os professores, fazer o
registro e muitas vezes até ligar para os pais no caso de questões mais graves. Em casos
mais extremos, o assunto é levado e encaminhado via ofícios aos órgãos competentes
como o Conselho Tutelar e também a Promotoria da infância e Juventude, para que
juntos encontrem soluções plausíveis. Desses casos encaminhados, a maioria são por
faltas injustificadas ou brigas graves e comportamentos inadequados .
2. Conseguir resolver os problemas de disciplina/indisciplina e a violência na
escola é um grande desafio e com certeza eles não se acabarão da noite pro dia, na
verdade, sempre existirão. Isso compete não somente a uma pessoa, mas a todos os
segmentos da unidade escolar: CDCE( Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar),
Pais, professores, alunos, etc. A violência, pode-se dizer que é um grande mal que
assola as nossas escolas e muitas são as formas de manifestação. Como bem disse Aída
Maria Monteiro Silvia no seu texto “A Violência na Escola :A Percepção dos Alunos e
Professores: “Já para diretores, coordenadores pedagógicos e professores, a percepção
apresentada com maior freqüência é a da violência enquanto descumprimento das leis e
derivada da falta de condições materiais da população, associando-a à miséria, à
exclusão social e ao desrespeito ao cidadão:(p,259)
Atualmente, além das indisciplinas comuns como discussões, xingamentos,
palavrões, falta de respeito para com colegas e professores, brigas, entre outras, nos
confrontamos também com os atos cibernéticos. Alunos, pais, professores e gestores,
podem entrar numa guerra virtual desnecessária quando postam, comentam ou curtem
algo desagradável deturpando assim a moral um do outro. Tudo isso pode ser evitado
com a prática da ética e da boa conduta nas redes sociais ( isto é um outro artigo).
A prática da cidadania e da CULTURA DA PAZ, é construída sobre elementos
importantes e isso engloba principalmente a ação dos direitos e deveres de cada um. O
respeito dado é transmitido, porém, precisa ser praticado. A escola, como formadora de
opinião e também de caráter pode criar e possibilitar práticas para o exercício dessa
cidadania. Precisamos respeitar as pessoas como elas são, mas necessariamente não
precisamos concordar com algumas práticas desenvolvidas por elas. É importante amar
um aluno violento ou até usuário de drogas entre outros, mas temos que deixar claro que
não concordamos com tais atitudes. Só podemos exercer a cidadania se levarmos em
conta o respeito pelo próximo.
BIBLIOGRAFIA
ARROYO, M. Quando a Violência Infanto-Juvenil Indaga a Pedagogia. In:Educação e
Sociedade: revista de ciência da educação. Campinas: Cortez/CEDES. V. 28, Nº 100,
2007. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a0828100.pdf> Acesso em
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3. SILVA, A. M. M. A violência na escola: a percepção dos alunos e professores.
Disponível em <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amc_a.php?t=001> Acesso em
15/04/2013
VASCONCELLOS, C. S. Os desafios da disciplina em sala de aula e na escola.
Disponível em <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?t=014> Acesso em
15/04/2013
Raimundo Soares de Andrade é coordenador da Escola Est. Eunice Souza dos Santos e
agente da Cultura da paz em Rondonópolis-MT, Brasil
prrsoares@hotmail.com
Visite:
http://prrsoaresamigodedeus.blogspot.com