1. AGRISSÊNIOR
NOTICIAS
Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jeffcdiass@gmail.com)
Edição 505 – ANO XI Nº 19– 10 de dezembro de 2014
FLORESTA AMAZÔNICA E O CLIMA: HÁ CONTROVÉRSIAS!?
Breno Grisi
Professor de ecologia, autor do blog www.ecologiaemfoco.blogspot.com
Para início de conversa, explico que escrevo
este sucinto comentário sobre a Amazônia e o
clima no Brasil, não como especialista em
clima, mas apenas como ecólogo preocupado
com afirmações do tipo "A afirmação de que
as secas da região Sudeste estão sendo
causadas pelo desmatamento da Amazônia é
leviana, não tem base científica, além de ser
contrária ao bom senso...". Como professor
de ecologia, sinto-me no dever de esclarecer
fatos revelados pela ciência, contribuindo para
que o maior número de brasileiros possa
entender que extremismos não combinam
com desenvolvimento sustentável (tão falado
e pouco e mal praticado), tais sejam os dos
defensores dos "santuários (termo há muito
fora de moda) ecológicos amazônicos" e os
adeptos do "agronegócio a qualquer custo".
Vários trabalhos teórico-práticos têm sido
desenvolvidos com resultados positivos, em
pecuária moderna na Amazônia com
integração lavoura-pecuária-floresta (já com
política governamental implantada para sua
prática). Da mesma maneira foi demonstrado
por lideranças pecuaristas em Paragominas
(PA), que não há necessidade em se expandir
a pecuária na Amazônia, mas sim aplicar
técnicas já conhecidas de manejo de
pastagens e revitalização de solos
degradados. Assim atestam membros do
Sindicato dos Produtores Rurais de
Paragominas. E agora, em evidência, o
porquê da importância em se manter a
floresta em pé, por seu papel relevante e
provavelmente insubstituível, em grande parte
das chuvas em outras regiões do Brasil e
alguns países do sul do nosso continente.
Isso sem precisar detalhar outros serviços
ambientais que a floresta nos presta, como
biodiversidade, fixação do gás carbônico
(amenizando o aquecimento global), potencial
fornecedor de fármacos, fibras e madeiras...
As comprovações científicas sobre a
importância da floresta amazônica na ciclagem
da água, sua influência nas precipitações
pluviais na região norte, se iniciaram com as
pesquisas pioneiras de Enéas Salati. Em
meados dos anos de 1970, o trabalho pioneiro
de Enéas Salati (Centro de Energia Nuclear na
Agricultura (CENA/ Esalq), Piracicaba, da
Universidade de São Paulo) demonstrou
inequivocamente que "a floresta não é
consequência do clima, mas o atual equilíbrio
do clima é modelado pela floresta".
A umidade proveniente do Atlântico tropical
que se dirige para a Amazônia é reciclada ao
longo do seu caminho para os Andes, caindo
sob a forma de chuva. Grande parte dessa
umidade retorna para a massa de ar por meio
da evapotranspiração das superfícies
complexas da floresta. Quando a umidade
colide com as paredes elevadas dos Andes,
uma grande quantidade se precipita como
chuva e alimenta a Bacia Amazônica. No
entanto, parte da umidade é desviada. A soja
do Mato Grosso se beneficia da chuva gerada
2. no Amazonas e em outras partes da
Amazônia brasileira. Na realidade, esse
"subsídio" natural se estende até o norte da
Argentina, favorecendo tanto a agroindústria
como a produção de energia hidrelétrica, por
onde vai passando. Forma o que hoje está
sendo chamado de "rios voadores". Na
verdade, esta é a denominação de projeto
financiado pela Petrobrás, sendo conduzido
pelo engenheiro e explorador ambiental
Gérard Moss e liderado por Enéas Salati.
Durante dois anos, Moss, em seu avião,
acompanhou o trajeto das correntes de ar que
circulam na Amazônia, e investigou os
itinerários do vapor d ́água evaporada na
região, coletando amostras em Belém,
Santarém, Manaus, Porto Velho, Alta
Floresta, Cuiabá, Uberlândia, Londrina,
Ribeirão Preto e Piracicaba. Um “rio voador”,
que percorre os céus da Amazônia e chega a
São Paulo depois de fazer a curva na
Cordilheira dos Andes, pode ter a vazão de
todos os rios do Centro-Oeste, Sudeste e Sul,
ou seja, de cerca de 200.000 m3 de água por
segundo. Enéas Salati usou a técnica
isotópica, e conhecimentos meteorológicos,
para demonstrar que determinados isótopos
de hidrogênio (deutério) e oxigênio (O18)
presentes nas moléculas de água servem
como “assinatura” do percurso realizado pelo
vapor de água, comprovando sua origem na
Amazônia. O líquido analisado no CENA em
Piracicaba é uma base de dados também
acompanhada pelo professor Pedro Dias, do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP. Segundo ele, é
importante lembrar que há outras variáveis no
estudo, pois existem fluxos de vapor d’água
provenientes de outras regiões -
especialmente do Atlântico - que exercem um
papel fundamental no regime de chuvas.
