Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Escrita guiao
1. A partir da apresentação “O guião” disponível em
http://www.slideshare.net/designare/o-que-um-guio
2. O que é um guião?
Carlos Ceia e Ana Isabel Morais
Texto escrito de um filme, que estabelece critérios
que ajudarão o realizador e os actores sobre:
• os diálogos;
• a informação sobre os cenários;
• os planos das personagens;
• os ângulos das filmagens;
• os movimentos da câmara;
• e outras indicações técnicas.
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3. O guião distingue-se do argumento porque este
é anterior à concepção do guião e constitui
apenas a matéria exclusivamente literária do
filme.
Quanto à sua elaboração, o guião deverá
respeitar 3 qualidades essenciais:
4. O LOGOS, que corresponde à estrutura geral
do guião. É a palavra, o discurso.
O ETHOS, que corresponde ao significado
moral da história.
O PATHOS, o drama humano, a acção ou o
conflito do quotidiano.
5. Para além disso, o guião obedece a uma
construção lógica, que passa por 5 etapas:
• A ideia, que despertará a motivação para se
fazer algo a partir dela;
• A palavra, ou enredo;
• O argumento, ou o desenvolvimento da ideia,
definindo personagens e localizando a história;
• A estrutura, ou modo como vamos contar a
história
• O guião final, contendo emoções e conflitos de
cada personagem.
6. O que é um guião ?
João Nunes
O Guião, argumento ou registo, passa por
muitas mãos e para cada pessoa representa
uma coisa completamente diferente.
Para o seu autor, o guionista, o guião é
uma obra literária, original ou adaptada,
através da qual ele conta uma história,
desenvolve personagens e relações, explora
situações e conflitos, apresenta ideias,
dando livre curso à sua imaginação e
criatividade. 2
7. Afinal, o que é mesmo um guião ?
Um documento escrito que identifica e
descreve sequencialmente as cenas que
compõem um filme e, dentro de cada cena, as
acções e diálogos dos personagens
perfeitamente identificados e os aspectos
visíveis e audíveis que os condicionam,
técnicos ou não.
9. 039 – EXT - RUA DO ARMAZÉM – DIA
ALBERTO e FIRMINO, no exterior do armazém, preparam-se para entrar na
mata. Ajeitam os apetrechos às costas.
O guarda-livros e gerente da propriedade, GUERREIRO, sai do armazém. É
um homem de 50 anos, magro e um pouco encurvado, vestido com
sobriedade. Vem acompanhado por D. YáYá, 35 anos, a sua mulher. É a
mesma que Alberto viu na janela da casa grande e a sua beleza é
realmente admirável.
Alberto olha para D. Yáyá. A mulher também repara nele. Com o seu fato,
gravata e sapatos de verniz, o português destaca-se no meio dos
restantes trabalhadores.
10. FIRMINO
Esse aí é o sr. Guerreiro, o
gerente aqui do seringal.
A mulher é Dona Yáyá.
ALBERTO
É uma bela mulher, por sinal.
FIRMINO
É sim, mas não é para o nosso bico…
(começando a andar)
Vamos andando que a caminhada é longa.
FIRMINO
Tenha cuidado, moço. Aqui todas as
mulheres têm dono.
Alberto continua a acompanhar a senhora com o olhar.
11. Alberto, que tem um SACO DE SERAPILHEIRA às costas, e a MALA DE
COURO numa das mãos, encara o trilho à sua frente: um caminho
cujo começo mal se percebe, rasgando uma selva imponente,
imenso, perigoso. Os dois homens iniciam a caminhada em direcção
ao acampamento.
CORTA PARA:
13. Os componentes principais do guião
A cena escolhida, que no guião tem o número 39
constitui uma pequena unidade de acção dramática,
está organizada segundo uma determinada lógica e
contém elementos característicos dos guiões:
O CABEÇALHO
A DESCRIÇÃO
OS PERSONAGENS
OS DIÁLOGOS
PARÊNTESIS
AS TRANSIÇÕES
OUTRAS INDICAÇÕES
14. O CABEÇALHO
-EXT,
trata-se de uma cena de exterior
-RUA DO ARMAZÉM
que decorre num determinado local
-DIA
e que se passa-se numa certa altura
15. A DESCRIÇÃO
• É a descrição da situação e das acções dos
personagens envolvidos na cena. Pode ocupar
um ou vários parágrafos e deve ser o mais
clara possível, mas também envolvente.
• Estas descrições devem limitar-se ao que é
possível ver e ouvir.
• Devemos evitar descrições do que vai na
cabeça dos personagens.
16. AS PERSONAGENS
• São definidas pelo que fazem e dizem, não
pelo que pensam, imaginam, sonham ou
temem.
• Quando uma personagem aparece pela
primeira vez num guião, deve ser
acompanhada de uma breve descrição das
suas características.
• O nome das personagens aparece sempre
em maiúsculas e destacada antes das suas
falas.
17. OS DIÁLOGOS
• Inscrevem-se no guião, destacando o nome do
personagem num parágrafo à parte, mais recuado
e em maiúsculas, seguido por um bloco de texto
com a sua fala .
• Os diálogos podem suceder-se, intercalando um
personagem com outro, ou podem ser
interrompidos por novos parágrafos de descrição
da acção
18. PARÊNTESIS
• A fala de um personagem também pode ser
antecedida por (ou intercalada com)
comentários entre parênteses, por exemplo
(começando a andar).
• Estes devem ser usados com moderação e só
quando não haja outra maneira de passar a
informação.
19. TRANSIÇÕES
• São instruções escritas em maiúsculas, no fim ou
no início da cena, onde se indica a forma de
passar para a cena seguinte, ou que se vem de
outra cena, por exemplo: CORTA PARA,
DISSOLVE, FADE OUT ou FADE IN.
20. OUTRAS INDICAÇÕES
• No exemplo, algumas palavras aparecem em
maiúsculas (SACO DE SERAPILHEIRA e MALA DE
COURO), São indicações destinadas a chamar a
atenção do leitor e dos técnicos da equipa de
produção, para elementos importantes na cena.
• Hoje considera-se desnecessário dar indicações
sobre movimentos de câmara ou zooms, por
serem opções do realizador e do director de
fotografia.
21. OUTROS ELEMENTOS
• Há ainda outros elementos que devem encontrar-
se no guião, tais como:
FONTE do texto
Courier 12 ou Courier New 12
Não se utilizam itálicos nem negritos.
FORMATO do papel
formato normalizado A4.
22. CAPA
O título a 3/8 da página, centrado e em
baixo as indicações de copyright e data.
ÚLTIMA PÁGINA
Depois da última linha do guião, inscreve-se o
termo FADE OUT, seguido de dois enters e a
palavra FIM, ou O Fim, centrado na página.