Além disso, nem toda a água que sai da
Amazônia transforma-se em chuva no sul do
continente.
“Apenas 50% do total do fluxo de vapor
d’água que entra pela floresta amazônica na
altura de Belém está disponível para cair
como chuva. Este fluxo é composto pelo
vapor primário, que vem do oceano, e pela
evaporação e transpiração das plantas”,
explica o professor Salati. Pedro Dias afirma
que ainda é difícil prever os efeitos do
desmatamento no regime de chuvas, mas
eles podem incluir tanto secas quanto
enchentes em outros Estados. Acredito que
esses estudos sobre a influência da floresta
amazônica no clima de outras regiões do
continente latino-americano tem base
científica e esta é uma forte e irrefutável razão
para sua conservação.
Finalizando, sugiro aos interessados neste
tema a leitura do relatório do climatologista
Antônio Donato Nobre (INPE e INPA) "O
Futuro Climático da Amazônia"
(http://www.ccst.inpe.br/wp-content/
uploads/2014/10/Futuro-Climatico-da-
Amazonia.pdf).
TRANSPOR O QUÊ?
Quando da Loucura do Lula com vistas a
enganar os nordestinos, faturando votos,
escrevi contrário à transposição,
enfatizando, dentre outros motivos a falta
de água, cujo rio carecia de uma
revitalização imediata. Agora, vale a pena
ler o que diz o estudioso no assunto, Dr.
João Suassuna, também opositor ao
projeto eleitoreiro. (Luiz Ferreira)
“Na reportagem do Jornal Nacional, de 30/11,
sobre a transposição do São Francisco, as
assertivas do presidente da Agência Nacional
de Águas (ANA) e do Ministro da Integração,
de que os volumes retirados do rio, pelo
projeto, são irrisórios, mostrou um semblante
de preocupação em ambos. Pudera: afirmar
que serão insignificantes os volumes que
serão transpostos, em um momento no qual o
rio está praticamente seco, bem retrata a
fisionomia de tensão demonstrada pelas
autoridades, a nível nacional. O maior erro do
governo, ao conduzir as obras da
Transposição, no nosso modo de entender, foi
o de não ter levado em consideração os
alertas dos técnicos, quanto às possibilidades
de o Velho Chico não dispor dos volumes
necessários para o atendimento das
demandas da população da região
Setentrional nordestina. Em 2004, a
Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), já havia denunciado que o
volume alocável do rio São Francisco era de
3. aproximadamente 360 m³/s, e se levado em
consideração à média de retirada volumétrica
do projeto, de 65 m³/s, e a máxima de 127
m³/s, não haveria água suficiente, no Velho
Chico, para o atendimento de uma população
estimada em cerca de 12 milhões de pessoas
e para a irrigação de 260 mil ha, conforme
proposto no projeto. Ora, a seca atual que
assola toda a bacia hidrográfica do rio exauriu
sua principal nascente, o seu leito está sendo
atravessando de automóvel na região de
Pirapora, a represa de Três Marias acumulou
apenas 2% de sua capacidade, a represa de
Sobradinho vem regularizando a vazão do rio
em cerca de 1100 m³/s, contrariando as
determinações do Ibama, que exige uma
vazão mínima, na foz do rio, de cerca de 1300
m³/s, impossibilitando as hidrelétricas da
Chesf de gerarem a energia necessária ao
atendimento das demandas elétricas dos
nordestinos. Tudo isso se refletiu, na
fisionomia das autoridades. Querer retirar
mais volumes de um rio, com sua hidrologia
debilitada, para a satisfação das metas do
projeto, é uma tarefa fisicamente impossível,
o que irá resultar, em caso de insistência, no
comprometimento de todos os investimentos
realizados ao longo de sua bacia hidrográfica.
Só em geração de energia, por exemplo, a
Chesf aplicou, na região, cerca de 13 bilhões
de dólares, e costumamos dizer que “Energia”
é sinônimo de “Desenvolvimento”, e não
podemos estar brincando com isso!“.
PONTO DE VISTA
Márcio Thomaz Bastos
Pelo Professor Sérgio Colle (UFSC)
Prezados colegas, estudantes, amigos e
outros,
É praticamente uma constante nos discursos
filosóficos a crença de que os humanos
planejam melhor seu futuro quando têm
conhecimento de sua história. No Brasil, em
consequência da degradação do ensino em
todos os níveis, o ensino de História passou a
ter um papel secundário, cedendo lugar ao
discurso ideológico, mais ainda nas escolas
de ensino médio.
Aquele que não conhece a história política de
Roma pode bem surpreender-se com o
pernicioso costume de compra de votos, de
deputados e senadores, com recursos
públicos (no caso de Roma, com dinheiro do
saque dos tesouros dos países derrotados).
Entretanto, quem bem conhece a história
daquele tempo, muito bem sabe que os
hábitos dos políticos de hoje são, em menor
ou maior grau, os mesmos dos políticos
daquele tempo e, quanto maior a impunidade,
mais os hábitos de rapina se repetem.
Hoje é um dia especial para a História do
Brasil, pelo fato de o jurista Marcio Thomaz
Bastos ter deixado este mundo. O Brasil
perdeu um jurista, mas a nação brasileira foi
recompensada, porque foi subtraído de nosso
meio um habilidoso e dedicado advogado dos
corruptos. Como ministro da Justiça do
governo Lula ele deixou pouco para ser
lembrado e, por que não dizer, preservou
fielmente a tradição das masmorras
medievais em que se transformaram os
presídios deste degenerado país.
Nos últimos tempos, articulava-se ele com um
formidável esquadrão de juristas, na tentativa
de criar armadilhas jurídicas para
desqualificar o Meritíssimo Juiz Moro,
responsável pelo processo de investigação
em curso na PETROBRAS. É dispensável
aqui detalhar os milionários honorários que
esse jurista recebeu para defender os
criminosos do mensalão. Não faltou esforço
para que o mais nobre dos juristas do STF, o
Meritíssimo Juiz Supremo Joaquim Barbosa
fosse colocado na defensiva, constrangido e,
por que não dizer, no horizonte da
desmoralização púbica, com o único fito de
reduzir-se a gravidade dos crimes daqueles
bandidos petistas com vistas a inocentá-los.
A Ordem dos Advogados do Brasil em coro
canta loas ao jurista morto. Nada estranho
numa organização que é o exemplo lapidar do
corporativismo no Brasil.
Essa organização não faz qualquer menção
referente à estatura ética de Bastos que, a
meu ver, merece atenta análise, a fim de que
se estabeleça os limites além dos quais um
4. homem deixa de ser jurista para ser
mercenário.
Os populistas, invariavelmente, corrompem a
justiça dos países, mais atuando para mudar
as regras do poder e prolongar-se no governo
e menos para beneficiar a nação na busca da
prosperidade através do trabalho honesto. Não
faltaram cabeças brilhantes na História a
bajular chefes de estado populistas,
vagabundos e assemelhados. Relembro que
Pablo Neruda fez um poema a Stalin e que
Pablo Picasso idolatrava esse monstro.
Também não faltaram bajuladores e
oportunistas a cercar Lula e Dilma, a exemplo
do louvado arquiteto comunista Oscar
Niemayer (cognominado jocosamente de Mago
do Concreto Alheio e conhecido no exterior
nos últimos lugares da fila dos cem melhores).
Marcio Thomaz Bastos era uma sombra ao
redor dos poderosos, sempre pronto para
defendê-los, em nome do exercício do Direito.
Entretanto, podemos dizer que onde ele mais
se destacou foi perante o povo brasileiro
esclarecido, precisamente quando defendeu
bandidos corruptos e ladravazes do dinheiro
público. Tais homens tornam-se célebres e
poderosos. A História nos mostra que a
escalada de poder desses homens somente
pode ser interrompida através de processos
revolucionários. O regime militar de 64,
justificado historicamente para defender o Brasil
contra os traidores comunistas, é um exemplo.
Nesses regimes, julga-se o homem por sua
importância política e executa-se o mesmo
por sua culpa política. Foi precisamente o
caso do célebre jurista romano Cícero que,
em retribuição aos serviços jurídicos em prol
dos poderosos, recebeu dos senadores
romanos, à época de Júlio César, nada
menos que dezenove vilas. A história romana
registra que o palácio dele em Roma somente
era superado em luxo e dimensão pelo
palácio de Mecenas.
A decadência romana nos lembra muito bem
a podridão reinante na política brasileira de
hoje, quando ao povo se dá a impressão de
que o bem público foi a leilão. A nação
romana daquele tempo clamava por um
salvador, enquanto que Virgílio proclamava
brilhantemente em sua obra literária a vinda
do mesmo, puro, justiceiro e nobre. Pois bem,
o salvador aconteceu no nome de Caio
Otávio, o filho adotivo do assassinado Júlio
César.
Sua administração foi tão brilhante que ele foi
cognominado de Augusto. Cícero,
acostumado à corrupção reinante, usou de
seu sinete e sua habilidade oratória para
desmoralizar Augusto, em defesa da casta
podre de senadores que o fez milionário.
Tudo ele fazia em nome da república,
enquanto enriquecia.
A história nos conta que nas proscrições
(ajuste de contas com os conspiradores de
Júlio César), Cícero foi enquadrado como
traidor e, sem mercê, decapitado. Suas mãos
foram pregadas na porta principal do Foro
Romano e lá permaneceram por seis meses,
até apodrecerem.
Voltando ao jurista brasileiro morto: Se existe
algum consolo para a nação brasileira, é que
dela foi subtraído um defensor de corruptos
milionários próximos ao poder. Para a
Academia de que faço parte e na qual se julga
o homem por seus méritos intrínsecos à luz
das referências mundiais do conhecimento,
esse homem não fará falta alguma, mesmo
porque nas melhores escolas de Direito do
mundo ele é considerado um ilustre
desconhecido.
Podem nos subtrair a liberdade, mas jamais
subtrairão nossos sonhos. Esse não era o fim
que eu desejava ao Sr. Thomaz Bastos. Para
ele, na minha ótica de História, eu mais
desejaria o final destinado a Cícero. (Enviada
por José Alexandre, Professor da UFBA)
E NUNCA SE TEM O QUE SE QUER
Poetisa Nenita Campos
Julgava que a você eu conhecia.
Puro engano, jamais o conheci.
E na perfídia da triste ironia,
Pessoa tal você eu nunca vi.
Neste mundo é assim. Somos pequenos
Para entendermos nossa ânsia e a de Deus.
Você é menor do que o mais ou menos
Querendo crer que os sonhos são só seus.
5. É orgulhoso. Inconstante. Irreverente,
Pernicioso e muito prepotente.
E quer ser maior do que o próprio ser !
Não se dão passos maiores que as pernas
E nossas emoções não são eternas.
Nunca se tem o que sempre se quer.
UM SIMPLES CONSELHO
Certa vez um jovem muito rico foi procurar um
rabi para lhe pedir um conselho.
Toda sua fortuna não era capaz de lhe
proporcionar a felicidade tão sonhada.
Falou da sua vida ao rabi e pediu a sua ajuda.
Aquele homem sábio o conduziu até uma
janela e pediu para que olhasse para fora com
atenção, e o jovem obedeceu.
O que você vê através do vidro, meu rapaz?
Perguntou o rabi.
Vejo homens que vêm e vão, e um cego
pedindo esmolas na rua. Respondeu o moço.
Então o homem lhe mostrou um grande
espelho e novamente o interrogou: O que
você vê neste espelho?
Vejo a mim mesmo, disse o jovem
prontamente.
E já não vê os outros, não é verdade?
E o sábio continuou com suas lições
preciosas:
Observe que a janela e o espelho são feitos
da mesma matéria prima: o vidro. Mas, no
espelho há uma camada fina de prata colada
ao vidro e, por essa razão, você não vê mais
do que sua própria pessoa.
Se você comparar essas duas espécies de
vidro, poderá retirar uma grande lição.
Quando a prata do egoísmo recobre a nossa
visão, só temos olhos para nós mesmos e não
temos chance de conquistar a felicidade
efetiva.
Mas, quando olhamos através dos vidros
limpos da compaixão, encontramos razão
para viver e a felicidade se aproxima.
Por fim, o sábio lhe deu um simples conselho:
Só vales alguma coisa, quando tiveres
coragem de arrancar o revestimento de prata
que tapa os olhos, para poderes de novo ver
e amar aos outros.
(Autor Desconhecido)
PARA REFLETIR
Verdadeiras perguntas
O sábio não é o homem que fornece as
verdadeiras respostas, é o que formula as
verdadeiras perguntas.” Claude Lévi-Strauss”
Bravo
Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou
seus desejos, e não aquele que venceu seus
inimigos; pois a mais dura das vitórias é a
vitória sobre si mesmo.” Aristóteles”
Cidade e campo
Se as cidades forem destruídas e os campos
forem conservados, as cidades ressurgirão,
mas se queimarem os campos e conservarem
as cidades, estas não sobreviverão.”
Benjamin Franklin”
A PIADA DA SEMANA
A mulher gastadeira chega para o Marido e
lhe pede:
- Me descola aí 1000 pratas.
– Ora, mulher para que é que você quer
500,00?
- 250,00 não são suficientes?
- Estou pensando em lhe descolar 125,00.
– Toma lá 62,50 e me traga o troco de 50,00.
oOo
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